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O ALTAR DOS JURAMENTOS

Ir.’. Ramon Gomes – APR.’.

A palavra ALTAR vem do latim altare ou ara, no latim


clássico, designa a pedra cujo destino é a da celebração dos
sacrifícios oferecidos a uma divindade. Trata-se de uma
plataforma semelhante a uma mesa constituída em rocha, ou ferro
ou madeira. Geralmente permitem ao sacerdote, líder ou mentor
espiritual, prestar homenagem a algo ou alguém. O Substantivo
masculino JURAMENTO, do latim juramentum, indica o ato de
jurar. É também a forma mais ou menos solene com que se presta
um juramento, prometendo, ou afirmando algo tomando Deus por
testemunha, ou mesmo invocando o nome de alguma coisa que se
julgue sagrada, no intuito de confirmar a verdade, ou mesmo a sinceridade.
A história do altar na vida da humanidade parece ser uma história mais fascinante que qualquer
filme. Havia a procura inconsciente deste lugar mais elevado ou algo mais alto, presente na natureza
que o cercava, o homem evolui para construir este altar perto de si. Rudimentares, simples, de areia,
de madeira, de ferro, bronze, de pedras. Depois muito mais elaborados e em muitos casos com polpas
e adereços ricos em decoração, mas sempre com o significado ritualístico para preces, declarações de
compromissos, sacrifícios e juramentos.
A Bíblia relata várias passagens sobre o assunto principalmente em Êxodo. Segunda a história,
o primeiro altar foi erguido por Noé em gratidão a Deus pela salvação de sua família (Genesis 8: 20).
Em algumas religiões como a católica, o alter é a mesa onde se celebra a missa e estão os
ornamentos e peças como, taças, a bíblia sagrada, castiçais com velas, santos de devoção, e ou
crucifixo, culminando na Eucaristia. No judaísmo é um local formado por pedra, granito ou mesmo
uma caixa dourada como o revelado por Deus a Moises onde se apresentam as ofertas sacrificiais à
Deus. Já no protestantismo é a mesa de onde os pastores pregam e consagram os cultos e a Palavra de
Deus. Geralmente em um local sagrado que possibilite, reverência dedicação e oferendas.
O altar dos juramentos, em seu simbolismo, pelo seu valor, exprime a ideia particular daquilo
que o homem venera, sobretudo pela devoção que por ela tem. O elo entre o Altar e o Juramento, ou
compromisso, é de que o altar é o local, ou suporte onde estão depositadas as três luzes maiores da
Maçonaria, onde o livro da lei expressa o código de fé que anima a verdade relacionada a razão da
existência do próprio Homem. O Esquadro como símbolo de retidão,
ordena de um lado a ação do homem sobre a matéria e de outro, a ação
do homem sobre si mesmo, o que significa que a retidão da sua conduta
e da sua ação resultará na perfeição da obra. Quanto ao compasso,
também como instrumento indispensável para as construções sólidas e
perfeitas, implica que a justa medida é caráter essencial para que o
homem possa se transformar aplicando as suas obras e o conhecimento
adquirido na construção social, moral e virtuosa.
Esta disposição sobre o Altar, que só se apresenta em Loja aberta,
exprime, sobretudo a união dos utensílios imprescindíveis para a construção com a fé que governa e
anima, traduzindo-se em um símbolo de sacrifício sim, porém não material, mas das ignóbeis paixões.
Ante o Altar, o juramento se constitui em um símbolo de solicitude com que se pretende
conservar a natureza no coração e extinguir as manchas lodosas dos vícios pela constante ação da
virtude, revelando-se em um movimento harmônico no cosmos, cuja luz divina ilumina e dá vida,
exortando sentimentos natos de respeito ao criador, conduzindo o maçom a se tornar o operário
trabalhador e consciente, cujo labor de aperfeiçoamento moral e espiritual, resultará no
engrandecimento da ordem em geral e para o bem estar de toda a humanidade em particular.
Finalizando, o Altar e o Juramento são partes integrantes do Iniciado. O primeiro como o local
de magnitude e suporte das Grandes Luzes que regem pelo resto da vida aquele que se compromete,
enquanto que o segundo revela o compromisso do Maçom para com a Instituição e para consigo
mesmo, portanto, não há como se confundir o Altar e o ato do Juramento com qualquer devoção
religiosa, pois a Maçonaria não interfere na crença pessoal dos homens, bastando que para tal o Maçom
creia no Ente Supremo, que de modo conciliatório entre os povos e civilizações, denomina-se de
“Grande Arquiteto do Universo”.

Bibliografia:

Juk, Pedro – M.’. M.’. - O altar dos juramentos - Morrotes, PR;


Grande Oriente do Brasil – Ritual, 1º Grau, Aprendiz Maçom, Rito Escocês Antigo e Aceito, 2009;

Apresentado em loja em Goiânia, 05 de abril de 2016

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