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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS

CURSO: Nutrição
DISCIPLINA: Avaliação Nutricional Avançada
NOME DO ALUNO: Larissa Netto Ribeiro
RA: 2195877
POLO DE MATRÍCULA: Campolim
POLO DE PRÁTICA: Campus - Éden
DATA DAS AULAS PRÁTICAS: 21/10/2023

SOROCABA, 27 DE OUTUBRO DE 2023


ATIVIDADE OBRIGATÓRIA:
Atividade obrigatória 1:

Atividade obrigatória 2:
DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

ROTEIRO: 1 AULA: 1 DATA DA AULA: 21/10/2023

Título da Aula: Anamnese Nutricional e utilização das referências de ingestão

OBJETIVO: Entender a aplicabilidade de uma anamnese nutricional e recordatório


alimentar aplicados ao paciente na consulta.
Material: Calculadora
Exercício 1: Preencha o quadro abaixo simulando uma consulta nutricional
(atividade realizada em dupla).

HISTÓRICO SOCIOECONÔMICO-CULTURAL
Nome: Fabiana Cristina de Melo
Gênero: M ( ) F (x) Etnia: branco
Nascimento: 09/12 /1980 Idade: 42
Nacionalidade: brasileira Naturalidade: Mairinque - SP
Residência: cada
Bairro: Jardim do Passo Cidade: Sorocaba Estado: São Paulo
Condições de saneamento: (x) adequadas ( ) inadequadas
Profissão: estudante Ocupação: auxiliar de administração
Local onde trabalha: escritório Horas de trabalho: 6 horas
Nível de instrução: ( ) fundamental ( ) médio (x) superior ( ) pós-graduação
Completo? ( ) sim (x) não Se não, ainda estuda? (x) sim ( ) não
Se estuda, em qual local? UNIP Horário: Flex
Estado civil: ( ) solteiro (x) casado ( ) amasiado ( ) viúvo ( ) separado
Com quantas pessoas reside? 3 Quem são? Cônjuge e 2 filhas
Meios de locomoção: carro Tempo gasto com locomoção: 30 minutos
Horas de sono: 5 horas Característica do sono: ruim
Atividade física? Musculação Frequência:
3 vezes por semana Há quanto tempo? 3 anos
Atividade de lazer? Passear Frequência: fins de semana Há quanto tempo? 2 anos
Tem religião? (x) sim ( ) não Exige mudança de hábitos? ( ) sim (x) não
Quais são as exigências alimentares? Preferência a ovos Faz uso de algum
medicamento? ( ) sim (x) não Qual(is)? Nenhum Álcool: Há quanto tempo? Não Tipo
e quantidade: nenhum Fumo: há quanto tempo? Nenhum Quantidade: nenhum
Faz uso de alguma droga ilícita? ( ) sim (x) não Qual? nenhum Considera-se
dependente? ( ) sim (x) não Em tratamento? ( ) sim (x) não
Motivo pelo qual procurou assistência nutricional: ganhar peso
HISTÓRICO FAMILIAR
HISTÓRICO CLÍNICO
Histórico de doenças pregressas
Doenças atualmente associadas: nenhum Em tratamento? ( ) sim (x) não
Medicamentos em uso: nenhum
Já ficou internado anteriormente? (x) sim ( ) não
Motivo: Cesária Evolução: boa
Alergias? (x) sim ( ) não Quais? Ibuprofeno em altas quantidades
Vacinação em dia? (x) sim ( ) não Por quê? nenhum
Doenças anteriores deixaram sequelas? ( ) sim (x) não Quais doenças? Nenhum
Quais são as sequelas? nenhum
Acidentes anteriores deixaram sequelas? ( ) sim (x) não Quais acidentes? Nenhum
Quais são as sequelas? Nenhum
Histórico da doença atual
Resultado de exames mais recentes
Exames de imagem: normal
Exames laboratoriais: normal
Em tratamento? ( ) sim (x) não
Medicamentos em uso: nenhum
Revisão dos sistemas
Sistema neurológico
Capacidade cognitiva: (x) boa ( ) regular ( ) ruim Por quê? Nenhum
Estado emocional: (x) bom ( ) regular ( ) ruim Por quê? Nenhum
Em tratamento? ( ) sim (x) não Qual? nenhum
Autonomia: (x) boa ( ) regular ( ) ruim Por quê? Nenhum
Grau de dependência: ( ) parcial ( ) total
Em reabilitação? Não
Comunicação: (x) boa ( ) regular ( ) ruim Por quê? Nenhum
Em reabilitação? Não
Sistema visual
Apresenta dificuldade visual? (x) sim ( ) não
Qual? Astigmatismo Utiliza lentes corretivas? sim
Sistema auditivo
Apresenta dificuldade auditiva? ( ) sim (x) não
Qual? nenhum
Aparelho auditivo? nenhum
Sistema digestório
Dentição: (x) boa ( ) regular ( ) ruim
Prótese? ( ) sim (x) não ( ) total ( ) parcial ( ) fixa ( ) móvel
Deglutição: (x) boa ( ) regular ( ) ruim
Se ruim, qual o motivo?
( ) odinofagia: ( ) leve ( ) moderada ( ) grave
( ) disfagia: ( ) leve ( ) moderada ( ) grave
( ) líquidos ( ) pastosos ( ) sólidos
Digestão: (x) sem queixas
( ) com queixas: ( ) distensão ( ) eructação ( ) dispepsia
( ) pirose ( ) refluxo ( ) náuseas ( ) vômito
Evacuação: (x) sem queixas: Frequência: 1 vez ao dia
Consistência: normal
( ) com queixas: ( ) dor ao evacuar ( ) tenesmo ( ) fezes ressecadas
( ) uso de força ( ) fezes amolecidas ( ) fezes líquidas ( )
Frequência:____________________ ( ) incontinência ( ) urgência fecal ( ) flatulência
( ) presença de sangue ( ) acolia ( ) fezes fétidas ( ) fezes espumosas
Sistema respiratório
Dispneia (x) não ( ) sim: ( ) leve ( ) moderada ( ) grave
Compromete ingestão de alimentos? (x) não ( ) sim
Sistema cardíaco
Última aferição da pressão arterial: 11/6
Sistema urinário
Diurese: (x) sem queixas: Frequência: 6 vezes ao dia Coloração: amarelo claro
( ) com queixas: ( ) dor ao urinar ( ) incontinência ( ) sangue
Percepção de edema? (x) não ( ) sim Local: nenhum
Sistema reprodutor das mulheres
Menstruação: (x) regular ( ) irregular
Sinais de TPM? ( ) não (x) sim: Quais? Irritação
Amenorreia? (x) não ( ) sim: Tempo: nenhum
Sinais de menopausa? (x) não ( ) sim: Tempo: nenhum
Partos anteriores? ( ) não (x) sim: Quantos? 2
Sistema hematológico: normal
Dados de exames recentes: normal
Sistema endócrino
Disfunção glandular? (x) não ( ) sim: Qual? nenhum
Reposição? (x) não ( ) sim: Qual? nenhum
Sistema locomotor
Mobilidade: (x) normal ( ) comprometida ( ) restrito ao leito ( ) cadeirante ( )
muletas/andadores
Grau de dependência: ( ) parcial ( ) total
Em reabilitação? não
HISTÓRICO NUTRICIONAL
Peso atual: 52kg Peso habitual: 56kg Tempo: 6 meses
Perda recente de peso? ( ) não (x) sim
Quanto? 4kg Em quanto tempo? 5 meses
Motivo: estresse
Ganho recente de peso? (x) não ( ) sim
Quanto? Nenhum Em quanto tempo? Nenhum
Motivo: nenhum
Percepção corporal: insatisfeita com o peso
HISTÓRICO DIETÉTICO
Número de refeições por dia
Refeição: café da manhã Local: casa Horário: 6:00
Refeição: lanche da manhã Local: casa Horário: 9:00
Refeição: almoço Local: casa Horário: 13:00
Refeição: lanche da tarde Local: casa Horário: 16:00
Refeição: jantar Local: casa Horário: 19:00
Refeição: ceia Local: casa Horário: 21:00
Tempo de duração: 20 minutos
Companhia de quem? família
Consegue alimentar-se sozinho? (x) sim ( ) não
Ajuda de quem? nenhum
Talheres que usa para alimentar-se: (x) garfo (x) faca ( ) colher
Frequenta: (x) feira livre ou ( ) sacolão Periodicidade: semanal
(x) supermercados ou ( ) vendas de bairro Periodicidade: 3 vezes por semana
( ) outros: nenhum Periodicidade: nenhum
Apetite: (x) bom ( ) regular ( ) ruim
Motivo: sente fome o dia todo
Preferências alimentares: onívora
Alimentos rejeitados: industrializados
Intolerância ou alergias alimentares: nenhum
Mitos ou tabus alimentares: nenhum
Em quais situações ocorre mudança do hábito? Viagens e dias atípicos
Em quais situações omite refeições? Viagens
O que muda nos finais de semana, feriados e férias? Horários das refeições
Ingestão de líquidos: 2 litros/dia
Quais? Água e chás
Em que momento do dia? Água o dia todo e chás ao entardecer e noite
Preferência: (x) doces ( ) salgados
Faz uso de alimentos diet? (x) não ( ) sim
Qual(is)? Nenhum
Por quê? nenhum
Faz uso de alimentos light? (x) não ( ) sim
Qual(is)? nenhum
Por quê? nenhum
Faz uso de suplemento(s)? ( ) não (x) sim
Qual(is)? Vitamina D, enzima Q10, magnésio e ferro
Quem indicou? ortomolecular
Já fez dieta? (x) não ( ) sim
Quem orientou? nenhum
Quais os resultados? Nenhum
Exercício 2: Recordatório de 24h. Calcule as calorias e os macronutrientes do
recordatório de 24h do paciente abaixo (necessário utilizar tabela centesimal de
alimentos).

Identificação do paciente
Nome: JMHR
Data de nascimento: 06/11/1967

Recordatório de 24h

Refeição Local Alimento Quantidade Marca


(medida comercial (se
caseira ou g) houver)

Café da Casa Café infusão 1 xícara de


manhã sem açúcar 200 ml

Pão francês 1 un. (50 g)

Manteiga com 1 colher de chá


sal (15 g)

Ovo mexido 1 unidade


média (50 g)

Mamão papaia 1/2 unidade


(150 g)

Lanche da Casa Banana-prata 1 unidade


manhã pequena (85 g)

Almoço Trabalho Arroz branco 2 colheres de


servir (150 g)

Feijão preto 1 concha (100


g)
Carne moída – 3 col. sopa
acém (150 g)

Abóbora 2 col. sopa (60


cabotian g)
cozida

Lanche da Trabalho Manga tommy 1/2 unidade


tarde (150 g)

Jantar Casa Cuscuz de 1 fatia média


milho cozido (200 g)
com sal

Manteiga com 1 colher de chá


sal (15 g)

Peito de frango
1 filé (170 g)
grelhado

Laranja-lima 1 unidade (80


g)

Tabela Centesimal de Alimentos

Alimento Energia kJ Carboidr Proteína Gordura Fibra (g)


(100 g) (Kcal) ato (g) s (g) (g)

Café 9 38 1,5 0,7 0,1 NA


infusão
sem
açúcar

Pão 300 1254 58,6 8 3,1 2,3


francês
Manteiga 726 3037 0,1 0,4 82,4 NA
com sal

Ovo 240 1005 1,2 15,6 18,6 NA


mexido

Mamão 40 168 10,4 0,5 0,1 1


papaia

Banana- 98 411 26 1,3 0,1 2


prata

Arroz 128 537 28,1 2,5 0,2 1,6


branco

Feijão 77 322 14 4,5 0,5 8,4


preto

Carne 212 889 0 26,7 10,9 NA


moída –
acém

Abóbora 48 201 10,8 1,4 0,7 2,5


cabotian
cozida

Manga 51 212 12,8 0,9 0,2 2,1


tommy

Cuscuz 113 475 25,3 2,2 0,7 2,1


de milho
cozido
com sal

Peito de 159 666 0 32 2,5 NA


frango
Laranja- 46 191 11,5 1,1 0,1 1,8
lima

Fonte: Taco (2011). Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-


content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ ampliada_e_revisada.pdf

Alimento Energia kJ Carboidr Proteína Gordur Fibra (g)


(100 g) (Kcal) ato (g) s (g) a
(g)

Café (9 x 200) (38 x 200) (1,5 x (0,7 x (0,1 x NA


infusão /100 = 18 /100 = 76 200) /100 200) /100 200)
sem kcal = 18 g =3g /100 =
açúcar 1,4 g

Pão (300 x 50) (1254 x (58,6 x (8 x 50) / (3,1 x (2,3 x 50) /


francês / 100 = 50) / 100 50) / 100 100 = 4 g 50) / 100 100 = 1,15
150 kcal = 627 = 29,3 g = 1,55 g g

Manteiga (726 x 15) (3037 x (0,1 x 15) (0,4 x 15) (82,4 x NA


com sal / 100 = 15) / 100 / 100 = / 100 = 15) / 100
108,9 kcal = 455,55 0,0015 g 0,06 g = 12,36
g

Ovo (240 x 50) (1005 x (1,2 x 50) (15,6 x (18,6 x NA


mexido / 100 = 50) / 100 / 100 = 50) / 100 50) / 100
120 kcal = 502,5 0,6 g = 7,8 g = 9,3 g

Mamão (40 x 150) (168 x (10,4 x (0,5 x (0,1 x (1 x 150) /


papaia / 100 = 60 150) / 100 150) / 100 150) / 100 150) / 100 = 1,5 g
kcal = 252 = 13,6 g = 0,75 g 100 =
0,15 g

Banana- (98 x 85) / (411 x 85) (26 x 85) / (1,3 x 85) (0,1 x (2 x 85) /
prata 100 = / 100 = 100 = / 100 = 85) / 100 100 = 1,7 g
83,3 kcal 349,35 22,1 g 1,1 g
= 0,085
g

Arroz (128 x (537 x (28,1 x (2,5 x (0,2 x (1,6 x 150) /


branco 150) / 100 150) / 100 150) / 100 150) / 100 150) / 100 = 2,4 g
= 192 g = 805,5 = 42,15 g = 3,75 g 100 =
0,3 g

Feijão (77 x 100) (322 x (14 x 100) (4,5 x (0,5 x (8,4 x 100) /
preto / 100 = 77 100) / 100 / 100 = 14 100) / 100 100) / 100 = 8,4 g
kcal = 322 g = 4,5 g 100 =
0,5 g

Carne (212 x (889 x 0 (26,7 x (10,9 x NA


moída – 150) / 100 150) / 100 150) / 100 150) /
acém = 318 kcal = 1333,5 = 40,05 g 100 =
16,35 g

Abóbora (48 x 60) / (201 x 60) (10,8 x (1,4 x 60) (0,7 x (2,5 x 60) /
cabotian 100 = / 100 = 60) / 100 / 100 = 60) / 100 100 = 1,5 g
cozida 28,8 kcal 120,6 = 6,48 g 0,84 g = 0,42 g

Manga (51 x 150) (212 x (12,8 x (0,9 x (0,2 x (2,1 x 150) /


tommy / 100 = 150) / 100 150) / 100 150) / 100 150) / 100 = 3,15
76,5 kcal = 318 = 19,2 g = 1,35 g 100 = g
0,3 g

Cuscuz (113 x (475 x (25,3 x (2,2 x (0,7 x (2,1 x 200) /


de milho 200) / 100 200) / 100 200) / 100 200) / 100 200) / 100 = 4,2 g
cozido = 226 kcal = 950 = 50,6 g = 2,2 g 100 =
com sal 1,4 g

Manteiga (726 x 15) (3037 x (0,1 x 15) (0,4 x 15) (82,4 x NA


com sal / 100 = 15) / 100 / 100 = / 100 = 15) / 100
108,9 kcal = 455,55 0,0015 g 0,06 g = 12,36
g
Peito de (726 x (3037 x (0,1 x (0,4 x (82,4 x NA
frango 170) / 100 170) / 100 170) / 100 170) / 100 170) /
= 270,3 = 5162,9 = 0,17 g = 54,4 g 100 =
kcal 4,25 g

Laranja- (46 x 80) / (191 x 80) (11,5 x (1,1 x 80) (0,1 x (1,8 x 80) /
lima 100 = / 100 = 80) / 100 / 100 = 80) / 100 100 = 1,44
36,8 kcal 152,8 = 9,2 g 0,88 g = 0,08 g g

TOTAL 1874,5 11883,25 210,23 g 123,14 g 59,6 g 25,44 g


kcal

Exercício 3: A Miniavaliação nutricional (MAN) (do inglês Mini Nutritional


Assessment — short form (MNA-SF®) além de ser um método de triagem, também
possibilita classificar o risco nutricional e o estado nutricional do indivíduo.
Em dupla, aplique a MAN e avalie o estado nutricional do indivíduo.
Apelido: Gisela Nome: Gisela Cássia Netto
Sexo: F Idade: 67 anos Peso, kg: 62 Altura, cm:
156
A: 2
B: 3
C: 2
D: 2
E: 2
F: 3
Pontuação da Triagem = 14 pontos – estado nutricional normal
Avaliação Global
G: 1
H: 1
I: 0
J: 2
K: 0,5
L: 1
M: 1
N: 2
O: 2
P: 1
Q: 1
R: 1
Avaliação global = 11,5 pontos
14 + 11,5 = 25,5 pontos - avaliação do estado nutricional = estado nutricional normal

Exercício 4: Métodos quantitativos para avaliar a ingestão dietética de indivíduos


Esse método é muito utilizado em pesquisas clínicas e não no atendimento
nutricional diário para avaliação da adequação da dieta; é complexo e analisa o grau
de confiança para concluir que um indivíduo está ingerindo valores similares, acima
ou abaixo de suas necessidades.
Por meio de algumas equações estatísticas, pode-se estimar o grau de confiança
com que a ingestão usual do indivíduo estará acima de suas necessidades ou abaixo
dos valores de Ingestão Superior Tolerável (UL). As equações descritas a seguir não
podem ser aplicadas a todos os nutrientes, pois nem todos apresentam distribuição
normal de ingestão diária e de necessidades. Nesses casos (para as necessidades
de ferro em mulheres que menstruam ou para a ingestão de vitaminas A, B12 e C, por
exemplo), a avaliação individual deve levar em conta outros dados.
Equação para nutrientes que apresentam valores de necessidade média
estimada (EAR).
Quando o nutriente apresentar um valor de necessidade média estimada (EAR),
ele também terá um valor de Ingestão Dietética Recomendada (RDA). Ao avaliar a
adequação do nutriente, não se pode simplesmente afirmar inadequação de consumo
quando o valor encontrado estiver abaixo da RDA. Quando os nutrientes
apresentarem valores de EAR, deve-se seguir as etapas descritas para o cálculo da
probabilidade de adequação da dieta. Primeiramente, deve-se calcular o escore Z a
partir da seguinte fórmula:
Ingestão média observada – EAR
Escore Z = Ingestão média observada – EAR, DP (desvio padrão)
𝐷𝑃𝑑 = √(𝐷𝑃𝑛)2 + [(𝐷𝑃𝑖)/𝑛º𝑑𝑒𝑟𝑒𝑔𝑖𝑠𝑡𝑟𝑜𝑠]

Para o uso dessa equação, são necessários os seguintes dados:


• DP da ingestão ou variabilidade intrapessoal da ingestão: a variação cotidiana da
ingestão do nutriente do indivíduo é um indicador de quanto a ingestão observada
pode se desviar da ingestão habitual. Podem-se utilizar os dados de variação
intrapessoal obtidos em pesquisas populacionais, como os obtidos pelo Continuing
Survey of Food Intakes by Individuals (CSFII) 1994-1996, (Institute of Medicine,
2006);
• Ingestão média observada da dieta do indivíduo a ser avaliado;
• Valor de EAR de acordo com o gênero e a idade do indivíduo a ser avaliado;
• DP das necessidades, ou seja, variação da necessidade entre os indivíduos. Esse DP
é calculado multiplicando-se o coeficiente de variação (CV) do nutriente pela EAR (DP
das necessidades = CV 3 EAR). Alguns CV estão disponíveis no Quadro 1. Quando
o nutriente não estiver nessa tabela, considerar como CV 10% do valor de EAR;
• Número de dias do registro de alimentos ou de recordatório de 24h obtido do indivíduo
a ser avaliado;
• quando o valor resultante da diferença entre a ingestão média observada e a EAR for
alto e positivo, a ingestão estimada é maior que a EAR, havendo probabilidade de
adequação. Quando a diferença for alta e negativa, ocorre a probabilidade de
inadequação. Entretanto, quando o valor se encontrar próximo ao valor de EAR, existe
incerteza sobre a adequação da ingestão do indivíduo.

Quadro 1. Coeficiente de variação das necessidades de nutrientes que apresentam


valores de EAR.

Nutriente com EAR CV (%)

Macronutrientes 15
Carboidrato 12
Proteína 20
Vitaminas 10
Vitamina A 10
Vitamina B6 10
Vitamina B12 10
Vitamina C 10
Vitamina E 15
Folato 10
Niacina 10
Riboflavina 15
Tiamina 20
Minerais 10
Cobre 15
Iodo 10
Magnésio 10
Molibdênio 10
Fósforo
Selênio
Zinco

CV = coeficiente de variação; EAR = necessidade média estimada.


Fonte: Institute of Medicine (2000).
Vamos exercitar essa aplicação. Realize o cálculo e conclua o exercício.
Suponha que uma mulher de 42 anos tenha relatado, por meio de 3 registros
dietéticos, ingestão média de 700 mg de fósforo. Sabe-se que o fósforo apresenta
distribuição normal com coeficiente de variação de 10% e DP de ingestão de 395 mg.
Etapas para avaliar a probabilidade de adequação de fósforo:
• primeira etapa: calcular a diferença entre a ingestão média observada e a EAR:
Diferença = 700 mg – 580 mg
Diferença = 120 mg
• segunda etapa: calcular o DP com base na seguinte equação:
𝐷𝑃𝑑 = √(𝐷𝑃𝑛)2 + [(𝐷𝑃𝑖)/𝑛º𝑑𝑒𝑟𝑒𝑔𝑖𝑠𝑡𝑟𝑜𝑠]
DPn = cv x EAR
DPd = √(10% 𝑥 580) 2 + [(395) 2 ÷ 3]
DPn = 235
• terceira etapa: finalizar o cálculo do escore Z, calculando-se a razão entre a diferença
(ingestão média observada – EAR) e o DP
𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒 𝑍 = 𝐷 ÷ 𝐷𝑃𝑑
Escore Z = 120 / 235 = 0,51
Escore Z = 0,70 = 70% ingestão habitual adequada

Equação para nutrientes que apresentam valores de ingestão adequada (AI)


Quando o nutriente apresenta valores de ingestão adequada (AI), não é possível
estimar as necessidades individuais. A AI representa valores de ingestão (e não das
necessidades) que provavelmente excedem as necessidades de praticamente todos
os indivíduos em determinado estágio de vida e gênero.
Como mencionado, o valor de AI não é muito útil para se comparar a ingestão de
um indivíduo com suas necessidades, pois esses valores excedem, em muito, a
mediana das necessidades. Assim, quando a ingestão de um nutriente é comparada
com a AI, pode-se concluir apenas se a ingestão está acima da AI ou não.
Se, por outro lado, o resultado não demonstrar alta probabilidade de a ingestão
média estar adequada, não é possível afirmar que a ingestão esteja,
necessariamente, inadequada. Nesse caso, será necessário levar em consideração
outros dados do indivíduo para ajudar na interpretação dos resultados.
Em pesquisas clínicas, é possível calcular o escore Z para avaliar o grau de
confiança de que a ingestão do indivíduo ou do grupo estudado esteja acima ou abaixo
do valor de AI.
Vamos exercitar essa aplicação com o exercício a seguir:
Suponha que uma mulher de 34 anos tenha relatado, por meio de 4 recordatórios
de 24h (R24h), ingestão média de 2,1 g de sódio. Sabe-se que o nutriente sódio
apresenta DP de ingestão de 1,839 g para mulheres com idade entre 19 e 50 anos.
Para a avaliação da probabilidade de adequação do nutriente sódio, devem ser
utilizados valores de AI, uma vez que não há valores de EAR disponíveis para esse
nutriente. Quando apenas o valor de AI do nutriente estiver disponível, deve-se utilizar
o escore Z para avaliar a probabilidade de a ingestão ser realmente superior ou não à
AI: Z = (Mi – AI) ÷ (DPi ÷ √n).
Sendo: Mi = valor médio de ingestão obtida pelo inquérito dietético utilizado; AI =
valor de AI segundo gênero e faixa etária; DPi = desvio padrão da ingestão do
nutriente avaliado, obtido em estudos populacionais e que se refere à variação
intrapessoal; 5 n = número de dias de aplicação do inquérito dietético.
Calcule o Escore Z e classifique a ingestão como adequada ou inadequada de
acordo com o Quadro 2:
Z = (Mi – AI) ÷ (DPi ÷ √n).
Z = (2,1 – 1,5) ÷ (1,839 ÷ √4)
Z = 0,65
Z = 0,70 ~ 0,75 = 70% ~ 75%
Escore Z = ingestão adequado

Quadro 2. Valores de escore Z e probabilidade de se concluir corretamente se a


ingestão está adequada ou inadequada.

Escore Z Conclusão Probabilidade de se


concluir
corretamente se a
ingestão está adequada
ou inadequada
> 2,00 Ingestão habitual 0,98
> 1,65 adequada Ingestão 0,95
> 1,50 habitual adequada 0,93
> 1,25 Ingestão habitual 0,90
> 1,00 adequada Ingestão 0,85
> 0,86 habitual adequada 0,80
> 0,68 Ingestão habitual 0,75
> 0,50 adequada Ingestão 0,70
>0 habitual adequada 0,50
> -0,50 Ingestão habitual 0,70
> -0,85 adequada Ingestão 0,80
> -1,00 habitual adequada 0,85
> -1,50 Ingestão habitual 0,93
> -1,65 adequada/ inadequada 0,95
> -2,00 Ingestão habitual 0,98
inadequada
Ingestão habitual
inadequada
Ingestão habitual
inadequada
Ingestão habitual
inadequada
Ingestão habitual
inadequada
Ingestão habitual
inadequada

Fonte: Adaptado de Institute of Medicine (2006).

Outra forma para avaliar a probabilidade da adequação da ingestão utilizando


o método quantitativo em comparação
Segue outro exemplo de como calcular a probabilidade de adequação da dieta pelo
método quantitativo com a seguinte fórmula:
Escore Z = (ingestão média observada – UL) ÷ [(DP da ingestão) ÷ número de
dias do registro de ingestão]
Uma mulher de 40 anos, com ingestão de magnésio de 320 mg/dia, com base em
3 dias de recordatório alimentar.
Para determinar a probabilidade de adequação da ingestão, os seguintes dados
devem ser utilizados:
• Ingestão média observada de 320 mg/dia;
• EAR de magnésio de 265 mg/dia para mulheres de 31 a 50 anos;
• O DP da distribuição das necessidades para magnésio equivale a 10% da EAR, por
tanto, 26,5 mg/dia (Quadro 1);
• A variabilidade intrapessoal do magnésio para mulheres dessa faixa etária é 86 mg/
dia;
• Três dias de recordatório alimentar.
Seguindo a fórmula, calcule a probabilidade de adequação de ingestão do nutriente
magnésio e classifique a ingestão de acordo com o Quadro 3:
Escore Z = (ingestão média observada – UL) ÷ [(DP da ingestão) ÷ número de dias
do registro de ingestão]
Z = (320 – 350) ÷ [(320 ÷ 3) ÷ 3]
Z = - 0,84
Z = ingestão habitual adequada (excessiva)

Quadro 3. Valores de escore Z e nível de confiança para se concluir corretamente


se a ingestão habitual é maior que a ingestão adequada ou menor que o limite
superior tolerável de ingestão.

Escore Z Conclusão Probabilidade de se


concluir
corretamente se a
ingestão habitual é
maior que AI ou menor
que UL

> 2,00 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,98

> 1,65 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,95

> 1,5 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,93

> 1,25 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,90

> 1,00 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,85

> 0,85 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,80

> 0,68 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,75

> -0,5 Ingestão habitual adequada


(excessiva) 0,70

> 0 Ingestão habitual adequada


(excessiva)/ segura 0,50
> -0,50 Ingestão habitual adequada (excessiva)
0,30 (0,70 = probabilidade de a ingestão ser segura)
> -0,85 Ingestão habitual adequada (excessiva)
> -1,00 Ingestão habitual adequada (excessiva)
0,20 (0,80 = probabilidade de a ingestão habitual ser segura)
0,15 (0,85 = probabilidade de a ingestão habitual ser segura)

ROTEIRO: 2 AULA: 1 DATA DA AULA: 21/10/2023

Título da Aula: Avaliação de exames laboratoriais, sinais e sintomas e casos clínicos

OBJETIVO: Entender e interpretar exames bioquímicos e realizar o diagnóstico


nutricional do indivíduo/paciente.

Material: Calculadora

Exercício 1: O interesse e a importância da utilização dos parâmetros bioquímicos,


imunológicos e metabólicos surgem para auxiliar a avaliação do estado nutricional,
uma vez que as alterações bioquímicas podem ser observadas, algumas vezes, antes
das lesões celulares e/ou orgânicas se instalarem no organismo. Mas alguns fatores
e condições podem limitar o uso desses indicadores na avaliação do estado
nutricional.
Complete o quadro de acordo com as especificações:

Parâmetro Objetivo/indicação Limitações ou


contraindicações

Linfocitometria Utilizado para analisar a Apresenta limitações


capacidade imunológica. quanto a precisão em
Ela faz a contagem total algumas situações,
de linfócitos, que reflete o podendo ser influenciado
estado das proteínas por fatores não
viscerais nutricionais, como
infecções, doenças
autoimunes e hepática,
medicamentos, etc

Balanço Nitrogenado Tem o objetivo de avaliar o A limitação está em


balanço proteico e o grau doenças renais ou que
de catabolismo, avaliando apresentem perdas
o grau de equilíbrio anormais de nitrogênio,
nitrogenado. Utilizada como a doença de Crohn,
para verificar a eficácia da intestino irritado, diarreia e
terapia nutricional. fístulas gastrointestinais
Proteínas plasmáticas Seu objetivo é verificar o É limitada por não possuir
estado nutricional - especificidade, já que
desnutrição. Um exemplo pode sofrer influência por
é a transportadora de vários fatores externos,
retinol, indicadora de como hidratação, doenças
estresse metabólico que catabólicas, inflamação e
resultam na liberação de hepatopatias.
citocina, que aumentam a
degradação de proteínas
musculares.

Índice Creatinina/altura É uma medida indireta de Esse indicador possui falta


(ICA) massa muscular e do de especificidade e
nitrogênio corporal para sensibilidade limitada, já
estimar a massa proteica que seus níveis alteram
muscular, indicando quando já há um
catabolismo muscular. comprometimento. Além
Além disso pode ser disso fatores como sexo,
usada como indicador de idade, tipo de dieta,
função renal. fármacos, imobilização,
exercícios físicos e coleta
inadequada de urina de 24
horas podem afetar o
indicador.

Fonte: livro texto

Exercício 2: Caso Clínico


Analise o caso clínico abaixo e responda às questões a seguir.
Paciente M.G.S., 38 anos de idade, sexo feminino, branca, casada, não tem filhos.
HISTÓRIA CLÍNICA: Paciente com diagnóstico de adenocarcinoma hepático,
internada na enfermaria de clínica cirúrgica para ressecção do tumor, cirurgia
programada para 48 horas após a internação. Relata ser tabagista há 15 anos, 01
maço de cigarros ao dia, nega uso de bebida alcoólica. Nega diabetes, HAS, pai
falecido com câncer de fígado.
EXAME CLÍNICO: Emagrecida, porém, apresenta ascite refratária, com sinais
graves de comprometimento neurológico, hipocorada, eupneica, afebril, aceitando
parcialmente a dieta prescrita, hábito intestinal normal: 1 vez/dia. Com fezes de
consistência pastosa Tipo 6 na escala de Bristol.
INGESTÃO ALIMENTAR: < 2/3 das necessidades nutricionais. Conteúdo proteico:
40 g/dia
DADOS ANTROPOMÉTRICOS: Estatura: 1,58 m – Peso habitual: 50 kg – Peso
na Admissão hospitalar: 44 kg – IMC: 17,6 kg/m² – Porcentagem de perda de peso
(%PP): 12% (6 kg) em 3 meses com perda acentuada no último mês – Prega cutânea
triciptal (PCT): 14 mm – hipersensibilidade cutânea: 1.
EXAMES LABORATORIAIS – Proteínas totais: 5,2 g/dL – Albumina: 2,0 g/d –
Bilirrubina: 3,5 mg/dL
Glicemia e função renal: glicose 74mg/dl / Ureia sérica 19 mg/dL / Excreção de
Creatinina 665.1 mg em 24h – Transferrina: 190 mg% – Excreção urinária de uréia:
40 g em 24h
A triagem nutricional foi realizada no primeiro dia de internação. Após a triagem a
paciente foi submetida a uma Avaliação Subjetiva Global (ASG) e recebeu escore C.
A EMTN foi chamada para atendimento à paciente.
a) Com base no caso descrito e nas informações técnicas fornecidas, faça o
diagnóstico nutricional da paciente, classifique-a pelo Child-Pugh e escolha a(s) via(s)
de alimentação (oral, enteral, parenteral). Justifique.
Diagnóstico nutricional: a paciente apresenta um IMC de 17,6 kg/m2, sendo
classificado como peso insuficiente (abaixo do peso); teve perda de 6 kg nos últimos
3 meses e um escore C, indicando desnutrição grave com sinais físicos claros e com
necessidade de tratamento nutricional imediato.
Classificação pelo Child-Pugh: classe C, ou seja, há um grave comprometimento
da função hepática da paciente, com alto risco de complicações graves.

Classificação de Child-Pugh

Pontos 1 2 3 Paciente
Encefalopatia ausente 1-2 3-4 3
hepática¹

Ascite ausente leve moderada/severa 3

Albumina > 3,5 2,8 - 3,5 < 2,8 3

Bilirrubina < 2,0 2,0 - 3,0 >3,0 3


total²

Tempo de 1-4 4-6 >6 -


protrombina³

Total 12 pontos

A: 5 - 6 pontos B: 7 - 9 pontos C: 10 - 15 pontos

Fonte: PUGH et al. (1973, p. 646).


A via de alimentação utilizada seria a enteral, já que a ingestão alimentar está
menor que 60% das necessidades nutricionais. É possível utilizar a via oral para
complementar e manter o sistema digestivo ativo.

b) De acordo com o exame clínico, quais os principais métodos de avaliação


nutricional que devem ser utilizados nesta paciente e quais devem ser evitados para
classificação do seu estado nutricional? Descreva o método e a razão de usá-lo ou
não.
Os principais métodos de avaliação nutricional que poderiam ser utilizados são as
dobras cutâneas, para conferir a massa magra e a circunferência do braço para avaliar
o estado nutricional, pois já que a paciente apresenta ascite as medições de
circunferência na área do abdome são comprometidas
.
c) Para avaliar as possíveis perdas proteicas desta paciente será necessário
avaliar o seu balanço nitrogenado (BN) e índice creatinina-altura (ICA). Calcule o BN
e o ICA, descreva quantos gramas de nitrogênio (N2) ela está excretando por dia, qual
sua % de ICA e classifique-os de acordo com as referências e deve-se calcular o
índice prognóstico desta paciente e classificá-la.
Ingestão proteica 24 horas (g) ÷ 6,25 – nitrogênio ureico urinário 24 horas (g) + 4 g

BN = 40 (g) ÷ 6,25 – 40 (g) + 4 g


BN = -29,6

Quadro 4. Interpretação dos valores do Balanço Nitrogenado

Classificação Valores BN

Normal 0 ou +

Depleção leve - 5 a – 10

Depleção Moderada - 10 a -15

Depleção Grave > -15 (ex: sepse)

Fonte: Bottoni (2002, p. 279).


Quadro 5. Classificação do Balanço Nitrogenado

BN Negativo Ingestão < Excreção Catabolismo

BN Positivo Ingestão > Excreção Anabolismo

BN Equilíbrio Ingestão = Excreção ---------

Fonte: Maicá e Schweigert (2008, p.10).

A paciente apresenta depleção grave, com ingestão menor que a excreção, indicando
catabolismo.
ICA% = Creatinina na urina em 24h (mg) x 100
Creatinina ideal em 24h* (mg)
Fonte: Oliveira (2007, p. 141).
*Cr média: Homem = 18 mg/kg
Mulher = 23 mg/kg
Fonte: Adaptado de Rosa et al. (2008, p. 334).
ICA% = (665,1 x 100) / (23 x 44)
ICA% = 65,72%
Quadro 6. Interpretação do resultado do Índice Creatinina-Altura

80 a 90% Depleção Leve


60-80% Depleção Moderada
< 60% Depleção Severa

Fonte: Kamimura et al. (2009, p. 97).


A paciente encontra-se com o ICA em depleção moderada.

Exercício 3: Caso Clínico


Paciente A.C.M.B., 18 anos, sexo feminino, chega no consultório alegando queda
de cabelo, hemorragias gengivais; seborreia nasolabial, unhas enfraquecidas e xerose
da pele. Relata que estuda no período da manhã e que todas as tardes realiza alguma
atividade (inglês, dança e redação).
Diante desta situação, descreva os nutrientes que possivelmente indicam os sinais
e sintomas dessa paciente.
Queda de cabelo: desnutrição proteica (Kwashiorkor).
Hemorragias gengivais: vitamina C, riboflavina.
Seborreia nasolabial: riboflavina, ácidos graxos essenciais.
Unhas enfraquecidas: ferro.
Xerose da pele: vitamina A.
Fonte: adaptado de: Halsted et al. (1944), Jellife (1966) e Mclaren (1976).

Exercício 4: Caso Clínico


Uma equipe multiprofissional do setor de geriatria realizou o 1º atendimento
ambulatorial de M. R. B., 55 anos de idade, aposentada e sedentária. Durante o exame
clínico, foram observados cabelos quebradiços, mucosas hipocoradas e palidez. A
paciente relatou estar se sentindo muito desmotivada para sair de casa e sente muito
cansaço e sede intensa. Na avaliação clínica apresentou sinais e sintomas, além dos
relatados anteriormente, foi observado pouca salivação, quielite angular nos cantos
da boca, glossite, lesão de pele com prurido e perda de paladar para o sabor salgado.
Os exames bioquímicos mostraram valores de ferritina (9 μg/l) e hemoglobina (9
mg/dl) e Linfócitos (600 por mm³). As hemácias estavam hipocrômicas e microcíticas.
Avaliação nutricional antropométrica:
Peso: 68 kg
Estatura: 1,61 m
% de gordura: 35%
a) Identifique a carência nutricional que a paciente apresenta e dê seu diagnóstico
nutricional.
Os sinais físicos do cabelo quebradiço, mucosas hipocoradas e palidez indicam
deficiência de ferro, além disso os níveis de linfócitos (600 por mm 3) demonstram
deficiência de zinco que está relacionada com deficiência de ferro e hemácias
hipocrômicas e microcíticas.

b) Calcule o IMC desta paciente, descreva seu diagnóstico nutricional e cite 4


(quatro) estratégias e orientações nutricionais para o tratamento imediato dela.
IMC = peso / (altura)2 = 68 / (1,61)2
IMC = 26,25 kg/m2 indicando sobrepeso
Diagnóstico nutricional: o paciente apresenta anemia por deficiência de ferro
decorrente de uma ingestão inadequada e evidenciada por cabelos quebradiços,
mucosas hipocoradas, palidez, hemácias hipocrônicas e microcíticas.
4 estratégias e orientações nutricionais para tratamento:
1. Aplicação do inquérito dietético recordatório de 24 horas;
2. Avaliar anamnese nutricional completa e uma triagem de risco nutricional;
3. Calcular as necessidades energéticas de macro e micronutrientes
4. Elaborar um plano alimentar
No plano alimentar aumentaria o consumo de vitamina C para melhorar a
biodisponibilidade do ferro, e se necessário suplementar o ferro, além de evitar o
consumo de alimentos que afetem a absorção e diminuir as calorias.

Exercício 5: Caso Clínico


Homem de 42 anos, portador do vírus da Aids em processo de internação na
terapia intensiva há 1 mês, foram observados os seguintes dados antropométricos e
de análises bioquímicas:
Peso: 50 kg
Estatura: 1,78 m
Prega Cutânea Tricipital (PCT)= 14 mm
Albumina = 2,6 g (%)
Transferrina = 190 mg%
Leucócitos = 4.000
Hipersensibilidade Cutânea = 4 mm
a) De acordo com a patologia do paciente acima, quais as possíveis causas que
podem estar deteriorando seu estado nutricional? Justifique sua resposta.
A Aids é uma doença que pode afetar o apetite, causar lesões no trato
gastrointestinal e desnutrição proteica, levando a perda de massa muscular

b) Após 2 meses de internação foi realizado um novo hemograma deste paciente.


Os resultados estão apresentados abaixo:
Eritrócitos: 3.510.000 mm3
Hemoglobina: 9,6 g/dL - abaixo dos níveis normais
Hematócrito: 26,00% - abaixo dos níveis normais
VCM: 98,07 fl - acima dos níveis normais
HCM: 39,95 pg - acima dos níveis normais
CHCM: 33,61% - dentro do nível padrão
RDW: 17% - acima dos níveis normais
Observando os índices hematimétricos presentes no hemograma pode-se afirmar
que a anemia apresentada por este indivíduo é por deficiência de quais nutrientes?
Explique como chegou neste diagnóstico.
Os índices hematimétricos indicam uma anemia por deficiência de ferro, os
principais indicadores são o VCM elevado, em que as células são maiores que o
normal, HCM que em níveis elevados também indicam anemia por deficiência de ferro
e RDW elevado em que a alta porcentagem de células de diferentes tamanhos são
um sinalizador.

c) Calcule o Índice Prognóstico Nutricional (PNI) deste paciente e classifique sua


% de risco prognóstico.

PNI = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x T) – (5,8 x HC)


Em que:
ALB = albumina sérica (g%);
PCT = prega cutânea triciptal;
T = ts = transferrina sérica (mg%);
HC = hipersensibilidade cutânea (0 = não reator; 1 = diâmetro da induração < 5 mm;
2 = diâmetro de induração > 5mm)
Interpretação: Alto risco = > 50%
Risco intermediário = 40 a 49%
Baixo risco = < 40%
PNI = 158 – (16,6 x 2,6) – (0,78 x 14) – (0,2 x 190) – (5,8 x 1)
PNI = 60,12% – classificado como alto risco de prognóstico.

Exercício 6: Caso Clínico


Um Nutricionista está trabalhando num centro oncológico com vários pacientes
realizando quimioterapia e radioterapia. O acompanhamento nutricional no período
em que o paciente está fazendo seu tratamento, seja quimioterápico ou radioterápico,
é essencial, tanto para o restabelecimento e/ou manutenção do seu estado nutricional
como no alívio dos sintomas durante o curso da sua terapêutica.
A presença de desnutrição é muito comum na fase inicial do tratamento e essa
condição agrava os efeitos colaterais que possam ser advindos.
Avalie os sintomas descritos pelos pacientes do centro, discuta com o professor e
descreva as recomendações nutricionais para cada caso:
Anorexia: realizar refeições fracionadas, em pequenas porções, melhorar a
apresentação do prato a fim de estimular o paciente e priorizar alimentos com alto
valor nutricional.
Fadiga: refeições compostas por fibras, proteínas e carboidratos complexos, adaptar
a resistência da dieta, receber ajuda para acomodação a mesa (em casos graves levar
a refeição até o paciente) e evitar alimentos e bebidas estimulantes.
Náuseas e vômitos: as refeições devem ser fracionadas e com porções pequenas
com alimentos leves e secos para aliviar as náuseas, beber bastante água, porém
evitando antes e durante refeições.
Alteração de paladar e odor: utilizar condimentos/temperos para melhorar o sabor
da refeição, indicar alimentos frios e cítricos para melhorar o paladar.
Mucosite, estomatite, odinofagia, ulcerações na orofaringe: optar por refeições
com fácil digestibilidade e não irritantes.
Xerostomia: manter hidratado, estimular a produção de saliva com patilhas e balas
sem açúcar e evitar alimentos secos.
Saciedade precoce: aumentar o fracionamento das refeições, evitando consumir
alimentos crus e água durante e antes da refeição.
Diarreia: ingerir fibras solúveis, ingerir bastante água e evitar alimentos laxativos
como leite e gorduras.
Constipação intestinal: ingerir bastante água, consumir fibras e alimentos
probióticos.

Exercício 7: Caso Clínico


Dados pessoais e clínicos: Identificação: M.A.T., gênero masculino, branco, 49
anos, natural de São Paulo (SP), casado, pai de uma filha adolescente. É publicitário,
porém, atualmente, não está trabalhando.
Queixa e duração: Passou mal enquanto fazia um “lanche” com amigos na padaria.
Admitido no pronto-socorro com pressão arterial de 180 x 110 mm Hg, queixa de
hemiparesia direita e rebaixamento do nível de consciência. Foi submetido a uma
tomografia, a qual indicou acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEH)
esquerdo. No dia seguinte, realizou-se drenagem de hematoma. Permaneceu treze
dias entubado, com necessidade de dieta enteral. Após extubação, foi introduzida
dieta via oral, com evolução gradual da consistência.
Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), com baixa adesão
ao tratamento, fibrilação atrial.
Antecedentes familiares: Pai falecido de infarto agudo do miocárdio e mãe
portadora de HAS.
- Predisposição genética
Hábitos de vida: Tabagista e sedentário.
- Risco para doenças cardiovasculares
Medicamentos: Parou de tomar ácido acetilsalicílico (antiagregante plaquetário) e
cloridrato de amiodarona (antiarrítmico), dos quais fazia uso há 2 anos. Faz uso
irregular de captopril, anti-hipertensivo da classe dos inibidores da enzima conversora
de angiotensina (ECA). Durante a internação, passou a tomar todos eles, além de
associar mais dois anti-hipertensivos: anlodipino, da classe dos antagonistas do canal
de cálcio, e clonidina, inibidor adrenérgico de ação central.
Dados antropométricos
Histórico de peso corporal: Peso habitual = 100 kg; Peso atual = 110 kg (medido
em cama-balança); Estatura = 180 cm.
Ao longo da vida e mesmo após a descoberta da HAS, o paciente nunca se
preocupou com o peso corporal.
Avaliação do estado nutricional:
Índice de massa corporal (IMC) = 34 kg/m2 - obesidade grau 2
Circunferência abdominal = 124 cm - elevado = risco aumentado de doenças
cardiovasculares
Circunferência do braço = 32 cm
Dobra cutânea tricipital = 15 mm (entre percentil 50 e 75*)
Área muscular do braço (sem osso) = 49,3 cm2 (entre percentil 25 e 50*) Área
gordurosa do braço = 63,4 cm2 (> percentil 95*)
Dados bioquímicos e clínicos
Exames laboratoriais
Creatinina = 1,54 mg/dL (normal = 0,8 a 1,3 mg/dL) - elevada = indicativo de
comprometimento renal;
Ureia = 44 mg/dL (normal = 15 a 39 mg/dL) - elevado = indicativo de comprometimento
renal;
Potássio = 4,7 mEq/L (normal = 3,5 a 5,0 mEq/L)
Colesterol total = 220 mg/dL (limítrofe = 200 a 239 mg/dL)
HDL-C = 32 mg/dL (baixo = < 40 mg/dL) - baixo = risco de doença cardiovascular
LDL-C = 155 mg/dL (limítrofe = 130 a 159 mg/dL) - limítrofe = fator de risco
Triglicérides = 195 mg/dL (limítrofe = 150 a 200 mg/dL) - limítrofe
Glicemia = 114 mg/dL (normal = < 100 mg/dL) - elevado = decorrente do sedentarismo
Faça o diagnóstico nutricional e comente os dados bioquímicos deste paciente.
O paciente apresenta o IMC de 34 kg/m2 indicando obesidade grau 2, predisposição
genética para HAS por parte de mãe e doença cardiovascular por parte de pai, o
sedentarismo e tabagismo geram risco para doenças cardiovasculares. Pelos
parâmetros há um indicativo de síndrome metabólica pelos valores elevados de
triglicérides, de colesterol, de glicemia e pressão arterial, baixo HDL e circunferência
de cintura acima de 102 cm (forte risco aumentado de doenças cardiovasculares.
Exercício 8: Caso Clínico
Dados pessoais e clínicos: Identificação M.F., 48 anos, gênero masculino, solteiro,
comerciante, natural de São Paulo.
Queixa e duração: Chegou à sua primeira consulta ambulatorial com queixa de
náuseas, apetite reduzido, hálito urêmico, sonolência e cansaço, quadro que teve
início há cerca de três meses e que se intensificou no último mês; conclui-se que o
paciente está apresentando sintomatologia urêmica, desnutrição, hiperpotassemia e
hiperfosfatemia; na data apresenta pressão arterial = 170/110 mmHg e ausência de
edema.
Dados antropométricos
História do peso corporal
Peso atual = 69 kg
Estatura = 172 cm
Avaliação do estado nutricional
IMC = 23,3 kg/m2 (eutrofia)
Adequação do peso = 110% (eutrofia)
Adequação da circunferência do braço = 96% (eutrofia)
Adequação da circunferência muscular do braço = 88% (desnutrição leve) Adequação
da dobra cutânea tricipital = 104% (eutrofia)
Avaliação global subjetiva = 5 (desnutrição leve/moderada)
O hálito urêmico, sonolência, cansaço, hiperpotassemia, hiperfosfatemia e
elevada pressão arterial são indicativos de uma complicação renal crônica. Além disso
a avaliação global subjetiva e a circunferência muscular do braço sugerem desnutrição
leve/moderada.
Recomendação/orientação: encaminhar ao nefrologista, monitorar a pressão
arterial e realizar uma educação alimentar.

ROTEIRO: 1 AULA: 2 DATA DA AULA: 21/10/2023


Título da Aula: Avaliação bioquímica em situações específicas

OBJETIVO: Entender e interpretar exames bioquímicos em situações específicas e


realizar o diagnóstico nutricional do indivíduo/paciente.
Material: Calculadora
Exercício 1: CIRROSE COM ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Paciente: M.C.R., masculino, 65 anos.
Dados clínicos
Queixa principal: Desorientação com alteração do padrão sono/vigília (sonolência
excessiva) e recusa alimentar. Paciente dispneico. Apresenta diarreia.
História de doença pregressa: Cirrose hepática criptogênica. Paciente
acompanhado há um ano no ambulatório de hepatologia em virtude da encefalopatia
hepática (EH) crônica e síndrome hepatopulmonar. Evoluiu com piora da EH e função
hepática. Nega episódios de hemorragia digestiva e ascite.
Diagnóstico clínico: Cirrose hepática descompensada com EH grau II.
Exame Físico
Nível de consciência: desorientado
Cabelos: esparsos e com queda
Olhos e conjuntivas: hipocorados e ictéricos
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: depleção
Lábios: estomatite angular
Língua: sem alterações
Gengivas: sangrantes
Unhas e dentes: sem alterações
Abdome: Escavado, indolor, sem ascite
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 60 kg
Peso usual: 72 kg
Estatura: 1,83 m
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 3,37 milhões/mm³; Hemoglobina: 11,1 g/dL; Hematócrito: 34,10%;
Proteínas totais: 6,7 g/mL; Albumina: 2,6 g/mL; Bilirrubina total: 2,3 mg/dL; Tempo de
protrombina: 15s Globulina: 3,6 g/mL; Colesterol total: 250 mg/dL; LDL-colesterol: 159
mg/dL; HDL colesterol: 30mg/dL; Triglicérides: 44 mg/dL; Glicose: 98 mg/dL; AST: 86
U/I, ALT: 40 U/I; GGT: 58 U/I.
Calcule o IMC e o Child-Pugh e classifique-os, em seguida avalie os exames
laboratoriais, o exame físico e faça o diagnóstico final.
IMC = peso / (altura)2 = 60 / (1,83)2
IMC = 17,32 km/m2 - magreza leve
Tabela 1. Classificação de Child-Pugh.

Classificação de Child-Pugh

Pontos 1 2 3 Paciente

Encefalopatia ausente 1-2 3-4 2 pontos


hepática¹

Ascite ausente leve moderada/sev 2 pontos


era

Albumina > 3,5 2,8 - 3,5 < 2,8 3 pontos

Bilirrubina < 2,0 2,0 - 3,0 >3,0 2 pontos


total²

Tempo de 1-4 4-6 >6 3 pontos


protrombina³

A: 5 - 6 pontos B: 7 - 9 pontos C: 10 - 15 pontos

Fonte: PUGH et al. (1973, p. 646).


Child-Pugh = 12 pontos, classe C descompensação grave
Diagnóstico nutricional: o paciente apresenta IMC 17,32 kg/m 2 apresentando
magreza leve indicando possível desnutrição, o Child-Pugh indica classe C -
descompensação grave e o diagnóstico clínico apresenta cirrose hepática
descompensada com EH grau 2.

Exercício 2: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ASSOCIADO A


DIABETES MELITUS TIPO 2 E DISLIPIDEMIA
Paciente: J.F.L., feminino, 45 anos.
Dados clínicos
Queixa principal: Paciente relata que engordou muito nos últimos 2 anos e se sente
muito cansada quando caminha percursos curtos ou sobe poucos degraus.
Exame Físico
Nível de consciência: LOTE (lúcido, orientado em tempo e espaço)
Cabelos: brilhosos sem queda
Olhos e conjuntivas: sem alterações
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: sem depleção
Lábios: sem alterações
Língua: sem alterações
Gengivas: sem alterações
Unhas: sem alterações
Dentes: presentes, sem alterações
Abdome: sem alterações
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 79 kg
Peso usual: 65 kg
Estatura: 1,55 m
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 4,55 milhões/mm³; Hemoglobina: 14,4 g/dL; Hematócrito: 39,5%;
Proteínas totais: 6,7 g/mL; Albumina: 4,0 g/mL; Globulina: 2,7 g/mL; Colesterol total:
265 mg/dL; LDL colesterol: 161 mg/dL; HDL-colesterol: 40mg/dL; Triglicérides: 295
mg/dL; Glicose: 126 mg/ dL; Ureia: 30 mg/dL.
Sinais vitais
Pressão arterial: 153 x 108 mmHg
Temperatura: afebril
Frequência cardíaca: 95 bpm (70-100 bpm)
Calcule o IMC e classifique-o, em seguida avalie os exames laboratoriais, o exame
físico e faça o diagnóstico final.
IMC = peso / (altura)2 = 79 / (1,55)2
IMC = 32,93 km/m2 - obesidade grau 2;
Exame laboratorial = elevado colesterol, elevado triglicérides, elevado LDL e
elevado;
Exame físico está dentro dos padrões.
Diagnóstico final: o paciente apresenta IMC indicando obesidade grau 2, o exame
laboratorial apresenta riscos para doenças cardiovasculares e principalmente
hiperglicemia indicando diabetes. Além disso os sinais vitais apresentam pressão
arterial elevada possibilitando hipertensão.

Exercício 3: DIABETES MELITUS TIPO 1 COM CETOACIDOSE


Paciente: K.M.O., masculino, 21 anos.
Dados clínicos
Queixa principal: Aumento excessivo de diurese, náuseas com vômitos intensos e
cansaço.
História atual da doença: Paciente relata que no último mês perdeu cerca de 5 kg
sem fazer nenhuma restrição dietética. Há cerca de 10 dias observou a presença de
poliúria com grande volume urinário, polidipsia, astenia, náuseas, inapetência e
vômitos ocasionais, até que, no dia anterior à internação, relata seis episódios de
vômitos em jato não responsivos à medicação antiemética (metaclopramida) e
astenia intensa. No momento da internação a glicemia era de 320 mg/dL, com
glucosúria. Foi feita a hidratação do paciente e administrada a insulina de forma
contínua até a reversão do quadro. Foi prescrita insulina NPH em dois horários, pela
manhã às 6h (antes do desjejum) e à noite às 23h (antes de dormir).
Exame Físico
Nível de consciência: letárgico
Cabelos: brilhosos – sem queda
Olhos e conjuntivas: hipocorados
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: sem depleção
Lábios: sem alterações
Língua: sem alterações
Gengivas: sem alterações
Unhas: sem alterações
Abdome: sem alterações
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 51 kg
Peso usual: 56 kg
Estatura: 1,69 m
Perda de peso: 8,9% em 1 mês
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 4 milhões/mm³; Hemoglobina: 9,50 g/dL; Hematócrito: 33 %; Leucócitos
8.500 mil/mm³; Linfócitos: 3.000 mil/mm³; Plaquetas: 200.000 mil/mm³; Proteínas
totais: 7,5 g/mL; Albumina: 4,0 g/mL; Globulina: 3,50 g/mL; Ferro: 30 µg/dL; Ferritina:
18 µg/ dL; Colesterol total: 180 mg/dL; LDL-colesterol: 110 mg/dL; HDL-colesterol:
65mg/dL; Triglicérides: 180 mg/dL; Glicose: 320 mg/dL; Ureia: 38 mg/dL, Creatinina:
1,5 mg/dL; AST: 15 U/I, ALT: 18 U/I.
Sinais vitais
Pressão arterial: 110 x 70 mmHg
Temperatura: afebril
Frequência cardíaca: 70 bpm (70-100 bpm)
Diagnóstico clínico: Diabetes tipo 1 – cetoacidose diabética – anemia ferropriva.
Calcule o IMC e classifique-o, em seguida avalie os exames laboratoriais, o exame
físico e faça o diagnóstico final.
IMC = peso / (altura)2 = 51 / (1,69)2
IMC = 17,83 km/m2 - magreza leve;
Exame laboratorial: hemoglobina baixa, indica anemia; ferro e ferritina baixa,
indicando deficiência de ferro; glicose elevada, indicando diabetes; ureia e creatinina
elevados indicando desidratação por cetoacidose diabética.
Exame físico: olhos e conjuntivas hipocoradas, relacionada a anemia.
Diagnóstico final: a cetose diabética necessita de hidratação, a anemia por
deficiência de ferro pode ser suplementada por ferro e ter uma orientação nutricional
e a diabete deve ter um tratamento e acompanhamento por um profissional.

Exercício 4: NEOPLASIA DE ESÔFAGO


Paciente: A.J.D.A., masculino, 43 anos.
Dados clínicos
Histórico de doença atual: Dor na barriga e dor para engolir.
Histórico de doença pregressa: Apresentou dois episódios de pneumonia, sendo que
ambos aconteceram há 23 anos. Nega diabetes melitus, hipertensão arterial e
alergias.
Diagnóstico clínico: Carcinoma epidermoide de esôfago.
Exame Físico
Nível de consciência: LOTE
Cabelos: sem alterações
Olhos e conjuntivas: hipocorados
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: depleção
Lábios: sem alterações
Língua: sem alterações
Gengivas: sem alterações
Dentição: incompleta
Unhas: coiloníquas
Fossas supra e infraclaviculares: proeminentes
Perfusão de extremidades: reduzida
Consumo muscular interósseo: ausente
Abdome: escavado, doloroso à palpação
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 51,6 kg
Peso usual: 72 kg
Estatura: 1,64 m
Perda de peso: 28,3% em 3 meses
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 3,5 milhões/mm³; Hemoglobina: 8,9 g/dL; Hematócrito: 28 %; Leucócitos
41,000 mil/mm³; Linfócitos: 2.460 mil/mm³; Plaquetas: 895.000 mil/mm³; Proteínas
totais: 5,6 g/mL; Albumina: 1,8 g/mL; Globulina: 3,8 g/mL; Colesterol total: ND; LDL-
colesterol: ND; HDL-colesterol: ND; Triglicérides: ND; Glicose: 74 mg/dL; Ureia: 55
mg/dL, Creatinina: 1,3 mg/dL; AST: ND, ALT: ND.
Sinais vitais
Pressão arterial: 120 x 80 mmHg
Temperatura: afebril
Frequência cardíaca: 64 bpm (70-100 bpm)
Calcule o IMC e classifique-o, em seguida avalie os exames laboratoriais e o
exame físico e faça o diagnóstico final.
IMC = peso / (altura)2 = 51,6 / (1,64)2
IMC = 19,18 km/m2 - peso saudável;
Exame laboratorial: hemoglobina e hematócrito baixos, indicando anemia,
albumina muito baixa pode significar desnutrição e ureia e creatinina elevados podem
indicar problemas renais.
Exame físico: olhos e conjuntivas hipocorados indicam anemia, depleção na bola
gordurosa de Bichat e musculatura temporal são indicativos de desnutrição e
proeminência nas fossas supra e infraclaviculares indicam perda de massa muscular.
Diagnóstico final: o paciente apresenta o IMC classificado com saudável, mas
perdeu muito peso em pouco tempo (20,4 kg em 3 meses), decorrente de um
carcinoma epidermoide de esôfago (causa dores ao engolir) e apresenta depleção na
bola gordurosa de Bichat e baixo nível de albumina, indicando desnutrição, sendo
necessário um tratamento com uma EMTN.
Além disso o paciente apresenta olhos e conjuntivas hipocorados, hemoglobina e
hematócrito em baixos níveis, indicando possível anemia e ureia e creatinina
elevadas, evidenciando problemas renais.

ROTEIRO: 2 AULA: 2 DATA DA AULA: 21/10/2023

Título da Aula: Outras Variáveis Bioquímicas, Micronutrientes e Indicadores


Prognósticos

OBJETIVO: Entender e interpretar outros parâmetros bioquímicos e realizar


cálculos de indicadores prognósticos do paciente.
Material: Calculadora
Exercício 1: Estudo de caso
Identificação: M.A.T., gênero masculino, branco, 49 anos, natural de São Paulo (SP),
casado, pai de uma filha adolescente.
Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), com baixa adesão
ao tratamento, fibrilação atrial.
Queixa e duração: Passou mal e desmaiou enquanto lavava o carro em casa no
fim de semana. Admitido no pronto atendimento com pressão arterial de 180 x 110
mm Hg, apresentando hemiparesia direita e rebaixamento do nível de consciência.
Foi submetido a uma tomografia, a qual indicou acidente vascular encefálico
hemorrágico (AVEH) esquerdo. No dia seguinte, realizou-se drenagem de hematoma.
Perdeu muito peso durante os treze dias entubado e submetido à dieta enteral.
No 14º dia foram observados os seguintes dados antropométricos e de análises
bioquímicas:
Peso ao internar: 83 kg
Peso atual: 65 kg
Estatura: 1,83 m
Prega cutânea triciptal (PCT) = 16 mm
Percentil 50 de PCT: 12 mm
Albumina = 3,6 (g%)
Transferrina = 160 (mg%)
Leucócitos = 3.500 p/mm³
Linfócitos = 984 p/mm³
Hematócrito = 28 (%)
Circunferência muscular do braço (CMB): 25 cm
Percentil 50 de CMB: 28,1cm
Hipersensibilidade cutânea (HC) = 3,5 mm
Avalie a situação atual do paciente calculando Índice Sugestivo de Desnutrição
(ISD), o Índice de Risco Nutricional (IRN) e o Índice de Prognóstico Nutricional (PNI)
e classifique o risco de desnutrição e a % de risco prognóstico.

FÓRMULAS:
Tabela 2. Variáveis utilizadas para cálculo do ISD proposto por Waitzberg com
respectivas pontuações e pontos de corte.

Variável Pontos de corte e Pontuação


(Fórmula)
Moderadamente Gravemente Reduzido
Reduzido

% Perda de peso (PP) 10 a 20 % Maior que 20%


% PP = (PH – PA) / PH x 1 2
100
%PP = (83 – 65) / 83 x 100
%PP = 21,7%

% Peso corporal ideal 61 a 80 % Maior ou igual a 60 % 2


(peso atual/peso ideal x 1
100)
= (65 / 72,4 x 100)
= 89,77%

% Prega cutânea do 61 a 80 % Maior ou igual a 60 % 2


tríceps 1
(PCT medida/PCT padrão
percentil 50 x 100)
= (16 / 12 x 100)
= 133,33%

% Circunferência 61 a 80 % Maior ou igual a 60 % 2


muscular do braço (CMB 1
medida/CMB padrão
percentil 50 x 100)
= (25 / 28,1 x 100)
= 88,96

Albumina 2,4 a 2,9 mg/dL Menor que 2,4 mg/dL 3


= 3,6 2

Linfócitos 800 a 1199/mm³ Menor que 800 mm³


984
1 2

Hematócrito
= 28

Masculino 37 a 43 Menor que 37

Feminino 31 a 37 Menor que 31

0 1

Total 12 pontos - desnutrição

PA = peso atual (medido no momento da avaliação); PH = peso habitual (que é


aquele que o indivíduo usualmente apresenta quando está saudável); PCT = prega
cutânea do tríceps; CMB = circunferência muscular do braço.
Fonte: Waitzberg (1981); Bottoni et al. (2000, p. 279-94).

Fórmula para PNI:

PNI = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x T) – (5,8 x HC)

Em que:
ALB = albumina sérica (g%); PCT = prega cutânea triciptal
T = transferrina sérica (mg%);
HC = hipersensibilidade cutânea (0 = não reator; 1 = diâmetro da induração < 5 mm;
2 = diâmetro de induração > 5mm)
Interpretação: Alto risco = > 50%
Risco intermediário = 40 a 49%
Baixo risco = < 40%

PNI = 158 – (16,6 x 3,6) – (0,78 x 16) – (0,2 x 160) – (5,8 x 1)


PNI = 47,96, classificado com risco intermediário

IRN = (1,489 x albumina sérica, g/l) + 41,7 x (peso atual/peso usual)


IRN = (1,489 x 3,6) + 41,7 x (65/83)
IRN = 37,88, classificado com desnutrição grave

Permite a seguinte classificação:


a. IRN > 100 = não desnutrido;
b. IRN de 97,5 a 100 = desnutrição leve;
c. IRN de 83,5 a 97,4 = desnutrição moderada;
d. IRN abaixo de 83,5 = desnutrição grave.

Através dos índices é possível afirmar que o paciente apresenta risco de desnutrição
grave e o prognóstico é desfavorável, principalmente porque o paciente teve uma
grande perda de peso.

Exercício 2: Caso clínico


Mulher com 48 anos de idade procurou assistência médica devido à sua palidez e
fadiga aos menores esforços. O exame clínico revelou anemia e o médico solicitou os
seguintes exames laboratoriais:
Hemoglobina: 8,7 g/dL; HCM: 20,2 pg; VCM: 64,5 fl; Leucócitos: 7,7 x109/L;
Plaquetas: 556,0 x109/L; Ferritina: 10,0 mg/L; Ferro Sérico: 6,0 mmol/L; CTLFe: 90,0
mmol/L; Vit. B12: 221,0 ng/L; Folatos: 8,2 mg/L.
Perguntas:
a) Como você faria a interpretação dos resultados laboratoriais?
Os níveis de hemoglobina, ferritina e ferro sérico estão baixos, indicando anemia por
deficiência de ferro, o elevado CTLFe é comum em casos de deficiência de ferro, o
elevado nível de plaquetas pode ser em resposta a um sangramento decorrente de
anemia, e o VCM está elevado indicando que os eritrócitos estão maiores que o
normal, revelando ser uma anemia microcítica.

b) Como você explicaria as causas da anemia?


As principais causas podem ser hemorragia, indicada pelos níveis de plaquetas, uma
alimentação pobre em ferro e/ou uma má absorção de ferro.

Exercício 3: Caso clínico


Homem com 45 anos de idade e há 15 anos diagnosticado como portador de
Doença de Crohn foi submetido a várias cirurgias nos últimos dez anos. Sua mais
recente cirurgia envolveu a ressecção e anastomose do intestino delgado. Os exames
realizados recentemente mostraram os seguintes resultados:
Hemoglobina: 8,9 g/dL; HCM: 27,0 pg; VCM: 92,0 fl; RDW: 20,0 %; Leucócitos: 9,7
x109/L; Plaquetas: 398,0 x109/L; Ferro Sérico: 9,0 mmol/L; Ferritina: 10,0 mg/L;
CTLFe: 80,0 mmol/L; Vt. B12: 12,0 ng/L; Folatos: 1,8 mg/L;
Intérprete esses resultados.
O paciente apresenta níveis baixos de hemoglobina, indicando anemia, os valores de
HCM e VCM estão elevados, mostrando que se refere a uma anemia macrocítica, e
os valores de ferro sérico e ferritina determinam que há deficiência de ferro.
Os resultados indicam uma anemia macrocítica por deficiência de ferro, associado a
doença de Crohn, uma condição inflamatória do intestino que pode afetar a absorção
de nutrientes, neste caso o ferro.
Exercício 4: Caso clínico
Identificação: M.H.A., gênero feminino, 53 anos, casada, dois filhos, bancária
aposentada.
Queixa e duração: Encaminhada ao nutricionista por apresentar
hipercolesterolemia isolada (aumento do colesterol total e/ou LDL-C) e alterações das
enzimas hepáticas (AST e GGT).
Antecedentes pessoais: Apresentando nos últimos anos perfil lipídico alterado,
obesidade visceral e oscilações nos níveis pressóricos (PAS = 120-129 mmHg e PAD
= 80- 84 mmHg).
Antecedentes familiares: A mãe faleceu de derrame aos 66 anos; tio materno por
morte súbita aos 43 anos, sendo o pai vivo e portador de dislipidemia e hipertensão
arterial sistêmica.
Hábitos de vida: Ex-tabagista (abandono do fumo há cinco anos). Fumava em
média dez cigarros ao dia. Consome aproximadamente três latas de cerveja
semanalmente, sobretudo aos finais de semana. Relata comer de tudo, dando
preferência a salgados (pastel, coxinha e empadinha) e doces (chocolate e geleia).
Sedentária, não pratica atividade física desde a adolescência e relata que anda muito
pouco a pé.
Medicamentos: Não faz uso de medicamentos.
Histórico do peso corporal:
Peso atual: 71,1 kg
Peso habitual: 66,0 kg
Estatura: 169,5 cm
A paciente relatou que mantém esse peso há aproximadamente três anos, e o
ganho, conforme relatado, ocorreu em função de dois fatores: menopausa e
aposentadoria.
Avaliação do estado nutricional
Índice de massa corporal (IMC) = 24,8 kg/m² (percentil 50*)
Circunferência abdominal (CA) = 89 cm (percentil 15**)
Dobra cutânea tricipital (DCT) = 17 mm (percentil 15**)
Área muscular do braço (AMB) = 29,2 cm (entre percentil 25 e 50**)
Porcentagem de gordura corporal (%GC): 27,2%
Exames laboratoriais:
Glicemia 86 mg/dL; Ácido úrico 3,4 mg/dL; Colesterol total 257 mg/dL; LDL-C 154,2
mg/ dL; HDL-C 82 mg/dL; TG 89 mg/dL; AST 50 U/mL.
De acordo com as informações fornecidas, faça o diagnóstico nutricional e
comente os exames laboratoriais da paciente.
A paciente apresenta IMC e medidas antropométricas indicando que está eutrófica,
mas os exames mostram que o colesterol e LDL estão elevados aumentando o risco
de doenças cardiovasculares e associando ao caso de hipercolesterolemia isolada.
Além disso os níveis de AST estão elevados, indicando um problema no fígado
proveniente do consumo de álcool.
É recomendado que a paciente seja orientada a mudar seu estilo de vida,
adquirindo uma alimentação com menos teor de gordura saturada, iniciar prática de
atividade física e reduzir o consumo de álcool.

Exercício 5: Caso clínico


Identificação: M.C.K., gênero masculino, 63 anos, casado, três filhos, engenheiro
civil. História clínica: Os sintomas de esclerose lateral amiotrófica (ELA) se
manifestaram há 1 ano e 2 meses, com alteração na fala, caracterizando o predomínio
bulbar. O paciente apresenta fraqueza em membros superiores, fasciculações,
disfagia orofaríngea moderada e dispneia aos pequenos esforços. Necessitava de
ventilação não invasiva noturna (VNIN) e no último mês apresentou uma perda de
peso repentina de 9 kg.
Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica há 12 anos.
Antecedentes familiares: Mãe faleceu de câncer gástrico. Pai falecido subitamente.
Hábitos de vida: Nega etilismo ou tabagismo. É praticante de atividade física
regular. Realiza caminhadas três vezes/semana. Está em atividade profissional como
diretor de construtora civil, trabalhando em média 8 horas/dia, com nível médio de
estresse.
Medicamentos: AAS (ácido acetilsalicílico) 100 mg 1 vez/dia, hidroclorotiazida 1
vez/ dia, oxandrolona 1 ampola a cada 15 dias, riluzol 1 comprimido a cada 12h,
bromoprida 1 comprimido a cada 12h, ranitidina 1 comprimido a cada 12h. Deve-se
notar que a oxandrolona é um anabolizante não esteroide utilizado em pacientes com
doenças neuromusculares com o objetivo de preservar a força muscular por mais
tempo.
Ingestão alimentar: Adequado às necessidades calóricas. Conteúdo proteico: 50
g/dia
DADOS ANTROPOMÉTRICOS: Estatura: 1,86 m; Peso habitual: 78 kg; Peso
atual: 69 kg – IMC atual: 20 kg/m²; Circunferência de braço (CB) = 26,7 cm (percentil
90); Dobra cutânea tricipital (DCT) = 18 mm (percentil 15); Dobra cutânea
subescapular (DCSE) = 18 mm (percentil 50).
EXAMES LABORATORIAIS: Glicemia: 85mg/dL; Hemoglobina: 12,2 g/dL;
Hematócrito: 34,9%; Sódio: 141 mEq/L; Potássio: 4,3 mEq/L; Ureia 73 mg/dL;
Albumina: 4,08 g/dL; Pré albumina: 12 mg/dL; Proteínas totais: 7,4 g/dL; TGO: 27 U/L;
TGP: 49 U/L; Leucócitos: 6.600/mm³; Linfócitos: 21%; Fósforo: 3,8 mg/dL; Cálcio: 10
mg/dL; PCR: 4,5 mg/dL; alfa-1- glicoproteína ácida: 145 mg/dL. Bilirrubina: 3,5 mg/dL;
Excreção de Creatinina 29 mg em 24h; Transferrina: 150 mg%; Excreção de ureia: 15
g em 24h.
Analise o caso clínico e faça o diagnóstico nutricional considerando os exames
laboratoriais, a contagem total de linfócitos (CTL) para avaliar a competência
imunológica do paciente e o índice prognóstico inflamatório e nutricional (IPIN).
IMC = peso / (altura)2 = 69 / (1,86)2
IMC = 20 km/m2 - eutrófico;
Exame laboratorial: TGO e TGP em níveis elevados, indicando que pode haver
lesão hepática, níveis de leucócitos e linfócitos baixos mostrando que há um grau de
comprometimento no sistema imunológico e PCR e alfa-1-glicoproteína ácido
elevados, mostrando que há inflamação;
Diagnóstico nutricional: o paciente apresenta IMC eutrófico, indicativos de lesão
hepático com inflamação e diminuição da competência imunológica. Além disso o
paciente teve perda de 9 kg nos últimos meses, e apresenta fraqueza, dispneia,
disfagia e necessidade de ventilação.
Como houve perda de peso recente e rápida é importante avaliar as possíveis
perdas proteicas deste paciente. Para isto será necessário avaliar o seu balanço
nitrogenado (BN) e índice creatinina-altura (ICA). Calcule o BN e o ICA, descreva
quantos gramas de nitrogênio (N2) ela está excretando por dia, qual sua % de ICA e
classifique-os de acordo com as referências; calcule o índice prognóstico desta
paciente para classificá-la.
Quadro 4. Interpretação dos valores do Balanço Nitrogenado
Classificação Valores BN

Normal 0 ou +

Depleção leve - 5 a – 10

Depleção Moderada - 10 a -15

Depleção Grave > -15 (ex: sepse)

Fonte: Bottoni (2002, p. 279).


Quadro 5. Classificação do Balanço Nitrogenado

BN Negativo Ingestão < Excreção Catabolismo

BN Positivo Ingestão > Excreção Anabolismo

BN Equilíbrio Ingestão = Excreção ---------

Fonte: Maicá e Schweigert (2008, p.10).


BN = Ingestão proteica 24 horas (g) ÷ 6,25 – nitrogênio ureico urinário 24 horas
(g) + 4 g
BN = 50 ÷ 6,25 – 15 + 4 g
BN = -3 = depleção leve, o paciente está em catabolismo

ICA% = Creatinina na urina em 24h (mg) x 100


Creatinina ideal em 24h* (mg)
Fonte: Oliveira (2007, p. 141).
*Cr média: Homem = 18 mg/kg
Mulher = 23 mg/kg
Fonte: Adaptado de Rosa et al. (2008, p. 334).
Quadro 6. Interpretação do resultado do Índice Creatinina-Altura

80 a 90% Depleção Leve


60-80% Depleção Moderada
< 60% Depleção Severa

Fonte: Kamimura et al. (2009, p. 97).


ICA% = (29 x 100) / (18 x 69)
ICA% = 2,09% = depleção severa
REFERÊNCIAS:
1. BOTTONI A.; OLIVEIRA G.P.C.; FERRINI M.T.; WAITZBERG D.L. Avaliação
nutricional: exames laboratoriais. In: WAITZBERG D.L. Nutrição oral, enteral e
parenteral na prática clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2001. p. 279-94.
2. BOTTONI A.; OLIVEIRA G.P.C.; FERRINI M.T.; WAITZBERG D.L. Avaliação
nutricional: exames laboratoriais. In: WAITZBERG D.L. Nutrição oral, enteral e
parenteral na prática clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. p.279-94.
3. Duarte, Sebastião Mauro Bezerra. Avaliação Nutricional Avançada. São Paulo:
Editora Sol, 2021. Disponível em: < https://ava.ead.unip.br/bbcswebdav/pid-
3451426-dt-content-rid-
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%20Avalia%C3%A7%C3%A3o%20Nutricional%20Avan%C3%A7ada/Livro%2
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4. IOM (INSTITUTE OF MEDICINE). Dietary reference intake: applications in
dietary assessment. Washington, DC: National Academy Press, 2000.
5. KAMIMURA, M. A.; SAMPAIO, L. R.; CUPPARI, L. Avaliação nutricional na
prática clínica. In: CUPPARI, L. et al. Nutrição: nas doenças crônicas não
transmissíveis. Barueri, SP: Manole, 2009.
6. MAICÁ, I.; SCHWEIGERT, D. Avaliação nutricional em pacientes graves.
Revista
7. Brasileira de Terapia Intensiva, Rua Joaquim Távora, SP, v. 20, n. 3, p. 10,
jul./set. 2008.
8. MEDICINE IO. Dietary reference intakes. The essential guide to nutrient
requirements. Washington: National Academy Press, 2006.
9. OLIVEIRA, F. Avaliação do estado nutricional: avaliação bioquímica. In: SILVIA,
S. M. C.; MURA, J. D. A. P. (Ed.). Tratado de alimentação, nutrição e
dietoterapia. São Paulo: Rocca, 2007. p. 141-145.
10. Nutrition institute, Nestlé. MNA. Disponível em: <https://mna-
elderly.com/sites/default/files/2021-10/MNA-portuguese.pdf>. Acesso em:
27/10/2023.
11. PUGH R.N.H.; MURRAY-LYON I.M.; DAWSON J.L. et al. Transection of the
esophagus for bleeding oesophageal varices. Br J Surg 1973, 60:646-9.
12. ROSA, G. et al. Avaliação nutricional do paciente hospitalizado: uma
abordagem teórico-prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2008.
13. WAITZBERG D.L. Avaliação nutricional de pacientes no pré e pós-operatório
de cirurgia de aparelho digestivo. Método antropométrico e laboratorial. (Tese
de Mestrado). Universidade de São Paulo, 1981.

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