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O Espetáculo
(MONET - 2020)
CENA – TEMPESTADE
CENA - HAMLET
JOGRAL MENINOS
JOGRAL: Ser ou não ser... Eis a questão. Será mais nobre sofrer na alma
pedradas e flechadas de um destino enfurecido ou pegar em armas contra o
mar de angústias? Morrer... dormir... só isso e nada mais! Dizem que o sono
apaga as dores do coração... Se é assim, quero dormir! Talvez sonhar. Aí está
o obstáculo! Virão sonhos no sono, depois de ter escapado a confusão da
existência... E quem suportaria a dor e os insultos do mundo? A afronta do
opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as
delongas da lei, a prepotência do mundo? Quem suportaria tudo isso? Ter de
tomar uma decisão me faz mais doente e melancólico. Preciso refletir menos,
ganhar coragem e agir mais. Mas, silêncio! Aí vem vindo a bela Ofélia.
JOGRAL MENINAS
JOGRAL: Uma desgraça segue os passos de outra de tão próximas elas vêm.
Tua irmã se afogou, Laertes.
Inclinado sobre o riacho cresce um salgueiro chorão com suas folhas cor de
cinza refletida na água. Lá ela fazia umas grinaldas misteriosas de botões de
ouro, ortigas, margaridas e umas flores roxas, a que nossos pastores rudes
dão o nome um grosseiro, mas nossas recatadas donzelas chamam dedo de
defunto… Lá, subindo nos galhos torcidos para pendurar sua coroa de flores e
ela junto caíram no triste riacho. Seus vestidos afundavam como velas, mas ela
flutuou por um tempo como se fosse uma sereia e então… começou a cantar…
cantar pedaços de velhas canções, inconsciente… inconsciente da sua própria
desgraça, como se fosse uma criatura daquele rio. Mas não demorou até que
suas roupas encharcadas ficassem pesadas e arrastassem a pobre infeliz no
seu canto melodioso para morte num lodo.
Afogada… Afogada!
VOZ: Este é Petrúquio, que acaba de chegar de Verona, aquela cidade onde
os jovens Romeu e Julieta, filhos de duas famílias inimigas, os Montéquio e os
Capuleto, vivem um amor impossível que, na minha modesta opinião, não vai
acabar bem... mas essa história é pra daqui a pouco. Nesta, o intrépido
Petrúquio chega, com sua criada Grúmia, à casa de seu amigo Hortênsio, em
Pádua. (Sai.)
(Entra Catarina, puxando Bianca por uma corda prende suas duas mãos.)
BIANCA: Irmãzinha! Pare de me empurrar e me puxar como se eu fosse um
bicho ou uma escrava. Você vai acabar me machucando!
ROTEIRISTAS EDIÇÃO 2020: GUSTAVO NERY E KAREN SOUZA 5
CATARINA: É exatamente o que eu quero.
BIANCA: Isso não é jeito de uma irmã tratar a outra!
CATARINA: E quem disse que você é minha irmã?
BIANCA: Duas moças com os mesmos pais podem ser outra coisa?
CATARINA: Uma de nós só pode ter sido adotada, e acho que foi você.
BIANCA: Se quiser alguma das minhas coisas ou várias todas, são suas.
CATARINA: O que eu quero é que você me diga qual dos pretendentes é seu
favorito ou vai se dar mal!
BIANCA: Juro que eu não tenho motivo para preferir qualquer um deles.
CATARINA: Qualquer um? Não minta, sua moleca mimada. É Hortênsio, não
é?
BIANCA: Se você quiser, pode ficar com ele, irmãzinha. Eu posso até
embrulhá-lo para presente.
CATARINA: Entendi. Você está mais interessada em dinheiro e vai viver no
luxo com o Grêmio.
BIANCA: É por causa dele que você está com invejinha?
CATARINA: Quem disse que eu te invejo?
BIANCA: O que mais pode deixar você com tanta raivinha de mim?
CATARINA: Nada! Basta você existir para que eu tenha raiva! E pare de usar
diminuitivos, senão vai ser pior!
BIANCA: Você deve estar brincando! É isso! É só uma brincadeirinha, não é?
CATARINA: Veja se é, sua fingida! (Bate em Bianca.)
BIANCA: Mamãe! Mamãezinha!
(Entra SRA. BATISTA.)
SRA. BATISTA: Por tudo que é mais sagrado, o que está acontecendo aqui?
(Para Catarina) Mas você tem mesmo coragem, sua insana! Olhe em que
estado você deixou sua irmã! (Para Bianca) Coitadinha, vá para seu quarto
(Desamarra Bianca. Para Catarina) Você é mesmo um monstro incontrolável e
inútil! O que sua irmã fez para você? Nada! Ela nem ao menos retruca quando
você fala mal dela, faz críticas e ameaças!
CATARINA: Ela me agride e ridiculariza com seu silêncio e fingimento! (Vai na
direção de Bianca, como se fosse ataca-la. Bianca sai chorando.)
SRA. BATISTA: Quando eu penso que você já fez a pior besteira, você
consegue se superar!
CATARINA: Você não quer nem saber o meu lado dessa história? Claro que
não. Ela é seu precioso tesouro cobiçado por metade dos homens de Pádua,
não é?
SRA. BATISTA: Você também seria, se fosse menos antipática, rabugenta e
agressiva.
CATARINA: E no dia do casamento dela eu vou passar a ser uma solteirona,
sem ter idade para isso!
SRA. BATISTA: Mas foi exatamente por isso que decidi que ela só irá se casar
depois de você!
CATARINA: Pare de dizer asneiras e se tiver um bom motivo para usar meu
nome, me chame de Catarina.
PETRÚQIO: Não, Catarina rima com botina, buzina e latrina. Você é uma gata
e só pode ser chamada de Cata. Cata, Cata, me mata de paixão, me dá sua
pata e diga o que tenho que fazer para você ronronar de satisfação!
JOGRAL P: Miaaaaaau!
PETRÚQIO: O que é isso, minha querida vespa? Eu sou seu zangão, por que
continua tão zangada?
CATARINA: Se eu sou uma vespa, cuidado com meu ferrão.
PETRÚQIO: Não tem perigo, é só arrancá-lo.
CATARINA: Isso se você souber acha-lo.
PETRÚQIO: Todo mundo sabe que a vespa tem o ferrão no traseiro.
JOGRAL P: Uuuuhrr!
JOGRAL C: Aaaiiiiii!
PETRÚQIO: Ah, querida Cata! Não precisa fazer essa cara de nojenta.
CATARINA: Eu fico assim quando vejo uma lesma.
PETRÚQIO: Não tem lesma nenhuma aqui.
CATARINA: Tem e eu te mostraria se tivesse um espelho.
PETRÚQIO: Você quer dizer com isso que me acha muito feio?
CATARINA: O que é isso, você tem muita beleza interior: parece um pâncreas
com pernas e braços. Vai embora, antes que deixe você bravo pra valer.
PETRÚQIO: De jeito nenhum! Eu te achei muito gentil. Diziam que era
grosseira, bruta e geniosa! Tudo mentira! É simpática, alegre e muito educada!
Delicada como uma flor na primavera! Não sabe fazer cara feia, nem morder o
lábio, como as jovens temperamentais. Tem a fala macia, os modos de uma
dama, é toda gentileza ternura, minha Catarinaninhazinha.
CATARINA: Catarinaninhazinha?
JOGRAL C: Catarinaninhazinha??
CATARINA: Chega! Não sei o que você espera conseguir com tana bajulação.
PETRÚQIO: Sabe sim, Cata, o que eu quero é ser para sempre seu travesseiro
fofo, sua colcha peluda, seu cobertor de orelha...
JOGRAL C: Filha?
JOGRAL C: Não!
SRA. BATISTA: Está bem. Catarina e Petrúquio, vocês têm minha permissão e
minha benção. Viva aos noivos!
PETRÚQUIO E JOGRAL P: Viva!
PETRÚQUIO: Querida mãe, noiva amada, amigos, até domingo! Beije-me
Cata, te vejo no altar!
(Petrúquio segura a cabeça de Catarina e beija sua bochecha, como se fosse à
força. Ele sai por um lado do palco. Catarina bufa, bate o pé, rosna e sai
gritando pelo outro lado. Os outros saem.)
VOZ: Shakespeare, que confusão é essa? Me diga aí, o que quis dizer com
essa peça? Ninguém entende nada...
VOZ: Não, não, não vamos confundir nosso amado público. Vamos resumir
esta obra e faze-lo sonhar com uma bela dança.
(Shakespeare sai exibindo uma placa (asa nas costas) escrito : “SONHOS DE
UMA NOITE DE VERÃO”)
CENA – OTELO
(Shakespeares exibe um lenço grande (voal) escrito : OTELO
Cena I
Cena II
Cena III
Cena V
CÁSSIO: Senhora Emilia chame sua ama, por favor, esperarei aqui.
EMILLIA: Sim, claro. (Sai Emilia. Volta com Desdêmona)
DESDÊMONA:Como vai tenente? Está melhor depois do ocorrido?
CÁSSIO: É.... Um pouco. É justamente sobre isso que quero falar com a
senhora.
DESDÊMONA:Sinto muito por ontem. Mas o que desejas?
CÁSSIO: Desdêmona, peço-lhe um favor. Gostaria que a senhora intercedesse
por mim. Por favor, fale com Otelo, peça para que eu volte a ser tenente.
DESDÊMONA:Claro Cássio, eu o ajudarei, eu sei que você é uma boa pessoa.
CÁSSIO: Obrigado. Você realmente tem um grande coração. (sorrisos)
Cena VI
OTELO: É lamentável o que aconteceu ontem.
IAGO: É mesmo senhor, Cássio exagerou na bebida. Falando em Cássio é ele
que estas ali ao lado de sua esposa?
OTELO: Sim, é.
IAGO: Senhor é só uma curiosidade, mas Cássio sempre soube que o senhor
era apaixonado por Desdêmona?
OTELO: Sim, do início ao fim, mas por que Iago?
IAGO: Olha como sua esposa sorri ao lado do tenente.
OTELO: Ex-tenente, eles são amigos, afinal Cássio nos ajudou. Iago, você
duvida da lealdade de Cássio?
IAGO: Não, meu senhor, não era isso que eu queria dizer. Era somente uma
curiosidade, desculpe minha insolência. Vou me retirar. E por favor, não confie
essa conversa a ninguém.
OTELO: Tudo bem Iago não se preocupe com nada. Mas você acha que eu
devo me preocupar?
IAGO: Claro que não senhor. Só acho que deve prestar mais atenção na sua
esposa.
OTELO: Obrigado Iago. (Sai Iago, chegam Desdêmona e Emilia)
DESDÊMONA:Meu amor! (É beijada por Otelo na testa e ficam segurando as
Mãos) Otelo quero lhe suplicar algo.
OTELO: Peça meu amor. (sorrindo)
ROTEIRISTAS EDIÇÃO 2020: GUSTAVO NERY E KAREN SOUZA 14
DESDÊMONA:É que eu queria que o senhor voltasse atrás e devolvesse o
cargo de tenente a Cássio.
OTELO: (Acaba com o sorriso) Desdêmona, porque me pede isso?
DESDÊMONA:Querido, ele veio até mim e pediu que eu intercedesse por ele e
eu faço isso por saber que ele é uma boa pessoa.
OTELO: Você tem certeza que é só isso mesmo. Eu estranho sua atitude!
DESDÊMONA:Mas por que eu só quis ajudar! (Abaixa a cabeça)
OTELO: Minha amada, não fique triste vamos entrar, e lá conversaremos.
(Otelo e DESDÊMONA:saem e ela deixa o lenço cair)
EMILLIA: Fico contente por ter achado justamente o primeiro presente ofertado
pelo Otelo a ela. Meu marido me pediu umas 100 vezes que eu o roubasse. Ele
ficara muito feliz com isso. (Entra Iago)
IAGO: O que fazes aqui sozinha?
EMILLIA: Não fique bravo, meu marido, tenho um presente para você.
IAGO: Um presente? Que bobagem que você arranhou?
EMILLIA: Tudo bem então... o que você me daria por esse lenço aqui?
IAGO: Como? Que lenço?
EMILLIA: Que lenço? Ora o que Otelo deu a sua esposa. Ela deixou cair então
eu o peguei.
IAGO: Você é uma rapariga e tanto!
EMILLIA: O que pretende fazer com o lenço? Se for para algo ruim não te
darei. Minha ama ficará louca quando der por sua falta.
IAGO: Não se importe. Finja que não sabe de nada. Agora saia. (sai Emilia)
Dentro do quarto de Cássio jogarei esse lenço para que ele o encontre e
depois é só esperar que surja o efeito do meu veneno em Otelo. (entra Otelo)
IAGO: Senhor!
OTELO: Cale-se! Você me colocou em trapos. Não paro de pensar em que
conversamos.
IAGO: Desculpe-me senhor pela agonia que eu lhe causei. A paixão corrói o
peito?
OTELO: Não Iago, é o desespero! Agora te encarrego de arranjar provas.
Provas que incriminem a meretriz da minha mulher.
IAGO: Não me agrada esse oficio. Mas já que fui tão longe devo lhe conversa-
lhe que na noite passada enquanto Cássio dormia, eu o escutei murmurar e ele
dizia: Desdêmona querida sejamos cautelosos, encubramos bem nosso amor.
OTELO: Isso é monstruoso. Não pode ser.
IAGO: Mas eram só sonhos.
OTELO: Sonhos não mentem.
IAGO: Senhor eu estive pensando, eu sempre vejo sua esposa usando um
lenço. E se não me engano hoje não a vi com ele e Desdêmona parece gostar
muito dele.
OTELO: Fui eu que dei para ela. Iago, onde você quer chegar com isso?
IAGO: Não, em lugar algum, pergunte a ela senhor onde está esse presente.
Só achei estranho não tê-lo visto com ela.
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OTELO: Sim perguntarei a ela. (Saem)
Cena VII
OTELO: Quem é?
EMILLIA: Sou eu senhor, Emilia.
OTELO: Entre... Ela está morta.
EMILLIA: O que você fez senhor?
OTELO: Ela me traiu!
EMILLIA: Nunca senhor, ela sempre foi fiel.
OTELO: Não, seu marido me abriu os olhos. Ela deu o lenço O lenço a Cássio.
Desdêmona me traiu com ele.
EMILLIA: Não pode ser! Iago te enganou.
OTELO: Como?
EMILLIA: Desdêmona tinha deixado o lenço cair e eu achei e entreguei ao meu
marido. (Entra Iago)
IAGO: Não fale mulher, cala-te.(Emília foge, Iago vai atrás)
OTELO: Como fui tolo... Dei-te um beijo antes de te matar. Só me restava
agora...
(Cai sobre o corpo de Desdêmona) ...Morrer beijando a quem eu tanto amei.
(Morte em blackout)
VOZ: Prossiga.
SHAKESPEARE 1: Você sabe que eu não levo desaforos para casa, Georgia!
Ainda mais dos cães da família Montéquio. Puxo a espada (Puxando a espada)
e ataco sem dó, quando provocado, é claro!
SHAKESPEARE 2: Calma, Sâmia! A discórdia é entre nossos amos.
SHAKESPEARE 3: É nossa também!
SHAKESPEARE 4: Parece que o convite de sua espada foi aceito, Sâmia!
SHAKESPEARE 5: Olhe um empregado dos Montéquio.
SÂMIA: Você sabe que eu não levo desaforos para casa, Georgia! Ainda mais
dos cães da família Montéquio. Puxo a espada (Puxando a espada) e ataco
sem dó, quando provocada, é claro!
GEORGIA: Calma, Sâmia! A discórdia é entre nossos amos.
SÂMIA: É nossa também!
GEORGIA: Parece que o convite de sua espada foi aceito, Sâmia! Olhe um
empregado dos Montéquio.
SÂMIA: Se quiser brigar, Georgia, eu a protejo. Minha arma já palpita...
GEORGIA: Prudência, Sâmia!
SÂMIA: Não tenha medo.
GEORGIA: Medo? Medo nenhum... Só quero ficar do lado da lei.
SÂMIA: Então é melhor deixar que ele que comece! (Guarda a espada)
(Entra Abraão. Sâmia une as mãos, estralando os dedos, como se preparasse
para uma briga.)
ABRAÃO: É para mim que você está estralando os dedos?
SÂMIA: (Satisfeita) Apenas estralo os meus dedos!
ABRAÃO: (Irritado) Sâmia... É para mim que você estrala os dedos?
GEORGIA: Parece-me que você procura briga, Abraão?
ABRAÃO: (Irônico) Engano seu!
SÂMIA: Quando quiser brigar, é só chamar... Afinal, sirvo a um senhor tão bom
quanto o seu.
ABRAÃO: Mas não melhor!
SÂMIA: É mentira!
CENA – O BAILE
VOZ: Após trocarem juras de amor, marcam o casamento para o dia seguinte.
Romeu vai à cela de Frei Lourenço e convence-o a realizar a cerimônia
secreta. Após a cerimônia, Romeu presencia um duelo entre seus amigos e
Teobaldo, um Capuleto, primo de Julieta. Mesmo desafiado Romeu nega-se a
lutar, mas Teobaldo mata Mercúcio e Romeu, tomado pela cólera, mata
Teobaldo. O Príncipe resolve bani-lo da cidade para sempre. Enquanto isso, os
pais de Julieta resolvem casá-la com o Conde Páris.
ROMEU: Ah, meu amor! Minha esposa! A morte, que sugou o mel de seu
hálito, ainda não teve forças para mudar sua beleza. Ah, minha querida Julieta,
por que continuas tão linda? Devo acreditar que a morte se enamorou por
você? Por temer isto, permanecerei para sempre contigo. Aqui estabeleço meu
repouso eterno e liberto esta carne mundana e cansada. Vem condutor
ROMEU: Ah, honesto boticário, estas suas drogas são mesmo rápidas. Assim,
vendo a dona do meu coração, eu morro. (Morre)
JULIETA: Avarento! Bebe todo o veneno e não deixa nem uma gota. Beijarei
seus lábios. Pode ser que ainda encontre neles um pouco de veneno que me
tire a vida que perdi quando você morreu. (Vozes do Frei fora da cena. Pega o
punhal de Romeu) Depressa, lâmina infeliz... enferruja o meu peito, para que
eu morra! (Morre)
(Julieta, que tem uma rosa vermelha no decote, a retira e leva o punhal a ela,
deixando cair as pétalas. Cai sobre o corpo de Romeu e morre. Luz caindo,
música. Blackout.)
CENA FINAL
VOZ (entrando) - Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há
também quem garanta que nem todas, só as de verão. (Levanta Romeu,
cuidadosamente)(entrando) - No fundo, isso não tem importância. O que
interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. (Levantam Julieta, idem)
JULIETA - E a mulher!
Blackout final.