Loja Estrela do Rio Claro Ano 2004 – Mês Novembro – dia 05 Trabalho para aumento de salário A ESTRELA FLAMÍGERA INTRODUÇÃO
A Estrela símbolo tem sua origem entre o Sumerianos, na antiga
Mesopotâmia onde três estrelas dispostas em triângulo, representavam a trindade divina: são elas Shamash, Sin e Ichetar ou Sol, Lua e Vênus. Entre os antigos Hebreus, toda estrela pressupõe um anjo guardião e segundo a concepção chinesa, cada ser humano possui uma estrela no céu.
Através dos séculos a estrela de cinco pontas sempre foi a
figura que representa astros menores que o Sol e a Lua. O planeta Vênus tem sido representado assim e, considerado uma estrela matinal e vespertina.
Na simbologia greco-romana, Vênus ou Afrodite era a deusa do
Amor, mãe de Eros ou de Cupido, apaixonou-se por Adônis que representava a Natureza a fecundidade capaz de persistir em todas as estações do ano, ou de renovar-se na primavera.
A Estrela de cinco pontas sempre foi, desde tempos remotos e até
hoje, o distintivo de comandantes militares, de generais. Talvez por isso ela tenha sido confundida com a Estrela de Davi. Nas cruzadas a letra “G”, no seu interior distinguia os comandantes ou generais.
DESENVOLVIMENTO
O nome de Estrela Flamejante ou Flamígera, foi dado à Estrela de
Cinco Pontas, pelo teólogo, médico e alquimista alemão, Enrique Cornélio Agrippa de Nateshein, nascido em Colônia, no final do século XV, este se dedicava a magia, à alquimia e à filosofia cabalística.
A Estrela Flamejante foi introduzida na Maçonaria em meados do
século XVII, mas precisamente a partir de 1.737, na França pelo Barão de Tschoudy, criador do Rito Adoniranita, maçonicamente é símbolo relacionado com os pitagóricos, não se podendo esquecer, todavia, que Pitágoras era dedicado à magia. Sendo a Maçonaria uma obra de Luz, é evidente que, nela, a Estrela Pentagonal tem apenas um dos raios voltados para cima, simbolizando a figura de um homem, em sua alta espiritualidade, por tal simbolismo é chamada de Estrela Hominal, já na posição invertida, ou seja, com duas pontas voltadas para cima e uma para baixo, vê-se nela a figura de um bode, ou de um homem de cabeça para baixo, simbolizando a materialidade, ou a animalidade.
A Estrela Flamígera é formada pela superposição de três
triângulos, de tal maneira que os seus vértices ocupem os pontos de uma circunferência, resultantes de uma divisão em cinco pontos iguais.
A Estrela Flamígera é o símbolo do Comp∴, e em nossa Loj∴ está
colocada acima do V∴M∴, e tem o Sol e a Lua, de maneira que com eles formam um triângulo. É o emblema do homem perfeito, símbolo do poder supremo, e cuja Luz que emana em forma de raios provida da imagem divina e que, com sua claridade, guia os passos do iniciado, afastando-o dos erros, dos males, das paixões rasteiras, dos sentimentos cegos e das atitudes caprichosas que possam faze-lo rolar num mar sem praias, sacudidos pela violência de ondas tormentosas.
O Homem Espiritual contido na Estrela Flamígera é o individuo
dotado de alma (“anemos”), ou de fator de movimento e trabalho. Ou seja, o individuo com o espírito ou fagulha interna que lhe concedeu o Grande Arquiteto do Universo. A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pernas. Na Maçonaria essa idéia serve para lembrar ao maçom que o homem deve criar e trabalhar. Isto é, inventar, planejar, executar e realizar, com Sabedoria (“Sophia”) e Conhecimento (Gnose). Pode ocorrer que o ser humano possa falhar nos seus desígnios. O Maçom também pode falhar, como ser humano, mas o seu dever é imitar, dentro de seus ínfimos poderes, o Grande Arquiteto do Universo, o Ser dos Seres, o único que pode realizar o que pensa. Aí reside o principal segredo do grau de Companheiro.
Há quem diga que a Estrela Flamígera se refere a 3 + 2 = 5, soma
em que três é a divindade cuja fagulha é encarnada e dois é o material o ser que se reproduz por dois sexos opostos e não consegue perpetuar-se de outro modo, ou seja o dualismo Corpo e Alma dos pitagóricos.
As cinco pontas da Estrela lembram também os Cinco Sentidos que
estabelecem a comunicação da Alma com o Mundo Material. Tato, Audição, Vista, Olfato e Gosto, dos quais, para os maçons três servem à comunicação fraternal. Pois é pelo Tato que se conhecem os Toques. Pela Audição se percebem as palavras e as Baterias. E pela Vista se notam os Sinais. Mas não se pode esquecer que pelo Gosto se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o pão e o vinho. Finalmente pelo Olfato se percebem a fragrância das flores e os aromas do altar dos Perfumes.
A Estrela Flamígera, Flamejante, Flamante ou ainda Rutilante,
pode ser em Maçonaria, Pentagonal, ou Pentagrama, ou Pentalfa ou Estrela de Cinco Pontas, estando ela presente na maioria dos Ritos. Já e Hexagonal ou Estrela de Seis Pontas está presente no Rito de York.
A Estrela de Cinco Pontas contém em seu interior a letra “G”,
com o significado de Gnose ou Conhecimento lembra a Quinta Essência, quanto ao transcendental. Quanto ao hominal, lembra ao Maçom o dever de conhecer-se a si mesmo, a regra preconizada pelos filósofos gregos e principalmente por Sócrates. No grau de Companheiro recomenda-se ao Maçom o dever de analisar as próprias faculdades e bem empregar os poderes pessoais em benefício da humanidade. Um estudo mais aprofundado sobre a letra “G” deve ser tema de trabalho específico.
Há divergências sobre o local de colocação da Estrela Famígera
no recinto do Templo, tanto que dependendo do rito ela pode ser encontrada no meio do teto do Templo dependurada, ao meio dia onde está o 2º Vigilante. Lojas do Rito moderno as tem colocado no Ocidente, ao lado do 2º Vigilante (col∴ Norte). Outros ritos a colocam entre as col∴ “J” e “B”.
Em nossa Loj∴ a Estrela Flamígera está localizada no Oriente à
frente do pálio do Trono. Irmãos a título ilustrativo é oportuno citar que a estrela que guiou os magos até o menino Jesus, o divino Mestre, recém nascido foi vista no Oriente, conforme relata o Evangelista Mateus no 2, 2.
CONCLUSÃO
No mundo profano define-se Estrela como “Astro que tem luz
própria”
A Estrela Flamígera nos irradia a luz e como tal devemos
procurar ser luz e irradiar nossa luz para o mundo, começando por nossa Família, em nossa Loj∴, na sociedade, em fim em todo o meio que vivemos.
Irmãos lembremos das palavras VEN∴ M∴ contidas no ritual do Grau
de Comp∴ sobre a Estrela Flamejante ás fls. 65:
“Contemplai esta Estrela misteriosa e nunca a afasteis do vosso
espírito.” “Ela é, não só o emblema do gênio que leva o homem à prática das grandes ações, mas, também, o símbolo do Fogo Sagrado com que nos dotou o Gr∴ Arq∴ do Univ∴, e sob cujos raios devemos discernir, amar e praticar a Verdade, a Justiça e a Eqüidade.” É oportuno destacar que a Estrela Flamejante faz parte do Painel do Grau de Companheiro, localizada um pouco abaixo do Sol e da Lua, formando com eles um triângulo e inserida no interior da figura formada pelo compasso e o esquadro.
Referências Bibliográficas
A Bíblia Sagrada – Edição Pastoral
Cadernos de Pesquisas Maçônicas (6) Editora “A Trolha” Curso de Maçonaria Simbólica – Theobaldo Varoli Filho – Editora A Gazeta Maçônica Apostila Grau 2 – Companheiro Maçom – Elaborada por Antonio Carlos Gama www.lojasmaconicas.com.br – Artigo A Estrela Flamejante ou Rutilante - José Castellani Ritual – R.E.A.A. – 2. Grau – Companheiro Maçon