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À G. D. G. A. D. U.

LOJA TEMPO DE ESTUDOS 3830


Rito de York
FEDERADA AO GOB - JURISDICIONADA AO GOSP

À G.D.G.A.D.U.
A.R.L.S. TEMPO DE ESTUDOS 3830

V.M.
VV. IIr.
Meus IIr.

Peça de arquitetura: BOAZ

Ir. Rahi Nunes de Siqueira A.M.

www.lojatde.mvu.com.br
Rua Lisboa, 1120 - CEP 05413-001 - São Paulo - SP
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I – A origem Boaz:

Boaz viveu num período entre 1000 e 450 a.C., na cidade de Belém, em
Canaã. É descrito nas escrituras como um rico dono de terras, homem de fé, sábio, justo e
piedoso, valente e poderoso. A história de sua vida está registrada no livro de Rute.

Segundo o quanto consta do manual de aprendiz, esta p.´. origina-se da


Col.´. esq.´., do pórtico ou entrada do T.´. do R.´. S.´., assim chamada em recordação a B.
´., o B.´. de D.´., um P.´. e R.´. Is.´., cujo significado é “em força”.

Diante do quanto acima se apresenta, o L. S. E. aduz o quanto diz respeito


à representação por príncipe ao D.´., acompanhemos:

“1. Então todas as tribos de Israel vieram a Davi, em Hebrom, e


falaram, dizendo: Eis-nos aqui, somos teus ossos e tua carne.
2. E também outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que
saías e entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu
apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás príncipe sobre Israel.
3. Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, em
Hebrom; e o rei Davi fez com eles acordo em Hebrom, perante o
Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel.”1

A Coluna da Força, representada em loja pelo S. Vig., situada no Norte,


segue a arquitetura Dórica, recebe a inscrição da letra B e nos remete à figura de Hiram,
rei de Tiro. É a Coluna dos aprendizes, como também encontramos suas referências no L.
S. E., vejamos:

“E Davi ia, cada vez mais, aumentando e crescendo, porque o


Senhor Deus dos Exércitos era com ele.
E Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de
cedro, e carpinteiros, e pedreiros que edificaram a Davi uma casa.
E entendeu Davi que o Senhor o confirmara rei sobre Israel, e que
exaltara o seu reino por amor do seu povo.”2

Tal edificação frondosa, seguia o acordo entre os Reis, para edificação de


um templo majestoso ao G.A.D.U.3, fornecendo à casa de D., todo material necessário à
construção.

1
2 Samuel 5:1-3
2
2 Samuel 5:10-12
3
1 Reis 5: 15-32

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O Rei Hiram, é um dos exemplos de um relato ao mesmo tempo simbólico


e alegórico que contém verdades e fatos da natureza humana, que requerem uma chave
exata para sua interpretação e compreensão, mesmo assim ela se manteve através dos
tempos como uma mensagem fiel dos segredos milenares, qual comporta a interpretação
de um sentido cósmico, filosófico e individual sendo uma tradição transmitida e
interpretada, de boca ao ouvido a um bom irmão, dentro do Templo interior para auxiliar
no aperfeiçoamento do ser humano iniciado nos mistérios da Arte Real.i

Salomão, Hiram Rei de Tiro e Hiram Abiff ou Abib representam na lenda


alegórica as três virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade.

A Loja Maçônica, observadas as devidas proporções, representa o Templo


de Salomão como sede do respeito e veneração ao Supremo Arquiteto do Universo, que
por sua vez pode ser comparada ao corpo do homem místico que se estende do Norte ao
Sul e do Oriente ao Ocidente em correspondência aos quatro pontos cardeais, uma vez
que o Ser Humano é a unidade indivisível do Universo.

O Venerável no Oriente, representa cabeça que se expande aos mundos


superiores, se converte em sabedoria Espiritual, é o Salomão, o Saber, que constrói um
Templo para a Glória do Grande Arquiteto do Universo. O baixo ventre, o Ocidente, o
lado direito, o Sul, e o lado esquerdo, o Norte, são representados pelos Vigilantes os
obreiros responsáveis pelo aprimoramento dos Aprendizes e Companheiros.

II – Boaz e a Caridade:

A época em que viveu Boaz, o povo hebreu vivia sob o domínio do


Império Persa, um período de opressão, fome e injustiça social.

A Lei de Israel preconizava que os pobres, órfãos e viúvas tinham direito a


catar do chão dos campos de colheita o necessário para sua subsistência, o chamado
“rebusco”, além de reservar as bordas dos campos aos necessitados, a chamada “peá”.
Boaz, homem bom, justo e solidário, instruía seus empregados a deixarem nos campos
quantidade além do habitual para os pobres. Além disso, Boaz é descrito com distinção no
tato com seus próprios serviçais, ao cumprimentá-los e abençoá-los em várias ocasiões.

III – Da coluna do norte:

Segundo os textos Bíblicos, o rei Salomão mandou procurar Hirão,


trabalhador de Tiro para a construção não apenas da coluna do norte, mas de ambas as

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colunas existentes, Hirão tinha a sabedoria de trabalhar com o bronze, e notável


inteligência.

Hirão fabricou a coluna de bronze conforme texto do L.´. S.´. E.´. 4: a altura
era de dezoito côvados e uma linha de dezoito côvados media a circunferência. Ele fez um
capitel de ouro fundido, para colocá-la no alto da coluna. Havia aí treliças em forma de
redes, festões em forma de correntes. Fez também ordens de romãs em torno de uma das
treliças, para cobrir o capitel em cima da coluna. O capitel que estava em cima da coluna
representava lírios com quatro côvados de altura. Ele levantou a coluna no pórtico do
templo, chamando a esquerda de Boáz.

Conforme demonstrado, a mesma dificuldade do detalhamento e


reconstituição do Templo, verificamos na descrição da coluna do norte. A assertiva é
baseada, por exemplo, em contraditas: A Bíblia não menciona nenhum pedestal e é
provável que estes não existissem; as colunas deveriam ser colocadas diretamente na terra,
sobre uma base de pedra.

De cada lado da entrada do vestíbulo, encontrava-se uma coluna de bronze


oca, de uma altura de 9m 90 (18 côvados), encimada por um capitel arredondado, com
uma altura de 2 m 75 (5 côvados), ou seja, uma altura total de 12 m 65 (23 côvados). O
nome da coluna da esquerda Bo´az, “nele há força”; de acordo com sua forma atual, o
nome deveria estar relacionado com Yahvé, que mantém o Templo de pé, mas a julgar por
indicações de antigas variantes, parece que os nomes primitivos era Be´oz, “em força”,
que deveria ser aplicado no próprio Templo.

Booz (hebraico Boaz), isto é, “na força”. A palavra, reunida ao significado


da palavra da outra coluna, expressa, portanto, o seguinte significado único: “Deus
estabeleceu força, solidamente, o templo e a religião de que ele é o centro”.

Com efeito, Beth, a segunda letra do alfabeto hebraico, é considerada como


essencialmente feminina, porque seu nome quer dizer casa, habitação, de onde a idéia de
receptáculo, de caverna, útero.

Para entendermos essa explicação é necessário um entendimento, mesmo


que singelo do significado das duas letras: A coluna J\é, portanto, masculina-ativa e a
Coluna B\ feminina-passiva.

A palavra Booz escreve-se com as letras Beth (B), Aïn (letra que não pode
ser traduzida foneticamente senão por uma aspiração sonora, pelo espírito forte do grego),
Zaïn (Z). Muitas vezes escreve-se Booz em lugar de Boaz; no entanto, esta última
ortografia está mais de acordo com o hebraico

4
1 Reis 6 1/38

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IV – Booz ou Boáz:

Quanto a este tema, não há dúvidas de que a grafia correta é BOAZ.

O termo BOOZ surgiu quando da tradução de São Jerônimo da bíblia para


o latim, em 405 d.C., o qual cometeu o equívoco de registrar como BOOZ em vez de
BOAZ.

Já a famosa tradução de Lutero para o alemão foi correta: BOAZ. A famosa


versão original da Bíblia de Rei James mantém o BOAZ, e a própria versão em português
de João Ferreira de Almeida consta como BOAZ.

No Ritual de Emulação, adotado por grande parte das Lojas da Grande


Loja Unida da Inglaterra, o termo adotado é BOAZ. Assim também consta no Monitor de
Webb, que é o ritual dos graus simbólicos do Rito de York, adotado pela quase totalidade
das Lojas dos EUA. No próprio REAA, o termo correto é BOAZ, como se pode ver
apresentado por diversos pesquisadores e autores maçons na França e Inglaterra.

Boaz em Aramaico.

Uma curiosidade sobre o assunto é que, ao contrário da afirmação que


encontramos em diversos veículos de pesquisa, de que o termo BOOZ simplesmente não
existe no hebraico, o pastor batista, professor de teologia e maçom, José Ferreira de
Barros, demonstrou em artigo recentemente escrito que o termo BOOZ é sim possível,
mas reforça que não é o caso das passagens bíblicas, onde houve mesmo erro de
transliteração, de forma que a correta transcrição, sob meu entendimento é BOAZ.

V – Conclusão:

A busca pelo conhecimento que norteou a presente peça de arquitetura,


aduz que por quanto pesquisei, que a força deve nortear a persistência do aprendiz em
literalmente aprender, pois de fato esse é seu único oficio principal.

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E com tal força, buscar insistentemente a retidão e a humildade devida pelo


silêncio que preconiza a coluna do norte, atuando sempre como um construtor sábio e
silencioso, pois na construção do Templo-Corpo não foi usado nenhum instrumento que
interrompesse o silêncio do mundo interno que dá origem a obra espiritual, pois a energia
primordial não faz barulho, de maneira que, a força, a beleza e a sabedoria, aliados a
outros conceitos, como a temperança e prudência nos guie nesta caminhada pela lapidação
da própria pedra bruta.

Or. de São Paulo, 01 de março de 2017.

_________________________________
Ir. Rahi Nunes de Siqueira A.M.
CIM nº: 301.034

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i
A lenda de Hiram – Seu Significado – Santana, Roberto de Jesus
<http://robertomacom.blogspot.com/2014/10/a-lenda-de-hiram-seu-significado.html> Pesquisa de
01/03/2017

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