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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

Curso de Nutrição

Relatório das atividades desenvolvidas durante o


Estágio Supervisionado I

DAYANNE WESLLA DA SILVA ARAÚJO

Juazeiro do Norte-CE
2023
FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU

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Curso de Nutrição

NOME: Dayanne Weslla da Silva Araújo

ÁREA DO ESTÁGIO: Nutrição Clínica

LOCAL: Edmara Marques Bezerra

PERÍODO: 17/04/2023 à 07/06/2023

CARGA HORÁRIA: 210 horas

ORIENTADOR: Sheylane Pereira de Andrade

PRECEPTOR: Paula Joseane M. de A. Cavalcante

SUPERVISOR: Lidiane Leite Nobre

Juazeiro do Norte-CE
2023

SUMÁRIO

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Página

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................... 7

3. CONCLUSÕES E/OU SUGESTÕES ...................................................................... 15

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 19

1. INTRODUÇÃO

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De acordo Resolução do CFN nº 334/2004, alterada pela Resolução CFN nº 541/2014,
fica designado que o nutricionista tem como função contribuir para a saúde dos indivíduos
e da coletividade. Cabe a ele a produção de informação sobre a alimentação e a nutrição,
buscando sempre o aperfeiçoamento técnico-científico, baseando-se nos princípios éticos
que regem a prática da profissão. O nutricionista, dentro da área clínica, pode atuar em
diversas subáreas, como dispõe a Resolução CFN nº 600, de 5 de fevereiro de 2018:

II. Área de Nutrição Clínica – Assistência Nutricional e Dietoterápica


Hospitalar, Ambulatorial, em nível de Consultórios e em Domicilio:

A. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Hospitais,


Clínicas em geral, Hospital-dia, Unidades de Pronto Atendimento (UPA)
e Spa clínicos.
B. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Serviços e
Terapia Renal Substitutiva.
C. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Instituições de
Longa Permanência para Idosos (ILPI).
D. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Ambulatórios e
Consultórios.
E. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Bancos de Leite
Humano (BLH) e Postos e Coleta.
F. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Lactários.
G. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Centrais de
Terapia Nutricional.
H. Subárea – Atenção Nutricional Domiciliar (pública e privada).
I. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica Personalizada
(Personal Diet).

Segundo a Resolução CFN nº 304, de 26 de dezembro de 2003, que dispões sobre


critérios para prescrição dietética na área de Nutrição Clínica e dá outras providências:
Considerando que a atuação do nutricionista na área de Nutrição Clínica abrange o
atendimento ao cliente-paciente na internação, ambulatório, consultório e domicílio;

RESOLVE:
Art. 1º Compete ao nutricionista a prescrição dietética, como parte
da assistência hospitalar, ambulatorial, em consultório de nutrição e
dietética e em domicílio.

Art. 2º A prescrição dietética deve ser elaborada com base nas


diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional.
Art. 3º Compete ao nutricionista elaborar o diagnóstico nutricional
com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e
dietéticos. [...]

Art. 4º O registro da prescrição dietética deve constar no prontuário


do cliente-paciente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos
ou aceitos pelas unidades ou serviços de atenção nutricional,
devendo conter data, Valor Energético Total (VET), consistência,
macro e micronutrientes mais importantes para o caso clínico, 4
fracionamento, assinatura seguida de carimbo, número e região da
inscrição no CRN do nutricionista responsável pela prescrição. [...]
Art. 5º O registro da evolução nutricional deve constar no prontuário
do cliente/paciente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos,
devendo conter alteração da ingestão alimentar, avaliação da
tolerância digestiva, exame físico, antropometria, capacidade
funcional e avaliação bioquímica. [...]

Art. 6º O nutricionista, ao realizar a prescrição dietética, deverá: I.


considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas
condições clínicas, individuais, sócio-econômicas, culturais e
religiosas; II. considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais
membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre
que pertinente, os procedimentos complementares à prescrição
dietética; III. respeitar os princípios da bioética.

Durante o exercício do nutricionista em área clínica, serão atendidas diversas patologias,


que demandam condutas alimentares diferentes para a melhora de cada quadro. Uma
patologia muito frequente é a obesidade, e suas doenças associadas, como diabetes
mellitus, hipertensão arterial, triglicérides elevado, ácido úrico elevado, desgastes em
articulações, e muitas outras.

1.1 Obesidade

A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura.


Ela representa um comprometimento da saúde, sendo que, quanto maior o grau de
obesidade, maior o comprometimento da qualidade de vida. Tem caráter multifatorial,
sendo influenciada por: fatores genéticos, ambientais, socioculturais e comportamentais
(CUPPARI, 2009). É definida pelo IMC > 30,9 kg/m², sendo dividida em obesidade grau I,
grau II e grau III, variando conforme o aumento do IMC. Está associada à um estado
crônico subclínico de inflamação, produção anormal de citocinas e mediadores pró-
inflamatórios (DIRETRIZ BRASILEIRA DE OBESIDADE, 2016).

1.2 Diabetes mellitus

O diabetes mellitus é caracterizado por concentrações sanguíneas elevadas de glicose,


resultantes de defeitos na secreção da insulina, ou de sua ação.“A insulina é um hormônio

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produzido pelas células β do pâncreas, que é necessário para uso ou armazenamento
dos combustíveis do corpo (carboidratos, proteína e gordura)” (KRAUSE, ).

1.3 Hipertensão arterial sistêmica

Segundo Krause ( ):

A hipertensão arterial sistêmica consiste em pressão arterial (a


força exercida por unidade de área nas paredes das artérias)
persistentemente elevada. Para ser definida como hipertensão
arterial sistêmica, a pressão arterial sistólica (PAS), a pressão
arterial durante a fase de contração do ciclo cardíaco, precisa estar
em 120 mmHg ou acima disso; ou a pressão arterial diastólica
(PAD), a pressão durante a fase de relaxamento do ciclo cardíaco,
precisa ser de 80 mmHg ou superior; isso é relatado como pressão
arterial de mais de 120/80 mmHg. Se um indivíduo tem PAS de
120 mmHg e PAD de 80 mmHg, isso é interpretado como pressão
arterial de 120/80 mmμg.

Os reguladores mais importantes da PA são o sistema nervoso simpático (SNS) para


controle a curto prazo, e o rim para controle de longo prazo. Já os rins fazem a regulação
através do sistema renina-angiotensina, que é ativado pelo controle do volume de líquido
extracelular e a secreção de renina (KRAUSE, ).

O tratamento nutricional deve ser composto por uma dieta hipocalórica, sendo
recomendado o uso do padrão dietético DASH, com baixo teor de sódio. Essa dieta é
usada tanto para prevenir quanto para controlar a PA elevada. O paciente portador de
hipertensão deve ter uma redução na ingestão de sódio, pois isso mantém a PA baixa ao
longo do tempo, e aumenta a eficácia dos fármacos redutores de PA. Aliado a isso, uma
dieta rica em potássio, cálcio e magnésio também é benéfica para a redução da PA.

1.4 Triglicérides elevado

Os lipídeos, por serem insolúveis em água, necessitam de transportadores. São


transportados na forma de lipoproteínas, que podem ser divididas de acordo com sua
densidade, em: quilomícrons, lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteína

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de baixa densidade (LDL), lipoproteína de densidade intermediária (IDL) e lipoproteína de
alta densidade (HDL). A função principal dessas lipoproteínas é, então, o transporte dos
triglicerídeos (TG) e do colesterol do intestino e fígado para os locais de armazenamento
e utilização (SCHIAVO; LUNARDELLI; OLIVEIRA, 2003).

O tratamento dietético é a intervenção primária para pacientes com concentração elevada


de LDL. Com dieta, exercício e redução de peso, muitos pacientes podem atingir as
metas de concentração de lipídeos séricos e reduzir a inflamação do corpo. A redução
dos ácidos graxos e gorduras trans é a principal mudança de comportamento a ser
utilizada (KRAUSE,).

1.5 Ácido úrico elevado

O ácido úrico é o produto final do catabolismo das purinas (adenina e guanina), formado
no fígado a partir da xantina (MARION et al., 2011). Os níveis séricos ficam elevados pela
elevada ingestão proteica, por aumento na produção endógena de urato ou pela redução
da excreção renal do urato monossódico (COUTINHO et al., 2007).

Na terapia nutricional para gota, o paciente deve seguir um plano de refeições


balanceadas, restritas na ingestão de alimentos de origem animal e álcool, principalmente
a cerveja, evitando alimentos ricos em purina. (KRAUSE, ).

2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

2.1 Atendimentos

Os atendimentos de nutrição das unidade de saúde da secretaria de Bodocó são feitos


nos PSF, funciona de segunda à sexta , entre as 08:00h às 16:00. A consulta acontece
mediante a um agendamento com encaminhamento médico. Os pacientes podem
agendar uma consulta tendo, ou não, encaminhamento médico. As consultas são
gratuitas a toda a população. Uma vez com a consulta marcada, o paciente vai até à
clínica no horário agendado, para ser atendido. A primeira consulta de cada paciente dura
em média uma hora, e é o momento onde são coletados todos os dados do indivíduo.

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O prontuário é composto, basicamente, por:

 Identificação do paciente: nome, idade, data de nascimento, sexo, cor, estado civil,
profissão, horário e local de trabalho, endereço residencial, telefone para contato;

 Motivo da consulta: queixa e duração, se há encaminhamento médico ou não, se


há alguma patologia, e se houve alterações recentes de peso;

 IDA (interrogatório de diversos aparelhos): questionário a respeito de apetite,


mastigação, deglutição, digestão, alergias e intolerâncias alimentares, desconforto
gastrintestinal, funcionamento do intestino, e uso de laxantes e diuréticos para
emagrecimento;

 AP (antecedentes pessoais): questionário a respeito do uso de medicamentos,


reações adversas à medicações, cirurgias, internações, orientações nutricionais,
dietas e seus resultados;

 AF (antecedentes familiares): histórico de doenças – como diabetes mellitus,


obesidade, hipertensão arterial, colesterol, entre outras – em parentes próximos
(pai, mãe, avós, irmãos);

 AA (antecedentes alimentares): questões sobre preferências alimentares, quem


cozinha, quantas pessoas se alimentam na residência do paciente, e quantos
copos de água o mesmo ingere por dia;

 AC (antecedentes comportamentais): questionário sobre a prática de atividade


física, insônia, tabagismo, etilismo, ansiedade e vida social;
 Recordatório usual: registro alimentar usual do paciente, ou seja, o que ele está
habituado a ingerir todos os dias, considerando todas as formas de preparo e
quantidades, que pode às vezes diferir do recordatório de 24 horas;

 Exames: físicos gerais e laboratoriais;

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 Interações medicamentosas, e medicamentos/nutrientes;

 Questionário de frequência alimentar: questionário que avalia a frequência do


consumo de determinados alimentos. É dividido em 9 grupos
(pães/cereais/raízes/tubérculos, hortaliças/verduras/legumes, frutas, leite e
derivados, leguminosas, carnes e ovos, óleos e gorduras, açúcares e doces,
diversos), e o paciente responde, alimento por alimento, a frequência, que é
dividida em nunca, menos de 1x por mês, 1 a 3x por mês, 1x por semana, 2 a 4x
por semana, 1x por dia, 2x ou mais por dia;

 Ficha de apresentação de pacientes: registro dos dados antropométricos aferidos


em cada consulta, juntamente com dados dos cálculos realizados para posterior
avaliação do paciente;

 Evolução do paciente: onde fica registrada, consulta por consulta, a evolução do


paciente em todos os aspectos, sejam eles físicos psicológicos ou
comportamentais, e as dificuldades e facilidades encontradas pelo mesmo no plano
alimentar.

Há, ainda, no prontuário, a ficha de frequência, anexada ao termo de autorização de cada


paciente. Nessa ficha, elencam-se as datas de todas as consultas que o paciente
compareceu, para a monitoração da frequência do paciente. No prontuário de gestantes,
são incluídas, ainda, as perguntas sobre a data da última menstruação, a idade
gestacional e o peso pré-gestacional. No prontuário de adolescentes (até 18 anos), é
elencado o nome do responsável, são pontuados os aspectos emocionais (AE), onde são
questionados os relacionamentos do adolescente com os pais, amigos, e na escola. Há
também a Escala de Silhuetas de Tiggemann & Wilson-Barret (1998), onde o adolescente
aponta quando figura ele acha que se assemelha à sua imagem corporal. O questionário
de frequência é reduzido, e não é dividido em grupos. O paciente sai da primeira consulta
com uma dieta não calculada, chamada de “dieta de adaptação”, montada com base nos
recordatórios e questionário de frequência relatados pelo mesmo, com quantidades
adequadas, e algumas alterações quando necessárias.

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2.2 Métodos antropométricos utilizados

 Peso: Para realizar a aferição do peso dos pacientes, é utilizada uma balança
mecânica de plataforma. Antes de o paciente subir na balança, a mesma é
calibrada. Para isso, deve-se destravar a balança, e mover o calibrador, até que a
agulha do braço e o fiel estejam nivelados. Então, a balança é travada novamente.
Em seguida, o paciente sobe na balança, de costas para ela, descalço, com roupas
leves e sem nada que pese junto a si. Ele deve se posicionar no centro do
equipamento, de forma ereta, com os pés juntos e os braços estendidos rente ao
corpo. (Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, 2011);

 Circunferência abdominal (CA);

 A medida abdominal é feita sobre a cicatriz umbilical (TIRAPEGUI; RIBEIRO,


2011);

 Circunferência da cintura (CC): A fita métrica deve circundar o indivíduo na linha


natural da cintura, na região mais estreita entre o tórax e o quadril, no ponto médio
entre a última costela e a crista ilíaca, e a leitura é feita no momento da expiração
(CUPPARI, 2002).

 Cálculos realizados: O IMC, Indicador simples de estado nutricional é calculado


pela fórmula: Peso atual (kg)/Altura (m)². A partir desse resultado, a classificação

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para adultos se divide, segundo a Organização Mundial da Saúde (1995 e 1997),
em:

 Relação entre a circunferência da cintura e a circunferência do quadril: A razão


cintura-quadril (RCQ) é o indicador mais utilizado para identificar a distribuição de
gordura. É determinado pela fórmula: R = CC/CQ, e é classificado por:

3. CONCLUSÕES E OU/SUGESTÕES

O estágio supervisionado na Clínica de Nutrição possibilita por em prática muitos das


teorias vistas durante a graduação. Envolve desde a avaliação antropométrica, cálculo de
dietas, educação nutricional, até o atendimento ao paciente. O aluno, através do estágio,
pode aplicar seus conhecimentos, e, com disso, começar a se preparar mais afundo para
sua carreira profissional. A nutrição clínica em consultório é muito importante para a
melhoria de patologias da sociedade, pois através da conduta dietoterápica adequada e
individualizada, há uma melhora significativa na saúde, bem-estar e qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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