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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO

INDIVÍDUO

AVALIAÇÃO NUTRIONAL EM
ADOLESCENTES

15/08/2013 Profª Daniele Gonçalves Vieira 1 de XX


OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

 A avaliação da condição nutricional aplicada em


estudos populacionais quase sempre utiliza dados
antropométricos associados ou não a inquéritos
alimentares e exames bioquímicos. Na avaliação
individual, os seguintes parâmetros devem ser levados
em conta:

◦ 1. Anamnese clínica e nutricional (quantitativa e


qualitativa).
◦ 2. Exame físico detalhado (busca de sinais clínicos
relacionados a distúrbios nutricionais)
◦ Aferição dos parâmetros antropométricos
◦ 3. Avaliação da composição corporal (antropometria e
exames subsidiários)
◦ 4. Exames bioquímicos
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Fases do Crescimento

• Prematuro: concepto nascido vivo, com 37


semanas ou menos
• Termo: nascido vivo com 37 a 40 semanas
• Neonato: 0-28 dias
• Lactente: 29 dias até 2 anos
• Pré-escolar: 2-6 anos
• Escolar: 7-10 anos
• Adolescente: 10-20 anos

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ADOLESCÊNCIA

• Período da vida caracterizado pelas mudanças


corporais da puberdade:
Intenso crescimento e desenvolvimento

Nutrição Adequada – Necessidade básica para que o


adolescente alcance o máximo de seu potencial
biológico de crescimento e desenvolvimento

• A identificação mais precoce possível dos indivíduos


for a dos limites aceitáveis e com riscos nutricionais
permanece sendo uma prioridade clínica para os
profissionais de saúde.
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ADOLESCÊNCIA

Segundo Tanner & Marshall (1986) acontecem as


seguintes mudanças, nos adolescentes:
 aceleração e desaceleração do crescimento
esquelético;
 alterações da composição corporal envolvendo
esqueleto, músculos e modificações na quantidade e
distribuição da gordura;
 desenvolvimento dos sistemas cardiovascular e
respiratório, proporcionando o aumento de força e
resistência principalmente no sexo masculino;
 desenvolvimento das gônadas, órgãos de
reprodução e caracteres sexuais secundários.
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ADOLESCÊNCIA

O grande incremento do crescimento físico que ocorre


na puberdade, recebe o nome de Estirão Pubertário ou
aceleração da velocidade de crescimento e de
maturação óssea, que compreende 4 etapas:

Período de pré-aceleração,
 Aceleração máxima,
 Desaceleração e
 Crescimento final.

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ADOLESCÊNCIA

 Estas fases tem duração média de 36 meses sendo que o


ganho em altura é de aproximadamente de 10 centímetros
por ano podendo ainda haver um acréscimo de 5 a 8
centímetros durante a fase de desaceleração até a parada
total do crescimento.
 É nessa fase que o indivíduo adquire aproximadamente 50%
do seu peso final e 20-25 % de sua estatura definitiva .
 O Estirão Pubertário ocorre geralmente 2 anos mais cedo no
sexo feminino, podendo iniciar entre 9,5 e 14,5 anos nas
meninas e entre 10,5 e 16 anos nos meninos.
 A velocidade de crescimento pode alcançar aproximadamente
10 centímetros por ano no sexo masculino e de 8 a 9
centímetros no sexo feminino.
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ADOLESCÊNCIA
• Quando se pretende avaliar o crescimento físico envolvendo
estado nutricional na adolescência, além de peso e da estatura
se deve considerar a maturação sexual que é representada
pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários.
• A idade cronológica é importante referencial na infância,
porém na adolescência deixa de ser um parâmetro seguro.
Adolescentes de mesma idade frequentemente estão em fases
distintas da puberdade, pois esta tem início e ritmo de
progressão muito variáveis entre eles.
• Isto quer dizer que adolescentes do mesmo peso, idade e
altura podem se encontrar em momentos diferentes do seu
crescimento, e do desenvolvimento de seus caracteres sexuais.

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Estadiamento puberal

• Em adolescentes recomenda-se a avaliação do


estadiamento puberal de acordo com o
proposto por Tanner
• Em relação ao crescimento estatural, é
importante considerar o desenvolvimento de
mamas em meninas e o crescimento testicular
em meninos

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ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO
SEXUAL OU ESTÁGIOS DE TANNER

• Avaliam as mamas e os pêlos púbicos no sexo


feminino, e os genitais e os pêlos púbicos no sexo
masculino.
• As mamas e os genitais masculinos são avaliados
quanto ao tamanho e forma, os pêlos por suas,
quantidades, distribuição e pigmentação.

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ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO
SEXUAL OU ESTÁGIOS DE TANNER
• A aceleração do crescimento ocorre nas fases iniciais da
puberdade, entre os estágios 2 e 3 de Tanner
• Para mamas: mama 2-M2, onde se vê somente um broto
mamário: aumento inicial da glândula mamária, com
elevação da aréola e papila, formando uma pequena
saliência.
• Para mamas: mama 3 - M3, onde há maior aumento da
mama e da aréola, sem separação de seus contornos.
• A menarca, que geralmente coincide com a fase de
desaceleração do crescimento e com os estágios 4 de
Tanner
• Para mamas: 4 - M4, maior crescimento da mama e da
aréola, sendo que há uma segunda saliência acima do
contorno da mama.

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Desenvolvimento Mamário

• M1 – características infantis; sem alteração.


• M2 – brotos mamários; elevação da auréola.
• M3 – maior mamas e auréola sem separação
dos contornos.
• M4 – separação dos contornos.
• M5 – mamas com aspecto adulto.

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DESENVOLVIMENTO DOS
PÊLOS
• P1- pêlos pubianos ausentes.
• P2- crescimento esparso de pêlos longos,
finos, discretamente pigmentados, lisos ou
discretamente encaracolados, ao longo dos
grandes lábios no sexo feminino e ao longo
da base do pênis no sexo masculino.
• P3- pêlos pubianos mais pigmentados, mais
espessos e mais encaracolados, estendendo-
se na sínfise pubiana.

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DESENVOLVIMENTO DOS
PÊLOS

• P4- pêlos do tipo adulto porém em


quantidade ainda menor do que o adulto, não
atingindo a superfície interna da coxa.
• P5- pêlos adultos em tipo e quantidade
atingindo a superfície interna da coxa. Podem
eventualmente se desenvolverem acima da
sínfise constituindo o estágio 6.

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DESENVOLVIMENTO DOS
GENITAIS
• G1- pênis, testículos e escroto de tamanho infantil.
• G2- aumento de testículos e escroto (pênis não
aumentado), pele do escroto mais fina e
avermelhada.
• G3- continuação do aumento de testículos e escroto
com aumento do pênis principalmente em
comprimento.
• G4- continuação do aumento de testículos e escroto
com aumento do pênis em comprimento e diâmetro,
pigmentação da pele escrotal.
• G5- genitais adultos em tamanho e forma.
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O gráfico abaixo ilustra o comportamento da velocidade de
crescimento estatural em cm/ano em função do
estadiamento puberal

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ESTÁGIOS DE TANNER
SEXO FEMININO SEXO MASCULINO
• Estágio 2 (9-10a) • Estágio 2- inicio do estirão
Estirão máximo ( 11- 12 anos)
• Estágio 3 (11-12a) • Estágio 3- estirão máximo
Desaceleração (13-14 anos )
• Estágio 4/5 (>13a) • Estágio 4- desaceleração
(15-16 anos)-muda de
Maturidade voz
• Estágio 5- maturidade (
>16 anos)

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ANTROPOMETRIA

• O Sistema de Vigilância Alimentar e


Nutricional (SISVAN) é um valioso instrumento
de apoio às ações de promoção da saúde que
o Ministério da Saúde recomenda seja
adotado pelos profissionais da área e pelos
gestores do Sistema Único de Saúde (SUS),
visando ao aumento da qualidade da
assistência prestada à população

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ANTROPOMETRIA

• O Ministério da Saúde adota as


recomendações da Organização Mundial da
Saúde (OMS) sobre o uso de curvas de
referência na avaliação do estado nutricional
de adolescentes.

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Índices antropométricos da adolescência

• Os índices antropométricos mais amplamente


usados, recomendados pela OMS e adotados
pelo Ministério da Saúde na avaliação do
estado nutricional de crianças e adolescentes,
são:

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Índices antropométricos da infância e da
adolescência
 O índice de massa corporal (IMC) para idade expressa a relação
entre o peso e o quadrado da estatura. Utilizado principalmente
para identificar o excesso de peso entre crianças e adolescentes,
tem a vantagem de ser um índice empregado em outras fases da
vida. O IMC para idade é recomendado internacionalmente no
diagnóstico individual e coletivo dos distúrbios nutricionais,
considerando-se que incorpora a informação da idade do indivíduo
e foi validado como indicador de gordura corporal total nos
percentis superiores, além de proporcionar continuidade em
relação ao indicador utilizado entre adultos
 A estatura para idade (E/I) expressa o crescimento linear. Na
condição de índice que melhor aponta o efeito cumulativo de
situações adversas sobre o crescimento, é considerado o indicador
mais sensível para aferir a qualidade de vida de uma população.
Está presente na Caderneta de Saúde do Adolescente
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Diagnóstico antropométrico da
adolescência
 Pontos de corte para a avaliação do estado antropométrico de
crianças e adolescentes segundo cada índice
 A nomenclatura adotada para cada faixa de percentil ou escore z
segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde
 Deve-se dar atenção à evolução do crescimento. Se a linha de
crescimento, no gráfico, for descendente ao longo dos
atendimentos, trata-se de um sinal de alerta, já que a estará
próxima de uma situação de baixo peso para idade ou de baixa
estatura para idade.
 Logo, o intervalo entre os percentis 3 e 15 (isto é, entre os escores z
-2 e -1) é considerado uma faixa importante de vigilância de baixo
peso. Contudo, não se adota mais a classificação de risco
nutricional, como anteriormente

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CIRCUNFERÊNCIAS

 Não fornecem medidas específicas de composição corporal, mas


são úteis para quantificar diferenças interindividuais, permitindo
identificar, dentro de uma população, indivíduos com maior risco
de desnutrição ou obesidade e diferenças intraindividuais durante
o acompanhamento nutricional

 Circunferência abdominal
 A medida da circunferência abdominal em adultos é utilizada como
ferramenta importante para avaliação de risco de doenças
cardiovasculares. No entanto, na infância e na adolescência esse
indicador é pouco empregado, devido à escassez de estudos
associados à variação do crescimento físico em cada faixa etária. A
circunferência abdominal é obtida através da medida da linha da
cintura, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca.

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Circunferência do braço

 A circunferência do braço representa a soma das


áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular
e gorduroso desse membro. É uma medida
complementar, mas pode ser usada isoladamente
como instrumento de triagem ou para
diagnosticar o estado nutricional caso outro
método não possa ser utilizado (como quando
não é possível pesar o paciente, por ele estar
acamado, ou quando o peso está superestimado.
 Em condições de edema generalizado, a
circunferência do braço tem aplicabilidade
limitada.

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Circunferência do braço

 A medida é tomada preferencialmente no braço direito,


que deve estar relaxado e flexionado em direção ao tórax,
formando um ângulo de 90º. Marca-se o ponto médio
entre o acrômio e o olécrano. Depois, o paciente estende o
braço ao longo do corpo, com a palma da mão voltada para
a coxa. Com auxílio de uma fita métrica inelástica
milimetrada, contorna-se o braço no ponto marcado, de
forma ajustada, evitando compressão da pele ou folga

 Como referência para classificação da circunferência do


braço é utilizada a tabela percentilar proposta por
Frisancho (1990). Valores abaixo do P5 são indicadores de
risco de doenças e distúrbios associados à desnutrição e
valores acima do P95 representam risco de doenças
relacionadas ao excesso de peso

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Circunferência muscular do braço (CMB)

 A circunferência muscular do braço (CMB) é uma medida


derivada da circunferência do braço e da dobra cutânea
tricipital (DCT). A CMB é considerada um bom indicador da
reserva do tecido muscular, sem corrigir a área óssea. Sua
aplicação, suas vantagens e desvantagens são iguais às da
medida da circunferência do braço.
 Para referência da classificação da CMB também é utilizada
a tabela percentilar proposta por Frisancho (1990)
 Valores abaixo do P5 são indicadores de risco de doenças e
distúrbios associados à desnutrição. Diferentemente do
que ocorre com as outras medidas, valores acima do P95
não indicam excesso de gordura corporal, visto que se trata
da medida indireta do tecido muscular

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DOBRAS CUTÂNEAS

 As dobras cutâneas são utilizadas para aferir a adiposidade,


baseando-se em dois princípios: a dobra mede as duas
camadas de pele juntamente com a gordura subcutânea de
um ponto específico; aproximadamente metade do
conteúdo de gordura corporal localiza-se nos depósitos
adiposos subcutâneos, relacionando-se diretamente com a
gordura total

 As mais utilizadas para esse fim em crianças e adolescentes


são a tricipital e a subescapular. Estas medidas possuem
referência em tabela percentilar isolada ou na soma das
duas dobras

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DOBRAS CUTÂNEAS

 Também com as duas medidas é possível obter a


porcentagem de gordura corporal através de equações de
predição
 A medida das dobras cutâneas deve ser feita com auxílio de
um calibrador a uma pressão constante de 10 g/mm2, que
é denominado adipômetro, paquímetro ou plicômetro
 A avaliação das dobras cutâneas deve ser feita com cuidado
em razão da grande variabilidade existente inter e intra-
avaliadores
 Essa fonte de erro pode ser minimizada por meio da
padronização dos procedimentos e do treinamento nas
técnicas
 As medidas não são consistentes em estados de obesidade
grave e edema. No entanto, se seguidas as devidas
orientações, são métodos de baixo custo
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DOBRAS CUTÂNEAS

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DOBRAS CUTÂNEAS

• Dobra cutânea tricipital (DCT)


• No mesmo ponto médio utilizado para realizar
a medida da circunferência do braço

• Dobra cutânea subescapular (DCS)


• Marcar o ponto imediatamente abaixo do
ângulo inferior da escápula

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Soma das dobras cutâneas tricipital e
subescapular

• Com a soma dos valores das dobras cutâneas


tricipital e subescapular é possível obter a
porcentagem de gordura corporal. Utiliza-se a
fórmula de Slaughter et al. (1988) na faixa
etária de 8 a 18 anos e a distribuição em
percentis da soma dessas duas dobras em
todas as faixas etárias

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INDIVÍDUO

OBRIGADA!

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