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redes sociais
por estudantes de
Psicologia
FICHA TÉCNICA
Organização
Carolina Medeiros Braga (CRP -04/25074)
Carolina Alves Murta (CRP -04/72367)
Psicólogas(os) Colaboradoras(es)
André Luiz de Oliveira (CRP -04/35736)
Angelaine Alves dos Santos (CRP-04/23891)
Carolina Medeiros Braga (CRP-04/25074)
Cláudia Regina Ferreira de Carvalho Dias (CRP-04/14098)
Celina Andrade Alkimim Pinto (CRP-04/21646)
Flavia Santana da Silva (CRP-04/07445)
Liziane Karla de Paula (CRP-04/25636)
Marcela Goulart Fontes (CRP-04/41658)
Marcela Maria Borges Leite (CRP-04/22843)
Marcone Silva Matos (CRP-04/30703)
Vanessa Almeida Santana (CRP-04/37717)
Estagiárias Colaboradoras
Carolina Guitzel Borghi
Fernanda Mourão Maciel
Leidiane Maria da Silva Leonardo
Diretoria
Suellen Ananda Fraga
Conselheira Diretora Presidenta
Liliane Cristina Martins
Conselheira Diretora Vice-Presidenta
Elizabeth de Lacerda Barbosa
Conselheira Diretora Tesoureira
Paula Ângela de Figueiredo Paula
Conselheira Diretora Secretária
Conselheiras(os)
Alessandra Kelly Belmonte
Ana Maria Prates da Silva e Silva
Anderson Nazareno Matos
Caroline de Souza
Celso Francisco Tondin
Cláudia Aline Carvalho Esposito
Cristiane Santos de Souza Nogueira
Daniel Caldeira de Melo
Danty Dias Marchezane
Délcio Fernando Guimarães Pereira
Elizabeth de Lacerda Barbosa
Elza Maria Gonçalves Lobosque
Gab Almeida Moreira Lamounier
Gabrielly Dolores Rios da Cunha
Henrique Galhano Balieiro
Hudson Bruno Cares Carajá
Isabella Cristina Barral Faria Lima
João Henrique Borges Bento – licenciado
Júnia Maria Campos Lara
Liliane Cristina Martins
Lorena Rodrigues de Sousa
Lourdes Aparecida Machado
Luís Henrique de Souza Cunha
Márcio Rocha Damasceno
Marleide Marques de Castro
Paula Ângela de Figueiredo Paula
Renata Ferreira Jardim de Miranda
Suellen Ananda Fraga
Ted Nobre Evangelista
Wellington Eustáquio Ribeiro
6 Introdução
8 Ética
10 Exercício ilegal, legislação, estágio
11 Orientações sobre o uso das redes sociais por
estudantes de Psicologia
11 • Nomeação
12 • Tipo de conta/perfil
13 • Interação com o público
14 • Conteúdos teóricos
14 • Campo de estágio
15 • Testes e materiais privativos
16 • Venda de materiais - livros, ebook e outros
17 Tabela-resumo
18 Materiais do Sistema Conselhos de Psicologia
INTRODUÇÃO
As redes sociais são, atual-
mente, um ponto de encontro
de diversos temas e campos,
abarcando não apenas os assun-
tos privados, do entretenimento
e da vida pessoal, mas também a
oferta de serviços, a publicidade
profissional e a divulgação de
informações. As redes são, já há
algum tempo, mercado/instru-
mento de trabalho para muitas
pessoas, como os influencers.
Os jovens-adultos compõem a maior parte do público que faz uso
desses meios de comunicação — 88% do público entre 18 a 29
anos utiliza algum tipo de mídia social1. Em 2021, 90% dos domicí-
lios do país possuíam acesso à internet, sendo a porcentagem de
internautas por grupos de idade de 91,8% entre 14 e 19 anos, e de
94,2% entre 20 e 24 anos2. Profissionais do campo da saúde tam-
bém se incluem nesse contexto e, por vezes, as mídias sociais são
utilizadas para a divulgação de conteúdos e serviços nessa área.
1 SMITH, Aaron; ANDERSON, Monica. Social media use in 2018: a majority of ame-
ricans use Facebook and YouTube, but young adults are especially heavy users of
Snapchat and Instagram. Washington, DC: Pew Research Center, 2018. Disponível
em: <https://www.pewresearch.org/internet/2018/03/01/social--media-use-
-in-2018/>. Acesso em: 20 fev. 2024.
2 NERY, Carmen; BRITTO, Vinícius. Internet já é acessível em 90,0% dos domicílios do
país em 2021. Infográfico de Jessica Cândido. Rio de Janeiro: Agência IBGE Notícias,
2022. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/
2012-agencia-de-noticias/noticias/34954-internet-ja-e-acessivel-em-90-0-dos-do-
micilios-do-pais-em-2021#:~:text=Em%202021%2C%20entre%20os%20183,a%20
rede%20p%C3%BAblica%20de%20ensino>. Acesso em: 20 fev. 2024.
6
A utilização das redes sociais pelas psicólogas3 como uma forma de
comunicação com o público, para divulgação do trabalho e de con-
teúdo relacionado à Psicologia, tornou-se uma realidade, princi-
palmente com a pandemia de COVID-19. A forma de grande parte
da categoria se comunicar com a
sociedade e divulgar o seu trabalho
mudou. Diante disso, o Conselho
Federal de Psicologia e os Conselhos
Regionais têm discutido e produzido
materiais de orientação para cola-
borar com a reflexão da categoria
sobre a publicidade profissional.4
Na esteira dessa entrada massiva da
categoria de psicólogas nas redes
sociais, as estudantes de Psicologia
não ficaram de fora: muitas tam-
bém começaram a criar perfis vol-
tados para a divulgação dos seus conhecimentos sobre a área.
Entretanto, assim como aconteceu com a categoria, o Conselho
Regional de Psicologia - Minas Gerais (CRP-MG) passou a receber
denúncias de uso inadequado das redes sociais por estudantes,
principalmente sobre um possível exercício ilegal da profissão.
Nesse sentido, o CRP-MG vem, a partir do presente material, tecer
reflexões sobre o assunto com foco nas estudantes de Psicologia,
3 Este texto adota a escrita gendrada, conforme deliberação no VII Congresso Nacional
de Psicologia, ocorrido em 2010, que estabelece o uso dos artigos ‘o’, ‘a’, ‘os’ e ‘as’ no
Sistema Conselhos de Psicologia (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010, p. 26).
Ao se referir às profissionais de Psicologia, emprega o uso do feminino, pelo predomí-
nio de profissionais mulheres.
4 Além da cartilha “Orientações sobre Publicidade Profissional” (clique na imagem para
acessar), ver “NOTA TÉCNICA Nº 1/2022/SOE/PLENÁRIA”, CFP e “Revista CRP Minas”,
4ª edição
7
de forma a orientar sobre os limites dos usos das redes sociais, res-
guardando-as de possível exercício ilegal da profissão, bem como
lançando luz sobre aspectos éticos importantes.
ÉTICA
Não há como falar sobre a prática profissional da psicóloga sem
ressaltar o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP), uma
referência essencial para a atuação profissional, que deve ser de
consulta constante das profissionais. Ainda que, enquanto estu-
dante, não tenha a responsabilidade legal de seguir o Código de
Ética Profissional do Psicólogo e demais normativas do Sistema
Conselhos de Psicologia5, a estudante estará se preparando para
um futuro exercício profissional. É importante, então, que se atente
ao parâmetro da atuação ética desde a sua formação, construindo
uma trajetória embasada na ciência psicológica, ética e legislação
profissional.
Neste sentido, é indispensável o envolvimento de agentes forma-
dores — professoras, supervisoras, a Instituição de Ensino — nesta
discussão, tendo em vista a responsabilidade perante a formação
da estudante, assim como em orientar e tomar medidas nos casos
de suspeita de exercício ilegal da profissão.
Do Código de Ética Profissional do Psicólogo, destaca-se:
Princípios Fundamentais
(...)
V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da
população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos
5 Com exceção da prática de estágio, quando ficam obrigados a cumprir com o disposto
no CEPP e demais resoluções do sistema Conselhos, sob supervisão de profissional
psicóloga(o).
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serviços e aos padrões éticos da profissão.
(...)
Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunica-
ção, zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento
a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão.
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EXERCÍCIO ILEGAL, LEGISLAÇÃO, ESTÁGIO
A Psicologia é uma profissão regulamentada pela Lei Federal nº
4.119 de 1962, e tem como pré-requisitos legais para a atuação, a
graduação em Psicologia (grau psicóloga) e o registro no Conselho
Regional de sua jurisdição (Lei Federal nº 5.766/1971). Assim, para
utilizar métodos privativos e/ou ofertar serviços em Psicologia, é
necessário atender aos pré-requisitos mencionados. A designação
como “psicóloga” também é privativa daquelas que estão habili-
tadas ao exercício profissional (Decreto Federal 53.464/1964).
Aquelas que exercem a profissão ou anunciam suposta atuação
sem preencher os requisitos estabelecidos por lei podem recair
em exercício ilegal da profissão, cabendo pena de prisão simples
ou multa (Decreto-Lei nº 3.688/1941).
Diante disto, a única forma legal de uma estudante de Psicologia
exercer atividade de psicologia é por meio de estágio, seguindo a
Lei de Estágio (Lei 11.788/2008).
O estágio é ato educativo supervisionado e as atividades desen-
volvidas devem ter caráter didático, consoante ao plano de ensino
da estudante. Essa atividade também envolve a delegação de
algumas atividades profissionais da psicóloga à estagiária, de
modo supervisionado, com objetivos de treinamento, desde que
garantidas as exigências dispostas pela normatização (Resolução
CFP 03/2007). Portanto, a atuação da estagiária deve cumprir a
legislação profissional, observando o CEPP e demais normativas do
Sistema Conselhos de Psicologia, sendo responsabilidade dos “psi-
cólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e
exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas conti-
das” nesses materiais (CEPP, Art. 17). Para mais informações sobre
esse assunto, recomenda-se a leitura da “Carta de serviços sobre
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estágios e serviços-escola”6, produzida pelo Conselho Federal de
Psicologia.
Portanto, caso a estudante de Psicologia esteja exercendo alguma
prática psicológica sem vínculo de estágio, estará incorrendo em
exercício ilegal da profissão. Importante: ainda que a estudante já
tenha concluído a sua formação, é preciso esperar a colação de
grau para poder ter o documento necessário à inscrição no CRP e
só então, já inscrita, poder iniciar o exercício da profissão.
O CRP-MG orienta sobre denúncia de exercício ilegal da profissão
em seu site (clique aqui).
Já deu pra entender a importância desse tema, não é? Então bora
descomplicar ainda mais algumas das muitas questões que o
rodeiam!
◆ Nomeação
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psicóloga já graduada e em exer-
cício profissional, ou mesmo uma
página de publicidade psicoló-
gica, ou seja, de oferta de servi-
ços psicológicos, não podendo
ser utilizada, portanto, a denomi-
nação “psicóloga(o)”. Além disso,
aconselha-se evitar termos alu-
sivos como “psi”, “psicóloga em
formação” (visto que todas as
profissionais psicólogas, mesmo
que já graduadas e em exercício
profissional, podem permane-
cer em formação por meio de
atualizações acadêmicas), dentre
outros que possam confundir as(os) seguidoras(es) sobre a posição
da estudante e/ou sobre a oferta de serviços psicológicos. Nesse
sentido, mesmo que esteja nos períodos finais de sua graduação, a
estudante de Psicologia não deve realizar a abertura de sua agenda
de atendimentos antecipadamente, devendo aguardar pela cola-
ção de grau e registro no Conselho antes de realizar a divulgação
de seus serviços.
◆ Tipo de conta/perfil
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estudante, por não estar ainda em exercício profissional ou pres-
tando um serviço, não deveria optar pelo “perfil profissional” na
configuração da rede. No entanto, é reconhecido que tal opção
carrega consigo determinadas funções indisponíveis no perfil pes-
soal e que podem ser úteis à estudante, dependendo do seu obje-
tivo com a rede social. Assim, recomenda-se, caso opte por iden-
tificar-se a partir do dito “perfil profissional”, que a especificação
escolhida esteja adequada ao objetivo do perfil, como, por exem-
plo, “criador de conteúdo digital”, “blog pessoal”, dentre outras.
É vedada a opção pela categoria “psicóloga(o)”, tendo em vista a
denominação privativa explicada acima. O mesmo raciocínio serve
para as demais redes sociais.
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nuances da queixa e contexto
em que a(o) seguidora(or)
está inserida(o), visto que
tal serviço depende de uma
análise e tratativa complexa,
bem como de um setting
específico.
◆ Conteúdos teóricos
◆ Campo de estágio
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documentos advindos do serviço, de fotos do serviço psicológico
desenvolvido, dentre outros, mesmo que sem identificação da(o)
usuária(o). É dever da psicóloga — e, portanto, de sua estagiária,
em exercício de atividade a ela delegada — resguardar o sigilo pro-
fissional (Código de Ética Profissional do Psicólogo, Artigo 9).
Observa-se também a importância de tomar cuidado com a expo-
sição e relatos das atividades de estágio nas redes sociais, demar-
cando bem a posição que ocupa - estudante/estagiária. A simples
descrição de fatos ou publicações que não contextualizam sobre
de que ponto a criadora de conteúdo se pronuncia pode levar ao
entendimento de que há um exercício profissional, não ficando
evidenciado que se trata de atividades de estágio, o que pode
acarretar questionamentos junto aos CRPs, bem como confusão
da população que tem contato com o conteúdo.
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população geral; de materiais que ensinam a realizar o teste psico-
lógico; de resultados decorrentes do uso de testes psicológicos em
ocasião de estágio e/ou projetos de ensino, pesquisa ou extensão.
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TABELA-RESUMO
PODE OU
AÇÃO
NÃO PODE?
Denominar-se psicóloga(o)
Utilizar termos confundidores (psi, psicóloga em formação
etc.), induzindo ao entendimento de que é psicóloga(o) e/ou
oferta serviços psicológicos
Realizar abertura da agenda antes de formar e de fazer o
registro no CRP
Ofertar serviços de Psicologia
Utilizar a categoria profissional “psicóloga(o)”
Expor materiais privativos da Psicologia
Publicar conteúdos sobre a ciência psicológica (divulgação
científica)
Publicar informações sobre rotina e métodos de estudo
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Se você ainda tem dúvidas ou quer conversar sobre esse mate-
rial, entre em contato com o Setor de Orientação e Fiscalização do
CRP-MG. Veja no site os contatos.
Quer aprender mais? Se liga nesse mini-guia que preparamos espe-
cialmente para você, basta clicar no conteúdo de seu interesse.
18
• Lei Nº 4119/62 - Regulamentação da Psicologia
• Lei Nº 5.766/71 - Criação do Sistema Conselhos de Psicologia
• Registrar é preciso
• Cartilha CRP-MG Orientações sobre Publicidade Profissional
• Nota Técnica sobre Uso Profissional das Redes Sociais:
Publicidade e Cuidados Éticos
• Cartilha Avaliação Psicológica 2022
• Material sobre a prevenção ao suicídio
• Texto “Quem são os psicoterapeutas?”, publicado na revista
do CRP-MG, edição 3, página 31
• Resolução CFP N° 01/99 - Orientação Sexual
• Resolução CFP N° 01/2018 - pessoas transexuais e travestis
• Resolução CFP N° 18/2002 - preconceito racial
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