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APOSTILA DE PENTATEUCO

Conceitos básicos
1. Teologia do AT
Assim como pode se perceber do nome, o conceito de teologia do AT, é uma
apresentação de um determinado tipo de teologia. E um estudo de teologia cujo o
OT e a sua fonte primaria. Porem existem várias questões que são levantadas a
respeito do estudo da teologia do AT
a. será que os cristãos devem continuar a chamar a primeira parte da Bíblia
como AT?
b. Ou devem chama-la de Bíblia Hebraica
c. Ou Primeiro Testamento?
• Atribui-se a primazia do uso do termo AT, a Melito Bispo de Sardis em 180
DC.
• Por sua vez, Tertuliano, centurião Romano que se converteu ao
Cristianismo, foi o primeiro a usar o termo NT, no ano 200 DC.
2. O que é Teologia do AT?
• Qual é o relacionamento que existe com a teologia do NT?
• Será que o OT tem uma mensagem para nos nestes últimos dias?
• Existem vários conceitos relacionados com o significado de teologia.
Os dois principais são: revelação divina e religião
• O termo revelação descreve as ações de Deus
• A religião por sua vez inclui rituais, elementos sociais, com crenças
do mundo invisível.
• As crenças podem ser expressas mediante doutrinas e mitos
• O termo religião descreve a acção do homem
• O termo revelação normalmente descreve a acção de Deus.

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3. A Definição de Pentateuco
• A coleção dos cinco livros de Moisés
• Originalmente era um único livro: 2 Cron. 25:4; 35:12; Esdr. 6:18; Neem.
13:1.
• O NT chama de livro de Moisés, Marcos 12:26
• A divisão do livro em capítulos data desde os tempos de Flávio Josefo (c.
A.D 37-100 e Filo ( c. 20 B.C – A. D 50)
• Os judeus chamam esta porção do AT como Torah, que traduzido significa:
ensinos, doutrina, guia ou instruções.
• Na tradição judaica, era requisito que uma sinagoga oficial tivesse o
Pentateuco em formato de rolo em manuscritos de animais.
• O nome Pentateuco vem do grego Penta, que significa cinco rolos
• O AT usa o termo Pentateuco quando usa o termo “ lei”, é frequentemente
Moisés e Associado
• Toda gente escutava de forma atenta a voz da Lei ( Neh. 8:3)

4. Torah ou Lei?

• O termo tradicional para o Pentateuco é Lei, que e muito comum no NT (


Lc 24:44), e o mesmo termo usado na Bíblia Hebraica para os primeiros
cinco livros de Moisés
• O termo Lei sugere uma boa descrição de Ex. 20 ate ao final de Deut.
• Mas pode não se aplicar na descrição das histórias contidas no livro de
Genesis
• A palavra Hebraica Torah, vem do termo Yarah que significa ensinar, ou
instruir.
• Pode ser sábio, identificar o termo Torah como “instrução, no lugar de Lei
• Com certeza, o livro de Genesis contem instruções a respeito da natureza de
Deus, da História do mundo e de Israel.
• E também instrutiva na apresentação de exemplos de comportamentos que
devem ser imitados e erros que devem ser evitados.
• Os primeiros capítulos de Êxodo demonstram a queda dos grandes reis da
terra, que tentavam contradizer a vontade de Deus.

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• De mesma sorte, os erros de Israel no deserto, foram seguramente registados
como lembrança para eles, a respeito das misericórdias de Deus no passado e
para o perigo de cometer os mesmos erros novamente no futuro ( Deut. 1:19-
45; 9:6-10:11).
• Com certeza, todas leis e legislações ritualísticas, podem ser determinadas
como instruções.
• Estas leis não são instruções, mas si m são conselhos de Deus para serem
observados, que podem conduzir a sociedade para uma vida prospera.
• Ver Deut. 4:6.

5. PORQUE CINCO LIVROS?

• A divisão dos capítulos foi a invenção de Stephen Langton, a Arcebispo de


Canterbury cerca de 1200 A.D.
• Os números dos versos foram introduzidos no seculo 16
• Não se sabe ao certo a origem da divisão dos cinco livros

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AUTORIA DO PENTATEUCO
(Abordagens Críticas)
• A crença tradicional da autoria Moisaica do Pentateuco começou a dividir
consensos a partir dos anos 1800ª, quando os teólogos Europeus desafiaram
fortemente a autoria Mosaica do Pentateuco.
• A combinação do iluminismo do seculo 18, aliado as correntes
evolucionistas do seculo 19, resultaram numa onda de especulação acerca da
origem do Pentateuco.

A. CRITICISMO DE FONTE E REDAÇÃO


• Ate aos finais do seculo 18, surgiu um novo paradigma de que discutia a
autoria do Pentateuco. Esta abordagem, defendia que o Pentateuco foi
compilado mediante 4 fontes distintas.
• A abordagem e conhecida como fonte do criticismo.
• Esta teoria e também conhecida como hipótese documentaria
• A pergunta que se coloca e:

Quem escreveu o Pentateuco?


• o maior protagonista da Hipótese documentaria foi Julious Wellhausen ( 17
de Maio, 1844 a 7 de Janeiro de 1918). Ele formulou uma teoria explicando
como 4 documentos separados (J, E, D e P) foram combinados para a
formação do Pentateuco.
• Quais eram os componentes desta teoria?
• O documento J foi composto cerca de 850-950 BC, no sul da Judeia e usa o
nome de “Yahweh” ( “ O Senhor” em Português).
• Este documento apresenta Deus com características antropomórficas ( O
Deus que ostenta qualidades humanas.
• O documento JE depois da conquista dos Assírios a Israel em 722 BC.
Houve combinação dos dois documentos por volta de 650.
• Este e um documento que descreve as convicções teológicas de Israel depois
da crise.
• Durante o ano 621 BC., foi escrito o Documento D para reforçar a puridade
cultica da adoração de Judá. Este documento enfatizava a importância de
adorar o Senhor Deus ( Combinação de “ Yahweh” e Elohim).
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• Em síntese, o documento D, corrigiu e atualizou as limitações do antigo
documento JE.
• Segundo esta hipótese, os documentos JE e D fundiram-se numa única fonte
aproximadamente nos anos 587 BC a 550 BC quando Israel caiu nas mãos
dos Babinlonios (605, 597, 586 BC).
• O documento P foi escrito para lidar-se com matérias sacerdotais que foram
negligenciadas pela comunidade pós hexílicos.
• Ate certo ponto durante os meados do seculo 5 BC, o documento P foi
escrito para lidar-se com esta deficiência (450 BC. Este documento P,
continha muito material do Pentateuco que tem a haver com sistemas de
sacrifício ( Lv 1-7).
• Cerca de 400 BC foram completados os documentos JED e P e combinados
em complexo JEDP formando o material que hoje compõe o Pentateuco.
• Porem esta hipótese não registou consenso no seio dos académicos
conservadores da igreja
• Em síntese:
• "J"-foi compilado por um profeta de Judá em 850 AC. (data proposta por
Graf), pois em Judá, nesta época, já existia o nome “Yahweh” (Gn 2-3-3:24;
4:1-26; 12:1-3:18; etc)
• "E" foi compilado por um profeta da tribo de Efraim em 750/650 AC (15:1-
21; 20:1-18)
• "D"-foi compilado durante o reinado de Manassés em 612 AC, centraliza a
adoração em Israel (.
• "P" - foi compilado entre 500 e 450 AC. pelos sacerdotes, enfatiza o nome
Elohim, listas, datas e questões religiosas (1:1-2:4ª; 5:1-28);
• Com isso, eles queriam concluir que “o Pentateuco constitui em documentos
independentes e não foram unidos de uma só vez. Implicando que o
Pentateuco não seria uma obra de uma só pessoa, mas de muitas que durante
séculos foram escrevendo a história da Salvação”

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O Criticismo de Forma: usando a mesma linha de pensamento da hipótese
documentaria, os académicos bíblicos defenderam a existência duma fase oral que
antecedeu a escrita do Pentateuco. Os pioneiros desta teoria são Hermann Gunkel
nas primeiras décadas do seculo 20, esta nova metodologia foi designada de forma
de criticismo. Esta metodologia procurava analisar o material do Pentateuco em
diferentes categorias, assumindo que cada um dos materiais foi produzido em
contextos completamente diferentes (tecnicamente conhecido como Zitz im Leben).
Este modelo identifica a forma da mensagem, entanto resgatar o contexto histórico
em que a mensagem foi escrita. Esta hipótese defendia que Genesis era composto
por fragmentos unitários que circulavam de forma oral, que posteriormente
formaram um único documento.
Criticismo Histórico-Tradicional: este método procura entender a história das
tradições que caracterizaram os eventos do Pentateuco. Os académicos envolvidos
nesta corrente de pensamento são Gerhard Von Rad e Martin Noth.
Conforme foi apresentado, a forma do criticismo estuda a fase oral, o criticismo
tradicional descreve o processo que conduziu a composição dos documentos
escritos, e finalmente o criticismo de fonte apresente como as diversas fontes
forma compostas num único documento para a criação do Pentateuco.
Criticismo Literário: este modelo constitui numa tentativa dos académicos de
perceberem o Pentateuco na sua forma final. Este modelo defende o abando da
perspetiva diacrónica (através do tempo), para Sincrónica (ao mesmo tempo)
leitura do texto. No lugar de situar o texto bíblico em diferentes fases históricas, o
criticismo literário procura entender o Pentateuco como um documento coerente,
unificado composto num determinado intervalo de tempo.

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Uma análise das teorias críticas
• A Teoria Documentária não prova a não autoria de Moisés, nem sequer
conseguiu provar a sua própria veracidade científica (não é factual).
• Archer, Merece confiança o AT? São Paulo: Nova Vida,1964, p.224)12;
Stanley A. Ellisen disse “rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho
universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e
do resto da Bíblia. É da autoria de Moisés, e não apenas um „mosaico ‟de
diferentes”, alem disso, ao retirarem a autoria mosaica, eles querem imperar
e se tornarem juízes sobre o que é o livro. O que os críticos desprezaram: O
ambiente egípcio do ciclo de José e o relato do Êxodo tem sido confirmados
por considerações arqueológicas, literárias e lingüísticas (cf. A. S. Yahuda,
The Language of the Pentateuch in its Relation to Egypitian, 1931; C. H.
Gordon, The World of the Old Testament, 1958, pág. 139).

Implicações dessas teorias:

• "O Pentateuco foi uma história forjada. O nome Jeová foi inventado para
dar força ao texto. O documento "P" (sacerdotal) foi inventado pelos
sacerdotes para que pudessem impor um sistema rígido sobre o povo por
eles. Negaram a revelação especial. O Pentateuco é uma boa literatura
antiga, apenas isso (que professam verdades teológicas, mas não refletem a
realidade histórica). O papel de Moisés foi apenas uma figura para se dar
autoridade, sendo inventado, um boneco.”

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A POSIÇÃO TRADICIONAL

• A posição tradicional defende que Moisés foi o escritor do Pentateuco.


• Académicos conservadores, apresentam evidencias internas e externas a
respeito da autoria Mosaica do Pentateuco.
• Acreditam na inspiração destes livros e historicamente confiáveis e
revestidos de autoridade.
• Existem evidencias internas a respeito da autoria Mosaica do Pentateuco.
Cof. Êxodo 24:4-8.

O Testemunho do Pentateuco
• Existem evidencias internas convincentes a respeito da autoria Mosaica do
Pentateuco.
• Algumas porções de Êxodo, conferem a autoria Mosaica
• Segundo Exo. 24:4-8, Moisés escreveu o livro do concerto.
• As leis que regem o serviço do santuário (cap. 24-30) são apresentadas
como comunicação de Deus para Moisés (25:1, 13, 31, 26:1, 30:11, 17, 22;
31:1, 12).
• A construção do tabernáculo caps 35-40 monstra que houve comunicação
de Deus para Moisés
• O livro de Levíticos também tem evidencias de autoria Mosaica. Lv 26:46;
27:34
• O livro de Deut, também te evidencias de autoria mosaica. Deut 1:1-5; 4:5,
14, 29:1.
• Tem mais de 40 referencias
• Cap. 31:24.
• Os cânticos de gratidão dos capítulos 32-33 são atribuídos a ele. 31:22, 30;
32:44,45; 33:1.

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• Pesa embora não exista uma frase direta que imputa a autoria Mosaica do
livro de Genesis, a livro constitui uma parte orgânica do Pentateuco.
• Já que Êxodo e simplesmente uma continuação de Gemeis, e razoável
concluir que os livros tenham tido o mesmo autor.
Será que Moisés escreveu na 3ª pessoa?
• Era comum para os escritores bíblicos, referenciarem-se na 3ª pessoa ( Exod
24:1-18. Isa. 7:3. 20:2; 37:2,5,6,21; Jer. 20:1,2; 26:7,8,12; 37:2-6, 12-21;
Dan 1:6-13. Am 7:12-14; Age 1:1, 3, 12, 13. 2:1, 10-14, 20; João 21:20.
• Assim como historiadores seculares tais como teucides e xenofontes também
usaram a 3ª pessoa gramatical
• Existem muitas referencias mosaicas no livro de Josué
• O nome Moisés ocorre acima de 50 vezes
• Josué derivou a sua autoridade de Moisés
• Ele apelou constantemente a lei de Moisés (Josué 1:7-8; 8:31, 32, 34, 35;
23:6)
• As ações de Josué estavam em conformidade com as instruções que Deus
comandou a Moisés (11:15, 20; 14:2 etc)
• O livro de Daniel também faz referencia a autoria Mosaica ( Dn 9:11-13)
• Os escritores apócrifos assumem a autoria Moisaica do Pentateuco
(Eclesiásticos 45:5; 2 Macabeus 7:30)
• O mesmo acontece com Filo e Josephus
• O Talmude Palestiniano e Babilónico confere a autoria destes livros a
Moisés
• O Mishnah também confere a autoria destes livros a Moisés.

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