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Soberano Santuário Maçônico Mundial

de
Memphis Misraim

Peça de Arquitetura Maçônica 1

Itaquera da Serra- Itirapina - SP


Declaração

“Eu,...................................................................................., declaro
perante o Grande Arquiteto do Universo que manterei todas as
Peças de Arquiteturas Maçônicas a mim confiadas a partir de
hoje em local secreto e seu conteúdo terá sigilo absoluto.

Após minha morte este material maçônico será devolvido para:

Soberano Santuário Maçônico Mundial de Memphis Misraim

Praça de Julho 164

Centro

Brotas – SP

17380-000
Soberano Santuário Maçônico Mundial
do
Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis Misraim

Seja bem vindo à maior e mais poderosa Fraternidade


Iniciática do Mundo que é a Maçonaria.

Solicito que leia atentamente todas as informações desta


Peça de Arquitetura 1 para que possa no final responder ou não
a meu chamado de aperfeiçoamento espiritual e material, talvez
oportunidade única em sua vida atual. Destaque-se da multidão
em termos de sabedoria e autodomínio, realizando os estudos
que proponho de forma sincera neste momento.

Juntamente com o Antigo e Primitivo Rito Oriental de


Memphis Misraim, poderá também realizar estudos da Ordem
Hermética da Golden Dawn e da Ordem Martinista Maçônica que
também são excelentes fontes de conhecimentos para todo
buscador sincero.

____________________________________________________

Pelicano – Imperadore Mundis – Grau 100

Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis Misraim

Ordem Hermética da Golden Dawn

Ordem Martinista Maçônica


Todos os segredos da Maçonaria ao alcance de suas mãos...

Muitos podem pensar que ser Maçom consiste em reunir-


se dentro de um Templo, devidamente revestido de suas
insígnias e em assumir certas posturas ou afazeres dentro de
uma Loja Maçônica. Ser Maçom é muito mais do que estar
presente fisicamente, é irradiar as qualidades mentais e
espirituais adquiridas através de uma vivência maçônica. A
Maçonaria é para ser vivida, Maçom é aquele que deixa o
conhecimento maçônico penetrar em sua alma. É deixar que este
conhecimento o faça ainda melhor, pois o objetivo da Maçonaria
nos dias atuais é aprimorar a existência humana.

O saber maçônico se constitui de muito mais que palavras


de motivação ou frases de sucesso que sobreviveram ao tempo,
como muitos podem pensar. O conhecimento provém das
antigas tradições de nossos antepassados, e mesmo assim se
mostra atual em nossos dias. Através da sabedoria maçônica
contida neste nosso programa de estudos maçônicos, encontrará
as chaves para o sucesso, para as realizações, para a
prosperidade e a felicidade.

Posteriormente receberá meu convite pessoal para que


agende sua Cerimônia de Iniciação ao Grau de Aprendiz em
Templo Maçônico, ocasião especial na vida de todo Maçom.
A Maçonaria

Introdução

A Maçonaria é atualmente a maior e mais poderosa


Ordem Iniciática do Mundo.

Apesar de infinitas polêmicas a respeito de sua origem, a


Maçonaria surgiu com Salomão que em 999 a.C. viajou para as
Escolas de Mistério do Egito, em busca do saber esotérico.

Salomão retornou à Palestina, tornou-se rei e fundou uma


Organização aos moldes egípcios, porém restrita a homens.

O Egito como afirma a tradição, recebeu da Atlântida e


Lemúria o conhecimento esotérico, sendo que o mesmo
continua sendo preservado e utilizado pelas verdadeiras Ordens
Esotéricas autênticas.

No Egito, uma das primeiras Escolas de Mistério foi a Escola


Osiriana. Seus ensinamentos estavam baseados na vida, morte e
ressurreição do deus Osíris.

A Loja Maçônica foi criada para funcionar como uma


espécie de Escola de Mistérios, um local onde os Irmãos se
reúnem e podem ajudar uns aos outros no desenvolvimento
espiritual e, também, passam adiante a antiga sabedoria. Seus
Membros chamam a Maçonaria de Arte Real.

A Maçonaria surgiu como uma forma de deísmo que, no


caso, significa a crença em um Deus Criador, chamado de Grande
Arquiteto do Universo. A Maçonaria não se atém aos detalhes de
como os diferentes grupos vêem o Criador do Judaísmo, no
Cristianismo, no Islamismo, no Hinduísmo ou em qualquer outra
religião. Jeová, Deus, Alá e Brahma são igualmente aceitos como
formas de perceber o Grande Arquiteto do Universo.

A Maçonaria surgiu em uma época de grandes conflitos


religiosos, quando a crença mais comum era a de que qualquer
um que não estivesse de acordo com sua crença devia ser morto
da forma mais dolorosa e brutal possível. Vendo a enorme perda
de vidas e o desperdício de recursos que esses conflitos
acarretavam, os Maçons juraram banir do seu seio as discussões
sobre diferenças religiosas e concentrar-se em usar os recursos
de todas as tradições de sabedoria para o seu próprio
desenvolvimento pessoal.

Origens da Maçonaria

Além da versão tradicional citada, existem outras que


procuram explicar o início da Maçonaria.

Uma destas versões diz que a Maçonaria é a continuação


secreta dos Cavaleiros Templários do século XIV e a segunda
sustenta que a Maçonaria é a continuação das corporações
medievais dos construtores. Uma teoria surgida mais
recentemente garante que a Maçonaria resultou de uma
combinação de várias correntes de pensamento metafísico ou
oculto que se uniram na Europa do século XVII. A resposta
correta com relação às origens da Maçonaria, muito
provavelmente compreende todas essas versões. É bem provável
que todas essas correntes (Cavaleiros Templários, as guildas
maçônicas e o pensamento metafísico) tenham exercido sua
influência sobre o desenvolvimento da Maçonaria.
Os Cavaleiros Templários

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de


Salomão foi fundada em Jerusalém por Hugues de Payen, entre
os anos de 1115 e 1118. Os Cavaleiros Templários ocuparam
uma parte do palácio real que fora construído no local onde
originalmente estivera o Templo de Salomão. Também tinham
acesso aos subterrâneos do antigo templo, com o propósito de
usá-los como estábulos para seus cavalos, embora muitos
acreditem que tenham feito escavações ali. Se realmente o
fizeram, podem ter desenterrado tesouros e textos. O
Manuscrito de Cobre, constituído de um texto gravado em folhas
finas de cobre e de parte dos manuscritos encontrados na região
do Mar Morto, diz que os judeus enterraram várias arcas com
tesouros. Essa informação dá crédito à lenda segundo a qual os
Templários encontraram tesouros e ou documentos enterrados
nos subterrâneos do templo.

Os Templários exploraram muitas vias de conhecimento


no Oriente Médio, estabelecendo relações diplomáticas com os
sarracenos e traduzindo diversos manuscritos arábicos. Tiveram
muitas preceptorias ou mosteiros por toda a Europa e Oriente
Médio e os entalhes de suas construções mostram que os
Templários tinham conhecimentos de Astrologia, Alquimia,
Geometria Sagrada, Numerologia e Astronomia. Essas eram
áreas de conhecimento consideradas suspeitas pelos cristãos
daquela época e, portanto, as lendárias regras de sigilo dos
Templários podem ter sido criadas para proteger a Ordem de
acusações de heresia.

Nos últimos tempos vêm sendo encontrados documentos


do cristianismo primitivo, como os Evangelhos Gnósticos, além
de documentos alternativos do Judaísmo, como os Manuscritos
do Mar Morto. É muito provável que a Ordem dos Templários
também tenha encontrado documentos que não estejam de
acordo com a Bíblia e com os ensinamentos oficiais da Igreja.
Existiram muitos outros evangelhos e escritos do cristianismo
primitivo que, na realidade, não chegaram a fazer parte do Novo
Testamento. Muitos dos textos descobertos nos últimos tempos,
confundiram e, às vezes, até chocaram os estudiosos modernos.
Podemos apenas imaginar que efeito esses textos seriam
capazes de exercer sobre as pessoas numa época mais prosaica
como a dos Templários. Na época em que a Igreja proclamava o
seu direito de ser soberana do mundo, com base numa
interpretação literal da Bíblia, teria sido muito arriscado
reivindicar textos alternativos.

Os Cavaleiros Templários, como todos os cristãos da Terra


Santa na época, também se entregaram com entusiasmo à busca
de relíquias sagradas, ou de artefatos, como os pratos usados na
Última Ceia, pedaços da cruz ou fragmentos de roupa, até
relíquias humanas de diversos santos. Algumas pessoas
chegaram a acreditar que o Manto de Turim esteve por algum
tempo sob a proteção dos Cavaleiros Templários.

Como a Ordem dos Cavaleiros Templários atraía a


imaginação romântica da época, homens de muitas famílias
nobres ingressavam nela, doando suas propriedades. Além disso,
recebeu propriedades doadas por outros e, assim, os Templários
acabaram sendo uma das Ordens mais ricas da Europa, chegando
a financiar reinos inteiros. Essas transações financeiras acabaram
trazendo problemas para a Ordem.
O reino cristão de Jerusalém foi perdido em 1137, em
parte devido às decisões equivocadas do Grão-Mestre Templário
da época, e os cristãos acabaram sendo aos poucos empurrados
para fora do Oriente Médio. Na época, haviam surgido outras
ordens religiosas militares, como a dos Cavaleiros Teutônicos e a
dos Hospitaleiros, que se estabeleceram em algum lugar da
Europa. Quando os Templários perderam seus domínios no
Oriente Médio, ficaram sem uma base real. Tinham muitas terras
e preceptorias por toda a Europa, mas não tinham o controle
sobre nenhum território.

Os Templários tornaram-se diplomatas medievais,


preceptores internacionais, banqueiros e conselheiros. No início
do século XIV, muitos países, inclusive a França, deviam a eles
grandes somas de dinheiro. Filipe IV encontrou uma solução
criativa para pagar suas dívidas. Conseguiu, provavelmente pelo
assassinato de um dos primeiros Papas, colocar seu títere
Clemente V no controle da Igreja e, com isso, todos os
Templários foram detidos em 1307 sob acusação de heresia.

As prisões foram seguidas de uma inquisição sobre a


ortodoxia da Ordem, que acabou sendo desmantelada em 1312.
Houve importantes testemunhos de alguns Templários, mas a
credibilidade deles foi abalada pelo fato de terem sido obtidos
sob tortura ou ameaça de tortura. Os Templários foram acusados
de cuspirem na cruz e idolatrarem uma cabeça de bode chamada
Baphomet, entre outras heresias.

Os Templários detidos na França foram processados e


muitos foram presos ou queimados vivos. Em 1314, o último
Grão-Mestre dos Templários e o preceptor da Normandia foram
queimados vivos em fogo brando. Conta a lenda que o Mestre,
Jacques de Molay, desafiou Clemente V e Filipe IV a encontra-lo
dentro de um ano diante do trono de Deus para prestarem
contas de seus atos. Clemente V morreu dentro de um mês e
Filipe IV, um ano depois. É possível que os Templários ou alguns
de seus partidários tenham tido alguma participação nessas
mortes; de qualquer maneira, o fato de terem ocorrido só fez
aumentar a fama deles e a crença nos seus poderes mágicos.

Nem todos os Templários foram presos. Parece que a


Ordem foi advertida antecipadamente e, assim, um grupo deles
conseguiu escapar da Preceptoria de Paris com a biblioteca
principal e o tesouro da Ordem. Esse grupo parece ter ido para o
litoral norte da França, de onde fugiu na esquadra dos
Templários, que jamais foi encontrada. Os Templários de outros
países não foram tratados de maneira tão cruel quanto os da
França e muitos sobreviveram. Portugal absolveu os Templários
e deu refúgio aos que, fugindo de outras partes do mundo, iam
para lá. Na Grã-Bretanha, o rei demorou tanto tempo para
prender os Templários que todos os que quiseram, fugiram e só
os velhos e enfermos foram processados. A maioria deles foi
condenada a viver confinada dentro de mosteiros.

A Escócia foi o único país que não prendeu


absolutamente nenhum Templário. Robert Bruce, o rei da
Escócia, tinha sido excomungado por ter assassinado um
adversário dentro de uma igreja e não tinha nem disposição nem
tempo para se dar ao trabalho de combater os inimigos da Igreja.

Bruce tomou o poder vencendo uma grande batalha


contra os ingleses em Bannockburn em 1314, sete anos depois
da fuga de muitos Templários da França e de outros países. Há
quem acredite que o exército de Bruce tenha sido fortalecido
pelas habilidades militares e armamentos bélicos dos
Templários, e é totalmente possível que a esquadra templária
tenha navegado para a Irlanda e, de lá, para a Escócia.

Não há dúvida de que muitos Templários sobreviveram à


dissolução da Ordem e se instalaram em diversas partes da
Europa. Será que fundaram uma Organização secreta com o
intuito de passarem adiante seus ensinamentos?

Os Templários e a Maçonaria

Uma escavação do castelo de Athlit da Ordem dos


Templários na Terra Santa comprovou que os Templários tinham
seus próprios pedreiros e que, em pelo menos um caso,
gravaram um esquadro maçônico e uma pedra de prumo na
sepultura de um pedreiro templário. Outra sepultura tinha uma
âncora, indicando ser a do comandante de um navio. A maioria
das sepulturas de Templários tinha uma espada, sem nenhum
nome, uma vez que o cavaleiro abdicava de sua identidade
quando ingressava na Ordem. Na Escócia, foram encontradas
sepulturas com uma espada, porém sem nome, e lápides com
uma espada e símbolos maçônicos. Algumas pessoas acreditam
que essas lápides sejam indícios de que os Templários não
apenas estiveram na Escócia, mas que além disso tiveram uma
forte ligação com os Maçons daquele país.

A família escocesa de Sinclair tinha relações estreitas com


os reis da Escócia, inclusive com Robert Bruce. Se os Templários
participaram efetivamente do exército de Bruce, provavelmente
Willian Sinclair, assim como o próprio rei. Em 1441, o rei da
Escócia James II nomeou um descendente da família Sinclair, Sir
Willian, como Patrono e Protetor de Maçons Escoceses. Essa era
uma posição que a família passou a ver como hereditária e
continuou envolvida com construtores e Maçons por muitas
gerações.

Em 1446, Sir Willian iniciou a construção da Capela


Rosslyn. Sua intenção era que fosse uma igreja colegiada, mas
depois de quarenta anos de construção da capela, seu filho não
prosseguiu com o projeto e só a capela acabou sendo construída.
A Capela Rosslyn, apesar de ser cristã, está repleta de
simbolismo pagão, demonstrando que Sir Willian tinha interesse
em assuntos incomuns para a época e também para um cristão.
Diz a lenda que Sir Willian importou pedreiros Maçons do
continente e que a cidade de Roslin foi construída para
acomodá-los. Lendas sobre a construção de Rosslyn acabaram
tornando parte da Maçonaria. Se os pedreiros Maçons vieram de
fato do continente, devem ter trazido consigo as lendas e o
conhecimento de construção que tinham herdado das tradições
romanas e que podem ter sido fundidos com a própria tradição
maçônica dos Templários.

Quando, no século XVII, a Maçonaria deixou de ser uma


Organização corporativa para se tornar uma Organização de
caráter especulativo, a família Sinclair começou a envolver-se
com a Maçonaria Escocesa. Houve uma continuidade da família
Sinclair desde os tempos da chegada dos Templários, passando
pela época das corporações de classe maçônicas e indo até o
tempo da Maçonaria Especulativa. Isso contribuiu para que se
acreditasse que os Templários tenham sido os precursores da
Maçonaria e, também, para a crença de que a biblioteca e o
tesouro dos Templários estiveram ou continuam enterrados na
Capela Rosslyn.
Existem ainda algumas semelhanças entre o que se
conhece dos Templários e as práticas dos Maçons. Uma delas é
que o único adorno permitido nas vestimentas dos Templários
era a pele de carneiro e tinham de usar o tempo todo um cinto
de pele branca de carneiro como símbolo de castidade. Os
Maçons usam um avental de carneiro como símbolo de vida
imaculada. Os capelães templários usavam luvas brancas o
tempo todo fora da missa para terem as mãos limpas quando
fossem tocar a Hóstia Consagrada. Os Maçons usam luvas
brancas como parte de seus paramentos rituais, prática que teve
início num período da história em que usar luvas não era tão
comum quanto se tornou mais tarde. Os procedimentos dos
Templários eram totalmente secretos e consta que punições
severas eram infligidas sobre aqueles que violassem. Os rituais
maçônicos são também secretos e os Maçons fazem votos de
guardarem sigilo que incluem descrições de punições terríveis
para quem os quebrar.

Uma objeção à teoria de que os Templários constituem a


origem da Maçonaria é que os relatos sobre os Templários
abstêm-se de mencionar que nem todos os Membros da Ordem
eram iguais. De fato, a Ordem continha três divisões. Os
cavaleiros provinham da nobreza e, como a maior parte dos
Membros da nobreza europeia, da época, costumavam ser
analfabetos. Os cavaleiros usavam mantos brancos com uma
cruz vermelha, cabelo curto e barba longa. Formavam a força de
combate da Ordem.

O segundo grupo dos Templários era formado pelos


sargentos. Esses homens eram recrutados entre os membros
livres da classe média de mercadores ou artesãos relativamente
prósperos. Os sargentos usavam mantos pretos ou marrons
escuros com uma cruz vermelha. Serviam como soldados,
sentinelas, cavalariços, camareiros e outras funções afins.

O último grupo era formado por clérigos, sacerdotes e


capelães: esses eram muitas vezes os únicos membros
alfabetizados da Ordem. Usavam mantos verdes com uma cruz
vermelha. Eram os escribas, os responsáveis pelos arquivos,
registros e bibliotecas. Teriam sido os guardadores do
conhecimento dos Templários.

Devido a essas divisões da Ordem dos Templários, a


presença dos Cavaleiros Templários numa determinada região
após a dissolução da Ordem não garantia a presença de nenhum
conhecimento mais elaborado por parte dos Templários. Para
passar adiante os conhecimentos dos Templários, os cavaleiros
tinham que apresentar os documentos da Ordem ou estar
acompanhados pelos clérigos. Uma ou ambas dessas condições
podem ter ocorrido na Escócia, desde que a biblioteca dos
Templários desapareceu da Preceptoria de Paris e foi levada para
algum outro lugar. A presença de alguns Templários na Escócia é
praticamente certa. A presença de algum conhecimento
particular dos Templários é muito mais difícil de ser comprovada.

A Maçonaria Operativa

Os pedreiros envolvidos na atividade de construção são


chamados de Maçons Operativos, enquanto os Maçons são
conhecidos como Maçons Especulativos. A Maçonaria Operativa
não era um simples negócio, mas foi transformada em arte
refinada nas culturas grega e romana. Vitrúvio acreditava que,
além de possuírem conhecimentos técnicos, os arquitetos
deviam estudar Filosofia, Música, Astrologia e outras disciplinas
relacionadas. As idéias de Vitrúvio e seus sucessores foram
introduzidas na Europa com a expansão do Império Romano.

Quando os romanos deixaram a Grã-Bretanha no século IV


d.C., a invasão anglo-saxônica destruiu a maior parte das
construções de pedra da era romana e, durante os três séculos
seguintes, as construções foram feitas de madeira e sapé. Os
grandes projetos de construção em pedra só voltaram a ser
erigidos por volta do ano 1.000 d.C., mas é improvável que os
conhecimentos romanos nessa área tenham sobrevivido na Grã-
Bretanha daquela época. Embora, muito provavelmente, tenham
sobrevivido no continente europeu e, também, que tenha
ocorrido um intercâmbio de idéias entre os Maçons do
continente e os da Bretanha Normanda. Podemos supor que
pelo menos parte da tradição romana de arquitetura fez seu
percurso de volta à Grã-Bretanha com o retorno dos
construtores Maçons.

No século XIII, eram ainda poucas as construções de pedra


que estavam sendo erigidas na Inglaterra. Apenas as catedrais, as
igrejas e os castelos erigidos pelo rei ou por aqueles nobres que
tinham a permissão do rei para “construir castelos”, eram feitos
de pedra. Os pedreiros eram, portanto, empregados apenas pela
Igreja ou pela nobreza e havia uma ligação de longa data entre
esses grupos que voltaria à superfície durante a formação da
Maçonaria. Os pedreiros eram às vezes recrutados pelo rei e
pelos nobres para construírem castelos e fortificações de guerra
e, assim, muito poucos deles podiam se concentrar unicamente
no trabalho artístico da Igreja. Parte do que conhecemos sobre o
estilo de vida dos pedreiros provém das esculturas que eles
fizeram de si mesmos e deixaram nas construções.
De acordo com seus níveis de conhecimento, os
trabalhadores da construção abarcavam desde os pedreiros
brutos que dispunham pedras comuns até os artesãos altamente
qualificados que trabalhavam com pedra mais mole, como o
calcário, também conhecida como pedra de cantaria. Esses
trabalhadores altamente qualificados passaram a ser chamados
de pedreiros de cantaria e, finalmente, de Maçons. Como
demonstram as construções de pedra do passado, os pedreiros
europeus não eram meros assentadores de tijolos. Alguns deles
estavam também envolvidos com arquitetura e tinham os
conhecimentos geométricos necessários para desenhar e
construir estruturas sofisticadas, inclusive de catedrais
suntuosas. Um dos segredos mais preciosos do pedreiro era o da
chave da abóboda, a pedra do centro que sustentava as maciças
e complexas colunas.

No século XIV e, talvez já no século XIII, foram formadas


diversas corporações de classe na Inglaterra, bem como em
muitos outros países da Europa. Essas corporações profissionais
eram dirigidas por Organizações que tinham uma licença
concedida pelo rei. As guildas regulavam todos os aspectos da
vida. A associação dos pedreiros exigia de seus Membros que
acreditassem na doutrina da Igreja Católica e que rejeitassem
toda e qualquer heresia, que cumprissem com todas as suas
obrigações para com o rei e outros superiores, e que vivessem de
acordo com os preceitos morais vigentes. Adultério, fornicação,
permanecer fora de casa depois das oito horas da noite e
frequentar tavernas e bordéis eram todas atividades proibidas. E
só era permitido jogar cartas durante os doze dias em volta do
Natal.
Depois de a praga ou Peste Negra ter dizimado a Europa,
nos séculos XIV e XV, houve escassez de mão-de-obra. Os
trabalhadores da Inglaterra procuraram naturalmente tirar
proveito dessa escassez de mão-de-obra, exigindo salários mais
altos. Em resposta foram criadas leis limitando os salários para
diversos tipos de trabalho. Muitos pedreiros se recusaram a
respeitar esses regulamentos e juntaram-se a entidades de
classe clandestinas, que não aceitavam trabalhar por salários
abaixo dos estabelecidos por elas. O sigilo era essencial para
esses grupos, uma vez que tanto os pedreiros quanto
empregadores estariam sujeitos a pesadas multas se fossem
flagrados. Essa pode ter sido uma das causas das leis de sigilo
que posteriormente viriam se tornar uma das partes mais
importantes da Maçonaria.

No século seguinte, os Maçons Operativos já tinham


compilado uma vastíssima coletânea de lendas relacionadas com
o ofício, incluindo lendas sobre a construção do Templo de
Salomão, de Deus como o arquiteto do universo e várias idéias
herméticas e neoplatônicas que não eram comuns na Europa
antes do Renascimento. A partir das informações disponíveis, é
impossível saber de que maneira essas idéias penetraram nas
guildas de pedreiros. Uma teoria bastante popular é que essas
idéias são de origem templária. Como outras guildas de artesãos,
os pedreiros também participavam de representações de peças
de mistério para a comunidade em dias de festa, provavelmente
incluindo peças que tinham relação com a construção original do
Templo de Jerusalém, prática essa que pode ter passado para os
rituais da Maçonaria.

Na Escócia, os Maçons Operativos continuavam ativos nas


guildas na época em que começaram a convidar os Maçons
Especulativos das classes superiores para se unirem a eles. Na
Inglaterra, as guildas operativas eram menos ativas e não se sabe
com certeza se houve uma transição direta da Maçonaria
Operativa para a Especulativa. Está claro, no entanto, que os
Maçons Especulativos que começaram a se encontrar em grupos
fechados chamados Lojas Maçônicas no século XVII adotaram o
nome e os regulamentos ou a constituição dos Maçons
Operativos anteriores.

A Maçonaria, em sua totalidade, incorporou claramente


muitas das lendas dos Maçons Operativos e usaram a Maçonaria
Operativa como base do simbolismo e da alegoria que utiliza
para ensinar os princípios da doutrina maçônica.

O Pensamento Metafísico

A maior parte do conhecimento metafísico ou esotérico


chegou à Europa Ocidental vinda do Oriente. A grande ironia
com respeito à sua difusão na Europa é que essa doutrina, que
constituía a base para a tolerância religiosa, foi propagada pela
própria intolerância e perseguição religiosas.

Uma das primeiras incursões dessa doutrina na Europa


começou nos séculos VII e VIII, quando os invasores islâmicos
ocuparam a Península Ibérica e parte da França. Do ano de 732
até 1492, a Espanha foi o repositório do conhecimento esotérico
do Islamismo, do Judaísmo, da Filosofia Clássica Grega e de toda
a história da tradição da sabedoria oriental.

Com as viagens que eram feitas entre a Espanha e outras


partes da Europa, esses conhecimentos se propagaram. O
cavaleiro bávaro Wolfram Von Eschenbach escreveu sua versão
da lenda do Santo Graal, Parzival, que mais tarde seria usada
como base para a ópera de Wagner, Parsifal, a partir de uma
lenda que diz ter encontrado na Espanha. Nicolas Flamel, o mais
célebre alquimista do Ocidente, teria supostamente aprendido
seus segredos de um livro que adquirira na Espanha. Em 1492,
quando os monarcas católicos tomaram o poder, baniram os
judeus e deram início à Inquisição Espanhola, muitos refugiados
fugiram para outros países da Europa Ocidental, levando consigo
seus conhecimentos.

Em 1493, Constantinopla e os últimos remanescentes que


haviam sobrado do antigo Império Bizantino caíram nas mãos
dos invasores turcos e os refugiados fugiram para a Europa
Ocidental levando consigo suas bibliotecas e textos sobre
hermetismo, neoplatonismo, gnosticismo, cabala, astrologia,
alquimia e geometria sagrada.

Na Europa Ocidental, a Renascença estava começando. Na


Itália, surgiram academias de estudos bizantinos. A geometria
sagrada já não servia mais apenas no contexto da arquitetura,
mas artistas como Leonardo Da Vinci e Botticelli a aplicavam à
pintura e à escultura, enquanto outros a aplicavam à poesia, à
musica e ao teatro. Os ensinamentos das filosofias platônicas e
neoplatônicas difundiram-se por toda a Europa, inclusive o
Timeu, diálogo de Platão que fala do Criador que é o arquiteto
do universo.

Na Inglaterra, o pensamento esotérico também ganhava


popularidade entre celebridades como Sidney, Spenser, Marlowe
e Francis Bacon. Começaram a se formar “sociedades secretas”.
Mais ou menos na mesma época, foi criada na Alemanha a
Sociedade Rosacruz por um grupo de deístas que pregava a
tolerância religiosa. Em 1617, irrompeu a Guerra de Trinta Anos
entre católicos e protestantes e muitos Membros da Ordem
Rosacruz fugiram para outras partes da Europa.

No século XVII, quando com a propagação do


protestantismo muitas pessoas começaram a ler a Bíblia, surgiu
um grande interesse pelos aspectos esotéricos dos relatos
bíblicos, como a lenda em torno da construção do Templo de
Salomão. Achava que Salomão era o maior Filósofo de todos os
tempos e disse que as leis newtonianas da gravidade tinham
sido, em parte, baseadas nas medidas do Templo de Salomão.
Newton também achava que as medidas desse templo
profetizavam a segunda vinda de Cristo para 1948.

Uma análise da Maçonaria e seu simbolismo nos revela


que tomou muita coisa emprestada de várias tradições. Os
Maçons e os aristocratas da Escócia podem muito bem ter
preservado a tradição dos Templários e é obvio que a Maçonaria
foi estabelecida de acordo com a estrutura da Maçonaria
Operativa. No entanto, é também verdade que os intelectuais
que se envolveram com a Maçonaria Especulativa nos séculos
XVII e XVIII vinham de séculos de exposição a formas de
pensamento oriental que, provavelmente, tinham muito a ver
com o que os Templários recolheram no Oriente. Seria
impossível destacar uma única fonte como sendo a que deu
origem à Maçonaria.

A História da Maçonaria na Europa

Os Antigos Encargos ou regras organizacionais da


Maçonaria Operativa apontam para os séculos XIII ou XIV, mas os
primeiros registros de uma Organização Especulativa só surgiram
no século XVI. O primeiro registro escrito de Iniciação na
Maçonaria foi a Iniciação de Elias Ashmole em 1646. Como sua
Iniciação foi feita numa Loja que já existia, outras pessoas devem
ter sido iniciadas antes dele.

Ashmole era Alquimista, Astrólogo e Membro da Ordem


Rosacruz, bem como da Ordem Maçônica. Ficou conhecido pelo
Asmolean Museum de Oxford, que recebeu seu nome devido à
coleção de obras que deixou para a universidade. Ashmole foi
um dos primeiros membros da Royal Society. Seu colega de
Royal Society, Sir Robert Moray, era também Maçom, e
Christopher Wren foi iniciado, mas parece que não chegou a
participar. Isaac Newton tinha esses mesmos interesses, mas não
chegou a ser Maçom.

A primeira Grande Loja da Maçonaria foi fundada em


Londres em 24 de junho de 1717. Antes disso, a Maçonaria na
Inglaterra estivera ligada à realeza e à aristocracia. Em 1787, Sua
Alteza Real George, o Príncipe de Gales, foi iniciado; tornou-se
Grão-Mestre em 1791. Renunciou a essa posição de Grão-Mestre
quando foi coroado rei, mas outros membros da aristocracia
seguiram seus passos. O Duque de Sussex tornou-se Grão-
Mestre em 1814. Os reis Edward VII e George VI foram ambos
Maçons e George VI tornou-se Grão-Mestre em 1937. Nas
décadas de 1960 e 1970, vários duques foram iniciados e o
duque de Kent tornou-se Grão-Mestre em 1967.

A orientação da Maçonaria Inglesa era para proibir as


discussões políticas e religiosas na Loja. Esse era considerado um
lugar de fraternidade e de tolerância a diferentes pontos de
vista. No entanto, a Grande Loja Inglesa manifestou claramente
seu apoio à guerra da Inglaterra contra a França e, também, em
outras questões gerais de lealdade à Inglaterra.

Apesar de já encontrar-se espalhada por todo o


continente europeu, bem como pelo resto do mundo, o século
XVIII constituiu um período difícil para a Maçonaria em grande
parte da Europa. Em 1738, o Papa Clemente XII emitiu uma bula
papal contra a Maçonaria. Por que, questionava, havia a
necessidade de manter segredo, se o que os Maçons estavam
fazendo não era errado? Condenou e excomungou todos os
Maçons e declarou-os “inimigos da Igreja Romana”. Todos os
Papas até Leão XIII, no final do século XIX, continuaram a
publicar denúncias contra a Maçonaria e, em 1917, a Lei
Canônica decretou a excomunhão de todos os Membros da
Maçonaria. Houve um pequeno movimento em direção à
tolerância após o Concílio Vaticano II, porém o Papa João Paulo II
retrocedeu. Ser Membro da Maçonaria não é mais considerado
base para a excomunhão, mas para os católicos isso continua
sendo pecado e pode resultar em punições religiosas.

Essa atitude da Igreja teve um efeito negativo sobre a


Maçonaria em países católicos como a Espanha, Portugal e
países da América Latina. O ditador espanhol Franco baniu a
Maçonaria em 1936 e, em 1940, tornou-se crime na Espanha até
mesmo ter uma parente Maçom. Supunha-se que qualquer
pessoa que mantivesse relação com um Maçom tivesse
“permitido” a sua participação e muitos parentes eram
condenados a longos períodos de prisão.

No século XVIII, uma sociedade secreta da Bavária,


conhecida como Illuminati, também foi denunciada. Escritos
confiscados revelaram um plano para fomentar a revolução e
tomar a Europa, se não o mundo todo. Os Maçons ficaram
desconcertados diante dos Illuminati e isso resultou numa certa
rivalidade histérica entre os Membros de ambas as
Organizações. Até hoje, acusações de que os Maçons querem
dominar o mundo são difundidas pela Internet.

Um medo bem fundado surgiu entre os monarcas


europeus quando o povo francês se revoltou em 1789 e acabou
executando o rei e a rainha, além de muitos aristocratas
franceses. A Maçonaria foi responsabilizada pela revolução,
embora os próprios rebeldes tivessem acusado a Maçonaria por
ser hierárquica e seus Membros não serem todos iguais. Não há
dúvida de que alguns Maçons apoiaram a causa revolucionária,
mas como nos outros grandes conflitos de todos os tempos,
houve Maçons de ambos os lados.

Napoleão restabeleceu a Maçonaria depois de ter


assumido o controle da França. Quando foi para a batalha que
iria derrota-lo em Waterloo, a maioria dos comandantes de
ambos os lados eram Maçons.

Na onda anti-semítica do século XIX, os Maçons foram


acusados de serem cúmplices dos judeus. A Maçonaria sempre
tinha sido aberta ao judaísmo, como também ao cristianismo, e
fazia uso de muitos símbolos e lendas da história judaica. A
Maçonaria foi proibida na Alemanha nazista. Durante o governo
de segregação racial de Botha, na África do Sul, a Maçonaria foi
acusada de ter como objetivo estabelecer um governo e uma
religião mundiais. Na década de 1990, alguns croatas
responsabilizaram os Maçons pela demora de vários governos
em tomarem iniciativas em prol da paz.
Apesar de ter tido uma história de obstáculos no
Continente, a Maçonaria continua crescendo. A Maçonaria da
Inglaterra nunca teve de enfrentar um período tão difícil e
continua ligada à realeza, à aristocracia e à ordem instituída.

História da Maçonaria nos Estados Unidos

A Maçonaria chegou nos Estados Unidos com os colonos


britânicos e muitas das primeiras Lojas Maçônicas foram Lojas
militares que faziam parte do exército britânico. Os paramentos
e equipamentos de cada Loja eram portáteis e podiam ser
transportados pela empresa que montava a Loja. Essas Lojas
estavam sob a jurisdição da Grande Loja Inglesa, com alguns
Graus Superiores sob a autoridade da Grande Loja Irlandesa.

Também foram estabelecidas Lojas em cidades coloniais


como Boston e Filadélfia. Benjamin Franklin, por exemplo,
ingressou na Loja da Filadélfia em 1731. No início, essas Lojas
mantinham suas reuniões em prédios públicos, como o andar de
cima de alguma taverna local. Uma vez que os procedimentos
eram secretos, muitas pessoas de fora tentavam espionar e ouvir
o que acontecia nessas reuniões e, às vezes, era difícil manter os
curiosos afastados. As Lojas tiveram seus prédios erigidos
posteriormente, mas esses eram muitos mais simples do que as
sofisticadas Lojas europeias da época. Como a Maçonaria era
uma Organização baseada em princípios éticos e seus Membros
tinham seu caráter investigado, muitos comerciantes chegaram a
usar os símbolos maçônicos em suas campanhas publicitárias
para assegurar sua credibilidade junto ao público.
A Guerra pela Independência

A Maçonaria não teve nenhuma influência sobre o


desencadeamento da Guerra pela Independência, uma vez que
havia Maçons em ambas as frentes de batalha. George
Washington, o comandante das forças revolucionárias, era
Maçom, assim como a maioria dos comandantes britânicos e
muitos dos oficiais de ambos os exércitos. Na verdade, pelo
menos um historiador reconhece que os britânicos não lutaram
tão efetivamente quanto eram capazes por sentirem-se
solidários com os colonizadores. Isso teria incluído também sua
participação nas Lojas Maçônicas sob a jurisdição da Grande Loja
Inglesa. Por outro lado, ninguém reconhece que as Forças
Revolucionárias detiveram-se por esse motivo.

Os Maçons reivindicaram a responsabilidade pela Festa do


Chá de Boston, quando um carregamento de chá foi retirado de
um navio e jogado no porto de Boston em protesto contra um
tributo britânico sobre o chá. Os Maçons, entretanto, não foram
os únicos a reivindicarem a autoria dele e muitos historiadores
acreditam que com mais direito. Os habitantes das colônias
opunham-se à taxação sem representação e a posição deles era
coerente com as idéias da Inglaterra de uma monarquia
constitucional. Mas a Inglaterra insistia em impor tributos e
outras restrições sem representação, o que acabou fazendo
irromper a guerra.

Mas os Maçons exerceram uma série de papéis


importantes no drama da revolução. Paul Revere, o
confeccionador de artefatos de prata que fez a fatídica viagem a
cavalo para advertir os habitantes do campo sobre o ataque das
tropas britânicas, era Maçom. John Paul Jones, o comandante
revolucionário da belonave dos Estados Unidos, era também
Maçom. Ficou famoso pela batalha naval em 1779 na costa da
Nova Inglaterra, onde ele e sua tripulação continuaram lutando
mesmo depois de seu navio ter começado afundar. Quando o
comandante britânico gritou para perguntar a Jones se estava
pronto para se entregar, respondeu: “Ainda nem comecei a
lutar!” O navio britânico acabou se rendendo e Jones venceu a
batalha.

Por outro lado, Benedict Arnold, o mais célebre traidor da


Guerra pela Independência, foi também Maçom. Arnold
concordou em entregar seu posto de comando, em West Point,
para as forças britânicas em troca de dez mil libras e um posto
no exército britânico. Um mensageiro foi capturado com os
documentos comprometedores antes de esse acordo ser firmado
e Arnold conseguiu fugir. Foi recompensado pelos britânicos,
mas jamais obteve sua confiança. A Loja Maçônica de
Connecticut à qual pertencia o expulsou.

Apesar de Thomas Paine, o livre-pensador cujo panfleto


intitulado Senso Comum ter ajudado a instigar a assinatura da
Declaração da Independência, não ser Maçom, tinha grande
interesse pela Maçonaria e escreveu um livro sobre o tema.
Paine argumentava que a representação parlamentar em
questões como a de tributação não bastaria para resolver as
disputas e diferenças entre a Coroa e as colônias, uma vez que os
Estados Unidos e a Inglaterra tinham se distanciado demais. Os
Estados Unidos precisavam declarar sua independência; isso era
uma simples questão de bom senso. Mais tarde se tornaria
também um defensor da Revolução Francesa.
Jonh Hancok, que assinou a Declaração da Independência
em letras garrafais, era Maçom. Hancock tinha sido informado
que os britânicos estavam oferecendo uma recompensa aos
revolucionários, de maneira que sua assinatura com letras
grandes e floreadas era para que, segundo disse, pudesse ser lida
sem a necessidade de óculos e que, em consequência disso, a
comissão britânica encarregada pudesse dobrar a recompensa.

O novo Governo

A afirmação comum de que a Maçonaria influenciou a


formação da nova Nação é verdadeira. Embora provavelmente
tenha exercido muito pouca influência sobre a própria guerra, a
Maçonaria exerceu uma grande influência sobre as pessoas que
escreveram a Constituição e formaram o novo governo. Quando
a Guerra da Independência acabou, organizações como “Os
Filhos da Liberdade” já tinham perdido a força e a Maçonaria
havia se tornado a principal organização de fraternidade.

A nova Constituição foi escrita por Thomas Jefferson, mas


seu conteúdo foi decidido pela Convenção Constitucional de
1787. Os Delegados eram Jefferson, Washington, Franklin, John
Adams e Edmund Randolf. Jefferson não era Maçom, mas a
maioria, Washington, Franklin e Randolf o eram. Adams não era
Maçom, mas tendia para o lado deles, contra Jefferson. Não há
nenhuma dúvida de que a Constituição dos Estados Unidos, “em
Washington” o documento que exerce tanto poder sobre a vida
dos americanos foi altamente influenciada pelos princípios da
Maçonaria que aqueles homens levavam tão a sério.

A crônica da cerimônia de lançamento da pedra


fundamental para a construção do edifício Capitol, que seria a
sede do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, D.C.,
ilustra o papel que a Maçonaria exerceu naquela época. A
cerimônia foi conduzida pela Grande Loja de Maryland e George
Washington foi convidado a servir de Mestre de Cerimônias.

Os Membros da Loja, inclusive Washington, compareceram


totalmente paramentados com o rigor maçônico e Washington
recebeu uma baixela de prata com os nomes inscritos de todas
as Lojas Maçônicas ali representadas. Colocou essa baixela
juntamente com outra com símbolos maçônicos e recipientes de
cereais, vinho e óleos sob um dos alicerces do edifício. Seguiu-se
uma cerimônia maçônica, coroada por cantos maçônicos.

O pequeno martelo, a colher de pedreiro e o nível usados


na cerimônia continuam na Loja número 5 de Potomac, no
Distrito de Colúmbia.

O Grande Selo

Uma pergunta feita com frequência é se o Selo dos Estados


Unidos, que aparece no verso da nota de um dólar, é ou não um
símbolo maçônico. Algumas poucas horas depois de a Declaração
da Independência ter sido assinada em 4 de julho de 1772, uma
comissão foi designada para criar o selo nacional. A comissão foi
formada por Benjamin Franklin, um Maçom, e John Adams e
Thomas Jeferson, que não eram Maçons. Entretanto, a relação
deles com a Maçonaria é irrelevante, uma vez que não
conseguiram criar um desenho aceitável. Depois de mais
algumas comissões designadas e muitas alterações, um desenho
foi finalmente aprovado por Charles Thonson, Secretário do
Congresso Continental, que não era Maçom.
A metade do lado esquerdo do Selo da nota de um dólar
mostra uma pirâmide em cujo triângulo do topo vê-se um
radiante Olho da Providência. O ano em que a Declaração da
Independência foi assinada aparece em números romanos na
base da pirâmide. Acima do desenho, está escrito “Annuit
Coeptis”, traduzido como “Olho da Providência” abençoou nosso
empreendimento”. Numa faixa abaixo, aparecem as palavras
“Novus Ordo Seclorum”, que significam “Uma Nova Ordem dos
Tempos”. Isso provavelmente refere-se a um verso de Virgílio
que foi traduzido como: “Uma poderosa ordem dos tempos está
recomeçando”.

Os Maçons negam veementemente que esse lado do


Grande Selo seja um motivo maçônico. A preocupação deles tem
a ver com o fato de esse motivo ter sido usado para “provar” que
os Maçons controlam o governo dos Estados Unidos e pela frase
ter sido traduzida como “Uma Nova Ordem do Mundo” com
implicações sinistras. A verdade é que não há nada que prove
que as pessoas realmente envolvidas com a criação e escolha do
selo fossem Maçons ou ligadas, de alguma maneira, à
Maçonaria.

Apesar de muitas lendas maçônicas referirem-se à


sabedoria egípcia, a pirâmide nunca foi um símbolo maçônico. A
Maçonaria utiliza um triângulo, contendo alguma referência à
Divindade como símbolo de Deus, mas eles tomaram esse
símbolo emprestado de outras tradições. O mesmo vale para o
Olho Divino, que os Maçons chamam de Olho da Providência.
Esse era um símbolo hermético muito comum e amplamente
utilizado no século XVIII. Um dos usos mais reputados do símbolo
do único olho era o Olho do deus Hórus egípcio.

Não há nenhuma evidência de que o Selo contenha


qualquer símbolo maçônico, mas claramente contém símbolos
que os Maçons compartilhavam com outros naquela época. É
justo afirmar que os criadores do selo nacional partilhavam de
algumas idéias da Maçonaria, o que resultou em alguns símbolos
similares.

Da Independência ao Escândalo

Muitos Maçons pareciam estar mais interessados em


declararem a independência da Grande Loja da Inglaterra do que
do rei e do parlamento. Mas finalmente a independência estava
declarada e cada estado, como cada nação europeia,
estabeleceu sua própria Grande Loja. Desenvolveram-se ritos
diferentes daqueles praticados na Europa e, com isso, a
Maçonaria começou a assumir sua própria forma nos Estados
Unidos.

Nos primeiros tempos da República, a Maçonaria


conquistou grande reputação e se desenvolveu rapidamente.
Nos Estados Unidos, a Maçonaria se tornou mais cristã do que
havia sido na Europa e, apesar da liberalidade dos antigos
ensinamentos maçônicos, praticava a segregação racial. Um afro-
americano, Príncipe Hall, instituiu a Maçonaria negra nos Estados
Unidos e, assim, a organização deixou de ser totalmente
segregada, embora ainda existam Lojas que não reconhecem a
Maçonaria de Príncipe Hall.
Em 1826, a reputação da Maçonaria foi seriamente abalada
por um escândalo. Willian Morgan, habitante do interior do
Estado de Nova York, ingressou na Maçonaria e, ou por ter-se
decepcionado com ela ou por ter ingressado nela desde o início
já com a intenção de espioná-la, deixou a Loja, comunicando que
havia escrito um livro, Ilustrações da Maçonaria, o qual seria
publicado e revelaria rituais secretos da Maçonaria.

Willian Morgan foi sequestrado por um grupo de Maçons e


jamais voltou a ser visto. Como nenhum corpo foi encontrado,
um possível assassinato não tinha como ser provado e os
Maçons foram acusados de práticas ilícitas. Houve 20 processos
e 3 sucessivos julgamentos especiais, dos quais Membros
Maçons participaram do corpo de jurados, que acabaram em
apenas algumas condenações com períodos de cárcere bem
curtos.

O sequestro e o suposto assassinato acabaram trazendo à


tona e alimentando o sentimento antimaçônico até então
encoberto. O livro de William Morgan tornou-se um grande
sucesso de vendas e, com isso, a literatura antimaçônica, tanto a
satírica como a mordaz, floresceu. Milhares de pessoas
abandonaram a Maçonaria por desgosto ou em protesto e a
Maçonaria definhou por muitos anos. Em 1884, a Maçonaria
voltou a ser tão ou mais popular do que antes, mas jamais
recuperou a posição proeminente que gozara anteriormente.

A Maçonaria nos Estados Unidos

A Maçonaria tem mais Membros e é mais próspera hoje


nos Estados Unidos do que em qualquer outro país. Em 1998, os
Estados Unidos contavam com mais de 17.000 Lojas. A
Maçonaria de suas Lojas adota o Rito Escocês, e muitas outras, o
Rito de Iorque. Há também uma Organização Maçônica que é
única para os Estados Unidos, fundada em Nova York em 1870.
Essa é a Antiga Ordem Arábica dos Nobres do Santuário Místico,
mais comumente conhecida como os Relicários. Apenas os
Maçons que alcançaram o 32º Grau do Rito Escocês ou o Grau
dos Cavaleiros Templários do Rito de York têm permissão para
participar. Os Relicários têm mais de 500.000 Membros na
América do Norte, incluindo o Canadá, o México e o Panamá.

Os Maçons são conhecidos nos Estados Unidos por suas


obras de caridade. Os Relicários sozinhos mantém 22 hospitais
que se dedicam a tratar as crianças menores de 18 anos com
problemas ortopédicos ou de queimaduras. Existem vinte
hospitais nos Estados Unidos, um no Canadá e mais um no
México.

Mitos e Símbolos

O Mito da Criação segundo a Maçonaria

Os mitos maçônicos reescreveram a história do ponto de


vista da Maçonaria. De acordo com esses mitos, a Maçonaria
existe desde o início dos tempos: a Criação. O Deus do Antigo
Testamento foi o primeiro Maçom, ao criar o mundo em seis
dias.

Adão foi um Maçom e os Maçons construíram a Torre de


Babel. Como as pessoas começaram a falar em línguas
diferentes, Deus ordenou que os Maçons se comunicassem uns
com os outros por meio de símbolos secretos. Essa é a origem
dos apertos de mão e gestos secretos dos Maçons. Noé também
foi Maçom e preservou as formas de vida animal e vegetal. Os
conhecimentos que existiam antes do Dilúvio, como de
geometria, música, criação de animais e metalurgia, foram
colocados em duas colunas de pedra e metal e, assim,
sobreviveram ao fogo e ao dilúvio. Essas eram as duas colunas do
Templo de Salomão. De acordo com algumas lendas, os
conhecimentos que já existiam antes do Dilúvio foram
restabelecidos por Pitágoras, que também, é claro, era Maçom.

Abraão, que também era Maçom, inventou a Geometria,


de importância vital para a Maçonaria. No Egito, Abraão
conheceu um escravo grego chamado Euclides, a quem ensinou
geometria. Euclides anotou seus ensinamentos e foi a partir de
seus escritos que o mundo tomou conhecimento da Geometria.

Hiram Abiff

A lenda de Hiram Abiff é a mais importante da Maçonaria.


Chegou até nós em várias versões. A lenda está fundada na
descrição da construção do Templo de Salomão feita em 1 Reis
5-7.

Conta a lenda que quando Salomão decidiu construir o


Templo, procurou o rei Hiram de Tiro em busca de materiais e
mão-de-obra capacitada. O rei Hiram cedeu-lhe seu melhor
Mestre-de-Obras, que era Hiram Abiff. Esses três homens,
Salomão, o rei Hiram e Hiram Abiff eram os guardiões de uma
palavra secreta do Templo.

De acordo com algumas versões, essa palavra é o segredo


do Templo e, para outras, é a palavra do Mestre, a palavra que
distinguia o Mestre-de-Obras dos Aprendizes e Companheiros.
Com milhares de homens trabalhando no Templo, o único modo
de Hiram Abiff saber o que pagar a cada um deles era cada grupo
ter uma palavra e aperto de mão diferentes. A palavra do
Aprendiz era Boaz, a do Companheiro era Jackim e a do Mestre
era Jeová.

Três trabalhadores perversos atacaram Hiram Abiff no


Templo e tentaram obrigá-lo a revelar a senha. Enquanto era
golpeado, Hiram Abiff ia se arrastando de porta em porta
traçando um desenho no chão com seu sangue. Morreu sem
revelar o segredo e os malfeitores, temendo pelo que haviam
feito, pegaram seu corpo e o levaram para ser enterrado na
encosta de uma montanha. Plantaram uma pequena muda de
acácia sobre a cova para ocultar a terra remexida.

Quando foi constatado o desaparecimento de Hiram Abiff,


grupos de busca foram enviados à procura de seu corpo. Como
temessem que Hiram Abiff pudesse ter revelado a senha,
Salomão e o rei Hiram decidiram que a primeira palavra que
fosse pronunciada quando o corpo fosse encontrado seria a
senha do novo Mestre.

Quando um dos buscadores agarrou-se ao pé da acácia


para firmar-se na subida da montanha, a planta foi arrancada
pela raiz e o corpo de Hiram Abiff foi encontrado. Ao segurar a
mão de Hiram, a pele se soltou como se fosse uma luva e o
Mestre que o havia tocado exclamou: “Moabom”, que significa
“a carne se desprende dos ossos”.

Uma variante dessa parte da lenda é que Salomão declarou


que a primeira coisa que os buscadores veriam ao encontrarem o
corpo seria o segredo do Templo. Quando encontraram o corpo
e abriram o caixão, a primeira coisa que viram foi a mão de
Hiram Abiff e, por isso, o aperto de mão e outros símbolos de
reconhecimento se tornaram o novo segredo do Templo.

Em ainda outra versão, Hiram Abiff levava a senha do


Templo num triângulo num poço fundo, onde os buscadores do
impronunciável nome de Deus terão que encontrá-lo. Essa busca
passou a fazer parte do ritual do Grau do Real Arco.

Os Símbolos

A Maçonaria tem um grande número de símbolos. Tomou


muitos deles emprestados de várias formas de pensamento
metafísico, criou alguns e deu novo significado a outros. Muitos
dos símbolos são descritos aos candidatos durante a Iniciação
aos 3 Graus básicos. Embora exista muita coisa para se saber
sobre o simbolismo da Maçonaria, tanta que poderia facilmente
preencher um grande volume, são só alguns poucos símbolos
básicos que reaparecem com frequência e que são, portanto,
importantes para os ensinamentos da Arte Régia. Na Maçonaria
Americana (EUA), foram criados quadros com todos os símbolos
para assegurar que as Lojas os usassem corretamente. Esses
quadros foram por vezes chamados de Tapetes do Mestre.

A Loja

A própria Loja é um símbolo da estrutura metafísica do


indivíduo e do trabalho místico da Maçonaria. A Loja física é por
si mesma uma reunião de Irmãos e uma construção
quadrangular. O indivíduo é um conjunto de faculdades e o
esquadro é o símbolo dos organismos físicos. O mundo físico é
feito de quatro elementos e o quadrado lembra que todos
organismo é constituído de todos os elementos em equilíbrio.
Para quase todo pensamento filosófico do Ocidente antes do
século XIX, tanto o universo quanto a pessoa humana eram
considerados como tendo sido criados de acordo com o mesmo
plano quadrangular.

Na Loja física, diferentemente da simbólica, a sala em que


são feitas as reuniões e as cerimônias é chamada de Quadrado
Oblongo. O Mestre coloca-se na extremidade leste para presidir
o ato. As Lojas foram projetadas simbolicamente, mas também
com um olho no aspecto secreto da Maçonaria. Em algumas
construções do século XIX, a câmara do meio é circundada por
um corredor que serve de proteção. As Lojas da Inglaterra ao
Japão refletem tanto os princípios da Maçonaria como o
contexto cultural local.

A Divindade

A Divindade Criadora é um conceito central na filosofia


maçônica. Algumas representações da Divindade aparecem na
maioria das obras de arte e quadros maçônicos. Existem muitos
símbolos que podem ter relação ou mesmo significar a
Divindade, incluindo as estrelas de cinco e oito pontas, o
triângulo, o olho, a letra G e o nome hebraico de Deus. Esses
símbolos são com frequência associados com uma auréola ou
aura de luz resplandecente.

A Divindade pode ser representada por uma combinação


desses símbolos. Por exemplo, pode haver uma estrela com um
círculo em cujo centro há um triângulo; um olho circundado por
uma auréola, um triângulo contendo a letra G ou as letras
hebraicas que forma a palavra Deus. Na Maçonaria, a figura de
uma estrela de 5 pontas circundada por uma auréola de luz
costuma ser chamada de Glória.

As Colunas do Templo

Consta do Livro 1 Reis 7, do Antigo Testamento, que Hiram


de Tiro, um hábil artesão especializado em bronze, foi trabalhar
na construção do Templo de Salomão e que fundiu dois pilares
de bronze para o vestíbulo do Templo. Há diferenças nas
dimensões dos pilares de acordo com o primeiro Livro dos Reis 7
e o segundo de Crônicas 3. O pilar voltado para o norte foi
chamado Boaz e o pilar voltado para o sul recebeu como nome
Jackim.

De acordo com a mitologia maçônica, Boaz era o pai do rei


David e Jaquim, o sumo sacerdote que auxiliou na sagração do
Templo de Salomão. Às vezes, as direções dos pilares são
invertidas e Jaquim passa a representar a terra de Israel ao
norte, enquanto Boaz representa a terra da Judéia ao sul.
Segundo outra lenda, esses pilares contém todas as formas do
conhecimento antigo anterior ao Dilúvio. Também indicam a
passagem de entrada para o caminho espiritual.

A Maçonaria dá uma outra dimensão a esse simbolismo ao


acrescentar características arquitetônicas às colunas. Para os
arquitetos gregos, havia três ordens de arquitetura: a dórica, a
coríntia e a jônica. Os pilares Boaz e Jaquim são representados
como colunas dórica e coríntia, significando princípios ativos e
passivos, e a terceira coluna jônica é frequentemente também
representada. As três colunas simbolizam respectivamente
Sabedoria, Força e Beleza.
A Caveira sobre Ossos Cruzados

Nos séculos XVII e XVIII, a Caveira sobre Ossos Cruzados


constituía um símbolo popular que ainda não estava associado a
nenhum grupo em particular. Esse símbolo assustador foi
adotado pelos piratas em sua bandeira Jolly Roger. Se a bandeira
era negra, simbolizava perigo, mas se era vermelha, indicava que
os piratas não teriam nenhuma compaixão.

Os Maçons daquela época também adotaram o símbolo,


mas por um motivo bem diferente. A caveira sobre ossos
cruzados simbolizava a morte do eu individual ou ego, a morte
que se faz necessária para a ressurreição em outro plano de
existência ou de consciência. Esse símbolo é também associado à
morte física e aparece nos paramentos usados nas cerimônias
fúnebres. Esse símbolo nos lembra de nossa frágil condição de
mortais, da inevitabilidade da morte e da prestação de contas
por nossos atos.

Os Maçons têm muitas versões sobre a origem desse


símbolo. Uma delas conta que quando o corpo de Hiram Abiff foi
encontrado, a caveira jazia sobre Robert Bruce, o rei da Escócia.
Existe ainda uma lenda dos Cavaleiros Templários relacionada a
esse símbolo. De acordo com ela, um Cavaleiro Templário amava
uma mulher que morreu. Ficou tão obcecado por sua paixão que
quebrou seus votos, foi até seu túmulo e violou o corpo. Ao
concluir seu ato, uma voz falou do túmulo, dizendo a ele para
voltar em nove meses. Quando então retornou e escavou a
sepultura, encontrou uma caveira sobre os fêmures da mulher. A
voz disse para levar consigo a caveira, o que fez. A caveira era
mágica e deu a ele conselhos mágicos. Essa lenda pode ter
alguma relação com as acusações de que os Templários tinham
uma cabeça mágica conhecida como Baphomet que idolatravam.

Artefatos

Quadros de Assoalho – Tapetes, Pranchas de Gravar ou Traçar

Um quadro ou pintura contendo símbolos importantes é


utilizado para iniciar os candidatos aos diversos Graus da
Maçonaria. Nos primeiros tempos da Maçonaria, o funcionário
da Loja responsável por vigiar a porta tinha a função de desenhar
o devido quadro no chão da Loja. Finalmente, a Loja tinha os
quadros pintados profissionalmente em telas que podiam ser
enroladas e guardadas quando não estavam sendo utilizadas nos
rituais. Isso resultou em estragos nas pinturas depois de alguns
anos, de maneira que os quadros acabaram sendo montados
sobre pranchas que eram, às vezes, dobradas para que
pudessem ser guardadas e os quadros ficassem fora do alcance
dos curiosos. Os quadros montados são chamados de pranchas
de gravar ou traçar. Os quadros são diferentes para a cerimônia
de Iniciação a cada diferente Grau.

As Lojas têm três itens que são chamados de Jóias Imóveis


da Loja. São: Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar.
Existem diferenças entre os Quadros de Traçar que foram
desenvolvidos dentro da tradição da Maçonaria Européia e os
desenvolvidos na tradição dos Estados Unidos. Os Quadros de
Traçar americanos tendem a ser mais simples.
Paramentos

A peça mais importante dos paramentos maçônicos é o


avental, que é de pele branca de carneiro, bordado ou pintado
com símbolos maçônicos. Muitos dizem que o avental era usado
pelos Maçons Operativos, mas não há nenhuma evidência de
que usassem pele de carneiro para portar suas ferramentas e
materiais. O uso da pele de carneiro parece provir do costume
dos Cavaleiros Templários de usarem o cinto feito com essa pele.

Os aventais modernos são comumente manufaturados e


indicam o Grau do Maçom. Os aventais mais antigos
costumavam ser bordados pelas mulheres das famílias
maçônicas com uma variedade de símbolos maçônicos ou
pintados à mão. Muitos deles eram extremamente sofisticados e
confeccionados com grande esmero. Às vezes, os aventais são
adornados de preto para serem usados nas cerimônias fúnebres.

Outro acessório comum entre os paramentos é a faixa. É


tradicionalmente usada pelos Oficiais da Grande Loja na
Maçonaria Americana e por determinados Graus do Rito Inglês
de York. Todos os Companheiros do Grau Santo Real Arco usam
uma faixa escarlate com as palavras “Santidade de Deus”.

Luvas brancas eram tradicionalmente usadas por todos os


Maçons e continuam sendo usadas pela maioria deles em certas
ocasiões. São usadas pelos Oficiais da Loja em cerimônias e
reuniões e simbolizam mãos limpas ou um Maçom de vida casta
e sem máculas.

Na Maçonaria Americana só o Mestre da Loja usa chapéu.


Tira o chapéu quando a Divindade ou o Grande Arquiteto do
Universo é mencionado e também quando o Grande Mestre do
Estado visita a Loja. Quando o Oficial Superior vai embora, o
Mestre volta a usar o símbolo da autoridade.

Costumes e Uniformes

Como as antigas guildas dos Maçons Operativos dos


Maçons Operativos, os Maçons às vezes representam dramas
instrutivos comparáveis aos das representações medievais do
mistério. São representações metafóricas com o propósito de
ensinar os princípios maçônicos aos candidatos a diferentes
Graus. Essas dramatizações são mais comuns nas cerimônias de
Iniciação ao Grau do Santo Real Arco.

Nessas ocasiões, um Oficial da Loja desempenha, por


exemplo, o papel de Sumo Sacerdote que representa Josué, o
Sumo Sacerdote dos hebreus. Outro exerce o papel de rei,
representando Zorobabel, governante de Judá; e um terceiro
desempenha o papel do escriba, representando o profeta
Haggai. No rito americano, o Sumo Sacerdote usa uma mitra na
cabeça, uma capa sem mangas e segura um cetro e o escriba, por
sua vez, usa um turbante. Outros personagens menos
importantes do drama usam diferentes acessórios na cabeça.
Nos séculos passados, os costumes usados nesses rituais eram
muito mais sofisticados.

Os uniformes são, por sua vez, usados pelos Maçons que


pertencem aos Graus relacionados com as Ordens Militares,
como a dos Cavaleiros Templários ou dos Cavaleiros da Cruz
Vermelha. O uniforme dos Templários era originalmente preto e
só mais tarde passou a ser preto e branco.
Jóias e Medalhas

As medalhas comemorativas são normalmente chamadas


de jóias e são criadas para uma série de propósitos
comemorativos. O termo “jóias” não é inapropriado em muitos
casos, uma vez que algumas das medalhas são exemplos
notáveis da arte da joalheria.

As jóias são às vezes usadas como distintivos de cargos. Os


Ex-Mestres de uma Loja recebem jóias, como também os
receptores de Graus Especiais. As jóias eram tradicionalmente
usadas penduradas a uma fita de seda. Às vezes, a fita formava
um V no peito do usuário, como se pode ver nos retratos
pintados de Benjamin Franklin e George Washington, e outras,
era pendurada no pescoço. O costume de usar medalhas e
ornamentos pendurados a fitas é uma herança da tradição
europeia. As jóias eram também usadas em correntes
ornamentais.

Espadas

A espada é um acessório importante usado nas cerimônias


maçônicas. Era, obviamente, muito importante no mundo da
cavalaria, que deu origem à Maçonaria. Os Cavaleiros Fidalgos e,
com certeza, os Cavaleiros Templários, possuíam e eram
treinados no manejo de espadas. As espadas também eram
usadas na Iniciação de um cavaleiro. Desde a época da cavalaria
que a espada adquiriu um significado cristão místico. O cabo
forma uma espécie de cruz, simbolismo que aparece nas lendas
do Santo Graal, e a lâmina reluzente simbolizava pureza de
pensamento e ação.
Na Maçonaria moderna, a espada é usada para proteger a
porta ou portal dos intrusos e preservar o caráter secreto dos
procedimentos. A espada é também usada nas atividades
ritualísticas. Por exemplo, num ritual o candidato toca o próprio
peito com a ponta da espada para ter consciência do perigo que
representa a função que está prestes a assumir. A ponta de dois
gumes da espada representa a capacidade da Justiça de cortar de
ambos os lados.

Nas ordens militares, as espadas fazem parte dos


uniformes.

O mobiliário

Tradicionalmente, o “mobiliário” da Loja era a Palavra


Escrita que normalmente é a Bíblia Sagrada, mas também pode
ser qualquer outro tipo de escritura, como a Torá, o Alcorão e o
Bagavad Gita, entre outros, além do Esquadro e do Compasso.
Mais recentemente, o “mobiliário clássico” básico da Loja tem
sido identificado como o Pavimento Mosaico, a Estrela Flamígera
e a Borla Dentada. O pavimento é o piso da Loja, a estrela, o seu
centro e a borla dentada, uma espécie de orla franjada ou
cordão entrelaçado, que também se encontra nas bordas de
certas pranchas de traçar. As três peças do “mobiliário” original
são hoje por vezes consideradas “mobiliário” secundário. O
Pavimento, a Estrela e a Borla Dentada são, por vezes, também
considerados como Ornamentos.

Com o passar dos anos, as Lojas começaram a acumular


móveis no sentido comum da palavra: móveis para se sentar,
mesas para escrever, mesas para refeições rápidas, baús para
guardar roupas, paramentos e outros acessórios ritualísticos,
além de dois pilares de metal ocos. Esses são às vezes decorados
com símbolos maçônicos belamente desenhados.

Outros objetos também foram especialmente criados,


como utensílios de entretenimento e as argolas de porta usadas
por aqueles que querem entrar na Loja.

O Grau de Aprendiz

Este Grau, que se refere ao Aprendiz de pedreiro que


ingressa quando jovem na corporação no seu nível mais básico,
simboliza a pessoa que inicia a transição da vida do plano físico
para o espiritual. As pessoas que ingressam nesse caminho são
iniciantes com muito a aprender. O símbolo do candidato é, por
isso, a Pedra Bruta. A pedra é um material de construção e a
pedra bruta, recém-extraída da pedreira, ainda não está pronta
para tomar seu lugar num edifício. Precisa-se dar forma a ela e
lapidá-la; suas arestas ásperas precisam ser aparadas. De acordo
com a Filosofia Maçônica, o edifício simbólico construído por
uma humanidade lapidada é o Templo de Deus. O Aprendiz está
iniciando o processo que o levará a ser parte do Templo de Deus.

Esse Grau da Maçonaria é o Grau preparatório para a


verdadeira entrada no mundo espiritual. Espera-se que o
Aprendiz aprenda a exercer a autodisciplina e a purificar-se
simbolicamente para aprofundar sua busca. Nas antigas Escolas
de Mistérios, o Aprendiz se preparava por sete anos e passava
pelo processo de Iniciação durante esse mesmo período de
tempo. Quando o corpo físico e as emoções se aquietavam, o
iniciado podia voltar-se para um nível mais alto de consciência.
Na Maçonaria moderna, o candidato é apenas simbolicamente
testado por Membros designados da Loja.
O simbolismo das lições do Grau de Aprendiz está refletido
nos quadros ou pranchas de gravar ou traçar que são usadas
como meios de aprendizagem dos candidatos. Por exemplo, as
Pedras Bruta e a Pedra Polida aparecem muitas vezes nos
quadros que correspondem a esse Grau.

Uma característica importante do quadro do Primeiro Grau


é o Pavimento Mosaico. O Aprendiz fica restrito ao primeiro piso
do Templo e terá que aprender a caminhar sobre o pavimento.
Os quadros que se alternam entre brancos e pretos simbolizam o
mundo conforme é percebido da perspectiva humana. A
Divindade percebe o Universo como parte de um todo coerente,
que é simbolizado pela Estrela Flamígera ou Glória ou o Olho que
tudo vê que está na parte central e superior do quadro.

A humanidade foi estilhaçada em fragmentos e perdeu a


consciência de sua verdadeira origem e natureza. A humanidade
percebe o Universo como dividido; as partes do Universo são, no
melhor dos casos, complementares e, com frequência, se
encontram em oposição. O princípio da dualidade é que sempre
que algo é percebido como existindo separado da Fonte Divina,
seu complemento também passa a existir para prover-lhe
equilíbrio. Quando acreditamos que esses complementos se
encontram em oposição um ao outro, levamos uma vida de
esforço e luta. O Aprendiz tem que aprender a “caminhar” sobre
os opostos e o equilíbrio. Apesar de o pavimento parecer estar
em dualidade, na verdade se encaixa perfeitamente no todo. O
Aprendiz aprende a distinguir a aparência da realidade no chão
sobre o qual andamos.

Duas ou três colunas ou pilares estão também incluídas nas


pranchas de gravar e traçar para esse Grau. As duas primeiras
colunas são Boaz e Jackim, os princípios ativo e passivo. Esses
são às vezes equilibrados por uma terceira coluna no centro.
Esses pilares ilustram certos princípios de Geometria e
simbolizam o recôndito mais profundo da Alma.

Em ainda outro nível, uma forma mais sutil de dualidade é


simbolizada pelo sol e pela lua, ou pela lua e pelas estrelas, que
aparecem a cada lado do símbolo da Divindade. Uma escadaria
normalmente leva do andar térreo ao Templo para os reinos
celestiais. Essa escadaria tem três principais degraus, que são a
Fé, a Esperança e a Caridade, e essas figuras costumam ser
representadas sentadas numa escada. A escada é aquela que
Jacó vê em sua visão de acordo com o relato do Antigo
Testamento.

Na base da escada estão as Três Grandes Luzes: o Livro da


Lei com o Esquadro e os Compassos sobre ele. A Palavra Escrita é
a manifestação física da Palavra Eterna não escrita. O Esquadro,
nesse contexto, simboliza a alma humana. A alma é criada
perfeita ou quadrada. O símbolo da alma é o Triângulo Aquático,
que é um triângulo com o vértice voltado para baixo. O Esquadro
é colocado sobre a Palavra Escrita para formar os dois lados
desse triângulo. Os Compassos representam o Espírito que anima
a alma, ou o espírito em oposição à psique. Esse aspecto é
representado pelo Triângulo de Fogo, que é um triângulo com o
vértice apontado para cima. Os Compassos são colocados sobre
a Palavra Escrita para formar os dois lados desse triângulo.

O ponto no interior de um círculo simboliza a unidade e o


princípio da criação, enquanto as linhas paralelas de cada lado
simbolizam outra forma de dualidade. Na Real Arte Inglesa,
representam o Profeta Moisés e o Legislador Salomão. No
sistema americano, representam os dois santos padroeiros da
Maçonaria: João Batista e João Evangelista.

As ferramentas do Primeiro Grau são o Malhete, o


manômetro ou régua de 24 polegadas e, às vezes também, o
Cinzel. Esses instrumentos podem estar ou não representados
com as outras ferramentas maçônicas no quadro. O Malhete é
uma força ativa, e o Cinzel direciona essa força para o lugar
apropriado. A Régua possibilita a alguém julgar: o Aprendiz está
aprendendo a usar o julgamento para direcionar a ação para o
propósito de transformar a Pedra Bruta em Polida. A Régua de
24 Polegadas é também um instrumento de medição do tempo e
o número 24 representa um dia.

O Grau de Companheiro

A essência da doutrina maçônica é a idéia de que todos os


seres humanos estão em busca de algo que perderam de sua
própria natureza. Com os devidos ensinamentos, a devida prática
e dedicação, podem recuperar o que perderam. O Grau de
Companheiro é o primeiro passo na jornada dessa busca. Como
no Grau de Aprendiz o iniciante foi introduzido à vida espiritual e
realizou o trabalho requerido de aquietar o corpo e a mente, o
Companheiro está agora preparado para voltar-se para dentro
de si mesmo em busca de conhecer a sua própria natureza. Esse
estágio exige que suba pela escada espiralada até o segundo
andar do Templo.

O candidato ao Grau de Companheiro é comparado a uma


Espiga de Milho madura, a qual aparece, às vezes, representada
no quadro, embora o que é chamado de milho seja, na verdade,
uma representação do trigo. O candidato está maduro e pronto
para passar para outro nível. Para fazer isso, o Companheiro usa
a escada encaracolada que, como a escada do quadro do
Aprendiz, segue no sentido horário (leste-oeste). Essa escada do
Templo de Salomão é mencionada no primeiro Livro dos Reis 6:8,
que diz: “A subida para o segundo andar ficava no lado sul da
construção: a pessoa subia por uma escada espiralada até o
segundo andar e, dali, passava para o terceiro.”

Essa subida para o segundo andar é flanqueada por dois


pilares ou colunas, que são, às vezes, identificadas
respectivamente como a coluna de nuvem e a coluna de fogo.
Segundo o Livro do Êxodo 13:21, quando os israelitas fugiram do
Egito e atravessaram o deserto, “O Senhor ia adiante deles numa
coluna de nuvem durante o dia, para mostrar-lhes o caminho, e
numa coluna de fogo durante a noite, para os alumiar, de modo
que pudessem viajar tanto durante o dia quanto durante a
noite.” As duas colunas na subida para o segundo nível são
também chamadas respectivamente de Sabedoria e Força. O
candidato funciona como a terceira coluna, ou a coluna da
Beleza ou do Equilíbrio.

O número de degraus da escada espiralada para o segundo


nível varia nas diferentes tradições maçônicas. Na tradição da
Maçonaria Americana, costuma ter quinze degraus. Os degraus
são divididos em grupos aos quais são atribuídos significados
simbólicos. Existem três degraus no primeiro grupo e o número
três é comum na Arte Real. Por exemplo, existiram três Grãos-
Mestres originais, que foram: Salomão, rei Hiram e Hiram Abiff;
são três as colunas ou pilares; três Grandes Luzes, três Jóias
Imóveis, e assim por diante. O segundo grupo tem cinco degraus.
Cinco simboliza o pentagrama, que era o símbolo da fraternidade
de Pitágoras. O pentagrama é também o símbolo do microcosmo
humano. O último grupo tem sete degraus, os quais simbolizam
as sete Artes Liberais e Ciências num nível de entendimento e
sete níveis de consciência em outro.

Existem pessoas, particularmente na Maçonaria moderna,


que atribuem a esse segundo Grau um significado não espiritual,
e o interpretam no âmbito da educação. Essas pessoas citam as
sete Artes Liberais e Ciências como evidências de que esse é o
significado do Grau. De acordo com o pensamento antigo, no
entanto, as sete Artes Liberais e Ciências eram parte essencial do
trabalho espiritual, e educação e espiritualidade não eram
categorias separadas, como vieram a se tornar em grande parte
do mundo moderno. A idéia de sete níveis da consciência é
comum ao pensamento místico, que permeia tanto o misticismo
de Teresa D´Ávila quanto ao sistema indiano dos sete chakras.

No processo espiritual, a ascensão para o segundo nível é o


momento de voltar-se para o próprio interior. O candidato entra
na Câmara do Meio Templo, símbolo do Santíssimo Santuário no
interior de cada pessoa. A prancha de traçar ou o quadro no
assoalho para esse Grau expõe um símbolo da Divindade no
interior da segunda câmara indicando a divindade no interior de
cada pessoa. Na câmara, o Companheiro recebe os salários dos
construtores do Templo: milho, vinho e óleo. O milho simboliza a
ressureição. O vinho representa renovação, saúde e saúde
espiritual. Também pode indicar o conhecimento místico. O óleo
representa alegria, satisfação e felicidade. Também simboliza a
consagração.

As ferramentas do segundo Grau são o Esquadro, o Nível e


o Prumo. O Esquadro simboliza a moralidade, a autenticidade e a
honestidade. O Esquadro endireita as coisas e indica ao
Companheiro a direção certa a ser tomada. O Nível representa
igualdade. Mede a partir da linha horizontal e corresponde à
qualidade do julgamento. O Prumo simboliza a retidão. Mede a
partir da linha horizontal e corresponde à qualidade da
compaixão.

A prancha de traçar ou o quadro no chão para o Grau de


Companheiro ou o quadro no chão para o Grau de Companheiro
tem também um símbolo na sua parte superior representando a
Divindade, que é um triângulo com um G no meio, circundado
por uma auréola. O G corresponde tanto à geometria quanto à
letra inicial da palavra que designa o nome da Divindade. Esse
símbolo não representa literalmente a Divindade, mas serve para
lembrar que nossos atos são gravados e incorporados ao tecido
de nossa existência.

Os oficiais da Loja aparecem também representados em


muitos quadros para esse Grau. Existem Oficiais que
correspondem a cada nível simbólico da consciência. Os Oficiais
mais antigos da Loja são considerados as Luzes que trazem
sabedoria para ela.

Esse Grau também representado pela Pedra Polida, pedra


que foi talhada e lapidada até ficar em condições de tomar seu
lugar na construção de um edifício. Quando o Companheiro
entra na Câmara do Meio do Templo, está preparado para
tornar-se algo maior do que ele mesmo.

O Grau de Mestre

O Grau de Mestre é o verdadeiro Grau do Maçom. Embora


outros Graus Superiores fossem acrescentados depois, esse Grau
era aquele em que o Maçom era transformado em Membro
pleno da Loja, elegível para desempenhar todas as suas funções.
Nenhum Maçom está qualificado a alcançar Graus mais elevados
antes de obter esse.

As pranchas de traçar ou quadros de chão para esse Grau


levam adiante o simbolismo dos Graus anteriores: o pavimento
mosaico, as duas colunas no pórtico do Templo e a escada
espiralada. Isso quer dizer que o candidato está agora preparado
para caminhar no mundo com equilíbrio e ascender à câmara de
sua natureza interior. Com frequência, há uma água-furtada,
simbolizando a luz do conhecimento interior ao qual o candidato
tem agora acesso.

As pranchas de traçar para o terceiro Grau mostram os


contornos de um esquife que contém a maior parte dos outros
símbolos que aparecem na prancha. O esquife simboliza uma
força de morte, não a morte física, mas a morte do ego, o eu
separado da harmonia com o plano do Grande Arquiteto. A
morte como Iniciação era um conceito filosófico comum.
Plutarco disse: “Para ser um Iniciado, é preciso morrer.” No
diálogo Fédon de Platão, Sócrates diz: “Todo o estudo do
filósofo, ou buscador de sabedoria, não é nada mais do que
morrer e ser morto”.

No Grau de Aprendiz, o candidato foi iniciado no plano


físico. Aprendeu a lidar com a aparente dualidade da realidade
física e a aquietar seu corpo e sua mente. Agora, o candidato
“morre para” essa idéia, transpõe o mundo da dualidade e passa
para outro nível de existência.

Essa idéia é passada para o candidato por meio da


representação da morte de Hiram Abiff. Diz-se que a morte de
Hiram Abiff ocorreu quando a construção do Templo estava
quase no fim. A morte do eu separado do candidato ocorre
quando o trabalho consigo mesmo ou com a construção de seu
Templo interior está quase concluído. O candidato deve ser um
Templo de Deus e isso pode ser entendido em diversos níveis.

As ferramentas do Mestre Maçom consistem no Lápis, no


Esquadro e nos Compassos. O Lápis é uma ferramenta de ação
que simboliza o uso do pensamento criativo. O Esquadro é um
instrumento que constrange o lápis e pode simbolizar o
entendimento, mas pode também significar tradição ou
conhecimento que atua como empecilho para a ação. Os
Compassos são instrumentos de medida usados para desenhos
de todos os tipos e para traçados de muitas formas geométricas.
Esses instrumentos são as ferramentas de desenho do Mestre
Arquiteto. O papel do arquiteto é o mais elevado do construtor e
tanto Deus como Jesus são representados usando Compassos e
desempenhando a função de arquiteto.

Depois de dominar todos os três níveis da Arte Régia ou


Real, o Mestre Maçom pode se estabelecer com firmeza na
realidade física do mundo, olhar para dentro de si mesmo e
abrir-se para a Vontade Divina do Grande Arquiteto.

Os Graus Superiores

Os Graus acima do nível de Mestre Maçom foram


desenvolvidos durante o século XVIII e posteriores. O
desenvolvimento desses Graus não se deu de maneira
harmoniosa em todas as partes do mundo. Diferentemente da
própria Maçonaria, que devia ser aberta a qualquer pessoa que
acreditasse numa divindade, alguns dos Graus Superiores são
apenas cristãos. O Grau de Cavaleiro Templário, por exemplo, é
um Grau para cristãos.

O mais bem-renomado Grau Superior é o Grau do Real


Arco, que foi instaurado por volta de 1750. De acordo com
alguns, foi criado pelo Cavaleiro Ramsey, um dos primeiros
Maçons a insistir que a Maçonaria tivera sua origem nos
Cavaleiros Templários, mas o Real Arco pode também ter-se
originado na Irlanda. Esse Grau leva o Grau de Mestre um passo
adiante. Enquanto o candidato ao Grau de Mestre morre para o
passado, o candidato ao Grau do Real Arco é ressuscitado para a
exultação da consciência. Na Maçonaria Inglesa, muitos
consideram o Grau do Real Arco como uma conclusão do Grau
de Mestre.

Na cerimônia de Iniciação desse Grau, é revelado ao


candidato o nome do Grande Arquiteto do Universo como sendo
Jabulon. De acordo com uma interpretação, Ja provém de Jeová,
Bul, de Baal, e On, de Osíris. Numa versão da cerimônia, o
candidato é informado que esse é o nome inefável de Deus que
se revelou a Moisés na sarsa ardente e que jaz enterrado sob as
ruínas do Templo. Os Iniciados nesse Grau começam a
reconstruir o Templo e descobrem a arca da nova aliança numa
caverna subterrânea onde Salomão, o rei Hiram e Hiram Abiff se
esconderam quando o Templo foi construído. Os candidatos a
abrem e encontram um Livro da Lei e a chave para desvendar os
símbolos da arca. Existem três palavras misteriosas, que forma o
nome da divindade que só pode ser pronunciado em grupos de
três homens, formando triângulos com seus braços e pés. Essa
posição de três vezes três é considerada a da arca viva. Cada
participante da arca diz uma sílaba do nome em três línguas: Já-
bul-on; Je-o-vá; De-u-s.
O novo estado daquele que alcança esse grau é simbolizado
por um triângulo equilátero com uma ponta no centro. O
triângulo equilátero simboliza os planos espiritual, psíquico e
físico, todos em equilíbrio, com a ponta da vida em comum no
centro. Esse símbolo aparece trabalhado em ouro na faixa dos
Maçons que alcançaram esse Grau.

Os Ensinamentos Secretos

A Maçonaria é muitas vezes criticada por seu caráter


secreto, mas a necessidade de manter esse sigilo era no início
realmente importante. Todas as tradições das quais a Maçonaria
possivelmente tenha surgido tinham a necessidade de manter-se
ocultas. Os Cavaleiros Templários precisavam esconder seus
interesses por assuntos que a Igreja da época considerava
heréticos. Os Maçons Operativos precisavam esconder suas
corporações profissionais clandestinas e as pessoas interessadas
em termos ocultos tinham que tomar muito cuidado com as
Igrejas Católica e Protestante. A própria Maçonaria insistia na
tolerância religiosa, posição essa que não obteria favores de
nenhuma das facções em disputa. Cristãos e Muçulmanos
vinham se matando uns aos outros e os Cristãos vinham
matando Judeus havia séculos. Por volta do século XVII, o
cristianismo tinha se dividido em dois grupos contrários, ou seja,
os católicos e os protestantes, que vinham promovendo guerras
uns contra os outros por toda a Europa.

Os Maçons também queriam proteger o caráter secreto de


seus rituais, para que seu impacto fosse total sobre os
candidatos quando de sua Iniciação. Essa confidencialidade
acabou despertando uma grande curiosidade e, assim, quando as
reuniões eram promovidas em locais públicos, havia o problema
com os espiões.

O sigilo sempre fez parte das tradições de Sabedoria. As


Escolas de Mistérios mantinham sigilo absoluto e aos Iniciados só
eram feitas as devidas revelações quando alcançavam o nível
apropriado. A razão disso era porque nas Iniciações espirituais
autênticas, o que se passa é mais do que informação; o Iniciado
recebe informações no plano energético. Se o candidato não
estiver devidamente preparado, a transmissão energética pode
ser prejudicial. O sigilo, portanto, serve para proteger as pessoas
dos efeitos maléficos de sua própria curiosidade.

Se os Maçons algum dia tiveram a custódia de algum


tesouro como a Biblioteca dos Templários, esse segredo ficou
perdido para os próprios Maçons. Possivelmente, existem
famílias que detêm esse conhecimento, mas não parece ter sido
algum dia conhecido de todos os Membros da Arte Régia ou
Real.

Será que a Maçonaria ainda guarda algum ensinamento


secreto?

A maior parte dos símbolos e rituais da Maçonaria foram sendo


revelados com o passar dos anos, mas os verdadeiros segredos
da Maçonaria são internos. À medida que cada candidato
percorre o caminho através de seu próprio ser interior, descobre
os verdadeiros segredos da Maçonaria. Esses são segredos que
não podem ser revelados; só podem ser vivenciados.
A Maçonaria Egípcia

O criador da Maçonaria Egípcia e do Rito Egípcio

Rito de Memphis

A maioria dos Membros da Missão do Egito que


acompanharam Napoleão Bonaparte eram Maçons dos antigos
Ritos Iniciáticos: Rito Hermético; Rito dos Filadelfos; Rito
Primitivo, entre outros. Chegando ao Cairo, os Membros da
Missão descobriram uma corrente gnóstico-hermética e, no
Líbano descobriram a Maçonaria Drusa, remontando aos Maçons
Operativos que acompanharam os Templários, seus protetores.
Depois deste contato, os Irmãos da Missão do Egito decidiram
renunciar à filiação Maçônica vinda da Grande Loja da Inglaterra,
nascendo assim o Rito Maçônico de Memphis, em 1815, em
Montauban, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Négre,
com numerosas Lojas no exterior e com personalidades ilustres
em suas fileiras como Giuseppe Garibaldi, que se tornaria o
unificador dos Ritos de Memphis e Misraim.

Assim como aconteceu com o Rito de Misraim, o Rito de


Memphis foi perseguido pela Igreja e pela Realeza durante o
século XIX, e, somente após um longo período operando na
clandestinidade, e após a fusão de 1881, é que o Rito pôde,
novamente, exercer suas atividades.
O Rito de Misraim

Este Rito surgiu pela primeira vez em Veneza em 1788. Um


grupo de Socianos (seita protestante) solicitou uma Carta
Constitutiva a Cagliostro. Não querendo praticar o ritual mágico-
cabalístico de Cagliostro, escolheram trabalhar com o Rito
Templário. Assim, Cagliostro lhes condedeu a Luz Maçônica
conferindo-lhes os três primeiros Graus Simbólicos da Maçonaria
Inglesa, e os Graus Superiores da Maçonaria Alemã, que eram
marcados pela tradição dos Cavaleiros Templários. O nome
Misraim é a forma plural da palavra “Egipcio”. Este Rito difundiu-
se rapidamente em Milão, Gênova e Nápoles.

De 1810 à 1813, os três irmãos Bédarride desenvolveram o


Rito na França com sucesso e sob a proteção do Rito Escocês. O
Rito de Misraim passou por inúmeras perseguições, tanto da
Igreja quanto da Realeza, e, após ter, por diversas vezes, durante
o século XIX, que funcionar na clandestinidade, e em 1881
Garibaldi, reuniu os dois Ritos, tornando-se seu primeiro Grão-
Mestre.

Rito de Memphis Misraim – Propósito e valores iniciáticos

A partir de 1881, a Ordem Maçônica de Memphis-Misraim


começou a chamar a atenção dos Maçons de outros Ritos
interessados no estudo do simbolismo esotérico da Maçonaria,
da Gnose, da Cabala, do Hermetismo e do Ocultismo, tornando-
se um Rito Maçônico voltado para a mais pura Tradição
Hermética, fornecendo aos indivíduos sinceros e desejosos, as
chaves para um harmonioso e consciente de suas
potencialidades espirituais, conduzindo-os à realização da
Grande Obra Espiritual, resultando no despertar da consciência
humana.

Ainda hoje, o Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis


Misraim do Soberano Santuário Maçônico Mundial preserva seus
antigos ensinamentos que têm por base a crença na existência
de Deus e na imortalidade da alma, exigindo-se, daqueles que
desejam praticá-lo, a crença em Deus e na Irmandade entre os
homens, o exercício constante da Benevolência e da Moral,
derivadas do estudo da Arte e da Ciência, e a prática de todas as
Virtudes.

A outra qualificação que se exige do Postulante, e que


merece especial atenção, é que seja uma pessoa honrada, que
estime os valores Maçônicos e a aprendizagem, não importando
sua condição ou distinções sociais e pessoais obtidas, e que
busque, por meio da compreensão cerimonial, a extensão do
conhecimento Maçônico, da Moral e da Justiça, a fim de reforçar
todos estes grandes princípios que distinguem, em todas as
épocas, os verdadeiros Maçons.

Os Rituais do Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis


Misraim, como não poderia deixar de ser, são baseados nos
Rituais da Maçonaria Universal, com a observação de todos os
Landmarks Maçônicos. Estes Rituais explicam os símbolos
Maçônicos, desenvolvem sua filosofia mística, exemplificam sua
moralidade, explicam suas lendas e identificam sua fonte
primitiva. O Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis Misraim
apresenta um elevado conhecimento intelectual ao pesquisador
Maçônico, seja um estudante da história Maçônica ou um
buscador da Verdade Filosófica Oculta nos antigos símbolos
contidos nos Rituais da Ordem.

A filosofia do Antigo e Primitivo Rito Oriental de Memphis-


Misraim é o laço que une a todos os Irmãos e que unirá toda a
humanidade; é o Símbolo da Esperança, que ensina a Fé em
Deus, que redime, e da Caridade, manifestação do Amor Divino
no interior do homem.

Estrutura do A P R O M M

O Rito é composto de 100 Graus e o Soberano Santuário


Maçônico Mundial de Memphis-Misraim é presidido pelo
Imperadore Mundis ou Imperador Mundial, cujo cargo é
vitalício, autocrático e hereditário, sendo o Chefe Supremo da
Ordem e do Rito.

O Membro realiza seus estudos do Grau 1 ao 95, sendo que


os Graus do 96 ao 100 são administrativos, ou seja, ocupados por
Maçons qualificados que dirigem a Organização em um
munícipio, estado, região, país, continente ou o mundo
conforme jurisdição designada.
 Solicite afiliação à Ordem Hermética da Golden Dawn e
Ordem Martinista Maçônica.

Graus do Rito de Memphis Misraim

Série Simbólica

1º Grau Aprendiz

2º Grau Companheiro

3º Grau Mestre

Série Filosófica

Loja de Perfeição

4º Grau Mestre Secreto

5º Grau Mestre Perfeito

6º Grau Mestre Sublime

7º Grau Preboste e Juiz

8º Grau Intendente dos Edifícios


9º Grau Mestre Eleito dos Nove

10º Grau Mestre Eleito dos Quinze

11º Grau Sublime Cavaleiro dos Doze

12º Grau Grão-Mestre Arquiteto

13º Grau Cavaleiro do Real Arco

14º Grau Grande Eleito e Sublime Maçom

Capítulos da Rosacruz

15º Grau Cavaleiro do Oriente

16º Grau Príncipe de Jerusalém

17º Grau Cavaleiro do Oriente e do Ocidente

18º Grau Cavaleiro da Rosacruz

Senado

19º Grau Grande Pontífice

20º Grau Soberano Príncipe da Maçonaria

21º Grau Cavaleiro Prussiano

22º Grau Príncipe do Líbano

23º Grau Chefe do Tabernáculo

24º Grau Príncipe do Tabernáculo

25º Grau Cavaleiro da Serpente de Bronze


26º Grau Escocês Trinitário

27º Grau Grande Comendador do Templo

28º Grau Cavaleiro do Sol

29º Grau Patriarca das Cruzadas

Aerópago e Tribunal

30º Grau Cavaleiro da Águia Branca e Negra

31º Grau Grande Juiz Comendador

32º Grau Sublime Cavaleiro do Real Segredo

33º Grau Soberano Grande Inspetor Geral

Série Hermética

Consistório

34º Grau Cavaleiro da Escandinávia

35º Grau Cavaleiro do Templo

36º Grau Sublime Negociante

37º Grau Sábio da Verdade

38º Grau A águia vermelha

39º Grau Grande Eleito dos Eons

40º Grau Sábio Perfeito

41º Grau Cavaleiro do Arco das Sete Cores


42º Grau Príncipe da Luz

43º Grau Filósofo Hermético

44º Grau Príncipe do Zodíaco

45º Grau Sublime Sábio dos Mistérios

46º Grau Sublime Pastor das Cabanas

47º Grau Cavaleiro das Sete Estrelas

48º Grau Sublime Guardião do Monte Sagrado

49º Grau Sublime Sábio das Pirâmides

50º Grau Sublime Filósofo da Samotrácia

51º Grau Sublime Titan do Cáucaso

52º Grau Sábio do Labirinto

53º Grau Sábio da Fênix

54º Grau Sublime Escaldado

55º Grau Sublime Doutor Órfico

56º Grau Sábio da Cadmia

57º Grau Sublime Mago

58º Grau Príncipe Brahman

59º Grau Sublime Sábio

60º Grau Sublime Guardião dos Três Fogos

61º Grau Sublime Filósofo Desconhecido

62º Grau Sublime Sábio de Eleusis


63º Grau Sublime Sawi

64º Grau Sábio de Mitras

65º Grau Guardião do Santuário

66º Grau Grande Arquiteto da Cidade Mística

67º Grau Guardião do Nome Incomunicável

68º Grau Patriarca da Verdade

69º Grau Sábio do Ramo de Ouro de Eleusis

70º Grau Príncipe da Luz

71º Grau Patriarca dos Sagrados Vedas

72º Grau Sublime Mestre da Sabedoria

73º Grau Doutor do Fogo Sagrado

74º Grau Sublime Mestre de Stoka

75º Grau Cavaleiro Comandante da Cadeia da Líbia

Conselho Sublime

76º Grau Patriarca de Ísis

77º Grau Sublime Cavaleiro Teósofo

78º Grau Grão Pontífice dos Tebanos

79º Grau Cavaleiro da Temível Sada

80º Grau Sublime Eleito do Santuário de Mazías

81º Grau Patriarca de Memphis


82º Grau Grão Eleito do Templo de Midgard

83º Grau Sublime Eleito do Vale do Oddy

84º Grau Patriarca dos Izeds

85º Grau Sublime Sábio

86º Grau Sublime Filósofo do Vale de Kab

87º Grau Sublime Príncipe da Maçonaria

88º Grau Grão Eleito da Sagrada Cortina

89º Grau Patriarca da Cidade Mística

90º Grau Sublime Mestre da Grande Obra

Grande Tribunal

91º Grau Grande Defensor

92º Grau Grande Catequista

93º Grau Governador Geral

94º Grau Príncipe de Memphis

95º Grau Grão Conservador

Graus Administrativos

96º Grau Imperador Estadual

97º Grau Imperador Regional

98º Grau Imperador Nacional


99º Grau Imperador Continental

100º Grau Imperador Mundial

*** ***

Ordem Hermética da Golden Dawn

A Ordem Hermética da Aurora Dourada é uma Sociedade


Secreta surgida na Inglaterra em 1888, que reunia várias
vertentes do esoterismo, e cujas ramificações encontram-se
ativas até os dias de hoje.

A Aurora Dourada é a glória culminante do renascimento


ocultista do século XIX, sintetizando um vasto corpo de material
desconexo e disperso, em um todo coerente, prático e eficiente,
o que não pode ser dito de qualquer Ordem Ocultista de que
tenhamos conhecimento naquele tempo ou a partir de então.

Origens

Até o surgimento da Golden Dawn, o Ocultismo Ocidental


se compunha de diversas tradições separadas, por vezes
divergentes. A Alquimia, a Astrologia, a Magia Cerimonial eram
secundados por diversos métodos divinatórios, e influenciados
por diversas crenças, como o Pitagorismo, o Neoplatonismo, o
Catarismo, o Maniqueísmo, a Gnose, o Judaísmo e o
Hermetismo, que transitavam por diversas culturas, como a
greco-romana e a árabe.

Porém, à época da Aurora Dourada, pode-se dizer que a


tradição mágica ocidental havia se perdido, abrindo espaço para
movimentos ocultistas de inspiração oriental como a Teosofia.
Nesse sentido, é possível interpretar o advento da nova Ordem
como uma reação a essa tendência orientalizante.

No resgate da tradição mágica ocidental, a Aurora Dourada


aprofundou ao máximo as ligações com a Cabala e com a antiga
Magia Cerimonial, às quais agregou o esquema de
correspondência universal proposto por Eliphas Lévi,
devidamente ampliado, desenvolvido e codificado para que cada
fator no Universo passasse a ter correspondência no Ser
Individual. Assim, todos os sistemas ocultistas antes existentes
foram integrados num único corpo de pensamento, inter-
relacionado, interdisciplinar e interdependente.

Nesse novo corpo de pensamento, a Magia tornou-se uma


disciplina prática e dinâmica, aonde, ao incentivo às
experimentações, por exemplo a Viagem Astral, se mesclaram
três sistemas operatórios principais: a Magia Cerimonial, dotada
de um novo código de signos, a Magia Enoquiana e a Magia de
Abramelin ou Magia Angélica.

Seu sucesso deveu-se à ênfase no erudito, à qualidade de


seu núcleo fundador, à sua organização esmerada, ao seu
incentivo à pesquisa, e à admissão de Membros sem restrições
de sexo, religião ou raça; mas sua importância fundamental para
o renascimento do Ocultismo resultou, principalmente, de sua
original capacidade de recriar e reinterpretar os vários e antigos
sistemas de sabedoria oculta, cultivados no Mundo Ocidental.

Cenário

Desde o século XVII, na Inglaterra, tanto a Magia quanto a


Astrologia, que eram pedras angulares do Ocultismo e haviam
desempenhado, nos séculos anteriores, um importante papel no
campo da compreensão do Universo, deixaram de ser
intelectualmente aceitáveis, por força de processos históricos
que culminaram no advento da Reforma e no posterior triunfo
da filosofia mecânica, ciência e magia se dissociaram, enquanto a
Astrologia tornou-se um conhecimento estagnado e tratado
como superstição.

Mas no século XIX, esse cenário se alterou. A Inglaterra


encontrava-se no auge de sua expansão imperialista, projetando-
se e interagindo com os mais distantes recantos do planeta, o
que tornava Londres uma metrópole culturalmente cosmopolita,
receptiva a novas idéias e doutrinas. Será nesse cenário de
efervescência cultural que o Ocultismo se reerguerá, até como
um contraponto ao Cientificismo que o Positivismo consagraria
como Filosofia, com sua certeza no progresso da Humanidade
guiada pelo racionalismo materialista da Ciência.

O ponto de partida para o ressurgimento do Ocultismo na


Inglaterra foi a publicação de “Magus” (1801), livro de Francis
Barret, que é basicamente uma coletânea de escritos ocultistas
medievais e renascentistas. A esse livro seguiram-se os escritos
de Eliphas Lévi, e de Kenneth Mackenzie, cuja aceitação em
círculos intelectuais pode ser entendido como uma reação ao
Positivismo e ao cientificismo, que haviam transformado o
Agnosticismo em palavra de ordem, exigível a quem pretendesse
ser tido como pessoal culta e sintonizada com os valores
“superiores” de seu tempo.

É nesse cenário que a Europa verá despontar o Espiritismo,


codificado pelo francês Allan Kardec; e que a russa Helena
Blavatsky difundirá sua Teosofia, impregnada de Budismo
Tibetano e outros matizes da religiosidade oriental. É ainda nesse
cenário que a Maçonaria multiplicará a quantidade de suas Lojas,
atraindo artistas e intelectuais, e que a lenda rosacruz renascerá
das cinzas, atestando que, mesmo quando confiante de resolver
os problemas de sua vida na Terra, através da Ciência, o ser
humano busca respostas para questões transcendentes, que se
situam na esfera de sua vida espiritual, além do alcance
científico.

O Rosacrucianismo Maçônico

É desconhecida a época em que Graus Rosacruzes


começaram a ser usados na Maçonaria, mas é certo que pelo
menos um Grau Rosacruz foi introduzido no Rito Escocês Antigo
e Aceito da Maçonaria Britânica.

Na segunda metade do século XIX, o crescente interesse


por temas rosacruzes, levou um grupo de Mestres Maçons a
criarem uma sociedade, especificamente dedicada ao seu
estudo. Foi a Societas Rosicruciana in Anglia (SRIA), fundada em
1866 por Robert Wentworth Little, com a ajuda de Kenneth
Mackenzie.
Dois Membros destacados dessa Ordem que só admitia
Mestres Maçons em suas fileiras, viriam a ser os principais
arquitetos da Aurora Dourada:

Dr. William Westcott, médico legista e Juiz de Instrução de


Londres, que ingressou na SRIA em 1880 e viria a se tornar
“Magus Supremus” em 1891.

Samuel MacGregor Mathers, um ocultista apaixonado pela


cultura celta e autor da “Kabbala Desvendada”.

O terceiro nome ligado à criação da Golden Dawn é o do médico


e Maçom, Dr. William Robert Woodman.

O manuscrito cifrado

A Ordem Hermética da Golden Dawn nasceu em 1888,


reivindicando ser a verdadeira herdeira dos princípios de
Christian Rosenkreuz (pai do Rosacrucianismo), e supostamente
amparada na autoridade que lhe teria sido concedida por uma
antiga Sociedade Rosacruz alemã, a Die Goldene Dammerung,
através de uma misteriosa adepta, chamada Anna Sprengel, cujo
nome secreto iniciático seria Sapiens Dominabitur Astris (O
sábio governará as estrelas).

Segundo a história contada por Westcott e sustentada por


Mathers, o Reverendo Woodford, um velho pároco muito
conhecido nos círculos maçônicos, ter-lhe-ía entregue, em
agosto de 1887, sessenta páginas de um manuscrito cifrado,
cuja tinta marrom desbotada lhes conferia uma aparência de
antiguidade, escritas num código secreto inventado no século
XVI. Algumas folhas do manuscrito traziam uma marca d´água
datada de 1809.
Westcott, que conhecia bem a literatura hermética, teria
descoberto a chave para o alfabeto artificial e, ao traduzí-lo,
descobriu tratar-se de esboços fragmentários de uma série de
cinco rituais e a estrutura hierárquica básica de uma
Organização Iniciática. Em meio ao manuscrito, havia também
uma carta de Anna Sprengel, conferindo-lhe um posto elevado
na Die Goldene Dammerung e autorizando-o a instalar uma
sucursal da Ordem alemã, na Inglaterra.

Pouco tempo depois, Westcott passaria a receber várias


cartas de um secretário de Anna Sprengel, que se assinava
Frater In Utroque Fidelis, fornecendo orientações adicionais
para a abertura da primeira Loja ou Templo da Aurora Dourada
Inglesa, o Templo de Ísis-Urânia, cuja Carta Patente, assinada
pela própria Ana, chegou por volta de março de 1888.

Finalmente, uma carta, datada de 23 de agosto de 1890 e


assinada por Frater Ex Uno Disce Omnes, anunciava a morte de
Ana Sprengel, e informava que Westcott não mais receberia
qualquer outra comunicação da Alemanha.

A verdade é que toda essa história não passava de um


embuste, conforme ficaria convenientemente demonstrado na
obra de Ellic Howe. Descobriu-se, por exemplo, que a carta de
autorização do primeiro Templo fora forjada por Mina Bergson,
que viria a se casar com Mathers, em junho de 1890.

A descoberta da fraude foi um dos fatores que


contribuíram para a ruína da Golden Dawn.
Sistema de Graus

Para se ter idéia do caminho místico que um Membro da


Aurora Dourada devia percorrer, é importante saber que toda
Sociedade Oculta possui um conjunto de metas ou ideais,
representado por uma simbologia, e que o processo de domínio
dessa simbologia é demarcado por uma série de Graus, tendo
cada um seu próprio Ritual.

O aspirante a Membro da Aurora Dourada era admitido na


condição de Neófito, na qual permanecia por algum tempo,
recebendo ensinamentos básicos e sendo avaliado pelas
autoridades da Ordem. Uma vez aceito, ingressava no Primeiro
Grau, iniciando sua jornada de aprendizagem.

Os quatro primeiros Graus constituíam o Círculo Externo


da Ordem ou Primeira Ordem:

 Zelator 1º = 10
 Theoricus 2º = 9
 Practicus 3º = 8
 Philosophus 4º = 7

Ao completar o Grau de Philosophus, o Membro


habilitava-se a ingressar no Círculo Interno ou Segunda Ordem
que, a partir de 1892, tornou-se a Ordem da Rosa e da Cruz de
Ouro (Ordo Rosae Rubeae et Aureaue Crucis). Após passar pelo
Grau intermediário de Senhor dos Caminhos, no Portal da Cripta
dos Adeptos, onde esperaria durante nove meses, o aspirante
estava preparado para sua caminhada pelos Graus do Círculo
Interno:

 Adeptus Minor 5º = 6
 Adeptus Major 6º = 5
 Adeptus Exemptus 7º = 4

Embora, teoricamente, o caminhante pudesse atingir o 7º,


o Grau de Adeptus Minor era o máximo que qualquer Membro
conseguiria chegar. O 6º Grau era, na prática, reservado aos
fundadores da Ordem, enquanto no 7º estariam três Chefes
Secretos, só conhecidos pelos seus lemas em Latim.

Havia ainda um Terceiro Círculo, ocupado por Chefes ainda


mais Secretos, que, supunha-se, existiam apenas no Plano Astral.
Nesse Círculo cabiam três Graus:

 Magister Templi 8º = 3
 Magus 9º = 2
 Ipsissimus 10º = 1

O conjunto de Graus da Ordem, numerados do 10º ao 1º


em ordem decrescente, referia-se aos dez sephiroth que são
emanações do Divino na Árvore da Vida cabalística, com a adição
do Grau Neófito 0º = 0.

Rituais

Os rituais usados na Aurora Dourada foram elaborados,


principalmente, por Mathers, que recorreu a várias fontes e
conseguiu fundí-las de um modo tão harmonioso e eficaz que o
sistema por ele criado sobreviveu à própria Ordem, tornando-se
a matriz onde outras Sociedades Iniciáticas viriam a se inspirar.
Seus ingredientes misturavam Cabala, Tarot, Alquimia, Astrologia
e outras tradições.

Além dos rituais que eram executados no Templo, Mathers


compôs sete rituais que o Iniciado podia realizar na privacidade
de seu lar, para fins mágicos pessoais. Eram bem construídos
graças ao profundo conhecimento que Mathers tinha do
Ocultismo, sendo impregnados de Poesia e Filosofia, produzindo
efeitos profundos sobre o espírito humano.

O mais impressionante ritual concebido por Mathers foi o


de acesso ao Círculo Interno que é o 5º Grau, ou seja, o de
Adeptus Minor, baseado na célebre lenda de Christian
Rosenkreuz, conforme descrita em Fama Fraternitatis.

No interior do Templo, onde se realizava a Iniciação, as


paredes eram decoradas com símbolos alquímicos, cabalísticos e
astrológicos. No forro branco, via-se uma rosa com vinte e duas
pétalas. No piso, havia uma cruz dourada unida a uma rosa
vermelha de quarenta e duas pétalas. No altar, uma cruz preta
com uma rosa de vinte e cinco pétalas. No centro do Templo,
destacava-se uma Cripta representando o túmulo de Christian
Rosenkreuz. A cerimônia era executada por três autoridades: um
Adepto-Chefe e dois auxiliares.

No início da cerimônia, o aspirante ouvia um breve discurso


sobre as virtudes da humildade. Em seguida, era amarrado a uma
grande cruz de madeira e, nessa situação, devia fazer o
juramento de levar uma vida pura e altruísta, guardar segredo
sobre a Ordem, sustentar a autoridade de seus Mestres e
dedicar-se ao Grande Trabalho.

Já solto da cruz, era-lhe feito um relato sobre a vida e a


obra de Christian Rosenkreuz. Em seguida, ouvia de um dos
adeptos auxiliares: “Você agora deixará o Portal por pouco
tempo e, após seu regresso, será realizada a cerimônia de
Abertura da Tumba”. Então, eram-lhe entregues um bastão e
uma Cruz Ansata (Ankh), que lhe permitiriam reingressar no
Templo.

Ao retornar, o aspirante percebia que o Adepto-Chefe


desaparecera. Então, colocado diante da cripta, ouvia
explicações sobre o significado dos símbolos gravados na tampa
da cripta. E após ter feito vários outros votos, a tampa da cripta
era aberta, revelando, em seu interior, o Adepto-Chefe que,
deitado e de olhos fechados, falava sobre morte e ressurreição
místicas, concluindo com uma exortação: “No alambique de teu
coração, através da fornalha de aflição, procura a verdadeira
pedra do Mago”.

A cerimônia se encerrava com o Aspirante recebendo


explicações adicionais sobre o simbolismo usado no ritual.

Templos

Além do Templo de Ísis-Urânia, que foi o primeiro, fundado em


1893, em Londres, a Golden Dawn instalou os Templos ou Lojas
de:

 Templo Ahathoor França


 Templo de Amem-Ra
 Templo de Osíris
 Templo de Thme Estados Unidos
 Templo de Themis Estados Unidos
 Templo de Thoth-Hermes Estados Unidos
 Templo de Hórus

Sistema de ensino

O recrutamento de novos Membros era feito na maioria


das vezes por cooptação, através de um padrinho, que iria cuidar
de sua evolução dentro da Organização e de sua diligência nos
estudos, uma prática herdada da Maçonaria.

A Grade de Estudos era bastante exigente em relação ao


estudante, que, para passar de um Grau a outro necessitava
provar seu domínio do Grau ao qual estava prestes a abandonar.

Os Membros da Golden Dawn eram todos respeitáveis


pessoas da Classe Média. Alguns até podiam alegar origens
aristocráticas. Um surpreendente número de médicos, não
inferior a oito, entrou na Ordem antes de 1890.

O sistema da Golden Dawn era eminentemente simbólico e


sintético, o que levou à necessidade de alicerçar este discurso
numa linguagem que fosse equidistante dos sistemas ocultistas
preexistentes. A linguagem do Tarot serviu para esse propósito.

Apogeu

Em fins de 1891 mais de oitenta pessoas haviam


ingressado no Templo Ísis-Urânia de Londres, entre elas
quarenta e duas mulheres. A Aurora Dourada, que era,
essencialmente, uma criação de Westcott, desabrochava
mornamente, seguindo uma existência quase monótona. Tendo
Mathers, Westcott e Woodman, que morreria em dezembro
daquele ano, como professores, seguiam um currículo
elementar que incluía o estudo de assuntos como a Árvore da
Vida cabalística, com seus Sephiroth e vinte e dois caminhos,
Simbolismo Alquímico, Astrologia, Geomancia, e o Simbolismo
dos vinte e dois trunfos do Tarot. Mas isso tudo não passava de
um jardim de infância para candidatos ao Ocultismo.

A situação se modificou radicalmente no início de 1892,


quando Mathers efetuou uma reorganização de longo alcance e
conseguiu, em grande parte, suplantar Westcott, na condução
da Ordem. Nessa época, apresentou um impressionante ritual
5º , para o primeiro dos Graus da Segunda Ordem, e concedera
à Segunda Ordem um status inteiramente novo. Agora, passava
a ser a Ordo Rosae Rubeae et Aureae Crucis, abreviada para R.R.
et A.C., tendo Mathers como único Chefe, e dirigida de Paris,
onde se instalou, definitivamente, na primavera de 1892,
enquanto Westcott se contentava em agir como Chefe Adepto,
em Londres.

Daí em diante, a admissão à nova Segunda Ordem seria


feita por meio de provas e de convites. A R.R. et A.C. era
altamente secreta, não se permitindo aos Membros da Ordem
Exterior saber da sua existência, que a ela pertencia, nem os
endereços de suas sedes. E enquanto o currículo da Ordem
Exterior era simplesmente teórico, os membros da Segunda
Ordem recebiam instrução sobre a teoria e prática do cerimonial
ou ritual mágico.

Além de elaborar o ritual, Mathers produziu um fantástico


currículo para uma série de oito provas destinadas ao 5º Grau.
Quem passasse nesse teste podia afirmar que recebera uma
instrução básica completa em quase todos os aspectos da
tradição ocultista ocidental. A esse respeito, a Segunda Ordem
representava o equivalente de uma universidade hermética. E
era única.

Entre a primavera de 1892 e o final de 1896, a Ordem


Hermética da Aurora Dourada viveu seus dias de glória, ou seja,
apenas 6 anos.

Decadência

Não deixa de ser paradoxal que o principal responsável


pelo brilho da Aurora Dourada, tenha sido, também, o principal
agente de sua ruína. Mathers era um homem extremamente
talentoso, mas era também muito autoritário, e esse aspecto de
sua personalidade viria a motivar conflitos com outros
Membros. No tempo em que Westcott ainda era o principal
dirigente da Ordem, o clima interno foi mais ameno. Mas
quando Mathers assumiu, de fato, o comando, os choques de
personalidade não tardaram a se evidenciar. Instalado em Paris,
exigia absoluta submissão das Lojas Inglesas à sua autoridade,
conduta que logo gerou reações.

O primeiro conflito sério foi com a empresária de teatro,


Annie Horniman, filha de um rico importador de chá, amiga
íntima da esposa de Mathers, Moina Bergson, e benfeitora
financeira do casal. A relação entre os dois deteriorou-se
progressivamente e, quando Annie suspendeu a ajuda
financeira, Mathers a expulsou da Ordem.

O golpe seguinte na estabilidade da Ordem da Golden


Dawn ocorreu em março de 1897, quando as autoridades legais
souberam da ligação de Westcott com uma Ordem Ocultista.
Com seu cargo de Juiz de Instrução ameaçado, Westcott, que
era um administrador capaz e entusiástico, afastou-se da Ordem
que fundara.

A essa altura, o lugar deixado por Annie Borniman fora


ocupado pela atriz Florence Farr, que também viria a se rebelar
contra a atitude ditatorial de Mathers. Este, por seu turno,
suspeitando que ela conspirava para trazer Westcott de volta ao
comando da Ordem, revelou a fraude das cartas de Sprengel,
dando a entender que fora obrigado, por Westcott, a guardar
segredo. A revelação caiu como uma bomba no seio da Aurora
Dourada, abalando sua credibilidade e provocando o
afastamento de vários Membros.

Para completar o quadro da ruína, Aleister Crowley, um homem


de grande saber ocultista, mas de reputação duvidosa,
ingressara na Ordem e, com menos de um ano de afiliação,
pleiteara sua admissão ao Círculo Interno. Tendo seu pleito
rejeitado, Crowley aproximou-se de Mathers e, conquistando
sua confiança, conseguiu que o iniciasse à Segunda Ordem, em
Paris. Essa Iniciação não foi reconhecida em Londres, e pela
primeira vez Mathers se viu diante de uma revolta total.

O plano Mathers-Crowley foi frustrado, em grande parte pela


vigilância de W.B.Yeats e de um punhado de Membros, que
assumiram o controle da situação.

A Ordem original começou a fragmentar-se, com alguns


Membros se desligando e fundando suas próprias Sociedades
Ocultistas. No início de 1903, um grupo liderado por Waite
assumiu o comando e imprimiu à Aurora Dourada

Atualmente, várias Organizações Ocultistas alegam ser a


continuidade da Golden Dawn. Mas nenhuma delas conseguiu
restaurar o brilho desse que foi o mais impressionante fruto da
árvore rosacruz da Europa.

Grandes Mestres

 De 1888 a 1891 – William Westcott, Samuel McGregor


 De
 De
 De
 De
 De 1905 a 1907 – Carl
Ordem Martinista Maçônica

Martinismo

O Martinismo é uma corrente de pensamento com base no


esoterismo; um movimento paramilitar e espiritual, conotado
com o misticismo Judaico- Cristão,

Os Movimentos Martinistas modernos possuem estrutura de


três Graus:

 Associado
 Iniciado
 Superior Incógnito

Origem

O fundador dos Elus Cohen, Martinez de Pasqually,


primeiramente Ordem

História

Foi sob os auspícios do Sr. Martin que o Teósofo e Ocultista


Papus
O historiador do esoterismo Antoine Faivre escreveu que “a
Teosofia é a doutrina cristã dos séculos XVI e XVII, às vezes
populares

Alguns investigadores não hesitaram em dar como a fonte desse


movimento Irmandades Herméticas do século XI.

Primórdios do Martinismo

As obras de Saint Martin são de extrema importância para o


Martinismo, que se encontrava em contato com o antigo
espírito da elite cultural da França,

Saint-Martin foi inspirado pelas obras do sapateiro e filósofo


alemão Jacob Bohme,

Depois de o seu trabalho ter, em “Erros e verdade” sido


traduzido em 1782 por Mathias Claudius para o alemão, foi
seguido

 O buscador
 Eis o que um homem
 O Novo Homem
 O crocodilo ou a luta entre o bem e o mal
 O ministério dos espíritos
Com a morte de Saint-Martin, em 1803, os seguidores de sua
Filosofia e Teosofia, eram doravante

As três formas de Iniciação

O Martinismo pode ser dividido em três formas através das quais


pode ser cronologicamente

 Os Elus-Cohens (Cohen é o equivalente em Hebraico a


“sacerdote” e Elus significa “eleito” ou “escolhido”).

No mais alto dos três Graus da Ordem dos Elus Cohen, conhecido
com shrine, consiste

 O Rito Escocês Retificado ou Cavaleiros Benfeitores da Cidade


Santa.
 O “Martinismo” de Louis-Claude de Saint-Martin, uma
tradição mística cuja ênfase

A herança seria re-organizada na Ordem Martinista em 1886 por


Augustin Chaboseau e Gerard Encausse, conhecido pelo nome de
Papus.
Os Mestres do passado

São muitos os nomes que exprimem o estado de Mestre:


“Adepto”, “Avatar”, “Cristo”, “Mahatma”, “Realizado”,
“Bodhisattva”, “Hierofante”, e outros ainda... Todos estes
nomes veiculam a espiritualidade em altíssimo nível. Alguns são
sinônimos; outros são complementares; outros, ainda,
correspondem mais a etapas da consciência em sua progressão
para a perfeição humana. Como sabemos, a Maestria não se
obtém por decreto humano e não se traduz por um diploma de
sabedoria. É adquirida lentamente. Aliás, não se diz que os
Mestres são velhas almas? Em ascese pessoal foram primeiro
Postulantes, depois Neófitos e, finalmente, Iniciados, o que
lembra a jornada seguida por todo Maçom na senda de nossa
Ordem.

Estejam encarnados ou não, os verdadeiros Mestres


dominam as leis universais, vivem num eterno presente e
conhecem a Paz Profunda. Etimologicamente, estão “acima dos
outros” e é essa elevação que marca sua grandeza espiritual e a
universalidade de sua irradiação. Devemos sentir a propósito
deles um respeito infinito, pois conheceram antes de nós as
vicissitudes da vida e, à força de trabalharem a si mesmos,
foram iluminados pela Sabedoria Divina. As palavras são
limitadas demais para descrevê-los, pois não podem expressar o
inexprimível. Como poderiam traduzir o estado de consciência
desses seres excepcionais? Todos foram mensageiros, guias ou
reformadores. Quer tenham nascido em meios modestos ou
privilegiados, quer tenham vivido no deserto ou em locais
fascinantes, foram personalidades fora do comum que
ultrapassaram o pensamento de seu século e exerceram grande
influência sobre os seus contemporâneos. E a Iluminação lhes
deu a maior de todas as forças: a Ação, que é a principal marca
da Iniciação. Dotados de inteligência superior, sempre uniram a
palavra aos atos, esclarecendo todo ser de boa vontade sobre a
senda do “conhece a ti mesmo”. Encorajaram sempre a busca
espiritual e lembraram constantemente que a Verdade é
acessível a todo indivíduo. Encontraram em seus inimigos uma
fonte de inspiração, pois neutralizaram seu ódio por meio do
amor.

Com o passar das eras, a sabedoria dos Mestres foi transcrita de


mil e um modos nos mitos, nos contos, nas lendas, nas odisseias,
nas mitologias e, de maneira geral, em todos os escritos que a
humanidade qualifica como “sagrados” e que usam a parábola, a
alegoria ou a analogia.

Feitas estas observações preliminares, proponho agora


viajarmos no tempo ao encontro de alguns Mestres, durante um
período que vai vários milênios antes da era cristã até o começo
do século XX. Falaremos deles no presente, pois a herança de
sabedoria que nos legaram através das eras é sempre atual.

O Egito Antigo, o país das Duas-Terras, durou 5.000 anos.

É de admirar que tão poucos nomes de sábios egípcios tenham


chegado até nós, ao contrário dos nomes dos filósofos da Grécia
Antiga. Por isso a perenidade do seu legado cultural e espiritual
só pode ser assegurada por uma corrente ininterrupta de
Iniciados que trabalharam de modo impessoal.

Durante a terceira dinastia, vinte e oito séculos antes da era


cristã, é Imhotep que encarna a sabedoria do Egito.

Treze séculos mais tarde, durante a 18ª Dinastia, uma grande


alma é escolhida como faraó pelos Kheri-hebs, os grandes
sacerdotes.

Mais ou menos um século depois, no reinado de Amenhotep III,


outro faraó da 18ª Dinastia, um novo ser excepcional, trabalha a
serviço do Egito e da espiritualidade.

Pacifista e poeta, dotado de uma consciência infinitamente


superior à de sua época.

Durante o reinado de Akhenaton, Moisés, conhecido pelo nome


egípcio de Hosarsiph, está regularmente presente nas procissões
sacerdotais que ocorrem por ocasião das grandes festas
egípcias.

Sete séculos antes da era cristã aparece no Irã um sábio


chamado Zoroastro, ou também Zaratustra.

No século XI antes da era cristã, Confúncio e Lao-tsé regeneram


e vivificam a China, o primeiro por uma ética de vida consoante
com as leis naturais; o segundo, pelo “caminho da verdade e da
virtude”, o Tao-te Ching, base da metafísica chinesa.

Siddharta Gautama, qualificado como “Buda histórico”, nasce


por volta de 500 a.C.

Pitágoras, um dos maiores filósofos gregos, vem ao mundo por


volta de 572 a.C.

Um século mais tarde, Platão nasce em Atenas.

Tendo as antigas civilizações egípcia e grega desmoronado, o


Céu, sempre disposto a ajudar à humanidade, envia-lhe Jesus,
um Mestre de amor.

No primeiro século da era cristã, um grego da Ásia Menor


apresenta muita semelhança com Jesus, a ponto de ser por
vezes confundido com ele.

No segundo século da nossa era, Orígenes, um jovem cristão,


ensina o catecismo em Alexandria, cidade onde se acotovelam
então todas as escolas de pensamento: platônica, judaica,
gnóstica e mesmo escolas antigas.

Uma nova alma iluminada aparece no céu do Egito: Plotino.


Por volta de 571, em Meca, na Arábia, nasce Maomé, cujo nome
significa “o Louvado”.

Hildegarde de Bingen nasce na Alemanha em 1098.

Em 1181 se encarna na Itália um ser muito comovente: São


Francisco de Assis.

Na segunda metade do século XVI, na mesma época que


Giordano Bruno, queimado vivo pela Inquisição, nasce na
Inglaterra um homem de Estado e um gênio literário: Francis
Bacon.

No século XVIII, um personagem misterioso aparece na França,


na corte de Luís XV: José Bálsamo, cognominado Cagliostro.

Em 1822, um ser deleitoso se expressa na França pela música:


César Franck.

Por volta de 1870, Ramakrishna ilustra a permanência do


hinduísmo, que ele reforça ao fazer conhecer melhor os Vedas,
tidos como as mais antigas escritas religiosas da Índia que
remontam ao século XVIII antes da nossa era.
Ainda no século XIX, um homem profundamente respeitado
difunde sua sabedoria nas grandes planícies da América do
Norte. Ele é sioux oglala e se chama Hehaka Sapa, que significa
“Ímpeto Negro”. A nação indígena o reverencia como médico,
profeta e chefe espiritual.

Na noite de 30 para 31 de julho de 1831, no coração da Rússia


tradicional dos tzares, uma alma desce do céu e se encarna
numa família cristã ortodoxa: Helena Blavatsky acaba de fazer
sua entrada no mundo dos homens. Muito jovem ainda “vê” o
mundo invisível e “conversa” com as entidades espirituais que o
habitam.

Para encerrar esta viagem através do tempo, vamos nos deter


por alguns instantes na vida de um dos maiores Mestres
espirituais do século XX. Ele vem ao mundo na Índia em 1867, na
casta dos mercadores.

Assim, a humanidade não está e nunca esteve entregue a si


mesma. Em todos os tempos gerou Mestres incumbidos de guia-
la em sua evolução. Que sejamos sensíveis à sua obra e à sua
influência, a fim de sermos nós mesmos agentes de sua
sabedoria.

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