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.:. Os números do Aprendiz Maçom .:.

Origem: Antonio Fadista


Data: 22/04/2004

OS NÚMEROS DO APRENDIZ MAÇOM

INTRODUÇÃO

Os números estão presentes na maior parte das atividades humanas. A ciência, sobre a
qual se apoia o edifício da indústria, do comércio e da tecnologia, não existiria sem a
presença fundamental dos números.

A doutrina tradicional e o esoterismo consideram os números não só por suas propriedades


lógicas, aritméticas e geométricas, mas também por seus atributos simbólicos, analógicos e
metafísicos.

A ciência dos números é a base da Gnose. Em seus aspectos gerais, este conhecimento é
similar nos Vedas, no I Ching, no Tao Te King, na Cabala, nos mistérios dos santuários da
Grécia e na doutrina de Pitágoras.

Na Cabala, a decifração dos textos sagrados é feita através do valor numérico e esotérico
atribuídos a cada letra do alfabeto hebraico. Na doutrina de Pitágoras, a ciência dos
números é a ciência das forças divinas em ação no Universo e no Homem – no
Macrocosmo e no Microcosmo.

No domínio do absoluto não existem fronteiras entre os conceitos Qualitativo e Quantitativo


mas para o Homem eles existem e são fundamentais. Por exemplo, para nós são as
tonalidades de uma cor ou de um som que nos impressionam. No entanto, estes atributos
podem ser objetivamente determinados através de um número – o seu comprimento de
onda.

A essência dos problemas com os quais se defrontaram todos os sábios de todas as


épocas pode ser resumida em um conjunto de três elementos: o Zero, o Um e o Infinito. (0,
1, 00).
A Cabala antecede a série de números, os Sephiroth, por uma fonte não manifesta, o Ain
Soph, que os maçons designam por Grande Arquiteto do Universo.

O Zero, uma das definições da Divindade, é a fonte da existência e o Vazio Original no qual
essa existência se manifesta. A palavra árabe “Sephir”, vazio, significa valor nulo. Na Itália,
o Sephir transformou-se em Zéfiro e, por extensão, em Zero. É a partir do Zero, o Ser
Supremo não Manifestado, que se desenvolvem em matemática os conceitos de positivo e
de negativo.

A UNIDADE

Se considerarmos a relação matemática 00 x 0 = 1 (o infinito multiplicado por zero é igual a


um) veremos que o 1, isto é, “o primeiro germe do ser”, é igual ao produto do zero, o nada,
pelo infinito, o todo. O Nada e o Infinito são dois aspectos diferentes da mesma entidade,
do mesmo Criador.

O Zero ou Nada é o Ser Incriado em seu estado de inércia. O Infinito, é o Criador em seu
estado dinâmico. O produto do Zero pelo Infinito é a ação de Deus sobre si mesmo,
produzindo assim o Um, o Universo, que é a sua manifestação no plano real.

O movimento do primeiro átomo de vida provocou o Big-Bang. Esta explosão da unidade


original criou o espaço-tempo e todas as dimensões do Universo. Kant definiu a aritmética
como sendo a ciência do Tempo e a geometria como a ciência do espaço. Aqui também,
temos o espaço e o tempo definidos pelos números.

A Multiplicidade procedeu da divisão da Unidade. Metafisicamente considera-se os números


como sendo o resultado da divisão do Um. O movimento do Um para o Múltiplo significa o
afastamento da Divindade, isto é, a involução. O movimento do Múltiplo para o Um significa
a evolução espiritual, a espiritualização da matéria.

No triângulo, símbolo maçonico por excelência, os vértices são constituídos por um ponto e
os lados opostos são constituídos por uma infinidade de pontos. Simbolicamente, a
evolução espiritual ocorre quando caminhamos sobre um dos lados em direção a um dos
vértices do triângulo.

Simbolizado também por um ponto no centro de um círculo, o Um concentra em si todas as


possibilidades que existiam no zero – o círculo sem o centro.

A DÍADE

O Universo procede do Zero. O Um se deduz do Zero através do Infinito. O Zero e o Um


constituem a primeira díade. O sistema binário, ou analógico, redescoberto pelo matemático
Leibnitz, formado pelo zero e pelo um, é hoje a linguagem universal dos computadores
digitais.

O movimento do Um deu origem à polaridade. Dois é o primeiro esboço do ritmo e o único


número par que também é primo (número primo é o que só é divisível por ele mesmo ou
pela unidade). Todos os números são múltiplos de Um, mas todos eles também podem ser
expressos pela soma das potências de dois.

Esotericamente, a Díade é o símbolo da instabilidade e da mudança. Com a Díade surge a


diferenciação, os antagonismos e a dialética. Segundo Pitágoras, a Díade é a origem das
desigualdades e, como consequência, do mal.

O número dois é par e, como todos os números pares, é também considerado um número
terrestre, lunar e feminino. Em oposição, os números ímpares são considerados divinos,
solares e masculinos.

A TRÍADE

Para se tornar ativa, a Unidade deve multiplicar-se. Deus, sendo um ente perfeito, é
superabundante e produz outros seres. Se Deus fosse só Um, estaria encerrado em si
mesmo e não seria o Criador Supremo. Se fosse só Dois, produziria o antagonismo e a
dissolução. Deus cria eternamente e o Universo, que enche de Suas obras, é uma Criação
incessante e infinita.

Tudo pode ser compreendido como Um na sua Unidade; como Dois, nos opostos; como
Três, nas relações que conciliam os opostos, possibilitando o movimento que forma o
equilíbrio e a harmonia.

Por volta do ano 600 a. C. Lao Tse escreveu no Tao Te King: “o Tao produziu o Um, o Um
produziu o Dois, o Dois produziu o Três e o Três produziu todos os seres. Assim, Deus
sendo único em Si mesmo, é tríplice na concepção humana. O Um em Três e o Três em
Um é a definição Universal da Divindade. O Ternário é o mais sagrado dos números
místicos. Ele é a expressão do Criador.

O Três é também o número da forma, pois não existe corpo que não tenha três dimensões.
Todas as religiões atribuem um tríplice aspecto à Divindade. A Cabala, por exemplo,
representa Deus por um triângulo. No Sânscrito, Deus é representado pelas três letras A-U-
M. A palavra SAM significa Um em Sânscrito e Três em Chinês. A letra hebraica Aleph tem
valor numérico Um e valor esotérico Três.

Os três pontos maçonicos e o triângulo Rosa-Cruz tiveram a sua origem nessa cosmogonia
numeral. O Três encerra a primeira série de números primos ( l,2,3 ). Esta série tem a
propriedade única, na qual a sua soma é igual ao seu produto: 1 + 2 + 3 = 1 x 2 x 3 = 6.

Em Loja, as jóias dos Oficiais ilustram o simbolismo da Lei do Ternário. O Nível do 1º Vig.:
simboliza a Igualdade; o Prumo do 2º Vig.; exorta a que desçamos às profundezas de
nossos corações e elevemos o pensamento às alturas do Grande Arquiteto do Universo.
Aqui, parece haver conflito entre a horizontal igualitária do Nível e a vertical hierárquica do
Prumo. No entanto, tudo se concilia pela ação do Esquadro que decora a jóia do Venerável
Mestre.

O Esquadro, dirigindo a ação do Nível e do Prumo, é o instrumento que o Venerável Mestre


utiliza com sabedoria, equilíbrio e prudência, orientando a formação e o aperfeiçoamento
dos Irmãos, visando o seu crescimento moral e espiritual.

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