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A VIRTUDE DA TOLERÂNCIA............................................................................. 11
Autor do trabalho:
RENÊ ALVES ESTURARO (A.·.M.·.)
Orientadores:
JOÃO ARNOLDO BERTOLINO (M.·.I.·.)
RODRIGO ALEXANDRE SAYKA (M.·.M.·.)
ENY THIBES CONNICK (M.·.M.·.)
LUIZ RICARDO DA SILVA (M.·.M.·.)
MARCOS AURÉLIO CARVALHO (M.·.M.·.)
MARCANTONIO MUNIZ (M.·.I.·.)
ALTAMIRO SILVESTRI (M.·.I.·.)
Rito:
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
PONTA GROSSA – PR
AGOSTO/2023
PREFÁCIO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO E A SUA ORIGEM
O chamado sistema Escocês surgiu na França através dos adeptos dos
Stuarts que lá residiam e foram exilados, sendo considerada a primeira
manifestação maçônica em solo francês aproximadamente em 1650.
Este sistema também chamado de escocesismo começou na França e foi
conhecido como Maçonaria Stuartista, sendo considerado um sistema, e não um
rito exatamente, mudança que somente ocorreria após a introdução dos Altos
Graus.
Novamente retomando o contexto histórico Stuartista, em 1649 quando
Carlos I foi decapitado após a Guerra Civil e derrotado por Oliver Cromwell, a sua
viúva Henriqueta de França recebeu asilo no solo francês, e foi seguida por todo o
seu séquito, formado por muitos maçons aceitos, sendo que onze anos depois
retornaria a Monarquia Stuart ao poder.
Antes disso, em 1645 o Rei Carlos I criou o chamado Invisible College,
inspirado em filósofos alquimistas da época como Jean Sparow, Roberto Boyle,
Jacob Boehme, entre outros, sendo este, portanto, considerado o núcleo da
Maçonaria Escocesa.
Ainda é possível dizer que a Maçonaria Escocesa tem origem na Ordem de
Santo André do Cardo, na qual o General Monck, na condição de líder do exército
escocês, maçom aceito na Grande Loja de Edimburgo, criou a Ordem dos Mestres
Escoceses de Santo André, formada por adeptos dos Stuarts, que acompanharam
o pretendende Rei da Inglaterra durante seu exílio na França e criaram as
chamadas Lojas Militares, que segundo Alec Mellor eram lojas jacobistas.
No ano de 1715 após o exilio dos Stuarts na França, o Conde James
Radclyffe, grande amigo de James III, e seu irmão Charles Radclyffe, íntimos
adeptos da família Stuart voltaram à Escócia para tentarem uma rebelião, que não
teve sucesso, sendo que ambos foram presos, e o Conde James Radclyffe foi
executado e Charles Radclyffe conseguiu fugir e retornar à França.
Aproximadamente após dez anos, Charles Radclyffe, que era secretário do
Príncipe Charles Edward Stuart na França, fundou a primeira Loja Maçônica
Escocesa em solo francês, e as lojas escocesas cresceram rapidamente e se
multiplicaram ao longo de toda a França.
Charles Radclyffe veio a falecer uns 20 anos depois, por volta de 1745, ao
tentar apoiar uma tentativa infrutífera dos Stuarts retomarem o poder da Inglaterra,
contudo merece grande destaque sua iniciativa maçônica, que talvez tenha sido o
começo do Rito Escocês Antigo e Aceito, que surgiu em 1801.
É importante destacar que o Sistema Escocês não tinha subordinação, uma
vez que não se inclinou à Grande Loja da Inglaterra, criada em 1717. Portanto, era
considerado um sistema livre, praticado por Lojas Livres e por Maçons igualmente
livres, e somente após a segunda metade do século XVIII é que foram criados os
25 (ou 28 como citam alguns autores) Graus do chamado Rito de Heredom.
3. CONCLUSÃO
Nota-se a forte relação dos Stuarts e de toda a linhagem desta família que
governou por mais de 110 anos Inglaterra e Escócia com a Maçonaria, e
especialmente com o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Em verdade, é possível imaginar o cenário conturbado político, econômico
e cultural da Inglaterra e Escócia durante o período em que os Stuarts estiveram
no poder, saíram, e voltaram ao poder novamente, trajetória que durou
aproximadamente 111 anos da Dinastia Stuart.
Existiam conflitos religiosos muito grandes durante este período, com
Monarcas impondo suas religiões e tentam suprimir as outras, perseguições das
autoridades civis e eclesiásticas contra qualquer conjunto de pessoas que
buscasse estudar filosofia, que para estes perseguidores era sempre algo oculto.
De um lado alguns pensando em Maçonaria com aspecto mais religioso do
que prático, ligada ao esoterismo, com orientação do catolicismo, e de outro lado
outros querendo uma Maçonaria mais ligada com a posição política, religiosa e
filosófica, com influência da Reforma Protestante e Iluminismo.
Nas lideranças católicas e anglicanas estavam os representantes da
nobreza e os intelectuais e cientistas ingleses, os quais fugiram da Inglaterra e
criaram uma visão de Maçonaria ligada diretamente à política, e também não
esquecendo dos interesses de restaurar ao Poder a Dinastia Stuart.
A Maçonaria esteve presente durante este conturbado período da história
de Inglaterra e Escócia, com maçons de diferentes posicionamentos políticos e
religiosos, muitas vezes defensores de Monarquias absolutistas bastante
questionáveis como os Stuarts.
Apesar disso parece incontroversa a influência grande dos Stuarts e da
Dinastia Stuart para a Maçonaria da época, seja na Inglaterra ou Escócia, ou até
mesmo na França, este inclusive onde os Stuarts e adeptos se exilaram e criaram
o Escocesismo, que iniciaria uma era da Maçonaria Jacobita, dando origem ao Rito
Escocês Antigo e Aceito que temos hoje.
De todo modo, a ligação dos Stuarts com a Maçonaria parece inegável, mas
desperta curiosidade, porque alguns rituais por exemplo dizem que os Stuarts eram
os protetores e chefes secretos da Ordem, outros até dizem que as Lojas tinham
um objetivo oculto de sempre retomar a lamentável Dinastia Stuart.
O que se pode dizer é que a influência Jacobita (dos Stuarts) pode ser maior
do que imaginamos, inclusive há relatos de Grãos-Mestres Jacobitas no início de
Lojas originárias dos chamados “Modernos”, supostamente hostis aos Stuarts.
O fato é que os Stuarts fazem parte da história da Maçonaria, e a Maçonaria
faz parte da história destes Jacobitas, que influenciaram diretamente os caminhos
da Europa na época, e governaram por muitos anos, após muitas guerras e
conflitos.
4. REFERÊNCIAS
A VIRTUDE DA TOLERÂNCIA
Participantes:
V.·. M.·. Jeferson Pagani
P.·. V.·. Renei Lucas Coelho
A.·. M.·. Jarem Raul Garcia
A.·. M.·. Valmir Fontoura
Relatores:
A.·. M.·. Jarem Raul Garcia
A.·. M.·. Valmir Fontoura
Ponta Grossa
2023
Apresentação
Neste pequeno ensaio, tentamos descrever e demonstrar a importância e a
relevância da virtude da tolerância na maçonaria. Para isso, entretanto, achamos
importante trazer algumas considerações iniciais.
A Maçonaria conclama todos os Irmãos a desempenhar o papel de
construtores sociais. O neófito é recebido como Pedra Bruta, a qual deve ser
desbastada para que se torne um elemento útil à construção do edifício social que
compete a Maçonaria levantar. As arestas, as asperezas na Pedra Bruta, são os
vícios que atrapalham e degradam a convivência social, e impedem a construção
de uma sociedade justa e perfeita. Algumas destas asperezas são de difícil
desbaste, por isso nos reunimos em Loja para “Vencer as paixões levantando
Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício. ” A Maçonaria, pois, pede-nos
para praticar a virtude, e pautar as nossas ações pelas virtudes [1].
Introdução
Dentre as principais virtudes cultuadas pelo maçom deve estar a tolerância.
Segundo o dicionário online de Português, DICIO [2], tolerância significa: i) Ação
de tolerar, de suportar algo de maneira resignada, sem reclamar; clemência; ii)
Disposição para admitir modos de pensar, de agir e de sentir de outras pessoas,
ainda que sejam diferentes dos nossos; complacência.
Fundamentalmente, a Maçonaria, defende que, entre outros princípios, os
homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio
fundamental nas relações humanas, para que sejam respeitadas a dignidade e as
convicções de cada um. A Maçonaria, como instituição, é eminentemente tolerante
e exige dos seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões políticas
e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e
ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar
situações de privilégio a qualquer uma delas em particular [3,4].
Desenvolvimento
Segundo Mauro Marques da Silva [5], o Aprendiz-Maçom deve empenhar-
se no desenvolvimento e na prática da mais ampla Tolerância, para que possa
integrar-se realmente no Espírito Maçônico. Isso significa dispensar a mais
generosa benevolência relativamente às faltas e aos defeitos de seus irmãos, os
quais deve procurar dissimular e relevar para que se propaguem os mais puros
sentimentos de afeto e bondade que unem a todos os membros da família
maçônica em uma sólida Fraternidade.
Ainda segundo Mauro Marques da Silva [5], a Maçonaria adotou a Trolha
como símbolo da Tolerância, este utensílio dos pedreiros que é utilizado para
estender a primeira camada de argamassa, ou do reboco na parede e cobrir assim
as irregularidades, fazendo parecer o edifício como formado por um único bloco.
Desta forma, a Trolha tornou-se um símbolo de amabilidade para com todos, de
conciliação e de silêncio. A Trolha é o emblema do amor fraternal que deve unir a
todos os Maçons, único cimento que os obreiros podem empregar para a edificação
do Templo.
Além de promover a tolerância internamente, a Maçonaria também procura
disseminar essa virtude na sociedade em geral. Os maçons são encorajados a
serem exemplos de tolerância em suas comunidades, promovendo a paz, o diálogo
construtivo e a compreensão mútua entre as pessoas. Dessa forma, a Maçonaria
desempenha um papel importante na construção de uma sociedade mais justa e
harmoniosa.
Desta forma, pode-se afirmar que a tolerância está intimamente ligada a
outra virtude cara à maçonaria, a humildade. A humildade (do latim humilitatem:
ausência de orgulho ou de soberba) está ligada ao reconhecimento de que não
somos perfeitos, que temos nossas virtudes, mas também nossos vícios e
deficiências. Quando recebemos um elogio, a tendência é nos envaidecermos;
mas, quando recebemos uma advertência, um conselho por um ato praticado
indevidamente, ficamos aborrecidos e nos afastamos, não aceitando nosso erro. A
pessoa que tem humildade, não se deixa levar pelos elogios e sabe aceitar quando
alguém mostra seus erros [6].
Entretanto, o ideal primordial da tolerância não abre espaço para
exoneração ou imunidade perante deveres individuais e coletivos. A direitos
correspondem deveres, e o princípio da tolerância não está isolado dos demais
objetivos da Maçonaria, principalmente no que diz respeito ao esforço máximo pelo
aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do
cumprimento inflexível do dever individual. Tolerância, portanto, não deve ser
confundida com condescendência, aceitação pura e simples de um comportamento
que não segue as exigências do dever, da consciência moral e da honra. Em termos
de comportamento, exige-se do Maçom tudo aquilo que é exigido em qualquer outra
instituição: respeito aos estatutos, regulamentos e respeito às resoluções da
maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem [7].
Assim, há momentos em que a tolerância maçônica é invocada para
resolver situações diversas. O problema surge quando a ação atinge as raias da
apatia ou o pior, chega à atitude de conivência. Neste contexto, a tolerância,
confundida com indulgência (disposição para perdoar culpas ou erros) ou
condescendência (acomodar-se, por bondade, ao gosto ou à vontade de alguém)
podem gerar situações mal ou não resolvidas que se tornam problemas e acabam
por afastar Irmãos. De acordo com o escritor português, José Saramago, "a
tolerância para no limiar do crime. Não se pode ser tolerante com o criminoso.
Educa-se ou pune-se"[8].
Então, se a conduta de um Irmão se manifesta como desvios do caráter, da
moral e da ética, desvios estes que estão muito bem estabelecidos e delimitados
pelas Leis Maçônicas, resta cumprir o “pune-se”. Por outro lado, é necessário se
debruçar na origem do comportamento considerado inadequado. Sendo este
comportamento causado por situações conjunturais difíceis sob o ponto de vista
emocional ou material, nestes casos, uma postura tolerante será a melhor solução
ou seja: “educa-se” [8].
Portanto, nesses casos, seria justo usar uma terceira virtude importante ao
desenvolvimento maçônico, ou seja, a Paciência. A virtude maçônica da Paciência
se manifesta em ser educado com quem está se desviando, compreender as
dificuldades passadas e agir com serenidade tendo como objetivo a retirada do
Irmão do caminho errado. O exercício real é a paciência para com as pessoas, não
com as situações [8], já que o G.·. A.·. D.·.U.·. é tolerante com o pecador, mas não
com o pecado.
Ainda considerando a atuação e o comportamento dos maçons em relação
a sociedade em geral, e lembrando que a Maçonaria, ensina a tolerância, mas
também prega o combate à tirania, à ignorância e ao fanatismo, que são causas e
consequências da intolerância, deve-se considerar como condenável a intolerância
ideológica, política, social, racial, religiosa, sexual, dentre outras, que tomam conta
de pessoas menos esclarecidas, que promovem o ódio, desejando a morte
daqueles considerados como diferentes e, em muitos casos, inferiores; e torna-se
uma praga, uma epidemia, contaminando aqueles mais sugestionáveis [3,9].
Segundo os filósofos Karl Popper e John Rawls, a parcela tolerante da
sociedade não pode ter tolerância ilimitada com os intolerantes, sobre o risco de
condenar a tolerância à morte. Popper chamou essa condição de “paradoxo da
tolerância” afirmando que “...Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo com os
intolerantes e não defendermos a sociedade tolerante contra os seus assaltos, os
tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância...” Já Rawls corroborava com
esta ideia ao defender que é dever da sociedade tolerante preservar seus membros
e instituições de toda e qualquer investida de intolerância, externa ou mesmo
interna. Já Martin Luther King, em uma de suas manifestações mais conhecidas,
demonstrou sua preocupação, não com os gritos dos maus (intolerantes), mas com
o silêncio dos bons (tolerantes). Podem ser encontradas passagens semelhantes
em muitas outras culturas, doutrinas e religiões, por exemplo, na doutrina espírita,
em um de seus livros mais célebres, há uma passagem que diz “...os maus são
intrigantes e audaciosos, e os bons são tímidos. Quando os bons quiserem,
predominarão...”[9].
Conclusão
Concluindo este curto e conciso relato deve-se salientar que a virtude da
tolerância é o que permite aos homens da Maçonaria viver em harmonia. Assim, a
partir da tolerância, é garantida a aceitação de diferenças sociais e a liberdade de
expressão. Tolerar algo ou alguém é permitir que seu entendimento ou atitude
prossiga, mesmo que não se concorde com tal valor, pois é dado o respeito de
discordar. Porém, este comportamento de convívio harmônico, só poderá
acontecer com respeito e a clareza no diálogo, devendo ser tratados todos os
pontos de aresta, pois assim pode-se colocar tais pontos na mira do cinzel e malha-
lo, retirando-o em busca de uma pedra cúbica perfeita. Entretanto, a tolerância não
pode ser confundida com a condescendência, ou seja, uma aceitação pura e
simples, por transigência, lisonja, temor ou fraqueza, da conduta de quem não
segue as exigências do dever, da consciência moral e da honra. Entretanto, em
casos de desvios de conduta, mas diante de reconhecimento do erro e
comprometimento no esforço de corrigir o caminho outras virtudes maçônicas
podem ser aplicadas tais como Paciência, a Indulgência e a Clemência. Já em
relação da atuação da Maçonaria junto à sociedade em geral deve-se estabelecer
que o Maçom é estimulado a agir disseminando e promovendo a paz, o diálogo
construtivo e a compreensão mútua entre as pessoas. Entretanto, como na atuação
interna, esperasse do Maçom uma defesa incansável do direito, da liberdade e da
justiça, além de um combate intenso a emoções desenfreadas, à tirania, ao
despotismo, à intolerância, à perseguição e a ignorância.
Referências Bibliográficas
Vícios e Virtudes na Visão Maçónica, Adaptado de Sílvio Maria de Abreu – ARLS
Obreiros da Verdade nº 52, GLMMG, 26 dez 2018. Disponível em
https://www.freemason.pt/vicios-e-virtudes-na-visao-maconica/. Acesso em 29 de
jul. de 2023.
Irati
2023
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Há teorias de que a maçonaria teria origem “no antigo Egito, por volta de
3.600 a.C. Para outros, ela surgiu na Idade Média com as corporações de
construtores das catedrais e castelos. Há evidências, segundo outros autores, de
que ela foi influenciada, em seus primórdios, pela Ordem dos Cavaleiros
Templários, formada em 1118 para ajudar e proteger os peregrinos em suas
viagens à Terra Santa.”
O que se sabe é que em meados do século XVII, na Inglaterra, surgiu a
primeira Grande Loja Maçônica documentada, conhecida como a Grande Loja de
Londres. Essa organização estabeleceu os princípios e rituais fundamentais da
Maçonaria moderna.
A Maçonaria ganhou popularidade não apenas entre os pedreiros e
arquitetos, mas também entre os intelectuais da época, como filósofos, cientistas e
políticos. Acredita-se que a Maçonaria tenha desempenhado um papel crucial na
disseminação dos valores iluministas, como a liberdade, igualdade e fraternidade.
A chegada da Maçonaria ao Brasil remonta ao século XVIII, período em que
o país ainda era uma colônia de Portugal. A influência maçônica teve um impacto
significativo nos acontecimentos políticos e sociais brasileiros, contribuindo para a
disseminação desses ideais iluministas e valores republicanos.
Os primeiros registros da presença maçônica no Brasil remontam ao início
do século XIX. Em 1797 com a Loja Cavaleiros da Luz na cidade de Salvador-BH
tendo a cisão em 1927 que originou as Grandes Lojas Estatuais brasileiras.
A Maçonaria tem sido uma presença marcante na sociedade brasileira há
séculos, deixando um legado duradouro que transcende suas próprias fileiras. Os
princípios maçônicos, que enfatizam a busca pela verdade, o respeito mútuo e o
aprimoramento moral, têm exercido uma influência contínua nos valores cívicos,
éticos e morais do povo brasileiro até os dias de hoje. Ao longo da história, a
Maçonaria desempenhou um papel fundamental na formação da identidade
nacional brasileira. Seus membros destacaram-se como líderes influentes nas
áreas política, social e cultural, defendendo ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade. Esses princípios maçônicos ajudaram a moldar a concepção de
cidadania no país, contribuindo para a consolidação de uma sociedade mais justa
e inclusiva.
Além disso, a Maçonaria também tem sido uma força impulsionadora na
promoção da educação e filantropia no Brasil. Suas lojas maçônicas estabeleceram
escolas, bibliotecas e instituições de caridade em todo o país, visando melhorar as
condições de vida e oferecer oportunidades educacionais para comunidades
carentes.
O mundo está em constante evolução, e a Maçonaria precisa se adaptar às
transformações políticas, sociais e tecnológicas para permanecer relevante, e isso
pode ser feito através de um envolvimento mais ativo em questões políticas e
sociais, usando sua influência para promover mudanças positivas na sociedade.
Os esforços também devem ser continuados no seu compromisso com
atividades filantrópicas e de caridade. Os maçons devem, além de tudo, usar de
seus conhecimentos para instruir e educar as pessoas que vivem em sua
comunidade, a fim de despertar neles também o senso de justiça e fraternidade.
A evolução da Maçonaria pode envolver uma ênfase crescente na inclusão
de pessoas de diferentes origens étnicas, culturais e de gênero, através das
entidades paramaçônicas, trazendo o senso de afiliação social para superar a
imagem de exclusividade associada à Maçonaria e garantir que ela represente a
sociedade de forma mais abrangente.
Na medida em que nossos membros adentrem na fraternidade como um
todo, é importante evoluir para atender essas novas demandas, mas, ao mesmo
tempo, preservar as tradições como forma de manter a conexão com sua história e
propósitos originais.
O futuro da Maçonaria no Brasil envolve muitas questões a serem analisadas
e definidas, e qualquer decisão dependerá da capacidade de adaptação às
mudanças, manter seus princípios fundamentais e encontrar maneiras de ser
relevante para as próximas gerações.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
R.·.E.·.A.·.A.·.
TIBAGI
2023
Introdução
Desenvolvimento
PONTA GROSSA
2023
1. INTRODUÇÃO
Uma vez dentro da Loja, o aprendiz irá notar ao decorrer do tempo, que a
cerimônia inteira é simbólica com uma série de provas, testes, provações, para
mostrar o quanto intenso e incrível é a maçonaria.
Irá perceber os pequenos detalhes, que mesmo simbolicamente, envolvem
muito mais do que questões de ética ou moral, que tanto são empregados nos
estudos filosóficos da Maçonaria.
Dentre diversas simbologias, surge então a Tábua de Delinear, onde ela
norteia toda a simbologia necessária para o desenvolvimento e de um aprendiz
Maçom. O trabalho a seguir, tentará por meio do auxílio de autores e também por
opinião de origem própria, decifrar o Simbolismo da Tábua de Delinear e a Planta
da Loja.
2. A CHAVE
As Jóias Móveis:
Esquadro, nível e o prumo.
As Jóias Fixas:
Prancheta, pedra polida, pedra bruta.
Os Paramentos:
Livro das Sagradas Escrituras, esquadro, compasso.
Os Ornamentos:
Pavimento Mosaico, borda denteada, estrela fulgurante, o sol, a lua e as
sete estrelas;
Altar dos Juramentos, o círculo e o ponto com as paralelas, a escada de
Jacó, as três colunas alegóricas, o maço e o cinzel, o Lewis, a régua de vinte e
quatro polegadas e as quatro borlas.
A Tábua de Delinear acima foi desenhada por John Harris em 1845, e sua
original encontra-se na ELoI, com seu impressionante tamanho de
aproximadamente 1,80 m de altura por 0,90 m de largura. Em nossas Lojas
utilizamos tábuas semelhantes, exceto pelas suas dimensões, reduzidas em
relação aos originais, pela necessidade da sua movimentação, o que não ocorre
naquela Loja de Instruções.
Cada Loja deve possuir um conjunto de três tábuas de delinear, uma para
cada grau. Outros ritos têm modelos diferentes de tábuas para seus graus, que não
atendem as explicações contidas nos nossos rituais e, portanto, não podem ser
utilizadas. Os caminhos são diferentes, mas o destino é um só: a construção do
edifício social ideal, missão de cada Maçom.
Conhecendo um pouco mais sobre a Tábua de Delinear, decidi por questões
de importância pessoal, dar ênfase em dois elementos contidos no mesmo, que
serão abordados a seguir.
Qualquer Maçom haveria de reconhecer uma Loja como tal, pelo seu
formato, por sua planta e pelos itens com os quais ali se depara. Ainda assim, pode
haver diferenças de uma Loja para outra, conforme a perspectiva das Lojas que
dela fazem uso.
Algumas instalações maçônicas estão em permanente uso como locais de
sessões de Lojas de Maçonaria Simbólica, algumas são convertidas ou adaptadas
para esse fim apenas durante o transcorrer da reunião da Loja, lugares que outrora
foram usados para um fim bem diferente, e que amanhã poderão servir para outro.
É importante ressaltar que muitas diferenças no simbolismo das Lojas, seja
no presente ou no passado, derivam desse desenvolvimento separado do
simbolismo, em Lojas e em áreas. Tudo isso se refere ao local onde se reúne a
Loja, mas será que é somente isso que uma Loja significa para um Maçom?
As antigas preleções e os catecismos de antigamente abordavam os
atributos simbólicos de uma Loja e, hoje em dia, muitos deles ainda fazem parte
das preleções e nas explanações da Tábua de Delinear do Primeiro Grau.
O formato da Loja é de um retângulo oblongo, que vai do Leste para o Oeste,
sustentada por três colunas e apoiada em terreno sagrado. As suas dimensões são
ilimitadas, e a cobertura não menos do que o reluzente dossel do firmamento (Plano
terrestre e Celestial).
A partir desses princípios gerais, uma Loja maçônica parece ser um
microcosmo ou um mundo em miniatura, sobre a qual a glória espalha os seus
refulgentes raios, tal como o Sol no firmamento, iluminando os irmãos nos caminhos
da virtude e da ciência.
Um Maçom sentado em sua Loja, cercado pelos símbolos característicos
espalhados por todos os lados, sente-se integrado como parte da Loja Universal da
Natureza, criado pelo autor e fonte da "Luz" e redimido pelo Amor Divino ou
"Caridade".
Ali ele reflete com seriedade acerca dos deveres e obrigações que lhe são
incumbidos, e que o levam à permanente prática da Virtude e da Moralidade que
esses emblemas incorporam e recomendam, na esperança de que, quando
finalmente for convocado a prestar contas, possa ser transferido de sua Loja terrena
ao Grande Templo nas Alturas, para ali desfrutar para todo o sempre do esplendor
da Franco Maçonaria em seu perfeito e glorioso estado de inefável Luz, ilimitada
Caridade e imperturbável Paz.
A Loja, ao ser revelada a um neófito Maçom, descerra-lhe a representação
de um mundo no qual, a partir das maravilhas da natureza, somos levados a
contemplar a sua original grandiosidade e venerá-lo por suas poderosas obras e,
por conseguinte, somos levados a servos do Grande Arquiteto do Universo, a cuja
semelhança fomos originalmente feitos. Então, somos levados a contemplar as
obras de Deus e a venerá-lo.
O aprendiz Maçom é colocado no canto nordeste o qual fica de costas para
o Norte (escuridão) e voltado para Luz (Venerável Mestre). Ali é o início da jornada,
seu nascimento ou o início de seu trabalho e qual caminhará para o Oeste para
receber o que lhe é devido.
Uma Loja maçônica representa um Templo e isso está patenteado por um
formato simbólico, a sociedade adotou o Templo de Salomão por ser a mais estável
e magnífica estrutura que jamais existiu.
O objetivo de Loja Maçônica poderia ser descrito como o de conciliar e domar
as paixões, de estabelecer entre os homens o espírito de paz e de concórdia, que
poderá torná-los impenetráveis aos sentimentos de ódio, rancor, inimizade e
discórdia, aqueles mordazes inimigos que envenenam o que de melhor há em
nossas vidas; de inculcar sentimentos de honra e de probidade, que poderão
produzir homens mais aplicados em seus respectivos deveres; de ensinar uma
zelosa obediência aos desígnios de pais e de príncipes; de apoiarem, um ao outro,
a terna relação entre irmãos, que é o nome pelo qual eles se tratam entre si e, em
resumo, para formar uma admirável Sociedade, cujo único objetivo é a liberdade, o
amor e a igualdade.
5. ESCADA DE JACÓ
De forma mais objetiva, podemos dizer que a escada simboliza o caminho
por onde nós, como Maçons, esperamos chegar próximo ao Grande Arquiteto do
Universo. Ela é composta por vários degraus, simbolizam as virtudes que o Maçom
deve cultivar, para chegar à perfeição.
Entretanto, é necessário aqui explanarmos um pouco mais a respeito deste
simbolismo, pois passa por momentos históricos e religiosos que vão além de uma
simples definição básica para deixarmos de lado.
Acredita-se que este símbolo deriva de uma passagem bíblica onde Jacó,
ao fugir da ira de seu irmão Esaú, acaba por um fim de dia ao anoitecer, deitar-se
em chão de terra, e apoiar sua cabeça sob uma pedra, e em um sonho, consegue
visualizar uma escada, que tem seu fim em meio as nuvens.
Esta passagem bíblica encontrada em Genesis 28:10, está descrita da
seguinte forma:
10Jacó seguiu o caminho desde Berseba e dirigiu-se a Harã. 11Com o
tempo atingiu certo lugar e se preparou para ali pernoitar, visto que o Sol
já tinha se posto. Tomou, pois, uma das pedras do lugar e a pôs como
apoio para sua cabeça e deitou-se naquele lugar. 12E começou a sonhar,
e eis que havia uma escada posta da terra e seu topo tocava nos céu; e
eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.13 E eis que o
SENHOR estava em cima dela e disse: Eu sou o SENHOR, o Deus de
Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado te
darei a ti e à tua semente. 14E a tua semente será como o pó da terra; e
estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na
tua semente serão benditas todas as famílias da terra.15 E eis que estou
contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta
terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que tenho dito.
16Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está
neste lugar, e eu não sabia.17E temeu e disse: Quão terrível é este lugar!
Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
8. REFERÊNCIAS
IMBITUVA
2023
PREFÁCIO
1 INTRODUÇÃO
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AUTORES:
Guilherme Moraes Ratin (C M )
Marcos Rodrigues (A M )
Ramonn Heidmann Sandrini (C M )
RELATORES
Anselmo Westphal Neto (M M )
José Guido Teixeira Junior (M M )
Castro
2023
1. INTRODUÇÃO
2. SIGILO MAÇÔNICO
3. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVELINE, Arthur; OLIVEIRA, Jaime Balbino de. O Sigilo Maçônico. [online, s.d].
Disponível em: <cavaleirosdaluz18.com.br>. Acesso em: 15.08.2023. HOUAISS,
Antônio. Pequeno dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Moderna, 2015.
TELÊMACO BORBA
2023
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
a. Significado
b. Aplicação no REAA
c. Aplicação Esotérica
d. Origem da Aclamação
O fato é que, ao longo dos séculos 17 e 18, Huzzah foi identificada como
um grito de guerra das tropas avançadas da marinha inglesa, bem como
do exército e do corpo de Granadeiros Britânicos. Durante o século 18,
três “huzzahs” eram dados pela infantaria britânica antes do toque de
carga, como meio de reforçar a moral das tropas e intimidar os inimigos.
O livro “Casacas-vermelhas: Os soldados britânicos na era da cavalaria e
dos mosquetes”, de autoria do Brigadeiro Edward Richard Holmes (1946),
historiador militar inglês, indica que eram dados dois gritos curtos de
“huzzah”, seguidos de um terceiro mais longo, antes do toque dado pelos
clarins. (PEDRO-CYRINO, Fábio)
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Autores do trabalho:
Bruno Cavassani Schimicoski (A.·.M.·.) Edson Carlos Jacobs (A.·.M.·.)
Geraldo Lucas Agner (A.·.M.·.)
Jeymisson Bueno de Melo (A.·.M.·.) Leandro Chrestani (A.·.M.·.)
Marcelo Ferraz de Freitas (A.·.M.·.)
Orientador:
Antonio Fernando Martin Ruiz (M.·.M.·.)
Rito:
Rito Escocês Antigo e Aceito
Ponta Grossa – PR
2023
1 – INTRODUÇÃO
2 – DESENVOLVIMENTO
Nas Lojas Maçônicas, e aqui dissertamos sobre o Rito Escocês Antigo e
Aceito (REAA), utilizam-se os signos e sinais do zodíaco como elementos
simbólicos, não vinculados diretamente a astrologia, mas significando todo caminho
percorrido pelo maçom, de aprendiz a mestre.
As colunas zodiacais delimitam o caminho percorrido pelo maçom em seu
desenvolvimento e o crescimento de caráter material, moral e ético do iniciado
durante sua jornada.
Divididas entre as colunas do Norte, compostas pelos signos de áries, touro,
gêmeos, câncer leão e virgem, e do Sul por libra, escorpião, sagitário, capricórnio,
aquário e peixes, formam grupos com três colunas cada, representando as 04
(quatro) estações do ano, no caso do hemisfério norte do globo terrestre, estão
dispostas na seguinte ordem: primavera e verão na Coluna do Norte, outono e
inverno na Coluna do Sul.
As colunas zodiacais vão do piso ao teto, onde em sua parte superior
“capitel”, encontra-se uma série de símbolos utilizados na sua decoração, sendo
estes em número de três, as quais veremos a seguir:
O Triângulo
Utilizado pelos alquimistas, este símbolo se remete aos quatro elementos da
natureza, ligados também ás iniciações maçônicas do REAA: Terra (Câmara de
Reflexão), Ar (primeira viagem), Água (segunda viagem) e Fogo (terceira viagem).
A representação dos símbolos iniciáticos seguem as concepções dos símbolos
alquímicos, onde o ápice apontado para cima representa o fogo e o ar, e apontado
para baixo representa a terra e a água.
Seguimos com melhor ilustração:
Figura 1 – Triângulos
3 – ASTROLOGIA E ASTRONOMIA
ASTRONOMIA ASTROLOGIA
Base da ciência. Uma crença.
Estuda a localização, origem, Estuda o movimento dos astros e
destino e classificação dos astros. suas influências sobre os seres humanos.
Estudo lógico e dedutivo. Estudo com base na intuição e
comparação.
Ciência exata. Misticismo.
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
Zoccoli, Hiran Luiz. Fundamentos para alteração do R.E.A.A. em harmonia com
as leis da natureza. Curitiba: 1997.
Autores:
CAPRARO, Fernando. Apr.·. M.·.
HANISKIEVICZ, Rodrigo. Apr.·. M.·.
KOSLOSKY, Juliano Koga. Apr M .
Orientadores:
ANDERMAN, Leonel Carlos. M M
MEZZADRI, Carlos Eduardo Rocha M M .
Palmeira
2023
1. Resumo e Introdução
2. Metodologia
9. Considerações finais
Referências
CAMARA DE REFLEXÃO
PARTE TEÓRICA Grau 1 – Aprendiz Maçom
Ponta Grossa – PR
2023
INTERPRETAÇÃO DA CÂMARA DE REFLEXÃO
Visita - Visita
Interiora - O interior
Terrae - da Terra
Rectificando - Retificando
Invenies - Descobrindo
Occultun - a Oculta
Lapidem - Pedra
É o mesmo que a frase escrita no frontispício do Templo de Delfos:
“Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás universos e deuses”.
Pois somente buscando no fundo de seu ser o homem descobrirá a Pedra Oculta,
antes, o D-us Onisciente que ali habita, transformando-o Uno com o Pai. A visita
interior ou a introspecção no silêncio profundo é um ato de fé lembrando na oração
ensinada por Jesus Cristo:
Lucas, Cap. 6; Vers. 9: “Pai nosso que estais no céu (nas 3 sefiroth
ocultas), santificado seja teu nome (inefável); venha o teu reino, seja feita a tua
vontade, assim na Terra (10ª sefirá – malkuth - reino), como no céu (1ª sefirá -
kether – coroa)” (assim como encima é embaixo – Hermes Trimegistro).
Nada mais precisaríamos buscar além da Câmara de Reflexão. É um campo
vasto de sabedoria e filosofia, nos dando a oportunidade de desbastarmos a Pedra
Bruta até encontrarmos a nossa Pedra Filosofal pregada pelos Sábios da
Antiguidade.
NOTAS
República Árabe do Egito, NO da África, cortado de norte a sul pelo Rio Nilo,
ao norte o Mar Mediterrâneo, a leste o Mar Vermelho e ao sul pelo deserto da Núbia.
SO da Ásia, hoje Iraque.
República Democrática da Etiópia, ex-Albissínia, Leste da África.
Deserto da Núbia no Sudão, cortado pelo Rio Nilo e banhado pelo Mar
Vermelho, NO da África.
REFERÊNCIA BIBLIGRÁFICA
Participantes:
ALCEU MORES A.˙. M.˙. – CIM 332765;
FERNANDO BLASZKOWSKI A.˙. M.˙. – CIM 337449;
FERNANDO GUINÉ JUNIOR A.˙. M.˙. – CIM 332766 (RELATOR);
MAURICIO CORADASSI A.˙. M.˙. – CIM 337448;
RAPHAEL PETERSON WALTER A.˙. M.˙. – CIM 332768 (RELATOR);
EDGAR BERTHOLDO SANTA C.˙. M.˙. - CIM: 330093;
JONY PRESTES DE LIMA JUNIOR C.˙. M.˙. - CIM: 330094;
ORIENTADOR: MAURICIO JULIO CAMPOS M.˙. M.˙. – CIM 311136.
GUARAPUAVA - PR
2023
1. INTRODUÇÃO
O sábio Pitágoras disse: “acendei luzes [fogo], toda vez que fordes falar das
coisas sagradas”. Em todos os tempos e em todos os rituais a presença desse
elemento se faz presente, somado à Terra, ao Ar e à Água, forma os quatro
elementos essenciais à vida. (Louro, 2006, p. 60).
Embora o surgimento da vela seja uma dessas matérias que tem a precisão
de sua origem perdida no desenrolar da história, é consenso que primeiro se teve
notícia de sua utilização entre os chineses entre 221 a.C. e, pelos romanos, a partir
de 500 a. C. (História da fabricação de velas, 2022). E, sendo sua chama fonte de
luz, inúmeros são os símbolos que tão simples objeto carrega.
Como por exemplo, o Dicionário de Símbolos de Chevalier e Gheerbrant,
assim o definem:
O simbolismo da vela está ligado ao da chama. Na chama de uma candeia todas as forças
da natureza estão ativas, dizia Novalis.
A cera, a mecha (pavio ou torcida da vela), o fogo, o ar, que se
unem na chama ardente, móvel e colorida, são eles próprios uma síntese
de todos os elementos da natureza.
Mas esses elementos estão individualizados nessa chama
isolada. A vela acesa é como o símbolo da individuação ao cabo da vida
cósmica elementar que nela se vem concentrar. […].
Símbolo da vida ascendente, a vela é alma dos aniversários.
Tantas velas, tantos anos e tantas etapas no caminho da perfeição e da
felicidade. […]. Assim, também, as velas que ardem aos pés de um
defunto – os círios acesos – simbolizam a luz da alma em sua força
ascencial, a pureza da chama espiritual que sobe para o céu a perenidade
da vida pessoal que chega ao seu zênite. (Chevalier, Gheerbrant. 2015).
Como Spoladore (1991) ensina:
Uma vela dentro da nossa ritualística, quando acesa, funciona como um
emissor-repetidor das vibrações mentais nela enfocadas e concentradas.
Enquanto estiver ardendo ficará repetindo o propósito pelo qual foi acesa.
Ela é, pois, o símbolo do Fogo Sagrado emitido pelo GADU.
Com igual certeza, toda carga simbólica é percebida nos trabalhos
Maçônicos que, neste, detém sua própria simbologia, como se pretende demonstrar
no presente trabalho, ainda que não exauriente.
2. DESENVOLVIMENTO
Para Boucher “s.d” (p. 131): “as velas dentro da simbólica Maçônica
receberiam o nome de Estrelas, deveria então se
dizer ‘Tornar Visíveis as Estrelas’, no lugar da
prosaica expressão ‘acender as velas’”. Continua,
ao afirmar que, “no Templo Maçônico, as velas são
um Fogo sagrado e não um mero detalhe do Ritual.
Esse é o motivo pelo qual esse costume não deveria
ser abandonado” (Idem).
Na Maçonaria, há muitos momentos em que
a luz desempenha uma função iniciática. As luzes
colocadas na mesa do Venerável, em número de
três, representam a fonte da Ciência, Virtude e
Verdade.
Figura 1 –
Castiçal com vela ou Estrela
Cita ainda Nicola Aslan, em outra de suas obras, o ritual Maçônico no qual
há o costume de receber altos dignatários em Loja com estrelas:
Trata-se de um costume antiquíssimo, já existente entre os romanos e que
a igreja romana primitiva veio adotar. J. Boucher consigna, em sua obra,
um costume interessante da Maçonaria Francesa: Quando um visitante
eminente é introduzido no Templo, precede-o o Mestre de Cerimônias
portanto uma Estrela. Trata-se de uma tradição que pode ser encontrada
numa antiguidade longínqua. Não é para iluminar o visitante que o fazem
proceder por uma Estrela, é para simbolizar a Luz que ele representa (p.
119). (Aslan. 2012, p. 1.432).
Apesar dos pontos distintos, igualmente as luzes litúrgicas são acesas com
suas evocações ao Divino, para o auxílio na abertura, para condução dos trabalhos
e em seu encerramento.
Por fim, semelhante com o Rito anterior, o acendimento das velas é feito
pelas Luzes da Loja, sendo as velas de cada Luz de cores diferentes, cada uma
com seu simbolismo.
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CIRCULAÇÃO EM LOJA
Autores
JOÃO LUIS B. VERISSIMO (A∴M∴)
DEIVIS TABORDA (A∴M∴)
EDSON LUIS CORDEIRO MATOZO (A∴M∴)
Rito
Rito Escocês Antigo e Aceito
IRATI
2023
CIRCULAÇÃO EM LOJA
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
Ponta Grossa
2023
INTRODUÇÃO
1 Especificamente sobre os ideais presentes na Maçonaria, argumenta Pereira que “A Maçonaria propõe o
cultivo da Sabedoria, da Liberdade e da Fraternidade. A Sabedoria visa distinguir o erro por si mesmo e
concorrer, com isso para o progresso. A Liberdade porque, sem ela, não responsabilidade nem dignidade
pessoal nem condições de afirmar a individualidade humana. E a Fraternidade para que, como força continua,
a Instituição possa seguir realizando o bem pelo próprio bem; isso é mais do que praticar o bem para evitar o
mal (PEREIRA, 2022, p. 24).
apresentados às ferramentas que transformaram sua existência, construindo
templos às virtudes e masmorras aos vícios.
A Maçonaria adota uma abordagem simbólica para transmitir suas lições e
ensinamentos, utilizando rituais, símbolos e metáforas para expressar ideias
filosóficas e morais2. Os rituais maçônicos são encenados como um meio de
transmitir ensinamentos e valores, enquanto os símbolos maçônicos carregam
significados profundos que convidam à reflexão e ao autodesenvolvimento
(BATTAL, sine data).
O uso de símbolos e alegorias na Instrução Maçônica desempenham um
papel central e significativo na transmissão de ensinamentos e princípios da
Maçonaria. De acordo com Guimarães:
Os Símbolos e as Alegorias são usados pela Maçonaria Simbólica, para
melhor noção de suas instruções que muito elevam moral e espiritualmente seus
Obreiros e podem ser “considerados” como secretos para os Profanos, por eles só
o verem como um simples instrumento de trabalho, sendo somente interpretados
filosófica e esotericamente pelos Iniciados que receberam instruções a respeito,
tornando-se desta forma secretos para os Profanos que, vendo os escritos
maçônicos, não lhes conseguem dar o sentido filosófico, mas sim o significado de
suas figuras, por ser o sistema velado da Maçonaria de passar seus conhecimentos
éticos e esotéricos aos Iniciados (GUIMARÃES, 2004, p.29).
Ao apresentar conceitos abstratos e complexos por meio de imagens vívidas
e narrativas envolventes, os símbolos e alegorias ajudam a tornar o aprendizado
Maçônico mais acessível e memorável. Os símbolos e a alegorias guardam sempre
algum vestígio filosófico, o que exige do Aprendiz Maçom o estudo de obras da
Filosofia Profana. Nesse sentido:
2 Para uma diferença conceitual entre símbolo e alegoria, c.f. RODRIGUES, pp. 87-88. Os Símbolos
Maçônicos são representações visuais que carregam significados profundos e universais, eles são projetados
para evocar uma resposta emocional e intelectual, estimulando a reflexão e a compreensão além das palavras.
Eles “[…] representam a maneira velada através da qual a instituição maçônica dá aos seus Iniciados as lições
de moral e ética, que fazem parte de sua doutrina.” As alegorias, por sua vez, são histórias ou narrativas que
contêm significados ocultos ou simbólicos, as quais são utilizadas na instrução Maçônica para transmitir
ensinamentos e lições de forma atraente e memorável. As alegorias na Maçonaria muitas vezes envolvem
histórias mitológicas, eventos históricos ou parábolas, cujos detalhes e elementos simbólicos são
cuidadosamente escolhidos para transmitir ideias específicas, elas são uma forma de representar
figurativamente ideias, normalmente ensinamentos morais. Em suma, as alegorias seriam uma ferramenta pela
qual a Maçonaria “[…] lança mão de parábolas, de lendas, verdadeiros relatos simbólicos que encerram
preceitos morais e que não oferecem oportunidade para várias interpretações como acontece com o Símbolo”.
A Filosofia é para nós algo indispensável. Nossa Augusta Ordem é uma
instituição em que o filosofar é tarefa que requer, que reclama todo nosso interesse
e todo nosso esforço. Em cada um dos símbolos, detrás de cada um dos passos
de nossos rituais e sobre o costado de cada etapa da História Maçônica, temos
sempre algum vestígio ou alguma indicação ou algum princípio de caráter filosófico.
É por isso que, alcançada a iniciação, não se pode ser um maçom autêntico sem
entrar no estudo da Filosofia e suas projeções sobre nossos fins, nossos objetivos,
nossos anseios, nossos símbolos, nossos rituais e nossa História (BATTAL, sine
data, p. 27).
Diante do exposto, o uso de símbolos e alegorias na instrução Maçônica
reflete a crença de que a verdadeira sabedoria não pode ser transmitida
simplesmente por meio de palavras, mas precisa ser descoberta e vivenciada
pessoalmente. Os símbolos e alegorias convidam o Maçom a uma jornada de
aprendizado contínuo e crescimento espiritual. Em tal seara, a Filosofia Profana
mostra-se como importante ferramenta para o trabalho do Aprendiz, funcionando
como instrumento auxiliar na lapidação da personalidade, que é a Pedra Bruta.
No presente estudo será dado enfoque ao R∴E∴A∴A∴ – Rito Escocês Antigo
e Aceito, o qual é praticado pela Augusta e Respeitável Loja Simbólica (A R L S
) Universitária dos Campos Gerais n.º 4096, da qual os Aprendizes que subscrevem
compõem os quadros.
3 Para uma descrição mais completa do conceito complexo de personalidade, c.f. BATTAL, sine data, p. 40:
O termo personalidade é de índole filosófica e cultural. Refere-se ao ser humano que alcançou sua integridade
e seu equilíbrio além de sua unicidade, de seu ser único. A personalidade é um resultado, um produto, é uma
realização. Esta realização começa quando nascemos e termina quando morremos. Toda realização pode ser
positiva ou negativa e a personalidade, que é realização, pode assumir estes caracteres. A personalidade tem
sua base, melhor dito, sua raiz, em nossa constituição biológica. Nossa anatomia e nossa fisiologia influem
brevemente no intento de construir uma relação lógica entre a Pedra Bruta
(personalidade) e a importância da Filosofia em seu aperfeiçoamento, identificando
elementos da Filosofia Profana que colaboram com tal empreitada.
O Trabalho na Pedra Bruta é o afazer que o Maçom deve cumprir durante
seu desenvolvimento como Aprendiz Maçom. O simbolismo desse trabalho
aparece nas conhecidas imagens de um operário defronte a uma pedra portando
um maço em uma das mãos e um cinzel na outra. O trabalho sobre si é
caracterizado no simbolismo do R E A A como o trabalho que compete ao Aprendiz
Maçom e que consiste no desbaste da Pedra Bruta.
Sabemos que nós somos Pedra Bruta, com arestas não aparadas e defeitos,
através do processo de análise e reflexão que em nossa vida maçônica se inicia na
Câmara de Reflexão, momento em que na ritualística somos primeiro levados a
refletir sobre a finitude da vida, onde vaidades, poder, arrogância se esvairão junto
com o singelo e putrificado cadáver que acolheu nossa existência. Na Terceira
Instrução do Grau de Aprendiz encontramos:
“Ven∴ Ir 1° Vig∴, como fostes recebido Maç ?
1° Vig Nem nu nem vestido, V . M Despojaram-me de todos os metais e
vendaram-me os olhos.
Ven Que significa isto, meu Ir ?
1° Vig Várias são as significações, V∴M∴ A privação dos metais faz lembrar
o homem antes da civilização, em seu estado natural, quando desconhecia as
vaidades e o orgulho; a obscuridade, em que me achava imerso, figurava o homem
primitivo na ignorância de todas as coisas.
Ven Quais as deduções morais que tirais dessa alegoria?
decisivamente na formação de nossa personalidade. Parte de nosso organismo, que tem importância decisiva
nisto, é o sistema nervoso, nossas secreções internas e sobretudo o trabalho de coordenação e de elaboração
que se condicionam nos extratos cerebrais. A personalidade é o resultado, QQ∴ IIr∴, da herança, do ambiente
ou dos ambientes, se vocês preferem, e da educação. Já vimos que a hereditariedade nos dita nossa anatomia e
fisiologia; também nos dá nossa psique. De tal maneira que esta combinação bio-psíquica, que serve de raiz à
personalidade, tem um nome que vocês conhecem, o de temperamento. O temperamento nos faz diferentes e
pela circunstância de possuir um temperamento, além de caracteres comuns próprios da espécie humana, temos
caracteres nossos, individuais, derivados, como eu lhes dizia, de temperamento. A personalidade é única, é
irrepetível por sua base temperamental. O temperamento por sua vez é base do caráter. O caráter, ou seja, o
cunho pessoal, aquilo que nos singulariza, surge de duas vertentes. Uma das vertentes já mencionamos: é o
temperamento. A outra vertente é o adquirido. E o que é o adquirido? Tudo aquilo que aprendemos, tudo aquilo
que conquistamos através da convivência, da imitação, da sugestão e, sobretudo, da educação.
1° Vig A abdicação das vaidades profanas e a necessidade imprescindível
de instrução, que é o alicerce da Moral Humana (GOB – PR, 2016, p. 163 – 164).
O processo de autoconhecimento encontra lastro na Filosofia Socrática,
sendo conhecido o aforismo "Conhece-te a ti mesmo" que remonta à Grécia Antiga
e é frequentemente atribuído ao filósofo Sócrates, que se encontrava no pórtico de
entrada do templo ao Deus Apolo, na cidade de Delfos. Embora o filósofo não tenha
deixado registros escritos, essa frase é comumente associada a ele por meio das
obras de seus discípulos, especialmente Platão (CHAUI, 2000).
A frase "Conhece-te a ti mesmo" é uma chamada à reflexão e ao
autoconhecimento, sendo que para alcançar a sabedoria e uma vida significativa,
é fundamental que cada indivíduo busque entender sua própria natureza, suas
crenças, seus valores e suas limitações. Através desse processo de
autoconsciência, é possível ganhar uma compreensão mais profunda de si mesmo
e do mundo ao seu redor, nesse sentido:
Conhecer, portanto, é descobrir o “SER”; assim, para o Aprendiz Maçom, o
conhecimento pode significar o nascimento do seu “SER” interior. Compreendendo
a “si” mesmo, ele se diferencia do profano, pois uma nova luz ilumina o seu
caminho, uma vez que visualiza as coisas com o olho do pensamento, usando a
lente da inteligência, ao passo que o profano olha e não vê. É aí onde reside a
diferença entre o olhar e o ver, entre o profano e o Aprendiz Maçom (DIAS, 2016,
p.28).
É importante ressaltar que o autoconhecimento não é um objetivo final, mas
sim um processo contínuo e tendo conhecido sua realidade interior, prossegue o
Aprendiz Maçom com seu trabalho de lapidação. O "Conhece-te a ti mesmo" é um
convite à autorreflexão, ao processo de inventariar a própria alma:
Aquele que trabalhar na Grande Obra deve visitar a sua alma, penetrar no
mais recôndito do seu ser e nele efetuar um labor oculto, misterioso. Como a
semente deve ser sepultada no seio da terra, assim aquele que houve o apelo de
Deus deve, corrigindo-se, retificando-se, obter a sublime transmutação. Encontrará
assim a pedra oculta que Ele guarda. Nesse local, seu espírito é levado a conceber
novas ideias, introspectar, examinar e comparar tudo o que o cerca, aí está a
realização da Grande Obra dos Alquimistas (PEREIRA, 2022, p.42).
Para desempenhar este ofício, ao Aprendiz Maçom são apresentados os
instrumentos e utensílios que deverá empregar e assim, começar a ver trechos
planos no que dantes era o todo áspero do nosso caráter. Ressalte-se que é na
Segunda Instrução do Grau de Aprendiz que são apresentados o ferramental
simbólico que deverá empregar na empreitada: o Maço e o Cinzel.
Vejamos:
Ven∴ (0) - IIr∴ VVig∴ e Orad∴, ajudai-me a ministrar a segunda instrução aos
nossos IIr∴ AApr∴
Orad∴ - Meus IIr∴, o Painel Simb∴ da L∴ representa o caminho que deve
trilhar para atingir, pelo trabalho e pela observação o domínio de si próprio. Seu
único desejo deve resumir-se em progredir na GRANDE OBRA que empreendeu
ao entrar neste Templo. Quando, ao término do trabalho de aperfeiçoamento moral,
simbolizado pelo desbastar as asperezas dessa massa informe a que chamamos
de P∴B∴, houver conseguido, pela fé e pelo esforço, transformá-la em P∴ Cúb∴,
apta à construção do edifício, poderá descansar o Maço e o Cinzel, para empunhar
outros utensílios, subindo a escada da hierarquia maçônica (GOB – PR, 2016, p.
153).
O Maço é uma ferramenta pesada e resistente, utilizada para moldar e dar
forma à matéria, representa a força de vontade e a determinação necessárias para
superar desafios e transformar-se em um ser humano melhor. Assim como o Maço
é usado para quebrar pedras ásperas e resistentes, o Aprendiz Maçom é
encorajado a aplicar sua força interior para superar obstáculos e purificar suas
próprias imperfeições, buscando alcançar um estado de aprimoramento moral e
espiritual (D’ELIA JUNIOR, 2019).
O Cinzel, por sua vez, é uma ferramenta afiada e precisa, utilizada para
esculpir e dar forma aos materiais trabalhados pelo Maçom, simboliza a educação,
o conhecimento e a sabedoria adquiridos ao longo da jornada Maçônica. Assim
como o Cinzel esculpe a matéria bruta em formas mais refinadas, o Aprendiz
Maçom é encorajado a buscar o conhecimento, aprimorar suas habilidades
intelectuais e moldar sua personalidade de acordo com os princípios maçônicos
(PEREIRA, 2022).
O Maço e o Cinzel, quando utilizados em conjunto, representam a
transformação pessoal que ocorre na vida do Aprendiz Maçom, que ao aplicar o
Maço com força e determinação, ele quebra as imperfeições e os vícios que o
impedem de crescer, de tal maneira que:
O Maço, um instrumento ativo que empunhado com a mão direita, lado ativo
e positivo, é acionado sobre o Cinzel (passivo) empunhado pela mão esquerda,
vibrando-lhe sábios golpes da medida certa, desbastando as arestas da pedra que
impedem o ajuste com as demais já polidas, dando-lhe regularidade em sua forma,
ocasionando o entalhamento necessário, dando à obra um aspecto de beleza,
naturalidade e perfeição. Representa “conhecimentos” que deverão ser
empregados para que a intelectualidade também seja passiva (GUIMARÃES, 2004,
p. 31).
Com o auxílio do Cinzel, o Aprendiz Maçom esculpe sua personalidade,
aprimora suas habilidades e busca o conhecimento necessário para se tornar um
ser humano mais virtuoso. Conhecimento e as virtudes são necessárias ao
equilíbrio, que fará com que a jornada do aperfeiçoamento interior não derive para
radicalismos. Em tal sentido Marcos Santiago ensina:
Reconhecendo a liberdade como uso de si mesmo e do mundo sem
ultrapassar os limites da liberdade dos demais, praticando a igualdade com o
conhecimento de que quantidades desiguais devem ser tratadas desigualmente, e
vivenciando a fraternidade como o dever de questionar possíveis atitudes incorretas
de seu Irmão e induzi-lo a refletir melhor, e da mesma forma passando por esse
procedimento em relação a seus próprios atos, o Iniciado estará cumprindo a Divisa
Maçônica com perfeição. Praticando o caminho do meio, isto é, opondo a cada ideia
(a Tese) os argumentos que validam ou contestam (a Antítese), e seguindo o
caminho do crescimento a partir do ponto de encontro das ideias opostas, o Maçom
atingirá o resultado equilibrado do confronto dos pontos de vista, o conhecimento
(a Síntese), que deve nortear o comportamento esclarecido que dele se espera
(SANTIAGO, 1992, p. 194).
A maneira ponderada como deverá agir o Aprendiz Maçom, sem apego a
dogmas e sofismo, deverá ser construído com um método que permita o melhor
rendimento de seu trabalho, que conforme os ensinamentos apresentados acima
seria o método dialético. O método dialético é uma abordagem filosófica que se
baseia na discussão e na troca de ideias como forma de alcançar a verdade e o
conhecimento, sendo caracterizada pela busca de contradições e oposições nas
ideias, com o objetivo de alcançar uma síntese superior.
O precursor do método dialético foi Sócrates, que utilizava a maiêutica para
extrair conhecimento das pessoas por meio de perguntas e respostas. Ele
acreditava que o diálogo e o questionamento sistemático levavam à descoberta da
verdade interior. Platão, discípulo de Sócrates, desenvolveu ainda mais o método
dialético em seus diálogos filosóficos (CHAUI, 2000).
Para ilustrar a estreita semelhança do estoicismo e as Instruções do Grau
de Aprendiz, selecionamos alguns apontamentos do Imperador Marco Aurélio, em
sua obra “Meditações”:
Dentro de pouco tempo, serás cinza ou um esqueleto e por acaso um nome,
ou talvez nem mesmo um nome. E o que é o nome senão um som vazio e um eco
ressonante? As coisas que nesta vida são para nós as mais queridas e de maior
importância são em si vãs, pútridas e desprezíveis (MARCO AURÉLIO, 2021, p.
77).
Eles procuram para si locais privados de descanso, como aldeias rurais, a
costa marítima, as montanhas. Sim, não tens o hábito de ansiar demais por esses
lugares? Mas deves saber que tudo isso vem da simplicidade em seu mais alto
grau. Quando quiseres, está sob teu poder fugir para dentro de ti e ficar em repouso,
livre de todos os problemas. Um homem não tem refúgio melhor que para dentro
de sua própria alma. Especialmente aquele que de antemão é provido dessas
coisas internas, que sempre lhe proporcionam perfeita facilidade e tranquilidade
quando olha para dentro de si. E, por tranquilidade, eu as entendo como uma
disposição e uma postura decentes e ordeiras, livres de qualquer confusão e
tumulto (MARCO AURÉLIO, 2021, p. 53).
Se encontrares algo nessa vida mortal que a retidão, que a verdade, a
temperança, a fortaleza e, de modo geral, melhor que uma mente satisfeita, tanto
com as coisas que ele faz de acordo com o que é correto e a razão quanto naquelas
que, sem sua vontade e seu conhecimento, te acontecem pela Providência. Se eu
disser que tu podes descobrir algo melhor, onde quer que tu o encontres, desfruta
livremente. Mas se tu não encontrares nada digno de ser preferido a não ser o
espírito que está dentro de ti. Se nada for melhor do que sujeitar a ti mesmo tuas
luxúrias e teus desejos, não cedendo a quaisquer fantasias ou imaginações antes
de teres devidamente as considerado (MARCO AURÉLIO, 2021, p. 47).
Os textos apresentam uma reflexão e da maneira que foram postos
representam o caminho do Aprendiz Maçom. O primeiro aforismo demonstra a
insignificância de uma existência pautada por falsos valores, como o poder e
arrogância. O segundo e o terceiro enfatizam a importância de encontrar um refúgio
dentro de si mesmo, sendo que podemos encontrar descanso e se libertar de todos
os problemas ao olhar para dentro de nossa própria alma, inclusive encontrando
neste refúgio interior um lugar de onde podemos examinar cuidadosamente nossas
ações e desejos.
A busca por um ponto de equilíbrio, pelo domínio das paixões e pelo bem
são deveres do Aprendiz Maçom e também virtudes propagadas pela Filosofia
Estoica. De acordo com R.
Rodrigues a Maçonaria e o Estoicismo têm pontos de coincidência:
Depois de muito pesquisar em busca de um relacionamento porventura
existente entre o estoicismo e alguns tópicos da doutrina maçônica, encontramos
muito mais do que pensávamos encontrar e chegamos à conclusão de que
estoicismo e Arte Real, em muitos pontos se fundem. Assim como o estoicismo, a
Maçonaria grita a seus membros que não deixem dominar por paixão alguma. Aliás,
a grande similitude existente entre a filosofia estoica e a doutrina maçônica reside
na oferta de normas claras de comportamento. E tem mais: além de ser uma
doutrina essencialmente moral, o estoicismo contém importantes ensinamentos
sobre a estrutura do cosmos e sobre o conhecimento humano, o que também é de
grande interesse da Arte Real. O que desde logo se pode observar é que a moderna
Maçonaria se aproxima cada vez mais da doutrina estoica mormente naquilo que
diz respeito à ética da ação. O estoicismo não aceita a inércia, uma vez que admite
– como a Maçonaria admite – um latente compromisso com o mundo. Isto significa
que quando a Maçonaria nos exorta a que nos dominemos a nós mesmos, não nos
está aconselhando a uma espécie de fuga, antes pelo contrário. O Maçom tem que
agir, é obrigado a agir. O trabalho do Maçom se estende àquele relacionado à
necessidade de manutenção da vida e àquele que visa a busca do aperfeiçoamento
pessoal em todos os sentidos. Vejamos: o estoicismo nos ensina que o sentimento
é a emoção racionalizada. Já a emoção é o tônus vital do psicossomático, enquanto
a paixão é o domínio bruto do sentimento e que, muitas vezes, nos leva ao
fanatismo. Um outro ponto onde o estoicismo e a doutrina maçônica se casam é
aquele relativo à virtude. Se o Maçom é o indivíduo de bons costumes, isto significa
que ele é virtuoso. Já os estoicos ensinavam que, na vida do ser humano, o único
bem é a virtude e está consiste em uma vontade que esteja sempre de acordo com
a Natureza. E tem mais: para eles, a virtude depende exclusivamente do seu
possuidor. Aconteça o que acontecer, o homem pode sempre continuar virtuoso.
Isto porque a virtude reside na vontade e concluem que todas as coisas boas ou
más na vida da pessoa ficam dependendo exclusivamente dela própria
(RODRIGUES, 2003, p.43 – 46).
Podemos identificar, por meio da lição de R. Rodrigues, que a coincidência
entre ambas as tradições enfatizam a importância de não se deixar dominar pelas
paixões. Enquanto o Estoicismo ensina que a emoção deve ser racionalizada e a
paixão evitada para evitar o fanatismo, a Maçonaria incentiva seus membros a
dominarem a si mesmos e a agirem de forma responsável no mundo.
CONCLUSÃO
Os ensinamentos Maçônicos são repassados por intermédio de alegorias e
símbolos, os quais necessitam de instrução e orientação para que os verdadeiros
sentidos, os Mistérios, sejam revelados.
A Filosofia Profana é entendida como aquela que não é oriunda dos círculos
Maçônicos, a qual foi produzida por pensadores de diversos períodos da História.
Embora produzida no Mundo Profano, a filosofia é revelada aos que recebem as
Instruções do Grau de Aprendiz.
O ingresso na Ordem Maçônica ocorre por ocasião do Ritual de Iniciação,
no qual o candidato é despojado de todos os seus metais e posto a refletir em um
local lúgubre, a Câmara de Reflexão. Ali, a insignificância do candidato é
demonstrada ao recordá-lo que fama, vaidades, arrogância e outros falsos valores
não representam absolutamente nada e que a fome dos vermes será a mesma,
sejam em um esquife de um Imperador ou de um Mendigo desconhecido.
O choque de realidade leva a uma busca pelo autoconhecimento,
adentrando ao íntimo de sua alma. Após a Iniciação são apresentados ao agora
Aprendiz Maçom as ferramentas simbólicas necessárias ao seu aperfeiçoamento,
tal como o Maço e o Cinzel. O primeiro representa a vontade e a força que move o
indivíduo em busca da evolução. Já o segundo guarda o sentido da inteligência e
simboliza as vantagens da educação.
Em tais Instruções emanam ensinamentos da Escola Socrática e do
Estoicismo, cujos princípios residem na busca por conhecimento, virtude e
aprimoramento pessoal. Embora sejam tradições e filosofias distintas, há
elementos que as conectam e influenciam mutuamente.
A Escola Socrática, destacava a importância do questionamento, do diálogo
e do conhecimento como caminhos para a virtude e a autotransformação. Sócrates
buscava incitar seus discípulos a refletir sobre suas próprias crenças e
comportamentos, levando-os a questionar e buscar a verdade. Esse processo de
autorreflexão e busca pelo conhecimento é central tanto na Maçonaria quanto na
Escola Socrática. Por sua vez, o Estoicismo enfatiza o controle interno sobre as
emoções, a transformação de si mesmo, a aceitação das circunstâncias e o cultivo
da sabedoria para alcançar a tranquilidade e a virtude.
Essas ideias ressaltam a valorização da serenidade e da sabedoria diante
dos desafios da vida. Através da autorreflexão e da busca pela simplicidade,
podemos encontrar um refúgio interno que nos permite enfrentar os problemas com
maior clareza e equilíbrio emocional. Esse é o objetivo final do trabalho do Aprendiz
Maçom, lapidar a Pedra Bruta e, após a remoção de todas as asperezas, torná-la
Pedra Cúbica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Sutilezas da Arte Real. 1.ed. Londrina: Editora Maçônica a Trolha, 2003.
LUZES DA MAÇONARIA
Participantes:
Alex Nolla (Ap M )
André Vinícius Mariano de Souza (Ap M )
Daniel Valentim Machado (Ap M )
Eduardo Antonio Osovski (Ap M )
Paulo Rafael Alves Bueno (Ap M ).
Relator:
Alex Nolla (Ap M )
André Vinícius Mariano de Souza (Ap M )
Daniel Valentim Machado (Ap M ).
2. LUZ
3. LUZES DA MAÇONARIA
3.1.3. COMPASSO
Existe uma máxima Maçônica que diz que uma Loja é perfeita quando o
número de obreiros está dentro do requerido constitucionalmente. Uma Loja é
regular quando se trabalha na presença de carta constitutiva emitida por uma
autoridade Maçônica legal. E, uma Loja é justa quando Venerável Mestre, Primeiro
e Segundo Vigilantes estão presentes (SILVA, 2013).
Dentro da oficina, a Maçonaria oferece oportunidades na participação em
papéis ritualísticos denominados Cargos em Loja. A rotação desses cargos é
fundamental nas Lojas Maçônicas para permitir que todos os membros exerçam
diferentes funções ritualísticas, promovendo a formação Maçônica e a igualdade
entre os Maçons. Uma Loja que proporciona a todos os membros a chance de
ocupar variados cargos é uma Loja de iguais (JUCHEM, 2023).
A rotação das funções reforça o princípio de que nenhum membro deve
permanecer indefinidamente no poder, refletindo a natureza igualitária da
Maçonaria como uma sociedade que preza pela igualdade e pela liberdade. Visto
que as funções de Venerável Mestre e dos Vigilantes (Luzes da Loja) também são
Cargos em Loja, diferentes membros ocupam estas funções ao passar do tempo;
portanto, esses três cargos também são denominados como Luzes Móveis da Loja
(JUCHEM, 2023).
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CAMINO, R. DA. Dicionário Filosófico de Maçonaria. 1. ed. São Paulo - SP: [s.n.].
Ponta Grossa
2023
Introdução
A Maçonaria possui uma estrutura administrativa que permite o bom
funcionamento da Instituição. Ela é um espelho da organização do Estado
Democrático de Direito, em que fazem parte os três poderes constituídos e
harmônicos entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Tendo em vista que o Grande Oriente do Brasil é uma federação, sua divisão
organizacional segue o formato federativo brasileiro, com os órgãos federais,
estaduais e locais. Isso diferencia a Ordem Maçônica de muitas outras associações
privadas e/ou públicas, pois ela tem regulamentação e funcionamento, que são
próprios e característicos da Instituição. Sendo assim, a divisão organizacional se
dá deste modo:
O Grande Oriente do Brasil é o ente Executivo Federal.
A Soberana Assembleia Legislativa – SAFL é o ente Legislativo Federal,
sendo o Tribunal de Contas o órgão auxiliar da SAFL.
O Poder Judiciário é representado pelo Supremo Federal Maçônico,
Superior Tribunal Eleitoral e Superior Tribunal de Justiça.
A Guarda da lei é exercida pelo Ministério Público.
O Grande Oriente do Brasil – Paraná, nesse sentido, figura como o Executivo
federado no estado.
As Lojas Maçônicas são órgãos da esfera municipal/local, sendo
jurisdicionadas ao Grande Oriente do Brasil – Paraná e federadas ao Grande
Oriente do Brasil.
Desenvolvimento
Na maçonaria temos as Leis que instruem e regem a Ordem, sendo elas:
Constituição do Grande Oriente do Brasil
Regulamento Geral da Federação
Regimento de Recompensas
Código Eleitoral Maçônico
Código Disciplinar Maçônico
Conselho de Família
Cerimonial para a Bandeira Nacional
Protocolo de Recepção GOB
Constituição do Grande Oriente do Brasil – Paraná
Lei da Mútua Maçônica do GOB/PR
Lei da Ordem do Mérito Pelicano
Decreto que institui o Hino Oficial do GOB/PR
Decreto que cria o Conselho de Grão-Mestres no GOB/PR
Regimento Interno da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa – PAEL/PR
Regimento Interno do TEM/PR
Regimento Interno do TJ/PR
Regimento Interno do Tribunal de Contas/PR
SECRETÁRIOS GERAIS
Gabinete
Administração e Patrimônio
CONCELHO FEDERAL
Presidido pelo Grão-Mestre Adjunto
Constituído por 26 membros que representam os Estados
PODER LEGISLATIVO
SAFL – Mesa Diretora
Presidente
Vice Presidente e demais membros COMIÇÕES:
Comissão de Constituição e Justiça,
Comissão de Orçamento e Finança
Comissão de Educação e Cultura
Comissão de Redação
Comissão de Relações Públicas
Comissão de Tecnologia da Informação e Comunicação.
TRIBUNAL DE CONTAS
Presidente
Vice Presidente
Ministros
PODER JUDICIÁRIO
MINISTÉRIO PÚBLCO
Procurador Geral
Subprocurador Geral
Referências:
Constituição GOB, Coletânea de Leis Edição Especial em Prol da
Construção do
Complexo Maçônico e Boletins do GOB.