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MONU-EM 2018

Manual do Delegado
Escola Estadual Ministro Costa Manso
Manual do delegado

Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo – ERESP


Secretaria de Estado de Educação do Estado de São Paulo
Modelo das Nações Unidas para o Ensino Médio – MONU-EM

Escola Estadual Ministro Costa Manso


Professor Responsável: Marcelo de Oliveira Léo
E-mail para contato: marceloleo@prof.educacao.sp.gov.br

Apoio:
AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Embaixadora Débora Barenboim-Salej, chefe do Escritório de Representação


do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo (ERESP), por acolher esta iniciativa de aproximar
os alunos de Ensino Médio de escolas da rede pública de ensino do Estado de São Paulo às simulações
modelo ONU.
Agradecemos, também, a confiança do Secretário de Educação do Estado de São Paulo, José
Renato Nalini, bem como da Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste, que acolheram a proposta
do ERESP para esse trabalho pioneiro no Estado de São Paulo e mesmo no Brasil.
Nossa gratidão, igualmente, à direção e coordenação da Escola Estadual Ministro Costa Manso
que receberam com entusiasmo a equipe do ERESP e demonstraram inequívoca disposição para essa
parceria.
À Embaixada da Suíça no Brasil, que abraçou a iniciativa, proporcionando o financiamento
que possibilitou a confecção de todos os materiais necessários, dando vida ao Projeto MONU-EM do
ERESP.
À organização da sociedade civil Imagem da Vida, pelo indispensável apoio na gestão
administrativa do Projeto.
À Professora Regina Mara da Fonseca, Coordenadora do MONU-EM do Colégio
Bandeirantes, bem como aos estagiários dessa escola, que não hesitaram em abrir suas portas para nós
e permitir que nos inspirássemos e pudéssemos utilizar alguns dos materiais já criados no passado para
o presente Projeto.
Além disso, agradecemos a todos aos estudantes que colaboraram imensamente para
concretização do Projeto, a saber: Leonardo Hidalgo Racy, responsável por adaptar as Regras de
Procedimento ao Projeto; Giovana Dias Branco, pela elaboração do Guia de Estudos; e Martina Mattar
Basile De Donno, pela contribuição artística aos materiais.
Por fim, à equipe MONU-EM do ERESP, formada pela Embaixadora Irene Vida Gala, pela
Secretária Mariana Flores da Cunha Bierrenbach Benevides e, especialmente, pelos estagiários,
Mariana Rossi Corrêa Meyer, Marina Pisati Pera, Cassio Tales Castanho Caetano, Larissa Miguel
Tomita, Jade Stoppa Pires, Enrico Cipelli Alves, que, com sua experiência pessoal anterior em
modelos de simulação, prestaram imensa contribuição ao planejamento do Projeto, elaboração de
materiais e pesquisa.
escola estadual ministro costa manso monu-em

SUMÁRIO

1. O QUE É MONU-EM? .............................................................................................................. 9


1.1. Objetivos ...................................................................................................................................... 9
2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS .......................................................................................... 10
2.1. Estado ......................................................................................................................................... 11
2.1.1. Soberania.................................................................................................................................... 11
2.1.2. Território .................................................................................................................................... 11
2.1.3. Povo ........................................................................................................................................... 12
2.2. Sociedade ................................................................................................................................... 12
2.3. Governo...................................................................................................................................... 12
2.4. Política ....................................................................................................................................... 12
2.5. Sistema Internacional ................................................................................................................. 13
2.6. Ordem Mundial .......................................................................................................................... 13
3. ONU: HISTÓRIO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO ................................................ 14
3.1. Origem da Organização das Nações Unidas .............................................................................. 14
3.2. Estrutura da ONU ...................................................................................................................... 14
4. REGRAS DE PROCEDIMENTO .......................................................................................... 21
5. DOCUMENTOS ...................................................................................................................... 24
5.1. Documento de Posição (DPO) ................................................................................................... 24
5.2. Documento de Trabalho ............................................................................................................. 26
5.3. Agenda de Trabalho ................................................................................................................... 27
5.4. Proposta de Resolução / Documento de Resolução ................................................................... 28
6. DICAS DE ESTUDOS: PREPARAÇÃO DOS DELEGADOS ........................................... 29
6.1. Recolhendo Informações ........................................................................................................... 30
6.2. Dicas para a Pesquisa ................................................................................................................. 30
6.3. Opiniões e Fatos ......................................................................................................................... 31
6.4. Fontes Recomendadas ................................................................................................................ 31
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1. O QUE É MONU-EM?

O Modelo da Organização das Nações Unidas para o Ensino Médio (MONU-EM) é uma
disciplina eletiva na área de Relações Internacionais, diplomacia e política externa, que culmina em
uma aplicação prática dos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso. Ao final do programa, ocorre
uma simulação de um comitê da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os participantes são alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Ministro Costa Manso,
assistidos por diplomatas e estagiários do Escritório de Representação do Ministério das Relações
Exteriores em São Paulo (ERESP) e por professores da Escola.
Os modelos surgiram na Universidade de Harvard há mais de 40 anos e foram replicados no
mundo inteiro. No Brasil, o projeto MONU foi criado por estudantes da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1999, adaptado posteriormente para estudantes secundaristas com
o nome MONU-EM, implantado a partir de 2001 em vários colégios de São Paulo, sendo o Colégio
Bandeirantes a primeira escola brasileira a implantar o Modelo da ONU em sua grade curricular. Em
2018, o ERESP escolheu o MONU-EM do Colégio Bandeirantes como inspiração principal para seu
próprio Projeto, pioneiro na rede pública de ensino do Estado de São Paulo.
Este Projeto é uma parceria entre o ERESP, o Colégio Bandeirantes, a Secretaria de Estado de
Educação do Estado de São Paulo e a Escola Estadual Ministro Costa Manso, onde as aulas são
ministradas. O Projeto oferece aos alunos diferentes cenários de estudo para que eles protagonizem seu
processo de aprendizagem juntamente com a formação acadêmica, construindo sua identidade social.

1.1. Objetivos

Ao participarem desse evento, os alunos estarão representando países, incorporando, dessa


forma, o papel de seus representantes na comunidade internacional. Para tanto, será crucial para os
estudantes buscar informações quanto à política externa e às peculiaridades culturais do país
representado.
Vale lembrar que a participação no Modelo das Nações Unidas estará estimulando a arte da
negociação, desenvolvendo o trabalho em grupo, a capacidade de retórica e oratória e, sobretudo,
incentivando os alunos a buscarem resolver os problemas de forma consensual.
Os estudantes serão levados a pesquisar a história, a cultura, a política externa e a posição do
país representado frente a um conjunto antagônico de interesses relacionados aos problemas discutidos.
Táticas e estratégias serão necessárias para que beneficiem seus países e contribuam com o
bem-estar mundial.
Seu objetivo é, portanto, desenvolver nos estudantes uma consciência crítica para os problemas
que afetam o mundo, preparando-os para uma realidade multicultural e globalizada.
Podemos destacar os seguintes objetivos:


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representar os interesses diplomáticos de um determinado país sobre temas de interesse


nacional e internacional, que estejam relacionados com o conteúdo do Ensino Médio;
pesquisar e apresentar propostas para solucionar eventuais problemas referentes ao tema em
questão;
desenvolver a arte da negociação diplomática em equipe;
praticar o uso de linguagem formal em situações de conflito;
estimular o espírito de prontidão para tomada de decisões, em pesquisas e em debate;
desenvolver a habilidade para preparação de relatórios e propostas de trabalho;
dimensionar os conhecimentos formais adquiridos em sala de aula;
possibilitar a inserção do adolescente no mundo globalizado.
O Modelo é um exercício de aprendizagem que visa à aplicação dos princípios da diplomacia
multilateral pelos alunos que terão como objetivo encontrar soluções de forma consensual e cooperativa.
Além de ser uma oportunidade de praticar a arte da diplomacia, o Modelo das Nações Unidas
proporciona um ambiente de diversidade cultural e um momento de familiarização com as regras e
procedimentos que regem o foro de negociações da comunidade internacional.

2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Quando lidamos com as Relações Internacionais, é impossível não nos depararmos diretamente
com a existência da instituição chamada Estado. Isso ocorre porque, de fato, o Estado é o principal
agente das Relações Internacionais; é por ele e para ele, na grande maioria dos casos, que se configuram
os relacionamentos no cenário global. Mas, afinal, o que é o Estado?
O conceito de Estado pode parecer simples, mas a verdade é que diversos pensadores, como
Aristóteles (séc. IV a.C.), Santo Agostinho (séc. IV), Maquiavel (séc. XV), Bodin, Hobbes (séc. XVI),
Locke, Montesquieu e Rousseau (séc. XVIII) – só para citar alguns dos mais importantes –, dedicaram-
se ao longo da história a responder essa pergunta. Não existe, no entanto, uma única solução a esse
dilema, tendo em vista que os autores viveram em diferentes épocas e sociedades.
A expressão "Estado" deriva do latim status, que significa estar firme, indicando uma situação
de permanente convivência em uma sociedade política. Em outras palavras, o Estado é o âmbito onde
ocorrem as interações entre os indivíduos das sociedades, como as trocas econômicas e as relações
políticas e sociais que se dão entre as pessoas. Assim, a existência do Estado requer a prévia existência
da sociedade. O papel do Estado é, portanto, garantir que a sociedade possa praticar uma convivência
regrada pela força da lei, não permitindo assim que os direitos de um indivíduo interfiram nos direitos
do outro. Além disso, para garantir a lei e a ordem, o Estado está sempre em mãos de uma autoridade,
como um rei, uma república, um parlamento ou até mesmo um ditador.

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2.1. Estado

É uma instituição organizada política, social e juridicamente ocupando um território


definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo,
também possuindo soberania reconhecida interna e internacionalmente. O Estado é responsável
pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força (coerção). As
bases do Estado foram determinadas na história mundial com a Ordem de Wetsfalia, em 1648. A
instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-
se como "casa forte" das leis, que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade.
Em suma, Estado é sinônimo de país, se tomarmos por base o contexto atual. É o ambiente onde
os cidadãos habitam, circulam, compram e vendem, praticam seus direitos políticos, dentre outras
atividades, sempre resguardados pela lei que emana da autoridade superior – o governo. Vale ressaltar
aqui que Estado e governo são instituições distintas: a primeira é a que organiza e controla a convivência
social, e a segunda é a que lidera o Estado. Durante os séculos, os estudiosos que buscaram definir suas
características chegaram a um ponto em comum: o Estado é composto por três elementos essenciais,
sendo esses a soberania, o território e o povo. Estudaremos a seguir cada um desses conceitos.

2.1.1. Soberania

Segundo a definição de Jean Bodin, é o "poder absoluto e perpétuo de uma República". É o


direito exclusivo de uma autoridade sobre uma área geográfica, grupo de pessoas, ou sobre um
indivíduo. A soberania sobre uma nação é geralmente atributo de um governo ou de outra agência de
controle política; apesar de que existem casos em que esta soberania é atribuída a um indivíduo (como
na monarquia, na qual o líder é chamado genericamente de soberano). Entende-se por soberania a
qualidade máxima de poder social através da qual as normas e decisões elaboradas pelo Estado
prevalecem sobre as normas e decisões emanadas de grupos sociais intermediários, tais com: a família;
a escola; a empresa, a igreja, etc. Nesse sentido, no âmbito interno, a soberania estatal traduz a
superioridade de suas diretrizes na organização da vida comunitária. A soberania se manifesta,
principalmente, através da constituição de um sistema de normas jurídicas capaz de estabelecer as
pautas fundamentais do comportamento humano. No âmbito externo, a soberania traduz, por sua vez, a
ideia de igualdade de todos os Estados na comunidade internacional.

2.1.2. Território

É a superfície terrestre de um Estado, seja ele soberano ou não. De acordo com as teorias
gerais de Estado, diplomacia, relações internacionais e nacionalidade, o território é uma das condições
para a existência e o reconhecimento de um país (sendo os outros dois a nação e o Estado). Por isso,
existem determinados casos de entidades soberanas que não são consideradas países, como Estados sem



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território (Autoridade Nacional Palestina e a Ordem Soberana dos Cavaleiros de Malta) ou nações sem
território (os ciganos e os curdos).

2.1.3. Povo

É um grupo de indivíduos que se definem como uma comunidade humana de acordo com
suas tradições culturais comuns, onde se inclui a etnia (divisão da sociedade em grupos a partir da
seleção de características comuns a um conjunto de pessoas que as diferenciem de outro), língua,
religião, mentalidade predominante, educação), diferenciação geográfica, história, e, essencialmente,
um sentimento generalizado nesse grupo de indivíduos que comungam de uma mesma vontade (ou
destino), apesar das diferenças individuais de cada um, o que os leva a defender o seu direito de
autodeterminação.
Com a Revolução Francesa, o termo "nação" foi utilizado para identificar o povo. É nesta
acepção política que emergem os Estados-nação europeus, para os quais a concepção de nação como
um grupo de pessoas unidas por laços naturais e com a convicção de querer viver em coletivo é
necessária.

2.2. Sociedade

A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação amistosa com outros",
sendo assim, é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes, e
que interagem entre si constituindo uma comunidade organizada. Tal termo é muitas vezes usado
como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam
com o bem-estar cívico.

2.3. Governo

É o nome dado à administração de um Estado num determinado momento, isto é, o


conjunto de pessoas que está sob a liderança da instituição estatal ou da nação. Normalmente
chama-se o governo ou gabinete ao conjunto dos dirigentes executivos do Estado, ou ministros (por
isso, também se chama Conselho de Ministros). Podemos tomar como exemplo o Governo Lula (do
presidente Luís Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2010) e o Governo FHC (do presidente Fernando
Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002): são governos distintos, compostos por líderes diferentes e com
políticas diferentes, mas sob o comando do mesmo Estado, o Brasil.

2.4. Política

É a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse


público: política financeira, política educacional, política social, defesa nacional, controle de fronteiras
etc. Para muitos pensadores, política é a ciência moral normativa do governo da sociedade civil. (Alceu

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Amoroso Lima – Política, 4.a edição, pág. 136). Outros a definem como conhecimento ou estudo "das
relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do
poder do Estado e entre os Estados". (Eckardt – Fundamentos de la Política, pág. 14).

2.5. Sistema Internacional

O Sistema Internacional pode ser caracterizado pela interação entre os Estados Nacionais. A
origem do Sistema Internacional se deu com o intuito de estabelecer uma comunicação eficaz entre os
Estados a fim de evitar futuras guerras. Essa relação é importante para os atores envolvidos pois facilita
a coleta de informações, estimula hábitos de cooperação e auxilia resolução de conflitos. Além disso, a
interação traz um aspecto de previsibilidade: conhecer o comportamento de outro Estado é saber o que
esperar dele, o que é útil não só em momentos de guerra, mas, principalmente, para firmar acordos e
alianças.
O Sistema Internacional tem um caráter anárquico. Isso significa que não há uma instituição
acima dos Estados Nacionais, que seja capaz de julgá-los e puni-los. Prevalece, então, o princípio da
soberania dos Estados.
Vale ressaltar que, num mundo globalizado, os Estados não são os únicos atores das relações
internacionais, embora ainda sejam considerados os mais importantes. Empresas, ONGs, a sociedade
civil e personalidades, para citar alguns, podem ser considerados importantes atores transnacionais no
Sistema Internacional.

2.6. Ordem Mundial

Ordem mundial significa coesão e coerência entre os Estados Nacionais. Essa ordem pode ser
percebida pelos valores, ideias, decisões, instituições e normas comuns, compartilhados entre os atores
internacionais. Não é estática; ao contrário, muda de tempos em tempos, de acordo com a conjuntura
internacional.
Como exemplo, pode ser citada a ordem mundial bipolar presente na Guerra Fria. De um lado,
o Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos, que dispunha de valores comuns. Do outro, o Bloco
Soviético, cujos valores eram compartilhados entre os países de regimes socialistas, mas contrários ao
Bloco Ocidental. Assim, pode-se dizer que havia uma ordem mundial que, embora fosse bipolar,
mostrava coesão entre os atores.
No momento pós-Guerra Fria, a ordem mundial foi considerada unipolar. A hegemonia
americana em termos militares, políticos e econômicos era evidente. Assim, era perceptível a coesão
entre os atores. A coesão não significa paz ou total acordo entre os Estados, mas sim, um quadro de
estabilidade e preponderância de certos valores, instituições e normas. Atualmente, acredita-se que a
ordem mundial é multipolar.



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3. ONU: HISTÓRICO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

3.1. Origem da Organização das Nações Unidas

A Segunda Guerra Mundial deixou o mundo devastado. Naquele momento, a comunidade


internacional, fragilizada pelo prolongamento do conflito, urgia por paz. Pairava entre as nações o
sentimento de que um episódio como aqueles, com tamanhas proporções e consequências, jamais
deveria se repetir. Para que a paz fosse restaurada, o Eixo – aliança militar entre Alemanha, Itália, Japão
e outros países – precisava ser derrotado.
Em fevereiro de 1945, o presidente americano, Franklin Roosevelt, o primeiro-ministro
britânico, Winston Churchill, e o líder da União Soviética, Josef Stálin, reuniram-se para a Conferência
de Yalta. Além de discutirem medidas a serem adotadas ao final da Segunda Guerra, os líderes
definiram aspectos importantes sobre a ONU, como a presença da União Soviética no organismo, e a
deliberação de quais países formariam o Conselho de Segurança e teriam o poder de veto – sendo eles
Estados Unidos, Reino Unido, França, China e União Soviética.
Dois meses depois, os soviéticos cercariam Hitler e suas tropas remanescentes em Berlim,
culminando assim com a derrocada do nazismo e o fim da Segundo Guerra Mundial. O encerramento
do conflito traria ao mundo um novo contexto, permitindo assim novos avanços rumo à criação efetiva
das Nações Unidas.
A mais importante das conferências teve início no dia seguinte à queda de Berlim. No dia 25
de abril de 1945, representantes de 50 países reuniram-se em São Francisco para a Conferência sobre
Organização Internacional. Passados dois meses, a reunião se encerrou, e os países finalmente
concluíram e assinaram a Carta das Nações Unidas. Esse é o documento que deu origem formal à ONU,
delimitando assim qual o âmbito de atuação do organismo e determinando sua estrutura e
funcionamento. A Polônia, que não estava presente da conferência, assinou posteriormente à Carta,
somando-se assim 51 países fundadores, entre os quais o Brasil.
Oficialmente, a Organização das Nações Unidas só passou a existir a partir de 24 de outubro de
1945, quando a Carta das Nações Unidas foi ratificada pelos Estados Unidos, Reino Unido, França,
China e União Soviética – os membros do Conselho de Segurança – e uma grande quantidade de outros
países. Desde então, a organização está compromissada com a promoção da paz e do desenvolvimento,
com base em preceitos de justiça, dignidade humana e bem-estar social.
Atualmente, a ONU é composta por 193 Estados-membros. O último Estado a aderir à
organização foi o Sudão do Sul, em 14 de julho de 2011, por meio de uma resolução da Assembleia
Geral.

3.2. Estrutura da ONU

Em seu artigo 7, parágrafo 1, a Carta das Nações Unidas prevê o estabelecimento de 6 órgãos:

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a) Assembleia Geral;
b) Conselho de Segurança;
c) Conselho Econômico e Social;
d) Conselho de Tutela;
e) Corte Internacional de Justiça;
f) Secretariado.

Com exceção da Corte Internacional de Justiça, que é sediada na cidade holandesa de Haia,
todos os órgãos estão situados na sede da ONU, que se localiza em Nova York.
Além desses órgãos principais, a ONU ainda conta com a colaboração de organizações
relacionadas, agências especializadas, programas e fundos que a auxiliam no cumprimento de suas
tarefas e na concretização de suas decisões.

Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU)


A Assembleia Geral das Nações Unidas é o órgão no qual todos os Estados-membros têm direito
a tomar parte integralmente. Em outras palavras, todo país que faz parte da ONU tem representação
permanente na AGNU. Além disso, os votos de todos os países têm o mesmo peso: cada Estado tem
direito a um único voto, não havendo assim distinção entre eles.
A AGNU tem poderes para discutir e deliberar sobre a segurança e a paz mundiais, a admissão
e expulsão de membros, a eleição de membros rotativos do Conselho de Segurança, o orçamento da
organização, a formulação de recomendações políticas e econômicas, dentre muitos outros assuntos.
A reunião da Assembleia Geral ocorre anualmente em sessão ordinária. Tal sessão ocorre
sempre na terceira terça-feira do mês de outubro. Além desta, existem também as sessões
extraordinárias, que podem ocorrer a pedido do Conselho de Segurança, por requisição da maioria dos
Estados-membros ou ainda por meio das determinações da resolução "Uniting for Peace" (União para
a Paz) – mecanismo pelo qual a Assembleia deve se encontrar, mediante requisição do Conselho de
Segurança ou da maioria dos Estados-membros, caso haja uma questão de extrema relevância a ser
discutida.
Além das sessões, a Assembleia Geral cumpre suas tarefas por meio de comissões principais.
As comissões elaboram propostas dentro de temas delimitados, possibilitando assim um maior enfoque
e mesmo maior produtividade. A votação da proposta, no entanto, é submetida ao plenário da
Assembleia – ou seja, é votada quando os Estados-membros estiverem em sessão plenária. Ao todo, são
seis comissões:
a) Desarmamento e Segurança Internacional (DSI);
b) Econômica e Financeira (ECOFIN)
c) Social, Humanitária e Cultural (SOCHUM)
d) Tutela


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e) Administrativa e Orçamentária;
f) Jurídica;
g) Comissão Política Especial (SPECPOL).
Vale citar também a existência de comissões especiais e programas parceiros da ONU que
trabalham de forma contínua, e não somente nos três meses em que perduram os períodos de sessão
ordinária.
Por último, é importante citar que as resoluções da AGNU não têm caráter vinculativo. Em
outras palavras: uma decisão tomada no âmbito da Assembleia Geral não visa a obrigar nenhum Estado
a cumprir com o que foi deliberado. Afirma-se, portanto, que uma resolução da AGNU tem forte caráter
recomendatório, visto que desobedecê-la implica em grande desaprovação por parte dos demais países
do cenário internacional, podendo recair fortes sanções sobre o país que desacatar a resolução.

Conselho de Segurança (CS)


O Conselho de Segurança é o principal órgão encarregado de garantir a segurança, a paz e a
estabilidade internacionais. Dele, fazem parte 5 membros permanentes – Estados Unidos, Reino Unido,
França, Rússia (ex-União Soviética) e China, também conhecidos coloquialmente como "P–5" – e 10
membros não-permanentes, que têm mandato de 2 anos e são escolhidos pela AGNU para ocupar tal
posição.
Cada membro do CS tem direito a um voto. No entanto, diferentemente da AGNU, na qual há
igualdade de peso entre os votos, o CS possui o chamado poder de veto, que é dado somente aos 5
membros permanentes. O veto funciona da seguinte maneira: se 14 dos países votarem a favor de uma
determinada resolução, mas qualquer um dos membros permanentes votar contra, a proposta não é
aprovada, pois o país fez uso de seu poder de veto.
Vale citar também que, para que uma resolução seja aprovada, são necessários 9 dos 15 votos
do CS. Assim, mesmo se todos os membros permanentes votarem a favor da proposta de resolução,
mas ao menos 9 membros não-permanentes votarem contra, ela está também desaprovada. Esse
mecanismo é informalmente conhecido como “6.o veto”.
Ao CS se delega os poderes de examinar controvérsias que possam desencadear em grandes
conflitos, solicitar a não-agressão entre partes em tensão, determinar que os Estados pratiquem sanções
ao Estado que envolver-se por vontade própria em conflito, empreender ações militares e de paz – as
chamadas peacekeeping operations –, dentre outras tarefas.
O período de reuniões do CS vigora permanentemente, e isso significa que o órgão funciona
continuamente. Assim, cada país delega representantes para estarem sempre presentes às reuniões do
Conselho, que podem ser ordinárias – ocorrendo, portanto, nas datas agendadas – ou extraordinárias –
ocorrendo quando há alguma urgência em deliberar-se sobre uma crise internacional. Além dos
representantes dos Estados-membros, o CS pode convocar a presença de representantes de outros países

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como observadores, se for necessário. Nesse caso, como observadores, os Estados convidados não
podem votar.
Atualmente, muito se discute a respeito de uma reforma estrutural do Conselho de Segurança.
Muitos países reclamam o direito de possuir status de membro permanente do órgão, alegando que a
nova geopolítica internacional já não permitiria que tal posição fosse somente atribuída aos Estados
Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. Os principais Estados que lutam por esse direito são o
Japão, a Alemanha – responsáveis, respectivamente, pela segunda e terceira maior contribuição
orçamentária anual da ONU – a Índia e o Brasil – responsáveis pela maior contribuição com tropas nas
Nações Unidas. Tal reforma, no entanto, parece ainda estar longe de se concretizar, visto que ela precisa
ser aprovada pelo atual Conselho de Segurança sem ser vetada por nenhum dos membros permanentes
no poder, algo que se mostrou improvável nas últimas vezes que a proposta foi discutida no âmbito da
AGNU.

Conselho Econômico e Social (ECOSOC)


O Conselho Econômico e Social é o principal responsável por coordenar os trabalhos
econômicos e sociais das Nações Unidas, trabalhando em conjunto com 15 agências especializadas da
ONU. Além disso, o ECOSOC recebe relatórios de outros programas e fundos, obtendo assim as
informações necessárias para formular recomendações relacionadas ao desenvolvimento, comércio
internacional, industrialização, recursos naturais, direitos humanos, condição da mulher, população,
ciência e tecnologia, prevenção de crime, bem-estar social e outras questões relacionadas à economia e
sociedade.
O ECOSOC é composto de 54 Estados-membros, eleitos pela Assembleia Geral para cumprir
mandatos de 3 anos.

Conselho de Tutela
O Conselho de Tutela foi criado para supervisionar a administração de territórios sob regime
de tutela internacional. Os territórios tutelados são aqueles que se encontravam sob condição de
protetorado de Estados colonizadores; em outras palavras, eram territórios sob administração
estrangeira, não-independentes. Com a criação do Conselho de Tutela, esses territórios deixaram de ser
administrados por Estados e passaram a ficar sob os cuidados da ONU. Assim, coube a este Conselho
promover o progresso e o desenvolvimento nesses territórios, permitindo o estabelecimento de governos
autônomos e Estados independentes.
No dia 1.o de novembro de 1994, um mês após ter-se concretizado a independência do Palau –
último território a sob tutela internacional a se tornar independente –, o Conselho de Tutela decretou a
suspensão de suas atividades, tendo em vista que os objetivos do órgão foram completamente atingidos.
O Conselho, no entanto, ainda existe e pode se reunir a pedido de seus membros, da Assembleia Geral
ou do Conselho de Segurança. Para ser formalmente eliminado, é necessário a aprovação de uma revisão


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da Carta das Nações Unidas, inalterada desde sua assinatura em 1945 e sem previsão de futuras
alterações, fator pelo qual o Conselho de Tutela ainda existe.

Corte Internacional de Justiça (CIJ)


Sediada em Haia, na Holanda, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) – coloquialmente
conhecida como Corte de Haia – é o principal órgão judiciário da ONU. Podem ser julgados pela Corte
ou recorrer a ela todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte. Outros Estados só poderão ter
acesso ao tribunal mediante estipulação do Conselho de Segurança.
A Corte Internacional de Justiça é composta por 15 juízes-membros eleitos pela AGNU e pelo
CS. Um juiz tem mandato de nove anos, podendo ser reeleito, se assim concordarem os mesmos órgãos
que o elegeram. Esses juízes, além de ficarem responsáveis pelos julgamentos internacionais levados à
Corte, são também incumbidos de fornecerem pareceres jurídicos ao CS, à AGNU e até mesmo às
agências especializadas.
Somente países podem submeter um processo à Corte e por ela serem julgados – jamais
indivíduos. Assim, os Estados comprometem-se, antes do julgamento, a acatar as decisões do tribunal
quanto estipuladas para o caso que estiver em questão.
O julgamento de indivíduos é papel exclusivo do Tribunal Penal Internacional, estabelecido de
forma permanente em 2002, também em Haia, para julgar responsáveis por crimes de guerra, genocídios
e crimes contra a humanidade quando tribunais nacionais não quiserem ou não forem capazes de realizar
o julgamento.

Secretariado
O Secretariado é o órgão responsável por administrar a ONU e dar todo tipo de apoio aos outros
órgãos. Em outras palavras, é o Secretariado que está nos bastidores da organização, cuidando de tarefas
como agendamento e preparação de reuniões, produção de documentos, fornecimento de informações,
entre outras.
O chefe do Secretariado é o Secretário-Geral, que também cumpre o papel de porta-voz das
Nações Unidas. O Secretário-Geral é indicado pelo Conselho de Segurança e nomeado pela Assembleia
Geral. Sua principal função é chefiar o vasto grupo de funcionários que compõem a organização,
atuando desde a escolha destes até a supervisão de suas tarefas e atividades. Atualmente, António
Guterres, de nacionalidade portuguesa, é quem ocupa o cargo – substituindo Ban Ki-moon, da Coreia
do Sul, que cumpriu 2 mandatos e deixou o posto em 1.o de janeiro de 2017.

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Organizações Relacionadas, Agências Especializadas, Programas e Fundos
A ONU conta com o auxílio de diversos outros organismos na realização de suas tarefas. Neste
tópico, citaremos brevemente aqueles que têm maior destaque e importância para nosso estudo:
AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica: criada em 1957, tal agência tem o
propósito de promover o uso pacífico de energia nuclear e evitar a proliferação de armas
nucleares. A princípio, a organização era autônoma em relação à ONU, mas hoje faz parte da
organização – apesar de ainda manter certa independência. Sua sede fica em Viena, na Áustria;
ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados: desde seu
estabelecimento, em 1951, tal organismo é responsável por proteger e dar assistência aos
refugiados, além de dar-lhes auxílio na ocasião de retorno à sua pátria. É sediada em Genebra,
na Suíça;
FMI – Fundo Monetário Internacional: em funcionamento desde a ratificação do Acordo de
Bretton Woods, em 1945, o FMI é uma organização internacional autônoma em relação à ONU,
mas que com ela coopera. Os objetivos deste organismo internacional são vigiar o sistema
financeiro global e conceder assistência técnica e financeira a países-membro – que são os
mesmos que integram a ONU, com exceção da Coréia do Norte, Cuba, Mônaco, Liechtenstein,
Andorra, Tuvalu e Nauru – que procurem seu auxílio. A sede se localiza em Washington, D.C.,
nos EUA;
Grupo do Banco Mundial: tal organização, assim como o FMI, entrou em vigor pela
ratificação do Acordo de Bretton Woods, em 1945. Dentre suas funções, está a de emprestar
dinheiro aos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento para reconstruir a economia destes
e elevar o nível de vida da sociedade. Grupos privados, no entanto, também podem recorrer à
ajuda do Banco Mundial, desde que apresentam garantias de pagamento da dívida. Está sediado
em Washington, D.C., nos EUA;
OMC – Organização Mundial do Comércio: criada em 1995, a OMC substituiu o GATT -
Acordo Geral de Tarifas e Comércio. No âmbito de tal organização, os 151 Estados-membros
praticam a supervisão e a liberalização do comércio internacional. A OMC, seguindo o modelo
do GATT, funciona por um sistema de rodadas, de forma a dar continuidade às discussões e
garantir que os países respeitem as decisões da organização. Sua sede fica em Genebra, na
Suíça;
OMS – Organização Mundial da Saúde: criada em 1948, a OMS está incumbida de fiscalizar
a saúde pública dos Estados-membros da ONU e desenvolver meios para combater doenças
infectuosas e para prover às populações do mundo acesso a sistemas de saúde de qualidade. É
sediada em Genebra, na Suíça;
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: o programa, criado em
1965 como resultado da fusão do Programa Ampliado de Assistência Técnica das Nações
Unidas e do Fundo Especial das Nações Unidas, é voltado à formulação e aplicação de projetos


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de desenvolvimento em praticamente todas as áreas econômicas e sociais. Suas atividades são


financiadas por doações de Estados-membros da ONU. É sediado em Nova York, nos EUA;
UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura: criada em
1946, tal organização visa ampliar o acesso à educação, estabelecer bases científicas e
tecnológicas que possibilitem o desenvolvimento e estimular a valorização da cultura. Sua sede
se localiza em Paris, na França;
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância: instituído em 1946 sob o nome de
Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância e renomeada em 1953,
esse fundo é voltado para a assistência e proteção das crianças, baseando-se nos princípios da
Declaração dos Direitos da Criança, de 1959. A realização de suas atividades depende de
doações por parte de países e organizações e programas voluntários. É sediada em Nova York,
nos EUA;
OIT – Organização Internacional do Trabalho: instituída como uma agência da Liga das
Nações, em 1919, essa organização possui como papel principal promover oportunidades para
que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente, produtivo, em liberdade,
equidade, segurança e dignidade humana, sendo essas consideradas as condições para a
superação da pobreza, redução da desigualdade social e do desenvolvimento sustentável. É o
órgão responsável por garantir o cumprimento de normas internacionais relacionadas ao
trabalho. É sediada em Genebra, na Suíça;
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: criado em 1972, este
programa possui o objetivo fundamental de coordenar ações internacionais de proteção ao meio
ambiente e de promoção ao desenvolvimento sustentável. Seus programas são desenvolvidos
ao redor de seis áreas principais: mudança climática, desastres e conflitos, manejo de
ecossistemas, governança ambiental, substâncias químicas e resíduos, e eficiência no uso de
recursos. É sediada em Nairóbi, no Quênia;
CDH – Conselho de Direitos Humanos: fundado em 2006, faz parte do corpo de apoio da
Assembleia Geral das Nações Unidas, e tem como papel apontar quaisquer situações onde os
Direitos Humanos são violados. Por sua vez, a AGNU, sabendo das violações, faz
recomendações ao Conselho de Segurança. É sediado em Genebra, na Suíça.

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4. REGRAS DE PROCEDIMENTO

I. Regras Gerais de Andamento:

Mesa Diretora: é a instância máxima e soberana na simulação, tendo papel de organizar o


andamento da sessão, garantir o cumprimento das Regras de Procedimento e auxiliar os
delegados.
Secretariado: responsável por funções organizacionais da simulação, tais como envio de
bilhetes diplomáticos, entrega de documentos de trabalho e solução de dúvidas pontuais
sobre o evento. 1
Quórum: para o início das sessões, é necessário que estejam em sala ao menos 2/3 dos
inscritos no comitê.
o Presença: o quórum é definido através de uma chamada feita por delegações em ordem
alfabética. As delegações devem declarar-se presentes.
Decoro: para o bom andamento da simulação, todos os delegados devem manter um nível
de decoro, isto é, de bom comportamento. O decoro refere-se principalmente: ao respeito
durante a simulação, evitando conversar, rir ou efetuar qualquer ação que possa interromper
o discurso de alguma delegação, impedir que alguém ouça claramente o que está sendo
dito, ou atrapalhar de alguma forma o andamento do comitê.
Cessão de Tempo: quando um delegado não utiliza todo o seu tempo em seu discurso, ele
pode ceder o tempo restante. Não há cessão de tempo já cedido, e não há cessão de tempo
em debate moderado e em debate não moderado.
Direito de Resposta: serve para um delegado se defender de uma ofensa pessoal. Ele é
cedido apenas em caso de ofensa dirigida ao delegado em si, e não ao seu Estado. Cabe à
Mesa Diretora julgar se a ofensa procede e se o Direito de Resposta deve ser concedido.
Pode ser solicitado a qualquer momento, e é uma Questão de Privilégio Pessoal.
Maioria Simples: refere-se à ½ +1 do quórum registrado na sessão.
Maioria Qualificada: refere-se à ⅔ do quórum registrado na sessão

II. Formas de Debate:

Debate Formal: é a forma normal de debate, ou seja, é a forma de debate em que a mesa
diretora modera a discussão pela lista de oradores, cedendo a palavra, ordenadamente, aos
delegados inscritos na lista de oradores. Para se inscrever na lista de oradores, a delegação


1
A Mesa Diretora e o Secretariado são compostos pelos funcionários e organizadores do MONU-EM e da
Simulação.


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deve apenas levantar sua placa, fazendo contato visual com a rapporteur (responsável pela
lista de oradores).
Debate Moderado: a lista de oradores é congelada e os discursos serão reconhecidos de
acordo com a ordem em que as placas de identificação forem levantadas no momento
anunciado pela mesa diretora. Além disso, quando proposto Moção para Debate Moderado
o delegado deve delimitar em sua proposta: 1) o número de discursos; 2) o tempo de cada
discurso; e 3) o objetivo desta proposta de debate.
Debate não-Moderado: a lista de oradores é congelada, e os delegados ficam livres para
se mover pela sala e se organizar, sem moderação ou interferência da mesa, da forma que
desejarem, para discutir temas e posições de interesse mútuos.

III. Moções
As moções são pedidos feitos, diretamente à mesa diretora, com o propósito de fazer alguma
alteração na dinâmica do debate, necessitando de aprovação da mesa e/ou de aprovação das delegações,
através de votação. A mesa pode recusar ou recomendar alterações a qualquer moção pedida, caso ache
que o pedido não seja pertinente no momento.
As moções possuem uma ordem de precedência, isto é, caso mais de uma moção seja solicitada
no mesmo intervalo entre discursos, a moção que está em primeiro na ordem de precedência é votada;
caso aprovada, descarta as demais moções levantadas; caso recusada, vota-se a próxima moção na
ordem de precedência, assim sucessivamente até alguma ser aprovada (ou não).

Numa simulação do Modelo ONU, existem Moções para:


Debate Moderado: pedida sempre que algum delegado tenha interesse de iniciar um
Debate Moderado. Ao pedir esta moção, a delegação deve especificar também quantos
discursos o Debate Moderado deve ter e qual a duração de cada um destes discursos. É
possível que mais de uma delegação peça Debate Moderado no mesmo instante, desde que
com propostas de números de discurso e tempo de cada discurso diferentes. Essa moção
necessita de maioria simples para ser aprovada.
Debate não-Moderado: pedida sempre que algum delegado tenha interesse de iniciar um
Debate não-Moderado. A delegação que pedir esta moção deve especificar a duração desta
forma de debate, que pode ser de no máximo 15 minutos. Essa moção necessita de maioria
simples para ser aprovada.
Alteração do Tempo de Discurso: esta moção serve para mudar o tempo de discurso em
vigor no Debate Formal. Depende da aprovação da Mesa Diretora, que pode fazer
recomendações caso não ache o tempo proposto pertinente. Para que a moção seja aceita é
necessário maioria simples.

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Submissão de Proposta de Resolução: quando ao menos cinco delegações apresentam à
Mesa Diretora um projeto de resolução. A Mesa Diretora irá analisá-lo e pedirá que um dos
cinco signatários leia a proposta. Apenas a partir desse momento é que o projeto de
resolução pode ser discutido no comitê. E assim, estará autorizado levantar Moção para
Encerramento do Debate.
Encerramento do Debate: com essa moção, os discursos são encerrados e passa-se
automaticamente para a votação do projeto de resolução. Para ser aprovado é necessário
maioria qualificada e que duas delegações se pronunciem contra a moção, para garantir o
direito ao contraditório.
Adiamento da Sessão: tal moção adia os trabalhos realizados na sessão até que o Comitê
se reúna novamente no horário previsto. Para ser aprovada é necessária maioria
qualificada, e pode ser submetida no máximo 15 minutos antes do horário previsto.

IV. Questões
As questões são perguntas, correções ou pedidos feitos pelos delegados, que não precisam de
aprovação do comitê para serem respondidos ou acatados. Assim como as moções, elas possuem uma
ordem de precedência, sendo sempre resolvidas antes de iniciar qualquer votação de moção.
Numa simulação do Modelo ONU, existem Questões de:
Ordem: os delegados pedem essa questão quando a Mesa Diretora comete algum erro na
condução da moderação, por exemplo, confundindo as regras do comitê. Caso a questão
proceda, cabe aos diretores tomar as medidas cabíveis para reparar o erro de condução.
Dúvida: o delegado utiliza essa questão exclusivamente para esclarecer suas dúvidas em
relação às regras de condução do debate.
Privilégio Pessoal: utilizada quando existe algum desconforto pessoal por parte de um
delegado, ou quando o delegado deseja solicitar o Direito de Resposta. É a única questão
que pode interromper o discurso de outro delegado, portanto a interrupção deve ser feita
apenas em casos nos quais o delegado não consegue ouvir o discurso da delegação que tem
a palavra – neste caso, a delegação discursando terá o tempo ressarcido e deverá refazer o
discurso, falando mais alto.

V. Discursos Iniciais
Logo após a chamada, a Mesa Diretora dará início aos discursos iniciais. Cada delegação, em
ordem alfabética, deverá declarar às demais, em um discurso de 2 (dois) minutos, a posição oficial de
seu país de representação.
Os delegados podem tanto ler o Documento de Posição Oficial, o qual será devidamente
explicado mais adiante no presente Manual (Item 5.1), quanto preparar um discurso. Devem, em suas



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falas, deixar claro aos demais delegados o posicionamento político de seu país em relação ao tema
discutido.
Recomenda-se que apresentem um panorama geral da situação a ser discutida, bem como
eventuais contribuições feitas pelo país à questão em pauta. É interessante, também, falar sobre as
expectativas que a delegação tem quanto aos resultados da discussão. Reitera-se que as delegações
devem, no discurso inicial e no decorrer de toda a simulação, ser fiéis à política externa de seu país.

VI. Votação Informal


Os delegados, durante seus próprios discursos, podem fazer uma votação informal, a qualquer
momento. O resultado de uma votação informal não é oficial, serve apenas para que os delegados
tenham noção do posicionamento das delegações acerca de questões práticas.

5. DOCUMENTOS

a. Documento de Posição Oficial (DPO)

É o primeiro documento a ser apresentado na Sessão, e deve ser elaborado pelas delegações
durante as últimas aulas do MONU-EM, antes do dia da simulação. O Documento de Posição é
responsável por apresentar, de forma sucinta e bem explicada, o posicionamento do governo de um país
acerca do tema que será debatido na Simulação. Todas as duplas devem apresentar um Documento de
Posição de sua delegação no dia da simulação.
No início da Sessão, todas as delegações serão chamadas para ler seus Documentos de Posição
ao resto do comitê. Após a leitura, os DPOs ficarão disponíveis sobre a Mesa Diretora até o
encerramento da Sessão, disponíveis para a consulta de qualquer delegado presente na sala.

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No MONU-EM, os Documentos de Posição devem seguir a seguinte estrutura:

Brasão de Armas, Brasão


Nome do País em Português Imperial ou Brasão do
Bandeira oficial do país
Nome no idioma oficial Ministério das Relações
Exteriores do país

O primeiro parágrafo deve conter uma introdução para apresentar a delegação, contendo: o
nome completo do país, o chefe de Estado que está sendo representado pelos delegados, o Comitê
em que está participando, o assunto em debate e o principal desejo da delegação em relação
Os parágrafos de desenvolvimento devem apresentar: o tema geral da discussão e uma breve
análise do problema no cenário global; o tema no cenário específico dos países afetados, podendo
dar opiniões sobre as medidas já tomadas por eles para resolver os problemas; uma abordagem
histórica e atual do seu país em relação ao problema, mostrando como o tema afeta seu país e quais
as medidas que foram ou serão tomadas para a resolução do problema; e possíveis sugestões para a
resolução do problema que podem ser utilizadas e colocadas em práticas por outros países. É
recomendado fazer um parágrafo para cada um desses itens.
O último parágrafo é o de conclusão, e deve mostrar as expectativas do seu país em relação
ao tema e em relação às discussões que ocorrerão no Comitê.

Nome do(a) delegado(a) 1


Nome do(a) delegado(a) 2

Além disso, é importante que o Documento de Posição siga as seguintes regras:

O texto deve ser o mais fiel possível quanto à real política externa defendida pelo país. Os
delegados devem evitar ao máximo o desvio da posição oficial do país não só no DPO, mas
durante toda a discussão, já que se trata de uma simulação das verdadeiras negociações
diplomáticas da ONU;

Em todo o texto, deve-se utilizar uma linguagem formal, alinhada à norma culta, e sempre
que possível com adjetivos fortes para enfatizar as posições do país;

O documento não pode ser escrito à mão. Deve ser impresso e, se possível, colorido. Todo
o texto deve estar na fonte Times New Roman, tamanho 12, com texto justificado,
espaçamento 1,5 e recuo 1,25;
O tamanho ideal do documento é de apenas 1 (uma) página. Caso ultrapasse, não deve ser
maior que duas páginas, e deve ser impresso em frente e verso;
O cabeçalho deve apresentar a bandeira oficial do país na esquerda, o brasão de armas do
país na direita, e o nome oficial do país ao centro. O nome oficial deve ser escrito em



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português e em negrito, e abaixo dele, deve ser escrito no idioma oficial do país, em negrito
e itálico;
No final do texto, alinhado à direta, devem ser incluídos os nomes completos da dupla que
confeccionou o documento, cada um em uma linha. A assinatura dos delegados abaixo do
nome digitado é opcional;
É recomendado que os delegados levem duas cópias do DPO, já que uma, obrigatoriamente,
será entrega à Mesa Diretora.

b. Documento de Trabalho

Os Documentos de Trabalho são pequenos documentos elaborados durante a simulação. É uma


forma de registrar e partilhar ideias e propostas que surgem dentro da discussão. Qualquer delegação
pode redigir um Documento de Trabalho a qualquer momento dentro da simulação (manuscrito, em
qualquer papel que a delegação tiver disponível no momento), e deve entrega-lo à Mesa Diretora para
que este seja aprovado e encaminhado para digitalização, impressão e distribuição.
Normalmente, os Documentos de Trabalho redigidos durante a Sessão servem como rascunho
inicial da Proposta de Resolução, já que cada um deles geralmente contém uma proposta interessante
que ao menos uma delegação aprova. Por isso é de crucial importância fazer bom uso desta modalidade
de documento, além de guardar as cópias recebidas durante a sessão para poder consulta-las.
Ao escrever um Documento de Trabalho, a delegação que o escreveu deve incluir o nome de
seu país ao final, para que as outras delegações saibam quem foi responsável pelo documento.
Também é possível incluir delegações signatárias no documento, na hipótese de mais de uma
delegação ter ajudado a redigi-lo ou caso alguma delegação demonstre apoio ou interesse em discutir o
documento enquanto ele está sendo redigido. É importante enfatizar que ser signatário de um
documento não significa apoia-lo completamente, mas sim que a delegação possui interesse em debatê-
lo.
Não há um formato específico para a confecção do Documento de Trabalho. Porém, caso haja
mais de uma proposta ou ideia neste documento, é interessante dividir em tópicos para facilitar sua
compreensão pelas outras delegações.

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Os Documentos de Trabalho possuem uma estrutura similar a esta:

Documento de Trabalho
Visando o combate ao uso indevido da magia no mundo, é necessário estabelecer
organismos de fiscalização assistidos pelo Ministério da Magia, tais como:

1. Seguranças especializados em ética mágica, com poder de confiscar varinhas e aplicar as


devidas punições aos infratores;
2. Bloqueio do uso dos feitiços mais perigosos, disponíveis apenas aos bruxos mais
experientes e com licenças especiais.

Autoria: Hogwarts
Signatários: Castelobruxo, Beauxbatons e Koldovstoretz

c. Agenda de Trabalho

A Agenda de Trabalho é um único documento, elaborado no início das discussões, com o intuito
de propor e organizar os tópicos que serão ou poderão ser debatidos ao longo da simulação. É bastante
funcional para evitar que assuntos completamente distintos dentro do mesmo tema sejam discutidos
simultaneamente na Simulação, o que costuma causar confusão e impedir o avanço eficiente do debate.

Qualquer delegação pode elaborar uma Agenda de Trabalho e submetê-la à Mesa Diretora para
impressão e distribuição, sem necessitar da aprovação de outras delegações. Normalmente a agenda é
de interesse mútuo dos delegados, portanto ela deve ser amplamente aceita desde que contemple todos
os tópicos de comum interesse.
Cabe aos delegados se organizarem sozinhos para seguir – ou não – os tópicos especificados
numa determinada Agenda de Trabalho. Uma vez que uma agenda está sendo utilizada, não é necessário
abordar todos os tópicos nela presentes, caso algum deles torne-se irrelevante com o passar do tempo.
A Mesa Diretora pode interferir no debate caso note que a discussão está tomando rumos indesejados e
imprevistos de acordo com a Agenda previamente elaborada.
Por se tratar de um documento voltado à organização do debate, o ideal é que haja apenas uma
Agenda de Trabalho dentro do Comitê, e recomenda-se que ela seja criada apenas quando for
imprescindível para organizar o debate e somente com a certeza de que todos os tópicos relevantes à
simulação estejam definidos e organizados nela.



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A Agenda é sempre organizada em tópicos, e costuma ser apresentada da seguinte forma:

Agenda de Trabalho
1. Questão humanitária
a. Formas de auxílio à população nas áreas sob ataques;
b. Nações responsáveis pelas missões humanitárias na região e pelas tropas de
Capacetes Azuis;
c. Possíveis evacuações.
2. Questão tática
a. Ações para impedir o avanço terrorista;
b. Países com poder para intervir na região;
3. Recuperação
a. Prioridades na reconstrução da região;
b. Possível apoio econômico.

d. Proposta de Resolução / Documento de Resolução

A Proposta de Resolução – que, ao ser aprovada, passa a ser Documento de Resolução – é o


objetivo alvo de todo o debate da Simulação e marca o encerramento das discussões com a reunião de
todas as pequenas propostas de intervenção levantadas durante o debate e aceitas entre as delegações.
Este documento é altamente formal, e é dividido em duas partes: (i) as cláusulas preambulares;
e (ii) cláusulas operativas. Ele deve, obrigatoriamente, seguir a estrutura definida e deve conter todas
as propostas apresentadas, debatidas e amplamente aceitas na Simulação.
As cláusulas preambulares servem, principalmente, para introduzir a importância e/ou a
gravidade do tema debatido; reafirmar os princípios ou resoluções passadas pertinentes; expressar os
interesses dos membros da ONU acerca do tema; expressar ações já tomadas em relação ao tema; e
expressar preocupações ou intenções.
Não precisam, necessariamente, abordar todos esses tópicos. Em sua estrutura, o preâmbulo
possui sempre afirmações iniciadas por palavras no gerúndio, destacadas em itálico, escritas cada uma
em um parágrafo diferente e terminadas sempre com uma vírgula ao final da frase.
As cláusulas operativas, por sua vez, são as recomendações de fato aprovadas durante a
Simulação. Todas as propostas levantadas, debatidas e aprovadas na Simulação são redigidas nessa
parte. Essas cláusulas requisitam ações, efetuam menções ou expressam suporte/repulsa a situações e/ou
posicionamentos relacionados ao tema em questão.
Em sua estrutura, as cláusulas operativas sempre são numeradas e, cada cláusula se inicia com
um verbo no presente, sublinhado. Ao final de cada frase, há um ponto e vírgula (;), com exceção da
última frase que deve possuir ponto final. É possível incluir subtópicos em uma cláusula, devendo elas
apresentarem a numeração de subtópico (exemplo: os subtópicos da cláusula 2 devem ser iniciados com
2.1, 2.2, e assim sucessivamente).

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Para que a Proposta de Resolução seja aceita pela Mesa Diretora, ao menos 6 (seis) delegações
devem ser signatárias da mesma. Lembrando que, ao se declarar signatário, não é necessário concordar
com o conteúdo expresso no documento, mas apenas se dispor a discuti-lo.
As Propostas de Emenda podem ser feitas tanto sobre as cláusulas preambulares quanto sobre
as cláusulas operativas (mais comum), e podem solicitar a adição, exclusão ou alteração de alguma
cláusula. São escritas seguindo o padrão da cláusula que se refere. Para ser aceita pela Mesa Diretora e
colocada em discussão, deve conter ao menos três delegações signatárias.
A Proposta de Resolução segue o seguinte formato:

Resolução Adotada pelo Escritório das Nações Unidas sobre


Modelos de Documentos (ENUMD) no dia 01 de janeiro de 2018.

O Escritório das Nações Unidas sobre Modelos de Documentos,

Considerando as normas estabelecidas quanto à confecção do Documento de Resolução,


Reafirmando a importância deste documento, resultado dos debates e negociações acerca
do tema definido no semestre,
Relembrando que estas cláusulas, chamadas de cláusulas preambulares, iniciam-se sempre
com verbos no gerúndio e em itálico, lembram a importância do tema discutido, reafirmam as
resoluções previamente tomadas, reiteram os interesses dos membros da ONU acerca do tema e
expressam preocupações e intenções,

Acreditando no potencial dos estudantes de encontrar soluções plausíveis a partir da


atuação independente durante toda a simulação,
1. Estabelece que todas as Propostas de Resolução e Documentos de Resolução devem
ser elaborados neste formato e devem seguir estas regras;
2. Adota como padrão:
a. A fonte Arial, em tamanho 12, para todo o documento;
b. O uso de negrito no título do documento e na numeração das cláusulas
operativas;
c. O uso de itálico nos verbos das cláusulas preambulares;
d. O uso de sublinhado nos verbos das cláusulas operativas;
3. Lembra a definição das cláusulas operativas, que sempre são iniciadas com verbos no
presente, sublinhados, e servem para dar todas as recomendações aprovadas durante o
Comitê, podendo fazer parte dessas ações:
a. Requisitar ações;
b. Efetuar menções;
c. Expressar suporte/repulsa a situações e/ou posicionamentos relacionados ao
tema.

e. Bilhetes Diplomáticos

No decorrer da simulação, os delegados não podem se comunicar oralmente a qualquer


momento. Por isso, a fim de facilitar a comunicação, pequenos bilhetes diplomáticos podem ser

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enviados, por meio do Staff, para os delegados que desejarem se comunicar. Bilhetes que não forem
sobre o debate podem ser barrados pelo Staff - reitera-se a importância do decoro!

6. DICAS DE ESTUDOS: PREPARAÇÃO DOS DELEGADOS


Este capítulo tem por finalidade dar aos alunos dicas de estudos para a Simulação, de acordo
com os parâmetros da ONU. Veja abaixo algumas dicas.

a. Recolhendo informações

Como parte da preparação para a Simulação, sugerimos 5 (cinco) áreas de pesquisa aos
delegados:

Sistema ONU. Os delegados devem estar cientes dos 6 (seis) principais órgãos da ONU;
História, cultura, estrutura política e atuais relações políticas dos países designados aos
delegados, bem como dados estatísticos atuais sobre os países e tópicos designados;
Pesquisa aprofundada sobre o tema da Simulação. Os alunos devem inteirar-se sobre o tema
que será discutido;
Posicionamentos políticos do país designado. De maneira a representar adequadamente um
país durante a simulação, um delegado deverá interagir com os demais delegados que
representarão os outros países. Saber sobre os pontos de vista e políticas de ''seu'' país, bem
como as posições de outros países que serão representados, auxiliará aos delegados a prever
o que será dito durante os debates da Simulação. Isso é útil pois ajuda os delegados a
identificarem quais países estarão de acordo com suas posições e quais estarão em
oposição;
Posições dos principais grupos políticos, como o Grupo dos 77 e China, Movimento dos
Não-Alinhados, União Europeia, União Africana, etc. são igualmente importantes,
considerando que diversas negociações na ONU frequentemente são realizadas entre
grupos políticos.

b. Dicas para a pesquisa

Quando um delegado utilizar a internet para sua pesquisa, deverá cautelosamente selecionar
suas fontes. Nem todos os sites são fontes confiáveis e muitas delas podem ser enviesadas.
Se possível, os delegados devem procurar confirmações independentes das informações
obtidas, por mais de uma fonte de informação;
Tenha em mente que a quantidade de material disponível é provavelmente muito maior do
que é possível absorver durante o tempo de preparo para a pesquisa. Por isso, é necessário
organização, tanto para o tempo de estudo, quanto para a relevância dos tópicos a serem
estudados. Não deixe para a última hora!

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É uma boa ideia variar as palavras-chave usadas para pesquisar o tema na internet. Isso
pode levá-lo a fontes adicionais de informação, as quais podem não ter sido encontradas
caso a pesquisa por palavras-chave tenha sido muito limitada.

c. Opiniões e fatos

Ao longo do desenvolvimento da pesquisa, é importante ter em mente a diferença entre opiniões


e fatos. Fatos são usados para sustentar opiniões. Sempre que possível, os delegados devem usar fatos
para sustentar seus argumentos. O que os delegados farão no decorrer da simulação, no limite, é
apresentar opiniões e pontos de vista (dos países representados) e defendê-las contra a opinião dos
demais países. Por isso, é crucial para os delegados estarem familiarizados com diferentes pontos de
vista e opiniões sobre o tema discutido.
É fortemente recomendado que o delegado estude argumentos e posicionamentos diferentes dos
de seu país de representação. Por isso, também é necessário analisar os fatos usados para sustentar os
argumentos contrários aos seus. Os delegados deverão decidir em quais fatos eles irão focar em seus
argumentos e essa decisão precisa ser guiada pelas políticas de seu país no tópico em pauta.

d. Fontes Recomendadas

Recomendamos algumas fontes primárias para ajudar os delegados a começarem os estudos:

Ministério das Relações Exteriores: os websites dos Ministérios das Relações Exteriores de
cada país geralmente contêm informações sobre diversas políticas governamentais;
UN Member States on the Record: esse site oficial da ONU fornece registros dos discursos
na Assembleia Geral, no Conselho de Segurança e no ECOSOC, bem como informações
sobre a associação de cada Estado membro. Contém, também, relatórios periódicos sobre
convenções de direitos humanos das quais os países são signatários. Há uma ferramenta
de tradução do site do inglês para o português;
UN Global Issues: esse site oficial da ONU fornece um panorama de cada questão da
agenda da ONU, bem como outros links úteis de outros órgãos da ONU e de ONGs. As
ONGs são fontes importantes! A ONU trabalha com milhares de ONGs ao redor do mundo:
são aproximadamente 4.000 associações formais. O site oficial da ONU tem uma lista com
os nomes de todas essas ONGs, organizada ou por ordem alfabética ou por regiões e
tópicos. Há uma ferramenta de tradução do site do inglês para o português.



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REFERÊNCIAS

_____. APOSTILA DO MODELO DA ONU PARA O ENSINO MÉDIO (MONU-EM) – 1.a


SÉRIE (F4477). Colégio Bandeirantes e PUC-SP, 2018. Documento de uso restrito.

_____. DELEGATE PREPARATION: UNITED NATIONS. Model United Nations, 2018.


Disponível em <https://outreach.un.org/mun/content/delegate-preparation>. Acesso em 27 de abril de
2018.

BOBBIO, Norberto e MATTEUCCI, Nicola. DICIONÁRIO DE POLÍTICA. Editora UnB, 1976,


volumes 1 e 2. ISBN 8523003088.

MAGNOLI, Demétrio. HISTÓRIA DAS GUERRAS. Editora Contexto, 2011. ISBN 8572443460.

MELLO, Leonel Itaussu A. e COSTA, Luís César Amad. HISTÓRIA MODERNA E


CONTEMPORÂNEA. Scipione, 1991. ISBN 8526213571.

WEFFORT, Francisco C. OS CLÁSSICOS DA POLÍTICA. Editora Ática, 2006, volumes 1 e 2. ISBN


8508105908.

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