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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE RONDÔNIA

CENTRO DE ENSINO DA PMRO


CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CAP PM TARCISO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR

TIPOS DE PESQUISAS

Porto Velho - RO
2020
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE RONDÔNIA
CENTRO DE ENSINO DA PMRO
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CAP PM TARCISO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR

TIPOS DE PESQUISAS

Trabalho de pesquisa apresentado ao Curso


de Aperfeiçoamento de Oficiais - PM como
requisito parcial de avaliação da disciplina de
TCC, ministrada pelo Maj PM Robinson
Brancalhão da Silva.

Porto Velho - RO
2020
RESPONDA:

1. Quais os tipos de pesquisas quanto a abordagem e quanto a natureza, bem


como quanto aos objetivos.

2. Explique cada um dos tópicos e ao final, aponte qual será utilizado em seu
Trabalho de Conclusão de Curso.

Pesquisa quanto a abordagem

O conhecimento científico se produz pela busca de articulação entre teoria e


realidade empírica. O método tem uma função fundamental: tornar plausível a
abordagem da realidade a partir das perguntas feitas pelo investigador. Quanto
abordagem podemos definir uma pesquisa em qualitativa, quantitativa e quali-
quantitativa (MINAYO, 2014).
1. Abordagem qualitativa é o que se aplica ao estudo da história, das relações,
das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das
interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus
artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. Embora já tenham sido usadas para
estudos de aglomerados de grandes dimensões, as abordagens qualitativas se
conformam melhor a investigações de grupos e segmentos delimitados e focalizados,
de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análises de discurso e
de documentos.
Esse tipo de abordagem além de permitir desvelar processos sociais ainda
pouco conhecido referentes a grupos particulares, propícia a construção de novas
abordagens, revisão e criação de novos conceitos e categorias durante a
investigação. Caracteriza-se pela empiria e pela sistematização progressiva de
conhecimento até a compreensão da lógica interna do grupo ou do processo em
estudo. Por isso, é também utilizado para a elaboração de novas hipóteses,
construção de indicadores qualitativos, variáveis e tipologias.
2. A abordagem Quantitativa tem o objetivo de trazer a luz dados, indicadores
e tendências observáveis ou produzir modelos teóricos de alta abstração com
aplicabilidade prática. Sua natureza diferencia-se por referir ao plano da extensividade
e das regularidades nos fenômenos. A abordagem quantitativa está profundamente
marcada pela reprodução do positivismo clássico, segundo o qual: (a) o mundo social
opera de acordo com as leis causais últimas; (b) o alicerce da ciência é a observação
sensorial; (c) a realidade consiste em estruturas e instituições identificáveis enquanto
dados brutos por um lado, crenças e valores, por outro; (d) estas duas ordens são
correlacionadas para fornecer generalizações e regularidades; (e) o que é real são os
dados estatísticos sobre os fatos, considerados dados objetivos, portanto valores e
crenças são realidades subjetivas que só podem ser compreendidas a partir de
análises quantificáveis (Hughes, 1983).
3. A abordagem Quali-quantitativo: A questão das relações entre quantitativo e
qualitativo, porém, secundada pelo problema epistemológico da objetividade e da
subjetividade não pode ser assumida de forma simplista como uma opção pessoal do
cientista ao abordar a realidade. Ela tem a ver como o caráter do objeto específico de
conhecimento aqui tratado: com o entendimento de que nos fenômenos sociais há
possibilidade de se analisarem regularidades, frequências, mas também relações,
histórias, representações, pontos de vista e lógica interna dos sujeitos em ação.

Pesquisa quanto a natureza

Do ponto de vista teórico e formal existe uma classificação tradicional que


divide a Pesquisa quanto a natureza em "pura ou básica" e "aplicada". O metodólogo
e pesquisador Bulmer (1978) refuta essa designação. Explica que "pura ou básica" e
"aplicada" referem-se a uma divisão falsa na medida em que pesquisas teóricas
podem ter formidáveis resultados práticos e pesquisas aplicadas certamente têm
implicações e contribuições teóricas. Essa dicotomia se baseia no modelo de
tecnologia em que o cliente que paga especifica o que quer.
Bulmer (1978) propõe uma classificação alternativa, substituindo a divisão
tradicional. As cinco modalidades, referidas abaixo, compõem, conforme o autor,
"tipos" dentro de um continuum, com o mérito de dar visibilidade e legitimidade a
diferentes formas de abordar a realidade.
1. Pesquisa pura ou básica: preocupa-se com o avanço do conhecimento
através da construção de teorias e teste delas ou também para satisfação da
curiosidade científica. Ela não tem um objetivo prático em seu projeto inicial, embora
as descobertas geradas na pesquisa dessa natureza possam influenciar e subsidiar
tanto políticas públicas, decisões dos homens e mulheres de negócio como avanço
na consciência social;
2. Pesquisa estratégica: baseia-se nas teorias das ciências sociais, mas
orienta-se para problemas concretos, focais, que surgem na sociedade, ainda que não
caibam ao investigador, as soluções práticas para os problemas que apontam. Ela
tem a finalidade de lançar luz sobre determinados aspectos da realidade. Seus
instrumentos são os mesmos da pesquisa básica tanto em termos teóricos como
metodológicos, mas sua finalidade é a ação governamental e da sociedade. Essa
modalidade seria a mais apropriada para o conhecimento e avaliação de Políticas
públicas;
3. Pesquisa orientada para um problema específico: é uma modalidade
operacional que é, em geral, aquela realizada dentro das instituições governamentais
e não-governamentais e empresas, visando ao conhecimento imediato. Fundamenta-
se sem necessariamente explica-lo nos conhecimentos gerados por investigações
básicas. Os resultados desse tipo de pesquisa visam a lidar com questões práticas e
operacionais.
4. Pesquisa-Ação: consiste numa investigação que segue pari passu o
desenvolvimento de programas sociais ou governamentais para medir o seu impacto!
Esse conceito de Bulmer (1978) difere do conceito de pesquisa-ação apresentado por
Thiollent (1987), segundo o qual, por pesquisa-ação se entende um tipo de
investigação social com base empírica, concebida e realizada em estreita associação
com uma ação voltada à resolução de um problema comunitários e sociais. Nessa
modalidade os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. A diferença básica
das conceituações de Bulmer e Thiollent reside no fato que, no primeiro caso, a
investigação acompanha a ação dos programas, mas é externa a elas. No segundo,
o envolvimento do pesquisador na ação é parte integrante da pesquisa;
5. Pesquisa de Inteligência: que se refere aos grandes levantamentos de dados
demográficos, econômicos, estatísticos, epidemiológicos, realizados por especialistas
geralmente vinculados a instituições públicas ou empresas, visando ao planejamento
e à formulação de políticas específicas e à tomada de decisão. Os Censos e as
pesquisas do IBGE são exemplos clássicos de pesquisas de inteligência.

Pesquisa quanto os objetivos

Para Tumelero (2019), igualmente a pesquisa científica deve ser classificada


quanto aos seus objetivos. Também está classificação dependerá do objeto,
metodologia empregada e problema de pesquisa. Quer dizer, não pode ser escolhido
de forma aleatória, deve ter um fim específico.
1. Pesquisa exploratória: Objetiva proporcionar maior familiaridade com um
problema. Para tanto, envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
que tiveram experiências práticas com o problema, além da análise de exemplos.
Assumindo, em geral, a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
2. Pesquisa descritiva: Objetiva caracterizar certo fenômeno, como, por
exemplo descrever as características de certa população. Assim, estabelecendo
relações entre variáveis, o que envolve técnicas de coleta de dados padronizados,
como questionários e técnicas de observação. No geral, assume a forma de
levantamento.
3. Pesquisa explicativa: A última categoria por objetivos, a pesquisa explicativa,
visa identificar os fatores que determinam fenômenos e explica o porquê das coisas.
Segundo Gil (2008), uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra
descritiva, posto que a identificação de fatores que determinam um fenômeno exige
que este esteja suficientemente descrito e detalhado. Desta forma, assume em geral
as formas de pesquisa experimental e pesquisa ex‐post‐facto.
Por fim, quanto a nossa pesquisa terá uma abordagem qualitativa, de natureza
aplicada, isso levando em consideração a divisão clássica quanto a natureza da
pesquisa, mas, levando em consideração a proposta de Bulmer (1978), será uma
pesquisão-ação, porém, na pespectiva de Thiollent (1987), e quanto aos objetivos
será uma pesquisa explicativa.
Referências:

Bulmer, M. Pesquisa de política social. Londres: Macmillan, 1978.


GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
HUGUES, J. A filosofia da pesquisa social. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
MINAYO, Maria Cecília de Souza Minayo. O desafio do conhecimento: pesquisa
qualitativa em saúde. 14ª ed. São Paulo: Hucitec, 2014.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1987.
TUMELERO, Naína. Mettzer. 2019. Disponível em: https://blog.mettzer.com/tipos-de-
pesquisa/#O-que-e-Pesquisa-Cientifica. Acesso em 20 agos. 2020.

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