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CURSO DE NUTRIÇÃO

ANNA BEATRYS MARÇAL MARTINS COELHO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

Luis Eduardo Magalhães - BA


2023
ANNA BEATRYS MARÇAL MARTINS COELHO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

Relatório de Estágio em Nutrição Clínica apresentado


como requisito obrigatório para a obtenção de média
bimestral na disciplina de Estágio em Nutrição Clínica.

Orientador: Prof. Julianna Matias Vagula

Luis Eduardo Magalhães - BA


2023
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 3
2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO.............................................................................. 5
4 CASO CLÍNICO ..................................................................................................... 11
3.1. Introdução .......................................................................................................... 11
3.2. Identificação do paciente.....................................................................................12
3.3. Queixa Principal. ............................................................................................... 13
3.4. História da Doença Atual (HDA). ........................................................................13
3.5. História Familiar..................................................................................................14
3.6. História Patológica Pregressa. ...........................................................................14
3.7. História socioeconômica. . ..................................................................................14
3.8. Exame clínico. .................................................................................................. 14
3.9. Avaliação do estado nutricional do paciente: . ...................................................15
3.9.1 – Avaliação Clínica (sinais físicos).........................................................15
3.9.2 - Avaliação Antropométrica...................................................................15
3.9.3 – Avaliação Bioquímica..........................................................................17
3.9.4 - Avaliação Dietética...............................................................................19
3.9.5 - Diagnóstico Nutricional Conclusivo......................................................21
3.11. Evolução nutricional do paciente.......................................................................27
3.12. Conclusão ........................................................................................................ 28
3.13 Referências .......................................................................................................29
5 ATIVIDADE DE ESTUDO DE CASO....................................................................... 3
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................35

TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO ........................................................... 36


3

1 APRESENTAÇÃO

Estagio de Nutrição Clinica, realizado na Policlinica Municipal de Luis


Eduardo Magalhães, fundada em 2007, mudou de endereço e foi reinaugurada em
2016, com 24 especialidades e serviços, fisioterapia, nutrição, farmacia basica e
raio-X . Em 07/09/2022 mudou novamente de endereço sendo inaugurada a Nova
Policlínica Municipal, oferecendo uma área de 1.225 m² com 31 consultórios,
recepção e triagem, ampliando a oferta de saúde especializada no município,
contando agora com exames de endoscopia, mamografia e a realização de
pequenas cirurgias, alem de uma sala de gesso, para os pacientes com fraturas ou
lesões . O prédio é localizado na Avenida Ayrton Senna, no bairro Santa Cruz,
oferece mais acessibilidade e melhores instalações para a população de Luís
Eduardo Magalhães. Foi cedido uma sala ampla, com um computador com programa
de saúde do proprio municipio instalado e tinha todos os equipamentos necessários
para o atemdimento que foram agendados pela Policlinica Municipal.
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2 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial é uma das patologias mais comuns na gravidez, tendo


repercussões tanto para a saúde materna como para o desenvolvimento do feto.
Com uma prevalência, aproximada, de 10% em todas as gestações, torna-se
imperativo o seu diagnóstico precoce, bem como a eficácia dos procedimentos
terapêuticos. Definida pelo Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas
(ACOG) como a pressão arterial sistólica ≥140 mmHg e/ou a diastólica ≥90 mmHg,
esta, pode dividir-se em 4 grandes grupos: préeclâmpsia, hipertensão gestacional,
hipertensão crónica e hipertensão crónica com sobreposição de eclâmpsia. Distintas
e até então, escassamente cógnitas, alterações fisiopatológicas como diminuição do
fluxo materno-fetal, aspetos imunogenéticos, uma provável presença do gene da
produção do óxido nítrico e do sistema HLA, alterações endoteliais e, consequente
má adaptação placentária estarão associadas a esta intercorrência na gravidez. As
medidas terapêuticas empregues deverão acordar a eficácia medicamentosa com as
mínimas consequências exequíveis para o feto. Sabe-se também que apesar de
alguns fármacos conseguirem efetivamente diminuir a pressão arterial, a única
solução efetiva em síndromes hipertensivas como a pré-eclampsia e a hipertensão
induzida pela gravidez é o parto.
Esse relatorio vai relatar os atendimentos feitos no periodos de
estagio de Nutrição clinica, e tambem o caso clinico que se baseia na hipertensão
arterial de uma gestante com 34 semanas, com apenas15 anos,
5

3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO

1º dia de estágio (21/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de adulto, com 31 anos, no qual o paciente foi de
primeira consulta, o paciente buscou atendimento nutricional para perda de peso,
paciente com obesidade grau II, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e
passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com
orientações para obesidade e ingestão de água.

2º dia de estágio (22/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma gestante com 34 semanas, com 15 anos, na
qual a paciente buscou atendimento nutricional para tratar para melhorar a
alimentação para uma gestação melhor e saudavel, realizei anamnese, avaliação
antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de
plano alimentar, com orientações para ingestão de alimentos ricos em vitaminas e
nutrientes e ingestão de água.

3º dia de estágio (23/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma criança , com 11 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para constipação, realizei anamnese, avaliação
antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de
plano alimentar, com orientações para contipação e ingestão de água.

4º dia de estágio (24/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma idosa, com 72 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para obesidade e diabetes realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade e diabetes, e
ingestão de água.

5º dia de estágio (25/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adolescente, com 14 anos, na qual o
paciente buscou atendimento nutricional para obesidade grau I e constipada, realizei
anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta
6

foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade e constipação,


ingestão de água.

6º dia de estágio (28/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 49 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para obesidade, hipertensão e diabetes,pois iria
realizar uma cirurgia de hérnia, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e
passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com
orientações para obesidade, HAS e DM, e ingestão de água.

7º dia de estágio (29/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 28 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para DM e intolerância a lactose, realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para DM e intolerância a lactose e
ingestão de água.
8º dia de estágio (30/08/2023)
Neste dia realizei o atendimento de uma idosa , com 60 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para DM, HAS, colesterol alto e constipação, realizei
anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta
foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para DM, HAS, colesterol alto e
constipação e ingestão de água.

9º dia de estágio (31/08/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma idosa , com 77 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para DM, colesterol e inchaço, realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para DM, colesterol e ingestão de
água.
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10º dia de estágio (01/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma gestante com 5 semanas, com 24 anos, na
qual a paciente buscou atendimento nutricional pois estava com queixa de muitos
enjoos, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico
nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para
ingestão de alimentos ricos em vitaminas e nutrientes e ingestão de água.

11º dia de estágio (04/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adolescente , com 14 anos, na qual a
paciente buscou atendimento nutricional para transtorno alimentar, obesidade,
depressão, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico
nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para
obesidade e ingestão de água.

12º dia de estágio (05/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de um adulto , com 30 anos, na qual o paciente
buscou atendimento nutricional para Diabetes, realizei anamnese, avaliação
antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de
plano alimentar, com orientações para DM e ingestão de água.

13º dia de estágio (06/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adolescente , com 14 anos, na qual a
paciente buscou atendimento nutricional para transtorno alimentar, obesidade,
depressão, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico
nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para
obesidade e ingestão de água.

14º dia de estágio (08/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 29 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para alergia a níquel, doença celíaca, TDHA –
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, gastrite causada pela H. pylori,
realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a
conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações e o consumo de água.
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15º dia de estágio (11/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma criança, com 3 anos, na qual a os pais do
paciente buscou atendimento nutricional para ingestão de alimdentos, pois o paciete
é autista e nao tem facilidade em aceitar as texturas, realizei anamnese, avaliação
antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de
plano alimentar personalizado, com orientações e ingestão de água.

16º dia de estágio (12/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 19 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para diabetes mellitus tipo 2, realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para diabetes mellitus tipo 2 e o
consumo de água.

17º dia de estágio (13/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 25 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para obesidade grau II, realizei anamnese, avaliação
antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de
plano alimentar, com orientações para obesidade e ingestão de água.

18º dia de estágio (14/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 44 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para sedentarismo, ansiedade, fibromialgia,
depressão, síndrome do pânico, pré-diabética , colesterol alto, gordura no fígado,
tem o rim virado, hérnia de disco, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e
passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com
orientações adequada e o consumo de água.

19º dia de estágio (15/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adolescente , com 15 anos, na qual a
paciente buscou atendimento nutricional para colesterol alto, diabetes e início de
sobrepeso, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico
nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para
9

obesidade e DM e o consumo de água.


20º dia de estágio (18/09/2023)
Neste dia realizei o atendimento de uma adulto , com 31 anos, na qual o paciente
buscou atendimento nutricional para esquizofrenia e sobrepeso, realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade e DM e o consumo
de água.

21º dia de estágio (19/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma criança , com 5 anos, na qual o paciente
buscou atendimento nutricional para sobrepeso e constipação, realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade e constipação e o
consumo de água.

22º dia de estágio (20/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulto , com 31 anos, na qual o paciente
buscou atendimento nutricional para esquizofrenia e sobrepeso, realizei anamnese,
avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta foi a
prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade e DM e o consumo
de água.

23º dia de estágio (21/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulta , com 45 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para diabetes, hipertensão, gastrite e gordura no
fígado grau 2, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico
nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações e o
consumo de água.

24º dia de estágio (22/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de um adulto , com 38 anos, na qual o paciente
buscou atendimento nutricional para diabetes, hipertrigliceridemia, realizei
anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta
foi a prescrição de plano alimentar, com orientações e o consumo de água.
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25º dia de estágio (25/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de um adolescente, com 13 anos, na qual o
paciente buscou atendimento nutricional para obesidade e depressao realizei
anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a conduta
foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade e o consumo
de água.

26º dia de estágio (26/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma idosa , com 71 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para DM, HAS, com cegueira, fumante, triglicerides
alto e constipação, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o
diagnóstico nutricional, a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com
orientações para DM, HAS e constipação e o consumo de água.

27º dia de estágio (27/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulto , com 38 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para diabetes, sobrepeso, hipertensão e colesterol
alto, realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional,
a conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações diabetes, sobrepeso,
hipertensão e colesterol alto e o consumo de água.

28º dia de estágio (28/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulto , com 23 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para, sobrepeso, esquizofrenia, pré-diabetico
realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a
conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações, sobrepeso,
esquizofrenia e DM e o consumo de água.

29º dia de estágio (29/09/2023)


Neste dia realizei o atendimento de uma adulto , com 38 anos, na qual a paciente
buscou atendimento nutricional para Obesidade, DM2, hipertensão, convulsão,
realizei anamnese, avaliação antropométrica, e passei o diagnóstico nutricional, a
conduta foi a prescrição de plano alimentar, com orientações para obesidade, DM2,
hipertensão e o consumo de água.
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4 CASO CLÍNICO

3.1. Introdução
Com a iniciação sexual precoce e desprotegida, os adolescentes estão expostos
a possíveis contaminações por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e
susceptíveis a gravidez indesejada (REGO, M., et. al., 2018).
O progresso da gestação na adolescência está relacionado, nas mães, a uma
maior incidência de doença hipertensiva especifica na gravidez (DHEG), anemia
materna, prematuridade, complicações no parto, hemorragias e dificuldades para
amamentar. Além de que, para o bebê, há uma chance maior de baixo peso ao
nascer, sendo definido abaixo de 2kg500g, segundo a OMS, classificando-a como a
maior causa de morbimortalidade neonatal. (CABRAL A., et. al., 2020).
Então, além de impactar negativamente na saúde de ambos, repercute também
na qualidade de vida pessoal e profissional da mãe, que acabam abandonando os
estudos, aumentando evasão escolar e proporcionando um ambiente familiar
desestruturado (REGO, M., et. al., 2018).
Nessa fase, a gestação pode ser bem sucedida caso as adolescentes realizem o
pré-natal precoce e de forma regular durante todos os meses da gestação. O que
nem sempre acontece devido a não aceitação da gestação e dificuldade de
reconhecimento social (NASCIMENTO T., et. al., 2015).
Diante de todos os dados, a gestação na adolescência é considerada como um
problema de saúde pública, pois mundialmente, todos os anos, pelo menos 60 mil
adolescentes morrem em decorrência de complicações da gravidez e no momento
do parto (NASCIMENTO T., et. al., 2015). E, quando associado ao aumento da
pressão sanguínea nas gestantes, os efeitos se elevam e prejudicam diversos
sistemas, principalmente vascular, renal, cerebral e hepático. Todas essas
complicações explicam a morbimortalidade materna e perinatal em mulheres com
pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional, pois essas condições são as principais
causas de morte materna no Brasil e no mundo (MARTINEZ, N., et. al., 2014).

O distúrbio mais comum na gravidez é Doença Hipertensiva Especifica da


Gestação (DHEG), na qual é caracterizada por hipertensão acompanhada de edema
e proteinúria, sendo conhecidos pela tríade da DHEG. Também chamada de pré-
eclampsia (NASCIMENTO T., et. al., 2015). Ocorre principalmente em primíparas
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após a vigésima semana de gestação. Com a intensificação progressiva e evolução


do quadro, diversas situações podem surgir (KAHHALE, S.,et. al., 2018), podendo
evoluir para quadros mais graves e complexos como eclampsia e síndrome de
HELLP (NASCIMENTO T., et. al., 2015).
Embora a causa exata seja desconhecida, os processos fisiopatológicos contidos
nessa doença ocorrem em dois momentos, na qual, o primeiro é definido pela
diminuição da perfusão placentária, que provavelmente está relacionada à
placentação anormal, à deficiente invasão trofoblástica e a remodelação inadequada
das artérias espiraladas. Já a segunda parte refere-se a manifestações sistêmicas
na mãe que seguem para alteração da função vascular, o que pode resultar em
danos em múltiplos órgãos (MARTINEZ, N., et. al., 2014).
O desencadeamento desse processo pode ser destacado devido às condições
socioeconômicas precárias, maternidade precoce, peso antes e durante a gestação,
baixo nível de escolaridade e deficiência no cuidados do pré-natal (NASCIMENTO
T., et. al., 2015).
O risco da pré-eclâmpsia na saúde vai além da gestação, pois aumenta na
mulher o risco cardiovascular a logo prazo e para as crianças que nascem
acometidas de pré-eclâmpsia apresentam riscos de hipertensão arterial sistêmica
mais cedo e síndrome metabólica (KAHHALE, S.,et. al., 2018).
É fundamental diferenciar a hipertensão arterial que antecede a gravidez da que
é condição especifica da mesma. Pois, no primeiro exemplo, é ocasionado pela
fisiopatologia básica da doença, já a segunda, é o resultado de um organismo mal
adaptado com a gravidez. As duas condições se diferem no impacto sobre mãe/feto
e seu controle (NASCIMENTO T., et. al., 2015).
Os exames laboratoriais dependem da gravidade da situação: Hemograma
completo com contagem de plaquetas, proteinúria de fita e/ou de 24 horas, creatinina
e ureia, ácido úrico, urina tipo I, perfil hemolítico (DHL), enzimas hepáticas (TGO e
TGP) e bilirrubinas totais e frações. (KAHHALE, S.,et. al., 2018).

3.2. Identificação do paciente.


Y. A. S., sexo feminino, 15 anos, casada, gestante de 34 semanas, estudante do 1º
ano do ensino médio, natural de Barreiras-Bahia, e atual moradora da rua Eunapolis,
localizada no bairro Santa Cruz, na cidade de Luís Eduardo Magalhães.
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3.3. Queixa Principal.


A paciente não possuía hipertensão arterial sistêmica anterior a gravidez, tampouco,
picos de pressão. Com isso, nunca realizou o consumo de nenhum medicamento
referente à doença.

3.4. História da Doença Atual (HDA).

Paciente foi referenciada pela Unidade Básica de Saúde para o Hospital e


maternidade Dr. Gileno de Sá Oliveira (HMDGSO), apresentando cefaléia, pressão
arterial 130x80 mmHg, com edemas nos membros superiores (MMSS) e inferiores
(MMII) e face, além de visão turva. Ao ser admitida no HMDGSO, a paciente
apresentava a pressão arterial 150x120 mmHg, além dos outros sintomas, com isso,
foi internada para da continuidade à assistência e estabilização do quadro.
Apresenta-se com um equipamento de Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial
(M.A.P.A), na qual obtém o registro da pressão a cada 20 minutos, durante 24 horas
por dia.

Data Hora P.A. TPT F.C.


1º dia 15h34min 150x120
15h55min 140x80
16h55min 160x110
17h25min 140x110
18h10min 140x100
19h10min 120x100
21h00min 140x100
23h40min 140x100
2º dia 02h00min 145x85
06h00min 135x85 36,3º
10h18min 141x81
12h00min 137x91 36,4º
18h00min 125x73 36,2º 92 bpm
00h00min 126x78 36,6º
3º dia 06h00min 126x78 36,5º 95 bpm
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3.5. História Familiar.


No histórico familiar não existem casos de hipertensão arterial sistêmica, somente de
diabetes mellitus na avó.

3.6. História Patológica Pregressa.


Nasceu a termo de parto normal, sem complicações. Recebeu
aleitamento materno até os dois anos de idade. Teve desenvolvimento
neuropsicomotor e crescimento normais – suas curvas de crescimento da caderneta
de vacinação se encontram nos níveis de normalidade. Paciente relata vida sexual
ativa. Nega uso de álcool, cigarro e outras drogas.
Nega ocorrências anteriores de sarampo, caxumba, coqueluche, rubéola e
parasitoses. Relata um episódio de catapora aos 10 anos, mas que se resolveu bem
com o devido tratamento à época. Nega cirurgias e hospitalizações prévias. Nega
comorbidades e alergias. Caderneta de vacinação em dia.

3.7. História socioeconômica.


Reside com o marido em casa de aluguel, sua renda mensal familiar é de um salario
minimo, proveniente do emprego do marido. As condições de moradia são descritas
como casa de alvenaria e acesso a rede elétrica.

3.8. Exame clínico.


Dispneia durante as refeições: ( ) sim ( x ) não
Fadiga durante as refeições: ( ) sim (x) não
Saciedade precoce: ( x ) sim ( ) não
Dentição: ( x ) sim ( ) não
Mastigação: normal
Deglutição: normal
Flatulência: ( ) sim ( x ) não
Apetite: ( x ) normal ( ) reduzido ( ) aumentado
Paladar: normal
Preferências alimentares: come de tudo
Intolerâncias: Não apresenta
Aversão alimentar: somente a leguumes
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Ingestão hídrica: 3 copos diarios.


Hábito intestinal: ( ) diarreia ( ) normal ( x ) constipado
Suplementos: ( )Sim ( x )Não
Adição extra de Sal de cozinha: Sim
Óleo: 3 frascos no mês
Fritura: consome muito

3.9. Avaliação do estado nutricional do paciente:

3.9.1 – Avaliação Clínica (sinais físicos);


Paciente se apresentava em regular estado geral, lúcido e orientado no espaço-
tempo

3.9.2 - Avaliação Antropométrica;

Peso habitual Altura IMC


54 kg 1,60 21

Peso Peso Peso


1º dia 2º dia 3º dia
78,7 kg 78,8 kg 78,9 kg

Não foi possível realizar pregas cutâneas e circunferências devido ao inchaço


da paciente, que podem mascarar as medidas corporais e resultar em diagnóstico
errôneo. Com isso, os únicos parâmetros utilizados foram peso e altura.
Com o decorrer dos dias de internação, a paciente apresentava aumento
gradual de 10 gramas por dia, o que sugere o aumento da gravidade das áreas
edemaciadas.
De acordo com o peso habitual pré-gestacional, revelado pela paciente seu
Índice de Massa Corporal é classificado como eutrófica. Com isso, o seu ganho de
peso durante a gestação não-gemelar deve ser entre 11,5 a 16 kg, com a
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recomendação de ganho de peso semanalmente, em 0,42 kg (0,35 a 0,50) ou 420


gramas a partir do 2º e do 3º trimestre de gestação. (IOM 2009; Luke et al. 2003).
De acordo com a recomendação de ganho de peso que uma gestação não-
gemelar deve ocorrer (entre 11,5 a 16 kg), seu peso atual deveria está entre 65,5 e
70 até o final da gestação. (IOM 2009; Luke et al. 2003).
No entanto, segundo Riella e Martins (2001), a estimativa de retenção hídrica
conforme o edema, classificado com ++++ (anasarca), deve-se subtrair do peso
aferido entre 10 a 12 kg, na qual, sugere um peso atual entre 66,9 a 68,9 kg.
Sugere-se que, sem o edema generalizado, a paciente esteja com o peso
entre 66,9 e 68,9 ou seja, apresenta-se com ganho de peso adequado no decorrer
da gestação.
E isso pode ser exemplificado de acordo coma tabela a seguir, gráfico no
qual, ocorre o acompanhamento nutricional da gestante.
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9 s e 1 dia = IMC 21,8


13 semanas = IMC 21,8
15 s e 5dias = IMC 22,65
18 semanas = IMC 23,43
21 s 4 dias = IMC 24,76

24 s e 5 dias = IMC 24,3


26 semanas = IMC 26
31 s e 6 dias = IMC 27,7
33 s e 5 dias = IMC 30,66
34 semanas = IMC 30,7

Através do gráfico, observa-se que a paciente possuía ganho de peso


adequado no decorrer da gestação, no entanto, nas duas ultimas semanas, esse
ganho ultrapassou os índices de sobrepeso devido à complicações da Doença
Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) e seu consequente edema.

3.9.3 – Avaliação Bioquímica;

HEMOGRAMA Resultado Valor de referência Classificaçã


o
Hemoglobina 13,0 g/dL 11,9 a 14,4 g % Adequado
Hematócrito 38,7% 36 a 44,5% Adequado
Hemácias 4,39 3 a 5,8 milhões Adequado
milhões
Eosinófilos 1% 2a5% Adequado
Basófilos 0,4% 0a1% Adequado
Linfócitos 25,9% 20 a 35 % Adequado
Monócitos 5,8% 3a8% Adequado
Contagem de 199.000mm 145.000 a Adequado
plaquetas ³ 450.000mm³
18

Resultado Valor de referência Classificaçã


o
UREIA 14 mg/dL 15 a 45 mg/dL Abaixo
CREATININA 0,6 mg/dL 0,4 a 1,3 mg/dL Adequado
LDH 442 U/L Até 450U/L Adequado
ÁCIDO ÚRICO 5,9 mg/dL 1,5 a 6 mg/dL Adequado

URINA Resultado Valor de Classificação


referência
Aspecto Turvo Límpido Inadequado
Glicose Ausente Ausente Adequado
Corpos cetônicos Ausente Ausente Adequado
Bilirrubina Ausente Ausente Adequado
Proteínas 30 mg/dL Ausente Acima
Sedimentoscopi Resultado Valor de Classificação
a referência
Leucócitos 3.000/mL Até 7.000 /mL Adequado
Hemácias Ausente Até 5.000 /mL Adequado
Células epiteliais 17.000 /mL Até 10.500 /mL Acima
Bactérias + Raras Acima

FÍGADO Resultado Valor de Classificação


Referencia
AST/TGO 22 U/L 5 a 36 U/L Adequado
ALT/TGP 15 U/L 19 a 44 UL Adequado

Os exames laboratoriais dependem da gravidade da situação: Hemograma


completo com contagem de plaquetas, proteinúria de fita e/ou de 24 horas, creatinina
e ureia, ácido úrico, urina tipo I, perfil hemolítico (DHL), enzimas hepáticas (TGO e
TGP) (KAHHALE, S.,et. al., 2018).
19

O hemograma e os exames referentes ao fígado (TGO e TGP) encontram-se


adequados e dentro dos valores de referência.
A análise da ureia pode ser solicitada quando o paciente apresenta sinais e
sintomas, como: edema nas pernas, tornozelos, pés, braços, mãos, face ou
abdômen, assim como se apresentava a paciente.
Mediante aos níveis fora dos valores de referencia, encontra-se a ureia no
sangue, que se apresenta abaixo do valor de referencia. Normalmente, esse
resultado não é preocupante, pois pode acontecer devido a falta de proteína na
alimentação e outro fator que também pode alterar o resultado da ureia é a gravidez.
Pois, na gestação, ocorre o aumento do fluxo sanguíneo renal, resultando em
redução das concentrações séricas de ureia (MARTINEZ, N., et. al., 2014).
A proteína acima dos valores de referencia da urina, também chamado de
proteinúria, também é justificado pela gravidez e, em casos mais graves de pré-
eclampsia, pois sua positividade é selo de diagnóstico da patologia. (COELHO, T.,
et. al., 2004).
Na urina, as células epiteliais e as bactérias elevadas são as principais causas de
contaminação que podem acontecer no momento da coleta, sendo mais comum em
mulheres, devido a não realização da higiene correta ou não desprezar o primeiro
jato de urina. O que é confirmada contaminação devido a leucócitos normais e
dentro dos valores de referencia (CLÍNICO, 2012).
Quando + ou raras bactérias, ou seja, quando são visualizadas 1 a 10 bactérias
em 10 campos microscópicos observados, geralmente é indicativo de microbiota
normal do sistema urinário, não sendo nenhum motivo de preocupação

3.9.4 - Avaliação Dietética

Na avaliação dietética, a paciente afirmou realizar quatro refeições no dia, que são:
café da manhã, almoço, lanche e janta. Acorda às 09h00min da manhã e dorme
22h30min da noite. Como já estava internada à um dia, não foi realizado o
recordatório 24 horas referente a alimentação dentro de casa, mas sim foi
perguntado o que geralmente costuma comer rotineiramente.

Desjejum (09h30min/10h00min): Cuscuz com margarina + mortadela ou ovo


+ 1 xícara de café com leite
20

Almoço (12h00min) e Jantar (19h00min/19h30min): 2 concha de arroz + 2


conchas de feijão + 1 colher de servir de macarrão + 2 a 3 pedaços de carne/frango
+ 1,5 copos de suco de saquinho.
Lanche da tarde (16h30min): 2 unidades de pão francês com margarina + 1
xícara de café

Foi realizado também um questionário de frequência alimentar, na qual foi


esclarecido o consumo diário de: proteína como carnes/ovos/frangos; cereais e
tubérculos como arroz e mandioca; leguminosas como feijão; frituras, principalmente
nas carnes; e, óleo de cozinha e café preto.
Semanalmente, relatou o consumo de leites e derivados, refrigerantes e
doces, alimentos industrializados (biscoito, salgadinho e miojo), embutidos e
enlatados e manteiga ou margarina. Mensalmente consome frutas e nunca ingere
hortaliças.
A preferência alimentar descrita pela paciente foram: arroz, feijão, macarrão e
batata e aversão somente a legumes. Não foi referida nenhuma alergia ou
intolerância.

Questionário de Frequência Alimentar


Alimento D S M N Observações
Carnes, aves, ovos, X
pescados
Cereais, tubérculos e X Arroz e mandioca
derivados
Leguminosas X Só o feijão
Hortaliças X
Frutas X Melancia, morango,
manga e banana
Leites e derivados X Só no café
Refrigerante e doces X Refrigerante 1 vez na
semana
Doces 2 vezes na
semana
21

Frituras X Nas carnes


Alimentos industrializados X 1 vez na semana
(biscoitos, salgadinhos,
miojo)
Embutidos e enlatados X 1 vez no mês
Manteiga ou margarina X 2 a 3 vezes na semana
Banha de porco, óleo de X
cozinha
Café, chá-mate, chá preto X Chá nunca
Achocolatado X

É a própria paciente que prepara suas refeições, com isso, relatou não utilizar
temperos prontos ou completos, somente naturais. A ingesta hídrica revelada pela
paciente é de 3 copos diários.
Com o questionário de frequência alimentar, observamos a divergência de
algumas informações. A mesma relatou consumo rotineiramente de café com leite,
no entanto, no questionário, o leite aparece semanalmente.
Consumo rotineiro de margarina pela manhã e a tarde, mas na frequência
alimentar, semanalmente.
A mortadela também apareceu como hábito alimentar e no questionário de
frequência alimentar, os embutidos aparecem mensalmente.
.

3.9.5 - Diagnóstico Nutricional Conclusivo.


Paciente adolescente com 34 semanas de gestação, diagnóstico de doença
hipertensiva específica na gestação (DHEG), com edema nos membros inferiores
(MMII) e superiores (MMSS) ++++/4+. Os exames laboratoriais indicam proteinúria, o
hábito alimentar relatou baixo consumo de frutas, verduras, legumes, fibras, baixo
consumo hídrico, alto consumo de sódio e consumo frequente de ultra-processados.
E, apresenta ganho de peso adequado de acordo semanas de gestação, com
exceção das ultimas semanas devido complicações da patologia.
22

3.10. Evolução dietoterápica do paciente.


No hábito alimentar da paciente, foi encontrado o valor energético total
equivalente à 103.281 Kcal, na qual, a proteína ficou com 117,29 g (0,5%);
carboidratos a 25.511,03g (98,8%) e lipídeos 83,99 g (0,7%). Ou seja, uma
alimentação rica em carboidratos simples e baixa em proteínas e lipídeos.

Além disso, deficiências nutricionais como:


 Baixo consumo de cálcio, apenas 384,15 mg, sendo o ideal para a fase da
vida e gestação segundo a DRI, são de 1.300 mg.
 Baixa vitamina A 262,3 mcg e o ideal são 750 mcg.
 Baixa vitamina E 6,2 mg e o ideal são 15 mg.
 E, por fim, alto consumo de sódio, equivalente à 2.253,26 mg, na qual o
ideal seria apenas 1.500 mg.

No Hospital e Maternidade, a dieta ofertada à paciente durante os três dias de


internamento era livre hipossódica, por não possuir nenhuma dificuldade de
mastigação e deglutição e pobre em sódio para melhora do quadro patológico. Ou
seja, a refeição servida não era específica para a paciente, era mesma de todos os
pacientes que recebiam dieta livre (de acordo cardápio da empresa). No entanto, a
única diferença, era que, esses alimentos que vinham não continham sal na
preparação. Com isso, paciente hospitalar com ingesta nutricional adequada e foi
orientada quanto à mudança de alguns hábitos alimentares.

Objetivos da dietoterapia;

1. Aumentar o consumo hídrico


2. Diminuir o consumo excessivo de sódio na alimentação
3. Aumentar a oferta de alimentos com alto teor nutritivo
4. Diminuir o consumo de frituras
5. Evitar o consumo de temperos prontos/completos

Metas da dietoterapia;
23

1. Deixar garrafa de água próximo ou colocar, aplicativo no celular lembrando de


beber água;
2. Evitar alimentos embutidos, processados e ultra-processados como, sucos de
saquinhos, mortadela, presuntos, margarinas, entre outros.
3. Consumo diário de frutas na alimentação, vegetais verdes folhosos e,
legumes e verduras preparados de formas diferentes.
4. Dá preferencia a carnes sempre cozidas ou grelhadas
5. Dá preferencia à temperos naturais, como: Cebolas, alho, salsa, cebolinha,
entre outros.

PRESCRIÇÃO

Encontra-se na 34º SG com um suposto ganho de 13,9


Total de semanas restantes = 6
Programação de ganho de peso para o 3º TRIM = 0,42 kg (0,35 a 0,50)
Ganho programado até o fim da gestação = 6 x 0,35 = 2,1 kg
Já ganhou 13,9 kg e vai ganhar 2,1 kg = Total 16 kg (11,5 a 16 kg)

Para cada 1 Kg são necessárias 6.440 Kcal


Ganho programado de 2,1 Kg x 6.400Kcal = 13.440 Kcal;
Adicional total para 6 semanas;
Adicional energético diário:
6 semanas x 7 dias= 42dias
13.440Kcal / 42 dias = 320 Kcal/dia

NECESSIDADE HÍDRICA
78,9 x 35 = 2,8 litros

NECESSIDADE CALÓRICA DIÁRIA

TMB = (12,2 x 54) + 746


TMB = 658,8 + 746
TMB = 1.404,8
24

(OMS, et. al., 1985; KING et al., 1994).

VET = GE + ADICIONAL ENERGÉTICO (INDIVIDUALIZADO)


VET = (TMB x FA) + 320
VET = (1.404,8 x 1,56) + 320
VET = 2.191,4 + 320
VET = 2.511,4

(FAO/OMS/UNU, 2001)

Levando em consideração o diagnóstico clínico e nutricional e fase da vida da


paciente, a intervenção dietoterápica planejada foi: dieta livre, normocalórica,
normoglicídica, normoproteica e normolipídica. Optou-se por uma dieta livre com o
teor de gordura e sódio reduzido, rica em vitaminas e minerais, considerando a
necessidade estabelecida pela gestante, por entender que as necessidades nessa
fase estão aumentadas em comparação a mulheres não grávidas da mesma faixa
etária, na qual, a quantidade foi ajustada conforme as recomendações da DRI para a
idade e gestação e para tratar o quadro clínico (pré-eclâmpsia). Para um melhor
crescimento e desenvolvimento do feto, foram prescritos alimentos fontes de
vitaminas A, C, D, E, K complexo B, cálcio, fósforo, ferro, zinco e magnésio.

Segundo a DRI 2002, a recomendação de proteínas é normoproteica de 0,8 a


1,0, no entanto há um adicional de 25g/dia no 3º trimestre.

% KCAL/DIA G/DIA G/KG/DIA


PTN 12,5 % 316 79 + AE 1,0
LIP 22,5 % 565,06 62,7 1,16
CHO 65 % 1.632,4 408,1 7,55
25

RECOMENDAÇÕES MACRONUTRIENTES (IOM 2008)


Proteína 10 –15% DO VET
Carboidratos 55 –75% DO VET
Lipídeos 15 –30% DO VET

PLANO ALIMENTAR INDIVIDUALIZADO


PLANO ALIMENTAR

Paciente: Y.A.S
Refeiçõe Preparação Alimentos Medidas caseiras
s
Café da Cuscuz com Cuscuz 1 porção (120 gramas)
manhã ovo cozido Ovo cozido 1 unidade
09h30min Café Café 1 xícara
Arroz integral Arroz integral cozido 2 conchas média
Feijão carioca Feijão carioca cozido 2 conchas média
Carne bovina Carne/frango cozido 1 bife
Almoço Salada rica Alface 2 folhas médias
12h30min Tomate picado 1 colher de sopa cheia
Manga picada 1 unidade
Abacaxi picado 1 fatia pequena
Couve folha Couve folha refogada 1 colher de sopa
Fruta cítrica Laranja 1 unidade
Mamão picado 1 fatia pequena
Salada de Banana picada 1 unidade
Lanche frutas com Morango 4 unidades
da tarde aveia e granola Melancia 1 fatia pequena
15h30min Aveia 3 colheres de sopa
Granola 2 colheres de sopa
Macarrão Macarrão cozido 2 colheres de servir
Feijão carioca Feijão carioca cozido 2 conchas média
Carne bovina Carne/frango cozido 1 bife
Jantar Salada rica Alface 2 folhas médias
19h00min
26

Tomate picado 1 colher de sopa cheia


Manga picada 1 unidade
Abacaxi picado 1 fatia pequena
Suco verde Água, limão, brócolis, 1 copo médio
beterraba e cenoura (200ml)
Ceia Leite 200 ml
22h00min Vitamina de Abacate 1 fatia média
fruta

VALOR Valor estimado Valor calculado Adequação


ENERGÉTICO 2.511,4 kcal 2.553 kcal 101 %

MACRONUTRIENTES
Valor estimado Valor calculado Adequação
Proteína 1,50 g/kg 2,50 g/kg 166 %
Carboidratos 7,55 g/kg 7,07 g/kg 93,6 %
Lipídeos 1,16 g/kg 1,11 g/kg 95,6 %

MICRONUTRIENTES
Valor estimado Valor calculado Adequação
Vitamina A 750 mcg 1.796,71 mcg 239 %
Vitamina C 80 mg 338,76 mg 423 %
Vitamina D 5 mcg 2,64 mcg 52,8 %
Vitamina E 15 mg 12,63 mg 84,2 %
Vitamina K 4.700 g 4.934 mg 104,9 %
Vitamina B1 1,4 mg 1,88 mg 134 %
Vitamina B2 1,4 mg 1,66 mg 118 %
Vitamina B3 18 mg 18,28 mg 101 %
Vitamina B6 1,9 mg 1,84 mg 96 %
Vitamina B9 400 mcg 440,79 mcg 110 %
Vitamina B12 2,6 mcg 1,41 mcg 54 %
Fibras 28 g 81,27 g 290 %
Cálcio 1.300 mg 668,68 mg 51,4 %
27

Fósforo 1.250 mg 1.751,92 mg 140 %


Ferro 27 mg 18,2 mg 67 %
Zinco 13 mg 19,13 mg 147 %
Magnésio 400 mg 570,55 mg 142 %
Sódio 1.500 mg 1.013,97 mg 67,5 %

ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS

 Evitar a utilização de temperos prontos ou completos


 Da preferência a temperos naturais na preparação de refeições, como: alho,
cebola, salsa, cebolinha, entre outros;
 Evitar o consumo de embutidos como: presunto, mortadela, salsicha, salames
e linguiças.
 Evitar o consumo de ultra processados como refrigerantes, sucos em pó,
ketchup, mostarda, molhos de salada, entre outros;
 Evitar frituras na preparação dos alimentos, substituindo por preparações
cozidas ou grelhadas;
 Consumir 2,7 litros de água por dia;
 Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes em geral, diversificando
as preparações;
 Consumir apenas uma opção de carboidratos no almoço e janta: Arroz ou
macarrão ou batata ou mandioca.

3.11. Evolução nutricional do paciente


Todas as refeições ofertadas apresentavam alimentos altamente nutritivos, como
frutas na colação, lanche da tarde e ceia; saladas, verduras e legumes no almoço,
sucos de frutas no almoço, vitaminas de fruta no lanche da tarde, alimentos ricos em
fibras na ceia, como mingaus. Ou seja, foi mudado o quadro de alimentos com
baixos valores nutricionais e/ou uma alimentação rica em carboidratos simples, de
dentro de casa, sendo ofertada uma alimentação mais balanceada e diversificada,
enriquecida com vitaminas, minerais e proteínas, visto que, são nutrientes essenciais
para o organismo materno sustentar um bom e adequado desenvolvimento fetal.
28

Através de todas essas mudanças realizadas, foram repassadas orientações


à paciente com objetivos já pré-estabelecidos. Com isso, foi entregue os cuidados
necessários e mudanças de hábitos alimentares que a mesma deverá realizar sobre
preparações e novo estilo de vida até a chegada do parto, para evitar aumento da
pressão arterial, retorno ao hospital com piora, e para que preserve tanto a sua
saúde, quanto a do bebê que está por vir.

3.12. Conclusão.
Pessoas menos favorecidas, normalmente possuem uma menor disponibilidade
de alimentos nutricionalmente adequados, devido a baixa capacidade de aquisição,
sem contar também em todo o envolvimento cultural e as experiências individuais da
paciente. Tudo isso pode justificar a pouca diversidade do consumo dos principais
grupos alimentares e a elevada porcentagem de inadequação da maioria dos
nutrientes observados, como as baixas adequações para o consumo de vitaminas A,
E, cálcio e alto em sódio. (OLIVEIRA, A., et. al., 2016).
Com isso, a importância da atenção e do acompanhamento pré-natal para
identificar fatores de risco a respeito da pré-eclâmpsia, a fim de investigar e
identificar gestações de riscos. Além de que, estratégias de educação alimentar e
nutricional, como a realizada, com a finalidade de adequar a ingesta alimentar, é
totalmente indispensável por contribuir com um bom prognóstico da doença.
29

3.13 Referências

AMORIM, R. A., PEREIRA, T. A. EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA DO


PARACETAMOL EM COMPRIMIDOS REFERÊNCIA E GENÉRICO. 2019.

BRUNO, R. M. Tratamento da hipertensão grave na gestação: comparação entre


nifedipina e hidralazina. 1990.

CABRAL, A. L. B., ANDRADE RIBEIRO, A., LIMA, L. R. C., DE SOUSA MACHADO,


L. C. A gravidez na adolescência e seus riscos associados: revisão de
literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 6, p. 19647-19650, 2020.

CLÍNICO, E. A. A. M. P. O EXAME DOS ELEMENTOS FIGURADOS DA URINA.


2012.

COELHO, T.M., MARTINS, M.D.G., VIANA, E., MESQUITA, M.R.D.S., CAMANO, L.,
SASS, N. Proteinúria nas síndromes hipertensivas gestacionais: prognóstico materno
e perinatal. Revista da Associação Médica Brasileira , v. 50, não. 2 P. 207-213,
2004.

KAHHALE, S., FRANCISCO, R.P.V., ZUGAIB, M. Pré-eclâmpsia. Revista de


Medicina , v. 97, n. 2, pág. 226-234, 2018.

MARTINEZ, N. F., FILGUEIRA, G. C. D. O., MACHADO, J. D. S. R., SANTOS, J. E.


T. D., SANDRIM, V. C., DUARTE, G., CAVALLI, R. D. C. Características clínicas e
laboratoriais de gestantes com pré-eclâmpsia versus hipertensão
gestacional. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 36, p. 461-466,
2014.

MOURA, E. R. F., OLIVEIRA, C. G. S., CASTRO DAMASCENO, A. K., PEREIRA, M.


Q. Fatores de risco para síndrome hipertensiva específica da gestação entre
mulheres hospitalizadas com pré-eclâmpsia. Cogitare Enfermagem, v. 15, n. 2, p.
250-255, 2010.
30

NASCIMENTO, T. L. C., BOCARDI, M. I. B., SANTA ROSA, M. P. R. Doença


Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) em adolescentes: uma revisão de
literatura. Ideias e Inovação-Lato Sensu, v. 2, n. 2, p. 69-76, 2015.

OLIVEIRA, A. C. M., SANTOS, A. A., BEZERRA, A. R., TAVARES, M. C. M., DE


BARROS, A. M. R., & FERREIRA, R. C. Ingestão e coeficiente de variabilidade de
nutrientes antioxidantes por gestantes com pré‐eclâmpsia. Revista Portuguesa de
Cardiologia, v. 35, n. 9, p. 469-476, 2016.

RÊGO, M. H.; CAVALCANTI, A.; MAIA, E.. Resiliência e gravidez na adolescência:


uma revisão integrativa. PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, Natal, RN, 2018.

SILVA, T. D. Medicamentos sujeitos a controle especial utilizados para tratar


esquizofrenia e disponibilizados pelas farmácias municipais de Itabira-MG. 2020.

TIBIRIÇÁ, E., LESSA, M. A. Medicamentos anti-hipertensivos que atuam no sistema


nervoso central. 075 Measuring blood pressure: the importance of
understanding variation, v. 12, n. 2, p. 93-96, 2005.
31

5 ATIVIDADE DE ESTUDO DE CASO

A nadadora tem um IMC de 26,1 kg/m², o que está na faixa de sobrepeso.

No entanto, seu percentual de gordura corporal é de 21%, que é considerado


saudável para uma mulher jovem e atleta.Os exames laboratoriais mostram valores
dentro dos limites normais, exceto pelas deficiências de algumas vitaminas.

Para calcurlarmos sua necessidade energética diária usamos a fórmula de


Cunningham é:

TMB = 500 + (22 × massa magra em kg). Considerando que a massa magra da
nadadora é de 64,78 kg (82 kg × 0,79, sendo 0,79 a porcentagem de massa magra),
a TMB é de aproximadamente 1912 kcal.

Para calcular a necessidade energética diária, multiplique a TMB pelo fator de


atividade física (1,9 para atletas de alto rendimento): 1912 × 1,9 = 3633 kcal/dia. A
distribuição dos macronutrientes pode ser: 50-60% carboidratos, 15-20% proteínas e
20-30% gorduras.

Considerando as deficiências vitamínicas e a alta demanda


energética da nadadora, pode ser necessário vitaminas suplementares B1, B3, B5,
B6, folato, vitamina B12 e vitamina C para atender às suas necessidades
nutricionais.

Não há evidências de anemia megaloblástica no exame de sangue, já que os níveis


de hemoglobina e hematócrito estão normais.

A carência vitamínica e o aumento dos níveis de homocisteína sanguínea:

A deficiência de vitaminas B6, B9 (folato) e B12 pode aumentar os níveis de


homocisteína no sangue, pois essas vitaminas desempenham um papel crucial no
metabolismo da homocisteína.

Altos níveis de homocisteína estão associados a um risco aumentado de doenças


cardiovasculares.

O nível de vitamina C no sangue é de 25 mg, abaixo do recomendado


para mulheres adultas (75 mg).

Isso indica uma deficiência de vitamina C, que pode levar a sintomas como fadiga,
32

fraqueza muscular e, em casos mais graves, escorbuto.

Plano alimentar:

Café da manhã

Opção 1

Shake com 200 ml de leite desnatado + 2 colheres de sopa de whey protein


(qualquer sabor). Bata no mixer ou liquidificador para dissolver bem o whey
protein + enroladinho com 2 fatias de queijo mussarela light + 2 fatias de presunto
magro.

Opção 2

1 iogurte desnatado + 2 colheres de sopa de whey protein (qualquer sabor). Bata


no mixer ou liquidificador para dissolver bem o whey protein + 2 fatias de queijo
branco light (fatia de 0,5 cm cada) + 4 fatias de peito de peru.

Opção 3

1 taça de mousse de morango de whey protein + 1 ovo mexido.

Lanche da manhã

Opção 1

1 garrafinha de iogurte zero (pode ser com sabor) ou desnatado com adoçante
stevia.

Opção 2

1 polenguinho light + 2 fatias de peito de peru.

Opção 3

1 xícara de leite desnatado com café e adoçante stevia.


33

Almoço

Opção 1

1 filé de frango (100 g) grelhado + salada de folhas verdes (agrião, alfafa, alface,
espinafre, pepino, rabanete, broto de feijão) à vontade.

Opção 2

1 filé mignon (100 g) grelhado + salada de folhas verdes (agrião, alfafa, alface,
espinafre, pepino, rabanete, broto de feijão) à vontade.

Opção 3

4 colheres de atum em conserva (100 g) + salada de folhas verdes (agrião, alfafa,


alface, espinafre, pepino, rabanete, broto de feijão) à vontade.

Opção 4

2 coxas de frango grandes assadas ou cozidas + salada de folhas verdes (agrião,


alfafa, alface, espinafre, pepino, rabanete, broto de feijão) à vontade.

Opção 5

1 filé de salmão ou cação ou sardinha ou pescada (100 g) assado, cozido ou


grelhado + salada de folhas verdes (agrião, alfafa, alface, espinafre, pepino,
rabanete, broto de feijão) à vontade.

Lanche da tarde

Opção 1
34

Shake com 200 ml de leite desnatado + 2 colheres de sopa de whey protein


(qualquer sabor). Bata no mixer ou liquidificador para dissolver bem o whey
protein.

Opção 2

1 iogurte desnatado + 2 colheres de sopa de whey protein (qualquer sabor). Bata


no mixer ou liquidificador para dissolver bem o whey protein.

Opção 3

1 taça de gelatina cremosa de morango com whey protein.

Jantar

Opção 1

Omelete com 2 claras + 1 gema + 1 xícara de verduras cozidas (couve-flor,


brócolis, berinjela).

Opção 2

200 g de filé de pescada ou cação ou merluza ou 100 g de peito de frango


grelhado + salada de folhas verdes à vontade (rúcula, agrião, alface, tomate,
palmito, pepino).

Opção 3

1 filé de frango grelhado (100 g) + 1 prato de sopa de creme de brocolis


35

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O acompanhamento nutricional é essencial para melhorar o estado nutricional dos


pacientes. Diante disso, podemos observar a importância do estágio em nutrição
clínica e nas demais áreas, onde se torna possível o conhecimento prático nas
diversas situações que o profissional nutricionista lida diariamente, estabelecendo
assim uma conduta dietoterápica para os pacientes a fim de recuperar ou manter um
bom estado nutricional.
36

ANEXO - TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO

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