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Yumna Adamo

Os deslocados de terrorismo em Cabo Delgado: uma análise sobre o apoio psicossocial às


crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca - Montepuez (2018-
2021)
Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitações em Aprendizagem e
Desenvolvimento Humano

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
2

Yumna Adamo

Os deslocados de terrorismo em Cabo Delgado: uma análise sobre o apoio psicossocial às


crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca - Montepuez (2018-
2021)

Proposta de projecto de pesquisa a ser entregue no


Departamento de Psicologia, curso de Licenciatura em
Psicologia Educacional com Habilitações em
Aprendizagem e Desenvolvimento Humano Para fins de
elaboração da monografia científica.
Supervisor

________________________________

Mcs. Machel Isac

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
3

Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 5

1.Tema ............................................................................................................................................ 6

1.1.Demarcação do tema ................................................................................................................. 6

1.2.Definição dos objectivos da pesquisa ....................................................................................... 6

a)Objectivo geral ............................................................................................................................. 6

b)Objectivos específicos ................................................................................................................. 6

1.3.Justificativa ............................................................................................................................... 6

1.4.Problematização ........................................................................................................................ 8

1.5.Hipóteses ................................................................................................................................... 9

2.QUADRO TEÓRICO ................................................................................................................ 10

2.1.Definição de conceitos ............................................................................................................ 10

2.1.1.Deslocado ............................................................................................................................. 10

2.2.Crianças desacompanhadas ..................................................................................................... 11

2.3.Protecção da criança ............................................................................................................... 12

2.4.Apoio psicossocial .................................................................................................................. 14

2.5.Triângulo de intervenção do apoio psicossocial ..................................................................... 14

2.6.Bem-estar: um elemento chave do apoio psicossocial ............................................................ 16

2.6.1.Resiliência: o objectivo de Apoio psicossocial .................................................................... 17

2.7.Importância da intervenção psicológica.................................................................................. 17

3.PROCEDIMENTOS TÉCNICO-METODOLÓGICOS ............................................................ 18

3.1.Método de pesquisa................................................................................................................. 18

3.2.Método de análise situacional ................................................................................................. 19

3.3.Classificação quanto ao tipo de pesquisa ................................................................................ 19

3.4.Procedimentos técnicos ........................................................................................................... 20


4

3.5.Quanto a abordagem ............................................................................................................... 20

3.6.Quanto a natureza da pesquisa ................................................................................................ 21

3.7.Técnicas de colecta de dados .................................................................................................. 21

a)Observação participante ............................................................................................................. 21

b)Inquérito por questionário ......................................................................................................... 21

3.8.Participantes do estudo ........................................................................................................... 22

3.9.Cronograma de actividades ..................................................................................................... 23

3.10.Orçamento ............................................................................................................................. 23

Referência bibliográfica ................................................................................................................ 24

Apêndice ................................................................................................................................. XXVI


5

Introdução
O ser humano exerce suas funções quando tem saúde mental e com harmonia nas
relações sociais. Caso contrario, deve se garantir o apoio psicossocial, este termo psicossocial
salienta a relação estreita entre os efeitos psicológicos e sociais em uma emergência. Os
psicológicos referem-se às experiências que afectam as emoções, comportamento, pensamentos,
memória e aprendizado, assim como a situação é percebida e entendida (Actalliance, s/d, p. 1).

O autor supracitado descreve que os efeitos sociais descrevem como a experiência de


uma emergência altera as relações entre as pessoas. Emergências podem criar uma vasta gama de
problemas a níveis individual, familiar, comunitário e social. A cada nível as emergências
desgastam as estruturas normais de apoio, aumentam o risco de vários problemas e tendem a
ampliar questões pré-existentes de justiça social e desigualdade.

Neste sentido, as comunidades Africanas sobretudo moçambicanas, enfrentam sérios


problemas que comprometem o convívio harmonioso entre as pessoas, sejam catástrofes naturais
ou guerras, e esses fenómenos causam deslocação, mortes, pobreza e as pessoas encaram a vida
com dificuldade, outras traumatizadas e empobrecidas precisando de apoio social e psicológico.

Por isso, nos propusemos a levantar a presente investigação: os deslocados de terrorismo


em Cabo Delgado: uma análise sobre o apoio psicossocial às crianças desacompanhadas no
centro de acolhimento de Nacaca - Montepuez (2018-2021). Para analisar o nível do apoio
psicossocial à crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca.

No que diz respeito à composição deste projecto de pesquisa, é constituído por três
sessões: sendo a primeira, parte da qual se apresenta a Introdução; delimitação do tema,
objectivos da pesquisa. Justificativa, problematização e perguntas da pesquisa. A segunda sessão
consta a revisão da literatura e a terceira sessão reserva-se aos procedimentos metodológicos da
investigação.
6

1. Tema
Os deslocados de terrorismo em Cabo Delgado: uma análise sobre o apoio
psicossocial às crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca -
Montepuez (2018-2021).
1.1.Demarcação do tema
Quanto a delimitação, a presente pesquisa será realizada na zona de acolhimento de
Nacaca uma localidade pertencente a cidade de Montepuez e no que concerne ao período o
presente estudo, vai analisar um período compreendido de quatro (4) anos partindo de 2018 até
2021. Constitui objecto de estudo assistência psicossocial dos deslocados de terrorismo em Cabo
Delgado.

1.2.Definição dos objectivos da pesquisa

a) Objectivo geral
 Analisar o nivel de intervenção das organizaçoes governamentais e não-governamentais frente
aos problemas psicossociais das crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de
Nacaca oriundas nas zonas de terrorismo em Cabo Delgado.

b) Objectivos específicos
 Descrever as condições de vida das crianças desacompanhadas de Nacaca;
 Identificar os problemas psicológicos encarados pelas crianças deslocadas de terrorismo;
 Avaliar o papel das instituições governamentais e não-governamentais no apoio
psicossocial das crianças desacompanhadas de Nacaca;
 Propor estratégias que possam garantir a existência de apoio psicossocial equitativo à
crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca.

1.3.Justificativa
Foram várias as razões que levaram a proponente a desenvolver esta pesquisa, das quais
divide-se em três motivações, nomeadamente: política, académica e psicossocial.

A primeira motivação, política, reporta a problemática de que em Moçambique sobretudo


em Cabo Delgado vivemos uma situação política extremamente antagónica da realidade de
outros locais, verifica-se violência, terrorismo, mortes e destruição de infra-estruturas seja
rodoviária, habitacionais, comerciais e por fim. Como a literatura destaca, Moçambique, desde
7

enfrentou momentos de impasse e instabilidade, marcado por guerras, violência, aumento da


pobreza e frequentes calamidades naturais, e o estado moçambicanos viu-se numa situação cada
vez pior, tendo entrado na lista dos países mais pobres do mundo (Macamo e Ngoenha, 2016, p.
25 & Maquenzi, 2020, p. 2).

Neste caso, a situação política sendo um caos na província de Cabo Delgado, as pessoas
foram e vão fugindo a procura de segurança, isso tudo acontece depois de terem perdido tudo,
vidas no abismo, economias baixíssimas, estado mental revoltado e traumatizado, é nessa lógica,
que levantamos a presente pesquisa. Salientar que este estudo tem um gigantesco contributo na
política, na medida que vai ilustrar que a guerra e a violência são elementos destruidores e que é
imprescindível termos a paz e harmonia.

Para a segunda motivação, o desenvolvimento do presente estudo e sua importância para


a académica prende-se pelo facto de ser um trabalho despertador académico para os
pesquisadores sociais e psicólogos, sem deixar que a presente pesquisa vai ajudar bastante a se
discutir sobre o apoio psicossocial das crianças deslocadas das zonas aterrorizadas e
desacompanhadas em locais de acolhimento.

Salientar que na nossa universidade1 são poucos estudos feitos, para não dizer que não
existem que aborde de forma mais profunda sobre o apoio psicossocial às crianças deslocadas –
desacompanhadas em locais de acolhimento. Portanto, a presente pesquisa servirá de fonte
bibliográfica para póstumas pesquisas relacionadas ao tema em alusão.

A terceira motivação da presente pesquisa, parte do princípio que todo ser humano tem o
direito a bom estado psíquico e saúde mental. Para a Organização Mundial de Saúde2 (2020),
Saúde mental refere-se a um bem-estar no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades mentais
e pessoais, consegue lidar com stresses da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a
dar sua contribuição para sua comunidade.

Ainda a OMS, postula que em relação às crianças, a saúde mental implica pensar os
aspectos do desenvolvimento, tais como: ter um conceito positivo sobre si, ter tantas habilidades
para lidar com seus pensamentos e emoções, quanto para construir relações sociais, tendo uma

1
UniRovuma Extensão de Cabo Delgado – Campus universitários de Nkoripo – Montepuez.
2
Que toma a designação de (OMS).
8

atitude de se abrir para aprender e adquirir educação. Estes aspectos que acabam de ser descritos
vão em contraste com a realidade vivida com as crianças desacompanhadas que residem na zona
de acolhimento de Nacaca, sendo a razão ou motivo psicossocial de levantar a presente pesquisa.

Deste modo, a presente monografia reveste-se de grande importância na sociedade porque


vislumbra ao governo local e as instituições de ajuda humanitária a olharem a saúde mental
como uma das prioridades para às crianças deslocadas sobretudo, as desacompanhadas e mesmo
à crianças acompanhadas, como forma de garantir a sustentabilidade mental e moral como
descrevem (Filho; Coelho & Peres, 1999, p. 100).

A escolha dos anos 2018 prende-se pelo facto de notar-se presença massiva de deslocados
de terrorismo em vários distritos e cidades da província de Cabo Delgado em particular na cidade
de Montepuez, e os anos subsequentes a entrada foi constante e o governo local desenhou
medidas de ajudar os seus compatriotas, foram nestes anos até 2021 com a problemática de
Covid-19 e insurgência que a situação se agravou, crianças foram seguindo caravanas rumo a
lugares seguros, estes menores uns com seus encarregados e outros sozinhos chegavam na cidade
de Montepuez.

Portanto, a escolha do local (Nacaca), justifica-se por ser um dos centros de acolhimento
de deslocados de terrorismo, e pelo facto de ter crianças desamparadas e desacompanhadas que
se por falta de apoio psicossocial podem vir a se marginalizar ou mesmo ter problemas mentais
permanentes, afectando assim o seu convívio social.

1.4.Problematização
Aterrorizados, decapitados e dizimados foram nossos irmãos da zona norte de Cabo
Delgado a partir dos meados de 2017, única forma de salvaguardar suas vidas foi deslocar-se
rumo a lugares seguros. Nestes lugares foram idosos, adultos, jovens e crianças, desses idosos,
alguns desacompanhados e sozinhos, o mesmo aconteceu com os adultos e jovens, mas a
situação agravava-se mais para as crianças, crianças essas que seguiam as caravanas sem saber o
seu destino e sem garantia de melhorar a vida porque a preocupação central foi de evitar catanas
e armas em seu corpo ou seja a violência.

Neste sentido, chegados em lugares semi-seguros: distritos e cidades não afectados sendo
da província ou fora da província, as crianças enfrentaram momentos de agonia,
9

desacompanhados e sem assistência se acomodavam em edifícios como escolas e nas varandas


de lojas e barracas.

Para o efeito, a cidade de Montepuez em particular vinha recebendo essas pessoas, e


habitavam nas ruas, no hospital, nas escolas e no parque ou paragem de viagens. Ali, idosos e
crianças desacompanhadas e sem capacidade de lutar para a obtenção de alimentos para o seu
sustento encaravam inúmeros enigmas de desnutrição. Outras crianças andavam e andam nas
ruas da cidade mendigando o pão e dinheiro como estratégia de sobrevivência. Quando o
governo local e internacional3 se apercebe, alocou espaços aos deslocados em zonas de
acolhimento e passaram a prestar assistência humanitária.

Entretanto, nestes locais de acolhimentos as crianças desacompanhadas vivem


drasticamente passíveis a estupro, violência, prostituição, mendicidade e criminalidade, com tudo
isso, essas crianças enfrentam problemas graves de carácter emocional, e comportamental
referentes a aspectos de relacionamento como: a depressão, ansiedade, fobia, perturbação de
pânico, mal-estar, baixa auto-estima, consequentemente elas vivem em condições que deixam a
desejar. Face a estas constatações, insta questionar: Até que ponto o apoio psicossiocal pode
contribuir para o bem-estar social e mental das crianças desacompanhadas no centro de
acolhimento de Nacaca?

1.5.Hipóteses

Para apresente pesquisa levantamos duas hipóteses que visam a responder a pergunta de
partida, das quais podemos destacar:

H1: a adopção de um modelo eficiente de gestão dos deslocados pode contribuir para o
bem-estar das crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca com a criação de
espaços, infra-estruturas favoráveis e facilitadores à promoção do bem-estar mental.

H1: A garantia da disponibilidade de espaços e serviços básicos para todas as


famílias/crianças desacompanhadas pode contribuir para o bem-estar psicossocial.

3
UNICEF; ONU; MEDICUS SEM FRONTEIRA; OIM; AVSI etc,.
10

H3: A criação de um núcleo especial de aprendizagem para a inserção de todas as


crianças com problemas psicossociais pode contribuir para o bem-estar mental das crianças
desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca.

2. QUADRO TEÓRICO

2.1.Definição de conceitos

2.1.1. Deslocado
Chama-se de deslocados, também conhecidos como refugiados internos, que são pessoas
forçadas a fugir de suas casas mas, diferentemente dos refugiados, não cruzaram uma fronteira
internacional para encontrar um santuário, permanecendo dentro do seu país.

O significado ampliou significativamente na última metade do século passado. Uma


pessoa deslocada pode também ser referida como um migrante forçado. O termo "refugiado" é
também comummente usado como sinónimo de pessoa deslocada, causando confusão entre as
pessoas que deixaram a sua casa e o subgrupo de refugiados legalmente definidos que gozam de
protecção legal internacional [4].

De acordo com Delap (2009, p. 36), as famílias saem das zonas rurais, dirigem-se aos
centros urbanos, onde está concentrada a maior parte das infra-estruturas (hospitais, escolas,
universidades e postos de trabalho) e onde acredita-se existirem maiores oportunidades em
relação ao campo. Muitas vezes as migrações são causadas pelas calamidades naturais, guerras, e
a degradação da vida nas zonas rurais.

Moçambique, tal como acontece em outros países menos desenvolvidos, não escapa
desta situação, e a Cidade de Maputo tem sido o principal destino dos fluxos populacionais
internos, o que contribui para a prática da mendicidade (Djedje, 2013, p. 28). Perante esta
situação, Araújo (1997), avança que:

4
https://www.google.com/search?q=conceito+de+deslocados&client=avast-a-
1&ei=VrOxYbbyI82ZgQbU76nYDA&ved=0ahUKEwi29e_1m9b0AhXNTMAKHdR3CssQ4dUDCA4&oq=concei
to+de+deslocados&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQDDIECAAQHjIECAAQHjoHCAAQRxCwAzoFCAAQzQJ
KBAhBGABQjgRY0gtg_idoAXACeAGAAfAFiAHCFpIBCTMtMi4wLjEuMpgBAKABAcgBCMABAQ&sclient
=gws-wiz-serp
11

“a guerra apresenta-se como um dos principais factores de maior significado para o actual
estado de saturação das cidades onde acentua-se o êxodo rural do campo para as cidades, tendo
lançado muitos camponeses para fora das suas zonas de origem e tendo como consequências
fortes concentrações de populações nas cidades” (p, 22). Portanto, as crianças desacompanhadas
e deslocadas deixaram seus habitantes e foram se instalar em novos lugares para garantir o bem-
estar social e psicológico. Neste sentido, os deslocados internos seriam:

[…] pessoas ou grupos de pessoas compelidas a fugir de seus domicílios


ou dos locais em que residiam habitualmente, particularmente em
consequência de, ou com vistas a evitar, os efeitos de conflitos armados,
tensões internas, violações de direitos humanos ou desastres naturais ou
provocados pelo homem, e que não atravessaram uma fronteira nacional
reconhecida internacionalmente (Kalin, 2003, p. 10).

Da maneira como se encontra formulada esta definição de deslocados internos focaliza as


causas da deslocação para separar pessoas que estariam em situação de deslocação interna de
pessoas que estariam em outros tipos de deslocação dentro de seus próprios países.

2.2.Crianças desacompanhadas
Crianças desacompanhadas são pessoas com idade inferior à maioridade legal que não se
encontram na companhia de uma pessoa adulta que, por força da lei ou de costume, seja
responsável por fazê-lo, como, por exemplo, progenitores e progenitoras, tutores e tutoras ou
responsáveis primários (INEE, 2021)

Crianças que migram de forma irregular e desacompanhadas, isto é, sem seus pais ou
outro adulto responsável, sofrem de uma dupla vulnerabilidade. Embora ainda exista um longo
caminho a percorrer, essa situação tem ganhado maior visibilidade nas últimas décadas e existe
uma evolução no que diz respeito ao reconhecimento das necessidades de protecção específicas
que crianças migrantes possuem [5].

Ora, as causas deste fenómeno são violências, assassinato de pais e serem filhos sem pais
ou encarregados e viverem sozinhas. Portanto, as crianças desacompanhadas são aquelas que
imigram para lugares melhores e seguros para receber apoio. Neste caso, a característica das
crianças deslocadas é refente a morte dos pais, tios e avos ou ter progenitores fora do circulo
nacional.

5
https://news.un.org/pt/tags/criancas-desacompanhadas
12

2.3.Protecção da criança
Protecção tem sido definida como “todas as actividades destinadas a obter o pleno
respeito pelos direitos do indivíduo de acordo com o conteúdo e o espírito dos órgãos jurídicos e
legais relevantes”, nomeadamente o direito em matéria de direitos humanos, o direito
humanitário internacional e o direito relativo aos refugiados (IASC, 1999, p. 4).

Esta ampla definição engloba intervenções legais específicas, bem como actividades de
rotina que defendam a protecção e o bem-estar dos indivíduos durante emergências e crises. Um
bom processo educativo deve ser protector e, uma vez que a educação é um direito humano e
também um direito empoderador (ou seja, um que facilita outros direitos humanos), o contexto
educativo é especialmente importante para programas e políticas de protecção comuns (INEE,
2018, p. 15).

Protecção das crianças: é definida como “a prevenção e a resposta a abuso, negligência,


exploração e violência contra crianças” (Child Protection Working Group, 2013, p. 13). Refere-
se mais especificamente ao direito de não ser alvo de ou estar exposto a “intimidação; exploração
sexual; violência pelos pares, professores ou outro pessoal educativo; perigos naturais; armas e
munições; minas terrestres e engenhos não detonados; pessoal armado; locais de fogo cruzado;
ameaças políticas e militares; e recrutamento para as forças armadas ou grupos armados” (INEE,
2010a, p. 115).

Segundo Novela (2017), a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Carta Africana


sobre os Direitos e Bem-estar da Criança e outros instrumentos a nível internacional e regional,
apresentam uma ampla análise da necessidade de protecção da criança. Esses instrumentos
jurídicos reconhecem que as crianças são vulneráveis a violações dos seus direitos humanos
básicos, e, consequentemente, concedem-lhes o direito fundamental à protecção jurídica e social,
antes e após o nascimento.

Para o autor, o dever de protecção das crianças recai tanto sobre entidades públicas como
privadas, que têm a responsabilidade de proteger meninos e meninas de violência, abuso,
exploração e negligência, incluindo separação desnecessária do seu ambiente familiar, e dos
efeitos de situações de emergência, através de sistemas e serviços legislativos, sociais e
administrativos apropriados.
13

entre as várias formas de maus tractos e abuso que ameaçam as crianças,


encontram-se o abuso e a exploração sexual, o tráfico, trabalho perigoso,
violência, viver ou trabalhar nas ruas, deficiência, SIDA, e práticas
prejudiciais como o casamento prematuro, a falta de acesso a uma justiça
amiga da criança, a separação e a institucionalização desnecessárias, entre
outros (Novela, 2017).

Um ambiente protector para as crianças apoiado por um sólido sistema e infra-estruturas


de protecção, é uma abordagem baseada em direitos para impulsionar o progresso do
desenvolvimento humano e económico, melhorando a saúde, a educação e o bem-estar das
crianças bem como as capacidades que estão a desenvolver para serem pais, cidadãos e membros
produtivos da sociedade, (UNICEF6, 2010, p. 141).

Foi ainda criado pelo Ministério da Mulher e da Acção Social, em 2009, um grupo de
trabalho multissectorial para prevenção da violência contra as crianças, na sequência do Estudo
das Nações Unidas sobre a Violência e do III Congresso Mundial contra a Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes, onde o Governo reconheceu a necessidade urgente de uma abordagem
multissectorial de prevenção e resposta à violência contra crianças e da criação de um sistema de
encaminhamento para assistência às vítimas (UNICEF, 2010, p. 143).

De acordo com Boletim da República, I SÉRIE - Número 28 (2008), artigo 13 (Protecção


da vida e de saúde) I. A criança tem direito à protecção da vida e da saúde, mediante a
efectivação de políticas sociais públicas que permitam o seu nascimento e desenvolvimento
Sadio e harmonioso, em condições inerentes à dignidade humana. O Estado assegura a
sobrevivência. o crescimento e o desenvolvimento da criança.

Artigo 26, cujo título (Direito à convivência familiar e comunitária), salienta que toda a
criança tem direito a ter uma família, a conhecer e conviver com os seus pais e demais membros
da família, de forma sã e harmoniosa.

3. Para garantir o direito estabelecido no número anterior, a criança deve ser registada
logo após o seu nascimento.

4. O Estado garante o direito da criança a preservar a sua identidade, incluindo a sua


nacionalidade, o nome e as relações familiares (Mozambique children, 2008).

6
Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância – em inglês, United Nations International
Children's Emergency Fund. Foi criado a 11 de Dezembro de 1946 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
14

Portanto, levando esses conceitos para a nossa pesquisa, importa destacar que A
protecção de refugiados e de pessoas forçadas a deslocar-se está consagrada em quadros
legalmente vinculativos e não vinculativos7. O que exorta-nos a prestar apoio e estes irmãos.

2.4.Apoio psicossocial
Antes de definir o conceito de apoio psicossocial, é bom saber o que significa o termo
“psicossocial” de forma independente. Nisto, psicossocial: refere-se à “relação dinâmica entre a
dimensão psicológica e social de uma pessoa, onde uma influencia a outra” (IFRC Reference
Centre for Psychosocial Support 2014, p. 11).

Os aspectos psicológicos do desenvolvimento referem-se a pensamentos, emoções,


comportamentos, memórias, percepções e compreensão de um indivíduo. Os aspectos sociais do
desenvolvimento referem-se à interacção e às relações entre o indivíduo, a sua família, os seus
pares e a sua comunidade (UNRWA, 2016, p. 4).

Apoio psicossocial: refere-se aos “processos e acções que promovem o bem-estar


holístico das pessoas no seu mundo social. Inclui o apoio dado por familiares e amigos” (INEE,
2010a, p. 121). O AP também pode ser descrito como “o processo de facilitar a resiliência em
indivíduos, famílias e comunidades” (IFRC Reference Centre for Psychosocial Support, 2009, p.
11).

Portanto, o AP tem como objectivo ajudar as pessoas a recuperar depois de uma crise que
desestruturou as suas vidas e para melhorar a sua capacidade de voltar à normalidade depois de
experimentar efeitos adversos.

2.5.Triângulo de intervenção do apoio psicossocial


O bem-estar de todas as pessoas deve ser protegido através do (re) estabelecimento da
segurança, governança adequada e serviços que atendem as necessidades físicas básicas
(alimento, abrigo, água, assistência médica básica, controle de doenças transmissíveis). Na
maioria das emergências, especialistas fornecem o atendimento básico nos sectores como os de

7
tais como a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados e o seu respectivo Protocolo de 1967; a
Convenção de 1954 relativa ao Estatuto das pessoas Apátridas, a Convenção de 1961 para a Reduzir os Casos de
Apátrida e os Princípios Orientadores relativos às Deslocações Internas.
15

alimentos, saúde e abrigo (Actalliance, s/d, p. 4). Esta constitui a primeira camada. Como vedes
a figura (1):

Fonte: adaptado em Actalliance (s/d, p. 4).

Uma resposta psicossocial para a necessidade de serviços básicos e segurança (veja a


primeira camada acima) pode incluir: defender que estes serviços sejam efetuados por atores
responsáveis e influenciar agentes humanitários a disponibilizá-los para promover o bem-estar
psicossocial.

A segunda camada representa o apoio necessário a um número menor de pessoas que são
capazes de manter seu bem-estar psicossocial se receberem ajuda para acessar o apoio da
comunidade e da família.

Na maioria das emergências, existem interrupções familiares


significativas e de redes comunitárias devido à perda, deslocamento,
separação familiar, temores comunitários e desconfiança. Respostas úteis
nesta camada incluem a localização e reunificação de famílias, luto
assistido e cerimónias de cura comunitárias, divulgação de métodos
16

construtivos para se lidar com a situação, programas de apoio parental,


actividades educacionais formais e informais, actividades de subsistência
e de activação de redes socias, como grupos de mulheres e clubes de
jovens (Actalliance, s/d, p. 4).

Descreve ainda Actalliance (s/d, p. 4), que a terceira camada representa os apoios
necessários a um número ainda menor de pessoas que requerem intervenções ainda mais
focalizadas individualmente, nas famílias ou em grupo, por trabalhadores treinados e
supervisionados (mas que talvez não tenham tido anos de treinamento em assistência
especializada).

Por exemplo, sobreviventes de violência baseada em género podem precisar de uma


mistura de apoio emocional e subsistência por parte de agentes comunitários. Esta camada inclui
também os Primeiros Socorros Psicológicos e assistência mental básica pelos agentes de saúde
nos cuidados primários.

Portanto, a camada do topo da pirâmide representa o apoio adicional necessário a um


pequeno percentual da população (cf, Actalliance, s/d, p. 5), cujo sofrimento, apesar dos apoios
já mencionados, é intolerável, e para quem possa ter dificuldades significativas no
funcionamento diário. Esta assistência deve incluir apoio psicológico ou psiquiátrico para
pessoas com transtornos mentais graves, quando suas necessidades excederem as capacidades
dos serviços primários/gerais de saúde existentes. Embora serviços especializados sejam
necessários apenas para um pequeno percentual da população, em emergências maiores estes
grupos equivalem a milhares de indivíduos.

2.6.Bem-estar: um elemento chave do apoio psicossocial


De acordo com INEE (2018, p. 15), o bem-estar é definido como uma condição de saúde
holística e o processo de alcançar essa condição. Refere-se à saúde física, emocional, social e
cognitiva. O bem-estar inclui o que possa ser considerado bom para uma pessoa:

 ter um papel social significativo;


 sentir-se feliz e esperançoso;
 viver de acordo com bons valores, tendo em conta o contexto local;
 ter relações sociais positivas e um ambiente favorável; lidar com desafios através
de competências positivas para a vida;
17

 e ter segurança, protecção e acesso a serviços de qualidade.

A ACT Alliance e a Church of Sweden identificam vários aspetos importantes do bem-


estar: biológico, material, social, espiritual, cultural, emocional e mental (ACT Alliance &
Church of Sweden, 2015, pp. 42-43).

2.6.1. Resiliência: o objectivo de Apoio psicossocial


Outro conceito relacionado e que se sobrepõe ao Apoio Psicossocial é o de Resiliência.
Muitas vezes referida como um resultado, a resiliência refere-se a um processo pelo qual
indivíduos, que se encontram em contextos adversos, recuperam e prosperam até ou seja a
capacidade pela qual as pessoas numa situação critica têm de se reinventar.

A resiliência depende de mecanismos de defesa e competências de vida tais como a


resolução de problemas, a capacidade de procurar apoio, motivação, optimismo, fé, perseverança
e desenvoltura (The Sphere Project, 2017). A resiliência acontece quando os factores de
protecção que sustentam o bem-estar são mais fortes do que os factores de risco que causam
danos (Diaz-Varela, Kelcey, Reyes, et al. 2013).

As actividades que promovem o AP podem contribuir para a resiliência


promovendo as competências-chave que apoiam o bem-estar e os
resultados de aprendizagem (isto é atitudes, comportamentos e relações)
e que, por sua vez, permitem que crianças e jovens e os sistemas
educativos, dos quais fazem parte, consigam gerir e ultrapassar as
adversidades. Também é importante notar que a resiliência individual é,
muitas vezes, impulsionada pelo apoio da comunidade, incluindo as
interacções com os pares, família, professores, líderes comunitários e por
aí em diante (Diaz-Varela, Nuno, Reyes, et al, 2013).

Para o presente trabalho que se desenvolve na presente proposta para monografia, define-
se resiliência como a capacidade de adaptação de um sistema, comunidade ou indivíduo,
potencialmente, exposto a riscos neste caso as crianças deslocadas e desacompanhadas. Esta
adaptação significa resistir ou mudar, a fim de atingir e manter um nível aceitável de
funcionamento e estrutura para garantir a saúde mental.

2.7.Importância da intervenção psicológica


A intervenção promove “(…) o crescimento, o desenvolvimento, a maturidade, o melhor
funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida (…) uma maior apreciação, uma
maior expressão e uma utilização mais funcional dos recursos internos latentes” (Rogers, 1985,
18

p. 43). É fundamental que a intervenção permita consciencializar o indivíduo das suas


potencialidades e competências, no sentido de superar as adversidades, como método facilitador
da sua mudança.

De facto, numa intervenção psicossocial é essencial que o sujeito esteja envolvido no seu
processo de transformação, de forma a autonomizar-se. O resultado depende, em parte, dos
objectivos definidos e da motivação do sujeito para alcançar a mudança (Carvalho & Batista,
2004).

3. PROCEDIMENTOS TÉCNICO-METODOLÓGICOS

Segundo Oliveira (2010) qualquer pesquisa científica requer grande capacidade na


recolha de dados e uma escolha metodológica que proporcione uma estrutura para a prossecução
de uma pesquisa.

Desta feita, esta etapa reserva-se a apresentação e justificação das opções técnico-
metodológicas que serão seguidas para o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa. Assim,
apresenta-se o tipo e o método de pesquisa, as técnicas de colecta de dados e a amostragem;
descreve-se também o processo de trabalho de campo; e são indicados os procedimentos usados
no processo de análise de dados.

3.1.Método de pesquisa

No processo de análise dos dados referentes ao tema em destaque, valorizará o método


indutivo. O esquema de uma variante desse método, chamado de “indutivo-confirmável” é o
seguinte: observação do fenómeno e seus elementos – a teste experimental que a partir destes
encontramos os resultados (Köche, 2009, p. 56). Este método será útil na nossa pesquisa na
medida que será pesquisa empírica. A pesquisadora terá que se inserir no meio social a ser
pesquisado com vista a inferir dados de forma particular e concreta.
19

3.2.Método de análise situacional

A análise situacional refere-se a um conjunto de métodos que os gerentes usam para


analisar o ambiente interno e externo de uma organização para compreender as capacidades e
vulnerabilidades de uma pessoa ou grupo.

Portanto, a análise situacional é uma etapa crítica no estabelecimento de um


relacionamento de longo prazo com as pessoas que estão numa situação comprometida. Na vida
corporativa, a análise situacional ajuda a definir qual é a situação actual e quais devem ser as
acções para continuar avançando com a resolução do problema (Hitesh Bhasin, 2018).

Para a presente pesquisa, usar-se-á este método para diagnosticar e mensurar A


intervenção psicossocial das organizações Governamentais e Não-Governamentais às crianças
desacompanhas, porque se elas não assistidas de forma mais rápida sua saúde metal será
comprometida. Sabendo que a situação em que uma pessoa se encontra, dita a condição social e
mental.

3.3.Classificação quanto ao tipo de pesquisa

A pesquisa será exploratória tomando em consideração que a preocupação da autora será


de familiarizar-se com as crianças desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca, no
sentido de identificar os problemas psicológicos encarados por elas, estabelecendo relação com
as suas condições de vida, com a finalidade de Avaliar o papel das instituições governamentais e
não-governamentais no apoio psicossocial das crianças desacompanhadas de Nacaca por meio de
questionário.
Tal familiaridade objectivará explorar sensibilidades da população sobre a sua situação
psicossocial que na sua essência é movida pelo terrorismo na zona norte da Província de Cabo
Delgado.
Neste sentido, podemos correlacionar com a literatura, a Pesquisa Exploratória visa
proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito. Envolve
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão, (Gil, 2008).
20

3.4.Procedimentos técnicos
Quanto aos procedimentos técnicos a presente pesquisa será bibliográfica e de campo.
Bibliográfica porque vai se analisar aspectos teóricos – conceptuais inerentes a temática em
alusão, para sustentabilizar a cientificidade da pesquisa.

Outrossim, será de campo porque a autora terá que se locomover-se a Nacaca com vista a
presenciar este problema em destaque e realizar sua pesquisa por meio de inquérito por
questionário às crianças deslocadas – desacompanhadas, os líderes comunitários e representantes
das ONGs e OGs (Organizações Governamentais) para melhor perceber a intervenção
psicossocial a estas crianças em epigrafe.

3.5.Quanto a abordagem

A pesquisa será quanti-qualitativa porque para além de se preocupar pela quantificação


dos resultados terá a pretensão fazer um estudo subterrâneo sobre está temática e tendo em conta
que para analisar as estratégias que são tomadas no sentido tornar concretos a intervenção
psicossocial às crianças desacompanhadas e sobretudo, descrever possíveis medidas que
promovam a intervenção psicológica das entidades responsáveis de apoio humanitário.

Salientar que será necessário aprimorar a representatividade numérica, com o


aprofundamento da compreensão das estratégias para apoio psicossocial ao grupo em epígrafe.

Alguns dos dados do campo serão calculados percentualmente e apresentados em


gráficos de modo a determinar a probabilidade do acerto de determinadas conclusões, bem como
a margem de erro dos valores obtidos nelas, as generalizações dos resultados a partir da
observação e narração de casos concretos que confirmam a realidade, ou seja, passar-se-á a
avaliar o grau de precisão de acordo com adjectivos qualificativos providenciados pelo grupo-
alvo. Daí que serão combinados o método estatístico que, essencialmente possibilitará a
representação de certos dados em tabelas e gráficos.
21

3.6.Quanto a natureza da pesquisa

A natureza do estudo será básica porque a partir desta investigação será possível gerar
conhecimentos novos, sobre estratégias a serem tomadas de modo tornar concreta a intervenção
psicossocial às crianças deslocadas - desacompanhadas, embora as aplicações práticas destas
acções não sejam imediatamente previstas, contudo a fraca e senão a falta de intervenção
psicossocial constitui verdade e interesse universal com o objectivo de garantir o bem-estar
dessas crianças.

3.7.Técnicas de colecta de dados

Para a realização desta pesquisa serão adoptadas duas técnicas nomeadamente, a observação
participantes e inquérito por questionário.

a) Observação participante

Será com base na observação participantes que se fará a mensuração se já criou-se condição
para ajuda ou intervenção psicológica (escolas e centros) para as crianças desacompanhadas na
zona de acolhimento (Nacaca), e pela inserção da pesquisadora no local de pesquisa.

Esta técnica vai permitir mensurar as condições sociais em que as crianças


desacompanhadas de Nacaca, e vai culminar na capturar imagens ilustrativas para servirem de
evidências.

b) Inquérito por questionário


Como descrito no item arriba referenciado, será aprimorada a técnica de inquérito por
questionário para a colecta de dados. Como Descreve (Prodanov, 2013), o questionário por
inquérito facilita nas respostas são abertas e fechadas e algumas abertas mas estas devem ser
poucas.
Uma das vantagens desta técnica é de flexibilizar o processo de respostas, porque as
respostas estão alinhadas no questionário, precisando que somente se preencha e algumas sejam
respondidas por argumento.
22

Assim sendo, serão inquiridos um total de cento e cinquenta (150) informantes entre eles,
quatro (4) representantes das ONGS, dois (2) chefes e líderes comunitários da zona de
acolhimento de Nacaca e Cento e Quarenta e quatro (144) crianças desacompanhadas de idade
aceitável8 e capazes de manter interacção verbal.

3.8.Participantes do estudo

O estudo vai contar com participação de toda a comunidade de Nacaca. Assim serão
inquiridos um total de cento e cinquenta (150) informantes, ilustrados na tabela a seguir:

Tabela I: Participantes do estudo

Grupo Alvo Nº Técnica de colecta de dados


Crianças desacompanhadas 144 Inquérito por questionário
chefes e líderes comunitários da zona de acolhimento de Nacaca 2 Inquérito por questionário
Representantes das ONGs 4 Inquérito por questionário
Total 21 Observação/Entrevista
Fonte: autora, 2022.

Estes todos serão escolhidos intencionalmente porque são actores directo do caso em
análise. Além disso. Considera-se que este número é relativamente suficiente para fornecer os
dados, porém facilitará na recolha, análise e interpretação dos dados.

8
Dos 8 à 15 anos de idade.
23

3.9.Cronograma de actividades
Tabela2: Representando Cronograma de actividades

2018 2021 2022

Actividades
Outubro Novembro – Janeiro; Abril Junho ou
Dezembro e Maio Julho
Constatação do problema
Elaboração do projecto de pesquisa
Entrega do projecto de pesquisa
Rectificação de projecto de Pesquisa

Realização da pesquisa

Processamento de dados

Defesa da monografia científica

Fonte: Autora, 2022.

3.10. Orçamento
Tabela 3: Representando Orçamento

Nº Material Quantia Preço Subtotal


01 Bloco de notas 02 50 50
02 Esferográficas 05 50 50
03 Impressão/Encadernação 3 Exemplares 145 145
04 Material para dar 30 000 30 000 30 000
05 Combustível para transporte 20 000 20 000 20 000
06 Imprevistos 5000 5000
07 Total 55. 245 000 Mt
Fonte: Autora, 2022.
24

Referência bibliográfica
Almeida Filho N, Coelho MTA e Peres (1999). O conceito de saúde mental. Revista USP, 43, p.
100-125: Disponível em: https://bit.ly/2ztsYE1

Araújo, Manuel. (1997). G.M. Cidade de Maputo, Espaços; Constrangimentos: Do Urbano ao


Rural. Maputo, Editora Finisterra,

Child Protection Working Group [CPWG]. (2012, dezembro). Child protection rapid assessment
toolkit. Genebra, Suiça: Global Protection Cluster.

Diaz Varela, A., Kelcey, J., Reyes, J., Gould, M., & Sklar, J. (2013). -Learning and resilience:
The crucial role of social and emotional wellbeing in contexts of adversity-. Washington, EUA:
World Bank Group.

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª Edição. São Paulo: Editora Atlas.

Hitesh Bhasin (2018). Análise de Situação. Marketing. Retirado de: marketing.com.

IASC Reference Group for Mental Health and Psychosocial Support in Emergency Settings.
(2010). Mental health and psychosocial support in humanitarian emergencies: What should
humanitarian health actors know?. Genebra, Suiça: IASC.

INEE (2021). Crianças Desacompanhadas e Separadas da Família. Disponível em:


https://inee.org/pt/eie-glossary/criancas-desacompanhadas-e-separadas-da-familia

INEE. (2010a). Minimum standards for education: Preparedness, response, recovery. Nova
Iorque, NI, EUA: Retirado de http://toolkit.ineesite.org/inee_minimum_standards/handbooks

INEE. (2010b). Pocket guide to supporting learners with disabilities. Genebra, Suiça: INEE

Kalin, W. (2003). The Legal Dimension. Forced Migration Review. vol. 17, fev.

Köche, José Carlos. (2009). Fundamentos de metodologia científica. Teoria da ciência e


iniciação à pesquisa. 26ª ed. Petrópolis: Vozes,

Macamo, Sérgio & Ngoenha, Elias Severino (2016). Moçambique lugar de interrogação.
Maputo: UEM,
25

Mozambique children (2008). Boletim da Republica, I SÉRIE - Número 28. Maputo,

Novela, Elísio Arão. (2017). A Mendicidade Infantil Como Estratégia de Sobrevivência das
Famílias Carenciadas: Caso do Bairro Central “C”, Cidade de Maputo (2003 – 2017).
Universidade Pedagógica-Maputo,

UNICEF Moçambique. (2010). Pobreza Infantil e Disparidade em Moçambique. Maputo, p 141-


175.Disponivel em www.unicef.org.mz/.../CPD-sumaro.pdf.

Rego, T. C. (2002). Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea. Moderna. São


Paulo.
XXVI

Apêndice
XXVII

Apêndice: I

INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO LÍDERES COMUNITÁRIOS DO


CENTRO DE ACOLHIMENTO DE NACACA

“OS DESLOCADOS DE TERRORISMO EM CABO DELGADO: UMA ANÁLISE


SOBRE O APOIO PSICOSSOCIAL ÀS CRIANÇAS DESACOMPANHADAS NO
CENTRO DE ACOLHIMENTO DE NACACA - MONTEPUEZ (2018-2021)”

Nível académico Idade Ocupação

____________________ ____________________ _________________

Estimado (a), o presente questionário é uma parte integrante do trabalho de pesquisa a ser
desenvolvido pela Yumna Adamo, estudante do curso de Psicologia, na Universidade Rovuma.
O objectivo principal do mesmo é Analisar o nível do apoio psicossocial à crianças
desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca;
Agradece-se com muita estima, a sua contribuição é de extrema importância pois servirá
exclusivamente para os fins académico.
Data de entrevista ____/___/_______.
O apoio psicossocial envolve acções e atitudes filantrópicas de pessoas com renda sustentável
para com outras que estão numa situação de vulnerabilidade. São doados bens matérias como
vestuário, comida e outros itens, também, ajuda psicológica com vista a assegurar e resgatar a
saúde mental das vítimas.

1. Sendo crianças que sofrem e sofreram e estão nestas precárias condições pode nos
dizer quem presta apoio humanitário a crianças desacompanhadas no centro de
Nacaca?
a) ONGs
b) Governo
c) Pessoas singulares
d) Ceitas religiosas
2. Que tipo de ajuda as crianças desacompanhadas recém?
a) Alimentação
b) Insumos agrícolas ou Itens de produção
XXVIII

c) Material de construção
d) Vestuário
e) Conselhos de ajuda psicológica
3. Que organização governamental ou não governamental presta apoio psicológico a
crianças desacompanhadas em Nacaca?
a) AVSI
b) MEDICUS SEM FRONTEIRA
c) ADRA
d) CRUZ VERMELHA
e) MEDICUS MUNDI
f) PMA
g) SAVE THE CHILDREM
h) OUTROS MENCIONE
4. De que forma estas organizações prestam apoio psicológico às crianças
desacompanhadas de Nacaca?
a) Envio de psicólogos e activistas e promotores de saúde mental
b) Criam centros de apoio mental
c) Criação de comités de apoio psicológico dentro da comunidade deslocada de Nacaca
d) Outros mencione _____________________________________.
5. Qual é o nível de satisfação em relação ao apoio social e psicológico dado às crianças
desacompanhadas?
a) Satisfeitos
b) Muitos satisfeitos
c) Não satisfeitos
d) Não sabe
6. O que gostaria que as organizações governamentais e não-governamentais fizessem
em prol do apoio psicológico e social?
Argumente_______________________________________________________________
________________________________________________________________________
“É preciso que se faça sentir a intervenção Psicologia na comunidade para que haja o bem-estar social e
mental”.
“MONTEPUEZ”
XXIX

Apêndice: II

INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AS CRIANÇAS


DESACOMPANHADAS DO CENTRO DE ACOLHIMENTO DE NACACA

“OS DESLOCADOS DE TERRORISMO EM CABO DELGADO: UMA ANÁLISE


SOBRE O APOIO PSICOSSOCIAL ÀS CRIANÇAS DESACOMPANHADAS NO
CENTRO DE ACOLHIMENTO DE NACACA - MONTEPUEZ (2018-2021)”

Nível académico Idade Ocupação

____________________ ____________________ _________________

Estimado (a), o presente questionário é uma parte integrante do trabalho de pesquisa a ser
desenvolvido pela Yumna Adamo, estudante do curso de Psicologia, na Universidade Rovuma.
O objectivo principal do mesmo é Analisar o nível do apoio psicossocial à crianças
desacompanhadas no centro de acolhimento de Nacaca;
Agradece-se com muita estima, a sua contribuição é de extrema importância pois servirá
exclusivamente para os fins académico.
Data de entrevista ____/___/_______.
O apoio psicossocial envolve acções e atitudes filantrópicas de pessoas com renda sustentável
para com outras que estão numa situação de vulnerabilidade. São doados bens matérias como
vestuário, comida e outros itens, também, ajuda psicológica com vista a assegurar e resgatar a
saúde mental das vítimas.

1. Como vocês vivem aqui?


a) Bem
b) Mal
c) Normal
d) Não s
2. Vocês recebem apoio?
a) Governo
b) ONGs
c) Ceitas religiosas
d) Pessoas singulares
XXX

3. Em que vos apoiam?


a) Roupa
b) Alimento
c) Outros _____ quais? ____________
4. As ONGs e o Governo garante educação para vós?
Sim ______ ou Não ______!
5. Vocês são satisfeitos pelo apoio que recebem?
a) Muito
b) Pouco
c) Não são satisfeitos
6. Vocês têm acesso a escola?
Sim ______ ou Não ________.

“É preciso que se faça sentir a intervenção Psicologia na comunidade para que haja o
bem-estar social e mental”.
“MONTEPUEZ”

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