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DOCÊNCIA MAÇÔNICA

APRENDIZ MAÇOM
MÓDULO 16
PROÊMIO AO ESTUDO DA ABÓBADA CELESTE

"O que é na verdade mais belo que o céu, que, certamente,

contém todos os atributos da beleza?

Isto é proclamado por seus verdadeiros nomes,

caelum e mundus, este último significando clareza e


ornamento,

como a escultura antiga."

Copérnico - As Revoluções das órbitas Celestes, 1543

Citadinos, cercados por horizontes edificados, dificilmente


olhamos para o alto: esquecemos o firmamento! Ninguém mais
tem ócio para contemplar. Olvidamos os mitos celestes de
antanho, e o céu passou a texto e vivência da tecnologia. A
abóbada celeste, palco outrora dos deuses e dos heróis míticos,
nada mais tem a dizer ao homem urbano, pois esse cedeu seu
lugar aos especialistas. Vênus? Três Marias? Sirius? Poucos são
aqueles que aprenderam a identificá-los, e sequer pensam em
apontá-los aos filhos.
Hoje, conhecer os planetas e as constelações, seus mitos e
estórias, é tão útil, ou inútil, quanto saber o que significaram na
História. Assim pensa a maioria, seja ela citadina ou maçônica, e
poucos cultuam a celeste tradição de milênios...

Deploravelmente, isso levou a deformações na Abóbada


Celeste escocesa. Em alguns templos, as modificações foram
tantas que o "painel celeste" desapareceu! E, absurdamente, o
substituíram por um simulacro do céu astronômico -
pretensiosamente atualizado, enxameado de ene pontos
luminosos distribuídos a esmo. Assim, embora artisticamente
embelezado e provido de recursos técnicos, como se fora um
planetário, ele nada aponta e nada acrescenta à busca do Iniciado,
a não ser mostrar seu faiscante mutismo.

Por outro lado, naquelas Lojas que conservaram os cânones


celestes do Rito, a sóbria abóbada também está emudecendo -
calada por falta de intérpretes!...

Na verdade, aquém e além do Pórtico, a cobertura celeste


está dissociada de nossa vivência, seja ela maçônica ou profana.

Segundo Carl Sagan, em "Cosmos", os homens são "filhos


das estrelas". Infelizmente, não enxergamos isso no dossel
estrelado. Os Augustos Mistérios que lá estão, jazem no dizer
ritualístico, letra-morta, pois não tentamos decifrá-los nem
buscamos suas mensagens na Abóbada Celeste!

Exagero? Talvez! Mas cultuamos o respeito à Tradição. E


essa diz que o teto estrelado das lojas escocesas é uma
reminiscência do Antigo Egito que cultuou sobremodo tal
conhecimento, acolhido e normatizado no texto inicial do ritual. Daí
o nosso inconformismo com mudanças e amnésias ao texto-
padrão da cobertura estelar, uma tradição que nenhum maçom -
não importando seus títulos ou posição hierárquica - pode mudar,
alterar ou esquecer. Quando vemos isso acontecer, seja em
reformas ou na construção de templos, ficamos em dúvida sobre o
apodo cabível a tais iconoclastas: perjuros ou ignorantes! Pois, ou
eles têm conhecimento do texto que regula o assunto, e se
colocam acima disso, ou o desconhecem, e, no caso, não estão à
altura do cargo ou encargo que exercem nem dos conhecimentos
que aparentam ter.
- Querem outra abóbada, céu ou teto? É fácil: troquem de
rito!...

Feita a inserção de nossa inconformidade - e veemente


repúdio - com o descumprimento da norma que regula o teto do
Templo (páginas iniciais do Ritual de Aprendiz do R.’.E.’.A.’.A.’. -
praticado pelas GG.’.LL.’. Brasileiras), retornemos ao tema em
estudo para mostrá-lo a luz de outros enfoques, quiçá mais
amenos.

Estórias egípcias contam que Osíris, para presidir o tribunal


das almas, diariamente viajava do Oriente para Ocidente em sua
"barca solar", tripulada por fiéis vassalos - os glorificados
(simbolizados nas estrelas pintadas no teto da Câmara do
Sarcófago Real). Por analogia, identificamos os "reais
companheiros" de então com os exaltados de hoje, pois, seja há
milênios ou nos dias atuais, neles e em nós, por extensão e
herança, continua perene o espírito e o trabalho de guardiães da
Tradição...

Neste trabalho, com o arcaico "proêmio", forma em desuso


para introdução, buscamos realçar o nosso antagonismo às
mudanças na abóbada, embora conheçamos outros enfoques, não
tão tradicionais quanto o nosso, dentre eles os lavrados pelos
renomados irmãos:

Hiran L. Zoccoli, autor da obra "A Abóbada Celeste


na Maçonaria", na qual diz que após examinar
divergentes estampas do céu maçônico,
confrontando-as com a diversidade dos tetos
existentes, estudou os fundamentos da Astronomia,
concluindo pela incompatibilidade da presença
concomitante de tais aspectos na abóbada do
templo maçônico. Daí apresentar e postular,
calcadas em padrões da Astronomia, duas novas
abóbadas: uma para as lojas do Hemisfério Norte, e
outra para as do Sul. Nelas insere todas as
constelações zodiacais e todos os planetas
conhecidos do Sistema Solar, acrescentando na
boreal a Estrela Polar e na austral a constelação do
Cruzeiro do Sul.

Evidentemente, não concordamos com tal posicionamento.


Os nossos fundamentos celestes colidem. Enxergamos a
perenidade da Tradição nas "figuras" rejeitadas por Zocolli,
enquanto ele, com os olhos da Ciência, buscou a mutabilidade
temporal e espacial do firmamento. Donde, a nossa mútua
exclusão de tetos...

José Castellani, em diversas de suas obras, e nas


revistas "A Trolha" e "O Prumo", diz ser suficiente
para Simbologia Maçônica que somente o Sol, a
Lua e as nuanças de cor Dia/Noite estejam na
Abóbada Celeste, não sendo essencial a presença
dos planetas e estrelas, acrescentando que no
passado o teto das lojas ostentavam a
representação (pentáculos) das doze constelações
zodiacais (Rev. "A Acácia" n.º 29/1995).

Castellani, conceituado pesquisador, parece preferir um


modelo mais antigo da Abóbada Celeste (similar à descrição feita
por Prichard em 1730), mas que entendemos válido só em outros
Ritos ou, talvez, no Escocês de Obediências não cingidas ao ritual
de 1928 das GG.’.LL.’..

E mais, Castellani, quando mostra o céu maçônico - que diz


conter as constelações zodiacais - apresenta uma das "antigas
estampas". Mas comete aí um deslize! Aquela gravura, e outras
similares, contêm asterismos austrais, boreais, equatorial e
somente quatro zodiacais: Virgem, Touro, Leão e Escorpião!
Constelações essas que foram os primeiros "marcos" da estrada
solar dos deuses celestes, onde mais tarde se agregaram outros
quatro e, finalmente, no século VI a.C. o duodenário círculo ficou
completo. Portanto, é importante frisar, a Tradição não contempla
o céu maçônico escocês com todo o zodíaco, mas sim e somente
com a representação daquelas que a antiga Mesopotâmia
formatou.

Concluindo, é gratificante constatar que Castellani assevera


ser correta a decoração celeste que siga um padrão (e descreve o
nosso), dizendo-o sem estrelas a esmo e sem o Cruzeiro do Sul,
que aponta como presente em Templos irregulares (Cad. Est. Maç.
nº 2 - J.Castellani - pág. 65).

Todo prólogo busca cativar o leitor, predispondo-o em favor


da obra que apresenta. Propositadamente, fizemos o contrário:
ressaltamos a ignorância que paira sobre o tema em exame, a fim
de motivar à ação de conhecer e de restaurar a nossa tradicional
abóbada celeste. Nessa missão, nos lançamos à condição de
palestrante e de articulista. Agora, transcorrido um tempo razoável,
constatamos que a palavra ecoou, mas com pouca eficácia na
comunicação escrita; faltou um texto convincente para ativar a
imaginação escocesa, fazendo-a recordar os porquês de sua
ancestral cobertura. Tal insight é um dos propósitos deste proêmio,
quiçá - a bem do Rito -, tenhamos êxito.

Até aqui, de diferentes modos, expressamos a idéia de um


painel presente no teto do templo, realmente é isso que lá está, um
grande mural ou um enorme afresco. Como tal, não pode espelhar
um momento específico ou único do firmamento, mas sim, e
simultaneamente, diversos. No mínimo, tantos quantos são os
astros presentes na simbólica e alegórica abóbada arquitetada por
ignotos mestres e deixada à decifração da posteridade escocesa.

Ouvindo amortecidos ecos da linguagem perdida da Tradição


- traduzimos:

- meu sobrecéu - com os luzeiros do Dia e da Noite,


nuvens, planetas e poucas estrelas -, cobre do
Setentrião ao Vale dos Reis ao Meio-Dia, de Albion
ao Ocaso ao mundo de Zoroastro no Nascente. Sob
tal dossel vi nascer as duas primeiras lojas míticas:
a Operativa e a Escocesa! A primeira em
Jerusalém, no átrio do Templo em construção - a
segunda na Escócia, na Montanha de Heredon em
Kilwinning. Acompanhei a construção dos "Castelos
de Mil Anos" no Antigo Egito, o Partenon grego, o
Coliseu romano e os trabalhos de levantar
Catedrais na Europa. Presenciei a recepção dos
Aceitos, a Iniciação dos primeiros Especulativos e
os magnos eventos maçônicos de 1717. Dou voz à
Astréia, Osíris, Cronos, Orion e a muitos outros...
Meus asterismos, isoladamente ou no conjunto de
suas constelações, evocam o trabalho feito em prol
da Humanidade por todos os grandes avatares,
filósofos e líderes do Bem, e também simbolizam o
Direito, a Justiça, a Paz e a Fraternidade... Em
síntese, com meus astros e em suas recíprocas
relações físicas e esotéricas, apresento o
conhecimento das estruturas míticas, espirituais,
históricas e culturais do mundo maçônico.
Duas afirmações da "fala do teto" são basilares, portanto devem
ser imediatamente elucidadas (as demais ficam para trabalhos
subsidiários), são elas: a dos limites de cobertura e a do número
restrito de estrelas. Para a melhor compreensão, vamos vê-las
separadamente:

 a primeira - quando declaramos que a loja tem a forma de


um quadrilongo, repetimos o conceito medieval de que o
mundo conhecido não ia muito além da bacia do
Mediterrâneo ("o meio da terra"). Conhecimento que,
embora bem mais amplo, ainda perdurava entre os
Operativos (séc. XI), pois eles, e a maioria dos europeus de
então, ainda entendiam a Terra como plana e centrada em
Jerusalém. Seus limites refletiam-se sideralmente: ao
Norte, a região da ignota e frígida Ursa Maior, ao Sul, as
ensoloradas paragens do Egito, com Fomalhaut
tangenciando o horizonte, e, longitudinalmente, o curso do
Sol, dos páramos dos Reis Magos aos abismos do ignoto
Atlântico.

 a segunda - do quartado céu das estrelas reais do Mundo


Antigo (Mesopotâmia e adjacências), emergem as
zodiacais Fomalhaut, Aldebaran, Régulus e Antares,
quando, há mais de 4000 a.C., sinalizavam o início das
estações. Saber celeste, e mágico, essencial aos ritos
religiosos e às atividades agrícolas de então.
Conhecimento que Hesíodo, contemporâneo de Homero,
aponta como não casual em Os Trabalhos e Dias, mas
sábia combinação, pois, na fase primitiva da agricultura,
toda regra era uma observância religiosa e moral, cujas leis
tinham uma base prática para fazer crescer as colheitas.

Os Antigos, já vimos, tinham somente quatro estrelas reais,


no entanto, o texto escocês inclui, no noroeste do teto, mais uma
em tal conjunto, e a realça em vermelho - Arcturus, a mais
brilhante estrela boreal. A motivação de tal "realeza" explanamos
noutro trabalho, contudo, convém relembrar que tal asterismo por
seu posicionamento, brilho e cor, tanto pode simbolizar o
R.’.E.’.A.’.A.’. quanto a primeira Grande Loja-Mãe do Mundo...
Também postas à reflexão escocesa, temos ainda as quinze
estrelas "principais" agrupadas em três conjuntos (3 + 5 + 7),
acrescidas de mais sete da Ursa Maior, totalizando 22.
Curiosamente (?) tantos quantos são os cabalísticos "Caminhos da
Árvore da Vida"...

Completando a totalidade de nossas poucas estrelas,


sucintamente referenciadas, falta mencionar que, com a Spica,
estão todos os Mistérios gregos, com o Sol (estrela de 5ª
grandeza), todas as hierofonias, e - fechando o conjunto estelar -
com a estrela de cinco pontas, Sírio, está a magna estrela do
Egito.

Concluído o exame, e totalizando-o, alcançamos o restrito


número de trinta estrelas! Por que tão poucas? Não seria mais
lógico, condizente com o Rito, se fossem 33 asterismos? Qual o
significado dessa inconcludente série?

Existem algumas possíveis respostas, dentre elas, duas


talvez correspondam à idéia-mater dos longínquos mestres da
abóbada. Uma decorre das trinta dinastias egípcias, permitindo até
acomodar a exclusão dos faraós não autóctones; a outra,
apontando a presença de estrelas binárias em Sírius, Régulus e
Antares (ocultas à visão desarmada), conclui: 30+3=33...

Zoroastro, no Avesta, assim expressa a abóbada: "há as


estrelas, que são os bons pensamentos; as boas palavras são a
Lua; e o Sol é as boas ações..." Nós, sem tal expressividade
poética, vamos dar continuidade ao nosso périplo celeste, agora
enfocando o Sistema Solar presente em nosso teto. De chofre,
uma descoberta: não é o do nosso tempo! É o do século XVII, o
dos primeiros "aceitos"! Pois ainda não contempla Urano, Netuno e
Plutão, mas já conhece anéis e satélites, através da luneta de
Galileu, e os faz representar em Saturno e não em Júpiter, embora
tenham sido descobertos 45 anos antes nesse do que naquele
planeta. Paradoxo? Não! Somente mais uma prova de que a
Abóbada escocesa é solidária à Tradição e não à Astronomia, pois
em torno de Saturno - a jóia do céu - tais "adornos" têm
conotações esotéricas, o que não ocorre com os de Júpiter, daí a
presença de uns e a ausência de outros.
Além disso, tal conformidade se reafirma, e se faz
inequívoca, com a exclusão de Marte (Ares) e a presença do seu
antônimo, o anti-ares (Antares), pois, repelindo aquele astro e
acolhendo este, enfaticamente expressa sua repulsa ao
simbolismo do ferro e de irrestrita adesão ao fundamental princípio
de não-violência no Templo da Paz.

Diz um provérbio hebraico ensinar o antigo é mais difícil que


ensinar coisas novas. Repelimos tal assertiva. Ela espelha e
propaga a errônea idéia de que a Tradição seja algo estagnado,
ultrapassado e sem liames com o presente. Neste trabalho,
buscamos desmentir aquela máxima, reafirmar a perenidade da
Tradição e tornar fácil a recepção das informações atinentes ao
tema em pauta. Moveu-nos o propósito de mostrar que é possível
o "re-conhecimento" da Abóbada, da qual fizemos um inacabado
esboço, onde alguns astros sequer foram mencionados, uns já
publicados e outros em andamento, tais como:

- o neófito - em Aldebaran, no Olho Rutilante do Touro;


- a Torre de Babel, a Iniciação e a tríade egípcia - em Orion;
- o Caos, Zoroastro e o féretro de Osíris - na Ursa Maior;
- Cronos e a Idade do Ouro - em Saturno;
- a régua dos céus, Hiran de Tiro e Éracles - em Régulus;
- o tabu do ferro - em Antares;
- a estrela de cinco pontas - em Sirius;
- os Mistérios gregos - na constelação da Virgem;
- os utensílios do arquiteto, o labirinto e Dédalo - em Arcturus.

Esses títulos e outros abrem os trabalhos complementares


em torno da Abóbada Celeste. Portanto, ainda temos muito a
navegar nos caminhos de nossa jornada intelectual, que também
será de auto-reconhecimento, através dos arquétipos evocados...

Finalizando, há uma indagação que já deveríamos ter


elucidado quando buscamos conciliar a quantidade de estrelas
com os graus do Rito, ou com a seqüência dinástica egípcia, pois
ali estava o contexto pertinente para mostrar por que só duas
constelações são vistas na íntegra em nosso teto. Ou seja, todas
as constelações estão incompletas, com exceção da Ursa Maior e
Taurus. Por quê?

Evidentemente, a resposta não cabe no espaço restrito do


fecho deste prólogo. Porém devemos - tal como já fizemos em
antecedentes passagens -, deixá-la, no mínimo, expressa de uma
forma tal que permita o sumário entendimento do seu arrazoado, o
que implica na compreensão, segundo a ótica dos Sarcófagos, de
"elevação até o princípio" que entra, através do hieróglifo
"SBA"=estrela=porta, na composição de palavras como educar,
instruir, ensinamento...

A Astronomia, a Religião e a Antropologia concordam em


situar na pré-história a formatação das duas primeiras
constelações, a da Ursa Maior e a de Taurus. Também lhes
atribuem a mesma motivação ao nome que ganharam - o das
grandes feras que povoaram os terrores dos homens -, os quais
então, para exorcismá-las, as cultuaram. Coube à Grande Ursa o
primeiro destaque: o frio glacial, as grandes tempestades, a
deificação do Mal e do Caos...

Posteriormente, avançando para as primeiras manifestações


da história mesopotâmica, quando o pavor já fora amainado em
temor, surge em substituição a "astrolatria" o que alguns
especialistas do Sagrado (Cirlot, dentre eles) denominam de
"astrobiologia", ou seja, a penetração recíproca da lei astronômica
e da vida vegetal e animal. Tudo é, ao mesmo tempo, organismo e
ordem exata. A agricultura e a pecuária obrigam a reprodução
regular de espécies nitidamente determinadas e o conhecimento
de seu ritmo anual de crescimento que está em relação direta e
constante com o calendário, quer dizer, com a posição de alguns
astros. É o momento do grande Touro - o mítico reprodutor que
brama na voz do trovão -, anunciar a Primavera e o
"renascimento"...

Tais símbolos arquétipos, como diria C. G. Jung, ficaram


impressos no inconsciente coletivo. Portanto, para simbolizar os
primeiros passos no sentido da compreensão dos Augustos
Mistérios, o Rito Escocês acolheu com destaque no conjunto de
suas estrelas "principais" a representação integral da Ursa Maior e
de Taurus. Esotericamente é um realce encobrir cânones - assim,
o texto normativo ao expressar tais constelações de modo velado,
as salienta: a primeira não é dita com quantos asterismos se
compõe, e a segunda vem supressa de sua denominação estelar...

Concluindo, em nossa abóbada escondem-se os princípios


morais, as leis naturais, os grandes contrastes e transformações
que regem o transcurso da vida cósmica e humana. Há em seu
contexto um pensamento orientado. um eco da Tradição esotérica
que nos diz o Transcendente e o Imanente, enquanto nos passa o
sentido dos Mitos Sagrados dos alvores da humanidade. Mas
também nos reforça a convicção de que esse "vir e passar" vai
além: perpassa!... Alcança no centro do teto, na incompleta
representação de Orion, a atual e ainda parcial consecução da
religiosidade mosaico-judáico-cristã. Por fim, aponta o futuro, um
ponto: Fomalhaut, referência astronáutica, estrela alfa da
Constelação do Peixe Austral que, no mítico passado, pertencia ao
signo de Aquário... Enfim, Portais e Ciclos que um dia nos
conduzirão à Fraternidade Universal!

Uma oração do Avesta diz: Anuncie, Zoroastro, que aqueles


que amam as coisas do céu obterão uma excelente recompensa.
E nós complementamos: desde que os "inventivos" não
modifiquem o texto e o contexto da Abóbada Celeste!

bibliografia:

 Atlas Celeste - Ronaldo R. de F. Mourão


 Cosmos - Carl Sagan
 Dic. das Religiões - o de J.R. Hinnells e o de Mircea Elíade -
Martins Fontes, SP Dic. de Símbolos - o de H. Bidermann e o de
J-E. Cirlot
 Esoterismo - Pierre A. Riffard
 Mundo Egípcio, Grego e Mesopotâmico - Ed. Del Prado

Adayr Paulo Modena, M.’.I.’.


Bem.’. Aug.’. e Resp.’. Simb.’. Cidade de Porto Alegre N.º 47

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