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Supremo Conselho do Brasil do Grau 33

para o Rito Escocês Antigo e Aceito


“Consistório de Príncipes do Real Segredo nº 7”

O Significado
da Estrela

Trabalho de Trigésimo Segundo Grau

Ir Sublime Cavaleiro do Real Segredo Renato Moreira de Faria – IME 067887


Acampamento de Florianópolis, SC, 8 de setembro de 2011 da E V
Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito
Consistório de Príncipes do Real Segredo nº 7

Introdução
A Estrela de Cinco Pontas ou Pentagonal, ou ainda Pentáculo ou Pentagrama, é um dos
símbolos da magia, sempre presente nas diversas correntes iniciáticas e místicas. Na magia, pode
acompanhar operações de magia branca, ou de magia negra. Quando sua ponta é voltada para
cima, significa teurgia e sua força mágica conclama as influências celestiais, que virão em apoio
ao invocador. Quando sua ponta isolada está voltada para baixo, significa goécia e atrai maléficas
influências astrais. A missão principal da Estrela Pentagonal é, então, testemunhar a obra de luz ou
uma ação das trevas. Na língua portuguesa, pentagrama significa uma palavra com cinco letras.
Também é, em música, o conjunto de cinco linhas paralelas que compõem a partitura.
O Pentagrama simboliza o Homem Integral (de braços e pernas abertos) interagindo em
perfeita harmonia com a plenitude da existência e simboliza evolução. É usado para proteção, além
de estar associada à intuição, sorte e êxito. A estrela representa o domínio dos cincos sentidos.
A estrela na Maçonaria também tem o significado da estrada da salvação, uma tentativa
de definir o Grande Arquiteto do Universo.

Os Muitos Significados da Estrela


A estrela de cinco pontas vista a ultima ponta para cima representa a estrela de Davi ou o
nascimento de Jesus,
Na mitologia o Pentagrama era originalmente símbolo da deusa romana Vênus. Foi
associado a diversas divindades e cultuado por diversas culturas. O símbolo é encontrado na
natureza, como a forma que o planeta Vênus faz durante a aparente retroação de sua órbita. Trata-
se de um dos símbolos pagãos mais utilizados na magia cerimonial, pois representa os quatro
elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados pelo espírito, sendo considerado um talismã muito
eficiente. Na bruxaria o pentagrama está com a quinta ponta para cima, no satanismo com a mesma
para baixo.
Na antiga astronomia ptolomaica, que tentava manter a orbita dos outros planetas ao
redor da Terra, astrônomos do passado criaram órbitas excêntricas para os planetas e isso fez com
que a órbita de Venus desenhasse um pentagrama no espaço.
Originalmente, o pentagrama não simboliza de jeito nenhum algum tipo de malefício. Ele
é um símbolo muito poderoso e têm a ver com as forças ocultas que DA VINCI tanto estudava
durante sua vida. O Pentagrama ou Panta Kléa é um catalisador fluídico capaz de unir nosso EU ao
Universo. É o potencializador de nossos desejos. Ele tem um cristal que é receptor de energias
cósmicas, que se transformam para liberar energia benéfica e proteger com diversas forças do
universo seu portador. Uma Panta Kléa contendo sua intenção torna-se uma peça exclusiva com a
qual você acabará descobrindo muito de você e das forças do Universo.
O ocultista Eliphas Levi explica o significado da Estrela Pentagonal como "O signo da
onipotência e da autocracia intelectual. O signo do Verbo feito carne e, segundo a direção dos seus
raios, este símbolo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o
cordeiro bendito de Ormuz e de São João, ou o bode de Mendés. É a iniciação ou a profanação, a
vitória ou a morte, a luz ou a sombra. Elevado no ar, com duas pontas para cima, representa satã,
ou o bode da missa negra; com apenas um dos raios para cima, é o Salvador. O pentagrama é a
figura do corpo humano, com quatro membros e uma única ponta, que deve representar a cabeça.
Uma figura humana, de cabeça para baixo, representa, naturalmente, o demônio, ou melhor, a

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subversão intelectual, a desordem, a loucura". Já Paracelso, cujo verdadeiro nome era Aurelius
Filipus Teophrastus Bombastus von Hohenhein, do século XVI, proclamava-a como o maior e o
mais poderoso de todos os signos.
Quem deu o nome de Estrela Flamejante ao pentagrama foi o jurista, teólogo, médico e
professor alemão dedicado á magia, à alquimia e à filosofia cabalística, Enrique Cornélio Agrippa
de Neteshein (1486-1533), natural de Kholn (Colônia), no final do século XV.
Segundo Lavagnini a estrela de cinco pontas simboliza a imagem de um homem, com as
pernas e os braços abertos, em correspondência com as quatro pontas laterais e a cabeça
correspondente à ponta superior, representando o equilíbrio ativo e a sua capacidade de expressão.
Simboliza que o homem se acha no centro da vida e, com a sua atividade, irradia de si mesmo a
sua própria luz interior, exatamente como se acha a estrela no espaço.
Já Varoli atribuiu às cinco pontas da Estrela os cinco sentidos que estabelecem a
comunicação da Alma com o Mundo Material (tato, audição, visão, olfato e paladar), dos quais,
para os maçons, três servem à comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques;
pela audição se percebem as palavras e as baterias; pela visão se notam os sinais.
Segundo Castellani e Rodrigues, dentre os diversos significados pesquisados, a Estrela
Flamejante representa o HOMEM IDEAL, que deve ser a grande aspiração do Companheiro-
Maçom. A Estrela Flamejante é a LUZ, o grande símbolo da Verdade e do Saber. O Sol, a Lua e a
Estrela Flamejante têm uma significação bem diferente daquela que lhes é atribuída no mundo
profano. As luzes que cultuamos na Maçonaria nos proporcionam uma outra visão, muito mais
abrangente e de muito maior valor para a nossa vida, pois elas iluminam a estrada de nossa
existência, no campo mental e espiritual. A Estrela Flamejante serve de alerta ao Companheiro-
Maçom sobre a sua responsabilidade de auto-aperfeiçoamento, não se deixando dominar por
paixão alguma, evitando todo e qualquer excesso e procurando distinguir sempre as diferenças que
existem entre paixão, emoção e sentimento. No Maçom a paixão é inadmissível e deve ser afastada
sempre, pois é perigosa porque é irracional e conduz perigosamente ao fanatismo. Ao contrário,
deve o Maçom buscar sempre a virtude, que é a disposição íntima pela qual a alma se põe em
harmonia consigo mesmo, como forma de anulação das paixões e de superação do próprio Ego.
Quando a Maçonaria quer transformar a Pedra Bruta em Pedra Cúbica, está lembrando ao
Iniciado que ele deve lutar sem tréguas pelo domínio de si mesmo, colocando o próprio ego sobre
absoluto controle, como já dizia Leibniz, filósofo do século XVIII: “Só Deus é perfeitamente livre;
as criaturas o serão, mais ou menos, na medida em que se coloquem acima das paixões”.
   Na maçonaria a Estrela mais conhecida é a flamejante, que vem do fogo. Reconhecido
pelos antigos como um dos quatro elementos do mundo, o fogo é um principio ativo, transmutador
e transformador. A estrela de cinco pontas também é encontrada com os mais diversos significados
nas milenares culturas Egípcia, Hebraica, Greco-Romana, Romano-Cristão, Chinesa, assim como
nos estudos de Pitágoras, da Cabala, da Numerologia e do Tarô. E, tendo uma estrutura simbólica e
ritualística, a Maçonaria reconhece heranças procedentes dessas diversas tradições e culturas, com
as quais teve contato durante a sua existência, sobretudo nos relacionados com a construção. A
tradição Egípcia, por ser a mais antiga, sempre mereceu destaque especial dos escritores
maçônicos, pois o antigo Egito foi de onde surgiu grande parte do saber que influenciou os
filósofos gregos para dar forma à concepção do mundo. Segundo os autores maçônicos, a herança
egípcia foi transmitida à Maçonaria através, fundamentalmente, dos Alquimistas e dos Pitagóricos
que usavam a Estrela Flamejante para representar a SABEDORIA e o CONHECIMENTO.

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Em Maçonaria, a Estrela Flamejante que é relacionada às escolas pitagóricas - Pitágoras


também era dedicado à magia - foi introduzida na França, pelo barão de Tschoudy, ligado ao
ocultismo, nos meados do século XVIII. Simbolizando a Maçonaria uma obra de luz, a ponta única
da estrela está voltada para cima, nela se inscrevendo a figura de um homem, e, por isso chamada
de estrela hominal, representando, os atributos da alta espiritualidade humana; contrariamente à
sua posição invertida onde se seria inscrito em suas cinco pontas, um homem de cabeça para baixo,
ou a cabeça de um bode, representando a animalidade e da materialidade.
É importante ressaltar que os primeiros maçons aceitos de fins do século XVII e de
metade do século XVIII, bem como os antigos maçons operativos, não conheciam o pentagrama
como símbolo maçônico tendo em vista que os símbolos maçônicos tradicionais eram os objetos
ligados à arte da construção; além disso, não são todos os ritos que o adotam (por exemplo: o Rito
de York, o mais praticado no mundo, adota a estrela de seis pontas “Blazing Star”, que é a
Maguen David, para o judaísmo, formada por dois triângulos eqüiláteros cruzados e opostos pelo
ápice, onde o triângulo de ápice superior é o símbolo da espiritualidade e o de ápice inferior é o
símbolo da materialidade.

Conclusões
Pelo que se apreende dos estudos maçônicos, a Estrela é uma representação de todas as
concepções sobre a energia mágica e fundamental que dá existência a tudo no universo, bem como
explica a sua origem, a sua finalidade e o seu fundamento. É o núcleo central do mistério
maçônico, onde representa a manifestação do princípio criador, na forma de um signo luminoso
que congrega toda a energia do universo.
É a alegoria do mistério fundamental a ser adquirido pelo iniciado maçom, e, sendo o
conhecimento das propriedades da Estrela a decorrência imediata do ensinamento maçônico, o
ápice filosófico da Escada de Jacó, espera-se que no momento em que essa intuição é passada ao
iniciado, ele o esteja pronto para receber a luz final da maçonaria que é o Grande Arquiteto do
Universo. Luz que se encarna de tempos em tempos e representa o amanhã esperado para o triunfo
do bem sobre o mal, que para os judeus é o Messias, para os muçulmanos é o Nadhi, para os
cristãos é o Cristo, para os budistas é o Maitreya (o próprio Buda) e para os hindus o avatar Vichin.
Apreende-se também que a Estrela Flamejante não é um puro símbolo maçônico do
R:.E:.A:.A:., tendo a sua origem na magia, desde os mais remotos tempos.

Referência Bibliográfica
ANATALINO, João. O Significado da Estrela. Disponível em:
http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1891763.
Consultado em: 21/08/2011.
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flamgera.html. Consultado em: 21/08/2011.
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CASTELLANI, José & RODRIGUES, Raimundo. Cartilha do Companheiro. Londrina: Ed. A
Trolha, 1995.
CASTELLANI, José. Dicionário de Termos Maçônicos. Londrina: Ed. A Trolha, 2ª ed., 1995.

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CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom. São Paulo: A


Gazeta Maçônica. 1986.
CAMINO, Rizzardo da. Simbolismo do Segundo Grau. São Paulo: Editora Madras. 1998.
DELEGACIA LITÚRGICA EM SANTA CATARINA DO SUPREMO CONSELHO DO
BRASIL PARA O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO. Consistório: Graus
Administrativos. Florianópolis: Consenso. s.d. 386 p.
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, Ritos,
Filosofia, História. São Paulo: Pensamento. s.d. p. 545.
MORAVCSIK, J. Platão e o Platonismo. 1ª edição, São Paulo: Loyola, 2006.
O SIGNIFICADO DA ESTRELA DE CINCO (5) PONTAS. Disponível em
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061109092451AAzrYPS. Consultado
em 27/08/2011.
SUPREMO CONSELHO DO BRASIL DO GRAU 33 PARA O RITO ESCOCÊS ANTIGO E
ACEITO. Ritual do Grau 32: Sublime Príncipe do Real Segredo. Rio de Janeiro: HG.
2009. 76 p.

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