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BARIATRICA
Cirurgia Bariátrica
Ano 1, Nº 1 - 2020
O que é • Quem pode fazer • Tipos indicados
FOCO NA ”Fiz a
ALIMENTAÇÃO bariátrica,
Siga as dietas mas engordei
à risca para de novo”
não prejudicar O tratamento
a sua saúde com argônio
é indicado
nesses casos,
mas há
restrições!
r ec id o p e lo SUS,
Ofe
ét o d o co m bate a
om tr as
obe s id a d e e ou
n ç as p er ig o sa s!
doe
Uma opção
contra a
obesidade
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o número
de cirurgias bariátricas cresceu quase 85% nos
últimos sete anos. Ou seja, o procedimento é
cada vez mais comum no País e é considerado,
entre os especialistas, uma das melhores
formas de tratar a síndrome metabólica, já que
foto 279photo Studio/Shutterstock Images
jaque.lopes@astral.com.br
Índice
3 Indicações
Entenda as particularidades
da cirurgia bariátrica e
9 Depois da cirurgia
Os cuidados pós-bariátrica
são variados e garantem a
14 Plasma de argônio
Saiba mais sobre a técnica
que ajuda pacientes
quando o procedimento é saúde do indivíduo nos reincidentes
recomendado anos seguintes
6 Preparação e tipos
A cirurgia pode ser feita 12 Preocupação estética
Com a perda de peso,
15 Ajuda psicológica
O acompanhamento
multidisciplinar é essencial
de diferentes formas de aderir às plásticas para o sucesso da cirurgia
acordo com a situação contribui com a aparência
de cada paciente e autoestima
Atenção!!!
Esta revista tem caráter informativo e baseia-se em dados seguros e consultorias
de profissionais especializados, com o intuito de se tornar uma referência para
a prevenção de doenças e a conscientização sobre cuidados com a saúde. Confira mais assuntos de saúde
No entanto, nenhum conteúdo publicado deve substituir a medicação
prescrita e o acompanhamento de um médico. no portal altoastral.com.br. Aí, é
Em relação aos alimentos, procure um especialista para saber sobre a quan- só aproveitar todas as dicas para
tidade indicada de acordo com sua necessidade!
ter mais qualidade de vida!
Indicações
Quem pode
fazer a cirurgia
bariátrica?
Por maiores que sejam os benefícios, existem casos
em que o procedimento não é a melhor opção
Texto Guilherme ramos/Colaborador Design GABRIEL ELI
N
o Brasil, o número de pessoas que buscam pela cirurgia bariátrica está em ascensão. De acordo com
dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), de 2011 até 2018 a busca
de pacientes cresceu quase 85%. Entretanto, existem circunstâncias em que não é recomendado que o
paciente seja operado. Conheça esses casos e entenda por que a bariátrica é tão procurada..
Indicações
• 2011: 34.629
operações
• 2018: 63.969
operações
• O total de
pacientes
entre 2011 e
2018 foi de
424.682
• No Brasil,
13,6 milhões
de pessoas
estão aptas
para a
cirurgia
Quando a pessoa está Quais são os
apta ao procedimento? cuidados pós-cirurgia?
De acordo com a endocrinologista Mayra “As mudanças vividas pelo paciente são
Marcena, os candidatos à cirurgia devem fazer imensas. E isso já se inicia no primeiro dia
o pré-operatório adequado para confirmar pós-operação, quando ele aprende a se ali-
a aptidão do paciente e, assim, garantir as mentar novamente”, afirma Felipe. A mudança
chances de sucesso: “A avaliação deve ser de hábitos está relacionada com o sucesso
multidisciplinar, com o objetivo de identi- após a cirurgia, já que é necessário que a
ficar qualquer fator que possa interferir no alimentação continue para os benefícios do
resultado da cirurgia”, completa. procedimento. “Em um primeiro momento,
O acompanhamento com uma equipe os cuidados se relacionam, acima de tudo,
multidisciplinar, de acordo com o cirurgião, para evitar complicações cirúrgicas”, completa
é de suma importância no preparo cirúrgico. o especialista.
“Essa junta médica é quem garante o sucesso Com a mudança no tamanho do estô-
de todo o processo preparatório (desde a mago, as refeições passam a ser menores e
indicação da cirurgia até a alta do paciente) a saciedade também é precoce. Com isso,
e, acima de tudo, no pós-operatório”, afirma. a qualidade do sono também é favorecida.
Além da preparação física, quem procura Entretanto, de acordo com o cirurgião, po-
pela bariátrica também deve fazer uma ava- dem surgir restrições alimentares. Depois de
liação psicológica antes do procedimento. algumas semanas, os cuidados passam a ser
Mayra afirma que, em casos específicos, al- relacionados, principalmente, à manutenção
guns quadros têm chances de se agravarem. da boa alimentação.
Homens x Mulheres
Por mais que o índice de obesidade entre os sexos esteja em níveis semelhantes (19,6%
para as mulheres e 18,1% para os homens), são elas quem mais buscam a cirurgia bariátrica.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM),
em 2017, o número de pacientes homens era de apenas 25%, enquanto as mulheres
representavam 75% das pessoas operadas.
Consultoria Felipe Monteiro, gastroenterologista, especialista em cirurgia geral e professor da Universidade Positivo; Mayra Marcena, endocrinologista
Fonte Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) IMAGENS Crystal Eye Studio, MAD.vertise e tymis/Shutterstock Images
bariátrica
Contra a Diferentes
tipos da
operação são
obesidade realizados
no Brasil.
Para todos
os casos,
Texto João Macruz e heytor campezzi/Colaboradores Design adriana oshiro
o preparo
cirúrgico é
fundamental
A
cirurgia bariátrica é considerada um método provadamente
eficaz no tratamento da obesidade há anos. O procedimento
se consolidou no Brasil em meados dos anos 1990, período
em que a comunidade médica desenvolveu intervenções mais
seguras e com taxas de sucesso satisfatórias. Hoje, devido à variedade
de técnicas empregadas, pode receber diferentes classificações. Cada
uma delas é baseada em procedimentos específicos, ainda que, no
fim, todas ofereçam o mesmo resultado: a perda de peso.
1
O conceito com a comida, mas continua secretando
De acordo com a Sociedade Brasileira de enzimas digestivas. O intestino delgado é
Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), costurado na primeira metade do estômago
as intervenções podem ser realizadas de para encurtar o trajeto percorrido pelos ali-
três formas: utilizando técnicas restritivas, mentos. Isso faz desse procedimento o mais
disabsortivas ou mistas. praticado no país (corresponde a cerca de
Quando somente o estômago é alterado, a 75% das cirurgias realizadas), pois, devido
cirurgia é chamada de restritiva. Nesse pro- às alterações estruturais e hormonais que
cedimento, reduz-se o tamanho do órgão para provoca, consegue fazer o paciente sentir
que o consumo de alimentos sólidos e pastosos menos fome. Desvio bypass gástrico
diminua. Ou seja, se a cavidade dentro do 2. Gastrectomia vertical (Sleeve)
2
estômago é menor, uma pequena quantidade É a segunda intervenção bariátrica mais
de alimentos já é suficiente para proporcionar recorrente em clínicas nacionais. Trata-se
saciedade. Assim, comendo menos, o paciente de uma técnica restritiva em que também
pode perder peso mais facilmente. se divide o estômago em duas porções, mas,
Por outro lado, se a cirurgia pertence ao nesse caso, uma delas - aproximadamente
tipo disabsortivo, a parte digestiva modi- 80% do órgão - é removida definitivamente.
ficada é o intestino delgado. Diminui-se a A parte restante ganha a aparência de um
absorção de nutrientes para facilitar o ema- tubo vertical, conectando o esôfago ao in-
grecimento. O intestino delgado, formado por testino delgado. Esse procedimento retira a
uma longa faixa de células absortivas, é quem área do estômago que produz o hormônio Gastrectomia Vertical
mais retém os componentes que digerimos. grelina, conhecido por estimular o apetite. (Sleeve)
No procedimento, são feitos “desvios” no 3. Duodenal switch
órgão, de modo que os alimentos percorram Representando apenas 5% dos procedi-
3
um caminho menor e passem menos tempo mentos, segundo dados da SBCBM, o duo-
dentro dele. Ao contrário da técnica restritiva, denal acontece em dois passos: é feita uma
a disabsortiva não interfere na quantidade gastrectomia vertical, em que se retira 60%
de alimentos que o paciente ingere. O que do estômago, e, em conseguinte, é realizado
acontece é uma redução na absorção, o que, um desvio no intestino. “Essa técnica era
por consequência, prepara o terreno para o feita em pacientes muito obesos e, para isso,
emagrecimento. havia uma desabsorção muito grande no
Há ainda a possibilidade de os dois pro- intestino. Isso levava à desnutrição grave e
cedimentos serem usados em uma mesma à deficiência de vitaminas - principalmente
cirurgia. Nesse caso, ela é chamada de mista, as lipossolúveis, como A, D, E e K”, afirma Duodenal Switch
pois tanto reduz o tamanho do estômago, a cirurgiã Adriana Meneses
quanto modifica o trânsito intestinal. 4. Banda gástrica ajustável
4
Essa técnica consiste na colocação de
Os tipos de cirurgia um dispositivo de silicone na área superior
Atualmente, o Conselho Federal de Medici- do estômago. Embora esse anel evite cortes
na (CFM), órgão que regulamenta a atividade e retirada de parte do órgão, pode ser um
médica no Brasil, autoriza a realização de empecilho. De acordo com Adriana, essa
quatro procedimentos: cirurgia pode acarretar no deslocamento do
1. Desvio bypass gástrico dispositivo e na obstrução intestinal (decor-
É uma técnica mista na qual, inicialmen- rente da migração da banda). Por isso - e por
te, divide-se o estômago em duas partes. A apresentar uma redução de apenas 20% do
primeira, de volume reduzido, é ligada ao peso do paciente - essa técnica representa Banda
esôfago, de onde vêm os alimentos; a segun- apenas 1% das cirurgias feitas no país, de Gástrica Ajustável
da, de tamanho maior, não entra em contato acordo com a SBCBM.
bariátrica
Como ocorre
a fase pré-operatória
“O processo pré-cirúrgico pode durar,
em média, dois anos”, afirma o gastroen-
terologista Felipe Monteiro. Portanto, não
é apenas sentar na mesa operatória no
mesmo dia em que marcou o tratamento!
Mas por que essa demora? A fase pré-
-operatória envolve várias vertentes.
Nela, são trabalhados tanto a mente
quanto o corpo. “Nesse período,
são exercitadas questões impor-
tantes voltadas inteiramente
ao paciente e ao ambiente que
o cerca. São estudados distúr-
bios compulsivos, por exemplo, e
expectativas futuras. A cirurgia não é uma
saída milagrosa”, ressalta o especialista.
Adriana Meneses cita alguns assuntos
abordados no período de pré-operatório:
• Embora não seja obrigatória a perda
de peso antes da cirurgia, pacientes que
reduziram até 10% da sua massa inicial no
pré-cirúrgico podem passar por cirurgia com
menos complicações.
• Além disso, Adriana afirma ser extrema-
mente importante que o indivíduo procure um
psicólogo e uma nutricionista; e que a cirurgia
bariátrica só seja feita após o aval desses pro-
fissionais “O paciente deve estar muito bem
preparado psicologicamente de que ele não vai
poder comer do jeito que fazia antes”, afirma
a cirurgiã. Adriana também incentiva a repo-
sição vitamínica e de outros micronutrientes
no período pré-operatório, como a vitamina D,
que pode facilitar o emagrecimento.
As cirurgias bariátrica
e metabólica são a mesma coisa?
Ainda que compartilhem semelhanças nas téc-
nicas, a resposta é não! E o motivo é simples:
a bariátrica serve para tratar a obesidade e a
metabólica é feita para preveni-la.
Consultoria Adriana Meneses, cirurgiã do aparelho digestivo e nutróloga da Clínica You Heal; Felipe Monteiro, gastroenterologista, especialista em cirurgia geral e professor na
Universidade Positivo Fonte Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) ilustrações ankomando, logika600, Vjom/Shutterstock Images
pós-operatório
Cirurgia feita...
e agora?
O período pós-bariátrica
deve receber cuidados
específicos e muita
atenção
Texto João Macruz/Colaborador
Design adriana oshiro
I
ndependentemente de
qual tipo de operação
for indicada, o pós-
-cirúrgico é uma fase
essencial para o sucesso
do procedimento. Além de
complicações que podem
surgir, exames precisam ser
feitos e o paciente deve tirar
todas as suas dúvidas acer- 6 a 8 meses:
ca do processo pelo qual “Faz-se o exa-
acabou de passar. me de endos-
20 dias: embora rara, o copia digestiva
paciente pode desen- alta e ultrasso-
volver uma fístula, ou nografia para
seja, uma ligação entre 3 meses: são detectar possí-
vasos ou órgãos não requeridos veis cálculos na
conectados anterior- os primeiros vesícula biliar.
mente. “Nesse período, exames (prin- Posteriormente,
a 3 a 5 dias: o cirurgião deve estar cipalmente
ric se o paciente
riát período que o bem atento e próximo de sangue), está evoluindo
Linha do tempo
Assim como o pré-operatório, esse período também é demorado. O cirurgião bariátrico Thales Delmondes
Galvão mostra como costuma remarcar as consultas dos seus pacientes que passaram por esse procedimento.
pós-operatório
essa complicação é caracterizada pelo es- e após o procedimento. Silva Maria, nutricionista clínica
funcional; Thales Delmondes
treitamento da ligação entre o estômago e o Além dos cirurgiões e Galvão, cirurgião bariátrico
Fonte Vendi Meu Sofá
intestino. O paciente pode dilatá-la por meio nutricionistas, fisioterapeutas, com Gabriela Pugliesi
fotos Estevam Avellar/Globo,
Trombose venosa em membros infe- físicos, psicólogos e outros Mizina, siamionau pavel, Tim
UR/Shutterstock Images,
riores: como outras cirurgias, a bariátrica profissionais devem fazer parte iStock.com/Getty Images
O que fazer
depois do
emagrecimento?
Os cuidados necessários para um processo
que nem todos podem fazer
Texto Guilherme ramos/Colaborador Design adriana oshiro
D
epois que ocorre a perda de peso,
as mudanças no corpo podem vir
acompanhadas de alguns resultados
indesejados em relação à estética.
Com isso, mesmo que a pessoa tenha emagreci-
do e atingido seu objetivo na balança, é possível
que ela tenha ficado com o chamado “avental”,
uma pele remanescente na região abdominal,
bem como apesentar esse excesso nos braços
e pernas. A cirurgia plástica é uma alternativa
recorrente, mas nem sempre é a melhor opção.
Conheça as restrições e os cuidados que devem
ser tomados com o procedimento.
Mudanças no corpo
após passar por uma cirurgia bariátri-
ca, algumas alterações são perceptíveis no
corpo e, de acordo com o cirurgião Ricardo
Cavalcanti Ribeiro, a mais notável é a flacidez
generalizada. Essa condição varia de acordo
com o indivíduo e depende da perda de peso
que ele obteve. “Existem pacientes com perdas
de 30 a 100 quilos e isso determina o nível
da flacidez”, afirma o especialista.
Outros fatores devem ser levados em con-
ta, principalmente se relacionados ao local
em que há o excesso de pele. Esse problema
também se difere no que diz respeito ao sexo:
mulheres têm mais tendência a serem flácidas
na região dos seios, por exemplo. “O local mais
acometido é o abdome, seguido dos braços
e a parte interna da coxa”, explica Ricardo.
Quem pode fazer Tipos de cirurgia
Todos os bariátricos estão liberados para Os procedimentos mais comuns estão ligados
fazer cirurgias plásticas? “Em tese, estão libe- à reversão da flacidez na região abdominal. Tanto
rados, sim”, afirma o especialista. Entretanto, na parte superior (o abdome) quanto na inferior
é necessário averiguar contraindicações e (barriga), a cirurgia plástica trabalha no corte da
como o corpo reagiria a mais uma mudança pele excedente, como se ela estivesse sendo “desco-
de grande porte. Além disso, algumas doenças lada”. As cirurgias mais frequentes para esses casos
podem ser empecilhos para o procedimento. são a abdominoplastia e a miniabdominoplastia.
“Aquelas pessoas que não têm as condições Além da cirurgia plástica, existem opções es-
ideais, como alterações em exames, problemas pecíficas para se concentrar no excesso de pele
cardíacos, distúrbios de coagulação ou outra em cada região do corpo. Se a parte atingida foi o
doença associada não devem fazer”, completa. braço, há a braquioplastia; no caso das costas, a
torsoplastia; para as coxas, o lifting de coxas; para
as mamas, a mamoplastia; e no caso das nádegas,
a gluteoplastia.
Cuidados e pós-operatório
Existem alguns fatores predominantes que
podem interferir na recuperação após a cirurgia.
A cicatrização é muito afetada, por exem-
plo, pelo fumo. “A utilização de tabaco
interfere diretamente na regeneração dos
tecidos do corpo”, afirma Ricardo. Outras
condições podem interferir:
• Deficiência de vitaminas: princi-
palmente a C. Elas atuam como enzimas
no processo cicatricial;
• Níveis baixos de proteína: são fundamentais
para a coagulação e cicatrização;
• Uso de alguns medicamentos:
por exemplo, a isotretinoína, usada para
acne. “Nesse caso, os pacientes precisam
suspender o uso do medicamento antes É de suma
e após a cirurgia”, afirma o especialista. importância
Além da cicatrização, outros cuida-
a avaliação
dos devem ser tomados no pós-operató-
de cada caso
rio. Para o cirurgião, o principal se refere
à prevenção da trombose – o fenômeno
para que os
chamado tromboembolismo. “Por exemplo, cirurgiões
a utilização de meia elástica, perneira duran- responsáveis
te a cirurgia e medicamentos para embolia e afirmem a
trombose” são algumas opções, de acordo com possibilidade
o cirurgião. O paciente também deve evitar ou não de
andar logo após o procedimento, carregar se fazer a
peso, fazer esforço, praticar atividades físicas e cirurgia
se expor ao sol antes do prescrito.
segunda
chance?
Esse tratamento é feito
em pacientes que tiveram
um reganho de peso;
mas existem restrições?
Texto João Macruz/Colaborador
Design adriana oshiro
N
ão é incomum que bariátricos vol- queimará essa anastomose, provocando, como
tem a engordar depois da cirurgia, explica a cirurgiã Adriana Meneses, “uma reação
já que continuam com hábitos anti- cicatricial”. É por meio dessas cicatrizes que a
gos, podendo prejudicar o resultado junta voltará a se contrair e, dessa maneira, o
do procedimento. Ainda assim, mesmo com paciente voltará a comer menos e, consequen-
esse ganho de peso, ainda há um método que temente, emagrecer.
pode ajudar a reverter essa situação. Mas todos
todos podem fazê-lo? Há restrições? Saiba mais! Vale a pena?
Embora o procedimento cirúrgico seja Não
O argônio voltado para esse fim, o argônio continua confunda
O plasma de argônio serve como um trata- causando dúvidas em pacientes e médicos Vale lembrar que o
mento para controlar esse reganho de peso do sobre suas vantagens. Adriana Meneses prefre estômago não fica
dilatado: o pacien-
paciente que realizou a cirurgia bariátrica. Esse não indicar esse tratamento. “Eu vejo que
te volta a engordar
procedimento é feito por meio de uma endosco- muitos pacientes que têm esse reganho de por consequência
pia, utilizada para analisar a gastroenteroanas- peso não fizeram o acompanhamento corre- da dilatação des-
tomose - ou seja, a união entre o estômago e o tamente. Não voltam na nutricionista, nem sa anastomose. As
intestino. Se essa junta estiver com seu diâmetro no cirurgião e não tomam os suplementos chances de o órgão
alargado, o bariátrico pode acabar consumindo vitamínicos corretos”, relata. Além disso, o voltar a se alargar
mais alimentos, ganhando, assim, mais peso. plasma de argônio pode causar perfuração após certos tipos
“O plasma, quando aplicado à região da na anastomose, de acordo com a profissio- de cirurgia bariátri-
costura do estômago com o intestino, reduz o nal. Ela reafirma que o melhor tratamento ca (como o bypass,
calibre desta sutura, intensificando o compo- pós-cirúrgico é desenvolver uma rotina ali- em que ocorre essa
junção), é mínima.
nente restritivo da cirurgia prévia”, esclarece o mentar saudável, conhecendo seus limites e
gastroenterologista Felipe Monteiro. O argônio respeitando o corpo.
Consultoria Adriana Meneses, cirurgiã do aparelho digestivo e nutróloga da Clínica You Heal; Felipe Monteiro, gastroenterologista, especialista em cirurgia geral
e professor na Universidade Positivo foto Motortion Films/Shutterstock Images
Ano 1, Nº 1 - 2020
©2020 EDITORA ALTO
Editora-chefe Tais Castilho Editora Jaqueline Lopes Redação Érica Aguiar e Thainá Zanfolin Design Adriana Oshiro, Gabriel Eli e Rodrigo da Graça Estagiários ASTRAL LTDA. TODOS OS
Ana Dayse Osorio, Guilherme Luis, Guilherme Ramos, Heytor Campezzi, João Macruz (redação) Tratamento de imagem Adriana Oshiro, Gabriel Eli e Rodrigo da
CIRURGIA Graça Impressão MAR-MAR Gráfica
DIREITOS RESERVADOS.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO.
BARIATRICA CONSELHO João Carlos de Almeida e Pedro José Chiquito DIREÇÃO Silvino Brasolotto Junior COMERCIAL Marcelo Pelegia MARKETING Flaviana Castro ENDEREÇOS BAURU Rua Gustavo Maciel, 19-26, CEP 17012-110, Bauru, SP. Caixa
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terapia
da mente
o paciente a enfrentar
as dificuldades antes e
depois da operação
Texto João Macruz/Colaborador
Design adriana oshiro
O
bem-estar está diretamente ligado
à saúde do corpo e da mente. “A
obesidade pode ser decorrente de
doenças como ansiedade, depres-
são e compulsões; mas também pode levar a
esses transtornos psíquicos”, afirma a psicóloga
Luisa Bauke. Por isso, procurar ajuda é uma
parte essencial para quem fez (ou vai fazer)
a cirurgia bariátrica.
Consultoria Luisa Bauke, psicóloga; Roberto Debski, psicólogo, especialista em acupuntura e homeopatia pela Associação Médica Brasileira (AMB); Weslley Carneiro, psicólogo e
membro da equipe do Sander Medical Center, hospital especializado no tratamento da obesidade e sobrepeso foto SeventyFour/Shutterstock Images