Você está na página 1de 22

GUIA DE LEITURA

HAMLET
Índice

O autor 3
Do tradutor 11
Personagens 14
Resumo da peça 17
O Autor
William Shakespeare – o Cisne de Avon

Sweet Swan of Avon! what a sight it were


To see thee in our waters yet appeare,
And make those flights vpon the bankes of Thames,
That so did take Eliza, and our James! 1

- Ben Jonson

O maior poeta da língua inglesa não possui uma vida tão documenta-
da quanto a de outros autores célebres. Embora muito de sua biografia
seja objeto de especulação, temos documentação razoavelmente sufi-
ciente para podermos acompanhar seu desenvolvimento.

Terceiro filho, e primeiro rapaz, de John Shakespeare e Mary Arden,


William foi batizado na Igreja da Santíssima Trindade, Stratford-
-upon-Avon, em 26 de abril de 1564. Seu pai, durante a meninice
e juventude do filho, foi uma personalidade importante da cida-
de, tendo sido prefeito e juiz de paz. Isso permitiu que o pequeno

1 “Doce Cisne de Avon! que vista foi / ter-te visto aparecer em nossas águas, / e alçar aqueles vôos
sobre os bancos do Tâmisa / que tanto arrebataram Eliza [Elizabete] e nosso Jaime!”

3
William recebesse uma ótima educação. Após os primeiros rudi-
mentos, estudou na King’s New School, escola de gramática, onde
o estudo era centrado no latim e na literatura.

Aos 15 anos, findo o período escolar, não sabemos ao certo se Wil-


liam deixou ou não sua cidade natal. A única informação segura que
temos a seguir tem a ver com seu casamento. Em 28 de novembro
de 1582, quando tinha então 18 anos, foi-lhe dada permissão legal
para se casar com Anne Hathaway, de Shottery, cidade vizinha, que
contava 26 anos e estava grávida. Em maio do ano seguinte, no dia
26, foi batizada a primeira filha do casal, Susanna; em 1585, no dia
2 de fevereiro, foi a vez dos gêmeos Hamnet e Judith. Seu único fi-
lho homem, cujo nome parece ser uma homenagem ao personagem
Hamlet, admirado por William, morreu aos onze anos e meio.

Não se sabe como Shakespeare começou a trabalhar no teatro, ha-


vendo muitas especulações a respeito. A primeira alusão ao poeta
como dramaturgo encontra-se no panfleto Greene’s Groatsworth of
Wit, de Robert Greene, publicado em 1592, no qual o autor se refere
a um “Shake-scene” recém-chegado, o que mostra a repercussão do
trabalho do nosso autor em bem pouco tempo.

Suas primeiras obras teatrais devem datar, portanto, do início da dé-


cada de 1590; entre elas haveria comédias como The Two Gentlemen
of Verona e The Taming of the Shrew; histórias, como The First Part
of the Contention, e a tragédia Titus Andronicus. Uma epidemia de
peste, em 1592, fez que os teatros de Londres ficassem fechados por
dois anos. Nesse período, Shakespeare compôs as únicas obras que

4
cuidou em publicar: Venus and Adonis, de 1593, e The Rape of Lucrece,
de 1594, ambos poemas narrativos.

Após o fim da epidemia, alguns atores se reuniram para formar a


trupe Lord Chamberlain’s Men; entre eles estava Shakespeare, e,
a partir daqui, sua situação financeira se firma. Em 1596, ano da
morte de seu filho, William vive modestamente em Londres; no
ano seguinte, porém, adquire uma grande casa em Stratford, ates-
tando também para o fato de que considerava sua cidade natal seu
verdadeiro lar. Todos os registros financeiros de Shakespeare a partir
dessa época mostram que ele vivia numa situação bem confortável,
embora nunca tenha se estabelecido em Londres de verdade.

Em 1598, temos o testemunho de Francis Meres, em sua obra Pal-


ladis Tamnia: Wit’s Treasury, não só da admiração causada por Sha-
kespeare naquela época, mas também de uma lista de obras apre-
sentadas: The Two Gentlemen of Verona, The Comedy of Errors, Love’s
Labour’s Lost, Love’s Labour’s Won, A Midsummer Night’s Dream, The
Merchant of Venice, Richard II, Henry IV, King John, Titus Adronicus
e Romeo and Juliet.

Seu pai, John, morre em 1601; em maio do ano seguinte, William


investe a grande soma de £320 em terras aráveis em Stratford; nos
próximos anos, continuará investindo em propriedades.

Sabemos que, além de poeta, Shakespeare também trabalhou em


sua trupe como ator, embora sem muito relevo, tendo provavel-
mente desempenhado o papel do Espectro em Hamlet. Foi um dos

5
colaboradores da construção do Globe Theatre. Após a morte da
rainha Elizabete, em 1603, a trupe foi apadrinhada pelo novo rei,
Jaime I, e passou a se chamar então King’s Men. Pelos próximos
treze anos, até a morte de Shakespeare, a trupe se apresentará ao rei
mais vezes que todas as outras trupes da cidade juntas.

Em 1607, sua filha Susanna se casa um médico reputado, John Hall,


e sua única neta, Elizabeth, é batizada em Stratford em fevereiro de
1608. No mesmo ano, os King’s Men conseguiram um teatro fecha-
do, o Blackfriars, para apresentações no inverno, mantendo o Globe
para atuar nas estações mais amenas. No ano seguinte, 1609, a mãe
do poeta morre, e aparece uma edição de seus sonetos.

É nesse período que sua produção teatral diminui, e William se en-


volve cada vez mais com sua cidade natal, passando a escrever com
mais frequência peças em colaboração com outros autores. Envolve-
-se em processos judiciais, num deles apenas como testemunha, em
que temos o único registro de palavras pronunciadas pelo autor. Em
1613, numa apresentação de Henry VIII, o Globe Theatre consome-
-se em chamas, sendo reconstruído no ano seguinte.

No ano de sua morte, 1616, sua outra filha, Judith, se casa, no mês
de fevereiro, o que fez Shakespeare alterar seu testamento no mês
de março. Em abril, no dia 23, o poeta veio a falecer. Foi enterrado
na mesma igreja em que foi batizado, onde ergueram-lhe um mo-
numento com o seguinte dístico elegíaco:

6
IVDICIO PYLIVM, GENIO SOCRATEM, ARTE MARONEM,

TERRA TEGIT, POPVLVS MAERET, OLYMPUS HABET.2

***

Only one thing afflicts me, to think that scenes invented merely
to be spoken, should be enforcively published to be read.3

- John Marston (1576-1634)

Escritas para o palco, Shakespeare não se preocupava em editar e


publicar suas peças, e, apesar do sucesso artístico e financeiro, não
conseguimos vislumbrar, nas informações que possuímos sobre sua
vida, qualquer interesse em garantir sua memória pelos tempos por
vir. Pelo contrário, ainda antes dos 50 anos, o poeta vai se desligando
progressivamente de Londres para se refugiar em Stratford, onde
morre relativamente jovem.

Mas não editar peças de teatro não era algo anômalo – estranho era
publicá-las –, já que autores e público não viam razão em ler obras
produzidas para ser encenadas, como bem relata John Marston na
introdução à edição de sua peça The Malcontent, de 1604, citado
acima. Como já observamos, as únicas obras que Shakespeare teve o

2 “No juízo Pílio [Nestor], no gênio Sócrates, na arte Marão [Virgílio], a terra cobre, o povo cho-
ra, o Olimpo tem.”
3 “Apenas uma coisa me aflige: pensar que cenas criadas meramente para serem faladas devam
ser forçadamente publicadas para serem lidas.”

7
cuidado de editar foram Venus and Adonis e The Rape of Lucrece; seus
sonetos, que apareceram em 1609 sob o título Shake-speares Sonnets,
foram provavelmente publicados sem sua autorização.

Essa situação impõe ao editor uma enorme tarefa na hora de dar à


luz uma peça de Shakespeare, inda mais considerando que se trata
daquele que muitos consideram o maior poeta da língua inglesa.

Apesar disso, quase metade da obra teatral de Shakespeare foi pu-


blicada de forma clandestina no período em que atuava em Lon-
dres. Essas peças eram estampadas em edições baratas, de brochura,
em que o papel era dobrado duas vezes, razão pela qual esse formato
é chamado quarto, diferentemente do fólio, em que o papel é dobra-
do apenas uma vez, reservado para edições mais caras. A publicação
clandestina de obras de Shakespeare gerou uma série de edições
tradicionalmente denominadas bad quartos. Ben Jonson rompeu
com a tradição ao, em 1616, ano da morte de Shakespeare, publicar
um belo fólio com suas peças reunidas. Em 1623, após alguns anos
de trabalho editorial, John Heminges e Henry Condell, membros
do King’s Men, publicaram as obras reunidas de Shakespeare, sob
o título Mr. William Shakespeares Comedies, Histories & Tragedies –
Published according to the True Originall Copies. Baseando-se em ma-
nuscritos possuídos pela trupe, esta edição, conhecida como First
Folio, é a mais importante da obra shakespeariana.

The Tragedy of Hamlet, Prince of Denmark, não escapou ao destino


de ser publicada clandestinamente. Pelo contrário, foi a obra mais
pirateada de Shakespeare, da qual possuímos cinco quartos. Dentre

8
eles, destacam-se o First Quarto, de 1603, e o Second Quarto, de
1604. Os demais não têm quase nenhum interesse editorial. A pri-
meira edição contém um texto bem curto, de cerca de 2.200 versos,
e o texto é de má qualidade (razão pela qual é comumente chamado
Bad Quarto); o leitor pode ver um exemplo no monólogo “To be or
not to be”, a seguir:

A edição de 1604, por sua vez, contém cerca de 3.800 versos; é um


texto muito mais cuidado, chegando a ser considerado por alguns a
melhor versão de Hamlet. Costuma ser chamado de Good Quarto.

9
A terceira referência editorial da tragédia é, evidentemente, o texto
do First Folio, que conta com 230 versos a menos que o Good Quarto;
mas as diferenças entre os dois textos são inúmeras, havendo o parti-
do de editores que elegem esta como a melhor versão, respaldando-se
na hipótese segundo a qual o texto a que tiveram acesso Heminges e
Condell se tratava de uma revisão final feita pelo próprio Shakespeare.
Assim, embora o Good Quarto contenha versos autênticos do poeta,
tais editores preferem eliminá-los, crendo que o próprio Shakespeare
o tenha feito.

Outros há que preferem, por sua vez, fazer uma fusão das duas versões.
A edição de que Carlos Alberto Nunes se serviu para a sua tradução
parece ter sido uma desse tipo, a não ser que o próprio tradutor tenha
feito sua própria edição de base.

10
Do tradutor
Carlos Alberto Nunes nasceu em S. Luís do Maranhão a 19 de janeiro
de 1897. Formado em medicina em Salvador, exerceu a profissão no
estado do Acre antes de se mudar definitivamente para o estado de São
Paulo, onde trabalhou em diversas cidades. Prestou concurso para o
cargo de médico legista, e trabalhou no Instituto Médico Legal (IML),
na capital paulista, até sua aposentadoria.

Apesar da carreira médica, dedicou-se com afinco à literatura. Com-


pôs o poema épico Os Brasileidas, em dez cantos, publicado em 1931.
Nesta obra, precedida por um “Ensaio sobre a poesia épica”, o autor se
serve, não só da linguagem épica antiga, mas também de muitos vocá-
bulos tupis, para narrar a história das bandeiras paulistas:

Musa, canta-me a régia poranduba


das bandeiras, os feitos sublimados
dos heróis que o Brasil plasmar souberam
través do Pindorama, demarcando
nos sertões a conquista e as esperanças.
Dá que em versos eu fixe os fundamentos
históricos e míticos da pátria
brasileira, deixando-os perpetuados

11
na memória de todos os seus filhos:
a luta dos Titãs, os novos deuses,
as Amazonas varonis e a raça
que o Gigante de pedra fez do solo
surgir, robusta e bela, idéias novas
de grandeza forçando à eternidade.

Compôs também as peças Moema (1950) e Estácio (1971), entre ou-


tras obras.

Em 1956, foi eleito membro da Academia Paulista de Letras.

Apesar de sua obra original, Carlos Alberto Nunes é lembrado hoje


sobretudo por suas traduções. Do alemão, verteu todas as tragédias
de Friedrich Hebbel, além de peças de Goethe; do espanhol, tradu-
ziu A Amazônia: Tragiepopéia em Quatro Jornadas, de Edgardo Ubaldo
Guenta. Traduziu os dois poemas homéricos em um metro que tenta
mimetizar o hexâmetro datílico grego, produzindo um verso longo
mas extremamente melódico:

Canta-me a cólera, ó deusa, funesta de Aquiles Pelida,


causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos sem conta
e de baixarem para o Hades as almas de heróis numerosos
e esclarecidos, ficando eles próprios aos cães atirados
e como pasto das aves. Cumpriu-se de Zeus o desígnio
desde o princípio em que os dois em discórdia ficaram cindidos:
o de Atreu filho, senhor de guerreiros, e Aquiles divino.

Servindo-se do mesmo metro, traduziu também a Eneida de Virgílio.

12
Em 1954, concluiu a proeza de traduzir o teatro completo de Wil-
liam Shakespeare, a primeira versão integral em português, e, na
década de 70, todo o Corpus Platonicum, isto é, todos os diálogos de
Platão.

Era casado com Filomena Turelli (1897-1983), mas não teve filhos.
Morto em Sorocaba, a 9 de outubro de 1990, Carlos Alberto Nunes
é um dos grandes vultos literários brasileiros do século XX, tendo
sido grande poeta e tradutor de cinco línguas diferentes: alemão,
inglês, espanhol, latim e grego antigo.

13
Personagens principais

O ESPECTRO DO PAI DE HAMLET: Hamlet pai, rei da Dinamarca


assassinado pelo irmão. Devido a suas faltas não espiadas, é condenado
ao Purgatório, mas tem a permissão de vagar pelo mundo dos vivos
durante a noite e instruir o filho acerca de seu destino e da verdade dos
fatos sobre sua morte. É uma figura sinistra que não pode ser vista por
qualquer pessoa.

HAMLET: Príncipe da Dinamarca, teve seu trono usurpado pelo tio.

Melancólico, não sabe que atitude tomar em relação aos aconteci-


mentos, até que, instruído pelo fantasma do pai, sabe toda a verdade
e finge-se de louco para poder averiguá-la, e, em seguida, vingar o
tio. Ama Ofélia, mas obriga-se a se afastar dela.

GERTRUDES: Mãe de Hamlet, agora casada com seu tio. É isenta de


qualquer culpa em torno de suas atitudes, embora seja exortada pelo
filho a se recompor.

14
CLÁUDIO: Tio de Hamlet, assassino do irmão, e atual rei da Dina-
marca. É o grande vilão da história. Embora demonstre certa pro-
fundidade de sentimentos, é um ambicioso sem escrúpulos, que não
titubeia em manter a posição que alcançou.

POLÔNIO: Camareiro-mor de Sua Majestade, é um dos personagens


mais curiosos da peça. Verborrágico ao extremo, suas falas são muito
bem trabalhadas pelo poeta, cheias de trocadilhos e de bom humor.

OFÉLIA: Filha de Polônio, é a amada de Hamlet, que lhe corresponde.

Devido à “loucura” de seu amante, porém, e ao fato de que este mata


seu pai, ela acaba por se render verdadeiramente à insanidade, prota-
gonizando uma das mortes mais memoráveis da história da literatura.

LAERTES: Irmão de Ofélia. Colérico, volta da França para a Dina-


marca em busca de vingança pelo pai, quando então também sua irmã
morre. Ajudado por Cláudio, planeja uma forma engenhosa de matar
Hamlet.

HORÁCIO: Amigo leal de Hamlet, com quem estudou em Wittenberg.

Também teve a chance de ver o espectro do defunto rei, e ajuda o prín-


cipe em tudo que lhe é necessário, mesmo após a morte deste.

ROSENCRANTZ E GUILDENSTERN: outros dois companheiros de


Hamlet, mas que lhe são desleais. Trabalham para o rei Cláudio no
intuito de desvendar a suposta insanidade do príncipe e tramar a sua
morte.

15
FORTIMBRÁS: Príncipe da Noruega, é um personagem importante
nas manobras políticas envolvendo seu país e a Dinamarca. Após a
extinção da família real dinamarquesa, é ele que herda seu trono.

16
Resumo
da peça
ATO I – O primeiro ato nos introduz o tema e os personagens da peça:

o rei da Dinamarca foi covardemente assassinado pelo irmão e precisa


ser vingado.

CENA I: Troca da guarda noturna: a primeira cena nos intro-


duz no problema da peça. Marcelo e Bernardo levam Horácio
consigo para vigiar durante a noite e poder ver o fantasma que
ronda o castelo. O dito fantasma aparece e, quando estava a
ponto de pronunciar palavra, é obrigado pelo raiar do sol a ir
embora. Elucubrações sobre a aparição.

CENA II: Festa de núpcias de Cláudio e Gertrudes: aqui somos


apresentados aos personagens principais da tragédia. Notícias
da Noruega. Laertes pede permissão para retornar à França.
Cláudio e Gertrudes repreendem Hamlet por sua tristeza exces-
siva. “I know not ‘seems’.” Primeiro monólogo de Hamlet: “O,
that this too, too sullied flesh would melt”. Horácio, Marcelo e
Bernardo comunicam a Hamlet a aparição de seu pai.

CENA III: Laertes se despede de sua irmã Ofélia; Polônio acon-

selha o filho: “Give thy thoughts no tongue”. Em seguida, or-


dena à filha que deixe de se relacionar com Hamlet.

18
CENA IV: Na esplanada do castelo, Hamlet, Horácio e os guar-

das esperam a aparição do espectro; este se manifesta e faz sinal


para que Hamlet o siga, no que é atendido. “Something is rot-
ten in the State of Denmark.”

CENA V: O espectro informa Hamlet de como morreu de ver-


dade, de sua punição no Além e que precisa ser vingado pelo
filho. Depois que desaparece, Hamlet imediatamente começa a
se fazer de louco, e obriga os companheiros a jurarem não con-
tar nada do que acontecera. “There are more things in heaven
and earth, Horatio, / than are dreamt of in your philosophy.”

ATO II – Em torno da novidade da loucura do príncipe.

CENA I: Polônio envia seu criado Reinaldo para a França testar

a moral de seu filho. Ofélia lhe conta que viu Hamlet num esta-
do de perturbação fora do comum; Polônio crê que sua paixão
pela filha levou-o à loucura.

CENA II: Guildenstern e Rosencrantz são chamados pelo rei


para descobrirem a causa da insanidade do sobrinho. Chegam
embaixadores da Noruega com notícias de sua embaixada.
Polônio revela a Suas Majestades sua teoria sobre a origem
da loucura do príncipe. “Doubt thou the stars are fire”. Diálo-
go entre Hamlet e Polônio; depois com Guildenstern e Ro-
sencrantz. “What a piece of work is a man”. Chegam atores
da cidade, a pedido do príncipe, que representarão uma peça

19
para a corte. Hamlet pede a um ator que represente uma fala
de Enéias sobre a morte de Príamo. Segundo monólogo de
Hamlet: “Now I am alone.”

ATO III – A peça dentro da peça.

CENA I: Cláudio entrevista Guildenstern e Rosencrantz sobre


seus progressos com Hamlet. Polônio insiste em que o príncipe
está louco de amor, e planeja um encontro entre Hamlet e sua
filha, em que ele e o rei possam espiá-los. Terceiro monólogo de
Hamlet: “To be or not to be”. Encontro entre Hamlet e Ofélia:
“Get thee to a nunnery”. Cláudio, ao perceber que não se trata
de loucura de amor, procura precaver-se contra o sobrinho.

CENA II: Grande discurso de Hamlet sobre o teatro. Prepara-


tivos para a representação da peça. A peça: “The Mousetrap”.
Cláudio se encoleriza. Nova investida de Guildenstern e Rosen-
crantz. “Call me what instrument you will, though you can fret
me, you cannot play upon me.” Quarto monólogo de Hamlet:
“’Tis now the very witching time of night”.

CENA III: Grande insatisfação de Cláudio com Hamlet, que


decide mandá-lo para a Inglaterra; seu monólogo. Hamlet sur-
preende o tio ajoelhado, em prece, e hesita em matá-lo.

CENA IV: O grande diálogo entre Hamlet e Gertrudes. Morte


de Polônio. O espectro reaparece.

20
ATO IV: Ofélia.

CENA I: Todos demostram preocupação pelo novo estado de


Ofélia, que parece também ter-se rendido à loucura.

CENA II: Busca pelo corpo de Polônio.

CENA III: Cláudio informa Hamlet de sua partida para a In-


glaterra. Monólogo de Cláudio em que expressa seu desejo pela
morte de Hamlet.

CENA IV: Fortimbrás desembarca na Dinamarca com forte


contingente, rumo à Polônia. Quinto monólogo de Hamlet:
“How all occasions do inform against me”.

CENA V: A loucura de Ofélia. Laertes chega da França causan-


do uma revolta. Seu assombro com o estado da irmã. Cláudio o
acalma e dirige sua animosidade contra Hamlet.

CENA VI: Horácio recebe de Hamlet uma carta na qual infor-


ma nunca ter chegado na Inglaterra, mas estar de volta à Dina-
marca. O príncipe lhe pede que o ajude a chegar até ao rei.

CENA VII: Cláudio e Laertes se acertam. Mensagem de Hamlet.

Fica decidido que Laertes o enfrentará num combate de esgri-


ma. A rainha entra trazendo a notícia do afogamento de Ofélia.

21
ATO V: Desfecho.

CENA I: Diálogo entre dois coveiros. Hamlet e Horácio apare-


cem e ficam à distância. Em seguida, Hamlet interpela o covei-
ro. Hamlet e a caveira. Chega a procissão do enterro de Ofélia.
Desespero de Laertes. Hamlet observa à distância, e, ao reco-
nhecer a defunta, se manifesta.

CENA II: Hamlet conta a Horácio como se safou da morte certa

na Inglaterra e fez com que Guildenstern e Rosencrantz fossem


executados. Osrico informa Hamlet do desafio de esgrima con-
tra Laertes. O combate. A morte da família real. “The rest is
silence.” Chegam embaixadores da Inglaterra, e Fortimbrás da
Polônia. Horácio informa ao norueguês o destino de Hamlet, e
preparam-se seus funerais.

Você também pode gostar