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CONTEUDO
Capı́tulo 1
Capı́tulo 2
Capı́tulo 3
Capı́tulo 4
capı́tulo 5
Joana D'Arc
Hilaire Belloc
JOANA D'ARC
ISBN 0-911845-45-3
Para
Minha Filha Elizabeth
CONTEÚDO
Capı́tulo 1
Capı́tulo 2
Capı́tulo 3
Capı́tulo 4
capı́tulo 5
1
F IVE cem anos atrá s, E MAIS, houve na França um louco rei velho cuja mulher
era uma prostituta alemã , zombando dele. Tudo em seu reino estava
distraı́do; pois quando a monarquia é fraca, os poderosos oprimem e
destroem. E entre as misé rias da é poca estava esta: que o reino foi
dividido por rivais.
O rei Joã o da famı́lia de Valois, o avô do velho rei louco (o mesmo
que lutou contra o rei da Inglaterra em Cré cy e fora feito prisioneiro em
Poitiers) fora bem defendido na batalha por um jovem ilho de seu
chamado Filipe , e para recompensá -lo, chamou-o de "Filipe, o Ousado"
e deu-lhe a grande Provı́ncia da Borgonha, a leste, para governar,
tornando-o duque da Borgonha, ele e seus ilhos depois dele. Mas isso
ele deveria manter em idelidade ao rei, seu pai, e mais tarde aos reis,
seus sucessores; o que ele fez.
Mas quando o rei Joã o morreu há muito tempo e seus netos eram
duque da Borgonha e rei da França, o novo duque da Borgonha icou
irritado com sua sujeiçã o ao primo, o rei da França; pois ele era
poderoso em seu pró prio paı́s e secretamente desejava quebrar a fé e
mantê -la sozinho e livre. Assim, quando foi visto que seu primo, o rei da
França, permaneceria de mente fraca, a Borgonha assumiu o direito de
governar em seu nome. Mas o pró prio irmã o do rei louco (que era
chamado de duque de Orleans) desa iou, e uma rixa amarga surgiu
entre eles sobre quem deveria governar em nome do rei louco; e o povo
da França e os padres e bispos e nobres, e os advogados e doutores das
universidades, izeram duas festas - algumas para a Borgonha e outras
para Orleans - entã o eles eram como duas naçõ es, até que, em um dia
ruim, a Borgonha teve Orleans assassinado.
Entã o, de fato, era guerra. E como o jovem duque de Orleans, ilho
do homem assassinado, havia se casado com a ilha de um forte senhor
do sul, chamado Armagnac, os de seu partido eram chamados de "Os
Armagnacs" e os da Borgonha, de "Os borgonheses" (em francê s,
"Bourgignon"); e eles lutaram uns contra os outros que deveriam
segurar Paris, a cidade principal do reino, e governar o rei, e eles
devastaram o reino entre eles com massacres e queimadas.
Agora, os reis da Inglaterra naqueles dias també m nasceram de
grandes prı́ncipes franceses, sendo da famı́lia de Plantageneta de Anjou,
e eles há muito a irmavam ser reis legı́timos da França por meio de uma
princesa da França, herdeira daquele paı́s (cuja lı́ngua també m falavam,
assim como seus nobres), e chamavam-se de mais direito do que a
famı́lia de Valois. Entã o, vendo o quã o perturbados e enfraquecidos
estavam os Valois por esta disputa mortal de Armagnac e Bourgignon,
Valois Orleans contra Valois Burgundy, o rei da Inglaterra, Henry
Plantagenet, quinto desse nome, veio para a França com um exé rcito
pequeno, mas muito bom. Ele derrubou o grande exé rcito dos
Armagnacs em Agincourt e fez prisioneiro o pró prio jovem duque de
Orlé ans (os borgonheses recusaram ajuda) e passou a tomar os castelos
e cidades muradas do norte um apó s o outro, até mesmo o grande
Rouen apó s um terrı́vel cerco ; e, mesmo estando tã o conquistador, os
Armagnacs, lembrando-se do assassinato do duque de Orlé ans mais
velho, mataram o duque de Borgonha por sua vez. Seu ilho, um soldado
poderoso, foi tomado pela vingança e juntou-se ao rei inglê s; dizendo
també m, consigo mesmo: "Entã o, serei mais livre quando o rei da
França morrer."
Mas este novo duque da Borgonha, de nome Filipe, tinha o espı́rito
mais forte entre os grandes de sua é poca, e tinha um rosto duro e á vido
como se fosse esculpido em madeira escura, e acima de seus olhos
havia sobrancelhas grossas e negras com pontas que se erguiam para
cima. , de modo que, quando ele estava com raiva, os homens diziam
que pareciam chifres.
Aquela prostituta alemã , a Rainha da França, havia dado ajuda
primeiro para um lado e depois para o outro, e agora que a Borgonha
era dona - pois ele mantinha Paris e com ele estava a Plantageneta - ela
declarou por ele (a quem ela apoiava por muito tempo ) e favoreceu seu
plano, que era o seguinte: que Henrique se casasse com sua ilha e fosse
regente da França, apoiando o poder da Borgonha, e que o ilho de
Henrique e sua ilha fossem rei da França quando o rei louco
morresse. Pois ela disse que esta ilha dela era a herdeira legı́tima,
sendo a verdadeira ilha do rei louco. E embora ela tivesse um ilho
també m vivo, chamado Charles (um homem muito jovem a quem os
Armagnacs protegiam e a quem de direito deveria cair o reino), esse
ilho, disse ela, nã o era um herdeiro verdadeiro.
Pois ela era tã o desavergonhada que o chamou de bastardo, dizendo
que o pobre rei nã o era seu pai; e ela era tã o devassa que muitos
acreditaram nela. Pois eles diziam: "Sua pró pria mã e o chamaria de
bastardo se ele nã o fosse assim?"
Mas ela mentiu, como sempre; pois aquele jovem era de fato o ilho
do rei louco e o verdadeiro herdeiro da França, de modo que era
chamado de Del im, tı́tulo agora herdado do prı́ncipe mais velho de
sangue real. Ele e os seus nã o tinham forças para resistir aos inimigos e
fugiu para o sul, alé m do Loire, quando, logo depois, no ano de Nosso
Senhor quatrocentos e vinte e dois, Henry Plantagenet, rei da
Inglaterra, morreu, deixando um bebê menino de nove meses, ilho dele
mesmo e daquela princesa francesa de casamento, a quem chamavam
de Henrique, o sexto desse nome. E dois meses depois, o velho rei louco
morreu també m. O menino Henrique deveria ter sido coroado em
Rheims, se de fato a Borgonha o tornasse rei da França, pois aquele era
o lugar legı́timo de coroaçã o e unçã o dos reis da França e estava no
poder da Borgonha. Mas o irmã o do falecido rei Henrique, duque de
Bedford, que havia sido deixado regente, nã o ousou levar uma criança
tã o jovem muitas lé guas atravé s do paı́s onde bandos de guerra
vagavam, e ele adiou para algum tempo posterior a solenidade de
Rheims, que sozinha fez um rei da França, o pró prio rei aos olhos de seu
povo.
No entanto, todas as coisas se opunham ao del im, Carlos de
Valois; pois a forte Borgonha dominava todo o leste e Bedford todo o
norte, e eles eram aliados, com Paris em seu domı́nio e favorecendo-
os. Suas pobres forças foram desencorajadas, seus capitã es erraram, ele
tinha apenas dezenove anos e sangue fraco com pernas fracas e uma
alma muito tı́mida, seus conselheiros tolos ou falsos e seu dinheiro
caindo. De seu pró prio povo, a cada dia mais o abandonava, e a Igreja,
antigo esteio de sua casa real, se dividia.
Pois dois papas e mesmo trê s tinham apenas recentemente
reivindicado um contra o outro, levando o Vicarship de Cristo ao
escá rnio; e os clé rigos izeram um grande conselho que se
autodenominou a Igreja e deu seu poder para fazer e desfazer o
senhorio dos homens cristã os e ser supremo até mesmo sobre a cadeira
de Pedro, e logo seria outro conselho, com a Borgonha e os Inglê s para
o conselho e o Dauphin Charles para o papa: tudo estava
confuso. Portanto, muitos bispos e grandes abades e a Universidade de
Paris, a cuja voz todos os homens compareciam, favoreceram seus
inimigos.
Nã o tinha aliados, exceto o povo escocê s, os incessantes inimigos da
Inglaterra. Estes, de fato, o enviaram soldados muito bons, mas poucos,
e em Verneuil, quando ele tentou desesperadamente sua chance na
batalha, seus batalhõ es foram espalhados. Seus homens ainda lutavam,
venceram uma escaramuça, aliviaram uma fortaleza; mas a escuridã o
cresceu. Cidade sobre cidade e castelo sobre castelo declarados para o
inimigo. St. Denis, o santuá rio dos reis e sua sagrada ori lamme, estava
nas mã os de seu inimigo, e as mirı́ades de Paris - ou seus chefes -
estavam contra ele. Ele nã o tinha esperança a nã o ser por ofertas de
desmamar seu primo Filipe da Borgonha de Bedford e o ilho
Plantageneta; uma intriga emaranhada sem problemas, pois ningué m
sobre ele poderia imaginar Borgonha, sua mente profunda e sutil.
As pessoas comuns do campo tinham realmente em si uma
memó ria da coroa e dos lı́rios, o coraçã o da cristandade desde os dias
dos pais de seus pais, desde os dias em que a fé primeiro se fortaleceu
em seus coraçõ es. Mas nenhum homem se moveu.
Assim as coisas continuaram quando, com o velho rei louco agora
morto há seis anos e o del im com vinte e cinco anos, Bedford avançou
para o lance inal. Ele tomaria Orlé ans sobre o Loire, a fortaleza que
proibia a passagem do rio; e depois de tomar Orlé ans, ele cruzaria o
riacho e manteria o sul e, inalmente, toda a França. No verã o, ele
reuniu forças na Inglaterra com muitas armas, grandes e pequenas. No
outono, ele traçou sua linha em torno de Orleans. Era outubro do ano
de quatrocentos e vinte e oito de Nosso Senhor.
Fechado em seu armá rio, sozinho, o Del im se desesperou. Ele icou
em dú vida se tais infortú nios nã o eram prova de que a histó ria era
verdadeira, e ele nã o tinha o sangue do rei. Ele orou ali, à parte, uma
oraçã o particular forte, bem lembrada, profundamente gravada em seu
coraçã o. Nessa oraçã o, ele orou para que, se de fato ele nã o fosse de
sangue real, mas um bastardo nascido como sua mã e havia proclamado,
que Deus removesse de seu coraçã o o desejo de soberania. Mas pelo
menos nã o para deixá -lo ser morto ou capturado, mas escapar para
salvaguardar na corte de Castela ou da Escó cia, amigos de antigamente
com os lı́rios. E ele implorou a Deus, se de fato ele fosse o del im da
grande linhagem, que lhe concedesse um sinal. Mas como um sinal
poderia ser dado? Entã o ele orou; e ele nã o falou a nenhum homem
vivo dessa oraçã o.
T HEY feito para ela IN T NOSSA , PELO um armeiro DE daquela cidade, uma
armadura branca. Suas placas eram grossas e pesadas, e o elmo com
sua viseira també m era robusto e difı́cil para uma mulher usar. E foi
pago por aquela armadura tanto quanto trezentos acres de boa terra
renderiam em aluguel, o valor de meia vintena de cavalos fortes. Ela
tinha um grande cavalo dado a ela també m para carregá -la, tudo do rei.
E lá també m ela fez por seu comando um estandarte pelo qual ela
poderia ser conhecida em batalha. Pois naquela é poca os comandantes
precisavam de tal coisa, já que com a viseira abaixada nã o podiam ser
conhecidos por seus seguidores, a nã o ser pela bandeira. Mas esse
padrã o dela vinha de suas irmã s do Paraı́so, pois foram Santa Catarina e
Santa Margarida que lhe disseram, nas vozes que a arrebataram, de que
tipo deveria ser. Era para ser de linho branco ino, com os lı́rios do reino
espalhados e costurados, e deveria ser pintada sobre ela a igura de
Nosso Senhor com o mundo em Suas mã os, e de cada lado dois anjos
adorando, com o lema: "Jesus, Maria". E assim foi feito em seu longo
bastã o para ela segurar. Quanto ao brasã o em seu escudo, que era azul,
era uma pomba branca, com um pergaminho em seu bico, e escritas
neste pergaminho estavam as palavras: "Por ordem do Rei dos Cé us."
O rei també m lhe teria dado uma espada, nova, como a armadura
era. Mas ela tinha o propó sito de nunca matar ou ferir as pró prias mã os
em batalha e nã o teria essa espada. Mas, uma vez que algué m de armas
deve ter alguma espada, foi-lhe dada uma espada de poder; e foram
seus parentes do Paraı́so que descobriram que ela poderia dar um sinal
novamente.
Pois ela tinha uma carta escrita aos sacerdotes do santuá rio de
Santa Catarina de Fierbois, o dia de cavalgada alé m de Chinon, a mesma
em que ela rezou e ouviu trê s missas no momento em que cavalgava
pela primeira vez para o rei. Lá , perto do altar, eles deveriam cavar e
encontrariam enterrada há muito tempo na terra, mas nã o
profundamente, uma velha espada de poder. E para que eles soubessem
com que autoridade ela falava, ela disse-lhes que quando encontrassem
esta espada, veriam gravada nela cinco cruzes. Mas ela nã o viu o
homem a quem enviaram esta mensagem.
Entã o eles cavaram atrá s do altar daquele santuá rio como ela havia
ordenado e encontraram aquela velha espada enterrada lá na terra, mas
nã o profundamente, e as cinco cruzes estavam nela, como ela havia
dito. Mas estava enferrujado. Eles o poliram, portanto, até que brilhasse
e o enviaram de volta para ela em Tours. E o povo de Tours,
vangloriando-se deste novo sinal, deu-lhe duas bainhas para a espada,
uma de veludo para uso diá rio e outra de tecido de ouro para os
grandes dias. Mas ela tinha uma forte bainha de couro feita para esta
espada e a mantinha ao seu lado sempre que cavalgava em armas. No
entanto, embora muitas vezes estivesse em sua mã o, nunca tirou
sangue nem mesmo deu um golpe (exceto uma vez, quando, com a
parte plana, ela expulsou uma mulher solta do acampamento), mas foi
para ela um sinal de comando, com o qual em sua mã o direita, e o
bastã o de seu estandarte em sua esquerda e plantado, ela icaria no
calor da batalha gritando " Hardi! " ser ferido, mas nã o ferir.
E, de fato, como outro sinal, ela previu a primeira ferida que
sentiria. Pois ela disse ao rei naqueles dias:
"Orlé ans devo salvar e colocar em fuga os ingleses, e bem na cidade
uma lecha me ferirá , mas nã o mortalmente, e neste mesmo verã o você
será coroado em Rheims."
E isso ela disse em meados de abril, quando voltou de Pointiers para
ser armada.
Ora, havia na cidade de Lyon naquela é poca um Rotselaer, um
comerciante de Flandres que servia a prı́ncipes e cidades nas parcelas
daqueles tempos. E como todos agora falavam da Donzela em todo o
Ocidente e em toda a cristandade, també m nos Paı́ses Baixos (que eram
da Borgonha), de onde veio Rotselaer, sua causa foi muito debatida, a
favor e contra. Portanto, este homem escreveu uma carta para eles, de
Lyon, para Bruxelas em Brabant, que é a principal cidade dessas
partes. Esta carta ele marcou com o dia da escrita, que era sexta-feira,
dia vinte e dois de abril, e nela ele contou o que a Donzela havia dito ao
rei, como ela seria ferida por uma lecha diante de Orleans, mas nã o
mortalmente; pois a fama dessa prediçã o havia chegado ao lugar onde
ele jazia. Esta carta foi registada pelo Conservador do Tesouro de
Bruxelas e, portanto, deu testemunho.
Aconteceu que nestes mesmos dias de abril seus irmã os Joã o e
Pedro vieram se juntar a ela (pois eles haviam peregrinado com sua
mã e de Domré my ao santuá rio de Nossa Senhora de Le Puy nas
montanhas), e com eles estava o sacerdote Pasquerel, que se tornou seu
capelã o; e todos estes se juntaram a sua famı́lia, à qual també m foi
adicionado outro pajem, Raymond, com o cavaleiro John d'Aulnon e
seus constantes assistentes Nouillonpont e Poulengy, que cavalgaram
com ela desde as marchas de Lorena.
E agora ela iria partir. Mas antes de fazê -lo, ela enviou a Bedford, o
chefe dos ingleses, e ao inimigo antes de Orlé ans, uma convocaçã o,
como era o costume da cristandade, para que o sangue nã o fosse
derramado indevidamente por uma causa errada. Esta foi a convocaçã o
que ela proferiu palavra por palavra em Poitiers na terça-feira da
Semana Santa, há quase um mê s, e havia escrito por ela e assinado:
"Rei da Inglaterra, e você , Duque de Bethfort, que se autodenomina
regente do reino da França; William de la Poule Conde de Suffort, John
Lord de Thelabot e você , Thomas Lord de Escalles, que se
autodenominam tenentes do referido Duque de Bethfort, faça bem pelo
Rei do Cé u ao sangue real: entregue à Donzela que é enviada por Deus,
o Rei do Cé u, as chaves de todas as boas cidades que você tomou e
arrebatou na França. Ela veio aqui por ordens do Rei do Cé u para
redimir o sangue real; ela está pronta para fazer as pazes se você izer o
bem por ela e pela França, à qual você pode fazer justiça e retribuir o
que apreendeu. E você s, arqueiros e companheiros de quartel de
guerra, de nascimento nobre ou de baixo, que estã o diante da boa
cidade de Orleans, partam, em nome de Deus, para seu pró prio paı́s. Rei
da Inglaterra, se você nã o izer isso, eu sou um lı́der na guerra e em
qualquer lugar que eu possa encontrar seu povo na França, irei expulsá -
los à vontade, e quem nã o obedecer eu matarei e quem irá Eu obedeço,
vou poupar. Nem acredite que você pode segurar nada do reino da
França. Nã o, por Deus, o Filho de Maria! Carlos, o rei, vai segurá -lo, o
herdeiro certo. Pois Deus, o Rei do Cé u, assim o deseja, como a Donzela
revelou a ele. Ele chegará inalmente a Paris com uma boa
companhia. Se você nã o der ouvidos à s palavras de Deus pela boca da
Donzela, em qualquer lugar que o encontrarmos, faremos grandes
balanços e faremos um tumulto tã o violento como nã o foi criado na
França nestes mil anos. Entã o veremos qual tem direito melhor do Deus
do Cé u, nó s ou você ! "
E quando, mais tarde, ela veio para Orleans, dois arautos levaram
esta convocaçã o. Um, os comandantes do exé rcito de cerco mandam de
volta; a outra (Guienne era o nome dele) eles guardaram, dizendo que o
queimariam - sim, e se a pegassem, a Donzela també m. Quem ao ouvi-lo
disse: "Deixe-os queimar, se algum dia me segurarem, mas se eu tiver a
vitó ria, que vã o embora." No entanto, eles a seguraram no inal.
Antes que o ataque pudesse ser feito, primeiro pensou-se melhor
abastecer a cidade, e para isso um grande comboio foi preparado rio
abaixo, em Blois, uma cidade no poder do rei, distante de Orlé ans, trê s
dias de marcha, em marchas de um dezenas de milhas, mas em um
longo dia de cavalgada. E a razã o pela qual se achou melhor abastecer a
cidade foi esta:
Já há algum tempo, o duque da Borgonha tendo levado seus homens
embora com uma desculpa (ele nã o havia rompido com Bedford, mas
jogou rá pido e solto, ouvindo as intrigas em Chinon e observando onde
poderia estar sua melhor vantagem), o Os comandantes ingleses
enviaram reforços. E, estando agora livres para fazer o que fariam sem
interferir com a Borgonha (que reivindicou o lugar e quem poderia tê -
lo poupado), eles decidiram reduzi-lo sem mais demora. Alé m disso,
como nã o eram numerosos o su iciente para garantir um ataque a uma
cidade tã o grande, eles a fariam morrer de fome. Até entã o, eles haviam
observado apenas do lado de onde o socorro poderia vir, isto é , do
oeste, rio abaixo, olhando para Chinon e Tours; e assim, por outras
partes, a comida podia chegar aos sitiados. Mas agora eles construı́ram
obras no leste, també m, e tornaram o bloqueio mais reto; e logo,
quando mais homens os alcançassem, eles o completariam. Portanto,
havia pouco tempo para socorrer a cidade.
W HEN Estas coisas tinham foi feito e O RLEANS libertado, o an itriã o Inglê s
retirou-se das fortes demais, e no dia seguinte se puseram em batalha
na planı́cie. Mas em pouco tempo eles se viraram e foram embora; e
embora os franceses tivessem atacado, a Donzela os proibiu de dizer:
"Você os terá no dia seguinte." Mas ainda mantinham cidades muradas
sobre o rio acima e abaixo: Jargeau, Meung e Beaugency, com a ponte e
a cabeça de ponte alé m, na costa sul. E assim, se os ajudassem, eles
poderiam cruzar o Loire em força até as terras de Carlos e talvez ainda
vencê -lo.
Portanto, Joana teria carregado aquelas cidades e pontes de uma
vez e as invadido, e, quando elas fossem tomadas, marchar diretamente
para Rheims para a coroaçã o e unçã o do rei.
Mas o tribunal demorou; eles ainda se enredavam em redes de alta
polı́tica e pensavam em fazer tudo bem por meio de tratados com a
Borgonha, pois os homens diziam com sinceridade: "Se a Borgonha
abandonar Bedford, em breve nã o restará um ú nico inglê s guerreiro em
toda a França". Mas a Borgonha, aquele prı́ncipe forte, controlando toda
a parte oriental do reino do direito, e tendo també m as cidades ricas
dos Paı́ses Baixos e suas mercadorias, poderia aguardar sua vez e era
muito mais astuto do que eles. Entã o ele ainda jogou com eles e os
capitã es ingleses, e Bedford seu regente, um contra os outros como um
mestre em xadrez joga peças no tabuleiro: "Eu vou fazer com que cada
um ique tã o ansioso por mim que cada um faça a minha vontade.
dominarei meu pró prio paı́s e nã o terá nenhum rei sobre mim, seja meu
primo Valois ou Plantageneta. E meus ilhos depois de mim governarã o
um reino oriental pró prio com total soberania. " E, de fato, em seu lazer,
ele escolheu mais tarde fazer uma tré gua com Charles, mas apenas por
um tempo determinado e por um dia determinado, nem pegou em
armas contra Bedford, de modo que ainda manteve os dois.
Alé m disso, aquele falso conselheiro, La Tré moille, reprimiu o gentil
rei, desprezando a Donzela; e porque teve uma briga com Richemont, o
grande soldado, irmã o da Bretanha e condestá vel, ele afastou a força
que aquele capitã o comandava e nã o permitiu que Carlos a usasse para
a recuperaçã o de seu trono. E embora Carlos tivesse dado sua palavra
real de que aceitaria Richemont de volta, La Tré moille o fez quebrar
essa palavra, pois ele tinha o Del im em dı́vida com ele e també m temia
dele. E Richemont e todos os seus homens foram excluı́dos da mente do
rei.
Mas Joan estava febril com tal demora, sabendo que ela tinha
apenas um ano. Alé m disso, suas vozes a convidaram a marchar com
urgê ncia; e os altos do Cé u sã o mais sá bios do que os homens.
Entã o, em um dia, enquanto eles ainda estavam conspirando em
Loches, ela veio com o Bastardo de Orleans, e bateu na porta da sala do
conselho, e, entrando, caiu diante do rei e agarrou seus joelhos,
dizendo: "Del im , nobre del im, nã o demore aqui em conselho com
muitas palavras, mas venha a Rheims e seja coroado. Pois a voz me
chama: 'Vá em frente, ilha de Deus; eu estou com você . Vá ! Vá !' "
Por im, entã o, persuadido, o tı́mido Valois deu ordens reais para
que as cidades fossem limpas, mas já havia se passado um mê s desde o
grande dia de Orleans. Pois apenas na quinta-feira, nono dia de junho,
eles partiram, o Bastardo de Orleans e Alençon e Joan com seu
cavaleiro, D'Aulnon, e seu pajem, e toda a sua companhia e o an itriã o ao
seu redor. E com eles estavam dois jovens da Bretanha, nascidos
nobres, Guy e Andrew, ilho do Senhor de Laval na Bretanha, cujos pais
foram senhores daquela alta fortaleza e cidade por quatorze geraçõ es,
homens famosos. Eles e tantos outros vieram em auxı́lio de Charles sem
ser intimados, em homenagem à Donzela. Pois eram os jovens que a
amavam e sabiam que ela era do cé u.
Foi em Selles, em Berry, que eles se conheceram, e lá , enquanto ela
servia vinho para eles e bebia com eles, ela disse alegremente: "Em
breve você (ou nó s) beberemos em Paris ainda!" E eles viram que ela
era divina.
Alé m disso, eles escreveram na é poca as coisas que haviam
acontecido em sua reuniã o: como Joan se postou bravamente nas
portas em sua armadura branca, mas sem capacete, tendo lança e
lâ mula e um pequeno machado de aço como distintivo de comando em
sua mã o direita. Como, també m, um grande cavalo negro foi trazido
para ela montar, e como o cavalo empinou e empinou, para nã o ser
manejado. E como ela disse: "Leva-o à cruz ali diante de nó s junto à
igreja"; onde o carregador icou imó vel para ela montar. E entã o ela
cavalgou para o norte para Orleans e todos os homens de armas ao seu
redor.
Primeiro eles carregariam Jargeau. Mas antes de Jargeau, os
franceses já haviam fracassado, nã o tendo a Donzela entre eles, e agora
novamente os capitã es temiam que ela resistisse e suas paredes
resistissem. Mas Fastolf no mesmo dia havia deixado Paris com reforços
para Jargeau, onde Suffolk comandava, e Fastolf tinha sob seu comando
muitos canhõ es e provisõ es para socorrer a cidade, entã o deveria ser
tomado agora ou nunca.
Bem, Jargeau era de Orleans a dois dias de marcha pela margem do
rio, entã o, saindo na quinta-feira, eles compareceram no sá bado, 11 de
junho, antes do anoitecer, e a Donzela chamou a cidade. Alguns teriam
negociado e deixado a guarniçã o livre se Suffolk cedesse a cidade, mas
Joan na manhã seguinte, no domingo, levantou-se para ver o disparo do
grande canhã o trazido de Orlé ans, e quando, pelos golpes dele , uma
torre caiu, Alençon temeu a brecha, pensando que ainda nã o era larga o
su iciente e muito alta com pilhas de pedras; mas ela lhe disse: "Para a
brecha e nada tema! Esta é a hora da vontade de Deus; e você nã o se
lembra como eu disse a sua esposa em Tours que iria trazê -lo para
casa?"
E ela mesma correu para frente, enquanto Suffolk na parede ainda
negociava. E ela estava com o pé na escada de escalada, quando uma
pedra a atingiu no elmo e a derrubou; mas ela se levantou e gritou: "Em
amigos, em! Coraçõ es altos! Nó s os temos nesta hora!" E a cidade foi
carregada; a guarniçã o, voando para as pontes, foi massacrada na
perseguiçã o e o pró prio Suffolk levado cativo. E naquela noite Alençon e
a Donzela cavalgaram de volta em triunfo a Orleans, por todo o
caminho, com os lacaios atrá s.
Entã o, com grande pressa, ela levaria Meung també m pela estrada
oeste, rio abaixo, e no dia seguinte ao dia seguinte, terça-feira (os
lacaios tinham vindo marchando na vé spera, sua marcha de dois dias
de Jargeau), ela nã o se seguraria , mas usou a chama da é poca, e disse a
Alençon: "Amanhã , depois da refeiçã o do meio-dia, devemos todos por
Meung. Dê ordens." Assim, naquela quinta-feira partiram con iantes, ela
com um belo casaco de Cramoisy (isto é , vermelho intenso) e verde-
escuro sobre a armadura branca, cujo casaco (sendo as cores dele) o
prisioneiro duque de Orlé ans pagou com sua honra com treze moedas
de ouro, um tecido que vale muitos cavalos. E naquele mesmo dia à
noite eles carregaram a cabeça de ponte e seguraram-na, e no dia
seguinte, incansá veis, avançaram para Beaugency mais abaixo no
riacho.
Mas a guarniçã o em Beaugency, vendo Richemont vir em auxı́lio dos
franceses e em nú mero muito maior do que eles, abandonou a cidade e
a ponte e foi para o castelo. No entanto, alguns entre os capitã es
franceses ainda defendiam Richemont e recusaram sua ajuda, visto que,
pressionando o inimigo de Richemont, La Tré moille, o rei ordenou. Mas
Joana recebeu Richemont, amando seus modos e sua condiçã o de
soldado, pois ele havia dito: "Joana, dizem que você me repeliria. Agora,
se você é de Deus ou do Diabo, eu nã o sei. Mas se de Deus eu nã o temo
nada, pois Ele sabe que meu coraçã o é leal; mas se for do diabo, entã o
nã o temo de você . " E naquela noite o castelo se rendeu.
Agora, no dia seguinte, sexta-feira daquela semana de gló rias,
chegaram a notı́cia de patrulhas a galope que o grande Talbot estava
voltando com um novo hospedeiro para socorrer Beaugency que ele
nã o sabia que havia caı́do, e que ele estava a um dia de marcha ou um
pouco mais para o norte, marchando para a frente. E tã o terrı́vel era seu
nome que muitos temeram encontrá -lo e teriam recuado. E assim foi
també m no acampamento de Talbot, onde Fastolf se juntou a ele; pois
Fastolf achava que o inimigo era muito forte e seus homens icaram
abalados, sabendo da queda de Jargeau (embora ainda nã o de
Beaugency) e temendo alé m de tudo o que consideravam os
encantamentos da Donzela, a quem acreditavam ser uma feiticeira e em
aliança com Inferno; como agora també m Bedford, e todos os
ingleses. Mas Talbot havia dito: "Por Deus e Sã o Jorge! Eu
atacarei." Entã o ele avançou, um capitã o poderoso, dedicado à vida da
guerra, e a cair em cabelos brancos, muito velho, vinte anos depois no
ú ltimo ataque de seu povo, para o sul, pelo distante Chastillon.
E no acampamento francê s, també m, Joan os incitou, gritando: "Em
nome de Deus, devemos lutar contra eles! Se estivessem pendurados
nas nuvens, ainda deverı́amos arrastá -los para baixo." E naquela noite
ela estava com seu an itriã o em uma pequena colina que se eleva lá fora
da planı́cie, e quando o sol estava baixo eles se posicionaram em ordem
naquela altura esperando pelo dia seguinte, com o exé rcito inglê s nã o
muito longe, mas invisı́vel, por havia muitos bosques e cercas vivas
altas. Antes que anoitecesse, os arautos ingleses chegaram, oferecendo
duelos de trê s cavaleiros contra trê s, para uma provaçã o, para cumprir
a questã o. Mas aqueles sobre a Donzela deram-lhes esta resposta dela:
"Vá descansar: amanhã veremos você bem perto, se Deus e Nossa
Senhora quiserem."
E mais tarde ela disse aos de sua empresa: "Você s tê m esporas
boas?"
"Por que?" eles responderam, "voar?"
"Nã o!" ela disse, "para perseguir."
Na manhã seguinte, Talbot e Fastolf voltaram para a estrada de
Paris (seja para uma posiçã o melhor ou porque poderiam encontrar
reforços, ou por conselho de força muito grande contra eles, nã o
sabemos), enquanto Joan e seu exé rcito seguiam para o norte, ainda
encontrando nada naquele paı́s cego de bosques e sebes altas onde o
inimigo estava, até que eles viram diante deles a torre da aldeia de
Lignerolles e à esquerda uma cidade chamada Patay, pequena mas um
mercado, de onde a batalha que estava por vir teve lugar nome. E o
tempo todo o inimigo ia adiante deles sem ser visto, tendo à frente um
cavaleiro com um estandarte branco; ao lado dele as armas e os muitos
vagõ es; depois, as tropas da Picardia e outros do norte que estavam sob
a lealdade da Borgonha e dos Plantagenetas; e por ú ltimo, por meio da
retaguarda, onde estava o perigo, um corpo escolhido, todo inglê s.
Agora Talbot, sabendo que os franceses estavam por perto (embora
eles ainda nã o tivessem visto um de seus homens, tã o bem ele tinha
escolhido cobertura para sua marcha), escolheu uma força de arqueiros
escolhidos - pois o arco inglê s há muito era invencı́vel - e os pô s fora
com ordens de ixar suas estacas diante deles, escondidos atrá s de uma
cerca alta e espessa, para que eles pudessem voar na primeira linha de
seus inimigos por onde deveriam vir. Mas o corpo de Fastolf ainda
estava um pouco distante. E aconteceu que os cavaleiros franceses,
batedores para a frente, lançaram um veado em um matagal, que saltou
em direçã o à s sebes atrá s das quais aqueles arqueiros ingleses estavam
escondidos, ainda preparando suas estacas, mas ainda nã o as tendo
ixado. Agora, quando os arqueiros, espiando por entre as sebes, viram
o cervo, eles, amando o esporte, ergueram o "alô -mirante", e os
batedores franceses na loresta, ouvindo-o, reconheceram sua presa:
eles haviam encontrado!
Entã o, eles cavalgaram de volta em alta velocidade e avisaram seus
capitã es, e, em um momento, os homens de armas franceses foram
posicionados e atacaram aqueles arqueiros despreparados, e os
quebraram em pedaços.
No entanto, esta era apenas uma linha e apenas um dé cimo de todo
o corpo, embora fosse a melhor; e Fastolf, surgindo antes de seus
lacaios, com a força montada principal, galopou forte para se juntar aos
homens que estavam atrá s dos arqueiros e a quem o cavaleiro com o
estandarte branco liderava. Mas aquele que segurava o estandarte
branco, vendo a poeira e a carga subindo, pensou que era o inimigo
vindo sobre ele e seu corpo desprevenido, entã o ele se retirou, e a linha
galopante de Fastolf, quando eles reinaram, se encontraram no campo
sozinhos , e seus lacaios estavam muito distantes, e todo o exé rcito
francê s diante deles. Entã o, aqueles redondos Fastolf disseram a ele que
oferecer batalha era loucura. Ele mesmo teria se levantado e descido,
mas eles o puxaram; e o inimigo, vendo tamanha confusã o, atacou
novamente todos alinhados com suas lanças armadas, e destruiu todos
os homens de infantaria e os da cavalaria que estavam de pé , e eles
foram totalmente derrubados.
Naquele dia de Patay, sá bado, 18 de junho, pela primeira vez as
ileiras do Plantageneta foram derrotadas em campo aberto, e foi de
forte augú rio. As armas foram perdidas e o longo trem de bagagem, e de
todo o exé rcito daquela manhã , nenhum homem em cinco, mas foi
levado ou morto.
O pró prio Talbot sendo levado cativo diante de Alençon, aquele
jovem soldado, que se lembrava de sua pró pria captura em Verneuil,
cinco anos atrá s, e do pesado resgate que pagou, disse a Talbot:
"Esta manhã você nã o pensou em ver essas coisas?"
Mas Talbot respondeu: " Fortune de guerre ".
No entanto, Talbot, mais tarde, Alençon se libertou sem resgate; Ele
reverenciava tanto aquele capitã o.
Fastolf, vindo para Bedford em Corbeuil, contou tudo, e eles o
despojaram de sua Jarreteira, e seu nome tem sido uma zombaria
daquele dia em diante; mas injustamente.
Naquela noite, Joan dormiu em Lignerolles e no dia seguinte ela e o
exé rcito com ela cavalgaram de volta para Orleans, onde os habitantes
da cidade rugiram vitó ria e sinalizaram a rua, e todos acreditaram que
o Del im viria e daquela cidade marchará imediatamente para Rheims .
Mas mesmo agora o tribunal ainda estava em dú vida quanto à
polı́tica. Pois entre Rheims e eles havia fortes cidades muradas, que os
borgonheses mantinham, e talvez ainda pudessem usar contra eles, ou
talvez com o tempo compartilhassem se eles inalmente izessem um
acordo com a Borgonha: Auxerre e Troyes e Chalons, e a pró pria
Rheims, um cidade bem murada e muitos castelos. Eles pensaram
també m em sua falta de provisõ es e tesouros para uma marcha por
cerca de cem lé guas de terra. E tudo isso o falso La Tré moille recitou,
atrasando o rei em Sully, sua casa.
Portanto, Charles nã o partiu para Orlé ans, mas Joan deve ir
procurá -lo; e eles se encontraram em Sã o Bento, no Loire, e lá Joana
implorou que ele fosse imediatamente à coroaçã o. Pois, como ela disse
a ele depois que se conheceram, Sã o Luı́s e Sã o Carlos Magno estavam
orando de joelhos diante do trono de Deus por ele, do sangue real, a
quem ungido, todo o reino cairia, até que a França fosse restaurada em
esplendor e a cristandade em repouso das guerras.
A quem, tã o suplicante, o gentil Del im, perturbado, só podia dar
grande agradecimento por suas maravilhas e suas vitó rias brilhantes, e
disse que ela deveria repousar um pouco de tanto trabalho. Mas, por
im, ela o moveu e ele partiu para Gien, de onde partiria para o norte em
sua estrada.
Ainda assim, em Gien por uma semana ou mais, eles
permaneceram. Pode ser que o dinheiro deva ser recolhido ou
provisionado - o que eles faltaram terrivelmente e faltaram durante
todo aquele adiantamento - ou que, homens vindos do interior ao
ouvirem sobre o movimento e em honra da Donzela, quiseram
aumentar seu nú mero . Pois todos os dias cavalgavam para Gien os
cavalheiros de seus feudos aqui e ali, e cavaleiros-aventureiros e
companhias de homens; mas de pagamento eles poderiam ter pouco ou
nada. E durante todos aqueles dias Joana se irritou como um rio que é
retido pela tempestade por á rvores caı́das, ou como um cã o na coleira
que se esforça na propriedade do noivo, até que, em um domingo (era
vinte e seis dias de junho) ela sabia que o avanço estava pró ximo, e no
dia seguinte ela pró pria cavalgou alegremente para o norte com seus
homens, seu rosto voltado para Rheims, e com ela o an itriã o, seu
cavaleiro, D'Aulnon e Alençon e o Bastardo, e todos os companheiros, La
Hire e os jovens pajens, e ela com o estandarte nas mã os; dia a dia ao
ritmo dos lacaios. E dois dias depois, o del im cavalgou com sua famı́lia
para se juntar a eles, e todo o exé rcito estava em marcha para
Rheims. Até que chegaram à primeira cidade forte em seu caminho, e
mais uma vez Joan viu, em seu amplo vale de prados de verã o recé m-
aparados da foice, os ladrilhos vermelhos de Auxerre e as paredes de
pedra ao redor, como ela os tinha visto sob o clima de inverno, trê s
meses passados, naqueles primeiros dias em que ela cavalgava de
Domré my para encontrar seu rei.
Bem, Auxerre era uma cidade submissa à Borgonha, mas teria
cedido. E a Donzela poderia tê -lo pego, se tivesse recusado. Mas,
secretamente, o falso La Tré moille havia levado duas mil moedas de
ouro para poupá -lo e mostrou como era melhor lidar com delicadeza
com os borgonheses. Entã o ela foi derrotada. Mas a cidade consentiu
em vender a comida que o an itriã o devia ter, e entã o novamente depois
de trê s dias eles foram para a frente, deixando-a para trá s.
E em seguida eles chegaram ao campo ao redor de Troyes, a
principal cidade em seu caminho. De longe mais forte do que Auxerre, e
com grandes muralhas e populosas, e tendo uma guarniçã o dos
borgonheses com alguns ingleses, també m. Eles se deitaram diante dele
em Sã o Paulo no dia 4 de julho à noite, e na manhã seguinte a Donzela
enviou-lhes intimaçõ es, em nome do Rei do Cé u, para que prestassem
lealdade ao verdadeiro rei que, por im, manteria todos as cidades da
Santa França seu reino, e assim fazer uma paz duradoura. Mas os
burgueses de Troyes eram orgulhosos e disseram que haviam jurado
pelo Corpo do Senhor que nunca cedessem a cidade.
Agora, havia em Troyes naquela é poca um franciscano chamado
irmã o Richard, que fez maravilhas e disse que o Juı́zo Final estava
pró ximo. Alguns o chamavam de louco, mas outros santo. Este homem
saiu da cidade em direçã o à Donzela, fazendo sinais da Cruz e
aspergindo á gua benta, para que ela nã o tivesse poderes malignos. Mas
ela riu e disse: "Venha sem medo!" e assim o convenceu de que voltou
para dentro dos portõ es de Troyes e pregou ao povo que deveriam dar a
cidade a ela. Mas eles nã o o fariam; falando muito alto e sabendo que o
rei nã o tinha cauda de cerco e estava precisando de pã o.
Nessa parada, quatro dias depois de terem se apresentado à cidade,
o rei reuniu o conselho e Regnault, o arcebispo primaz de Rheims,
pediu a retirada. Tinham chegado a quase cem milhas de Gien, a comida
estava baixa e nã o tinham nenhum tesouro, e se Auxerre nã o pudesse
ser tomado, como poderia Troyes cair, que era uma das cidades mais
fortes do mundo? Mas um ali no conselho, Macon, que tinha sido
chanceler em seu tempo, ordenou que mandassem chamar a Donzela,
que disse, ao ouvir seus argumentos:
"Del im bem-nascido, você dá cré dito a isso? Espere apenas dois
dias e a cidade será sua."
Disse o primata: "Poderı́amos durar apenas seis - se tivé ssemos
certeza." Mas ela pediu-lhes que tivessem fé .
Entã o, durante todo aquele dia, que era oito de julho, ela andou ao
redor do an itriã o e durante toda a noite e todo o dia seguinte,
incitando-os como um enxame de abelhas para trabalharem juntos com
zelo e boato, e para fazer fascinas e escudos de madeira o ataque, e para
reunir as provisõ es que restaram. E no dia seguinte novamente - o
dé cimo, um domingo - ela veio ao fosso com seu estandarte, gritando
"Para eles!" e deu a ordem de lançar os fascinos e encher o fosso. Mas,
com a chegada do derrame, o coraçã o dos habitantes da cidade falhou
(o bispo també m favoreceu secretamente o verdadeiro rei) e, na mesma
hora, eles se renderam; assim, quando o exé rcito do del im entrou pelo
portã o oeste, a guarniçã o marchou pelo portã o leste, e Troyes era deles,
e reabastecimento; e sua força nã o barrava mais o caminho.
Depois de Troyes, tudo icou claro. Pois Chalons, tendo Troyes caı́do,
cedeu com bastante alegria; e Rheims, a seguir, a dois dias de distâ ncia,
estava pronto para receber o rei.
No sá bado, dia 16 daquele mê s, o an itriã o estava diante da cidade
sagrada da coroaçã o e do Del im em Sept-Saulx, a aldeia dos salgueiros
no riacho calcá rio, de onde as torres quadradas dessa catedral se
erguem ao norte contra o cé u.
No domingo, dé cimo sé timo dia de julho do ano de Nosso Senhor de
quatrocentos e vinte e nove, o Del im Charles veio com sua companhia
para a coroaçã o, enquanto todas as pessoas nas ruas gritavam "Noel!" E
o pai de Joana, Tiago d'Arc, tinha vindo ali, deitado na Estalagem do
Burro Listrado na praça da catedral, e homens e mulheres de todo o
paı́s.
Direto para a igreja alta pelas grandes portas escancaradas cavalgou
Carlos, ainda montado, e toda a sua companhia com ele até os degraus
do coro, e lá estava ele ungido e coroado Rei em meio aos gritos do povo
e as trombetas soando. as abó badas, e ao lado dele estava Joan com o
estandarte.
Mas quando ele foi coroado e ungido, e inalmente Rei, ela se
ajoelhou aos pé s dele com fortes e muitas lá grimas, e disse:
"Rei nascido no alto, agora é a vontade de Deus cumprida. Pois foi
Ele quem ordenou que eu libertasse Orlé ans e o trouxesse aqui a esta
cidade de Rheims para seu sacrifı́cio, para anunciar que você é o Senhor
de Direito. E agora o Reino da França é seu. "