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Joana D’Arc - A Donzela

Joana D’Arc nasceu em um pequeno vilarejo francês. Seus pais eram católicos e era
comum a devoção a Santa Catarina de Alexandria, inclusive a Santa era padroeira da
paróquia de Domremy.
Joana cuidava dos animais do seu pai, fiava e fazia serviços domésticos. Gostava de
rezar, ir à missa e confessar com frequência. O que era comum para os jovens da época.
Era uma jovem camponesa com uma vida simples apesar da guerra que assolava o país.
Aos 13 anos começou a ouvir vozes que a instruiu a ser boa, ajudar os mais pobres e a
buscar fazer a vontade de Deus.
Tinha uma boa reputação e servia sempre com alegria.
Nessa época já havia a guerra dos 100 anos que consistia nos ingleses tentando assumir
o trono francês por questões políticas e financeiras. Os ingleses saqueavam, queimavam
e roubavam as cidades e vilarejos.
A França é considerada a filha primogênita do catolicismo, lembrando que foi o primeiro
país europeu a ser totalmente católico pela conversão do rei que se batizou.
Santa Joana escutava as vozes de São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa
Margarete (o anjo que combate por Deus e duas santas mártires).
Por volta dos seus 17 anos começa a pôr em prática aquilo que as vozes instruíram ela.
O rei francês Carlos VI considerado louco morre e o rei inglês Henrique V assume o
reinado através de um tratado (assinado pela esposa de Carlos, inclusive a alegação era
que tinha parentesco com monarquia francesa), deserdando do trono o príncipe Carlos
VII.
A Inglaterra possuía um exército forte,bem armado e equipado e tinha apoio dos
borgonheses (Borgonha-França).
São Miguel em uma das vezes que falou com Joana disse “Joana, é necessário viver de
outro modo e cumprir atos surpreendentes, pois tu és aquela que o Rei do céu escolheu
para realizar a reparação do Reino da França e para dar auxílio e proteção ao Delfim
Carlos expulso de seu domínio. Vestir-te-as de homem e tomando as armas, serás chefe
de guerra, todos os assuntos serão regidos por teu conselho”.
O plano inicial de Joana era chegar ao Delfim Carlos, então o primeiro passo seria pedir a
Robert (capitão de Vancoleurs) que a levasse ao rei. Nessa mesma época, nasceu um
bebê de seus primos que moravam em uma cidade próxima a Vancoleurs, ela vai até a
cidade para ajudar a cuidar do bebê.
Ela convence seu primo a levá-la até Robert e nesse momento já coloca sua armadura e
roupas de consagração a Deus. Quando chega, por três vezes tenta convencer Robert a
levá-la ao rei. Ela conseguiu convencê-lo na terceira tentativa.
Joana para seu primo: ‘Eu vim aqui para pedir a Robert de Baudricourt que me conduza
ou faça-me conduzir ao rei, mas ele não presta atenção nem em mim nem em minhas
palavras. E então, como estamos no meio da Quaresma, é necessário que eu esteja
junto do rei, mesmo que eu tenha que gastar os pés até os joelhos. Com efeito, não há
ninguém no mundo, nem rei, nem duque, nem a filha do rei da Escócia ou outra pessoa
qualquer que possa recuperar o reino da França. Não haverá socorro senão o meu;
embora eu tivesse preferido ter ficado fiando junto de minha pobre mãe, pois essa era a
minha situação. Mas é necessário que eu vá e faça isso, porque meu Senhor quer que eu
aja assim'. Eu lhe perguntei quem era seu senhor. Ela me respondeu que era Deus.
Robert pede para dois de seus cavalheiros conduzi-la ao rei. No caminho frequentemente
Joana dizia que seria bom participar de uma missa, coisa que conseguiu apenas duas
vezes dos 11 dias de viagem.
Carlos VII recebe a notícia sobre Joana mas não dá importância, mas sua sogra que era
muito católica convenceu ele a recebê-la.
Para testá-la, ele troca de lugar com um nobre vestindo suas roupas e se mistura junto
com outros no salão, enquanto o nobre está sentado no seu trono. Joana ao entrar no
salão reconhece que aquele no trono não era o Delfim e passa a procurá-lo pelo salão,
quando encontra cai de joelhos aos seus pés e abraça seus joelhos. Joana diz a ele
“Gentil Delfim, chamo-me Joana, a donzela e o Rei do céu por meu intermédio
comunica-vos que sereis sagrado e coroado na cidade de Reims e sereis o lugar do Reino
dos Céus que é o rei da França”.
Pede uma reunião a sós com o rei, este lhe concede. Joana revela que no dia de todos os
santos o rei orava sozinho na capela e pedia três coisas a Deus:
1- Se eu não for o verdadeiro herdeiro da França que Deus por sua vontade tirasse o
ânimo para a guerra.
2- Se as grandes tribulações que a França sofre fosse causada por meus pecados, que
Deus por sua vontade castigasse com penitência ou até a morte a mim.
3- Se a causa fosse o pecado do povo que Deus perdoasse seu povo e libertasse da
guerra.
Depois dessa conversa Carlos VII concorda e Joana passa por uma investigação da corte,
depois de terem completa certeza Joana recebe o que pediu, armas, soldados e
liberdade para chefiar o exército.
Se dirigindo a Orleans, Joana escreve para os ingleses pedindo para que recuem pois se
caso não fizesse morreria muita gente e essa não era a vontade de Deus. Os ingleses
injuriam ela e não obedecem. Joana com o exército batalha e vence, morrendo 144 mil
homens ingleses aproximadamente. Joana ao fim da batalha se prostra no chão e chora
a morte desses homens que morreram sem confissão.
Joana tinha um estandarte que continha a imagem de Jesus no trono e os anjos
adorando, o nome de Jesus e Maria e a flor de Lis que era símbolo do Reino francês.
Quando o estandarte estava levantado os franceses venciam, o estandarte abaixado os
franceses perdiam.
Em 05/05/1429- Ascensão do Senhor- Joana é ferida, retiram ela de campo para os
curativos, os franceses começam a perder e ela volta depressa, se coloca em oração e as
vozes dizem que eles vão ganhar essa batalha assim que o estandarte tocar o chão e
assim acontece (nesse período durante a oração é revelado que ela seria traída e presa).
Após vitória Joana convence Carlos VII a ir até Reims conduzindo-lo para ser coroado. A
cerimônia de coroação acontece e Joana participa dessa cerimônia. Após a cerimônia,
Joana pede ao rei que lhe dê todo Reino francês, ele concede a ela seu desejo. Joana
pede que os secretários façam um documento e seja passado o Reino de forma jurídica.
Ele o faz. Após ela tomar posse do Reino, ela pede que seja feito outro documento em
que ela passa todo o Reino da França para Jesus Rei do Universo. Nesse momento uma
voz pede a Joana que o Reino francês seja devolvido a Carlos VII, mas que agora não é
dono e sim vigário de Cristo, um rei que governe segundo Jesus.
Após esse ocorrido Joana pede ao rei que continue nas batalhas pois era necessário e ele
nega pois quer fazer diplomacia. Joana assume uma pequena batalha em Champagne a
pedido do rei e nessa cidade ela é traída e presa pelos ingleses.
Joana é acusada de bruxaria pelo bispo Pierre o qual abre uma inquisição contra ela.
Durante os julgamentos eles tentam de todas as formas acusá-la, mas Joana é muito
perspicaz e inteligente, acaba dando bastante trabalho para o tribunal que tenta de
todas as formas matar ela.
Joana pede comunhão e confissão e estas são negadas a ela.
O bispo Pierre insiste em acusá-la pois tem interesse em assumir uma arquidiocese
maior que está sob domínio inglês. Os ingleses prometem a arquidiocese a ele se matar
Joana.
Carlos VII silencia em nome da diplomacia.
Perguntam a Joana se ela está em estado de graça, pergunta perigosa que podia
condená-la naquele momento, se respondesse que estava podia ser acusada do pecado
da soberba e se respondesse que não podia ser acusada de pecado mortal. Joana
responde: “Não sei se estou em estado de graça. Se eu estiver que Deus me mantenha
nela e se eu não estiver que Deus me coloque”.
Fazem de tudo que podem e Joana é acusada por bruxaria, pacto com demônio e
desobediência. Joana assina com uma cruz e o tribunal absolve ela dos pecados
cometidos, mas por “segurança” queima ela na fogueira.
Joana pede que sendo dessa forma que possa morrer olhando para cruz, suas últimas
palavras foram “Jesus, Jesus, Jesus”.
Um tempo após sua morte Papa Calixto III recebe seu inquérito e declara Joana inocente
das acusações, anula o processo e excomunga o então falecido Bispo Pierre, inclusive
reabre o túmulo e faz com que ele seja enterrado em um túmulo menos digno.
Papa Pio X beatifica Joana e Bento XV canoniza tornando-a padroeira da França.

Joana era pura, corajosa e amava Jesus, obediente às suas ordens até a morte, mesmo
que isso custasse sua boa reputação, porque nada pode parar em sua missão de
devolver Jesus ao trono que lhe pertencia.

Fato interessante é que alguns anos após a morte de Joana o Rei Inglês Henrique VIII
assume a Inglaterra, o rei responsável por cortar vínculos com a igreja católica e criar a
igreja anglicana.
Ou seja, a França foi liberta de se tornar um país protestante e que não tinha vínculo
com a igreja católica.
Aparição de Santa Catarina de Alexandria e São Miguel a Joana D’Arc Hermann
Stilke
a
Joana D’Arc de Albert Lynch
“O campo foi semeado com lírios, e ali estava nosso Senhor segurando o mundo, com dois anjos, um de cada
lado. Era branco, e nele estavam escritos os nomes de Jesus, Maria, e era orlada de seda” - sobre o estandarte
que Joana segurava.
Joan of Arc's Death at the Stake, 1843 Hermann Stilke
Joana D’Arc na Batalha, Hermann Stilke

de Albert Lynch

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