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Parte II
Relógio D' Água Editores
Rua Sylvio Rebelo, n.º 15
1000-282 Lisboa
te!.: 218 474 450
fax: 218 470 775
relogiodagua@relogiodagua.pt
www.relogiodagua.pt
ISBN 978-989-641-367-5
Henrique IV
Parte II
Projecto Shakespeare
Projecto Shakespeare
1 - Henrique IV (Parte
II):
o tempo da comédia e o tempo da política
10
HENRIQUE IV - PARTE II
11
INTRODUÇÃO
12
HENRIQUE IV - PARTE II
13
INTRODUÇÃO
14
HENRIQUE IV - PARTE II
15
INTRODUÇÃO
16
HENRIQUE IV - PARTE II
17
INTRODUÇÃO
BAIXIO . . . Havia também o Jack Falstaff, agora Sir John, era um rapaz
e pajem de Thomas Mowbray, Duque de Norfolk.
SIL ÊNCIO Este Sir John, primo , que daqui a pouco vem aí por causa dos
soldados?
BAIXIO Esse Sir John, sim, esse mesmo. Estou a vê-lo a rachar a cabeça
do Scoggin à entrada do tribunal quando era um rapazola que
nem esta altura tinha; e nesse mesmo dia andei eu à pancada
com um tal Sansão Bacalhau, um fruteiro , por trás de Gray 's
Inn. Jesus, Jesus , que tempos malucos eu passei! E ver quantos
companheiros de então estão hoje mortos.
SIL ÊNCIO Todos para lá vamos , primo.
BAIXIO Certo, isso é certo , não falha, não falha. A morte , como diz o
salmista , é certa para todos, todos hão-de morrer. A quanto es
tará uma boa junta de bois na feira de Stanford?
SIL ÊNCIO À minha fé que não estive lá.
BAIXIO A morte é certa. O velho Vergas lá da vila, ainda é vivo?
SIL ÊNCIO Morreu, senhor.
BAIXIO Jesus , Jesus, morreu! Aquilo é que era esticar o arco , e morreu!
Tinha cá uma pontaria! O João de Gande gostava muito dele e
apostou bom dinheiro nele . E morreu!
18
HENRIQUE IV - PARTE II
BAIXIO Ah, aquilo é que foi uma noite! E a Joana Noitadas, ainda é
viva?
FALSTAFF Ainda, Mestre Baixio .
BAIXIO Nunca pôde comigo.
FALSTAFF Nunca, nunca, estava sempre a dizer que não suportava Mestre
Baixio.
BAIXIO Pela santa missa, eu punha-a furiosa até mais não . Nesse tempo
ela era bom material; vai-se aguentando bem?
FALSTAFF Velha, velha, Mestre Baixio.
BAIXIO Pois, há-de estar velha, não tem outro remédio; com certeza que
está velha, se teve o Berto Noitadas do velho Noitadas ainda
antes de eu ir para o Colégio de São Clemente .
SIL ÊNCIO Isso foi há cinquenta e cinco anos .
BAIXIO Ai, primo Silêncio, tivesses tu visto o que eu e aqui este cava
leiro vimos! Eh, Sir John, disse bem?
FALSTAFF Nós ouvimos as badaladas da meia-noite, Mestre Baixio .
19
INTRODUÇÃO
20
HENRIQUE IV - PARTE II
21
INTRODUÇÃO
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HENRIQUE IV - PARTE II
23
INTRODUÇÃO
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HENRIQUE IV - PARTE II
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INTRODUÇÃO
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HENRIQUE IV - PARTE II
27
INTRODUÇÃO
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HENRIQUE IV - PARTE II
29
INTRODUÇÃO
2 Por ordem cronológica do assunto, que não da composição: Rei João, Ricardo II,
Henrique IV (Partes 1 e II), Henrique V, Henrique VI (Partes 1, II e III) e Ricardo III.
30
HENRIQUE IV - PARTE II
31
INTRODUÇÃO
32
HEN Kl(,!UE IV - l'AK I J:. 11
33
Obras Citadas
36
Henrique IV
Parte II
Personagens
BOATO
LORDE B ARDOLPH
PORTEIRO
CONDE DE NoRTHUMBERLAND
TRAVERS
MoRTON
FALSTAFF
PAJEM
Ju1z-MoR DO REINO
CRIADO
ARCEBISPO DE YoRK
THOMAS MoWBRAY
LoRDE HASTINGS
HOSPEDEIRA
ÜATÁZIO
NEGAÇA
B ARDOLPH
GowER
PRíNCIPE HENRY
POINS
LADY NoRTHUMBERLAND
LADY PERCY
FRANCIS
Moço
WILL
DORA ROMPELENÇÓIS
ALFERES PISTOLA
PETO
REI
WARWICK
S URREY
Juiz BA1x10
JUIZ SILÊNCIO
BOLORENTO
SOMBRA
VERRUGA
FRANZINO
B EZERRO
MENSAGEIRO
LORDE WESTMORELAND
PRiNCIPE JoHN
DUQUE DE CLARENCE
DUQUE DE GLOUCESTER
HARCOURT
JoHN DE LANCASTER
DAVY
BEDEL
PRIMEIRO SERVIÇAL
S EGUNDO SERVIÇAL
TERCEIRO SERVIÇAL
INTRÓITO
Sai
42
ACTO 1
Cena 1
44
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .1
Tivera má sorte?
NORTHU M BERLAND Porque havia esse fidalgo que passou por Travers
Dar tais exemplos de perdas ?
Entra Morton
45
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .1
NORTHUM BERLAND Mas mesmo assim , não me dês Percy por morto .
Vejo uma arredia confissão em teu olhar:
46
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .1
47
WILLIAM S HAKESPEARE 1 .1
48
HENRIQUE IV - PARTE II 1.1
49
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .1
Saem
Cena 2
50
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .2
FALSTAFF Que ele se dane como o glutão , queira Deus que com
a língua ainda mais quente , esse fideputa desse Aito- 40
51
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .2
de cavalo e de mulher.
52
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .2
John de Lancaster.
53
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .2
FALSTAFF E também ouvi dizer que Sua Alteza teve outra vez
aquela apoplexia filha da puta.
54
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .2
FALSTAFF Muito bem , meu senhor, muito bem . Com vossa li-
cença, é antes a doença de não ouvir, o padecimento
de não prestar atenção , que me apoquenta.
FALSTAFF Sou pobre como Job , meu senhor, mas não sou
tão paciente: pela pobreza pode Vossa Senhoria
ministrar-me o remédio da prisão; mas quanto a ser 1 40
55
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .2
com menos .
JUIZ Mas já que tudo está bem , deixá-lo estar como está:
não acordeis um lobo adormecido .
56
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .2
FALSTAFF Isso não , meu senhor, o vosso anjo mau é leve , e es
pero que quem olhe para mim me leve sem precisar 1 so
57
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .2
JUIZ Bom, o Rei já vos separou: segundo oiço , vós ides 220
58
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .2
PAJEM Senhor.
59
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .2
Saem
Cena 3
60
HENRIQUE IV - PARTE II 1 .3
61
WILLIAM SHAKESPEARE 1 .3
H ASTJNos Para nós não tem mais, nem tantos tem, Lorde
Bardolph,
Já que as suas divisões , com o turvar dos tempos , 10
62
HENRIQUE IV � PARTE II 1 .3
ARCEBISPO Avancemos ,
E faça-se saber porque pegamos em armas .
A comunidade enjoou-se do que escolheu ,
O seu amor ganancioso enfartou :
Tem habitação inconstante e incerta
Quem edifica sobre o coração da plebe . 90
Saem
63
ACT0 2
Cena 1
66
HENRIQUE IV - PARTE II 2.1
HOSPEDEIRA Meu bom senhor, sede bom para mim . Rogo-vos que
fiqueis firme do meu lado .
67
WILLIAM SHAKESPEARE 2.1
JUIZ Que vem a ser isto , Sir John? Que homem de boa têm
pera pode aguentar este ciclone de vociferações? Não
tendes vergonha de forçar uma pobre viúva a suportar
sozinha tão rude carreira para chegar ao que é dela?
68
HENRIQUE IV - PARTE II 2.1
FALSTAFF Meu senhor, não vou deixar esse remoque sem res
posta. A uma honrada ousadia vós chamais descarada
69
WILLIAM SHAKESPEARE 2.1
70
HENRIQUE IV - PARTE II 2.1
71
WILLIAM SHAKESPEARE 2.1
FALSTAFF Espero , meu senhor, que tudo esteja bem . Que notí
cias há, meu senhor?
JUIZ Sir John , estais a mandriar muito por aqui , para quem 1 90
JUIZ Quem foi o tolo do mestre que vos ensinou esses mo
dos , Sir John?
72
HENRIQUE IV - PARTE II 2.1
Saem
Cena 2
POINs Bom, um príncipe não deve ser tão mal formado que
se vá lembrar de tão fraca mistura .
73
WILLIAM SHAKESPEARE 2.2
PRf NCIPE Ponho esta mão em como tu pensas ter eu ido tão
longe no livro do demónio quanto tu e Falstaff, tanto
em obstinação como em pertinácia. No fim é que se
julga o homem , mas digo-te que o meu coração san- so
gra cá dentro por o meu pai estar tão doente , e foi por
ter tão vil companhia como a tua que me convenci a
abster-me de toda a demonstração de pesar.
74
HENRIQUE IV - PARTE II 2.2
POINs A razão?
PR ÍNCIPE E a ti .
POINs Por esta luz que nos alumia, as pessoas dizem bem
de mim , ouço-o com estes ouvidos que a terra há-de
comer: o pior que podem dizer de mim é que sou
um segundo irmão e que sou um fulano que sabe dar
trato às mãos , e estas duas coisas confesso que não as 10
75
WILLIAM SHAKESPEARE 2.2
76
HENRIQUE IV - PARTE II 2.2
77
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .2
78
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .2
Saem
79
WILLIAM SHAKESPEARE 2.3
Cena 3
LADY
NORTHUMBERLAND Eu desisti , não me voltareis a ouvir,
Fazei o que quiserdes , segui o vosso tino .
LADY PERCY Mas , por amor de Deus , não entreis nessas guerras;
Tempo houve , pai , em que faltastes à palavra 10
80
HENRIQUE IV - PARTE II 2.3
LADY
NORTHUMBERLANo Oh , fugi para a Escócia , so
81
WILLIAM SHAKESPEARE 2.3
Saem
Cena 4
Entra Will
82
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
FRANCIS Pela santa missa, isto é que vai ser uma pândega à
moda antiga: mas que excelente estratagema .
HOSPEDEIRA Pois muito bem dito: um bom coração vale ouro . Ve- 30
83
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .4
84
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
DORA Raios partam esse patife rufião , ele que não venha
aqui . É o sacana mais desbocado de Inglaterra .
85
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .4
PISTOLA Deus me não deixe viver mais se não vos dou cabo
do rufo .
HOSPEDEIRA Não , bom capitão Pistola, aqui não , meu rico capi- 1 40
tão .
87
WILLIAM SHAKESPEARE 2.4
88
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
BARDOLPH Vai-te , bom alferes; isto , está aqui , está a dar porrada. 1 80
rocins de Galloway?
89
WILLIAM SHAKESPEARE 2.4
fório !
[Entra Bardolph]
90
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
Entra a música
FALSTAFF Deixa, boa Dora, não fales como uma caveira, não
me faças pensar no meu fim. 2so
91
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .4
quilibrar.
92
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
vas tu?
93
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .4
FALSTAFF Tu ouviste-me?
94
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
FALSTAFF Difamação não , Hal , por minha honra que não houve
difamação .
95
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .4
FALSTAFF Não , também penso que não , penso que quanto a is-
so estás quite . Mas há, Maria santíssima, outra acu-
sação a recair sobre ti , por permitires que se coma
carne na tua casa, o que vai contra a lei , e penso que
vais gemer por isso .
HOSPEDEIRA Quem bate com tanta força? Vai ver à porta, Francis .
Entra Peto
96
HENRIQUE IV - PARTE II 2 .4
[Entra Bardolph]
97
WILLIAM SHAKESPEARE 2 .4
Dora?
Saem
98
ACT0 3
Cena 1
1 00
HEN RIQUE IV - PARTE II 3.1
101
WILLIAM SHAKESPEARE 3.1
Senão em vós .
Saem
1 02
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
Cena 2
BAIXIO Pelo sim e pelo não , senhor. Hei-de dizer que o pri- 10
SIL ÊNCIO Nesse tempo , primo , era «magano B aixio» que vos
chamavam .
103
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
s1LÊNc10 Este Sir John , primo , que daqui a pouco vem aí por 30
BAIXIO Esse Sir John , sim , esse mesmo . Estou a vê-lo a ra
char a cabeça do Scoggin à entrada do tribunal quan
do era um rapazola que nem esta altura tinha; e nesse
mesmo dia andei eu à pancada com um tal Sansão
B acalhau , um fruteiro , por trás de Gray 's Inn . Jesus ,
Jesus , que tempos malucos eu passei ! E ver quantos
companheiros de então estão hoje mortos .
BAIXIO Certo , isso é certo , não falha, não falha. A morte , co- 40
1 04
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
1 05
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
FALSTAFF Fico satisfeito por vos encontrar bem , meu bom fi
dalgo Roberto Baixio . Senhor Esquifoso , presumo?
BA1x10 Não , Sir John , este é o meu primo Silêncio , que está
comigo em comissão .
1 06
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
venham assim .
[Entram Bolorento, Sombra, Verruga, Franzino e Bezerro]
Deixa cá ver, onde está o Bolorento?
FALSTAFF Picai-o .
BOLORENTO Gasto? 1 30
1 07
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
1 08
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
FRANZINO Farei o meu melhor, senhor, não vos posso dar mais .
109
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
1 10
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
BAIXIO Pois , há-de estar velha, não tem outro remédio ; com
certeza que está velha , se teve o Berto Noitadas do
velho Noitadas ainda antes de eu ir para o Colégio de
São Clemente .
111
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
112
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
BA1x10 Sir John , Sir John , não vos prejudiqueis : estes são
os mais capazes e eu gostaria de vos servir com os
melhores .
113
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
1 14
HENRIQUE IV - PARTE II 3 .2
1 15
WILLIAM SHAKESPEARE 3 .2
Sai
1 16
ACT0 4
Cena 1
Entra um Mensageiro
Entra Westmoreland
118
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
1 19
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
1 20
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
121
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
1 22
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
Sai Westmoreland
1 23
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
Entra Westmoreland
1 24
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
1 25
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
HASTINos E se cairmos ,
Temos reforços para render o nosso intento;
E se falharem, terão também seus reforços ,
E assim terão os danos sucessão
E herdeiro atrás de herdeiro erguerá a disputa
Enquanto houver geração em Inglaterra .
1 26
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
Sai [o capitão]
1 27
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
Gritos [dentro]
Sai [ Westmoreland]
E, meu bom senhor, que os nossos séquitos
Marchem perante nós , para assim inspeccionarmos
Quem íamos defrontar.
Sai [Hastings]
Entra Hastings
1 28
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
Saem
1 29
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
FALSTAFF Tão bom como ele , senhor, quem quer que eu seja.
Entregais-vos , senhor, ou tenho de suar por vossa
causa? Se eu suar, as gotas vão ser dos que gostam de
ti , a chorar pela tua morte ; por isso trata de convocar
o medo e o tremor e presta os teus respeitos à minha
misericórdia.
coLEVILE Penso que sois Sir John Falstaff, e com esse pensa
mento me entrego .
1 30
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
FALSTAFF Não sei : ele aqui está , e aqui o entrego , e rogo a Vos-
sa Graça que isto fique exarado juntamente com as
outras acções do dia, ou então juro pelo Senhor que
mando pôr tudo numa balada própria, com o meu re
trato no cimo e com Colevile a beijar-me os pés . E 400
FALSTAFF Então , meu bom senhor, que faça alguma coisa que
me dê jeito , e chamai-lhe o que quiserdes .
131
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
FALSTAFF Não sei quanto foi que eles cobraram , mas tu como 420
Entra Westmoreland
1 32
HENRIQUE IV - PARTE II 4.1
1 33
WILLIAM SHAKESPEARE 4.1
Saem
Cena 2
1 34
HENRIQUE IV - PARTE II 4 .2
1 35
WILLIAM SHAKESPEARE 4.2
1 36
HENRIQUE IV - PARTE II 4.2
1 37
WILLIAM SHAKESPEARE 4 .2
1 38
HENRIQUE IV - PARTE I I 4 .2
1 39
WILLIAM SHAKESPEARE 4.2
1 40
HENRIQUE IV - PARTE II 4 .2
Sai
141
WILLIAM SHAKESPEARE 4.2
1 42
HENRIQUE IV - PARTE II 4.2
1 43
WILLIAM SHAKESPEARE 4.2
1 44
HENRIQUE IV - PARTE li 4 .2
1 45
WILLIAM SHAKESPEARE 4.2
[Entra Warwick]
1 46
HENRIQUE IV - PARTE II 4.2
Saem
1 47
ACT0 5
Cena 1
BA1x10 Pode vir o cura mailo breviário , senhor, mas não vos
ides embora esta noite . - Então , Davy, estou a cha
mar !
[Entra Davy]
desculpado .
1 50
HENRIQUE IV - PARTE I I 5.1
BA1xro Pois sim , descansa que ele não há-de ser prejudica
do . Põe-te a mexer, Davy.
[Sai Davy]
Onde estais , Sir John? Vamos , vamos , vamos , fora com
essas botas . Dai-me a vossa mão, Mestre Bardolph .
151
WILLIAM SHAKESPEARE 5.1
Sai
Cena 2
152
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .2
GLOUCESTER
e CLARENCE Bom dia, primo .
1 53
WILLIAM SHAKESPEARE 5 .2
1 54
HENRIQUE IV - PARTE II s .;
1 55
WILLIAM SHAKESPEARE 5 .2
1 56
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .2
Saem
Cena 3
1 57
WILLIAM SHAKESPEARE 5.3
E caras as mulheres;
Rapazes viçosos
Andam cá e lá
Tão alegremente ,
Sempre alegremente .
[Sai]
158
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .3
SILE NCIO Quem , eu? Eu já por uma vez ou outra estive alegre .
Entra Davy
BAIXIO Davy !
1 59
WILLIAM SH AKESPEARE 5 .3
Não é assim?
FALSTAFF É assim .
1 60
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .3
161
WILLIAM SHAKESPEARE 5 .3
1 62
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .3
Saem
Cena 4
1 63
WILLIAM SHAKESPEARE 5 .4
vel cara-de-papelão .
1 64
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .5
Cena 5
Entram três Serviçais a espalhar juncos
PRIMEIRO
S ERVIÇAL Mais juncos , mais juncos !
SEGUNDO
SERVIÇAL As trombetas já soaram duas vezes .
TERCEIRO
SERVIÇAL Às duas da tarde estão de volta da coroação . Despa-
chem-se , despachem-se !
Saem
BAix10 Pois é .
PISTOLA Pois é .
1 65
WILLIAM SHAKESPEARE 5 .5
Soam trombetas
1 66
HENRIQUE IV - PARTE II 5 .5
FALSTAFF Deus salve a tua graça, meu Hal , meu real Hal .
1 67
WILLIAM SHAKESPEARE 5 .5
FALSTAFF Não vai ser fácil , Mestre B aixio . Mas não vos afli
jais . Ele vai mandar chamar-me em privado . Estais a
ver, ele perante o mundo tem de aparentar isto . Mas
não receeis pelos vossos adiantamentos: eu ainda so
BAIXIO Não estou a ver como , a não ser que me deis o vos
so gibão e o atafulheis de palha . Rogo-vos , bom Sir
John , deixai-me levar quinhentas das minhas mil li
bras .
1 68
HbN Kll,,/ U b ! Y - t'AK ! b ll ) .)
JUIZ Assim é .
Saem
1 69
EPÍLOGO
1 72
Notas
Advertência: Os números que precedem cada entrada correspondem aos
das linhas no Acto e Cena respectivos .
1 . 1 .42 - «a espora do jovem Percy estava fria» : Harry Percy, filho de Nor
thumberland , era conhecido pelo cognome de Hotspur, que literalmente signifi
ca «espora quente» . O cognome de Percy serve aqui , e na fala seguinte , para o
jogo de palavras com o seu nome .
1 . 1 . 1 28 - «Por três vezes matara a aparição do Rei » : em 1 Henrique IV
Douglas por mais de uma vez enfrenta e mata combatentes que se fazem passar
por Henrique IV, usando as mesmas roupagens do Rei .
1 . 1 . 1 34 - «do jovem Lancaster» : John de Lancaster, filho mais novo de
Henrique IV.
1 . 1 . 1 6 1 - No ln-Quarto esta fala de um verso aparece atribuída a «Vmfr.» ,
possivelmente referindo Sir John Unfreville , mencionado em 1 . 1 .34 , e que
alguns editores consideram que poderá ter sido o nome da personagem que
acabou designada como «Sir B ardolph» . No ln-Fólio o verso é simplesmente
eliminado . O verso seguinte é atribuído em ambos os textos a Lorde B ardolph ,
começando a fala de Morton no verso 1 63 . Têm sido propostos diferentes arran
jos dos versos de modo a resolver o problema . Na presente tradução segue-se a
proposta de Melchiori para os versos 1 6 1 -5 .
1 . 1 . 1 9 1 - «uma dupla garantia» : o Arcebispo de York é , pelo seu cargo , um
lorde temporal e um lorde espiritual .
NOTAS
1 76
HENRIQUE IV - PARTE II
1 .2 . 1 6 1 - «na noite de Gad ' s Hill» : Gad 's Hill fora o lugar do assalto em
que Falstaff participara em 1 Henrique IV.
1 .2 . 1 67 - «cheirar uma raposa» : tinha o sentido de «ser desconfiado» .
1 .2 . 1 68- 1 69 - «como a vela» : há aqui um jogo de palavras intraduzível
- a fox, «uma raposa» , soa quase como of wax, «de cera» , de onde decorre a
associação com uma vela.
1 .2 . 1 7 1 - «O meu bom aspecto » : a esta relação entre o bom aspecto da vela
de cera em contraste com a de sebo junta-se no original o duplo sentido de wax,
«cera» e «crescer» , contrastando este último com a ideia de que «a melhor parte
está gasta» , avançada pelo Juiz.
1 .2 . 1 79 - «O vosso anjo» : o «anjo» era uma moeda de ouro , que quando
falsa era mais leve .
1 .2 . 1 9 1 - «pelo amargo das vossas bílis» : o fígado era considerado a sede
da paixão (amor e coragem) e a bílis a sede da ira (Melchiori 76) .
1 .2 .203 - «por volta das três da tarde» : um editor de Shakespeare , R. G.
White , sugeriu que Falstaff s e apresenta aqui como uma mera criação dramáti
ca, aludindo ao facto de as representações teatrais começarem ao princípio da
tarde (Davison 1 85 ) .
1 .2 .2 1 4 - «de saco e com cinza» : Jesus censura a s cidades onde s e realiza
ram milagres , por não se terem convertido - «Porque , se os milagres realiza
dos entre vós tivessem sido feitos em Tiro e em Sídon , de há muito se teriam
convertido , vestindo-se de saco e com cinza» (Mateus 1 1 .2 1 ) .
1 .2 .2 1 5 - «seco velho» : « seco» ( sack) , o vinho preferido de Falstaff, um
vinho branco espanhol .
1 .2 .223-224 - «vosso amável engenhozinho» : Falstaff refere-se à separa
ção entre ele e o Príncipe , insinuando que foi promovida pelo Jui z .
1 .2 .229 - «cuspir branco» : não é claro o significado d a expressão . O mais
provável é que a frase signifique «cuspir limpo» , ou seja, «saudavelmente»
(Davison 1 86) .
1 .2 .239 - «por um movimento perpétuo» : Falstaff compara um envelheci
mento lento como o provocado pela ferrugem com o rápido desgaste do «movi
mento perpétuo» da guerra exigido pela pátria. Uma grande parte desta fala de
Falstaff, que se encontra no ln-Quarto , foi eliminada no ln-Fólio , provavelmen
te por ter sido considerada antipatriótica .
1 .2 .245 - «carregar a s cruzes» : 1 ) passar tribulações; 2) carregar dinheiro
(com referência às moedas de prata que tinham um cruz gravada numa das
faces) (Melchiori 78) .
1 .2 .247 - «Um malho de três homen s » : malho (para assentar pedras no pa
vimento) que necessitava de três homens para o levantar.
1 77
NOTAS
2 . 1 .25 - Pie Comer era lugar de abate de porcos , cuja carne era aí também
cozinhada e vendida durante a feira de São B artolomeu . Esta poderia ser a razão
para o pedido de desculpas pela menção do lugar, mas há indícios de que Pie
Comer era também conhecido como lugar de prostituição (Davison 1 82 ) .
2 . 1 .50-5 1 - «Miserável homiciclo» : a o longo d e toda a cena é acentuada na
personagem da hospedeira a paródia do preciosismo linguístico - neste caso
a Senhora Despachada nunca conseguirá encontrar a palavra «homicida» que
afanosamente procura .
2 . 1 .56 - «um resgate ! » : os oficiais temem a possibilidade de alguém vir
resgatar o prisioneiro .
2 . 1 .88-89 - « sala do Golfinho»: as salas das estalagens e tabernas eram
conhecidas por nomes próprios .
2 . 1 .92 - «um cantor de Windsor>> : ignora-se o sentido desta referência . Po
derá haver alusão a um cantor da capela real que se fez passar por Ricardo II
numa conspiração com vista à deposição de Henrique IV, como poderá tratar-se
de uma simples referência a um cantor da época conhecido pela sua gula (Weis
1 54) .
2 . 1 . 1 48 - «por onde agora se bebe» : o vidro começou a substituir o metal
na confecção de copos em finais do século xv1 .
2 . 1 . 1 5 8 - «Vinte nobres» : o nobre era uma moeda de ouro que valia cerca
de um terço da libra .
1 78
HENRIQUE IV - PARTE II
2 .3 .56 - «assim fez vosso filho» : também a vosso filho vós deixastes tentar
primeiro .
1 79
NOTAS
1 80
HENRIQUE IV - PARTE II
181
NOTAS
4 .2 . 1 22 - «Filhos sem pai . . . » : crianças que não foram geradas por um pai
e que eram por vezes atribuídas às bruxas . Fenómenos anormais eram tomados
como prenúncio da morte de chefes políticos , como acontece em Júlio César.
4 .2 .228 - «de tão fraco vento» : pensava-se que as nuvens eram suportadas
no ar pelo vento .
4 .2 .29 1 - «em remédio potável»: referência a um líquido miraculoso , au
rum potabile, um «licor de ouro» que teria propriedades de elixir da longa vida.
1 82
HENRIQUE IV - PARTE II
5 . 1 .35 - «Roída que chegue está já a pele deles»: Davy refere-se à pele
mordida pelos piolho s .
5 . 1 .48 - « e m cada sessão d o tribunal» : a s sessões eram trimestrais .
5 . 1 .85 - « . . . sem intervalos para férias» : o ano judicial era dividido em
quatro período s . Falstaff sugere que as modas passam mais depressa do que
demoram as acções judiciais .
5 . 2 .48 - Murad III , imperador turco , mandou matar todos os irmãos quando
subiu ao trono em 1 574 , e o mesmo fez mais tarde o seu sucessor.
5 .2 .68 - «infâmias de que me culpastes» : as crónicas do reinado de Hen
rique IV referem um episódio em que o Juiz-Mor do Reino manda prender o
Príncipe de Gales , futuro Henrique V.
1 83
Índice
Introdução 9
Henrique N - Parte II 37
Notas 173
NESTA COLECÇÃO
1 . Romeu e Julieta
2 . Henrique IV - Parte I
3 . Henrique IV - Parte II