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Ritos, Rituais
e
Normas
Sociais
Trabalho de Trigésimo Segundo Grau
Ir Sublime Cavaleiro do Real Segredo Renato Moreira de Faria – IME 067887
Introdução
O termo Rito tem vários sentidos e tem significado totalmente diferente que Rituais. No
sentido mais geral, um rito é uma sucessão de palavras, gestos e atos que, repetida, compõe uma
cerimônia. Apesar de seguir um padrão, pode atualizar um mito seguindo ensinamentos ancestrais
e sagrados. É um conjunto de atividades organizadas, no qual as pessoas se expressam por gestos,
símbolos, linguagem e comportamento transmitindo, assim, um sentido coerente ao ritual.
De acordo o dicionário eletrônico Michaelis, Ritual, do latim rituale, tem como
definições: 1 - Pertencente ou relativo aos ritos. 2 - Que contém os ritos. 3 - Livro que contém os
ritos, ou a forma das cerimônias de uma religião. 4 - Cerimonial. 5 - Conjunto das regras, etiqueta,
praxe, protocolo. Frente a tal diversidade, evidencia-se que ritual não está apenas ligado à religião
ou formas de expressão religiosa. Um ritual acontece em concomitância de sujeitos, tempo e
espaço. Necessita, também, de objetivos, procedimentos, técnicas, instrumentos, objetos.
Em sociologia, uma Norma Social é uma regra socialmente reforçada com significado e
valores cuja sanção social a distingue de outros produtos culturais ou sociais. Normas e ausência
de normas afetam de forma ampla o comportamento humano. Normas sociais podem ser vistas
como declarações que regulam o comportamento e atuam como controles sociais informais. Elas
são geralmente baseadas em algum grau de consenso e são reforçadas por sanções sociais.
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Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito
Consistório de Príncipes do Real Segredo nº 7
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Consistório de Príncipes do Real Segredo nº 7
As normas sociais tem regras normativas que são identificadas e tem seu foco em: Ações
do ego de alguém; Reações do ego às ações do alter, e; Negociação entre ego e alter. Melville
Herskovits, chama atenção em seu clássico “Man and his works: the science of cultural
antropology,” para a necessidade de “atermo-nos para os aspectos que dão sentido às práticas
sociais”. Segundo ele os espaços ritualísticos não são apenas os ligados à religião ou misticismo,
mas todos aqueles que seguem normas que são frutos de pré-estabelecimentos consensuais, como
por exemplo, a música, a dança, as festas, as produções estéticas, as roupas, as comidas, que fazem
parte de um universo cuja ordenação social, cultural e política amplia o conceito de ritual.
Exemplificando: O espaço do jogo de cartas entre homens maduros, o espaço de um salão de
beleza onde as mulheres cuidam do corpo/aparência, entre tantos, obedecem a certas regras,
apresentam padrões e procedimentos típicos. Nesse sentido, seria correto afirmar que a vida em
sociedade só tem sentido a partir da compreensão dos rituais e seus elementos que reforçam a
missão, a política, os objetivos e as metas e também oferecem caminhos ou orientações para o
gerenciamento da cultura.
Segundo Maria Ester de Freitas (1991), os elementos formadores da cultura fornecem aos
membros da organização o direcionamento para suas ações. A assimilação destes elementos é
obtida através da linguagem verbal e não-verbal. Os elementos mais comuns da cultura
organizacional, segundo diversos autores são os valores, as crenças e os pressupostos, os ritos, os
rituais, as cerimônias, as estórias, os mitos, as sagas, os símbolos, os tabus, as lendas, os heróis, os
fundadores, os artefatos, as normas, a linguagem, a comunicação, os sistemas de recompensas, os
aspectos históricos e externos, as estratégias de socialização de novos membros dos grupos sociais.
No contexto da ordem social, pode-se afirmar que o conteúdo formal e normativo da
sociedade e de seus sistemas está continuamente submetido às pressões e mudanças dos códigos de
vida social, expressos pelas atitudes e pelos comportamentos dos atores que percebem a sua
capacidade de agir sobre a realidade que os cerca. Está a Maçonaria submetida a essas pressões.
Não é incomum ouvir-se que a Ordem está velha, que já não atrai mais candidatos jovens, que não
desperta interesse na sociedade. Entretanto há que se analisar que isso ocorre exatamente à vista de
um atendimento somente parcial às pressões dos códigos de vida social do presente, tendo em vista
a velocidade muito maior de mudança que admite a sociedade comparativamente à que admite a
Arte Real.
Conclusões
As estórias, os mitos, os heróis, os ritos, os rituais, as cerimônias, os símbolos, a
linguagem e a comunicação são elementos essenciais para a compreensão do imaginário motor
existente nas organizações. A história, as tradições, os usos, os costumes, o ser, o fazer, o dar, o
retribuir, o distinguir, o ornamentar, o simbolizar, são elementos essenciais que geralmente são
incorporados nesses ritos e nas normas sociais. É isso que a Maçonaria vem fazendo durante
séculos, incorporando com orgulho no seu ritual e em suas normas o respeito à tradição e à
memória, pois a memória e a tradição são elementos do passado que embasam o desenvolvimento
do futuro. Entretanto, respeito à tradição e à memória não necessariamente exclui respostas e
adaptações às pressões dos grupos sociais com os quais convive e se relaciona.
Embora as normas sociais mudem através dos tempos, quando nós maçons, em sintonia
com a sociedade profana, conseguirmos promover a integração do comportamento aos rituais,
praticar diariamente os nossos ritos, vamos saber mais sobre nós próprios e conhecer melhor os
outros e, acima de tudo, vamos conseguir construir melhor o (nosso) sagrado.
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Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito
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