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Nº 1.

468
17JUL2021

Adm: VM Fábio Ferreira da Rosa Neto


Comissão de Ritualística e Desenvolvimento de Estudos e Pesquisas Maçônicas
GOB-SP – Oriente de Sorocaba – ARLS Cavaleiros da Luz, 4048

REAA - POSIÇÃO DOS VIGILANTES

Pedro Juk – 15 jul. 2021

Pergunta

Devido a várias divergências com relação às


posições do Primeiro e Segundo Vigilantes, Norte e
Sul respectivamente no Rito Escocês Antigo e Aceito
(REAA); gostaríamos de obter as considerações, com
relação a este posicionamento.

Resposta

Os apontamentos aqui apresentados


relacionam-se apenas aos Graus Simbólicos
do Rito Escocês Antigo e Aceito.

O primeiro ritual, do Rito em questão,


somente se apresentaria na França no ano de
1.804, já que esse sistema (escocês) constitu-
ído pelos ditos altos graus não previa até en-
tão graus simbólicos.

Com o advento da fundação do Se-


gundo Supremo Conselho, o da França, apa-
rece no Grande Oriente da França o termo
“simbolismo”. Esse primeiro ritual simbólico
fora criado com base na Maçonaria Azul praticada nos Estados Unidos da América
do Norte e baseada nos “Antigos” de York.

À época o sistema dos Antigos era completamente desconhecido dos ma-


çons franceses que copiavam o formato dos “modernos” de 1.717 da Maçonaria
Inglesa. Ocorre que, após a fundação do Primeiro Supremo Conselho em 1.801 em
solo americano, a França fundaria já em 1.802 o Segundo Supremo Conselho em
Paris.

Nas duas primeiras décadas do Século XIX o Grande Oriente da França en-
camparia o Simbolismo e os Graus subsequentes até o Grau 18 aparecendo então
na oportunidade as Lojas Capitulares, deixando para o Segundo Supremo Conse-
lho os demais Graus (do 19º ao 33º).

É dentro desse teatro que aparece o primeiro Ritual Simbólico que copiava
o formato antigo, sendo que neste é inexistente o Oriente elevado e dividido por
balaustrada, enquanto o lugar do Segundo Vigilante fica posicionado no Meridi-
ano do Meio-Dia.

Com o advento das Lojas Capitulares (até o Grau 18) houve a necessidade
de adaptações como, por exemplo, o Oriente elevado e o consequente desloca-
mento do Primeiro Vigilante para o lado noroeste da Coluna do Norte e do Se-
gundo para a banda sudoeste da Coluna do Sul - entre eles a porta de entrada da
Sala da Loja.

Assim, a partir daí, em relação aos Vigilantes, estes se posicionariam no Sim-


bolismo do mesmo modo como se apresentavam nos Graus acima do Terceiro.

Assim, ao longo de algum tempo os Vigilantes ficariam no extremo do Oci-


dente e de frente para o Oriente.

Já aproximadamente a partir do segundo quartel do século XIX, o Segundo


Supremo Conselho retomaria a direção dos Graus 4 até o 18, deixando para o
Grande Oriente da França apenas o Simbolismo do Rito.
Dessa maneira eram extintas as Lo-
jas Capitulares e no Simbolismo o Rito as-
sume o seu caráter de “Antigo”, voltando
o Segundo Vigilante para o meio do Oci-
dente na Coluna do Sul, tal como o conhe-
cemos até hoje, enquanto o Primeiro Vi-
gilante se manteve no extremo do Oci-
dente, porém ainda deslocado para a
banda Norte do espaço da Oficina (no
costume Antigo o Primeiro Vigilante fica
no Ocidente e bem de frente para o Venerável).

Por assim ser, o Rito Escocês Antigo e Aceito, no seu Simbolismo, e por in-
fluência anglo-saxônica, mantém essa tradição que, dentre outros, posiciona o Se-
gundo Vigilante no Meridiano do Meio-Dia para cumprir o desiderato ritualístico
de que ele ali se encontra para verificar a “Passagem do Sol no Meridiano”.

“An passant” é dessa época que acabou permanecendo equivocadamente


no Simbolismo o Oriente elevado e devido ao fato de que era corriqueiro nas Lojas
Capitulares. Extintas essas Lojas, acabou se conservando consuetudinariamente
essa topografia Capitular.

Originalmente, no primeiro Ritual Simbólico o Oriente não é dividido por


balaustrada e nem possuía degraus de acesso – elevado é apenas o Sólio por três
degraus.

O assunto é bastante complexo, e aqui é apresentado como uma abreviada


resenha, porém, o importante é se souber que no Simbolismo do Rito Escocês An-
tigo e Aceito, em relação ao posicionamento dos Vigilantes, este em alusão ao
“Antigo” do seu título distintivo, o Segundo Vigilante toma assento na porção me-
diana da Coluna do Sul.

A questão não é apenas de localização, contudo naquilo que exprime a dia-


lética ritualística na abertura e encerramento dos trabalhos.
* As imagens não fazem parte do artigo original, foram inseria para facilitar
seu estudo e compreensão.

Artigo disponível em: http://iblanchier3.blogspot.com/

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