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ESTÁCIO- SÃO LUIS

COORDENAÇÃO DE NUTRIÇÃO

FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E
DIETOTERAPIA II

Profª MsC Gabriele Rocha

Nutricionista
FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E
DIETOTERAPIA II
 Esta disciplina aborda a fisiopatologia e o tratamento
dietoterápico de enfermidades bastante relevantes
quanto à epidemiologia, impacto socioeconômico e à
qualidade e vida dos pacientes.

 Entre elas, um vasto grupo de Doenças Crônicas Não


Transmissíveis, tais como Diabetes Mellitus,
Hipertensão Arterial Sistêmica e outras Doenças
Cardiovasculares, Doenças Renais e Hepáticas.

 Sistema imunológico, endócrino e situações


críticas, como o trauma.
FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E
DIETOTERAPIA II
 Objetivo Geral:

 Desenvolver competências e habilidades para a


determinação das condutas dietoterápicas específicas às
enfermidades estudadas, com base na compreensão
fisiopatológica destas.
FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E
DIETOTERAPIA II
 Características:
 Fatores fisiológicos nas alterações patológicas,
objetivando preservar, desenvolver e restaurar a
integridade de órgãos, sistemas e funções.

 Carga-horária: 3 créditos teóricos e 1 prático.


- Discussão de casos clínicos e de artigos científicos,
debates sobre os dados do ministério da saúde frente a
epidemiologia das doenças, apresentações de vídeos,
atividades práticas, entre outras atividades.

- Os recursos disponíveis no SAVA como material didático,


vídeos, planos de aula, entre outros.
Ementa
 Doenças das glândulas anexas ao aparelho
digestório (hepatopatias, vesiculopatias e
pancreopatias);
 Diabetes mellitus;
 Enfermidades cardiovasculares;
 Enfermidades respiratórias;
 Enfermidades urológicas e renais;
 Enfermidades imunológicas;
 Situações críticas (trauma, sepse, choque, pós-
operatório e trauma térmico/queimaduras);
 Alterações de glândulas endócrinas.
Sistema de
avaliação

3 notas

AV 1 AV 2 AV 3

O resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir


da média aritmética entre os graus das avaliações,
sendo consideradas apenas as duas maiores notas
obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2
e AV3).

2. Obter grau igual ou


superior a 4,0 em, pelo 3. Frequentar, no
menos, duas das três mínimo, 75% das aulas
avaliações. ministradas.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto.. 4a ed.. São
Paulo: Manole, 2014.

ESCOTT-STUMP, S. Nutrição relacionada ao


diagnóstico e tratamento.. 6a ed.. Barueri, SP: Manole,
2011.

ROSS, A.C.; CABALLERO, B.; COUSINS, R.J.;TUCKER, A.L.;


ZIEGLER, T.R. Nutrição Moderna da Shils: na Saúde e
na Doença.. 11a ed.. Barueri, SP: Manole, 2016.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias e pancreopatias
1. Revisão anatomofuncional da vesícula e do
pâncreas

1.1 VESÍCULA BILIAR


Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias

VESÍCULA BILIAR

 A vesícula biliar é um órgão que se situa


sob a superfície do lobo direito do fígado, e
tem a função principal de concentrar,
armazenar e excretar a bile produzida no
fígado, que vai ser liberada depois das
refeições para ajudar na digestão de
gorduras.
 Bile: possui 3 principais componentes
CONSTITUINTES DA BILE
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 LITÍASE BILIAR
 Entre as refeições, a parede da
vesícula absorve a parte líquida da
bile fazendo com que esta se
torne mais concentrada
(Colesterol e cálcio).

 Esse é o processo da
formação da litíase biliar,
também conhecida como
cálculo biliar ou “pedra na
vesícula”.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias

LITÍASE BILIAR

 A litíase biliar é um depósito de cristais


no interior da vesícula biliar ou nas vias
biliares.

 Quando os cálculos biliares se localizam


na vesícula biliar é chamado de
COLELITÍASE

 Quando se localizam nas vias biliares é


chamado de COLEDOCOLITÍASE.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias

1. COLELITÍASE: formação de cálculos biliares sem


inflamação da vesícula.
 Na maioria dos casos são assintomáticos;
 Podem permanecer na vesícula ou migrar para o
colédoco ou para o duodeno com ou sem
sintomas.
 Dois tipos comuns de cálculos biliares
 Cálculo de colesterol não pigmentado
(colesterol+ bilirrubina+ sais de cálcio)
 Cálculos pigmentados (polímeros de bilirrubina +
sais de cálcio).
Fatores de Risco
Cálculo de colesterol não Cálculos pigmentados
pigmentado

Sexo feminino- Gravidez- Idade- Idade


História familiar
Etnia: índios, escandinavos e Cirrose
mexicanos
Obesidade/distribuição de gordura Anemia falciforme- Talassemia
central
Perda rápida de peso/jejum Infecção dos trato biliar
prolongado/restrição calórica
importante
Drogas: Hipolipemiantes/ Alcoolismo
anticoncepcional oral/ estrógeno.
Infecção crônica de baixo grau Nutrição parenteral prolongada
(altera a capacidade absortiva da
mucosa)
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias

 COLELITÍASE
 Fatores de risco alimentar:

 Dieta pobre em fibras


 Alto teor de gordura (especialmente saturada)
 Grande quantidade de consumo de PTN animal

 CARBOIDRATOS REFINADOS AUMENTAM 60% O


RISCO!

KRAUSE, 2014.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
TRATAMENTO:

 O tratamento mais comum é a COLECISTECTOMIA.


 Esta pode ser feita por via clássica ou via laparoscópica
(laparotomia ou laparoscopia), senda que esta última a
mais recomendada já que tem uma recuperação mais fácil e é
menos dolorosa.

 Emprega-se medicamentos como analgésicos e


antiinflamatórios para ajudar o paciente a suportar o episódio
de cólica.

 Os indivíduos assintomáticos, a retirada cirúrgica da vesícula


(colecistectomia) não é indicada.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
TRATAMENTO:
 Em algumas condições em que o cálculo é constituído
apenas por colesterol, pode ser feito o uso de
medicamentos que o diluem.

 Litotripsia: bombardeamento das pedras por ondas de


choque visando à fragmentação do cálculo o que torna
sua eliminação pela urina mais fácil.

 Cirurgia percutânea ou endoscópica: por meio do


endoscópio e através de pequenos orifícios, o cálculo
pode ser retirado dos rins após sua fragmentação.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
Tratamento Nutricional após a

COLECISTECTOMIA: a bile é secretada
diretamente no intestino.

 Alimentação retorna a via oral após retorno da


peristalse e retirada da sonda gástrica de drenagem,
caso presente.
 Nos primeiros 10 a 15 dias dieta hipolipídica.
 Atenção ao risco de ESTEATORRÉIA.
 Adaptação do organismo a digestão de gordura
ocorre em média após 2 meses.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
2. COLEDOCOLITÍASE: Ocorre quando há
deslocamento de algum cálculo da vesícula para o
colédoco, podendo causar obstrução, dor e cólica.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 COMPLICAÇÕES:

 Colecistite Aguda ou Crônica: é a inflamação da


vesícula, ocorre quando o cálculo fica preso na saída da
vesícula
 Essa obstrução faz com que a bile fique estagnada levando a
obstrução das paredes da mucosa e Icterícia (bile extravasa
para corrente sanguínea).

 Colangite: é a infecção dos canais biliares por bactérias


devido a bile que fica estagnada por causa da obstrução.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das glândulas anexas:
vesiculopatias epancreopatias

SINTOMAS
Cólica biliar: é uma dor aguda e contínua, localizada na
topografia da vesícula biliar ou acima do umbigo, podendo
irradiar para a escápula direita.
Na maioria das vezes, a dor aparece depois de re feições gordurosas e
refeições após jejum prolongado.
Sua duração é normalmente de 1 a 5 horas, mas em casos em
que essa dor persistir por mais de um dia deve ser pensado a
possibilidade de ser colecistite ou inflamação aguda.
Náuseas e vômitos. Em casos em que há inflamação dos canais ou
da vesícula biliar, pode ocorrer febre. Se a febre for
muito alta e acompanhada de calafrios, pode indicar colangite
(coledocolitíase).
Amarelamento da pele e da parte branca do olhos (icterícia)/
Inchaço abdomin/Fezes com cor de argila/ Náusea e vômitos.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 Sintomas:
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 Diagnóstico:

 Ultrassonografia
 Colecistografia
 Urografia excretora

 O médico também poderá pedir alguns exames de


sangue, para medir a quantidade de bilirrubina e de
enzimas pancreáticas presentes na corrente sanguínea.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
CUIDADO NUTRICIONAL Não há necessidade de uma dieta
Colecistite hipolipídica em pacientes
submetidos a colecistectomia;
Cabe a equipe avaliar cada
 Objetivos: paciente individualmente.
(MENEZES ET AL., 2012).
 Perder excesso de peso
 Evitar jejum grave e perdas rápidas;
 Restringir alimentos que causem desconforto
gástrico;
 Superar má absorção (pouca ou nenhuma bile);
 Prevenir a obstrução, câncer e pancreatite;
 Fornecer vitaminas lipossolúveis.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 CUIDADO NUTRICIONAL

Colecistite aguda:
 Jejum na crise aguda;
 Dieta com controle calórico e balanceada;
 Dieta hipolipídica (30 – 45g/dia) VO
 Reduzir estímulo da vesícula biliar;
 Dieta pouco condimentada e poucas hortaliças
produtoras de gás (distensão e irritação);
 NP: paciente desnutrido ou sem VO por longo tempo;
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 CUIDADO NUTRICIONAL

Colecistite crônica:
 Gorduras e calorias controladas à longo prazo 
Estimular drenagem da vesícula dolorida;
 Lipídeos: 25 – 30% VET
 Adequada em CHO e fibras solúveis  se liga à bile em
excesso;
 Avaliar intolerância alimentar  flatulência e inchaço;
 Administrar vitaminas lipossolúveis na forma
hidrossolúvel  quando há suspeita de má absorção de
gorduras.
Aula 1. Introdução à disciplina e patologias das
glândulas anexas: vesiculopatias epancreopatias
 CUIDADO NUTRICIONAL

COLESTASE
 Objetivos:
 Retorno da função hepática normal e do fluxo da bile;
 Corrigir má absorção, esteatorréia (quando presente) e
deficiências;
 Prevenir falência hepática;

 Dieta e Nutrição:
 Fase aguda ou dor: dieta hipolipídica;
 Refeições pequenas e lanches - melhor tolerados;
 Alimentação enteral se a NPT tiver sido a causa.
 CUIDADO NUTRICIONAL
COLELITÍASE
- Perda de peso gradual e em longo tempo:
-Rápida perda de peso: depósito biliar  cálculo biliar;
- Dieta deve incluir gordura para a manutenção de contrações
vesiculares  evitar estase;
- Dieta hipogordurosa quando há dor após refeições gordurosas:
- Ingestão elevada de gordura por longo período: estímulo
constante de produção de colesterol para ressíntese de bile
 predisposição à formação de mais cálculos;
- Dieta rica em fibras e pobre em calorias, quando necessário:
- Vitaminas lipossolúveis na forma hidrossolúvel.

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