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REI SALOM‹O
Artigos Maçônicos
Trabalhos Digitais
Parte IV
Projeto Companheiro

Ir.’. Jellis F. de Carvalho


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OS CÉTICOS

Os céticos não fazem história, contemplam-na à distância, comodamente, instalados


na sabedoria do não correr riscos. Nossa cultura os tem elogiado. Eu tenho minhas
dúvidas sobre eles.
O cético não ajuda na construção do edifício, apenas diz: acho que desse jeito vai desabar.
Mas se lhe perguntarem: então, como deve ser, ele dirá, não me perguntem, não sou
engenheiro, minha função é não acreditar.
O ceticismo é o barateamento de uma certa filosofia. O cético não vive, desconfia. Não
participa, espia. Não faz, assiste. O cético (em não fazendo nada) se julga melhor que todos
os que fazem.
Já ouviram falar de “arte conceitual”? – aquela em que o autor não faz a obra, apenas
projeta seus propósitos; não realiza, apenas diz como seria se realizasse? Pois o cético é o
criador da “vida conceitual”.
Não contem com o cético para uma revolução. E se houver revolução, e se ele se misturar
aos vencedores, vai dizer: vocês não perdem por esperar. Não convidem o cético para fundar
uma cidade. Não é sequer bom guardião de biblioteca e é com desconfiança que ouve o canto
dos pássaros.
O cético não planta uma árvore, já duvidando que a semente brote. Dependêssemos dos
céticos estaríamos nas cavernas, não teríamos feito sequer o primeiro machado de pedra
lascada. A sorte do cético é que outros plantam e colhem para ele.
Certas épocas elegem o cético como modelo. Tristes épocas. O cético não tem nada a perder,
porque não joga. E como, em grande parte, a maioria dos sonhos humanos não se realiza
como a gente pretendia, o cético considera-se sempre um profeta. Da inércia, é claro.
Fosse Deus cético e não teria sequer dito fiat. Nem Colombo teria partido para a América
com aquelas três caravelas. O cético tem paralisia na alma. O irmão gêmeo do cético é o
cínico.
Os céticos, é claro, são ascépticos e esqueléticos de sonhos. Os céticos têm movimentos
milimétricos, movem-se em círculos rastejantes, não têm a mágica leveza do equilibrista
atlético.
O cético é um ser original que precisa ser melhor pesquisado, pois só tem uma vértebra, a
vértebra do invertebrado. O homem de ação age, o romântico, sonha, o cético, tem atitudes
bisonhas.
O cético é cauteloso. Parece um santo humilde e, no entanto, é o maior orgulhoso: orgulha-
se, não do excesso de carne, mas do osso.

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O cético, enfim, é um amante perverso e curioso, pois o seu maior prazer é não ter gozo.

Affonso Romano de Sant’Anna

OS CINCO DEGRAUS
Enquanto que as primeiras três viagens terminam próximas ao Segundo Vigilante, ao término
da quarta e da quinta viagens o aspirante é conduzido junto ao Primeiro Vigilante, que lhe
pede, primeiro, o toque e logo a palavra de Aprendiz. Isto significa que antes de receber, o
aspirante deve dar tudo que possui ou conhece; além disso com o toque demonstra ter
passado pelos primeiros três anos ou etapas de seu progresso, representados pelas três
viagens, e com a palavra reafirma o Ato de Fé, representado pelo sentido dessa palavra, a
qual adquire uma importância especial depois da quinta viagem.
Ao passar da coluna do Norte para a do Sul, ou da perpendicular ao nível, onde termina para
ele a orientação do Segundo Vigilante e inicia-se a orientação do Primeiro Vigilante, estando
entre ambos, já se observa desde da quarta viagem, depois de ter provado na terceira
viagem, com o uso da alavanca em união com régua, ter conseguido a perfeição como
Aprendiz, pondo em ação e fazendo operativa a Fé, que é a qualidade que especialmente
deve desenvolver-se neste grau, em união com a retidão dos propósitos.
O esquadro que se une à régua na quarta viagem, mostra também o domínio do nível, que se
impõem sobre o prumo, que dizer, a necessidade de um perfeito equilíbrio e de uma
constante estabilidade e firmeza em seus propósitos e aspirações, qualidades muito bem
expressas pelo simbólico Edifício que se constrói com o auxilio destes instrumentos. O prumo
se transforma assim no Tau sagrado, sobre o qual há de brilhar a Estrela de sua Chispa
Divina.
Para subir ao trono do Primeiro Vigilante precisa subir os cinco degraus, emblemáticos das
cinco etapas ou viagens até agora recorridos. Estes degraus podemos representá-los de
diferentes cores, em correspondência com o elementos e experiências das provas iniciáticas.
A primeira é negra, e corresponde a prova da terra. Recorda ao aspirante a Câmara de
Reflexão, na qual foi introduzido para a necessária preparação ao grau de Aprendiz, e lhe
mostra a necessidade de visitar o interior da terra, penetrando na realidade das coisas que se
esconde atrás de sua aparência ou forma exterior.
A segunda é azul e corresponde à prova do ar. Recorda a primeira viagem do Aprendiz e a
necessidade de enfrentar-se com os prejuízos e os erros, as correntes contrárias do mundo,
permanecendo firme em seu juízo e em seus convencimentos espirituais, como uma torre
que não vacila e não se desapruma sobre o ímpeto dos furacões mais violentos.

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A terceira é branca e corresponde a prova da água. Recorda a segunda viagem do Aprendiz,
e que deve o iniciado dominar e acalmar constantemente as ondas das paixões que brotam
em seu coração, mantendo-se constantemente sereno e tranqüilo em meio os combates, das
lutas e das violências exteriores.
A quarta é vermelha, e corresponde à prova do fogo. Recorda a terceira viagem do Aprendiz
e mostra ao iniciado seu dever de libertar-se igualmente da fria indiferença e da exaltação
impulsiva e necessariamente passageira, fazendo que seu entusiasmo seja um fogo sereno e
constante que, como o do organismo em perfeita saúde (livre da frieza da morte e do ardor
da febre) produz um benéfico calor vital permanentemente ascendido na invencível aspiração
para o Melhor.
A quinta é incolor e policroma, correspondendo a quinta essência. Se refere ao novo
elemento que se apresenta em forma especial ao consideração do Companheiro,
correspondendo ao Princípio Universal no que se originam os quatro primeiros elementos e
no que se resolvem. É o principio da Luz e da Palavra, o veículo do Verbo, no que segundo
nos diz o Ev.’. de S.’. J.’. , se encontra a origem primeira de todas as coisas e de todos os
seres: "Todas as coisas por ele foram feitas e sem ele nada do que foi feito existiria".

OS CINCO SENTIDOS

Cumpre-nos dizer algo, todavia, sobre os cinco sentidos e as cinco funções ativas, simbolizados uns e outros nas
cinco pontas do pentagrama e representados, respectivamente, em nove e sete órgãos distintos. São estes,
evidentemente, com as cinco funções vegetativas (respiração, digestão, circulação, expressão e reprodução) as mais
características expressões do quinário, que é o número que preside a todas as manifestações da vida,
especialmente animal, que se encontra no homem sob o domínio de um princípio superior.
A observação da "vida psíquica" dos animais em suas fases mais elementais, nos leva a reconhecer como primeiro
sentido a percepção indistinta de uma presença em geral distanciada e relacionada com o espaço, para o qual se
formou um órgão cujo o desenvolvimento pode mui bem ter sido anterior a capacidade de mover-se.
Paralelamente com este órgão se desenvolveu a capacidade de expressar-se por meio de ruídos instintivos que
evolucionaram finalmente na voz humana.
O órgão da vista nasceu depois, como evolução daquela sensibilidade a ação da luz, que é muito evidente também
no reino vegetal, manifestando-se a ação dos diferentes raios em distintos pigmentos que se desenvolveram sob sua
influência, análogos aos que se encontram também em nossos olhos.
Paralelamente a vista se desenvolveu a capacidade de mover-se ou estender-se em determinada direção, faculdade
que manifestam também as plantas, crescendo em direção a luz, que estimula seu movimento.
O órgão do tato, apesar de que pareça o mais material, não é o primeiro na escala evolutiva, estando relacionado
com a faculdade de por-se em contato e, por onde, de "ir" em determinada direção, impulsionando-o a ele uma
percepção anterior de diferente natureza. Este órgão é um complemento evidente da vista e do ouvido, enquanto por
meio do mesmo nos é dado assegurar-mos da realidade física ou tangível do que vemos ou ouvimos.
Assim como o órgão da vista impulsiona naturalmente a tocar o que um vê, desenvolvendo as mãos em sua dupla
função de órgãos ativos e sensitivos (função especialmente característica do homem) e os pés para mover-se na
mesma direção, assim também esta capacidade fez evolucionar o gosto, ao que podemos considerar como uma

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espécie de tato refinado que nos permite reconhecer por seus sabores as diferentes substâncias, em sua relação de
afinidade com as substâncias que integram nosso organismo, distinguindo especialmente as que melhor podem
aproveitar-se neste como materiais de construção.
Os órgãos de geração tem uma manifesta afinidade como o tato e o gosto, prevalecendo o primeiro dos dois (como
expressão dos elementos masculinos fogo e ar, derivados do enxofre) no órgão masculino, e o segundo (expressão
análoga dos elementos femininos água e terra, derivados do sal) no feminino.
Enquanto o sentido do olfato, ou seja a capacidade de reconhecer a natureza das substâncias difundidas no ar, é um
dos últimos na escala evolutiva, já que tem um desenvolvimento distinto unicamente nos animais superiores,
paralelamente com a função respiratória, e é provável que se ache destinado a refinar-se, especialmente na espécie
humana. A faculdade ativa que o corresponde, a de emitir odor, é evidentemente a mesma função excretora
relacionada intimamente com a faculdade genésica, como aparece também naquelas plantas e alguns animais
(como o cervo e o almisqueiro) que a desenvolvem em forma mais atrativa, tanto que se caçam para apossar-se de
seu perfume.

OS CINCO SENTIDOS

A existência do Grande Arquiteto do Universo, inegavelmente, é o elo comum que une os Maçons entre si, essa
união oriunda da verdade irrefutável da existência de Deus e incontestavelmente ratificada através do conhecimento
dessa existência, pela criação do Universo, quando do nada, Deus completou sua obra criadora, de cuja razão
concluímos que Deus é eterno, não teve princípio, nem terá fim.
Os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material. Tato, audição, visão,
olfato e paladar, dos quais para os Maçons três servem a comunicação fraternal, pois é pelo tato que se
conhecem os toques Pela audição se percebem as palavras , e pela visão se notam os sinais. Mas não se pode
esquecer o paladar, pelo qual se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o pão e o vinho.
Finalmente pelo olfato se percebem as fragrâncias das flores e os aromas do altar de perfumes.

O poder da criação do Grande Arquiteto do Universo tornou possível a nossa existência e com ela a grande
indagação do homem, cuja busca para saber a verdade sobre a sua origem e o seu destino, leva-o a uma só direção,
a do seu próprio Criador.

Assim, o Maçom pode e deve direcionar a sua vivência para o bem e, para isto, deverá usar dos dons da Inteligência,
da Vontade e da Liberdade, bem como os seus cinco sentidos em toda a sua potencialidade. O que deverá ser feito
dentro dos princípios de uma moral sadia, pura, condizente e propícia para formar e aperfeiçoar o caráter do Iniciado
para que possa prosseguir em direção à meta para a qual foi criado, para a maior glória do Grande Arquiteto do
Universo, para amar a si mesmo, e para amar o seu próximo, o seu Irmão.

Analisando a busca do homem pelo uso de seus dons, no encontro da verdade, se torna imprescindível o trabalho de
polir a aspereza das paixões que o envolvem com o verniz da virtude, o que faz quando usa os Símbolos e os seus
cinco sentidos para construir a sua perfeição, pautando a sua conduta em Loja e fora dela, erigindo a grande obra de
construção da sua vida, no convívio com os Irmãos, onde do alto se destacam, a Honra, o Equilíbrio, a Igualdade e a
Justiça, para que possa conduzir-se de forma justa e perfeita.

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Para tal mister, invocamos fora do Templo, a memória dos Símbolos, desenhos, traçados e sentidos,
usando a nossa imaginação e a nossa inteligência, para que tenhamos presente a existência do Grande
Arquiteto do Universo, luz da verdade que nos iluminará o caminho ao longo da nossa vida discernindo
o bem do mal, usando a nossa Vontade e os nossos cinco sentidos para nos despirmos das paixões e
vestirmos as vestes da Virtude, de cuja lembrança está no uso do Avental de trabalho, desde o
amanhecer ao pôr-do-sol, erigindo templos à virtude e cavando sepulturas ao vício, para que vivamos
como irmãos, de forma que haja, um dia, uma humanidade mais feliz e que ao final de nossa
existência neste oriente possamos prestar contas pelo uso dos dons recebidos.

OS DIÁCONOS

A palavra "diácono" vem de uma palavra grega (diakonos) que é encontrada


algumas 30 vezes no Novo Testamento. Palavras semelhantes são diakonia (ministério ou
diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar).

"Diácono" quer dizer "atendente”, "servente" ou “mensageiro”. A mesma palavra


descreve escravos, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na posição da
pessoa, mas no servo em relação ao seu trabalho.

Os diáconos, ou servos, na Bíblia incluem servos domésticos, e governantes, mas


os usos mais comuns são de servos de Cristo e da igreja. Jesus usou a palavra para
descrever seus discípulos, um em relação aos outros. Estes termos, nos usos gerais,
descrevem tanto homens como mulheres. Todos os cristãos devem servir uns aos outros.
“Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só
palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o
mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente
experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma
sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes,
temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus
filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si
mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus"

Na Maçonaria, os Diáconos, são representados por uma pombinha com as asas


abertas e um ramo de acácia no bico. A pombinha transmite a idéia de comunicação que

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estes Oficiais desempenham dentro de uma Loja e a natureza litúrgica de seu trabalho,
enriquecendo ainda mais o ritual das cerimônias.
Em épocas remotas, mais precisamente na antiguidade, os pombos eram usados
como os principais mensageiros para as longas distâncias, visto que, por não existirem
outros meios de comunicação, foram grandemente utilizados.
O principal papel do Diácono é o de mensageiro, verdadeiros estafetas das três
Luzes da Loja, na condução e retorno da Palavra Sagrada e na formação do Pálio, para
abertura e fechamento do Livro da Lei pelo Orador.
Ambos os Diáconos utilizam um bastão, onde são representados em uma de suas
extremidades por uma pomba mensageira, sendo uma delas dentro de um triângulo, que
por suas qualidades de figura geométrica perfeita, traduz o conhecimento completo da
ritualística do rito praticado
BASTÃO DO PRIMEIRO DIÁCONO Insígnia do cargo de Primeiro Diácono, que
simboliza a função de mensageiro do Venerável Mestre. É representado por uma
vara de madeira, tendo no seu topo uma pomba dentro de um triângulo.

A representação onde temos a pombinha mensageira dentro de um triângulo


eqüilátero, nos mostra que o Primeiro Diácono possui as qualidades necessárias para a
ocupação deste cargo, pois a geometria perfeita do triângulo eqüilátero o coloca como um
conhecedor da ritualística e com liberdade para atender as necessidades do Venerável
Mestre junto ao Oriente.
BASTÃO DO SEGUNDO DIÁCONO Insígnia do cargo de Segundo Diácono, que simboliza a
função de mensageiro do Primeiro Vigilante. É representado por uma vara de madeira,
tendo no seu topo uma pomba.

Que a Maçonaria levante homens qualificados para servir como verdadeiros diáconos, pois
assim teremos sempre uma Loja devidamente representada por valorosos irmãos Diáconos.

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OS INSTRUMENTOS DO COMPANHEIRO MAÇOM

Para toda construção se necessita de instrumentos adequados. Sem dúvida, dado o caráter especial de
nossa arquitetura individual, tais instrumentos se buscam, como nos ensina, no interior da mesma.
Efetivamente, nas colunas de bronze que caracterizam o grau de Companheiro, estão ocas para conter os
instrumentos da construção e guarda-los junto com o salário que constitui a recompensa de seus esforços.
Portanto, tampouco a recompensa ou salário deve buscar-se no resultado exterior, senão melhor que aquele
crescimento interior, a raiz da qual o resultado exterior tem que amadurecer
inevitavelmente, como o fruto no ramo quando chega a estação oportuna.
Estes instrumentos são os mesmos que adquiriu o Companheiro, o
conhecimento e o uso, no curso de suas viagens, instrumentos mentais e
espirituais que só podem encontrar-se e desenvolver-se no oco de sua coluna
individual. O malho, o cinzel, a régua, a alavanca, o compasso e o esquadro se
agregam o prumo e o nível, dos quais já temos aprendido a simbologia de suas
funções.
O malho e o cinzel, por meio dos quais o pedreiro desbasta a pedra bruta,
"aproximando a uma forma em relação com seu destino", são para o maçom as
duas faculdades gêmeas da vontade e da determinação inteligente, sobre a
qual a primeira tem que aplicar-se para produzir um resultado aproveitável na
Obra de Construção Individual, meta de seus esforços.
O primeiro destes dois instrumentos, o malho, utiliza a força da gravidade, com a massa metálica de que se
compõem, para produzir um efeito determinado: a desagregação ou fratura de outra massa de pedra ou
matéria bruta, menos homogênea e resistente que a massa metálica, que sobre a mesma se aplica. É uma
força ou Poder cujo efeito seria constantemente destrutivo, senão se aplicar com extremo cuidado e
inteligência.
Em comparação com o malho, o cinzel tem uma massa metálica limitada; porém sua têmpera e agudez o
fazem distinguir nitidamente do primeiro, enquanto se grava numa forma determinada sobre a matéria bruta
na qual o aplicamos, cortando-a em vez de quebrá-la e faze-la em pedaços, como o faria por si só o malho.
Por outro lado, a resistência e homogeneidade da massa metálica de que se compõem, o fazem
especialmente adaptável para suportar, em seu extremo superior, os golpes do malho, e transmiti-lo como
efeito útil sobre a matéria em que obra, separando da mesma um fragmento determinado, melhor que
destruí-la cega e não inteligentemente.
Sem dúvida, o cinzel sem o malho, que aplica sobre ele mesmo a energia da massa de que se compõem,
seria igualmente ineficiente e incapaz de produzir por si só aquele trabalho a que esta destinado, em
colaboração com o segundo.
A régua e o compasso não são simplesmente dois instrumentos de medida, em que a medida da terra ou
mundo objetivo, seja o significado originário da palavra Geometria, senão melhor criativos e cognitivos,

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dado que, por meio deles podemos construir quase todas as figuras geométricas, começando pelos dois
elementares, que são a linha reta e o círculo.
Todas estas figuras têm para o maçom uma importância construtiva no domínio moral e intelectual. A linha
reta que nos traça a régua, é o emblema da direção retilínea de todos nossos esforços e atividades, na qual
devem inspirar-se nossos propósitos e aspirações: o maçom nunca deve separar-se da exatidão e
inflexibilidade da linha reta de seu progresso, que o indica constantemente o mais justo, sábio e o melhor é
que nunca deve desviar-se de seu Ideal como da fidelidade aos Princípios que se propôs seguir,
representados pelos pontos pelos quais a linha esta formada.
O círculo mostra e define ao alcance do raio de nossas atuais possibilidades, ou seja, o campo de ação
dentro do que devemos atuar e dirigir-nos sabiamente, na direção inflexível indicada pela linha reta que
passa constantemente por seu centro. Aprendemos assim a uniformizar constantemente nossa conduta ao
mais nobre e elevado, adaptando-nos ao mesmo tempo a nossas condições e necessidades atuais e fazendo
o melhor uso das oportunidades e possibilidades que se nos dispensam no raio de nossa ação.
Em outras palavras, a união do círculo com a reta, traçados respectivamente pelo compasso e a régua,
representa a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender a realizar entre as possibilidades infinitas de
nosso ser e a realidade das condições finitas e limitadas na qual nos encontramos, conciliando o domínio do
concreto com o abstrato, para uma sempre mais perfeita e progressiva manifestação do Ideal no material.
A alavanca pode considerar-se como símbolo de toda a Inteligência humana em seu conjunto, que tem seu
fulcro, ou ponto de apoio natural, no corpo físico, sobre o qual atua, na medida eficiente de seu
desenvolvimento, para produzir todas as ações, sendo a Vontade a Força ou potência que sobre ela se
aplica, e que a mesma Inteligência faz efetiva. A Vontade é a sua vez, expressão do potencial espiritual do
Ser, manancial imanente de toda atividade, cuja particular natureza a inteligência determina. O Companheiro,
em outras palavras, se serve da alavanca, toda a vez que por meio de sua inteligência determina, planeja e
executa uma ação particular que manifeste objetivamente o íntimo desejo de seu coração (a potência
animadora, aplicada sobre a alavanca).
O esquadro, o sexto e último instrumento cujo o uso deve aprender nestas peregrinações que tem por objeto
outorgar-lhe aquela experiência, que necessita para poder encaminhar-se para o Magistério em sua própria
arte.
Assim como a união coordenada da régua com o compasso indica a capacidade de dar cada passo, em vista
do objeto que nos propomo-nos, com perfeita retidão, dentro do limite de nossas atuais possibilidades,
assim igualmente sua ação com o esquadro representa a necessária retificação de todos nossos propósitos
e determinações, segundo o critério e Ideal que nos inspira, assim como as ações que realizam aqueles.
Particularmente, o esquadro unido à régua ensina ao maçom que o fim nunca justifica os meios, só pode
obter-se um resultado satisfatório quando os que se empenham estejam em harmonia, com a finalidade a
que se propõem.
São seus deveres de Maçom para consigo mesmo: esforça-se constantemente sobre a Senda da Verdade e
da Virtude, servindo-se dos instrumentos dos quais aprendeu o uso, e mantendo-se fiel ao Ideal mais
elevado de sua consciência.

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A disciplina do silêncio que lhe exige, a semelhança dos pitagóricos, com os quais tem o iniciado deste grau
especial parentesco, o fará exercitar-se mais proveitosamente no estudo e na reflexão, progredindo na
Lógica que entre as sete artes, o Companheiro especialmente deve conhecer, exercitando-se alem disso, por
meio da mesma, na Aritmética e na Geometria.
O grau maior de fidelidade à Ordem que lhe exige um melhor e mais profundo conhecimento de seu caráter e
finalidades, o farão na mesma um Obreiro útil, verdadeiro companheiro de seus ideais, confirmando com um
propósito mais definido e uma maior habilidade sua boa vontade de Aprendiz, e cooperando com eles na
Grande Obra de Construção Universal que constitui o objeto social da Instituição.

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PAINEL ALEGÓRICO DO 2º GRAU

A ESPIGA E A CORRENTE DE ÁGUA

Para quem olha para o Painel Alegórico do 2º


Grau, vê uma figura humana, entre os dois grandes
Pilares, olhando para uma colina, aos pés da qual, nasce
uma corrente d’água que passa bem defronte do Pórtico,
ao lado de uma Espiga que fica à margem da corrente.
Sobre essa Espiga e sobre essa Corrente, muito já
se escreveu dando as mais desparafusadas interpretações.
A planta com a espiga, pela sua forma, tanto pode ser um
pé de Trigo, como um pé de Milho. Porém, é sabido que
naquele período História, durante a guerra dos Efrainitas
com os Jefetistas, a hu- manidade ainda não conhecia o
Milho, portanto, a planta só poderia mesmo, ser Trigo.
Então, o que vemos é uma espiga de Trigo, à margem do Rio. Até porque a espiga
de Trigo tem uma simbologia que a espiga de Milho não tem. Talvez seja pela sua
antiguidade. A Espiga de Trigo sempre simbolizou a fartura, a abundância. A
própria Ceres, deusa da Agricultura, é simbolizada por uma Espiga de Trigo. O
Trigo tem todo um presente e um passado de Glória e de Triunfo. Quanto à corrente
d’água, não deveria haver, mal-entendido, todavia, por falha do desenho, o Rio já foi
confundido com um trilho, um caminho tortuoso. E sobre esse caminho, já jogaram
uma leva de falsas Interpretações.
Quando da criação do Grau de Companheiro, os Maçons “Aceitos”,
buscando no Velho Testamento uma palavra - senha, usada na Guerra entre
Jefetistas e Efrainitas, trouxeram-na para a Maçonaria. A exemplo de Tubalcain
(filho de Lamec) e Jachim e Boaz (nome das Colunas Vestibulares do Templo do Rei
Salomão). Schibolet também veio da Bíblia.
Cada uma tem sua história delineada pela Bíblia, ou dentro da Bíblia, do
Velho Testamento. Há um ponto muito importante associado com esses nomes e os
livres - reveladores Ingleses (Exposures) de 1730 a 1765. Os nomes desses livros,
isto é, de seus títulos:
“Jachim e Boaz publicado em 1760. Em 1764 foi editado o livro Hiram; em
1765 veio à luz o livro Schibolet”

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A curiosidade é que os títulos desses livros são ou foram Palavras de
Passe ou Sagradas de alguns Graus. O nosso, todavia, é preciso ir na Bíblia para
buscar sua Origem e significado. Qualquer lr.’. que tenha uma Bíblia em casa
poderá encontrar tudo (ou quase tudo) sobre essa palavra. Não estamos portanto,
revelando segredos maçônicos. E tem mais, a um jornal profano de Israel que nos
desvenda o significado da palavra Schibolet e o porque dela ter servido de senha
na Guerra dos Efrainitas.
O desenhista do Painel de Companheiro Maçom foi muito inteligente e não
pretendia ficar com uma “batata quente nas mãos”, ao desenhar seu Painel,
sabedor de que a Palavra possuía dois significados distintos, fez também dois
desenhos distintos para que os Maçons estudiosos (e não inventores), tivessem
suas opções.
A Bíblia em II Juízes – 12 – V.47 diz:
“E tendo convocado todos os de Galaad, pelejou contra os de Efraim e os
de Galciad derrotaram, porque este tinha dito: Galaad é uns fugitivo de Efraim, que
mora no meio de Efraim e de Manassés. Porém, os de (Galaad se apoderaram dos
Vaus do Jordão, por onde os de Efraim haviam de voltar. E quando alguns dos
fugitivos de Efraim chegava a eles e dizia: “Peço-vos que me deixeis passar”, os de
Galaad diziam: “Acaso és
tu um Efrateu?” E respondendo: “Não sou”. Eles lhe replicavam: “Pois dize: Schibolet, que significa uma
Espiga”. E quando o outro pronunciava Schibolet, não podendo exprimir a palavra Espiga com a mesma
letra, imediatamente preso, o degolavam na mesma passagem do Jordão. E assim, naquele tempo foram
mortos 42 mil homens de Efraim.”
Assim, Jefte de Galaad julgou Israel a seis anos. Ele morreu e foi enterrado
na cidade de Galaad. (Bíblia Sagrada, da Barsa, de 1972).
Foi neste pequeno texto que os Maçons, nossos antepassados, foram buscar
subsídios para enriquecer o Grau de Companheiro. De 1670 até 1979, (mais de 300
anos), esse texto vem sendo citado pelos escritores maçônicos. Muito já se
escreveu sobre o mesmo, todavia, sem que se desse uma explicação completa
sobre o tema.
Schibolet, não significa uma Espiga de Cereal, perto de um Rio, de uma
Queda D’Água, como sempre nos foi apresentado. Ela significa os dois objetos
apresentados - o Rio e a Espiga. Uma pequena cena, uma pequena paisagem - vista
de dentro para fora no Painel - é pois, uma perfeita reprodução dos dois objetos,
cujos significados são grafados com uma única palavra hebraica - SchiboIet.
A conexão fechada da Palavra de Passe (Sebil = Way = Leito de Rio), e a
posterior palavra hebraica Sibolet, são Arábico Moderno. “Sabil” é uma palavra
comum, significando - Nascente Pública, Fonte de Água.

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O uso deste termo está ilustrado pela antiga frase Árabe = “Fi Sabili Llãh”
= que significa “O Caminho da Caridade” em inglês (In God’s Way). Nos tempos
Medievais, essa frase foi abreviada para “AI Sabil”, com o mesmo significado.
Desde os mais caridosos atos praticados no deserto, ao se oferecer água fresca aos
peregrinos que passavam, a combinação de duas idéias numa só palavra - era somente para ser
compreendida com maior facilidade. Ela justifica também, porque o depósito, a provisão de água
fora da Mesquita, também era chamada “Sabil”, ou uma “Fonte da Caridade”, para os devotos e
adoradores de Maomé. Todavia, se nós patentearmos que os Hebreus foram os primeiros
escritores a fazer a combinação dessas duas idéias - um Rio correndo através do deserto podemos
apreciar sensibilizadamente porque essa Palavra de Passe não era oposta à “Passagem do Rio
Jordão”. Além dos significados já citados, ela poderia significar ainda “Você está no caminho
certo”, “Você tem amor pelos seus IIr.’.“ (Fonte da Caridade).
Agora, nos parece claro que os Efrainitas, como os atuais narradores, em
linguagem moderna, Linguagem Semítica. Em Ge-Ez, na Etiópia de hoje, uniu todos
os sons diferentes produzidos pela Letra “S”.
Quando aos Efrainitas, era assim perguntado: “Qual o meio (Schibolet)
que vocês desejam tomar”? Eles respondiam: “Schibolet, tanto mais que “Schibo-
let” com pequenas variações (em hebreu, no singular, esse circunflexo invertido
“S” = SS. Tem som de dois “SS”. É mais áspero, mais sibilado, e com essa
diferença na pronúncia, era logo descoberta sua nacionalidade e, em seguida, eram
ali mesmo executados. O que está claro é que a palavra que os hebreus usavam era
Schibolet e não Shiboleth.
Pelo que acabamos de transcrever temos que respeitar ainda mais o
desenhista que colocou os dois Símbolos, lado a lado, para evitar maiores
confusões. Todavia, isso não aconteceu. As confusões parecem que aumentaram,
devido a criatividade dos irmãos, que, cada um pretende ter encontrado a
interpretação correta.
Ficou a certeza de que o desenhista colocou o Rio e a Espiga, lado a lado,
para justificar o fato de a palavra Schibolet, significar Rio e Espiga. E que tanto os
Árabes, como os Judeus, sabem do que se trata.

Bibliografia:

- O livro do Companheiro Maçom – Assis Carvalho


- Simbolismo e Misticismo – Josephi Baul – 1981
- Cartilha do Companheiro - Castelani
- Considerações - Rei Salomão – Artigos Maçônicos

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O PAINEL DO COMPANHEIRO

O Painel do Grau de Companheiro, como o do Grau de


Aprendiz, não passa de um “estandarte” ou quadro, onde são
gravados os símbolos apropriados à Loja de Companheiros.
Considerando todos os Graus, verificamos que o Grau de
Companheiro é o que possui mais Painéis. Existe um Painel da
Loja de Companheiro, um Painel Simbólico, e um Painel
Alegórico.
O Painel mais antigo que se conhece foi publicado em 1745, no
Livro Exposure do Abade Luiz Perau – L’Ordre de Francs-Maçons
Trahi, era um Painel Misto – Aprendiz e Companheiro, como eram
praticados esses dois Graus até aquele período. Esse Painel se
reveste de um interesse muito grande, porque ele revela uma
parte da História da Maçonaria praticada até então; um lado ainda
muito obscuro entre nós, sobre os verdadeiros Símbolos
Maçônicos. Os Painéis do lr.’. John Harris, pintados em 1823, são ainda, hoje, usados sem
distinção, por quase todos os Ritos. O lr.’. John Harris fez aqueles Painéis para o Rito Inglês de
Emulação. E esse Rito tem características próprias; tem Lendas e Tradições diferentes e
divergentes de outros Ritos. Os compiladores de Rituais têm sido infelizes ao usar os mesmos
Painéis para os diversos Ritos sem a devida adaptação do desenho. As Luminárias, por
exemplo, SOL e LUA, não podem ocupar os mesmos lugares no Retábulo, nos Ritos de York e
Escocês. Os Oficiais nesses Ritos ocupam lugares diferentes e às vezes, inversos, como é o
caso dos Secretários, já não falando dos Oradores (que o Rito de York não possui). E a
Simbologia criada em cima dessas Luminárias, pelo primeiro Professor de Maçonaria, lr.’. William
Prestom, em 1772, não condiz com determinados Ritos. O Rito de York ou
Emulação, na Inglaterra, ainda dá um valor todo especial a esses Painéis,
que eles chamam de Tábua de Traçar “Trancing Board”. Não se sabe porque
existem Três Painéis no Ritual do Rito Escocês, do Segundo Grau.

No Painel de Companheiro, estão os Símbolos dos dois primeiros Graus:


Aprendiz e Companheiro, ou seja, a Estrela Flamejante; a Letra “G”; a Trolha;
o Globo e a Pedra de Afiar. No Painel Alegórico, vamos destacar a Fonte de
Água Corrente e a Espiga, as Duas Colunas Vestibulares, a Escada em
Caracol e a Câmara do Meio; o Painel da Loja de Companheiro, destacaremos as Sete Artes e
Ciências Liberais e as Cinco Nobres Ordens de Arquitetura; do Painel Simbólico as Luminárias -
SOL e LUA.

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Se uma Bandeira Nacional é a representação simbólica de seu País, o Painel Simbólico, ou


simplesmente Painel, é a representação da Maçonaria. Uma Loja não está completa, se no
assoalho de seu Templo não estiver um Painel, pintado, desenhado ou apenas Riscado no chão.
O que marcava a Reunião de Maçons nos tempos primitivos da Maçonaria era, primeiramente,
um desenho a giz ou carvão, das ferramentas dos Maçons Operativos e das Ruínas do Templo
do Rei Salomão, tais como, as Colunas e o Pórtico do Templo.
Durante muitos séculos isso aconteceu, até que, para facilitar as coisas e evitar atritos com os
proprietários das Tavernas (pois os desenhos feitos sobre o assoalho acabavam por riscá-lo), foi
estudada a possibilidade de passar para uma Lona, em forma de um pequeno tapete onde se
desenhasse aqueles Símbolos em caráter permanente. A cada Reunião, um Ir.’., era responsável
e levava o tapete e, antes de iniciar-se os trabalhos, estendia-o no centro da Loja e, em torno
desse tapete, se desenrolava a Reunião do dia. Sem sua presença, não havia Reunião.
Nos Estados Unidos da América, face a grande expressão numérica e económica, existem muitos Templos
específicos a cada grupo de Graus.
Nós, nos contentamos, em “ver” no “Painel”, o que deveria existir, para o desenvolvimento
ritualístico do Grau 2.
O “Painel” não é uniforme, pois em algumas Lojas vem simplificado.
No primeiro plano vem o pórtico de um Templo com as suas duas
Colunas “B” e “J”, suportando nos seus capitéis, as romãs; as Colunas
encontram-se sobre o Pavimento de Mosaicos e logo após as Colunas
inicia a Escada com sete degraus que findam à Porta do Templo.
No resto do Painel, combinados artisticamente, os símbolos do Grau:
o Esquadro com suas extremidades ou braços voltados para o Leste; um
Malhete e uma Prancheta com figuras geométricas; Nível, Prumo, Pedra
Cúbica Piramidal, Estrela Flamígera, Pedra Bruta, Régua de 24
polegadas e Trolha.
O Painel é circundado por um cordão com nove nós equidistantes.
Os sete degraus são as artes liberais: Gramática, Retórica, Lógica,
Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.
A Gramática, que ensina através de regras próprias a linguagem, o expressar das Idéias.
A Retórica, que adorna e embeleza a palavra, criando um estilo individual.
A Lógica, para formar juízos e concepções exatas de todas as coisas.
A Aritmética, que empresta valor verdadeiro aos números a fim de não errar nos cálculos.
A Geometria, que proporciona o conhecimento das proporções e dimensões dos corpos.
A Música, que dê doçura e harmonia aos sons, com reflexos gratos ao coração e sentimento.
A Astronomia, que ensina e demonstra a ordem e o equilíbrio perfeito do Firmamento.
Dos diversos Rituais que possuímos e, também das diversas Obediências, nem todos
exageram em número de Painéis:

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- no Ritual do Rito de York, publicado em 1975 pelo Grande Oriente de São Paulo, só
apresenta um Painel, o Painel Alegórico, desenhado pelo Ir.’. John Harris, 1823;

- no Ritual do Rito Brasileiro, publicado pelo Grande Oriente do Brasil em 1972, traz dois
Painéis, um com o título de Síntese Simbólica do Grau de Companheiro o outro, o Painel
Simbólico do Grau de Companheiro;

- no Ritual do Rito Moderno, editado pelo Grande Oriente de São Paulo, em 1976, traz dois
Painéis: o Painel Simbólico do Segundo Grau e o Painel Alegórico, do Ir.’. Harris;

- no Ritual do Rito Adonhiramita, publicado elo Grande Oriente do Brasil, em 1934, traz três
Painéis: o Painel Alegórico, o Painel Simbólico e o Painel da Loja de Companheiro;

- no Ritual do Rito Escocês, editado pelo Grande Oriente de São Paulo, traz os três
painéis: o Painel Alegórico, o Painel Simbólico e o Painel da Loja de Companheiro;

- no Ritual do Rito de Schoroeder, de 1957 não traz nenhum Painel, já no Ritual da Grande
Loja do Rio Grande do Sul, editado em 1988, traz um Painel próprio do Rito,
completamente diferente dos demais.

BIBLIOGRAFIA:
- Graus Simbólicos – 1989 – Ir.’. Wilton Harbet (tradução do inglês)
- Ritos e Filosofias Maçônicas – Editora Samambaia

A Estrela de Cinco Pontas difere no seu simbolismo do Hexagrama ou Estrela de Seis


Pontas.
O Pentalpha, significava para os gregos “Vida e Saúde” e pode ser comparado ao
Ankh ou Cruz Alada dos egípcios, que tem o mesmo significado grego.
As proporções comuns do Ankh inscrevem-se curiosamente no pentagrama que, por sua vez,

se inscreve no pentágono.

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O Pentagrama com uma única ponta para, o alto, é considerado ativo e benéfico; o
homem é inscrito dentro dele com a cabeça e os quatro membros preenchendo cada uma das
extremidades, o pentagrama invertido, com duas pontas para cima é considerado passivo e
maléfico, alguns ocultistas, que sofrem de “demonismo” inscreveram dentro dele uma cabeça de
bode, emblema dos instintos e da animalidade.

Na Maçonaria o pentagrama tem um significado completamente diferente ele é o


cânone do Número de Ouro.
Chama-se Número de Ouro ou proporção dourada, uma relação particular tal que a
parte menor esteja em relação à maior, assim como, a maior em relação ao todo.
Isso é o que a geometria clássica chama de divisão de uma reta em média e extrema
razão.
A-------------------------C---------------------B

Na prática não se usa o valor numérico do Número de Ouro.


O traçado geométrico é mais preciso; ele evita o erro que sempre resulta.
Essa relação possibilita as seguintes considerações:

1-Determinar a maior e a menor conhecendo o todo.


2-Determinar a menor conhecendo a maior.
3-Determinar a maior conhecendo a menor.

Essas considerações se empregadas na vida diária de cada um quando se vai tomar uma
decisão é de grande valor para se evitar erros.
A Estrela Flamejante só é conhecida na Maçonaria pelo menos em princípio pelo
Companheiro e a ela é dada o nome de Estrela Hominial, e é chamada de Flamejante, não pelas
chamas que a rodeiam, mas sim, pelo brilho interno, como consequência da sua universalidade.
Algumas definições da Estrela Flamejante:
A Estrela Flamejante é o centro de onde parte a verdadeira Luz.
A Estrela Flamejante representa a Luz, iluminando o discípulo dos Mestres, o operário
capaz de servi-lo utilmente; ela é, portanto, o signo da Inteligência da Ciência.
É o emblema do pensamento livre, do fogo sagrado, do gênio, que eleva o homem ás

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grandes coisas,
Osvald Wirth observa:
“O Pentagrama não parece ser um símbolo de origem puramente maçônica.
Os construtores tomaram-no de empréstimo á escola de Pitágoras, juntamente com o
culto dos números sagrados, a menos que o próprio filósofo não se tenha inspirado em tradições
construtivas, sistematizando-as.

PREPARAÇÃO DO COMPANHEIRO MAÇOM

Assim como a preparação do candidato ao grau de Aprendiz há de ser material e moral, a


preparação ao grau de Companheiro será especialmente moral e intelectual. Não tem, pois, uma
verdadeira razão simbólica o descobrimento do peito nem do pé do lado direito, nem do joelho
esquerdo, nem a corda enroscada ao redor do braço, que se usam nas Lojas anglosaxonicas,
para a recepção neste grau, (por simetria com a iniciação do Aprendiz); tampouco tem razão de
existir a venda sobre um dos olhos para o que já viu a Luz.
A venda da ilusão que cega e ofusca ao entendimento do profano deve cair para sempre de seus
olhos, e agora se pede que os abram mais ainda para ver as coisas como realmente são em sua
íntima essência, por debaixo da aparência exterior.
A preparação mais verdadeira foi em toda a sua carreira de aprendiz, na qual seu progresso em
virtude maçônica, por meio do esforço constante, dirigido segundo seu mais elevado Ideal lhe
conduz mais perto da Verdade, a uma compreensão mais profunda da realidade das coisas.
Desta compreensão adquirida por seus próprios esforços, deve dar prova no interrogatório ao
que se submete na Segunda Câmara, necessariamente diferente do exame preliminar que o fez
passar na primeira.
No interrogatório do profano admitido na iniciação, se pede especialmente que aclare suas idéias
sobre o vício e a virtude. No segundo estado deve fazer-se o mesmo com as faculdades da alma
com as que se descubra a Verdade e a prática a Virtude. Pois assim como o Aprendiz deve
chegar a verdade por meio da Virtude, o Companheiro é chamado a praticar a Virtude por meio
de seu conhecimento da Verdade.
As perguntas são em geral cinco, variando mais ou menos segundo os rituais e o grau de
compreensão iniciática de seus autores. A pergunta sobre a natureza e essência da vida não

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muito apropriada para este grau, sendo reservada aos Mestres esclarecer os Mistérios da Vida e
da Morte.
Em nossa Liturgia para o grau de Companheiro, as cincos perguntas se relacionam com o
pensamento, a consciência, a inteligência, a vontade e o livre arbítrio, definindo-se nos termos
seguintes cada um destes íntimos reconhecimentos de suas faculdades que se requerem do
aspirante a Companheiro.

Primeira Instrução do Grau 2


O PAINEL DA LOJA DE COMPANHEIRO

Foi empregado um número imenso de Maçons na construção do Templo de Salomão. Eram, na sua
maior parte, Aprendizes e Companheiros. Os Aprendizes recebiam, semanalmente, uma ração de trigo,
de vinho e azeite; os Companheiros eram pagos de seu salário em dinheiro, que recebiam na Câmara
do Meio do Templo.

Entravam na Câmara do Meio através de um pórtico, do lado Sul do Templo, Ao passarem por esse
pórtico, sua atenção era particularmente despertada por duas grandes colunas - a da direita se
denominava B?, que significa Força, a da esquerda J?, que quer dizer Apoio; quando reunidas querem
dizer Beleza, porque Deus disse: “Na Força, eu Apoiarei esta minha casa, a fim de que ela se
mantenha firme para todo o sempre”.

A altura dessas colunas era de trinta e cinco côvados, a circunferência de doze e o diâmetro de quatro.
Eram ocas, a fim de servirem de arquivo para a fraternidade, pois, dentro delas, se depositavam os
registros constitucionais. Suas paredes tinham a espessura de quatro polegadas.

Essas colunas foram feitas de bronze, nos terrenos argilosos das margens do Jordão, entre Succoth e
Zeredatha, onde Salomão ordenara fossem fundidos todos os vasos sagrados, sob a direção geral de
Hiram Abif.

Encima das colunas, viam-se capitéis, de cinco côvados de altura, cercados por um delicado rendilhado
de bronze e ornados de lírios e romãs. O rendilhado, pela conexão de suas malhas, significa unidade,
união, harmonia; os lírios, pela sua brancura, simbolizam pureza, castidade, inocência e as romãs,
pela exuberância de suas sementes, abundância, fertilidade.

Além disso, as colunas eram encimados por duas esferas, uma representando o mapa do globo
terrestre e outra a do globo celeste, ambas assinalando a universalidade da Maçonaria.

Foram colocadas à entrada do Templo, como recordação aos filhos de Israel da coluna milagrosa de
fogo, que os iluminou na fuga da escravidão egípcia, e das nuvens que os ocultaram do Faraó e das
tropas envidas para capturá-los.

Assim, quando entrassem no Templo para celebrar o culto divino, eles teriam sempre diante dos olhos
a lembrança da redenção de seus antepassados.

Depois de passarem por entre essas duas colunas, nossos antigos Irmãos chegavam ao pé de uma
escada, em caracol, cuja ascensão lhes era obstada pelo 1° Vigilante, que lhes exigia o Toque, o Sinal
e Palavra de Passe.

A Palavra de Passe significa abundância e está representada, no Painel da Loja do 2° Grau, por uma
espiga de trigo junto de uma queda d’água. A palavra Sch? tem sua origem na época em que um
exército dos Efraimitas atravessou o Rio Jordão para combater Jefté, famoso general gileadita. O
pretexto dessa desavença foi não terem os Efraimitas sido convidados a participarem da honra da

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guerra amonita; sua verdadeira causa, porém, foi captura dos despojos de que, em conseqüência
dessa guerra, Jefté e seu exército se tinham apoderado. Os Efraimitas, muito embora fossem tidos
como um povo turbulento e sedicioso, só romperam as hostilidades em virtude dos insultos pesados
que lhes dirigiam os gileaditas. Daí jurarem exterminá-los. Jefté tentou, por todos os meios, apaziguá-
los; vendo, porém, que isso era impossível, avançou com seu exército, deu-lhes combate, derrotou-os
e pô-los em fuga.

Para tornar decisiva sua vitória, precavendo-se contra futuras agressões, enviou destacamentos para
guardar as passagens do Jordão, por onde deveriam vir, forçosamente, os insurretos de regresso a seu
país. Deu ordens severas para que fossem executado todo o fugitivo que por ali passasse e se
confessasse efraimita. Aqueles que negassem ou usassem de subterfúgios, ordenava que pronunciasse
a palavra Sch? Os Efraimitas, por defeito vocal, próprio de seu dialeto, não pronunciava Schi?, mas
Si?. Deste modo, a ligeira diferença de pronúncia descobria sua nacionalidade e custava-lhes a vida.
As Escrituras dizem que morreram, no campo de batalha e nas margens do Jordão, 42.000 Efraimitas,
e, como Sch? foi, então, a palavra que serviu para distinguir amigos de inimigos, Salomão resolveu
adotá-la como Palavra de Passe dos Companheiros. Por isso depois de nossos antigos Irmãos darem a
Palavra de Passe ao 1° Vigilante, este lhes dizia: Passe, Sch? Por significar espiga, representa o trigo
que é a fonte do pão do corpo e da alma; o trigo morre para despejar suas sementes no chão,
sementes estas que no verão renascerão do solo - é o símbolo esotérico do constante renascer.

Com essa permissão os Companheiros subiam a escada em caracol, constituída por 3, 5, 7 ou mais
degraus, porque três governam a Loja; cinco a constituem e sete ou mais a tornam perfeita. Os três
que a governam são o Venerável Mestre e os dois Vigilantes; os cinco que a constituem são os três
que a governam e mais dois Companheiros; os sete que a tornam perfeita são dois Aprendizes,
adicionados aos cinco que a constituem.

Três governam uma Loja porque três foram os Grão-Mestres que presidiram a construção do primeiro
Templo de Jerusalém: Salomão, rei de Israel, Hiram, rei de Tyro e Hiram Abif; cinco constituem a Loja,
em consideração às cinco ordens nobres da arquitetura: toscana, dórica, jônica, coríntia e compósita;
sete ou mais a tornam perfeita, porque Salomão gastou mais de sete anos na construção, acabamento
e consagração do Templo de Jerusalém ao serviço de Deus. Há, também, neste número, uma alusão
às sete artes e ciências: gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, música e astronomia.

Depois que os Companheiros subiam a escada em caracol, atingiam o cimo da escada e se


encontravam diante da porta da Câmara do Meio, que deparavam aberta, porém, simbolicamente
fechada pelo 2° Vigilante para todos os que estivessem abaixo do grau de Companheiro. Pedia-lhes o
Sinal, o Toque e Palavra de Passe de Companheiro. Recebidas as provas convincentes de que eram
Companheiros, o 2° Vigilante dizia-lhes “Passe, Schibolet”.

Passados para a Câmara do Meio do Templo, sua atenção era despertada por certos caracteres
hebraicos que atualmente são representados, em Loja, por um triângulo equilátero, tendo no centro a
letra G (iod), que significa “DEUS”, o Grande Geômetra do Universo, a Quem todos devemos
submeter-nos e a Quem devemos humildemente venerar.

A lenda da escada em caracol pode, também, ser considerada como alegoria, na qual um jovem, tendo
passado a sua adolescência como Aprendiz e a vida virilidade como Companheiro, tenta, ousadamente,
avançar e subir, apesar do caminho ser tortuoso e a subida difícil, na esperança de, pela diligência e
pela perseverança, chegar à idade madura como um esclarecido Mestre.

Nossos antigos Irmãos foram obreiros da pedra; isso para eles era um trabalho ambicionado, uma
obrigação religiosa e a maravilhosa habilidade que possuíam; revela-se, ainda hoje, nas monumentais
construções do Velho Mundo. Essa perfeição, porém, só era conseguida depois de um longo e acurado
estudo. Eles viam na perfeição encontrada, por toda a parte da Natureza, o ideal a que se esforçavam
atingir na confecção e no acabamento dos seus trabalhos.

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Por essas razões, faziam da Geometria seu principal estudo, para que pudessem, dar, a cada detalhe
de sua obra, as devidas proporções. Desde então, a geometria ficou sendo o estudo mais acurado que
deve fazer um Companheiro e que será sempre de grande valia, qualquer que seja sua aplicação.

Do mesmo modo que os antigos Irmãos hauriam da Natureza sua inspiração, aconselha-se o estudo do
grande Livro, perscrutando-lhe os seus mais profundos recessos e esforçando-vos em desvendar os
seus mistérios até que, ajudado pela Luz da razão e da ciência, possais vencer as inúmeras
dificuldades encontradas em vosso caminho.

Possa vosso espírito enriquecer-se com tesouros extraídos das mais puras fontes da Verdade e da
Justiça e vosso Coração encher-se de amor por todas as coisa que, em Sua Infinita Sabedoria, o
GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO criou.

Estudai e perseverai com paciência, para que, um dia, perfeitamente instruído sobre os mistérios do
segundo grau, participeis dos trabalhos da Câmara do Meio.
RESUMO DAS INSTRUÇÕES
DO GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM NO REAA

Reza o ritual do companheiro maçom no reaa, que a solidariedade que aflora da mais intima e sincera
comunhão entre todos os irmãos, deve ser a constante preocupação do companheiro. Pois se a
liberdade era o ideal do aprendiz que almeja a luz, a igualdade deve lastrear os passos do
companheiro, para que este possa solidificar os sentimentos de fraternidade.

Numa análise da primeira instrução ministrada, que versa sobre o painel da loja de companheiro, ou
seja, o traçado dos meios que lhes são disponibilizados, a fim de que alcancem a perfeição esperada
de seu trabalho.

De início, salvo melhor entendimento, nos é apresentada, a primeira grande mudança em nossa
percepção de tudo o que consta no interior de um templo maçônico, pois o que víamos como
aprendizes, hoje, igualmente o vemos como companheiros, porém, com uma ótica diferente, como se
a turbação de nossa visão estivesse aos poucos se dissipando. As descrições simbólicas aperfeiçoam-
se revelando com isso o primeiro local de segregação gradual entre os obreiros, a câmara do meio do
templo, local onde eram pagos os salários do companheiros, e pormenorizadamente o significado de
cada um unidade, união e harmonia, representados pelo rendilhado de bronze, pureza, castidade e
inocência, pelos lírios e abundancia e fertilidade pelas romãs.

Apresenta-se as palavras, sagrada e de passe sua maravilhosa história e significado, e o porque do rei
Salomão utilizá-la para distinguir os aprendizes dos companheiros.

Iniciando-se com uma explanação do Ir.’. 1º Vig.’. cerca da escada em caracol a que deveriam os
companheiros subirem, construídas por 3, 5 e 7 ou mais degraus, fazendo alusão ao significado de
cada número de degraus e sua disposição na escada, bem como, as artes e ciências humanas.

Por fim, na primeira instrução, os companheiros são instruídos a cerca do posicionamento da


representação do GADU, e conclamados à dedicarem-se ao estudo e ao aperfeiçoamento de seus
trabalhos, o que será sempre de grande valia para nossa ordem e para própria humanidade.

Na segunda instrução ministrada, verificamos não só a auto-afirmação do companheiro maçom, da


ratificação de seu compromisso para com a arte real, alem de definição do que é verdadeiramente ser
companheiro e o que se espera deste.

Passa-se, após as considerações acima, ao estudo associativo dos significados precípuos da letra “g”,
geometria, gravidade, gênio e gnose.

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Sendo, a geometria, inerente a obra universal, polindo e dignificando o homem, de modo a torna-lo
apto a ocupar sua posição em sociedade, a gravidade, dado o se poder de atrair ao centro do planeta
os mais diversos materiais, refere-se ao poder invisível de atração universal, a reunião dos corpos,
mentes e corações, que alicerçam o edifício maçônico, cujos elementos são os próprios maçons que
unem-se indissoluvelmente pela profunda afeição que nutrem uns pelos outros, o gênio, suscita e
exalta nossas faculdades intelectuais e criativas, sob a condição de nosso espírito delimita-lo entre seu
auto controle, e com entusiasmo, entregue-se às influencias superiores, por último, temos a gnose,
vocábulo grego que significa ‘conhecimento”, ritualisticamente e o conjunto de faculdades comuns a
todos os iniciados que lançam-se ao estudo e a pesquisa para compreender-se a razão de todas as
ocorrências.

Prosseguindo a segunda instrução, aos companheiros é ensinado que ao diferentemente dos


aprendizes, que apenas realizavam tarefas mecânicas e pré-ordenadas, estes agora têm plenas
condições de raciocínio e discernimento, além, do poder infinito da imaginação, da intuição e do
pensamento.

Com suas antigas e novas ferramentas, adquire a compreensão da noção exata do inafastável poder
da vontade, quando inteligentemente aplicado, pois esta torna-se invencível, quando posta a serviço
de um lidimo e absoluto direito.

Passando à terceira instrução, verificamos que dos companheiros maçons, não mais é esperado passos
uni direcionados, nem tão pouco, pensamentos e entendimentos menos elaborados, pois não é mais
um ignorante que a pouco lhe foi dada a luz e aprendera a caminhar, já tendo inclusive dado provas
de iniciativa intelectual.

Novamente, é apresentado a composição da loja de companheiro, suas palavras, toques e sinais, sua
simbologia, com a ratificação e aprimoramento do estudo histórico e da apresentação dos significados
destes, com vistas a um melhor entendimento destes, por parte dos elevados.

Passa-se a seguir a apresentação dos ornamentos de uma loja de companheiro, que são: o pavimento
mosaico, a estrela flamejante e a orla dentada.

O pavimento mosaico, que é o painel aposto no assoalho do grande pórtico, com suas peças ou
ladrilhos pretos e brancos, de mesma dimensão e colocados alternadamente, traduz e representa a
rigorosa exatidão, que a tudo equilibra, no controle de nossos sentimentos, submetidos a rigidez da lei
dos contrastes. Diz-se pavimento mosaico, pois, segundo estudos apresentados em loja, uma similar
ornamentava a tenda de Moisés, e nela este realizava suas orações, por isso pavimento mosaico, ou
seja, de Moisés.

A estrela flamejante, que tem cinco pontas, por representar o domínio da cabeça sobre os quatro
membros do homem, é mais particularmente o emblema do poder da vontade, é o símbolo do
companheiro, pois este é convocado a tornar-se o foco ardente, a própria fonte de luz e calor. A
grandeza de seus sentimentos e a nobreza de suas ações deve instá-lo a devotar-se desmedida mente
a todos os que necessitarem, pois encontra-se aberto a todas as compreensões.

Quanto à orla dentada, nos abstemos de maiores comentários, por já tê-lo feito nos trabalhos
anteriormente apresentados.

Assim como no grau de aprendiz, o grau de companheiro, também comparta três jóias móveis, o
esquadro, insígnia ostentada pelo venerável mestre, o nível, que adorna o ir 1º vigilante e o prumo,
que reveste o ir 2º vigilante, pois segundo o que dispõe a nossa carta ritualística, além de serem
anualmente transferidas a novos obreiros, o esquadro, orienta o talhe das pedras, o nível, assegura-
lhes a posição horizontal, enquanto o prumo permite que sejam verticalmente colocadas.

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Além das jóias móveis, existem também as jóias imóveis, a saber, a pedra bruta, a pedra cúbica ou
polida e o painel da loja.

A pedra bruta é a matéria sobre a qual exercitam-se os aprendizes, a pedra cúbica serve para os
companheiros ajustarem suas ferramentas e instrumentos e o painel da loja, permite aos mestres
traçarem seus planos. Da pedra bruta, que representa o homem aculturado e ignorante, porem com
possibilidade de ser educado e instruído, passamos a pedra cúbica ou polida, representativa do iniciado
na arte real que, livre de preconceitos e defeitos, adquiriu os conhecimentos necessários e a habilidade
para participar ativamente da grande obra da construção universal. Já o talento, a autoridade, e bons
exemplos que os mestres devem dar estão diretamente relacionados com o painel da loja.

Por fim, a terceira instrução além de nos dar conhecimento da localização das três janelas localizadas
na loja de companheiro, esmiúça com clareza a referencia da idade do companheiro, que seria a
junção dos quatro elementos naturais acrescidos da quinta essência que é o próprio espírito universal.

Adentrando aos estudos da quarta instrução, somos confrontados com a única e admirável verdade
absoluta da humanidade, qual seja, que não há registro de nenhum homem que seja detentor da
verdade absoluta, todas as verdades hoje conhecidas, são relativas no amanhã. Temos como única
certeza, que necessitamos continuar a busca da verdade.

Somos instigados a buscar dentre aqueles do mundo profano, os que, insatisfeitos com os rumos da
humanidade, com a tirania e outros vícios de comportamento social, tentam buscar a verdade das
coisas.

Como conclusão desta maravilhosa instrução, temos a certeza de que após adquirir todo o
conhecimento possível, toda a instrução que puder ser ministrada, todo o saber que puder ser
passado, verdadeiramente estaremos prontos a continuar estudando, aprendendo e buscando a
verdade.

Iniciada a quita instrução, somos apresentados aos estudos da simbologia numérica.

Como aprendizes fomos inicialmente familiarizados com a tétrade pitagórica, que mostrou-nos no
quaternário, a raiz e o fundamento das coisas. Como companheiros devemos adentrar ainda mais a
este estudo, partindo do quatro para chegar sucessivamente, ao cinco, ao seis e, mesmo ao sete.

Superadas algumas operações pitagóricas simbólicas, passamos ao comento do tetragrama hebraico


que representa o ser dos seres, o ser em si, aquele que, é encontrado no livro da lei representado por
quatro letras que formam a palavra sagrada cuja pronúncia é proibida.

Iod, a primeira das letras, ou apenas uma virgula, na qual se quis representar o gerador masculino, o
princípio ativo da causa - agente, significa portanto o ser pensante. Hé, segunda letra, simboliza o
sopro animador da vida, emanado de iod, é a atividade exercida pelo princípio criador e ativo. Vau
tem, em hebraico, a mesma função da vogal “e”. Simboliza a ligação do abstrato ao concreto, o
individuo ao coletivo, é portanto a origem da lei, das normas de conduta dos indivíduos em sociedade.
Hé e repetido no final do tetragrama para exprimir o resultado final de toda a atividade.

Quanto a quintessência, manifesta-se unicamente pela ação, não agir equipara-se a não existir, pois
aquele que existe está em permanente trabalho, em constante transformação, diferenciando-se
apenas por um ou outro reino natural.

Comentando o hexagrama, a atmosfera psíquica que envolve nossa personalidade, compõe-se sob o
ponto de vista hermético da água, o fluido vital, carregado energias ativas, o fogo, cuja união é
representada, graficamente, por uma figura, conhecida por signo de Salomão, sendo este, dois
triângulos entrelaçados, um masculino ativo, a energia individual, o ardor emanado da própria

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personalidade, e, outro feminino passivo, posto de forma invertida e que representa uma taça,
destinada a receber o orvalho depositado pela umidade, através do espaço.

Por último, temos o setenário, que é o numero da harmonia, resultante do equilíbrio estabelecido por
elementos diversos, representados por uma estrela de seis pontas, onde o numero sete é aposto no
centro desta. Como sabemos, este é o símbolo do delta sagrado, onde o tetragrama central, é muitas
vezes substituído pelo “olho onipresente”.

Segunda Instrução do Grau 2


RECAPITULAÇÃO

Ser Companheiro-Maçom é ser obreiro reconhecido apto para exercer sua arte, senhor que é de sua
energia de trabalho. Ele tem por dever realizar praticamente o plano teórico traçado pelos Mestres.

Quando um Companheiro se consente em ser recebido como tal, é porque tinha desejos de conhecer
os mistérios da natureza e da ciência, bem como o significado da letra IOD, corresponde a nossa letra
G. Esta letra significa Geometria, Gravidade, Gênio, Gnose.

A Geometria do que se trata, é da aplicável à construção universal; de que nos ensina a polir o homem
e a torná-lo digno de ocupar seu lugar no edifício social.

O Companheiro é chamado a fazer obra da vida, pondo em ação sua energia vital e aprofundando-se
nos mistérios da existência. Ora, tudo isso tira sua origem da Geração, cujas leis inspiram as mais
belas doutrinas da antigüidade.

A atração universal, que tende a aproximar os corpos da ordem física, corresponde, na ordem social, a
uma força misteriosa análoga que tende à reunião, e mesmo à fusão das almas. Corresponde à força
que une os corações, que assegura a solidez do edifício maçônico, cujos materiais são seres vivos,
unidos, indissolúveis pela profunda afeição que sentem uns pelos outros. O Amor Fraternal é, na
Maçonaria, um princípio vital da ordem, de harmonia e de estabilidade, assim como a Gravidade o é
dos corpos celestes.

O Gênio consiste na exaltação fecunda de nossas faculdades intelectuais e imaginativas. Desde que o
espírito, calculadamente, adquira a posse de si mesmo, não saia dos limites do talento que possa
conter. Para chegar a ser gênio, necessário é que se abandone às influências superiores, que se
entusiasme, que vibre aos acordes de uma harmonia mais elevada.

Gnose em grego quer dizer “conhecimento”. É o conjunto de noções comuns a todos os iniciados que,
a força de pesquisar, acabam por se encontrar na mesma compreensão da causa das coisas.

Na verdade o G além de ser i iod hebraico (que na cabala representa o princípio criador), esta letra
parece ser uma simplificação de um símbolo de alto valor hermético: o ponto dentro do círculo que
representa a própria gênese e o Criador.

O Companheiro é recebido passando da Coluna B? para a Coluna J?, que representa uma modificação
no programa iniciático. Para receber o salário junto à Coluna B?, o Aprendiz deve basear-se na razão,
cujos clarões afugentam as trevas e fazem discernir o erro. Após as purificações que vitoriosamente
suportou, conduzido para junto da Coluna J?, sem se afastar de seus hábitos de disciplina racional,
deverá, para se tornar perfeito pensador, exercitar sua imaginação e desenvolver sua sensibilidade.
Depois de ter aprendido a raciocinar corretamente, pode, pela educação judiciosa de sua intuição,
elevar seus pensamentos às causas dos fenômenos.

Ensina-se ao Companheiro no decorrer de suas viagens, a servir-se de utensílios preciosos para


transformar a Pedra Bruta em Pedra Cúbica, talhada de acordo com as exigências da Arte.

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Esses utensílios preciosos ou instrumentos são, a princípio:

- o Maço e

- o Cinzel; em seguida,

- a Régua e

- o Compasso; depois,

- a Alavanca e, finalmente,

- o Esquadro.

O Maço e o Cinzel, como instrumentos destinados a desbastar a Pedra Bruta, mostram-nos como
devemos corrigir nossos defeitos, tomando resoluções sábias (Cinzel), que uma determinação enérgica
(Maço) põe em execução.

A relação existente entre a Régua e o Compasso, é que a Régua, permitindo traçar linhas retas que
podem prolongar-se ao infinito, simboliza o direito inflexível, a lei moral no que ela tem de mais
rigoroso e imutável. A esse absoluto se opõe o círculo da relatividade, cujo raio se mede pelo
afastamento das pernas do Compasso. Ora, como nossos meios de realização são limitados, devemos
traçar nosso programa de trabalho tendo em conta não só a idéia do abstrato que nos incumbem e
aproximam dos numerosos monumentos fenícios consagrados ao Poder Gerador masculino.

A espessura das Colunas segundo as tradições maçônicas é de quatro polegadas, porque se as supõe
ocas para guardar os tesouros e as ferramentas dos Aprendizes e Companheiros.

O tesouro oculto nas Colunas representa a doutrina iniciática, cujo conhecimento está reservado aos
que não param na superfície e sabem aprofundar-se nos estudos.

A marcha do Companheiro comporta passos laterais porque indica que o mesmo não está obrigado a
seguir, invariavelmente, a mesma direção. Para que possa colher a verdade, por toda a parte, lhe é
permitido afastar-se do caminho normalmente traçado. A exploração do mistério, porém, não deve
desorientá-lo, e, por isso, todo afastamento momentâneo da imaginação deve ser seguido de uma
pronta volta à retidão do raciocínio. É interessante observar que o desvio da marcha se dá no
momento em que o companheiro vê a E?F? e se desvia em direção a ela.

Os ornamentos de uma Loja de Companheiro são:

- o Pavimento de Mosaico,
- a Estrela Flamígera e
- a Orla Dentada.

O Pavimento de Mosaico é o assoalho de grande pórtico; a Estrela Flamígera brilha ao centro da Loja
para iluminá-la e a Orla Dentada limita e decora as extremidades.

Os ladrilhos de iguais dimensões, alternativamente brancos e pretos do Pavimento de Mosaico,


traduzem a rigorosa exatidão que a tudo equilibra no domínio de nossos sentimentos, submetidos,
fatalmente, à lei dos contrastes.

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A relação existente entre o Pavimento de Mosaico e o Companheiro é qual operário aplicado à
realização da Grande Obra, o iniciado no segundo grau deve estar compenetrado do interesse de
prosseguir na conquista de uma felicidade contínua e sem mescla. Uma felicidade que se perpetue e
que não seja perturbada, não pode, como tal, ser considerada; transforma-se em suplício, porque ela
fatiga e conduz ao aniquilamento, à morte. A nossa vida consiste na ação, na luta contra todos os
obstáculos, no trabalho penoso, mas perseverante, empreendido por um ideal a realizar. O esforço,
sofrimento provocado, é o prêmio da vida, cujas alegrias são exatamente proporcionais às ações
empregadas para possuí-las.

A Estrela Flamígera é o símbolo do Companheiro porque ele é chamado a tornar-se um foco ardente,
fonte de luz e calor. A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas,
mas com discernimento, de uma inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está aberta a todas
as compreensões. Ela é de cinco pontas para figurar os quatro membros do homem e a cabeça que os
governa. Esta, como centro das faculdades intelectuais, domina o quaternário dos elementos ou da
matéria. Assim, a Estrela Flamígera é mais particularmente emblema do poder da vontade.

A Estrela Flamígera está colocada entre os corpos celestes, o Sol e a Lua, porque irradia a luz do Sol e
da Lua, afirmando que a inteligência e compreensão procedem igualmente da Razão e da Imaginação.

A Orla Dentada são os lambrequins que cercam o teto da Loja. Por cima desses lambrequins corre a
corda formada por uma série de nós - os laços do amor. É a cadeia de União cujas extremidades,
desfiadas em bordas, se reúnem próximo às duas Colunas. O todo é o emblema dos laços que unem
todos os Maçons para construírem uma única família sobre Terra.

Existem outras jóias na Loja de Companheiro, sendo três móveis e três imóveis. As móveis são: o
Esquadro, insígnia do venerável mestre; o Nível, que decora o 1° Vigilante, e o Prumo, que reveste o
2° Vigilante. As jóias são móveis porque, além de passarem, anualmente, a novos serventuários, o
esquadro controla o talhe das pedras, de que o Nível assegura a posição horizontal, enquanto que o
Prumo permite que sejam colocadas verticalmente.

Sob o ponto de vista Moral, o Esquadro nos induz a corrigirmos os defeitos que nos impeçam de
manter firme nossa posição na construção humanitária; o Nível exige que o Maçom tenha como iguais
a todos os homens, enquanto o Prumo incita a elevar-se acima de todas as mesquinharias, fazendo-o
conhecer o valor das coisas.

As jóias imóveis são:

- a Pedra Bruta,
- a Pedra Cúbica, e
- o Painel da Loja.

A Pedra Bruta é a matéria sobre a qual se exercitam os Aprendizes; a Pedra Cúbica serve para os
Companheiros ajustarem seus instrumentos e o Painel da Loja permite aos Mestres traçarem seus
planos.

A Pedra Bruta representa o homem grosseiro e ignorante, suscetível, porém, de ser educado e
instruído; a Pedra Cúbica figura o iniciado que livre de erros e de preconceitos, adquiriu os necessários
conhecimentos e a habilidade para participar ultimamente da Grande Obra de Construções Universal; o
Painel da Loja relaciona-se com os Mestres, cuja autoridade se baseia no talento, de que dão provas, e
no exemplo que devem dar.

Na Loja de Companheiro existem três janelas que o iluminam e ficam situadas, respectivamente, ao
Oriente, ao Sul e ao Ocidente. No Setentrião não existe janela porque a Luz nunca vem dessa direção
e as janelas servem para iluminar os Obreiros, quando entram ou saem da Loja.

Os Companheiros têm assento na Coluna do Sul e devem trabalhar do lado de seu Mestre com
Liberdade, Alegria e Fervor.

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A idade de um Companheiro é de .......... anos, que se refere ao quintessência, concebida como
espírito universal das coisas, ou como um quinto princípio reduzindo a unidade o quaternário dos
Elementos. Alude, também, aos cinco sentidos que revelam o mundo exterior, objeto de estudo do
Companheiro, enquanto o número três indica que o Aprendiz deve se encerrar em seu mundo interior.

Sinais e Palavras do Grau de Companheiro

- Como um C.'. se faz reconhecer?

- Por um S.'., duas PP.'. e um T.'.

- Qual a explicação do S.'. de C.'.?

- A m.'. d.'. sobre o c.'., lembra o compromisso de amar fervorosa e dedicadamente seus IIrm.'. e
recorda o Jur.'. prestado; a m.'. e.'. levantada reafirma a sinceridade da promessa feita; a esquadria
com a m.'. d.'., mostra que todos os seus atos se inspiram na justiça e na equidade.

- A atitude que o C.'. toma, quando à ordem, não lembra, também, segredos especiais do Grau?

- A m.'. e.'. levantada, parece fazer apelo às forças cósmicas, energias superiores, que a m.'.d.'.
crispada, se esforça para conter no c.'., onde se devem acumular. Prestes a a.'. o c.'., o iniciado
proclama, além disso, que soube dominar seus sentimentos e que não cederá jamais a movimentos
irrefletidos.

- Quais são as PP.'. de C.'.?

- P.'. S.'. e P.'.de P.'.

- Que significa a P.'. de P.'.?

- FARTURA, ABUNDÂNCIA. Daí ser representada, no Painel da Loj.'., por uma espiga de trigo.

- Qual a origem dessa P.'.?

- Em uma guerra contra os efrainitas, Jefté, tendo-os vencido e posto em fuga, mandou guardar as
passagens do rio Jordão, ordenando, terminantemente, que fossem mortos todos os efrainitas que
ousassem atravessá-lo, para voltarem ao seu país. Como não falavam a língua dos israelitas, por
defeito dialético, pronunciavam Si.'.. Esta diferença de pronúncia foi fatal a 4.000 efrainitas, que foram
massacrados, à medida que se apresentavam para voltar ao país de origem.

- Para nós, esta P.'. não tem significação iniciática?

- Traduzida, pode relacionar-se com os Mistérios de Ceres, cujo simbolismo era agrícola, embora o
iniciado devesse, em Eleusis, sofrer, alegoricamente, a sorte do grão de trigo, que morre no inverno,
sob a terra, para renascer, na primavera, sob a forma de planta nova.

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TÁBUA DE ESMERALDA
“A VERDADE SÓ PODE SER ATINGIDA

PELA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA DE CADA

UM”.

Quando se fala de conhecimentos herméticos logo vem a tona o nome da Tábua de Esmeralda. Segundo a
Tradição se trata de uma lápide, a pedra sepulcral, repleta de hieróglifos e símbolos, sob a qual jazia intacto o corpo
de Hermes Trismegisto. As primeiras palavras gravadas na lápide são: “É Verdade! É certo! É a Verdade toda!- A
seguir vem dizendo: “O que está embaixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que está em
baixo, a fim de que as maravilhas do Uno se realizem. E assim todas as coisas se fizeram do Uno, através de um
mediador, assim todas elas nasceram desse único casamento”.

Esta é a primeira referência ao “Princípio da Correspondência”, um daqueles chamados “Sete Princípios


Herméticos”. No tocante aos Ensinamentos Herméticos os “Sete Princípios” são apenas os básicos, mas tendo-se
um bom entendimento a respeito deles o discípulo, pela meditação e pela análise racional, chega a outros princípios
integrantes da natureza das coisas, facilitando a compreensão sobre a Criação.

Não é fácil se chegar a níveis de conhecimentos herméticos sem que se tenha uma idéia sobre os Sete
Princípios. Compreendendo-os fica mais fácil se penetrar em outros ensinamentos mais elevados. Todo aquele que
estuda e medita sobre os Sete Princípios logo percebe a existência de mais alguns inerentes à natureza da criação,
à Natureza Cósmica e que não são mencionados entre os sete, razão pela qual não são diretamente descritos na
literatura hermética e nem diretamente ensinados diretamente, pois é o discípulo que cabe descobri-los. Chegar ao
entendimento dos Princípios Herméticos que transcendem aos sete clássicos deve ser uma descoberta pessoal e,
podemos dizer, bem enriquecedora. Descobri-los é algo como receber uma Iniciação de elevado nível, a partir do
que um novo e vasto portal é aberto ao “Peregrino da Senda”.

Entre os Princípios não revelados, um deles é de natureza inefável, pois não há forma alguma de ser
verbalizado, de ser descrito o que ele precisamente é. Os Princípios Herméticos não revelados podem ser
descobertos pelo pensamento, pelo raciocínio, contudo um deles somente é atingível pelo sentir.

Segundo algumas Escolas Herméticas sérias, o discípulo quando descobre os Princípios não revelados,
preenche o Primeiro Grau Hermético, tendo, então o direito de receber um sinal de identificação. O Princípio Inefável
completa os Princípios em que se estabelece toda a Criação. É um Principio dos mais comuns, o que é visto na
natureza em maior profusão, na verdade ele não é oculto. O que é inefável não é percebê-lo mas sim entendê-lo. O
Princípio Inefável, aquele que se recebe pelo sentimento, é muito significativo.

A Escola Hermética a que estamos nos referindo, dá ênfase aos segredos relativos dos Princípios não
revelados. O Mestre pode orientar, conduzir o discípulo ao descobrimento, dos demais Princípios, mas não pode lhe
revelar e nem descrever. Ai daquele que o fizer, ai daquele que usar de subterfúgios para descobri-los. Reza a
Tradição que de forma nenhuma essa pessoa receberá o Princípio Inefável e sem este não há como penetrar nos
“Mistérios Maiores”. Aquele que recebe o Princípio Inefável pode ser considerado um Iniciado e para ele estarão
abertos os portais dos Ensinamentos Secretos de Thoth.

O Primeiro Grau da Ordem Sagrada de Thoth(1) visa levar o discípulo à compreensão dos princípios
básicos da natureza do Universo. Quando ele atinge esse nível iniciam-se os ensinamentos sobre a criação
propriamente, baseados no Corpus Hermeticum, um dos livros que faz parte da Tábua da Esmeralda.

Na Idade Média, muitos trabalhos sobre o Hermetismo foram escritos, alguns deles baseados em
conhecimentos autênticos, e que chegaram até nossos dias através de documentos escritos em grego e em latim.
Sem dúvida alguma, muitos deles revelam segredos da natureza e da Criação do mundo. Nesses documentos estão
contidos ensinamentos que levam a conhecimentos sobre a própria natureza de Deus.

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Sobre a origem Tábua de Esmeralda existem vários mitos(2) sendo, o mais conhecido deles um que já era
narrado pelos gnósticos dos primeiros séculos e que deve ser entendido num sentido simbólico. Esse mito diz:
“Antes de ser criado a Terra, o chefe dos anjos do Altíssimo, antes de se tornar o chefe dos anjos caídos, tinha uma
esmeralda na testa localizada na posição do “terceiro olho”. Contudo, quando ele rebelou-se contra Deus aquela
esmeralda partiu-se em 3 partes. Uma dessas partes permaneceu lá, mas como havia se rompido desde então
aquele ser deixou de ter visão clara. A jóia rompida passou a dar-lhe uma visão deformada e que é a única que lhe
resta até hoje”.

Um outro pedaço que caiu criou os mundos do Caos, e a meio caminho entre o Céu e o Inferno caiu na
Terra.(3). O terceiro pedaço caiu no Astral, que os Iniciados costumam denominar de Caos Filosofal, criando o Caos
dos Sábios, que para os puros é o céu, o potencial da criação de todas as coisas, e que, para os que têm a visão
impura, é o fogo do Inferno, e a Geena(4).

Diz a Tradição que no terceiro pedaço foi escrito o texto fundamental de todos os ensinamentos herméticos,
base de todo esoterismo e ocultismo antigo e que, segundo a Tradição Ocultista Ocidental, foi escrita por Hermes
Trismegisto.

Uma parte do texto escrito na Tábua da Esmeralda é conhecida pelo nome de Corpus Hermeticum, também
conhecido como Discurso de Iniciação, pois nele constam alguns diálogos iniciatórios entre Hermes e seu “filho”
Thath e com Asclépius.

O desenvolvimento dos ensinamentos contido no Corpus Hermeticum constitui a base de alguns dos graus
iniciais da Ordem Sagrada de Hermes(5).

O Corpus Hermeticum inicia-se com um diálogo entre Thoth e um ser denominado Pimandro (Poimandres).
Parte desse diálogo é normalmente ensinado de forma exotérica, contudo nível mais elevado sobre esse diálogo
somente tem acesso àqueles que hajam atingido o Primeiro Grau.
1-Tradução portuguesa do nome latino de uma milenar Escola Hermética. Na Idade Média floresceram muitas
organizações que buscavam descobrir o segredo da unidade das coisas. Assim houve inúmeras organizações
dedicadas ao estudo do Hermetismo, especialmente sob a forma de Alquimia. Muitas não chegaram a lugar algum,
mas houve aquelas que atingiram objetivos validos. Assim, nos dias atuais, ainda encontram-se remanescentes
daquelas escolas iniciáticas que ensinavam autênticos conhecimentos herméticos, a par de tantas outras apenas
agem como vendedores do grande “mercado das ilusões”.

2-Por trás de um mito sempre existe uma parcela de verdade, pois muitas vezes um mito representa uma forma de
linguagem velada.

3-Mais tarde, quando surgiu o “Mito” da Távola Redonda - Rei Artur - foi dito que na parte da esmeralda que caiu
sobre a Terra foi esculpida a Taça na qual foi recolhido o sangue de Jesus agonizante (sentido simbólico),
constituindo-se o Santo Graal, alvo da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda.

4-Gehenna ( Hinon, em hebraico ) Não significa o inferno, mas, conforme o profeta Jeremias, um vale próximo a
Jerusalém, onde os israelitas imolavam seus filhos a Moloch.

5-Existem diversas instituições que se intitulam de Ordem Hermética, algumas autênticas, outras não. Entre as
autênticas a que mais facilmente se pode ter acesso no Brasil tem o nome de V∴O∴H∴ Embora o acesso seja
relativamente fácil o mesmo não acontece com o desenvolvimento dos discípulos, há grande rigidez que não
depende de qualquer orientador, mas sim do esforço pessoal e do julgamento de Mestre Espirituais.

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Telhamento, Trabalho dos Companheiros, Letra G...

GEOMETRIA. GERAÇÃO. GRAVIDADE. OLHO QUE TUDO VÊ. "GOD"

- Sois C.'.M.'.?

- E.'. V.'. A.'. E.'. F.'.

- Como podeis justificar vossa afirmativa?

- Porque adquiri consciência de MIM MESMO; agora sei o que SOU e POSSO PRONUNCIAR-ME, com
SEGURANÇA, sobre o GRAU que possuo.

- Que são os CC.'.?

- São os OObr.'. reconhecidos APTOS para exercerem suas ARTES e CONSCIENTES de suas ENERGIAS
de TRABALHO. Eles têm por dever realizar praticamente o PLANO TEÓRICO, TRAÇADO pelos MM.'.
MM.'..

- Por que consentistes em ser recebido C.'.?

- Porque tinha desejo de conhecer os mistérios da NATUREZA e da CIÊNCIA, bem como o significado
da letra IOD, que corresponde à nossa letra G ou o Olho que tudo vê.

- O que significa a letra G?

- GEOMETRIA, GRAVIDADE, GÊNIO, geração, GNOSE e "GOD", do inglês, Deus.

- De que GEOMETRIA trata-se aqui?

- Da aplicável à CONSTRUÇÃO UNIVERSAL; da que nos ENSINA a POLIR o INDIVÍDUO e torná-lo


DIGNO de ocupar o seu lugar no EDIFÍCIO SOCIAL.

- Que relação existe entre a GERAÇÃO e os CC.'.?

- Os CC.'. são chamados a fazer "OBRA DE VIDA", pondo em AÇÃO sua ENERGIA VITAL e
APROFUNDANDO-SE nos MISTÉRIOS da EXISTÊNCIA. E tudo isso origina-se da GERAÇÃO, cujas LEIS
inspiram os mais BELOS ENSINAMENTOS da antigüidade.

- Em que pode a GRAVIDADE interessar à Maçonaria?

- A atração universal, que tende a APROXIMAR os CORPOS da ordem física, corresponde, na ORDEM
SOCIAL, a uma FORÇA MISTERIOSA análoga, que tende à REUNIÃO e, mesmo, à FUSÃO dos
ESPÍRITOS. Corresponde à FORÇA que UNE os CORAÇÕES; que ASSEGURA a SOLIDEZ do
EDIFÍCIO MAÇÔNICO, cujos materiais são SERES VIVOS, UNIDOS e INDISSOLÚVEIS pela
PROFUNDA AFEIÇÃO que devem SENTIR uns pelos outros. O AMOR FRATERNAL é, na Maçonaria, o
PRINCÍPIO VITAL de ORDEM, HARMONIA e ESTABILIDADE, assim como a GRAVIDADE o é dos
corpos celestes.

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Terceira Instrução do Grau 2


NOÇÕES DE FILOSOFIA INICIÁTICA E DE SIMBOLOGIA NUMÉRICA DO 2° GRAU

ENIGMA DA VIDA E A MEDITAÇÃO DA VERDADE

Muitas vezes, saltam-nos à imaginação as seguintes palavras:

- “O QUE É A VIDA?”
- “PARA QUE ELA SERVE?”
- “QUAL O SEU FIM?”.

Seguem-se a estas, outras não menos transcendentais: - “Por que o homem não aceita a vida, como
os animais, tal qual ela é?” - Gozá-la do melhor modo, com feliz despreocupação, não seria mais
prático, mais acertado do que torturar o espírito querendo penetrar esses mistérios insondáveis?”.

Esta preocupação não tem sido a de todos os homens, pois grande maioria quer, somente, que os
deixem viver das satisfações materiais, não cogitando daquilo que em seu fraco entender, têm como
supérfluo ou inútil.

Há, entretanto, criaturas para as quais esses mistérios constituem verdadeira obsessão. Preocupadas
com o enigma das coisas, querem compreender e, pelo incessante trabalho cerebral, buscam conhecer
a existência dos mundos e dos seres, interrogando, ansiosamente, a Natureza, para arrancar-lhe seus
segredos. Meditam sobre eles com maior encarniçamento e só se satisfazem quando concebem uma
idéia capaz de explicar, racionalmente, tudo quanto, até então, observaram.

Surgiram e surgem, dos esforços humanos, sistema filosóficos e religiosos que, tido e propagados
como doutrinas verdadeiras, procuram corresponder à NECESSIDADE DE SABER, inata no homem.

Embora concebidos com sinceridade, esses sistemas são errôneos, porque se originam de convicções e
concepções humanas falíveis, portanto, como tudo que é humano.

A posse integral da Verdade que ninguém, ainda, conseguiu, dificulta formular esses sistemas com
acerto. Assim, persiste o mistério, apesar de ingentes esforços, com que os homens tentam penetrá-
lo. Seu domínio alarga-se e recua, cada vez mais, à proporção que a Humanidade avança no caminho
da ciência e à medida que os investigadores se aproximam para desvendá-lo.

Iludir-se, quanto a isso, com o propósito de dogmatizar, crente de SABER o que se afirma, são as
características peculiares dos espíritos tacanhos.

O sábio, o pensador e o verdadeiro iniciado humilham-se, sempre, quando em presença de uma


verdade que reconhecem superior à sua compreensão. Assim, esquivam-se de ser instrutores das
multidões, porque, jamais, poderiam, conscientemente, satisfazer-lhes a justa curiosidade, e na
impossibilidade material de fazê-las compreender o seu erro e, muito menos, conduzi-las ao único
caminho, preferem deixá-las entregues a suas grosseiras fantasmagorias.

O Iniciado, porém, tem o estrito dever de correr em auxílio dos que julgar INICIÁVEIS, dos que,
independentes, se revoltam contra a tirania e a arbitrariedade dos sistemas em uso. Estes merecem
que se lhes ensine a procurar o VERDADEIRO, sem preocupação nem esperança de triunfo, só
alcançado pelo repouso da inteligência satisfeita.

NUNCA SABEREMOS, eis a VERDADE!

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Mas nem por isso devemos ficar inertes. No desejo de QUERERMOS SABER, buscamos avidamente
adivinhar o ETERNO ENIGMA, crentes de que este é o nosso mais nobre e mais elevado destino.

A VERDADE, esse mistério inatingível, que nos atrai com força irresistível, é muito vasta, muito vivaz,
muito livre e muito sutil para deixar-se prender, imobilizar e petrificar na rigidez de um sistema
filosófico. Os artifícios e as roupagens com que a revestem, para no-la dar conhecer, só servem para
deturpá-la, tornando-a o mais das vezes, IRRECONHECÍVEL, por isso que tudo o que se procura
objetivar por subterfúgios será, sempre, reflexo ilusório, apagada imagem da GRANDE VERDADE que o
iniciado busca contemplar face a face.

Devemos ensinar o Companheiro, primeiro, a olvidar tudo aquilo que não lhe é próprio e, em seguida,
a concentrar-se, descendo ao âmago dos próprios pensamentos, a fim de aproximar-se da fonte pura
da VERDADE, instruindo-se, não só pelas sábias lições dos Mestres, como, principalmente, pelo
exercício da MEDITAÇÃO.

Assim procedendo, não conseguirá, naturalmente, aprender tudo quanto encerram os livros e ensinam
as escolas e, por isso, não devemos sobrecarregar-lhe a memória, pois bem poderemos enganar-nos
com o caráter ilusório do que nos parece verdadeiro. O simples ignorante está mais próximo da
verdade que o fátuo, que se jacta de uma ciência enciclopédica apoiada, unicamente, em falsas
noções.

A tradição iniciática conserva intacta, entre nós, noções da verdade, para que as transmitamos aos
continuadores de nossa obra. Assim, gravai em vossa memória os conselhos a seguir.

“Em matéria de saber, a qualidade supera a quantidade. Sabei pouco, mas esse pouco sabei-o bem.
Aprendei, principalmente, a distinguir o real do aparente. Não vos apegueis às palavras, às
expressões, por mais belas que pareçam; esforçai-vos, sempre, em discernir aquilo que é inexplicável,
intraduzível, a Idéia-Princípio, o fundo, o espírito, sempre mal e imperfeitamente interpretados nas
frases mais buriladas. É, unicamente, por esse meio que afastareis as trevas do mundo profano e
atingireis a clarividência dos Iniciados”.

Bem deveis compreender que os Iniciados se distinguem pela penetração de espírito e pela capacidade
de compreensão. Filósofos célebres e grandes sábios têm permanecidos PROFANOS por não terem
compreendido o que obscuros pensadores conseguiram por si próprios, à força de refletirem no silêncio
e no recolhimento. Para vos tornardes verdadeiro Iniciado, podeis ler pouco, mas pensai muito;
meditai sempre e, sobretudo, não tenhais receio de sonhar.

Como a parte relativa à Simbologia Numérica precisa, para uma boa compreensão, ser meditada,
devemos estudá-la com carinho e atenção, para que possais, por essa meditação, fortalecer e
engrandecer vosso espírito.

O Maçom deve concentrar sua atenção sobre a Maçonaria. Deve observar, minuciosamente, tudo
quanto lhe diz respeito; meditar muito sobre as SINGULARIDADES que nela encontrardes, pois não
têm outro fim, assevero-vos, que o de atrair vossa atenção e despertar vossa curiosidade.

Quanto mais o Maçom se aprofunda no estudo do Simbolismo, mais ele se convence de que ele foi
arquitetado em dados abstratos ou ontológicos, ligados particularmente às propriedades intrínsecas
dos números (Gnose Numérica).

SIMBOLOGIA NUMÉRICA

Como Aprendiz, ficou familiarizado com a Tétrada pitagórica, que mostrou, no Quaternário, a raiz e
fundamento das coisas.

Como Companheiro, deve prosseguir no estudo, partindo do Quatro, para chegar, sucessivamente, ao
Cinco, ao Seis e, mesmo, ao Sete.

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Aprendiz.............................................................. 1, 2, 3, 4
Companheiro........................................................ 4, 5, 6, 7
Mestre................................................................. 7, 8, 9, 10
A Década é aqui, encarada como representando unidade Nova. Dez encerra, pois, uma união
completa, um ciclo fechado, ao qual nada há que acrescentar.

Pitágoras ensinava que Dez engendra Quatro, pois que 1+2+3+4=10, graficamente figurado pelo
triângulo, encerrando dez pontos dispostos por 1,2,3,4.

*
**
***
****

Outrora, um traçado destes provocava a sucessão infinita de idéias, todas lógicas e intimamente
encadeadas. Ao iniciado moderno cumpre formar a Cadeia que lhe servirá de fio de Ariadne para guiá-
lo no labirinto dos conhecimentos iniciáticos.

Geometricamente, Um representa o ponto; Dois, a linha; Três, a superfície e Quatro, o sólido, cuja
medida é o cubo.

Um, o ponto sem dimensões, é, porém, o gerador abstrato de todas as formas imagináveis. É o Nada
contendo o Todo em potência, digamos, o Criador, Princípio anterior a toda manifestação, o Arqueu, o
Obreiro, por excelência.

Dois, a linha, nada mais é que Um, o ponto, em movimento, portanto, a ação, a irradiação, a
expansão ou a emanação criadora, o Verbo ou o Trabalho.

Três, a superfície, apresenta-se como o plano em que se precisam as intenções, em que o Ideal se
determina e se fixa. É o domínio da lei necessária, que governa toda a ação, impondo a toda a arte
suas regras inevitáveis.

Quatro, o sólido ou, mais especialmente, o cubo, mostra a Obra realizada, através da qual se nos
revela a Arte, o Trabalho e o Obreiro.

Em todas as coisas é preciso descobrir um Quaternário, uma vez que nos coloquemos sob o ponto de
vista objetivo, porque o Ternário nos basta, se ficarmos no domínio do abstrato ou do subjetivo.

O Companheiro, porém, não pode e nem deve satisfazer-se com a concepção teórica; sua função é
realizar, é lutar, constantemente, contra as dificuldades encontradas no caminho e vencê-las. Como
realizador, tem o Quatro por ponto de partida, enquanto que o Aprendiz tem no número Três o
número característico de seu grau.

O Círculo, a Cruz, o Triângulo e o Quadrado, que se referem respectivamente à Unidade, ao Binário, ao


Ternário e ao Quaternário, produzem uma série de ideogramas, cujo sentido se revela pela análise de
seus elementos componentes. Entretanto, seria de toda vantagem que os Companheiros se
aprofundassem no Simbolismo hermético, para verificarem suas íntimas relações com o Simbolismo
Maçônico.

O TETRAGRAMA HEBRAICO
O Ser dos Seres, o Ser em Si, Aquele que é, encontra-se representado, na Bíblia, por Quatro Letras,
que formam a Palavra Sagrada cuja pronúncia é proibida: Iod, a primeira dessas letras, é a menor do
alfabeto sagrado. É, apenas, um vírgula, na qual se quis ver o gerador masculino, ou, melhor, o sêmen
paterno, que engendra a criança. Voltamos, assim, ao ponto de vista matemático, concentrado, em

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seu Nada, toda a virtude expansiva do que deverá nascer e se desenvolver. Iod é, pois, a
representação do princípio ativo, da causa-agente, e significa, portanto, o ser que pensa, que quer,
que manda. Como a Coluna J?, Iod simboliza o Fogo realizador (Arqueu), que se manifesta pelo
Artista, Obreiro, Operador, Criador ou Gerador.

Hé, segunda letra do Tetragrama, corresponde ao sopro que, saindo do interior, se espalha em
derredor. Esta letra simboliza, pois, o sopro animador, a vida, emanando de Iod, para propagar-se,
através do espaço, sob a forma de irradiação vital. Hé representa, em suma, a vida, que não é mais do
que a atividade exercida pelo princípio criador e ativo. Sem Hé, Iod não seria ativo, não poderia
exercer o ato de pensar, querer e mandar, porque Hé é a expressão do trabalho, a operação ou o
Verbo, tomado no sentido gramatical.

Vau tem, em hebraico, a mesma função de nosso consoante v. É o símbolo do que liga o abstrato ao
concreto, o indivíduo ao coletivo geral ou universal. Ora, aquilo que liga, que estabelece a união, nós
denominamos meio, ambiente, atmosfera anímica, enfim, a relação entre a causa e o efeito. Vau,
portanto, refere-se à lei, segundo a qual se exerce a atividade, isto é, a Arte e as regras ou condições
do trabalho.

Hé repete-se, no final do Tetragrama, para exprimir o resultado final da atividade: Trabalho


executado. Obra em via de execução, Criação em via de realização. Em relação ao princípio pensante,
que quer e que manda (Iod), o segundo Hé é o pensamento, a idéia concebida, a determinação dada
ou a ordem formulada.

Os espíritos superficiais só se interessam pela obra realizada, pois são incapazes da cogitação do efeito
e da causa que, naturalmente, implica na manifestação do quaternário, resultante de toda e qualquer
ação:

1.° - Princípio ativo (Sujeito);


2.° - Atividade desenvolvida por esse princípio (Verba);
3.° - Aplicação da atividade, que se regula e se adapta conforme o objetivo;
4.° - Resultado produzido (Objeto).

A QUINTESSÊNCIA
O Ser manifesta-se, unicamente, pela ação; não agir equivale a não existir, porque aquele que existe
está em perpétuo trabalho. Nada é inerte, nada é morto, tudo vive: os minerais e os corpos celestes,
os vegetais e os animais.

A vida, entretanto, difere de um a outro reino da natureza; ela hierarquiza-se em toda parte, segundo
as espécies e, mesmo, segundo os indivíduos.

Assim é que, entre os homens, uns vivem uma vida mais elevada e mais completa que outros. Essa
vida, de uma ordem superior à comum, é proporcional ao desenvolvimento do princípio da
personalidade, porque o ser inferior é um autômato que reage mecanicamente, sob a ação de forças
que o tornam verdadeiro joguete. Sua vida permanece material ou elementar, porque resulta,
unicamente, da luta dos Elementos que se opõem dois a dois, como indica o seguinte esquema:

AR
Corpo
ÁGUA FOGO
Material
TERRA
Dele se refere que o Ar, leve e sutil, abranda, contra-balançando, a atração da Terra, espessa e

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pesada, que embrutece e materializa. Fria e úmida, a Água contrai aquilo que o Fogo, seco e quente,
tende a dilatar.
Estes elementos, que não mais podem ser considerados corpos simples, como na antiga teoria,
devem, entretanto, ser tidos como agentes coordenadores do mundo material. Foi por sua aplicação,
que se explicou o caos; por isso, eles dominam tudo quanto é material.
Por mais poderosas que sejam, as forças exteriores devem ser dominadas pela energia, que tem sua
sede na própria personalidade. É por este motivo que o homem deve criar e desenvolver, em si
próprio, um princípio mais forte que os Elementos, com os quais entra em luta, nas provas iniciáticas.
Enquanto combate, conserva-se Aprendiz; uma vez vencedor, torna-se Companheiro ou Iniciado
definitivo. O que triunfa, nesse momento, é o princípio da hominilidade; o homem, propriamente dito,
domina o animal; cinco impôs-se ao quatro; a quintessência prevaleceu sobre o quaternário dos
Elementos.
Chegada à perfeição, o homem-tipo será exaltado sobre a cruz, para realizar o mistério da redenção. A
Razão (Logos ou Verbo) resplandece nele, remediando o obscurecimento do Instinto, causado pela
queda. O estado de espiritualidade, é atingido; as trevas interiores são dissipadas e é então, que o
Astro Humano, a Estrela Flamejante, brilha em todo seu esplendor.
A Estrela Flamejante, este astro central da Loja de Companheiro, não é, ainda, poder iluminativo igual
ao Sol; sua luz é suave, não tem irradiações resplandecentes e é facilmente suportada. Ela condensa-
se numa espécie de nimbo que foi comparada a uma flor desabrochada, representada por uma rosa de
cinco pétalas.Símbolo da quintessência, portanto, daquilo que o homem tem de mais puro e elevado, a
Rosa é unida à Cruz, num emblema de pura espiritualidade.

O HEXAGRAMA

Cinco nasceu de quatro; seis é constituído pelo ambiente sintético, emanado de cinco.
A atmosfera psíquica, que envolve nossa personalidade, compõe-se, sob o ponto de vista hermético,
de Água vaporizada pelo Fogo, ou de Água ígnea, isto é, o fluído vital carregado de energias ativas.
Essa união do Fogo e da Água é representada, graficamente, por uma figura muito conhecida por
Signo de Salomão. Dos dois triângulos entrelaçados, um é masculino-ativo e o outro é feminino-
passivo. O primeiro representa a energia individual, o ardor que se eleva da própria personalidade; o
segundo, representado por um triângulo invertido, em forma de taça, é destinado a receber o orvalho
depositado pela umidade difundida através do espaço.
A Estrela Flamejante corresponde ao Microcosmo humano, isto é, ao homem considerado como um
mundo em miniatura, ao passo que os dois triângulos entrelaçados designam a Estrela do
Macrocosmo, isto é, do mundo em toda a sua extensão infinita.

O SETENÁRIO
Sete é o número da harmonia, resultante do equilíbrio, estabelecido por elementos dissemelhantes.
Esse equilíbrio e essa harmonia são representados pela figura seguinte:
A adição dos números opostos, dá, sempre, em resultado o número 7:

1+6=7
2+5=7
3+4=7

A última destas combinações, isto é, 3 + 4, é a que mais de perto se refere à Maçonaria. Três,
triângulo, mais quatro, tetragrama, dão em resultado o emblema à margem. Como sabeis, este é o
símbolo do Delta Sagrada, sendo o Tetragrama central substituído, o mais das vezes, por um olho
“Olho que tudo vê”.

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Nada mais se pode dizer sobre o número sete, mais do domínio do Mestre que do Companheiro. Já por
certo, compreendestes que a Quintessência, elevada ao Hexagrama e ao Heptagrama, representa a
essência do ser, isto é, a alma humana purificada, fortificada, temperada pelas provas da existência e
tendo atingido a um estado que lhe permite realizar o que o vulgo profano denomina milagre.

O Companheiro não deve ignorar que a realização integral da Grande Obra está reservada ao iniciado
perfeito, ao Mestre.

Porém, para ser Mestre, é preciso ter, previamente, adquirido as virtudes e os conhecimentos que o
tornem digno disso.

Eis o que nos ensina a tradição sobre a Simbologia Numérica do Grau de Companheiro e que estes
sábios ensinamentos penetrem no espírito, para que se possa compreender a obra que deve ser
executada ao transpor a Porta da Morte, quando exaltado ao sublime Grau de Mestre.

TIPOS DE GNOSIS
“ QUEM RECONHECE A SUA IGNORÂNCIA

COMEÇA A SER SÁBIO”.

CONFÚCIO.

Visando um melhor desenvolvimento desta palestra referente ao Corpus Hermeticum,


vamos inicialmente, mencionar os principais tipos de gnosis. Na realidade estamos visando a
gnosis ligada à criação do mundo dialético, ao plano abaixo da Tríade Superior.

Este estudo visa analisar o que motivou a criação do mundo objetivo, o mundo em que
o ser humano vive.

Na realidade são três as razões atribuídas à criação do mundo material, cujo estudo
compreende três tipos de Gnosis. Começaremos pela ordem mais conhecida no mundo
ocidental, a impropriamente chamada de Gnosis Hebraica, ou Gnosis Bíblica.

Segundo a Bíblia 1[1] Deus criou o homem sem uma finalidade explicável. No Gênesis
não há referência ao porquê Deus criou o homem, simplesmente diz que o homem foi criado
e colocado num paraíso, num mundo maravilhoso, num lugar bem especial mencionado pelo
nome de Jardim do Éden.

Com a nova visão da humanidade a respeito do Universo, desde que a concepção das
pessoas mudou em decorrência da terra haver perdido o lugar soberano no Universo e sido
considerado apenas como um diminuto e inexpressivo ponto dentro deste, surgiu a primeira
indagação sobre o que significa o Éden como lugar. Os mais ferrenhos religiosos continuaram

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mantendo-se rígidos na concepção, na admissão de um lugar neste mundo terreno que
outrora existiu. Outros, porém, colocaram o Éden como sendo o próprio universo material; e
outros colocaram-no como um plano a nível astral.

Vale salientar que o sentido do Éden, mesmo se colocado como o próprio universo
criado ainda assim os mesmos questionamentos persistem a respeito do porquê de um lugar,
do porque da existência dos espíritos, e ainda mais do porque eles terem que se revestirem
de uma estrutura material - o corpo - algo perecível e ligado a sofrimentos. Ainda mais difícil
é o entendimento do porque dentro de um universo tão amplo foi exatamente a terra, ponto
insignificante dentro do cosmo, o escolhido para ser o palco das vivências do homem criado à
imagem e semelhança do próprio Deus. Por qual razão a terra, um insignificante lugar, algo
inexpressivo dentro do Cosmos e surge foi escolhido para ser o Paraíso?

Em torno desses questionamentos desenvolveu-se um tipo de gnosis, que, na


realidade, constitui-se mais uma teologia dogmática que propriamente uma forma de gnosis.
Não é uma gnosis, pois gnosis é conhecimento e a aceitação sem a sabedoria confere a
qualidade de dogma. Para várias doutrinas a impossibilidade de explicar as razões, e mesmo
o sentido da criação, fez com que se estabelecessem dogmas, impedindo-se com isso as
indagações do onde e do porque da existência dos espíritos.

Indaga-se do porquê de haver sido criado um Éden, algo bem diminuto diante de um
Universo incomensuravelmente grande. Para que um inconcebível grande Universo ante um
Paraíso tão diminuto e limitado? Para que as estrelas, para que os astros? Apenas para ter o
Éden céu estrelado? Para deleite dos olhos dos seres viventes no Éden? Se assim fosse,
indaga-se: Até quando o homem sentir-se-ia feliz vivendo num lugar limitado, vendo as
estrelas sem poder alcançá-las? Mesmo que se diga que o Jardim do Éden era um ponto
inicial de onde mais tarde o homem poderia galgar todo o Universo, ainda assim porque criar
o homem e um lugar para ele viver... Qual a razão, qual o propósito.

Indagações como estas se seguem numa sucessão ilimitada. Essa Gnosis é a aceita
pela cultura Judaico Cristã, melhor dizer pelo Cristianismo Ortodoxo 2[2] dominante desde o I
Concilio de Nicéia do qual derivou a quase totalidade das religiões cristãs da atualidade.

Basicamente esta gnosis diz o seguinte: “O mundo material foi feito com um propósito
desconhecido. Foi feito como algo bom, mas homem pela desobediência induzida por satanás
transformou-o num lugar ruim”.

A não aceitação desta tese, a insustentabilidade racional desta hipótese despertou uma
segunda maneira de pensar, e assim, em contraposição a esta gnosis temos uma segunda,

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3[3]
conhecida como Gnosis de Mani . A doutrina estabelecida por Mani, conhecida pelo nome
de Maniqueísmo, tem como base um rigoroso dualismo. Esta doutrina foi fortemente
influenciada pelo Mazdeísmo que via o mundo como uma dualidade, sob o domínio de dois
poderes opostos. Uma oposição entre o mal e o Bem, entre a treva e a Luz. Segundo esse
sistema, o mundo material foi criado pelo poder da treva que aprisionou o espírito criado pelo
Poder da Luz.

Segundo a Gnosis de Mani, a terra não foi feita por Deus como um lugar, um Paraíso, e
sim algo criado pela malignidade. Considera o mundo dialético como algo inerente à
malignidade e a terra um lugar onde o espírito confinado a matéria maligna luta pela
libertação. Em síntese, segundo a Gnosis de Mani a terra foi criada pelo demiurgo 4[4], uma
expressão da malignidade, conseqüentemente tudo o que diga respeito ao mundo material
essencialmente deve ser considerado como algo nefasto, maligno, pecaminoso, contra o que
o espreito tem que lutar permanentemente até que consiga se libertar do jugo da matéria, do
poder do demiurgo, da força satânica.

Muitas doutrinas abraçaram esta gnosis, entre elas o Maniqueísmo que não admitiam
ser possível que a natureza maligna e corrompida predominante na Terra pudesse haver
provindo de Deus. Assim afirmavam que toda matéria era é criação de Lúcifer.

Baseado nas concepções maniqueístas, os Cátaros e Albigenses abominavam tudo


referente à matéria, tolerando apenas, como uma contingência, um mínimo de coisas
materiais indispensáveis à vida na Terra, por ser a matéria produto de Lúcifer. Embora
católicos de inicio, os Cátaros foram abominados e destruídos pelo Catolicismo, entre outras
razões, por não aceitarem nem mesmo a Eucaristia, desde que a hóstia e o vinho eram
materiais e como tais Jesus não poderia estar presente na hóstia, desde que esta sendo
material era demoníaca. Isto e outras formas de vida atraíram tremendo ódio das
autoridades romanas que acabaram liquidando com os Cátaros de formas deveras cruéis.

Segundo a “Gnosis de Mani” Deus criou os espíritos puros, que depois vieram a ser
chamado de “O Homem Celeste”. De inicio este nada tinha a ver com o mundo material o
qual fora paralelamente criado pelo poder das trevas. O mundo material não foi criado como
um lugar para o homem celeste habitá-lo, embora ele acabasse por vir a ser nele aprisionado
pela matéria.

Também esta gnosis não explica quanto à finalidade dos espíritos haverem sido
criados. Afirmam que eles foram criados e envolvidos dentro da situação que vivenciamos na
Terra, mas nada dizem quanto à finalidade deles virem a existir individualizadamente. Negam
que eles foram criados e vieram habitar um Éden na Terra ou em qualquer outro ponto do

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Universo. Apenas a gnosis de Mani diz que os espíritos foram atraídos pela criação luciferina.
O Homem Celeste viu o mundo material, e viu-se ele próprio como um ponto de convergência
5[5]
de todas as coisas, e como tivesse visto a sua própria figura na água do mundo material,
amou-a e quis conviver com ela. Assim desenvolveu-se o estado em que a natureza da
matéria envolveu o Homem Celeste e ele veio habitar na Terra, não como um ser liberto,
mas sim como prisioneiro e de onde vem procurando se libertar.

Segundo a Gnosis de Mani, o espírito, criação divina, tornou-se prisioneiro do no


mundo satânico e a Gnosis cabe trazê-lo de volta à condição primitiva.

A terceira é a Gnosis de Hermes 6[6]. Segundo esta de início na Criação manifestou-se o


Pai, por isto considerado a primeira Luz da Criação. Nela estavam contidas duas polaridades
opostas, Kristos (princípio masculino) e Sophia (princípio feminino). Em dado momento, da
Primeira Luz emergiu uma Segunda Luz que, por sua vez ao polarizar-se surgiu uma
Terceira. Estava, assim, constituída a Tríade Superior: Pai - Kristos - Sophia. Esta é a mesma
Tríade Superior representada na Cabala na “Árvore da Vida” por Kether - Hokhmah - Binah.

Por haver contido as polaridades masculina e feminina, a Primeira Luz é considerada


simbolicamente por algumas doutrinas como um Andrógino. Pelo desdobramento dessa
natureza andrógina se diferenciaram as polaridades Masculina e Feminina, representadas
respectivamente pelos Princípios: Kristos (Principio Fogo) e Sophia (Princípio Água).

Antes da polarização Kristos e Sophia eram um só principio integrante do Pai, por esta
razão Kristos e Sophia são considerados simbolicamente como irmãos e esposos.

Em dado momento Sophia desejou conhecer, viu-se como sendo o próprio Pai e então
quis certificar-se disto. Assim avistou o seu próprio reflexo o que a fez acreditar ser o próprio
Pai. Direcionou-se para lá e quando havia “descido” evidenciou o seu engano, não era o Pai,
mas sim o seu reflexo. Ao ver o equívoco cometido pela inveja, quis voltar, e no que foi
atendida pelo seu irmão Kristos que veio tentar resgatar sua irmã Sophia.

Exatamente, na queda de Sophia gerou os espíritos e também o mundo material, o


mundo dos espelhos, o mundo das ilusões.

Não existe apenas uma escola de Gnosis Hermética, e algumas que diferem entre si
por alguma maneira de interpretação quando à queda de Sophia. Uma das principais linhas
de interpretação afirma que a própria queda de Sophia gerou o mundo material, sendo assim
a criação da matéria seria algo inerente à queda. Por outro lado existem os que dizem que a
criação do mundo material foi feita pelo Pai afim de que Kristos pudesse vir a resgatar

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Sophia. Em outras palavras, um local, um meio, a partir de onde o resgate pudesse vir a ser
feito.

Segundo Gnosis de Hermes o mundo não foi criado à margem da criação do espírito do
Homem Celeste, não como um simples Éden, mas como um meio de amparo à Sophia, um
lugar aonde ela viesse a descobrir que todas as coisas que ela crera ser o Pai na realidade
eram apenas espelhos, miragens do próprio Pai.

Ainda nesse nível não consta uma explicação para o porquê da Criação, nada diz a
respeito do propósito ligado à criação. Isto faz com que existam tantas escolas que visam
chegar até esta compreensão. Neste caso há um outro aspecto da Gnosis de Hermes a ser
considerada e que se baseia no Principio do Mentalismo, que diz inexistir como realidade o
mundo material, o mundo objetivo, que tudo é Mente, que a realidade material inexiste fora
do mundo relativo. Sendo assim tudo isto é apenas uma manifestação da natureza intrínseca
do Poder Superior; valendo, então, a fim de justificar o porquê da criação, aquela afirmativa
expressa na Cabala: “Deus criou o universo e os espíritos porque Deus quis ver a Face de
Deus...”. As coisas criadas são os espelhos nos quais o próprio Poder, manifestando-se como
espíritos, vê a si mesmo. Segundo essa corrente gnóstica:

O MUNDO É APENAS UMA VISUALIZAÇÃO DE DEUS.

1-Grande parte do que existe descrito na Bíblia Sagrada foi alterado ao longo dos milênios, em decorrência de
múltiplos interesses. Mesmo no Inicio do Cristianismo grandes modificações já se faziam presentes, especialmente
no que diz respeito ao Pentateuco em geral e ao Livro do Gênesis, em particular.

2-Não se refere apenas à Igreja Ortodoxa Grega, mas sim ao ortodoxismo estabelecido a partir do I Concílio de
Nicéia, no ano 325 d.C.

3-Mani, sacerdote de Ecbátana, nascido em 250 d.C., defendia o mais rigoroso dualismo entre o reino espiritual e
o reino material.

4-O que equivaleria a Lúcifer no Catolicismo ou a Sophia como veremos em breve, ou a Shiva no Hinduismo.

5-Na Mitologia grega simbolizada como o Mito de Narciso.

6-Usamos aqui os termos a linguagem dos Cristãos Gnósticos e não a egípcia..

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As matérias existentes no Universo são explicadas através de três


teorias: a Teoria Padrão, a Teoria de um Universo Oscilante e a Teoria do
Estado Constante.
A Teoria Padrão, em sua essência descreve os processos do Big
Bang, ou seja: Uma grande explosão que deu origem a todo o Universo, ao
Sol, às Estrelas, Planetas, Cometas e enfim a todas as matérias de que se
compõe o Universo.
Maimônides, autor da obra : “The Guide for the Perplexed”, editado em
inglês por George Routledge & Sons, 1.928, escreveu : “O relato do princípio ( Gênesis 1)
é ciência natural, mas tão profunda que está velada em parábolas”.
A teoria do Universo Oscilante é uma modificação do modelo Padrão, assemelha-
se a idéia platônica de um Universo eterno, mas em constante mutação, resolvendo todos
os problemas de um agnóstico, em relação à existência de um Universo que sempre exis-
tiu.

Depois de um Big Bang, energia e matéria afastam-se do ponto


central do grande estouro, impelidas pela força da explosão, a atração
gravitacional entre as massas e gases, estrelas e galáxias no Universo
em expansão seria tão grande que, pouco a pouco, o ritmo da
expansão vai diminuindo.
Dezenas de bilhões de anos depois, esse freamento gravitacional consegue por fim
à expansão.
Como a atração gravitacional não cessa gradualmente toda a matéria do Universo
começa a retornar ao seu antigo centro, ao local do Big Bang anterior.
Dezenas de bilhões de anos se passam, esse fluxo convergente acaba
comprimindo toda a matéria no centro do Universo, onde altíssimas pressões e
temperaturas convertem a matéria do Universo em sua forma energética.

Um novo Big Bang ocorre, e outro ciclo de expansão-freamento e contração tem


início, ad ínfinitum. Não é necessário um Criador.

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A teoria do estado Constante, formulada por H. Bondi e T. Gold na década de 40 é bastante


semelhante à concepção aristotélica do Universo.

Ela propõe que o Universo sempre existiu e continuará existindo numa condição
semelhante a atual.

À medida que as galáxias se afastam e as estrelas consomem o seu combustível


nuclear, esfriam e se apagam, novo hidrogênio é criado do nada para preencher os
espaços resultantes.

Ë dessa massa de hidrogênio que provém à substância da qual novas estrelas são
formadas.

A teoria não menciona qual fonte ou força criaria este novo hidrogênio.

Mas houve sempre alguma matéria presente. Trata-se de uma concepção


inteiramente hipotética: a criação de novo hidrogênio nunca foi observada.

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V. I. T. R. I. O. L.

Visita Interiora Térrea Rectificando


Invenies Occultum Lapidem

V∴I∴T∴R∴I∴O∴L∴

Este trabalho será o papiro reflexivo para as descobertas; descoberta das forças maiores,
de poderes de homens entre homens, daí sim, terá a percepção do EU real como matéria, então, poderá
trabalhar para o bem da humanidade que tanto prega a Maçonaria por tantos séculos.

Terá o EU um único aspecto? Ou é o EU apenas a consciência que provém do interior? Qual o EU


verdadeiro? E como poderá conhecê-lo? Quão vasto é o mundo em que vivemos e, no entanto ele esta
limitado pelos nossos cinco sentidos receptores. Tudo que sabemos da realidade nos vem através desses
cinco canais. Se perdermos ou enfraquecemos uma ou mais dessas faculdades sensoriais, o nosso mundo
exterior se estreitará. Qual porém, a realidade, a existência mais plena, que está além de nossos cinco
sentidos?

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Nós possuímos outras faculdades, parcialmente dispostas, que nos propiciam um
vislumbre ocasional de uma realidade mais importante.

A princípio nos leva a expressar os reflexos mais íntimos de nossos pensamentos,


propriedade exclusiva do espírito e sua essência que guia à razão, regulam as ações, que é pela qual pode-
se alcançar a união com o mundo com que nos relacionamos.

Para se aprender a pensar é necessário exercitar-se. Tal processo era considerado


antigamente como descer ao inferno (centro da terra), para nós Maçons, deve-se significar “conhecer a si
mesmo”, na razão da palavra, deve-se conhecer a sua essência mais íntima e será nesta escuridão interna
que nascerá a luz tênue de nossa consciência.

A ante-sala da iniciação é a câmara de reflexões, a que agora passaremos a viver. Vamos


agora, numa compenetração circunscrita ao que leremos, vamos entrar mentalmente em contato com a razão
material de nossa existência através do texto maçônico que segue e imaginaremos surgindo do interior de
nosso ser em voz inaudível:

-“Oh! Elementais da terra que guardais o lado direito do pórtico do sul. Eis aqui um cego, filho da morte, que
se aproxima em busca da imortalidade. A terra volta a terra; ele vos devolve o que é vosso. Da mesma forma
que ele assim vos reconhece, assim vós o reconhecereis a ele sempre de agora em diante, como um irmão.
Abri vossas fileiras para que ele se aproxime do ocidente de vosso portal”.

Mentalmente sujeitamo-nos à primeira prova com os elementais da terra e é isso


considerado a primeira viagem para nossa evolução.

Consideremos e vivenciemos agora, por momentos o período em que estivemos no ventre


materno. Mentalizemos isso: -“Estamos nesse momento no sono acolhedor profundo de nossa vida até que
se nos é tirada a venda”. O que vemos? O ventre é a caverna da iniciação.

Mentalmente nesta caverna, deparamos com um pergaminho onde se pode ler a palavra
VITRIOL que transcrita em latim é “Visita Interiora Térrea Rectificando Invenies Occultum Lapidem”, que na sua
tradução é “Visita o interior da terra (ventre materno) e retificando encontrarás a pedra oculta”.

Segundo a lenda judaica, também a pedra oculta, é a pedra em que, Abraão seguindo
ordens de Deus, prendeu seu filho Ismael, para sacrifica-lo em Sua honra. Mais tarde, sobre esta pedra, foi
erguido o Templo de Salomão.

Devemos ir ao fundo de nós mesmos, as profundezas de nosso “EU INTERIOR” e


retificando nossos pontos de vista, encontraremos a Sabedoria. Este se é o início de um mergulho interno, o
que no cristianismo é representado pela ressurreição de Jesus

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O verdadeiro significado ou pelo menos é o mais lógico do V.I.T.R.I.O.L. é, que devemos
mergulhar no interior de nosso ser, e ai, encontraremos a verdadeira pedra filosofal, essa pedra que está
oculta em nosso coração e sobre ela construirmos nosso Templo dedicado a Deus.

O templo é a morada de Deus, o homem é o templo.

Não adianta o homem, ser vivente, orar em templos religiosos, construídos de pedras por
outros homens, se o seu Templo Interior, morada do seu Deus, não estiver construído.

Então maçonicamente passamos a ver:

• Ampulheta para lembrarmos que o tempo domina e modifica as formas transitórias. É


o despertar de nossas potencialidades dormidas.
• Foice é para representar o fim de tudo que se considera acontecimentos para o
reinício de uma nova fase. É morrer para renascer. Nela esta o aprimoramento que
leva a ser Maçom.
• Caveira diz respeito ao ciclo de vida do homem em sua passagem pela terra,
lembrando o nada das vaidades humanas.
• Galo é o despertar da esperança e o comunicador da ressurreição, cujo canto
anuncia o triunfo da luz sobre as trevas; a hora do nascer.
• Enxofre que representa a energia. É o acumulo de conhecimentos que podemos
alcançar, é uma usina sofisticada, no cérebro humano é o Ego, que controla e
coordena, planeja e executa.
• Mercúrio com sua ação moderada refreia a energia do enxofre. Podemos dizer que no
cérebro humano seria o Id onde é o centro que flui a energia que será usada.
• Sal é o ponto de equilíbrio. É no cérebro humano é o Super-Ego, um sistema de
normas que lhe aponta os caminhos, é o equilíbrio psíquico entre duas forças.
• Água é o aspecto da própria substância mater. É a vida, a purificação.
• Pão é a matéria constantemente transformada pela atividade vital.

Tudo na Câmara de Reflexões é um reviver do nosso corpo em se fazendo mutações para


se transformar no templo almejado pela humanidade. São saber entender o tempo de despertar nossas
potencialidades adormecidas para dar início ao dia simbólico do triunfo da luz sobre as trevas. É por tanto, o
morrer para renascer.

BIBLIOGRAFIA: Trabalho recebido por e-mail via internet.

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VITRIOL

O diagrama acima é a melhor explanação da Tábua Esmeraldina de Hermes. Olhemos


cuidadosamente para ele. Em volta da sua parte externa há um texto em latim. O que ele significa? Há
centenas de anos atrás, um estudante perguntou ao seu mestre Basilius Valentinus:

- "Mestre, qual é o segredo da Alquimia?"

O mestre então respondeu:

- "No VITRIOL está a resposta".

Observe:

V isita Visita

I nteriora o interior

T errae da Terra;

R ectificando retificando,

I nvenies descobrindo

O ccultum a Oculta

L apidem pedra.

O que tudo isto significa? Primeiro notemos que há sete palavras latinas. Em alquimia, o que está
ABAIXO, há sete metais. Em astrologia, o que está ACIMA, há sete planetas. Em cada um de nós há sete
chacras. Segundo, a "pedra" é uma referência à pedra dos filósofos. Mas cuidado! Ela não é a mesma
coisa que a pedra filosofal. A Retificação é o que muda uma coisa em outra. Terceiro, o centro da Terra é
a referência para a nossa própria existência. Nós precisamos Retificar algo que é fundamental para nossa
real natureza. Isto deve nos dar um ponto de partida para meditação e visualização.

Coloquemos nossa atenção agora nos símbolos. Há então o círculo que nos traz à mente a unidade e
perfeita onisciência. É a pedra retificada.

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Dentro do círculo, em ambos lados direito e esquerdo há uma mão apontando para dentro. Isto nos
indica a polaridade e é a Chave para a Arte. Nós devemos unificar a dualidade do nosso ser na
Casamento Alquímico. Sob a ação das duas mãos estão os sete planetas. O Sol e a Lua estão
despejando sua substância vital dentro do cálice, unindo portanto suas naturezas, que são opostas. O
cálice é suportado por Mercúrio, o Hermafrodita, que reúne ambos macho e fêmea. Outra união de
opostos. Mais material para meditação. A esquerda estão Marte e Saturno e à direita Vênus e Júpiter.
Estes planetas são também aqui arranjados com aspecto polar.

Abaixo deles há três campos perpendiculares entre si e que se relacionam aos 3 princípios alquímicos
do Enxofre (Leão), Sal (estrela de sete pontas) e Mercúrio (Águia). Note que o Mercúrio alquímico é
relacionado com o Mercúrio astrológico, mas eles não são a mesma coisa. Se nós mudarmos nosso ponto
de vista nós podemos tomar o Cálice como o elemento Água, o Leão como Fogo, a Águia como o Ar e a
Estrela como a Terra. Finalmente há duas esferas, Céu e Terra, as quais enfatizam a polaridade do Acima
e do Abaixo os quais devem ser unificados. O centro é um Anel que simboliza o Microcosmo dentro do
circulo do Macrocosmo. Um lembrete da necessária união do Acima e do Abaixo.

Agora preste atenção no último símbolo! Abaixo do anel e acima do campo da estrela está o símbolo
alquímico do VITRIOL. Ele está, considerando-se o anel central, do lado oposto a Mercúrio. Mas o que isto
nos quer indicar? Indica que a pedra oculta aparece na conjunção dos dois. Ela emerge no centro do anel
vazio quando ocorre a conjunção de Mercúrio com o Vitriol. Então, é por isto que a obtenção do Vitriol
deve ser o foco de nossa meditação.

Verdadeiramente no VITRIOL está a resposta!

Verba Secretorum Hermetis

Todo o Trabalho realizado em nossa Ordem é um trabalho Solar. Todo ele está centrado no advento do
Cristo Cósmico que reside na sexta séfira da Árvore da Vida, a séfira de Tiphereth. Para entender o
desenrolar deste nosso trabalho é mister compreender então a Tábua Esmeraldina de Hermes. Com este
objetivo fornecemos ao leitor o texto a seguir:

1. É verdade, certo e sem falsidade que tudo o que está embaixo é semelhante ao que
está acima; e que aquilo que está acima é semelhante aquilo que está embaixo: para
realizar a Obra maravilhosa.

2. Como todas as coisas são derivadas de Uma Única Coisa, pela vontade e pela palavra
do Único que a criou com Sua Mente, então todas as coisas devem sua existência a esta
Unidade, pela ordem da Natureza e podem ser aperfeiçoadas pela Adaptação àquela
Mente.

3. Seu Pai é o Sol; Sua Mãe é a Lua; o Vento o carrega em seu ventre; e sua nutriz é a
Terra.

4. Esta Coisa é o Pai de todas as coisas perfeitas no mundo.

5. Seu poder é perfeitíssimo quando tiver sido novamente transformado em Terra.

6. Separa a Terra do Fogo, o sutil do grosseiro, mas com cuidado e com grande
julgamento e habilidade.

7. Ela ascende da Terra para o Céu e desce novamente, renascida para a Terra, tomando
para si o poder do Acima e do Abaixo.

8. Assim o esplendor do Mundo inteiro será Teu e toda a escuridão deverá de ti fugir.

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9. Este é o mais forte de todos os poderes, a Força de todas as forças pois sobrepuja
todas as coisas sutis e pode penetrar tudo que é sólido.

10. Por este modo foi o mundo criado, e raras combinações, e prodígios de vários modos
são realizados.

11. Por isso eu sou chamado HERMES TRIMEGISTUS, por ter dominado as Três Partes
da Sabedoria do mundo inteiro.

12. O que eu tinha que dizer sobre a maestria da arte alquímica, o Trabalho Solar, está
agora encerrado.
BOBLIOGRAFIA: Trabalho recebido por e-mail, enviado pelo ir.’. Salvador Soares da Fonseca.

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