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HINO DE ABERTURA (Rito York do Brasil)

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(Tradução: IT.W. Sadler - 1926)

Salve! Deus Imortal,


Deste mundo criador:
Nossas preces ouve, Tu,
Arquiteto sabedor.

Com a Ordem, bem real


Nossas obras consagrar.
Nós pedimos afinal,
Ir em paz ao terminar.

Pela fé que há em ti,


Pelo teu poder, também.
Pelos místicos sinais,
Ouve, Deus, nos mantém.

Amém!

HINO DE ENCERRAMENTO
(Tradução: J.T.W. Sadler- 1926)

Com trabalho o dia findo


Evitemos todo o mal,
Artes místicas guardando
Coração sempre leal.

Deus, tu que és infinito


Amas toda a criação,
Nossa Ordem abençoa
Sob a tua proteção.

Vimos todos sempre humildes


Nossas preces ofertar;
A glória do Supremo
Arquiteto, exaltar.

Amém!

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GLORIA DO OCIDENTE DO BRASIL NO ACRE

MARCHA E TELHAMENTO DO PRIMEIRO GRAU


DO “RITO DE YORK DO BRASIL”

Estou entre Ccol. com os pp.: juntos. Com os bb.: caídos ao longo do
corpo, reverencio com um gesto de cabeça o Pavilhão Nacional. Dou o pr.: p.: r:. na
F.: Maçonaria. Com o pé e.: voltado para o Or.: e o d.: para o S.: faço a esquadria do
grau e, com o Sn.: de Apr.: cumprimento a Of:.

Coberto, caminho obliquamente até o centro do Pavimento Mosaico e


faço novamente a esquadria e com o sinal de Apr.: dou 03 (três) passos na direção
do Oriente, cada qual mais longo que o outro, até igualar as proximidades do
pedestal do SV.: significando cada passo FIRMEZA, PUREZA e PERFEIÇÃO.
Termino o último passo com o p.: e.: apontado para o Or.: e o d.: para o S.:

Esta posição denota a esquadria do meu grau. Corto por três vezes o
Sinal, em respeito ao Venerável Mestre, 1º e 2º VVig.: e permaneço com o Sn.:
aguardando ser telhado ou conduzido ao meu lugar.

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P: Rogo ao Ir. Que se aproxime como maçom.
R: Da o p. p.

P: Que é isto?
R: O pr. p. reg. na F. Maç.

P: Trazeis alguma coisa?


R: Trago (dá o Sn. e o desc.)

P: Que é isto?
R: O Sn. de Ap. de Construtor.

P: A que alude ele?


R: À tradiç. penalidade do meu jr. e significa que, como homem honrado e como maçom,
preferirei ter m. g. c. de o. a o. se indev. rev. os ss. e mistérios que me forem confiados.

P: Tendes alguma coisa a comunicar?


R: Tenho (dá o t. no examinador)

P: O que é isto?
R: T. ou Sn. de Apr.

P: Que exige ele?


R: Uma pal.

P: Dai-me essa pal.


R: Na minha iniciação ensinaram-me a ser cauteloso; eu a soletrarei ou a dividirei
convosco.

P: Como quiserdes, e começai


(é feito o exame)

P: De onde deriva esta Pal.?


R: Da col e. do port. ou entr. do T. do R. S., assim chamada em recordação de ..., bisavô
de D., um P. e R. em I.

P: Qual o significado desta Pal.?


R: Em ...

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P. Sois Maçom?
R. C.: T.: M.:I.:M.: R.:

P. Sois?
R. C.:T.:

P. Tudo Justo?
R. E perf.:

P. Tudo just. e perf.?


R. Em ambas as Ccol.

P. De onde vindes?
R. De uma Loj.: Reg.:, Just.: e Perf.: de S.: J.: de Jer.:

P. O que trazeis?
R. Amiz.:, Paz e Vvot.: de prosperidade a todos os IIrm.:

P. Nada mais trazeis?


R. O V.: de minha Loj.: vos saúda por 3x3.

P. O que se faz em V. Loj.:?


R. Lev.: Ttemp.: às virtudes e cav.: masmorras aos vvic.:

P. Qual o formato de vossa Loj.:?


R. Formato de um paral.:, cujo comp.: vai do Oc.: ao Or.: e a larg.: de N.: a S.:, sua prof.:
da sup.: ao centro da T.: e a alt.: da sup.: aos céus.

P. Que idades tendes?


R. T.: ..... (.............) anos.

P. Por que Tendes T.: anos?


R. É a id.: que o Apr.: F.: Maç.: passa rastejando no T.: da Col.: B.:

P. Quais as três Gg.: Ll.: da F.: Mac.:?


R. O “Liv.: das Ss.:, Ee”.:, o “C”.: e o “E”.:

P. Quais as três Gg.: Ll.: de sua Of.:?


R. O V.: M.:, o 1º e o 2º Vvig.:

P. Como sabeis que sois Maçom?


R. Pela reg.: de minha inic.:, sucessivas prov.: e aprovações, e o desejo de me submeter a
novos testes todas às vezes que for reg.: conv.:

P. Como provais aos outros serdes Maç.:?


R. Por Ss.:, Tt.:, Ppal.: e Pp.: de m.: esq.:

P. Quando uma Loj.: está reunida, o que a faz Justa?


R. O “Liv.: das Ss.: Ee”.: aberto.

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P. E Perfeita?
R. 07 (Sete) ou mais, feito Mmaç.: regularmente.

P. E Regular?
R. A Carta Constitutiva ou Autorização de funcionamento.

P. Em que Ter.: repousa a Loj.:?


R. Em Ter.: Sagr.:

P. Qual a posição exata para se construir um T.: Maç.:?


R. Do Or.: para o Oc.:

P. Por que razão uma Loj.: Maç.: está situada do Or.: para o Oc.:?
R. A Primeira razão é porque o S.: vem do Or.:; a segunda é porque as Ll.: do Evang.: da
Civiliz.: vieram do Or.: espalhando-se no Oc.:; A terceira razão é referente à T.: ou Tab.:
que M.: erigiu no ermo, por Ord.: Div.:, e que estava orientado na direção Or.: ao Oc.:

P. Em que se apóia nossas Ll.:?


R. Em três Ccol.:: S.: F.: e B.:

P. O que representam estas Ccol.:?


R. S.: para idear (VM); F.: para sustentar (1º Vig); e B.: para adornar (2º Vig).:

P. Por que o M.: da Loj.: é rep.: pela Col.: da S.:?


R. Porque dirige os Oob.: que comp.: a Loj.:.

P. Por que o 1º Vig.: é rep.: pela Col.: da F.:?


R.: Porque paga aos Oob.: o sal.: que é Força e a manutenção da exist.:

P. . Por que o 2º Vig.: é rep.: pela Col.: da B.:?


R. Porque faz repousar os Oob.:, fiscalizando-os no trab.:

P. Por que a Loj.: é sust.: por essas T.: Ccol.:?


R. Porque a S.:, a F.: e B.: são o compl.: de tudo sem elas, nada é perfeito e durável.

P. Por que são assim chamadas tais Ccol?


R. Por ser o Universo o Templo de Deus, essas Ccol.: simb.: a Sabedoria.: do GADU
como PPil.: de sua majestosa obra.

P. A que Oor.: Aarq.: pertencem as três Ccol.?


R. Sabedoria – Jônica (o Mestre da Loja); Força – Dórica (o PV.:) e, a Beleza – Coríntia (o
SV.:).

P. Por que ingressastes na FM.:?


R. Porque fui honr.: por um conv.: de um amigo. Hoje encontro-me iniciado dentro dos
Mmist.: da Ord.: O meu desejo único é o de instruir-me dentro da Disc.: Lit.: Maçônica.
Quando estiver de Posse dos Ppriv.: por mim adq.: os usarei em benef.: dos meus
semelhantes.

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P. Antes de V.: Adm.: na Sublime Ord.: um S.: C.: foi solicitado. Por quê?
R. Porque só a homens dignos e livres se concede tal direito. Um Eescravo ou ind.: não
teria tal felicidade.

P. Na presença de quem foi feito v.: S.: C.:?


R. Na presença de D.: o GADU, perante uma digna Ven.: de uma Loj.: Reg.: de Mmac.:
Lliv.: e Aceitos, que estavam Reg. reunidos.

P. O que vos exige a Ord.: Maç.: em troca de v:. Inic.:?


R. S.: absoluto de tudo que eu possa ou venha fut.: merecer saber, como sejam:
Das Provas de minha Iniciação;
Dos Ss.: Tt.: e Ppal.:;
E tudo que tenha passado, ou venha a ser relatado dentro de uma Loj.: aber.: É vedado
fazer saber o que se passou nas Ss.: a todo irm.: que não tenha est.: presente.

P. Houve incompatibilidade com os Vv.: deveres Civ.:, Rel.: ou mesmo Morais, com o
V.: S.: C.:?
R. N.:, porque o mesmo foi feito dentro dos mais puros.: Pprinc.: da Virt.: e da Raz.:

P. A quem deveis, somente, comunicar os vossos Ss.:?


R. Somente a Nn. Iirm.: quando para isso recebamos incumbência de nossos Mmest.: em
Loj.: aberta. Ou quando eu venha merecer ocupar carg.: que desemp.: tais funç.: lit.:; aos
demais Iirm.: torna-se desn.:, pois os mesmos têm por obrigação conhecê-los de acordo
com o aproveitamento de cada um.

P. Quando os vossos Oo.: estavam Vvend.: qual o princ.: desejo que palp.: em vosso
Cor.:?
R. Que me fosse concedida a l.: material, porque a verd.: l.: está muito dist.: da comp.: de
um neóf.:

P. O que julgas ser a F.: M.:?


R. Entendo que é uma soc.: civil legalm.: regist.: e rec.: pelas leis do país demais nações
do Un.:, Funciona dentro do mais puro sigilo tudo que nela é tratado. Adota a tril.: L.: I.: e
Fraternidade. Aceita novos adeptos desde que sejam livres e de bons costumes e que
depois de inic.: tornem-se Irm.: da Fraternidade Universal que chegamos a conhecer pela
denominação de Fr.: Maçons.

P. Quantos perigos houveram em v.: Inic.:?


R. Três. O pr.: seria de m-t-e, porque o Irm.: que segurava o pu.: contra o meu pt.: não
recuaria quando da minha ent.: na porta do T.:, pois ele cumpriria c.: seu d-v-r; O segundo
refere-se ao lç.:. de cord.: que encontrava-se em meu pesc.: de tal forma aj-t-o, que seria
eu mesmo o caus-r de minha m-t-e, pois se houvesse tentado recu-r ou avançar, teria sido
f-t-l. esse procedimento tem....o; o terceiro, porém, há de mim acomp-r por toda a exist-a:
será o cast.: se eu vier a ter a infelic-de de, ind.: rever-r os Ss.: de meu Comp.: de Apr.: de
Const.:

P. Os Graus na F.: M.: são com.: indist.:?


R. Não, existem div.: Graus, com Ss.: e Ppal.: peculiares a cada um, os quais servem para
nós Iirm.: nos reconhecermos uns aos Oout.:

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P. Como deve receber o Maç.: os Ss.: Tt.: e Ppal.: na F.: M.:?
R. Deve receber de pé e firme, corpo reto, os Pp.: em forma de esq.....o; O cor...o
representa o embl.......a do esp.....o; os Pp.: demonstram a ret....o de nossas aç....s.

P. O Maç.: deve dar os Ss.: ou Tt.: todas às vezes que cumpr.: outro irm.:?
R. Não, os Ss.: e Tt.: só são dados em ocasiões extre-m-te necessárias, ou seja, quando o
Iirm.: precisa ser ident-f-do a fim de pedir ou oferecer ajuda a outro irmão. Tratando-se de
irm.: da mesma Of.: ou Or.:, torna-se desnecessário apl-c-r os Ss.: e Tt; o excesso de
cumprimento poderá trazer do mundo prof.: a curiosi-d-e de elementos estranhos aos Nn.:
Mmist.:

P. Como é dada a Pal.: na F.: M.:?


R. De uma man-ra sing-l-r, com toda a caut.:; foi isso q.: me ens-n-r-m em m.: inic.:, nunca
dan-o por ext.:, e sim por let-r-s ou sil-b-d-as.

P. A Maç.: sempre foi consttituída de todas as classes sociais?


R. Não. Antes, ou em datas primordiais, era comp....a apenas por Oop.: de diversas artes;
no entanto, devido à sua força e valorr, os reis, monarcas e nobres decidiram cooperar em
sua grandeza, trocando o cetro pela Tr-l-a dos Oop.: e em comum trabalhavam em nossas
Oof.:, em verd-d-a Igualdade e Fraternidade.

P. Onde fost.: prim.: prep.: para serdes feito Maç.:?


R. No m.: cor.:

P. Onde em seguida?
R Numa s.: conv.: prep. e contígua à Loj.:

P. Descrevei a man-a pela qual fostes prep.:


R. Fui desp.: de met....s e vend....m-me os Ool.:; desn....m-me o b.: d.:, pt.: e.:, e j.: e.:; Cal-
m meu p.: d.: com ch.: e col-m-me ao pesc.: uma cor.: com nó corr.:

P. Onde fostes feito Maç.:?


R. No seio de uma Loj.: Reg.:, Just.: e Perf.:

P. E quando?
R. Quando o S.: estava em seu Merid.:

P. Neste País as Lloj.: da F.: Maç.: funcionam geralmente à noite, que explicação
podeis dar a isto que à primeira vista parece um paradoxo?
R. Girando constantemente a terra em seu eixo, em sua órbita em torno do Sol, e estando
a F.: Maç.: universalmente espalhada sobre sua superfície, segue-se necessariamente que
está sempre em seu meridiano com respeito à F.: Maç.:

P. O que é a F.: Mac.:?


R. É um sist.: pec.: de moralidade, velado em Aal.: e Ilust.: por Ssimb.:

P. Quais os grandes Pprinc:. em que se baseia a Ordem?


R. L.:, I.: e F.: subdivididos em Amor Frat.:, Car.: e Verd.:

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P. Quais as pessoas dignas e aptas para serem feitas Maç.:?
R. Homens retos, honrados e livres, de maior idade, bom senso e rigorosa moral.

P. O que vindes aqui fazer?


R. Venc. minhas paix.:, subm. a minha vont.: e fazer novos progressos na F.: Maç.:,
estreitando os laços de frat.: que nos unem como vverd. Irm.:

P. Qual a sua Col.?


R. A Col.: “B”, Col.: do “N” ou Col.: de “F”.:

P. Quais os Iinst.: de trab.: de um Apr.: FM.:?


R. A R.: de 24 Ppols.:, o M.: Comum.: e o C-nz-l.

P. Qual o significado desses instrumentos para o Maç.: Operativo?


R. A R.: de 24 Ppols.: é para medir nosso trabalho; o M.: Comum para desbastar todas as
saliências e arestas inúteis, e o C-en-l para melhor polir e preparar a pedra tornando-a
pronta para o Operário mais destro.

P. Como não somos Mmaç.: Oop.: qual a forma de aplicarmos esses Iinst.: à nossas
vidas?
R. A R.: de 24 Ppols.: representa as 24 hs. do dia, parte a ser gasta em oração a Deus
Todo Poderoso, parte no trab.: e desc.: e parte em servir um amigo ou irmão em tempo de
necessidade, sem prejuízo nosso ou de familiares; o M.: Comum representa a F.: da
consciência, que deve controlar todos os pensamentos vãos e inconvenientes que possam
advir durante quaisquer dos períodos supramencionados, de modo que nossas palavras e
ações possam ascender impolutas ao Trono da Graça, e o C-en-l chama a nossa atenção
para vantagem da Educação, por cujos meios, apenas, nos tornamos dignos membros da
sociedade regularmente organizada.

P. Irm.: dai-me o 1º pas.: Reg. na F.: Maç:.


R. Dá o P.:

P.O que exige esse passo?


R. Um Sn.:

P. Dai-me o sn.:.
R. Faz o sn.:

P. Que Sn.: é esse?


R. Sn.: Gut.:

P. De que o Irm.: se lembra?


R. Lembro de minha Inic.: de que terei minha g.: cort.: de o.: a o.: se um dia rev:. os Sseg.:
e Mmist. da F.: Maç.: no Grau de Apr.:

P. O que exige esse Sn.:?


R. Um t.:

P. Dai-me esse T.:


R. O t.: é dado.

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P. O que exige esse T.:?
R. Uma Pal.:

P. Dai-me essa Pal.:


R. Na minha inic.: ensinaram-me a ser caut.:, só a darei s.: ou d.: juntamente convosco.

P. Qual a penalidade complet do Fr.: de Apr.:?


R. Ter a g.: c.: de o.: a o.:, a ling.: arr.: p-l-a r-z e ent-rr-d-a na ar- do m-r, no p-nt- mais b-x-
da v-z-nt-, ou a d.: um c.: de p.:, onde a m-r- faz fl-x- e r-fl-x- d.: v.: em 24 hs.:

P. Como quiserdes e começai.


R. A Pal.: é comunicada.

P. Que significa essa Pal.:?


R. Em F.:....................

P. De onde deriva essa pal.:?


R. Da Col.: e.: do pórt.: ou ent.: do T.: do R.: S.:, assim chamada em recordação de “B”....,
bisavô de D.:, um P.: e R.: em I.:

P. Que desejais, meu Irm.:?


R. Um lugar entre vós.

(V.:M.:) R. Este vos é concedido meu Irm.: com o auxílio do 2º Diác.:

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EXPLANAÇÃO DA TÁBUA DE DELINEAR DO PRIMEIRO GRAU OU GRAU DE
APRENDIZ

Os usos e costumes dos Franco-maçons sempre trouxeram uma íntima afinidade


com os dos antigos egípcios. Seus filósofos, relutantes em expor seus mistérios aos olhos
vulgares, exprimiram seus sistemas de ensino e formas de governo sob figuras e símbolos
hieroglíficos, que eram comunicados somente aos seus principais sacerdotes ou Magos,
os quais estavam obrigados a ocultá-los por solene juramento. O sistema de Pitágoras foi
fundado sobre um principio semelhante, bem como muitos outros de data mais recente. A
Maçonaria, entretanto, não é somente a mais antiga mas a mais honorável sociedade que
jamais existiu, pois não há um sinal ou emblema aqui ilustrado que não sirva para inculcar
os princípios de devoção e virtude entre seus genuínos seguidores.

Deixai-me chamara primeiramente vossa atenção para a forma da Loja, que é a de


um paralelepípedo; no comprimento, do Or. Ao Oc., na largura entre N. e S., na
profundidade, da superfície ao centro da terra e ainda tão alta como os céus. O motivo
para que uma Loja de Franco-maçons seja descrita em tão vasta extensão é para mostrar
a universalidade da ciência; do mesmo modo, a caridade de um maçom não deve
conhecer limites, salvo os da prudência.

Nossas lojas se situam sobre terreno sagrado porque, devido a três grandes
oferendas feitas sobre ele, a primeira Loja foi consagrada, as quais contaram com a
aprovação divina. A primeira, a pronta submissão de Abraão para com a vontade de Deus,
não recusando ofertar seu filho Isaque como um sacrifico queimado, quando aprouve ao
Todo-poderoso substituí-lo por uma vitima mais agradável. A segunda, as muitas orações
e piedosas jaculatórias do Rei David, que realmente aplacavam a ira de deus e
paralisavam a peste que então se alastrava entre o povo, devido ao censo que,
inadvertidamente, mandou realizar. A terceira, as muitas ações de graças, oblações,
sacrifícios queimados e dispendiosas ofertas que Salomão, Rei de Israel, fez no
acabamento, dedicação e consagração do Templo de Jerusalém ao serviço de Deus.
Essas três oferendas tornaram então, tornam agora e, acredito, sempre tornarão sagrado o
terreno da Franco-maçonaria.

Nossas lojas são orientadas exatamente na direção Or. e Oc. porque todos os
lugares de adoração Divina, assim como as Lojas maçônicas regulares, bem formadas e
constituídas são, ou devem ser assim orientadas, para o que atribuímos três razões
maçônicas: primeira, o Sol, a Gloria do senhor, levanta-se no Or. e se esconde no Oc.;
segunda, o saber originou-se no Or. e de lá espalhou sua benigna influencia para o Oc.; a
terceira, última e grande razão, demasiando longa para ser registrada agora, é explicada
no percorrer de nossas preleções, que, assim espero, tereis muitas oportunidades para
ouvir.

Nossas Lojas são sustentadas por três grandes colunas. Elas são chamadas
Sabedoria, Força e Beleza: a Sabedoria para nos conduzir em todos nossos
empreendimentos, a Força para nos sustentar em todas as nossas dificuldades e a Beleza
para adornar nosso íntimo. O universo é o Templo da Divindade a quem servimos;
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Sabedoria, Força e Beleza estão em volta do seu trono como pilares de Suas obras, pois
sua sabedoria é infinita, Sua força onipotente, e a Beleza brilha através de toda a criação
em simetria e ordem. Os Céus Ele estendeu como um pálio; a terra Ele estabeleceu como
um escabelo para os pés; Ele coroa seu Templo com Estrelascomo com um diadema, e
com a sua mão concede o Poder e a Gloria. O Sol e a Lua são mensageiros de Sua
vontade, e tosa a Sua Lei é harmônica. As três grandes colunas que sustentam uma Loja
de F.Ms. são emblemáticas desses atributos divinose representam, ainda, S. R. de I., H. R.
de T., e H. Ab.; S. R. de I. por sua Sabedoria em edificar, completar e dedicar o Templo de
Jerusalém ao serviço de Deus; H. R. de T. por sua força em sustentá-lo com homens e
materiais; e H. Ab. Por sua singular e magistral obra de arte no embelezamento e
ornamento do mesmo. Mas como não temos nenhuma sobre ordem de Arquitetura
conhecida pelos nomes de Sabedoria, Força e Beleza, nos as associamos às três mais
celebres, que são a Jônica, Dórica e Coríntia.

A cobertura de uma Loja de Franco-maçons é um dossel celestial de diversas cores,


equiparada aos céus. O meio pelo qual nós, como maçons, esperamos lá chegar é pela
ajuda de uma escada, chamada nas escrituras a escada de Jacó. Ela é composta de
muitos degraus ou etapas que se evidenciam como muitas virtudes morais, mas três
principais que são a Fé, a Esperança e a Caridade. Fé no Grande Arquiteto Do Universo,
Esperança na salvação e estar em Caridade com todos os homens.Ela alcança os céus e
repousa sobre o V.L.S. porque, pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos
ensinados a crer nas dispensações da Divina Providencia cuja crença fortalece nossa Fé e
nos capacita a subir o primeiro degrau; naturalmente, esta Fé cria em nos uma Esperança
de nos tornarmos participantes das benditas promessas nele registradas, Esperança que
nos habilita a subir o segundo degrau; mas a terceira e última, sendo a Caridade, abrange
o todo, e o maçom que é possuidor desta virtude no seu mais amplo sentido pode, com
justiça, ser considerado como tendo atingido o ápice de sua profissão; figuradamente
falando, uma Mansão Etérea velada aos olhos mortais pelo firmamento estrelado,
emblematicamente aqui retratado por sete estrelas, que fazem alusão a outros tantos
maçons regularmente feitos, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem pode
qualquer candidato ser legalmente iniciado na ordem.

O interior de uma loja maçônica é composto de Ornamentos, Mobiliário e Joias. Os


Ornamentos da Loja são o pavimento mosaico, a Estrela Brilhante e a Moldura Dentada
ou Marchetada; o Pavimento Mosaico é o belo soalho da Loja, a estrela Brilhante, a
gloria no centro, e a Moldura Dentada ou Marchetada, o trabalho da orla em volta da
mesma. O Pavimento Mosaico pode ser, justamente, considerado o belo soalhoda Loja em
razão de ser variegado e enxadrezado. Isto chama a atenção para a diversidade de
objetos que decoram e adornam a criação, tanto para as suas partes animadas como para
as inanimadas. A Estrela Brilhante, ou glória no centro, reporta-nos ao Sol, que ilumina a
terra e por sua benigna influência dispensa seus favores à humanidade em geral. A
Moldura Dentada ou Marchetada reporta-nos aos Planetas, que em suas varias revoluções
formam uma bela moldura ou trabalho de orla em torno desse grande luminar, o Sol, como
a outra o faz em torno de uma Loja maçônica.

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As Joias da Loja são três moveis e e recortar; e a Pedra Polida para nela o
três imóveis. As Joias moveis são o E., companheiro com prática experimentar e
o Ní. e o Pr.. Entre maçons operativos o ajustar suas joias. Elas são chamadas
E. é para verificar e ajustar os cantos Joias Imoveis porque ficam expostas e
retangulares dos edifícios e ajudar a imóveis na Loja para por elas os Irmãos
trazer a matéria bruta à devida forma; o infundirem a moral.
Ní. Para preparar superfícies planas e
comprovar horizontais; o Pr. Para verificar
e ajustar verticais, enquanto fixando-as
em suas bases corretas. Entre maçons
Livres e Aceitos, o E. ensina moralidade,
o Ní. Igualdade e o Pr. Justiça e retidão
de vida e ações. Elas são chamadas
Joias Moveis porque são usadas pelo
Mestre e seus Vigilantes, e são
transferíveis aos seus sucessores nas
noites da instalação. O Mestre é
distinguido pelo E., o Primeiro Vigilante
pelo Ní. e o Segundo Vigilante pelo Pr..
As Joias Imóveis são a tabua de
delinear, e as Pedras Bruta e Polida. A
Tábua de Delinear é para o mestre nela
traçar linhas e fazer planos; a Pedra
Bruta para nela o Apr. Trabalhar, marcar

Como a Tábua de Delinear é para o Mestre nela traçar linhas e fazer planos, para
melhor capacitar os Irmãos a continuarem a construção pretendida com regularidade e
propriedade, assim o V.L.S. pode ser merecidamente considerado a Tábua de Delinear
espiritual do Grande Arquiteto Do Universo, em que estão formuladas tais Leis Divinas e
Disposições Morais que, fôssemos nós seus conhecedores e as seguíssemos nos levariam
a uma Mansão Etérea não feita pela mão do homem, eterna nos céus. A Pedra Bruta é
uma pedra irregular e não desbastada, como extraída da pedreira, até que pelo esforço e
habilidade do trabalhador ela é modelada, trabalhada na devida forma e tornada apta para
a construção planejada; isto representa o homem em seu estado não desenvolvido ou
primitivo, rude e incivilizado, como essa pedra, ate que pelo gentil cuidado e atenção de
seus pais ou tutores, dando-lhe uma educação liberal e virtuosa, sua mente é cultivada,
tornando-o desse modo um membro apto da sociedade civilizada. A Pedra Polida é uma
pedra de um corte preciso ou no esquadro, apta somente para ser aferida pelo E. e C.; isto
representa o homem no declínio dos anos, depois de uma vida dispendida em atos de
piedade e virtude, que não podem ser aferidos e aprovados de outra forma senão pelo E.
da palavra de Deus e o C. de sua própria consciência auto-convincente.

Em todas as Lojas regulares, bem formadas e constituídas, há um ponto dentro de


um circulo em torno do qual os Irmãos não podem errar; este circulo esta limitado entre N.

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e S. por duas grandes linhas paralelas, uma representa Moisés e a outra o Rei Salomão;
na parte superior deste circulo repousa o V.L.S., sustentando a escada de Jacó, o topo do
qual alcança os céus; e fossemos nós tão versados nesse Livro Sagrado e seguidores das
doutrinas nele contidas, como o foram aquelas paralelas, ele nos conduziria a Ele, que não
quis nos enganar, nem deseja sofrer decepção. Caminhando em volta deste circulo,
devemos tocar, necessariamente, em ambas aquelas paralelas, e, da mesma forma, no L.
S.; e enquanto um maçom guardar-se assim circunscrito, ele não pode errar.

Instrumentos de trabalho do aprendiz franco-maçom: Malho Comum: Desbasta as


arestas da Pedra. O Maço alude à força da produção adquirida através do trabalho para o
aprimoramento da consciência, dominando os pensamentos e amenizando as palavras
inoportunas e vãs que porventura possam ocorrer. Cinzel: Ajuda a aprimorar a superfície
para facilitar o manejo e o assentamento pelo operário. Relaciona-se à educação adquirida
como Produto do esforço e do trabalho. Régua de 24 polegadas: Ela cuja 24 Polegadas
representam o Espaço do dia e sua divisão entre o labor, o descanso a oração ao
‘’Criador’’ e a pratica da caridade com justiça.

A régua Exprime uma divisão de tempo no planejamento da vida que o Maço constrói. O
Escopro polido dá os meios aptos para ações compatíveis à participação em uma
sociedade justa e organizada.

A palavra Lewis significa força, e é aqui retratada por certas peças de metal embutidas em
uma pedra, formando um engate, e quando em combinação com alguma das forças
mecânicas, tal como um sistema de polias, possibilita ao maçom operativo levantar
grandes pesos a certas alturas com pouco esforço, e fixa-los sobre suas bases
apropriadas. Lewis significa, igualmente, o filho de um maçom; seu dever para com os pais
idosos é suportar o calor e o pesado fardo do dia, que eles, em razão de sua idade, deles
devem estar isentos; assisti-los em tempo de necessidadee, desse modo, tornar feliz e
confortável o fim dos seus dias: seu privilegio por assim proceder é o de ser feito maçom
antes de qualquer outra pessoa, por mais digna que seja.

Pendentes dos cantos da Loja estão quatro borlas que nos recordam as quatro
virtudes cardeais, a saber: Temperança, Coragem, Prudência e Justiça, todas as quais,
informa-mos a tradução, eram constantemente praticadas por uma grande maioria de
nossos antigos Irmão. As características distintivas de um bom Franco-maçom são a
Virtude, a Honra e a Misericórdia, e possam ser sempre encontradas non coração de um
Franco-maçom.

A Maçonaria Glória do Ocidente do Brasil

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A Glória do Ocidente do Brasil é uma Organização Maçônica regular, autônoma, soberana e
independente, reconhecida universalmente por mais de 60 Potências Maçônicas.
De caráter filosófico, social, educativo e cultural forma uma federação de lojas espalhadas
pelo Território Brasileiro.
Seu Fundador e primeiro Grão-Mestre Geral foi Manoel Queiroz Gomes. Mantém tratado de
Amizade Fraterna e Reconhecimento Mútuo, desde 1972, com dezenas de Obediências Maçônicas
Internacionais, nos cinco continentes.
Pertence ao CLIPSAS - Centro de Ligação e Informação das Potências Maçônicas
signatárias do Apelo de Strasburgo - que reúne 62 Potências Maçônicas no Mundo.

O Sistema Ritualístico
O Rito adotado pelo Grande Oriente Nacional Glória do Ocidente do Brasil é o York do
Brasil, fundado no Rito Emulação, de origem inglesa, inclusive o Santo Real Arco, prática
Aldersgate, traduzido para a prática Glória do Ocidente.
O sistema ritualístico da Obediência, presidido pelo Grão Mestre Geral, é assim composto:
Suprema Congregação do Rito York do Brasil; Supremo Capítulo do Santo Real Arco; Supremo
Conselho Manoel Queiroz Gomes do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A Glória do Ocidente do Brasil é governada por três Poderes: Executivo - Legislativo e
Judiciário.

Poder Legislativo
O poder Legislativo do Grande Oriente Nacional Glória do Ocidente do Brasil é exercido
pela Grande Assembléia Federal Legislativa. Ela é composta de deputados eleitos pelo voto direto
dos maçons de cada Loja da Federação.
O mandato é de quatro anos, permitida a reeleição. As eleições dos deputados são
realizadas no mês de abril e, extraordinariamente, quando houve necessidade de complementação
de mandato.
Compete aos deputados a iniciativa do processo legislativo e a fiscalização dos atos
expedidos pelo Grão Mestre Geral.

Poder Executivo
O Poder Executivo é presidido pelo Grão Mestre Geral, eleito pelo Grande Comitê
Soberano.
Na Tradição Maçônica Universal o Grão Mestre representa a síntese do pensamento da
Instituição Maçônica.
Segundo Alecc Mellor, escritor Francês, "Grão Mestre é o título do Chefe Supremo de uma
Obediência Maçônica. Apareceu na história da Franco-maçonaria, em 1717, quando foi fundada a
primeira Grande Loja, na Inglaterra".
O Poder Central, além do Grão Mestre Geral, ainda é composto pelo Grão Mestre Geral
Adjunto, Ministros, Assessores e Diretores dos Ministérios.

Poder Judiciário
O Superior Tribunal de Justiça Maçônica é composto de sete ministros e tem o tratamento
de "excelso".
Os ministros são nomeados pelo Grão Mestre Geral, dentre maçons colados no grau de
Mestre, no mínimo, há sete anos.
Compete ao STJM processar e julgar o Grão Mestre Geral, bem como qualquer autoridade
maçônica e membros da Obediência.
Decidir os conflitos de jurisdição entre autoridades do poder Central e as dos Grandes
Orientes Estaduais, Regionais e do Distrito Federal.

A Maçonaria do Mestre Queiroz

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Essa é a loja em que os princípios de nossa passagem sobre o planeta terra são
observados e cultuados, tendo como origem os ensinamentos que importamos da Maçonaria
Universal. Estes princípios são provados no respeito à adversidade humana, seja ela econômica ou
cultural.
Observamos o coração de nossos irmãos e o que dele se revela em suas atitudes. Conta
bancária e escalada social não aumentam nem diminuem a importância do ser humano para a
Glória do Ocidente do Brasil. Preocupamos quando um ou esses dois estágios são atingidos e não
se traduzem na ação maçônica.
Essa é Glória do Ocidente, cujos genes remontam à cidade de Manaus, no Amazonas. O
Mestre Maçom Manoel Queiroz Gomes, liderando outros irmãos - no final da década de 50 e início
de 60 do século passado, ainda que não fosse o seu intento gerar qualquer outra obediência - deu
vida à Loja Glória Sobre as Trevas, funcionando no segundo andar de um prédio residencial.
Ainda que Queiroz Gomes, dissesse: "Não! Não nos entendem! Não queremos cisão, nem
discórdia", dezenas de irmãos solicitaram filiação à Glória Sobre as Trevas e a iniciação de novos
maçons se multiplicaram como o Milagre dos Pães.
A provável insegurança dos Dirigentes da Maçonaria do Estado do Amazonas, tornou
morosa a liberação da Carta Constitutiva às novas Lojas que foram criadas.
Mestre Manoel Queiroz Gomes em busca de uma solução pacífica entre irmãos viajou para
a cidade do Rio de Janeiro, porém, só havia predisposição de entendimento da parte de Mestre
Manoel. O ortodoxismo maçônico falou mais alto.
Sem alternativas, foi preciso criar uma terceira Obediência Maçônica no Brasil para manter
unidas as sete lojas. No dia 13 de novembro de 1961 é oficialmente criada a Maçonaria Glória do
Ocidente, tendo como primeiro Grão Mestre Geral o seu fundador Manoel Queiroz Gomes.
As reações contra a terceira Obediência foram imediatas. Sábio, humilde, Mestre Manoel
coloca-se à frente para assumir qualquer retaliação que pudesse atingir os filiados da nova
Obediência.
A tramitação do processo que deveria expulsar Mestre Manoel navegou nas lides
inquisitórias durante longos 24 anos e sem qualquer alarde ou comunicação oficial de
improcedência é arquivado como se nunca estivesse existido.
Mestre Manoel morreu, em 1989, atingido pelos injustos desgastes morais provocados pela
inquisição falsamente silenciosa de quase um quarto de século.
O reconhecimento internacional da Glória do Ocidente cresce a cada ano por todos os
continentes da terra. Fraternalmente continuamos nosso trabalho de semear os preceitos da honra
e da virtude. Em todas as situações e instâncias dessa dádiva de Deus que é a nossa Loja.

Suprema Congregação do Rito York do Brasil


A Suprema Congregação do Rito York do Brasil é único foro da Obediência para as
questões relacionadas ao Rito York do Brasil. Nenhuma alteração ritualística pode ser feita sem a
aprovação da Suprema Congregação.
É composta de, do mínimo, sete, e no máximo, 33 maçons de notável cultura maçônica,
considerável conhecimento dos Graus, dos Rituais do Ofício ou Simbolismo e da liturgia das
cerimônias do Rito de York do Brasil.
Seus componentes são indicados, em caráter vitalício, por ato do Grão Mestre Geral e
aprovados pelo Grande Comitê Soberano. Só são substituídos em caso de morte ou impedimento
legal, inclusive a perda dos direitos maçônicos.

O que é Maçonaria?
A Maçonaria tem por finalidade levar a sua filosofia, a sua educação e a sua cultura a todos
os homens, fazendo renascer em cada um os reais e sublimes valores, incentivando seus
membros ao verdadeiro princípio da virtude, constituindo-se assim, como uma instituição
essencialmente filosófica e solidária entre seus membros.

Trabalha pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, pelo fiel


cumprimento do dever e a constante busca da verdade, cultivando entre todos o conhecimento de

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que cada um é filho do Deus Criador e que as limitações geográficas devem servir apenas para
facilitar a busca da felicidade pela correta aplicação da justiça.

Seus fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

A Filosofia Maçônica
A filosofia estuda os fundamentos da teoria da busca do conhecimento. Por intermédio da
interrogação é que nos abrimos para a sabedoria.
A Maçonaria Universal baseia sua filosofia na arte de construir, tendo como tarefa
aperfeiçoar a estrutura da ciência maçônica. Utiliza para esse fim as alegorias e os símbolos dos
construtores medievais que edificaram as grandes catedrais da Europa deste período.
Por isso os símbolos da maçonaria são os de pedreiro e os de arquiteto. Estes instrumentos
são herança da maçonaria primitiva. A interpretação do significado da maçonaria é a de que a
Instituição é a construção, e o Maçom, o seu artífice.
Os maçons modernos usam os instrumentos dos antigos construtores para elaborar o
simbólico universo maçônico. Extraindo de suas reflexões individuais um novo jeito de pensar o
mundo a partir do conhecimento maçônico.
Portanto, maçonaria significa uma construção que serve de morada espiritual ao novo
homem ungido pela iniciação.
Para a realização desse objetivo, a pedagogia maçônica utiliza as ciências sociais,
bordadas no princípio cristão, para instruir aos neófitos. Nenhuma corrente filosófica, fora do
conceito de que Deus é a causa e que o mundo é a Sua criação, serve como modelo à maçonaria
teista.
Assim, a Ordem Maçônica vai buscar a sua inspiração no Livro das Sagradas Escrituras. O
arquétipo é a construção do Templo do rei Salomão.
No sistema ritualístico do Rito York do Brasil, as alegorias do Segundo e Terceiro graus
mostram passagens bíblicas que falam da construção moral do homem.
Seguindo a mesma linha de pensamento, o Real Arco, prática Aldersgate, usada pela Glória
do Ocidente do Brasil, que serve como complemento ao Grau de Mestre Construtor, tem como
modelo a reconstrução do templo de Zorobabel.
A construção ou a reconstrução interior do ser humano é o ideal da Maçonaria. Sustentada
nessa visão o ensinamento maçônico é todo voltado para uma conduta e procedimentos corretos
de seus membros. Com vistas a que sejam bons pais, bons chefes de família, profissionais
exemplares e bons cidadãos.
Quando isso se der pela reconstrução, ou seja, pelo aprimoramento obtido pela iniciação, a
vitória poderá ser maior ainda, porque no coração do maçom estará a paz pelo reencontro com
Deus.
Mesmo que algum homem perca a sua chance na primeira tentativa para construir uma vida
feliz, uma outra lhe é concedida para reconstruir o seu caminho natural e o seu templo interior,
quando ingressa na Ordem.
Para este fim a Maçonaria coloca à disposição do iniciado toda a sua cultura acumulada por
séculos de aperfeiçoamento filosófico.
Dessa forma o sistema maçônico universal não recorre, especificamente, aos filósofos para
direcionar o seu rumo. Embora o pensamento de vários deles, iniciados na maçonaria, tenha
contribuído para a formação do saber maçônico universal.É o caso, por exemplo, da codificação
dos rituais, que receberam a influência de cada corrente de pensamento.
O conteúdo do rito adotado pela Loja determina a sua orientação filosófica. Existem na
Maçonaria Universal ritos para todos os gostos: os ritos teístas declaram Deus como a Causa do
Mundo. Exemplo: o Rito York do Brasil, adotado pelas lojas da Glória do Ocidente do Brasil.

Os agnósticos não acreditam em Deus. Modelo: o Rito Francês.

Os rituais Deístas proclamam a existência de um princípio criador como o Grande Arquiteto


do Universo sem, no entanto, definir quem é. Exemplo: O Rito Escocês Antigo e Aceito.

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Maçonaria Regular
O pensamento Maçônico segue por dois caminhos principais: a regularidade e a
irregularidade. A Maçonaria regular é representada pela Grande Loja Unida da Inglaterra e a
irregular, por um segmento da maçonaria francesa.
Estes conceitos têm origem na crença ou não em Deus. A Grande Loja da Inglaterra
menciona em sua Constituição a fé em Deus como o Grande Arquiteto do Universo e, em
conseqüência, o respeito à lei moral inspirada pelos manuscritos de Old Charges (Velhos
Preceitos), posteriormente reproduzidos pelos Landmarks de Mackey.
O termo irregular atribuido à uma parte da maçonaria francesa tem origem em 1877 quando,
em nome do liberalismo da cultura francesa, retirou dos seus Estatutos a menção ao nome de
Deus. Foram quebradas outras regras da tradição maçônica universal suprimindo a Bíblia da
ritualística das Lojas.

Regularidade de Origem
Mas o termo REGULARIDADE, segundo a tradição universal, admite outras definições. A
primeira é a regularidade de origem. Até o início do século passado três lojas, no mínimo,
validavam a fundação de uma Potência Maçônica.

A PRIMEIRA POTÊNCIA MAÇÔNICA DO MUNDO


A Grande Loja Unida da Inglaterra, por exemplo, foi formada por quatro Lojas: Goose and
Gridirom [O Ganso e a Grelha]; Crown ale house [A Coroa]; Aple tree [A Macieira] e Rummer and
grapes [A Taça e as Uvas].

AS REGRAS PARA A CRIAÇÃO DE NOVAS OBEDIÊNCIAS


Na metade do século 20 a exigência da regra universal para a criação de novas
Obediências pulou para sete lojas. Por essa causa a Glória do Ocidente do Brasil adiou por três
anos, de 1958, época do início dos trabalhos da primeira loja, até a criação da sétima loja unida
com o mesmo propósito.

LOJAS DE MANAUS SE UNEM NUM MESMO OBJETIVO


Por essa causa a Glória do Ocidente do Brasil adiou por três anos, de 1958, época do início
dos trabalhos da primeira loja, até a criação da sétima loja unida com o mesmo propósito.

A GLÓRIA DO OCIDENTE NASCE COM A UNIÃO DE SETE LOJAS


A Maçonaria Glória do Ocidente, seu primeiro nome, foi fundada como Obediência
Maçônica Federativa, em Manaus, Amazonas, no dia 13 de novembro de 1961, com a adesão das
Lojas Simbólicas: Glória Sobre as Trevas: Glória e Razão; Glória e Tolerância, Glória e Trabalho,
Glória e Liberdade, Glória e Igualdade e Glória do Oriente Eterno.

Regularidade de Princípios
A regularidade de princípios é outra exigência da praxe universal que a Glória do Ocidente
do Brasil cumpre com rigor.
Ela só é garantida quando se cumpre rigorosamente com os usos e costumes tradicionais
da Maçonaria. Por isso, a regularidade de princípios é importante para manter os trabalhos
maçônicos dentro dos limites fixados pela Maçonaria Universal.

PRINCÍPIOS MAÇÔNICOS CORRIGEM RUMOS


Cumprindo-se regularidade de princípios, à qual se obriga a Obediência, a Loja e os
maçons, se evita os absurdos de práticas não maçônicas intra e extra loja.

O ENSINO NAS LOJAS

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As lojas da maçonaria universal já consolidaram um projeto pedagógico com base na
imutabilidade dos conceitos da maçonaria operativa. Com a livre interpretação dos símbolos e
alegorias maçônicas.

OS SÍMBOLOS INSPIRAM A CONDUTA DO MAÇOM


A legalidade de princípios proíbe a substituição de símbolos e alegorias que não procedem
da maçonaria primitiva, fonte da tradição da livre maçonaria.
Os símbolos da maçonaria são utilizados pelos atuais maçons, chamados especulativos,
como inspiração a uma conduta moral correta em loja e fora dela.

A Diversidade de Idéias
"É preciso planar sobre o que nós fazemos. É necessário saber muito mais por cima e por
baixo, ao lado e de todos os lados, rodear o seu objeto e tornar-se o seu dono". (Jules Michelet,
historiador e escritor francês).
A Glória do Ocidente reconhece que a diversidade de idéias é imprescindível na formação
das lojas maçônicas onde a atenção principal é o Ser Humano com suas crenças e convicções.
Também destaca, enquanto instituição filosófica e iniciática, o valor do pensamento como
força viva do conhecimento, um dos códigos capaz de decifrar o coração do universo criado por
Deus para ajudar o próximo.
Esta informação também é utilizada para interpretar o mundo maçônico ao iniciado. Nesse
sentido a Loja é o símbolo do macrocosmo – o Universo – e do microcosmo – o Homem.
O conhecimento maçônico das preleções transmitidas em Loja Aberta imbrica em escolas
que traduzem, por suas características peculiares, uma reflexão sobre a existência do homem. Tal
percepção é individual e intransferível, levando o maçom, em seus estudos, a uma interpretação
pessoal da vida.
Cada maçom, influenciado por suas crenças e convicções, adota uma dessas escolas. Por
isso a Franco-Maçonaria Universal resume a sua filosofia em quatro escolas de pensamento:
A escola Antropológica estuda a evolução do ser humano com base nas suas
características biológicas e culturais.
A oculta faz os seus estudos considerando o que não é manifesto; que é secreto e
misterioso.
A Escola mística de caráter mais contemplativo, estuda as coisas divinas ou espirituais, com
o foco nos símbolos e alegorias retirados da Bíblia e de outros livros sagrados.
A autêntica fundamenta suas pesquisas na essência da maçonaria universal; nos
documentos existentes que comprovam a sua criação, como por exemplo, a origem da maçonaria
inglesa e francesa, consideradas as reguladoras das atividades maçônicas no mundo.

TEMAS PARA O APRENDIZ MAÇON SOBRE MAÇONARIA UNIVERSAL

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Associações de Pedreiros da Antiguidade
Na procura das origens da Maçonaria, os historiadores têm analisado as associações que
existem desde os mais tempos mais longínquos e encontrado que os pedreiros ou outros ofícios
relacionados com a arte de construir tem-se destacado por serem eles os que mais tem criado este
tipo de associações, em certa forma similares das conhecidas nos tempos da Idade Média.
Na antiga Caldéia existiriam confrarias de construtores 4.500 anos ac e têm-se encontrado
certos monumentos acádicos em que aparece um triângulo como símbolo da letra Rou (construir).
No Egito a arquitetura foi ciência sacerdotal, iniciática, hermética, com segredos que eram
mantidos fora do alcance da sociedade comum.
Na China, existiam livros sagrados que conheciam o simbolismo do esquadro e do
compasso, que eram a insígnia do sábio diretor dos trabalhos.
Na Grécia encontramos a confraria de Dionísio, que era uma divindade originaria da Tracia
e que construiu templos e palácios tanto na Grécia como na Síria e na Pérsia. Seus membros eram
homens de ciência que não somente se distinguiam pelo seu saber como também porque se
reconheciam por sinais e toques. Mantiveram um colégio em Theos, lugar que lhes fora designado
como residência e onde eram iniciados os novos membros. Reconheciam-se por médio de toques
e palavras; estavam divididos em lojas que eles denominavam colégios; cada colégio era dirigido
por um Mestre secundado por inspetores que eram eleitos pelo período de um ano; celebravam
assembléias e banquetes; os mais ricos ajudavam aos que se encontravam em má situação ou
doentes e relacionavam a arte de construir com o estudo de mistérios.
Numa Pompilio, segundo rei de Roma (715–672 ac) fundou ou somente autorizou e
consagrou os Collegia de artesãos. O povo foi dividido em ofícios agrupados em confrarias com
culto. Plutarco menciona 9 collegias; eram mutualidades que as vezes adotavam caráter religioso
recebendo o nome de Sodalitates. Entre os Collegia Fabrorum (de Faber = pessoa que trabalha um
material), nos colégios funerários e as confrarias religiosas existia ritual iniciático, cerimônias,
eleições, decisões pela maioria de votos, patronos honorários; estima-se que o mesmo ritual teria
sido transmitido através de 6 séculos, os membros estavam divididos em 3 classes, compostos
unicamente por homens, podiam ser de diferentes países, adotaram uma fórmula similar ao
Grande Arquiteto do Universo para simbolizar a Deus, tem sido encontrados sarcófagos romanos
com compassos, esquadros, prumos e níveis. Nas escavações realizadas em 1878, foi encontrado
o Collegia de Pompéia (79 dc) que tinha duas colunas na entrada e esquadros unidos nas paredes.
Os Colllegia acompanharam as legiões romanas em todas as suas conquistas onde tiveram a
oportunidade de difundir sua arte da construção, podendo ser a semente das fraternidades da
Idade Média, mas não existe nenhum documento ou outro fato concreto que demonstre esta
possibilidade. Os Collegia terminam quando começam a serem usados como instrumentos políticos
sendo abolidos pela Lex Julia (64 ac), voltam mas César baniu-os; Augusto dissolve-os,
preservando somente os de utilidade pública; Trajano insiste na proibição mas Aurélio tolera e
ajuda-os. Com o fim do Império Romano desaparecem definitivamente deixando poucas
lembranças em alguns países.
Durante as escavações do antigo porto de Roma foi descoberta uma inscrição do ano 152
dc com os nomes dos membros da corporação dos bateleiros de Ostia.
Em 286 dc, São Albano obteve autorização de Carausius, imperador britânico, que facultava
aos maçons para efetuar um Conselho Geral denominado Assembléia. São Albano participou da
Reunião iniciando a novos irmãos. (Relatado nas Constituições Góticas de 926)
O rei lombardo Rotaris (governou entre 636-652), confirma por édito aos Magistri Comacini,
privilégios especiais. Os Mestres Comacinos são considerados o elo perdido da maçonaria, o laço
de união que une os clássicos Collegia com as guildas de pedreiros da Idade Média, mas não
existe nenhuma evidencia documental. A Ordem foi fundada nas ruínas do Colegio Romano de
Arquitetos e, na queda do Imperio Romano (478), refugiaram-se na ilha fortificada de Comacino, no
Lago Como. Os Comacinos eram arquitetos livres, celebravam contratos e não estavam
submetidos a tutela nem da Igreja e nem dos senhores feudais. O nome de Mestres Comacinos
nao derivaria do nome da cidade Como, porque seus habitantes são chamados Comensis ou
Comanus; o nome de comacinos significaria Companheiro Maçom e também, existe o nome de
comanachus (companheiro monge) sem referencia a cidade de Como.

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Na inauguração em 674 dc da Igreja de Wearmouth, nas Ilhas Britânicas, construída pêlos
Comacinos, foi emitido um documento de apresentação com palavras e frases do edito de 643 do
rei lombardo Rotaris.
Por uma pedra gravada entre 712 e 817 dc, sabe-se que a Guilda Comacina estava
constituída por Mestres e Discípulos, obedeciam um Grão Mestre ou Gastaldo, chamavam Loja os
locais de reunião, tinham juramentos, toques e palavras de passe, usavam aventais brancos e
luvas, seus emblemas tinham esquadro, compasso, nível, prumo, arco, nó de Salomão e corda
sem fim e reverenciavam os Quatro Mártires Coroados.
Durante o reinado progressista e cultural de Alfredo O Grande na Inglaterra (849-899) a
corporação maçônica se estabelece sob normas mais regulares. Divide-se em reuniões parciais
denominadas lojas, dependendo todas de um poder central regulador, hoje conhecido como
Grande Loja, com sede em York, sendo o objetivo principal a construção de edifícios públicos e
catedrais.

O Manuscrito de Halliwell
O Manuscrito de Halliwell ou Poema Regius (James Orchard Halliwell, antiquário inglês que
não era maçom, descobriu o documento na Biblioteca Regia do Museu Britânico e foi publicado no
Freemason Magazine em Junho de 1815) teria sido escrito na segunda metade do século XIV,
conforme opinião de seu descobridor. A data deve ser entre 1425 a 1427 porque não poderia ter
sido preparado antes da lei de 1427 e nem depois da lei de 1444/1445. David Casley, especialista
na matéria, estima que o escrito é de 1390. O historiador maçônico alemão, irmão Wilhem
Begemann (1843-1913) indica Worcester como o lugar de origem do manuscrito.
O Manuscrito, conservado atualmente no Museu Britânico, foi, em um tempo, propriedade
de Charles Theyer, colecionador do século XVII, quem o doou para a família real, e em 1757,
George II doou-o simbolicamente para o povo inglês, ficando na Biblioteca Regia. Sua importância
como documento foi descoberto pelo mencionado J. O. Halliwell, mais tarde, Halliwell Phillips que
presenteou-o a Sociedade de Antiquários de Londres em 18 de Abril de 1839. O nome de
Manuscrito Régio foi sugerido por Gould para assinalar a investidura de seus anteriores
proprietários e doadores.
Este documento contém 794 versos em inglês antigo; apresenta a antiga tradição da
Corporação, os 15 artigos da lei com 15 pontos de ampliação, as novas Ordenanças de Geometria
e a Lenda dos 4 Santos Coroados. A Maçonaria e conhecida nele como Geometria. O Poema
Régio não faz menção ao Templo de Salomão e nem a Hiram Abif. Destaca a dois personagens:
Euclides, o geometra grego alexandrino do século III ac e a Noé bíblico. (Note-se a similitude com
a Constituição de Anderson). Relata que o grêmio estabeleceu-se em York em 926 sob o patrocínio
do Príncipe Edwin, irmão, médio irmão ou sobrinho do rei Atelsthan.
Os Santos Quatro Coroados (Quator Coronati) eram os Santos Patronos dos arquitetos
lombardos e toscanos, depois dos maçons construtores da Idade Média e mais tarde da maçonaria
Operativa de Alemanha, França e Inglaterra. A historia é de dois grupos de mártires e existem
muitas versões. Conforme a Enciclopédia da Franc-maçonaria de Lenning (1901) “o primeiro grupo
estava composto de 4 pedreiros de nomes Claudius, Castorius, Simphoranius e Nicostratus, que
eram secretamente cristãos. O Imperador Diocleciano solicitou para eles em 302 dc, uma estatua
do Deus pagão da saúde Esculápo, ao que eles se negaram pela sua condição de cristãos,
solidarizando com eles um outro pedreiro, que não seria cristão. (Outra versão indica que este 5o
seria um soldado romano de nome Simplicius). O Imperador condenou aos 5 a morrer dentro de
esquifes de chumbo que foram jogados no rio. Os esquifes com os corpos foram recuperados por
um cristão que os guardou na sua casa (Difícil de acreditar considerando o peso dos esquifes;
somente se foram resgatados unicamente os corpos).
Onze meses depois, Diocleciano ordenou incenso e sacrifícios à imagem de Esculápio, mas
4 suboficiais eram cristãos e resistiram a ordem sendo mortos a chicotadas; seus nomes eram
Severus, Severinus, Carpophorus e Victorinus. Os 4 foram sepultados pelos cristãos junto aos
primeiros 5 mártires (Novembro 303).
A tradição estabelece o 8 de Novembro como festa de homenagem aos mártires, mas são
lembrados unicamente os 4 pedreiros; não existe uma boa explicação do termo “coroado” e outra

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versão fala que eles aceitaram construir estatuas ao Sol Invicto mas recusaram a de Esculápio o
que faz supor que eles seriam do culto de Mitra e não cristãos.
O Manuscrito de Halliwell permite estabelecer a aparição da Maçonaria Operativa sob o
reinado do mencionado rei Athelstan (895-940) neto de Alfredo o Grande. Athelstan foi um
prudente legislador que trouxe paz ao país, construiu muitas igrejas e castelos e acredita-se que
ele convocou a reunião, mencionada no Manuscrito, de maçons para estudar leis, regras e preços.
A Segunda Assembléia Geral da Fraternidade, conhecida pelas tradições, haveria sido convocada
pelo príncipe Edwin na cidade de York. Nesta Assembléia conhecida como Convento Maçônico de
York, nasceram as Constituições Góticas. Estas Assembleias continuaram por muito tempo. A
antiga Constituição de York ou Constituição Legal das Lojas maçônicas de Inglaterra, conforme
original mantido na Grande Loja de York, escrita em latim, tem 3 partes, sendo um preâmbulo em
forma de oração, uma sumaria historia da arte de construir e os Estatutos da Loja com 16 artigos e
foi utilizada por James Anderson na Constituição de 1723. Conforme outros autores, a data da
Assembleia seria 936.

As Sociedades na Idade Média


No reinado de Alfredo O Grande (872-900) sábio rei da Inglaterra, protetor das artes e das
ciências, considerado como o fundador da Universidade de Oxford, a arte de construir progrediu,
mas não o suficiente limitado pela falta de verdadeiros mestres. No reinado de Athelstan, neto do
anterior, chegaram mestres pedreiros vindos da França e da Alemanha, países que tinham uma
arquitetura bem mais avançada.
No séc X a cidade de Milão tinha tantas corporações de ofícios como Bruxas e Gantes as
que tinham garantias e liberações de impostos e proteção das autoridades, motivo pelo qual
começaram a ser chamadas de “francmestieres”, ou seja ofícios livres, a diferença dos outros
ofícios independentes que sofriam todo tipo de taxas e controle.
Grêmios se estabelecem em todos os cantos da Europa: em 1099 temos os tecedores de
Maguncia, em 1066 os pescadores de Worm, em 1128 os sapateiros de Wützbourg, em 1149 os
tecedores de colchas de Colônia, os curtidores de couro de Rouen formam um grêmio no início do
séc XII, na Inglaterra encontramos grêmios em Oxford, Huntington, Winchester, Londres, Lincoln,
etc durante o reinado de Enrique I (1100-1135).
No reinado de Eduardo III (1312-1377) diversos ofícios começam a constituir-se sob a
denominação de Livery Companies e a mudar seu nome de guilda para crafts e Mysteries, mas
ficando a organização e espírito sem mudanças. Craft denomina no inglês uma habilidade, arte ou
destreza do obreiro; mystery indicaria a preservação dos secretos de seu ofício ou conforme alguns
pensam, estaria relacionado com o caráter de “mestre”; guilda (do inglês guild), denomina um
grêmio, fraternidade ou sociedade organizada para ajudar no trabalho de uma igreja. Há que veja
nestas corporações a continuidade dos Collegia ou dos Mestres Comacinos, mas nunca tem-se
descoberto o denominado como “elo perdido” da maçonaria que vincule aqueles com as
sociedades da Idade Média. Na formação dos grêmios da Idade Média participaram 4 fatores que
são: a vigilância organizadora exercida pelas autoridades urbanas, a ação corporativa dos artesãos
usando o apoio das autoridades, a organização tipo militar dos grêmios e a força de uma estreita
fraternidade do ofício.
Após estas lembranças das fraternidades de pedreiros da Idade Média, não podemos deixar
de mencionar uma significativa lâmina que aparece no Ritual de Aprendiz da Grande Loja
Maçônica do Estado de São Paulo, onde vemos a figura pensativa de um Aprendiz que desbasta a
sua Pedra Bruta junto à menção da Idade Média seguida de duas datas: 476 a 1453. Os
historiadores denominam Idade Média ao imenso intervalo entre a Antiguidade e o que pode ser
chamado de Tempos Modernos. Entre o mundo antigo e a nova idade, estender-se-iam os séculos
medianos, caracterizados sob uma nova perspectiva filológica (filologia: ciência que por médio de
textos escritos, estuda a língua, a literatura e todos os fenômenos de cultura de um povo): a fase
intermediaria fora a do latim bárbaro, enquanto que a restauração da língua clássica, assinalaria a
idade nascente.
Esta fase abarca exatamente um milênio. Para marcar o início deste período intermediário
têm sido consideradas muitas datas e, de todas elas, uma teve especial repercussão: 476, data do
fim do Império do Ocidente quando as sucessivas invasões bárbaras terminam com o último

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Imperador romano; entre os anos 307 e 337 o Imperador Constantino o Grande, tinha reunificado o
Império mas fundado uma nova capital em Bizâncio (Constantinopla); depois da sua morte o
Império é novamente fragmentado, os chefes militares governam a seu bel prazer em nome dos
Imperadores, que somente mantém as aparências até a desaparição do que fora o maior expoente
da supremacia ocidental, na época.
Assim como o desaparecimento do Império romano de Ocidente assinala o início da Idade
Média, como uma espécie de revanchismo a tomada de Constantinopla em 1453 pelos turcos,
marca o fim do Império romano de Oriente sendo escolhido como o término deste período
obscurantista denominado pelos historiadores como Idade Média.
Mas não tudo é escuro neste período: começam a formar-se as línguas modernas em
substituição ao latim. A Idade Média é uma fusão de conhecimentos adquiridos na Antiguidade, no
Cristianismo e dos novos povos europeus. Nasce o burgo, antecessor de nossa cidade moderna.
As associações de pedreiros iniciam a construção de catedrais que hoje são a maravilha de turistas
cultos em diversos países europeus. Podemos dizer que a sociedade humana passa longos mil
anos desbastando sua pedra bruta até atingir um estágio superior denominado Renacentismo.

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