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SUPREMO CONSELHO DO BRASIL DO GRAU 33

PARA O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO


DELEGACIA LITÚRGICA DE PERNAMBUCO
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Grau 15 – Cavaleiro do Oriente, da Espada e da Águia

1. PAINEL DO GRAU
Escudo branco, com orla azul, contendo no seu centro uma estrela
de cinco pontas, com cada ponta dividida ao meio, sendo uma
metade verde e a outra vermelha. No centro há uma letra “M”
dourada, cuja interpretação é discutível, já que não existe no grau
nenhuma palavra iniciada por essa letra. Para alguns seria o
macrocosmo, ou seja, a representação divina.

2. DENOMINAÇÕES
TERMO DENOMINAÇÃO REPRESENTA
Grau Cavaleiro do Oriente
Conselho de Cavaleiros do Lugar afastado, sob as ruínas
Oficina
Oriente do Templo de Jerusalém
Presidente Ilustre Grão-Mestre Ciro, Rei da Pérsia e da Média
Vigilantes Veneráveis 1º e 2 º VVig- Generais de Ciro
Iniciado - Zorobabel
Irmãos Cavaleiros do Oriente -

3. HISTÓRIA DO GRAU
( Para ser lida pelo Grão-Mestre )
Jerusalém havia sido invadida pelos soldados do Rei Nabucodonosor II, da Babilônia, e o
Templo de Jerusalém, construído pelo Rei Salomão, foi profanado, saqueado e destruído. Os
israelitas foram levados como escravos e dentre eles o Rei Joconias.
Passaram-se 70 anos e Ciro substituiu a Nabucodonosor no trono da Pérsia e Zorobabel, filho
de Joconias, obteve de Ciro a libertação e autorização para os judeus reerguerem o Templo de
Jerusalém. Note-se aí que seria o segundo Templo, posto que o primeiro, construído por
Salomão, havia sido destruído.
Este Templo entrou para a história como Templo de Zorobabel.

4. CATEGORIA E INTERPRETAÇÃO DO GRAU


Este grau pertence à 4ª categoria, a dos israelitas e bíblicos. É consagrado aos heróis
libertadores de sua Pátria. Sua interpretação é: Luta incessante para o progresso pela razão. O
objetivo desse Grau é fazer sentir que sendo o homem livre por direito natural, a sua liberdade
pessoal não pode ser atacada pela lei, a não ser a lei, realmente, a harmonia entre os direitos do
homem isolado e os deveres do homem em sociedade.

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5. LENDA DO GRAU
A lenda do Grau 15 é baseada nos livros de Esdras e Neemias e mostra o retorno do povo
judeu à Palestina, depois de 70 anos de exílio na Babilônia, para onde foi conduzido em 586 aC,
quando O Rei Nabucodonosor II, da Babilônia, conquistou Jerusalém e destruiu o templo. A volta
do povo à Palestina foi permitida por Ciro, Rei da Pérsia, o qual havia conquistado a Babilônia.
Nabucodonosor II havia destruído o Templo ( Livro das Crônicas, II, cap. 36 19 ) e feito 10.900
prisioneiros, israelitas entre os quais o próprio Rei. Esse, durante o cativeiro, teve um filho,
Zorobabel, que após 70 anos de escravidão obteve de Ciro, sucessor de Nabucodonosor, a
permissão de retornar a Israel e reconstruir o Templo.
Após uma marcha que durou quatro meses, os israelitas chegaram a Jerusalém; Zorobabel foi
libertado junto a 7.000 operários e com esses, após apenas sete dias teve início a reconstrução
do Templo. Os operários trabalhavam armados com suas espadas para repelir eventuais ataques
inimigos, em especial os samaritanos.
Com fé e perseverança o Templo foi erguido, pleno de riqueza e técnica. Os construtores
receberam o título de "Cavaleiros da Espada".
O livro hebraico Debari Haimin que chamamos de "As Crônicas" relata: "O Senhor inspirou a
Kurosh ( Ciro ), Rei da Pérsia, que fez uma proclamação a todos os seus povos, dizendo: "Kurosh,
Rei dos persas, assim fala: Yanuah-Alochi, no céu, deu-me todos os reinos da terra e encarregou-
me de edificar uma casa para Yarusalém, em Yeduah. Quais, entre vós, pertenceis a esse povo?
O Senhor, seu Deus está comigo". Essa proclamação era conseqüência de um sonho e das
solicitações de Sasbatzar ou Zorobabel, Nazer ou Príncipe Yeduah, chefe dos judeus.
O Rei tinha visto Nabuchdenezar e Balshazzar, Reis da Babilônia acorrentados: e, por sobre
eles, esvoaçando, uma águia que dizia o nome do Deus dos hebreus. O sonho fora interpretado
por Daniel Rab Sergonim, chefe dos Sagons ( sábios do tempo de Dario e Meda ), que
amedrontou Kurosh se não obedecesse ao Deus de Israel.
Zorobabel foi levado à presença do Rei, que estava cercado de generais e de sábios da Pérsia
e da Babilônia, com todas as pompas de sua corte. O príncipe da Judéia apresentou-se coberto
de vestes de penitência. Que desejais? Perguntou o Rei. Zorobabel disse-lhe: A Liberdade.
Retrucou-lhe o Rei: Dar-te-ei a liberdade e a de teu povo; restituir-te-ei os tesouros da Judéia;
permitir-te-ei reconstruir o Templo de teu Deus, se me entregares o Delta, oculto entre os
Iniciados de teu país, e se me disseres o nome que nele se contém. Zorobabel respondeu-lhe: Se
é com violação de meus sentimentos que posso recuperar a liberdade, morrerei na escravidão,
pois sou, também, guardião do fogo. "Quem te salvará da minha cólera?", disse-lhe o Rei. "Teu
juramento de soldado de Mitra e tua honra de Rei", retrucou-lhe Zorobabel. O Rei Kurosh rendeu
homenagem à lealdade de Zorobabel, dizendo-lhe: "Sabendo-te um dos Mestres da Luz, quis
experimentar tua fidelidade". Fê-lo, então, despir as vestes de servidão e cingiu-lhe a fita dos
nobres da Média e da Pérsia. Nomeou-o "Tharshata", isto é, Governador da Judéia e restituiu-lhe
a Espada e o Anel, sinais de sua autoridade. Deu-lhe, tem disso, instruções secretas,
recomendando-lhe só as comunicar aos iniciados do Templo a reedificar.
Chefes dos Sagons acompanharam Zorobabel a Yura-salém com 42.360 judeus e seus
servidores. Percorreram o Eufrates, a borda do deserto da Arábia e, depois, tomaram o caminho
de Damasco.
Às margens do Rio Eufrates foram atacados por colonos babilônicos, os Samaritanos, os quais
procuraram roubar-lhes o tesouro do Templo. Os judeus, triunfantes, forçaram a passagem e
realizaram a transposição do rio, utilizando a Ponte de Gabara, objeto que tornou-se símbolo da
liberdade de passagem pelo Eufrates.Zorobabel perdeu na refrega a fita de Rei. Entraram no país
de Israel reedificaram o Templo e a cidade de Jerusalém
Como havia inimigos em toda parte, os trabalhadores que reconstruíram o Templo e os muros
de Jerusalém, trabalhavam com uma trolha numa das mãos e uma espada na outra.

6. CONTEÚDO FILOSÓFICO DO 15º GRAU


Os trabalhos do 15º Grau têm por objetivo ensinar que a desgraça deve encontrar na
Maçonaria homens valorosos e perseverantes; assim como os Israelitas que, pela sua
perseverança chegaram a edificar o Templo.
Neste Grau ensina-se que o Maçom, por mais hostilizado que seja pelos seus inimigos, deve
sempre lutar, sem parar pelo triunfo do progresso e da razão. Os sinais e toques lembrar com
clareza a luta que forma o fundo deste Grau. As palavras sagrada e de passe significam a
obstinação e o valor necessários a serem sustentados para que possa passar do estado de
escravidão política e religiosa à posse de um governo, de uma consciência e de um pensamento
livre.

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7. ORNAMENTAÇÃO DA LOJA
A Câmara do Grau 15 denomina-se CONSELHO DE CAVALEIROS DO ORIENTE. Nas
iniciações representa um lugar afastado, sob as ruínas do templo de Jerusalém.
Para a recepção neste grau a Câmara é forrada de vermelho. A iluminação é feita por setenta
luzes, dispostas em dez grupos de sete, cinco em forma de triângulo e cinco em forma de
quadrado.
A mesa do Grão-Mestre do Oriente está coberta com um pano branco, tendo bordada ou
pintada, na frente, uma Estrela de cinco pontas, em vermelho e verde, com letra M no centro.
Sobre ela está o candelabro de Sete Velas.

8. BANDEIRA DO 15º GRAU

A Bandeira do Grau 15 tem o formato de um retângulo.


A CONSCIENTIA LIBERTATES Sua cor é verde mar. Um pouco acima de sua metade,
ET distribuída por três linhas douradas, está gravada a
VERITATES DEFENSORES
expressão latina:
A CONSCIENTIA LIBERTATES
ET
VERITATES DEFENSORES
( Pela consciência, somos defensores da liberdade e da verdade )

9. LEITURA DO LIVRO DA LEI

NEEMIAS, CAPÍTULO 4, VERSÍCULO 17


“Os que estavam edificando o muro, e os
carregadores que levavam as cargas, cada um com
uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a
sua arma.”

10. INSÍGNIAS
Avental – Branco, forrado e orlado de verde, tendo no centro três
triângulos concêntricos. Na abeta, uma cabeça com duas espadas
atravessadas no pescoço. Medidas: 36 cm de largura por 30 cm de
altura, tendo 13 cm na maior altura.
Colar – Verde achamalotada, tendo do lado esquerdo o sol e, por
baixo deste, uma espada e um cetro cruzados. O colar substituiu o fitão,
que continha as letras L.D.P. ( ele recebeu permissão de passagem ).
Jóia – Três triângulos concêntricos, tendo sobre o do interior, duas
espadas cruzadas.

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11. DICIONÁRIO
Raphodon – Palavra hebraica significando o “Senhor Consolador”, de Raph, médico,
consolador e Adon, Senhor. Adon era o nome do Deus fenício do Sol. Outros buscaram a origem
em Rephidim, que significa “lugares de descanso”, explicando que é o nome do último lugar onde
os israelitas fizeram o seu último acampamento, depois de sua saída do Egito, quando estavam
sob as ordens de Moisés.
Jaaboron, Hamaim – Erradamente o ritual separa as duas palavras. A grafia certa, no
entanto, é Éaveron Hamaim, e tem o significado de uma Passagem árdua das águas. Em sua
forma presente, a palavra é uma corrupção da sentença hebraica vavaru hamaim, que significa
“eles querem atravessar, ou transpor ou passar sobre as águas”, ou sobre o rio.
Shalal Shalom Abai – Também erradamente, o ritual separa estas três palavras que,
segundo SHD, significam “o Papa restaurará o espólio”, isto é, a Liberdade de Pensar, a
Liberdade de Consciência. Outros traduzem “Ele saqueia a paz do Pai”, ou “saquearam ou
roubaram a paz do Pai”. Tomando-se por base a lenda ou todas as palavras ligadas ao Grau,
destaca-se sempre a idéia de Liberdade.
L.P.D. – Liberdade de pensar. Liberdade de Pensamento e Consciência. ( Segundo Rizzardo
da Camino: As letras L.D.P. colocadas no Arco da Ponte, representam a frase latina: Lilia destrue
pedibus, que tem a seguinte tradução: "Destrói os lírios pisando-os". Essa frase nada tem a ver
com a luta na ponte de Gabara, pois, se trataria de uma referência à Família dos Burbons, cujo
símbolo era um lírio. A interpretação "vulgar" e adotada é: "Liberdade depois da ponte" ou
"Liberdade de passar", ou ainda, "Liberdade de pensamento". Há quem, de forma mais sutil,
pretenda identificar o "Lírio" com as flores que Salomão colocou entre as Romãs, nas duas
Colunas do átrio do Templo. Significaria, outrossim, a pureza das intenções, ao forçar a passagem
pela ponte, mesmo com sacrifício de vidas, pois, o destino primeiro de Zorobabel não teria sido o
retorno dos hebreus a Jerusalém, mas a edificação do Templo, como expressão de unidade
nacional e glorificação a Jeová que permitiu o retorno ).

12. JURAMENTO
Lido pelo 1º Vig: “Nós prometemos a cada um de nossos Iir ajudá-
lo a esclarecer sua razão, respeitar a independência de suas convicções e
o direito de por elas pautar sua conduta, impedir todo e qualquer atentado
contra essa independência em sua vida maçônica e profana. ( Estendendo
a mão direita para a frente dizem: EU JURO!).”

13. SAGRAÇÃO
“Em nome e sob os auspícios do Supremo Conselho do Brasil do Grau
33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito, e em virtude dos poderes que me
foram conferidos pelo Sublime Capítulo Rosa-Cruz, eu vos declaro, armo e
proclamo CAVALEIRO DO ORIENTE, DA ESPADA E DA ÁGUIA, invisto-
vos das prerrogativas do Grau 15 de nosso Rito, para que as useis em
todas as oficinas regulamentares constituídas. (O PortEsp coloca a
espada sobre cabeça de cada candidato e o GrMdá a bateria do
Grau ).”

14. TRABALHO DO CAVALEIRO DO ORIENTE, DA ESPADA E DA ÁGUIA


( Para ser lido pelo Orador )
Os Trabalhos do Grau 15 tem sido o mais antigo dos Graus Cavalheirescos, permanecendo
durante muito tempo no ápice da hierarquia dos Altos Graus ( Rito dos Sete Graus ). Assinala o
laço entre a Cavalaria e a Maçonaria Construtiva.
Tem por divisa as três letras L.D.P. , que deram lugar a várias interpretações.
De acordo com os Rituais mais antigos do século XVIII, significam: Liberdade de passar,
porque no aparelho simbólico do Templo, tal como os fundadores deste simbolismo o
conceberam, estava figurada uma fortaleza guarnecida de sete torres e na entrada da primeira
torre o cavaleiro guardião fazia a pergunta: “Que pede ele?” Ao que era respondido: “A liberdade
de passagem”.

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O objeto do Grau 15 é consagrado à liberdade política dos povos e à independência religiosa
do indivíduo. No mundo político, o Maçom é filho de Hiram, que não foi demolidor, mas construtor.
Não é de temer, portanto, que se comprometa com a construção do edifício social. Quando,
porém, se convencer de que uma limitação qualquer deixou de ser necessária à liberdade, seu
dever é ajudar a afastar esse entrave. Fá-lo-á, porém, com a trolha, porque sua espada só servirá
para defender o trabalho realizado. Sua obra é, pois, a Tolerância contrária à toda violência física
ou moral. Sua obra é tão essencialmente moderada.

15. COBRIDOR DO 15º GRAU

S 1º O Levar a M Dir ao OEsq.


Estado à O, descer a M, Serp para a Cox Dir, imitando a ondulação dos
S 2º Sau
Rr , depois Des a Esp, Lev à Fr como para Comb.
Tomar mutuamente as M Esq, com os Bbr estendidos e levantados como
para repelir um Atq, enquanto as MmDDirafetam abrir uma passagem, depois
Toque
levar reciprocamente as Pp das Eesp sobre o Cor dizendo o JUD, e o
segundo BENJ.
PpSs NODOHPAR ALAHCS, OLAHS, IBA
PpPp UOROBAAJ, MIAMMAH, P.D.L.
Marcha Avançar destemidamente por Cin Gr Pp com a Esp Lev.
Bateria 00000 00
Idade 70 anos
Grito de
Glória a Deus e ao Soberano.
Aclamação

Região do Recife - PE, 03 de setembro de 2009

Odil de Azevedo Dantas, 33º


Delegado Litúrgico

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