Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Avaliação de
Riscos Ambientais
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Avaliação de Riscos
Ambientais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmi-
co e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às)
alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 CONTEXTO HISTÓRICO...................................................................................................................... 7
1.1 Histórico Mundial.............................................................................................................................................................8
1.2 Grandes Acidentes...........................................................................................................................................................9
1.3 Consequências ..............................................................................................................................................................13
1.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................13
1.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................14
2 RISCO AMBIENTAL............................................................................................................................... 15
2.1 Conceito de Risco..........................................................................................................................................................15
2.2 Outros Conceitos Básicos...........................................................................................................................................17
2.3 Tipos de Risco..................................................................................................................................................................26
2.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................31
2.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................31
Este material busca apresentar a você, aluno(a) da área de Ciências Exatas, na modalidade a distân-
cia, os conceitos a respeito de Avaliação de Riscos Ambientais como parte importante da área Ambiental.
Este é um tema de extrema importância e muito utilizado na área de Gestão Ambiental. O Estudo
de Análise de Riscos (EAR) mantém uma correlação com os estudos de EIA/RIMA. Em algumas situações,
o EAR acaba sendo um dos elementos do processo de Licenciamento Ambiental e do EIA/RIMA.
Durante o desenvolvimento desta disciplina, iremos abordar conceitos importantes, como Técnicas
de Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos Ambientais, entre outros.
Entre os objetivos principais desta disciplina, esperamos que você, ao concluir esta disciplina, esteja
apto a aplicar os conceitos aqui apresentados, como identificar e aplicar a(s) técnica(s) mais adequada(s)
de identificação de perigos para cada situação e desenvolva a habilidade para efetuar um Estudo de Aná-
lise de Riscos, percorrendo todas as etapas desse processo.
Entre os documentos oficiais que apresentaremos nesta apostila, iremos nos fundamentar basica-
mente em dois documentos, sendo um deles elaborado pela CETESB e outro desenvolvido pela FEPAM.
Em geral, esses documentos são referências para outros estados, mas, caso você venha a desenvolver
atividades correlatas a esta área, verifique antes se o seu estado não possui um documento com parâme-
tros específicos.
Aproveitamos a oportunidade, para orientá-lo(a) em relação às leituras complementares indicadas
nesta apostila. Tivemos a atenção especial de indicar textos importantes para você e que complemen-
tarão os estudos aqui apresentados. Entre esses textos indicados, gostaríamos de destacar o texto que
fala sobre Contabilidade Ambiental do BNDES. Indicamos também a leitura de sites, sendo dois deles
muito importantes. O primeiro é o site do órgão responsável pela área de Riscos Ambientais nos EUA (a
tradução desse site utilizando a ferramenta “tradutor” do Google funciona muito bem), e o segundo, um
site com um software gratuito para efetuar os cálculos mais complexos para a Avaliação de Riscos. Não
deixe também de consultar os links indicados nas referências bibliográficas no final desta apostila. Entre
eles, relacionamos 10 links contendo um curso completo de Gestão de Riscos Ambientais, elaborado pela
empresa D.N.V. para utilização do Ministério do Meio Ambiente.
5
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
1 CONTEXTO HISTÓRICO
Caro(a) aluno(a), neste capitulo iremos abor- sobre os quais estabeleceremos as teorias aqui
dar as origens dos estudos de análise de riscos, fa- apresentadas. Esses conceitos serão definidos
zendo uma ligação com o estudo de análise de precisamente nos capítulos posteriores.
riscos ambientais. Aproveitando o embasamento
histórico, faremos um breve relato dos grandes
acidentes ambientais mundiais ocorridos a partir Atenção
dos anos 1960, cuja gravidade e impactos gera- Os conceitos e metodologias estabelecidos
dos levaram à implementação das primeiras leis nesta apostila estão baseados nas referências
e normas baseadas em análise de riscos ambien- do IBAMA, CETESB e FEPAM. Os modelos de Es-
tais, com o objetivo de minimizar o potencial de tudo de Análise de Riscos (EAR) utilizados pela
FEPAM e CETESB estão direcionados ao seg-
acidentes ambientais e suas consequências. mento industrial, e a avaliação de riscos aplica-
No Brasil, o órgão responsável no âmbi- -se à população externa da indústria, não in-
to federal pela elaboração das leis e normas é o cluindo, portanto, a avaliação dos riscos à saúde
e à segurança dos trabalhadores ou danos aos
Ministério do Meio Ambiente (MMA) e seus ór- bens patrimoniais das instalações analisadas.
gãos vinculados, como o Instituto Brasileiro do Entende-se por consequências externas os da-
Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), nos causados às pessoas (mortes ou lesões) nas
áreas circunvizinhas, situadas além dos limites
e colegiados, como o Conselho Nacional do Meio
físicos da instalação.
Ambiente (CONAMA). No entanto, as Secretarias
Estaduais de Meio Ambiente, por meio de seus
órgãos vinculados, também possuem autonomia Em sua dissertação de mestrado, Berrêdo
para efetuar essa normatização, de acordo com Viana (2010) afirma que palavras como impacto,
as particularidades de cada região. Na esfera es- avaliação, ambiente e risco não foram cunhadas
tadual, merecem destaque a CETESB, Companhia propositadamente para expressar um conceito
de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São preciso, esclarecedor, como nas outras ciências.
Paulo, a FEPAM, Fundação Estadual de Proteção Foram apropriadas do vernáculo e fazem parte do
Ambiental Henrique Luiz Roessler, do Rio Grande jargão profissional desse campo, criando diversas
do Sul, e o INEA, Instituto Estadual do Ambiente, ambiguidades na sua interpretação.
do Rio de Janeiro, que foi criado em 4 de outu- Ao efetuar um estudo sobre o tema central
bro de 2007 e instalado em 12 de janeiro de 2009, desta disciplina, observamos, por meio da pes-
unificando e ampliando a ação dos três órgãos quisa bibliográfica, que estes e outros termos ora
ambientais vinculados à Secretaria de Estado do são tratados como sinônimos, ora são definidos
Ambiente do Rio de Janeiro (SEA): a Fundação Es- de forma distinta. Entre esses termos, vamos des-
tadual de Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA), tacar três palavras e três expressões, que dividire-
a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas mos em dois grupos. O primeiro grupo inclui as
(SERLA) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). palavras: Risco, Perigo e Dano. O segundo grupo
Antes de efetuar essa abordagem histórica, inclui as expressões Análise de Riscos e Avalia-
vamos comentar brevemente alguns conceitos, ção de Riscos e Gerenciamento de Riscos. Note
7
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
que dependendo do contexto, esses termos pare- No desenvolvimento dos conceitos utiliza-
cem semelhantes. Porém, de acordo com o enfo- dos nesta apostila, iremos utilizar o ponto de vista
que que adotaremos nesta apostila, esses termos americano, uma vez que aparenta ser o mais co-
irão representar significados distintos. mum, além de que a literatura nacional adotada
Berrêdo Viana (2010) verificou que a litera- nos documentos oficiais dos órgãos citados tende
tura mundial acaba por utilizar as expressões ava- a essa escolha, como poderemos observar mais
liação de risco, gerenciamento de riscos e análise adiante, ao detalharmos os trabalhos da CETESB
de risco como sinônimos, devido às diferenças e da FEPAM.
nas traduções e discrepâncias entre os países. Por Dessa forma, asseguramos que todos os re-
exemplo, segundo Kirchhoff (2004), no Canadá a ferenciais teóricos adotados nesta apostila estão
avaliação de risco engloba a análise de risco, en- baseados nos documentos oficiais editados pelos
quanto que nos Estados Unidos a análise de riscos órgãos citados.
é algo abrangente, com diversas etapas, e, entre
estas, a avaliação de risco.
As indústrias de processo, há mais de 40 e Safe and Sound, pelo British Chemical Industry
anos, demonstraram as primeiras preocupações Safety Coucil (BCISCl), 1969, ambos na Grã-Breta-
em relação às possíveis falhas e perigos oriundos nha. Também, nos Estados Unidos, Frank Bird Jr.
de suas atividades, onde observaram que essas fundamentou sua teoria de “Controle de Danos”
falhas poderiam causar perda de vida e de pro- (1966), a partir da análise de uma série de aciden-
priedade. tes ocorridos numa empresa metalúrgica ameri-
A indústria alimentícia dos Estados Unidos cana.
manifestou esse interesse ainda nos anos 1920. Além disso, o desenvolvimento das tec-
Já na década de 1930, pesquisadores de labora- nologias utilizadas pelas indústrias resultou em
tórios de toxicologia, na indústria, iniciaram ava- grandes mudanças nas indústrias químicas e pe-
liações das propriedades tóxicas de produtos po- troquímicas, tais como alterações nas condições
tencialmente perigosos. de pressão e temperatura, tendo como conse-
Em 1931, o pesquisador H. W. Heinrich efe- quência um aumento na energia armazenada
tuou uma pesquisa sobre os custos de um aciden- nos processos, representando, portanto, um pe-
te em termos de Seguro Social e introduziu, pela rigo maior. Ao mesmo tempo, as instalações de
primeira vez, a filosofia de “acidentes com danos processo começaram a crescer, quase dez vezes
à propriedade”, ou seja, acidentes sem lesão, em mais, em tamanho. Também, começaram a ope-
relação aos acidentes com lesão incapacitante. rar em fluxo contínuo, aumentando o número de
A partir desse momento, diversos estudos interligações com outras plantas, para a troca de
sobre acidentes industriais com danos à proprie- subprodutos, tornando, dessa forma, os proces-
dade multiplicaram-se, com o objetivo de estimar sos mais complexos.
os custos derivados das perdas. Simultaneamente, outros temas emergiram
No final dos anos 1960 surgiram vários rela- no contexto social, tais como a poluição ambien-
tórios sobre segurança nas plantas químicas, tais tal, e começaram a se tornar motivo de preocu-
como Safety and Management, pela Association pação para o público e para os governos. Como
of British Chemical Manufactures (ABCM), 1964, consequência, a indústria foi obrigada a examinar
os efeitos de suas operações sobre o público ex-
8
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
terno e, em particular, a analisar mais cuidadosa- Em 1970, no Canadá, John A. Fletcher, pros-
mente os possíveis perigos decorrentes de suas seguindo a obra iniciada por Bird, propôs o esta-
atividades. belecimento de programas de “Controle Total de
Basicamente até o início da década de Perdas”, objetivando reduzir ou eliminar todos os
1970, o foco principal em relação à segurança nas acidentes que pudessem interferir ou paralisar
indústrias centrava-se na segurança dos equipa- um sistema.
mentos e do projeto em questão. Assim, a ênfase Em 1972, criou-se uma nova mentalidade
concentrava-se na produção, em detrimento dos baseada nos trabalhos desenvolvidos pelo enge-
aspectos de saúde e segurança. A preocupação nheiro Willie Hammer, especialista em Seguran-
ambiental era praticamente ignorada e esse tema ça de Sistemas, o qual empregou a experiência
quase não era mencionado nas discussões de in- adquirida na Força Aérea e nos programas espa-
vestimentos das empresas. Também não havia in- ciais norte-americanos para desenvolver diversas
terferências externas, seja do poder público ou da técnicas a serem aplicadas na indústria, a fim de
população. Os governos não impunham grandes preservar os recursos humanos e materiais dos
exigências de controle para a poluição ambiental. sistemas de produção.
No entanto, a partir da década de 1970, Em paralelo, a indústria nuclear começou
devido à grande repercussão das consequências a desenvolver suas atividades de consultoria na
dos acidentes industriais que causaram a morte área de confiabilidade, e as indústrias passaram a
de milhares de pessoas e impactos de grandes adotar técnicas desenvolvidas pelas autoridades
dimensões ao meio ambiente, esse tema veio à de energia atômica na avaliação de riscos maiores
tona de forma mais contundente, mobilizando os e na estimativa de taxas de falhas de instrumen-
governos e a população. tos de proteção.
9
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Fonte: http://www.greenpeace.org/international/en/multimedia/photos/a-view-of-the-abandoned-pestic/
10
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
11
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Esse acidente gerou um profundo impacto uma imensa nuvem de gás inflamável, a qual foi
na Europa, ainda sob o impacto do acidente de levada por um vento de destino sudoeste, aju-
Flixborough na Inglaterra, em 1974, e originou o dado pela inclinação do terreno, até encontrar a
desenvolvimento da Diretiva de Seveso – EC Di- fonte de ignição e explodir. Nesse caso, a fonte
rective on Control of Industrial Major Accident de ignição direta foi o flare instalado inadequada-
Hazards –, em 1982. mente ao nível do solo, pois, no entendimento da
empresa, dada a força dos ventos no local, a insta-
Cidade do México lação do flare a uma altura mais elevada compro-
meteria a sua eficiência.
A explosão da nuvem atingiu cerca de 10
Na manhã de 19/11/1984, por volta das
residências e iniciou o incêndio nas instalações
5h35 ocorreu a explosão de uma nuvem de vapor
da base. A vizinhança pensou tratar-se de um
e uma série de BLEVEs na base de armazenamen-
terremoto devido ao forte barulho da explosão.
to e distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo
Por volta das 5h45 da manhã ocorreu o primeiro
(GLP) da empresa PEMEX, localizada no bairro de
BLEVE, após um minuto outro BLEVE aconteceu,
San Juanico, Cidade do México.
sendo o mais violento dessa catástrofe, gerando
uma bola de fogo com mais de 300 m de diâme-
Dicionário tro. Ocorreram mais de 15 explosões, BLEVE nas
quatro esferas menores e em muitos dos reser-
BLEVE: do original inglês Boiling Liquid Expanding vatórios cilíndricos, explosões dos caminhões-
Vapor Explosion. Fenômeno decorrente da explo-
são catastrófica de um reservatório, quando um -tanque e botijões, chuva de gotículas de GLP,
líquido nele contido atinge uma temperatura bem transformando tudo que atingiam em chamas;
acima da sua temperatura de ebulição à pressão alguns reservatórios e pedaços das esferas trans-
atmosférica com projeção de fragmentos e de ex-
pansão adiabática (CETESB, 2003). formaram-se em verdadeiros projéteis, atingindo
edificações e pessoas.
Os trabalhos de extinção do fogo e preven-
A base recebia GLP de três refinarias dife-
ção de novas explosões terminaram às 23 horas.
rentes por meio de gasoduto. A capacidade prin-
As consequências desse acidente foram trágicas:
cipal de armazenamento da base era de 16.000
morte de 650 pessoas, mais de 6.000 feridos e
m³ (aproximadamente 8.960.000 kg) de GLP, dis-
destruição total da base.
tribuídos em: duas esferas com capacidade in-
dividual de 2.400 m³, quatro esferas menores de
1.600 m³ de capacidade individual e 48 cilindros Vila Socó – Cubatão
horizontais (capacidades individuais variando de
36 m³ a 270 m³). No momento do acidente, a PE- Este é outro exemplo de um acidente am-
MEX estava com o armazenamento em torno de biental que provavelmente você tenha conheci-
11.000 m³ de GLP. mento. Infelizmente, o Brasil não deixou de sofrer
A catástrofe iniciou-se com o vazamento de com os problemas decorrentes de um grande aci-
gás devido à ruptura de uma tubulação de 8 po- dente ambiental.
legadas de diâmetro que transportava o gás de Por volta das 22h30 do dia 24/02/1984, mo-
uma das esferas para os reservatórios cilíndricos. radores da Vila Socó (atual Vila São José), Cubatão/
A sala de controle da PEMEX registrou por volta SP, perceberam o vazamento de gasolina em um
das 5h30 uma queda de pressão em suas insta- dos oleodutos da Petrobras, que ligava a Refinaria
lações e também em um duto localizado a 40 km Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa.
de distância, porém a sala de controle não conse- A tubulação passava em região alagadiça,
guiu identificar a causa dessa queda de pressão. A em frente à vila constituída por palafitas. Na noi-
liberação aconteceu por 5-10 minutos, formando
12
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
te do dia 24, um operador alinhou inadequada- após o vazamento aconteceu a ignição seguida
mente e iniciou a transferência de gasolina para de incêndio. O fogo se alastrou por toda a área
uma tubulação (falha operacional) que se encon- alagadiça superficialmente coberta pela gasolina,
trava fechada, gerando sobrepressão e ruptura incendiando as palafitas.
da mesma, espalhando cerca de 700 mil litros de O número oficial de mortos é de 93, porém
gasolina pelo mangue. Muitos moradores, visan- algumas fontes citam um número extraoficial su-
do a conseguir algum dinheiro com a venda de perior a 500 vítimas fatais (baseado no número
combustível, coletaram e armazenaram parte do de alunos que deixou de comparecer à escola e
produto vazado em suas residências. Com a mo- à morte de famílias inteiras sem que ninguém re-
vimentação das marés, o produto inflamável es- clamasse os corpos), dezenas de feridos e a des-
palhou-se pela região alagada e cerca de 2 horas truição parcial da vila.
1.3 Consequências
Esses acidentes caracterizaram-se por ex- Como consequência, essas discussões le-
trapolar as divisas das indústrias, projetando-se varam ao surgimento das primeiras leis e regula-
nas populações e meio ambiente a posteriori, com mentações sobre segurança industrial e controle
efeitos de médio e longo prazo. ambiental nos principais países industrializados.
Caro(a) aluno(a), neste capítulo você pôde verificar que a preocupação com a questão ambiental é
algo relativamente recente no contexto industrial, pois até a década de 1970 esse tema era praticamente
ignorado pelas grandes indústrias. A preocupação à época restringia-se a minimizar as perdas e danos
relativos ao processo industrial, praticamente inexistindo a preocupação com os danos causados à po-
pulação e ao meio ambiente.
Devido à repercussão das consequências dos acidentes ambientais ocorridos nos anos 1970, esse
tema veio à tona e tornou-se objeto de extrema importância para os governos, originando, assim, as pri-
meiras normas e legislações ambientais.
Você também conheceu e aprendeu um pouco mais sobre alguns dos principais acidentes ambien-
tais ocorridos em diversos países do mundo, onde foram expostas as causas e consequências, e também
teve ciência dos documentos que servirão de base para os conceitos e referenciais teóricos que serão
estudos no decorrer desta disciplina, cujo teor será discutido nos próximos capítulos.
13
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
1. Faça uma pesquisa e comente sobre a aplicação do Estudo de Análise de Riscos (EAR) em ou-
tras áreas da ciência.
2. Faça uma pesquisa e comente sobre outros acidentes ambientais que tiveram grande reper-
cussão mundial.
3. Comente sobre os riscos da utilização da energia nuclear e faça uma reflexão posicionando-se
em relação à sua utilização no Brasil. Você é a favor ou contra? Apresente seus argumentos,
justifique. Dê consistência à sua posição!
4. Faça uma pesquisa e comente sobre alguns acidentes nucleares e suas consequências para a
população e o meio ambiente.
14
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
2 RISCO AMBIENTAL
15
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Risco pode ser definido como a probabili- gamente com a frequência esperada
dade de uma comunidade sofrer consequências de ocorrência.
econômicas, sociais ou ambientais, em uma área 2. As consequências indesejadas caracte-
particular e durante um tempo de exposição de- rizam o fato de que o conceito de risco
terminado. está intimamente ligado a algum tipo
Exemplos: de dano, seja para a saúde, para a vida,
para o meio ambiente ou para as finan-
ferimento e/ou morte de seres vivos; ças individuais ou sociais.
avaria de bens;
prejuízo na capacidade produtiva; Quantitativamente, o risco tem sido ex-
interrupção da atividade econômica. presso como algum tipo de combinação (uma
função matemática) entre a frequência espe-
rada de ocorrência do evento indesejado e a
São fatores de risco: magnitude das suas consequências.
Observe que as três definições apresenta-
a periculosidade; das são idênticas e podem ser resumidas generi-
a vulnerabilidade; camente como:
a exposição ao perigo.
RISCO = COMBINAÇÃO DE FREQUÊNCIA E
CONSEQUÊNCIA
Se qualquer um desses fatores aumenta-
rem, o risco aumenta.
O IBAMA destaca, ainda nesse estudo, dois
A CETESB (2013), por meio da Norma P4.261,
conceitos importantes em análise de risco, que
define risco como sendo a medida de danos à
são os conceitos de risco e perigo. Embora ainda
vida humana, resultante da combinação entre
haja alguma confusão entre os dois, existe atual-
a frequência de ocorrência e a magnitude das
mente um consenso bastante grande sobre as
perdas ou danos (consequências).
definições desses dois termos.
A adequada composição desses fatores
Como destacado desde a introdução desta
possibilita estimar o risco de um empreendimen-
apostila, observe que são termos distintos.
to, sendo o estudo de análise de risco a ferramen-
ta utilizada para esse fim.
Consultando a apostila do curso sobre Es-
tudo de Análise de Riscos e Programa de Geren-
ciamento de Riscos do IBAMA, encontramos a
seguinte definição: o Risco de uma determinada
atividade pode ser entendido como o potencial
de ocorrência de consequências indesejadas de-
correntes da realização da atividade.
Dois aspectos importantes dessa definição:
16
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Atenção
PERIGO ≠ RISCO
PERIGO
Característica de uma atividade ou substância que expressa a sua condição de causar algum tipo de dano a
pessoas, a instalações ou ao meio ambiente.
Situação ou condição que tem potencial de acarretar consequências indesejáveis. É a propriedade intrínseca de
uma substância perigosa ou de uma situação física de poder provocar danos à saúde humana e/ou ao ambiente
RISCO
Medida da capacidade que um perigo tem de se transformar em um acidente.
Está relacionado com a chance de ocorrerem falhas que “libertem” o perigo e da magnitude dos danos gerados.
Contextualização de uma situação de perigo, ou seja, a possibilidade da materialização do perigo ou de um
evento indesejado ocorrer.
Analisando as definições apresentadas, va- tiplicação só é igual a zero se um dos fatores for
mos definir o conceito de Risco de modo mais zero), o que na maioria das vezes é impossível e
formal. este é o motivo de efetuarmos o Gerenciamento
Assim, Risco será definido como o produ- de Riscos.
to da probabilidade de ocorrência de um de- Mas, por outro lado, esses riscos podem e
terminado evento pela magnitude das conse- devem ser minimizados, tornando-os tão baixos
quências. quanto seja necessário, adotando para isso algu-
mas salvaguardas. Mas alguns fatores devem ser
R = P x C (Probabilidade x Magnitude da levados em consideração, como os custos que es-
Consequência) sas alterações podem implicar.
Para isso, foram adotados alguns critérios
de aceitabilidade de riscos (seja qualitativo ou
Efetuando uma análise matemática da
quantitativo). Caso contrário, não haveria como
equação representada, concluímos que a única
se tomar decisões relativas a investimentos em
forma de se ter risco zero consiste na completa
medidas para se aumentar a segurança de uma
eliminação do perigo (o resultado de uma mul-
instalação.
Com base no Manual de Análise de Riscos À frente de cada terno, temos a fonte uti-
(nº 01/2001) da FEPAM e no Manual de Orienta- lizada. Alguns termos estão relacionados duas
ção para a Elaboração de Estudos de Análise de vezes, apresentando os conceitos utilizados pela
Riscos da CETESB – Norma P4.261, 2003 –, iremos CETESB e pela FEPAM.
apresentar algumas definições para os termos
específicos e técnicos que serão utilizados no de-
senvolvimento do Estudo de Análise de Risco.
17
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
18
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
19
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Qualquer tubulação, incluindo seus equipamen- Processo de realização de estudos preditivos so-
tos e acessórios, destinada ao transporte de pe- bre um empreendimento, analisando e avaliando
tróleo, derivados ou de outras substâncias quími- os resultados. O EIA é composto de duas partes:
cas, situada fora dos limites de áreas industriais. uma fase de previsão, em que se procura prever
os efeitos de impactos esperados antes que ocor-
ra o empreendimento e outra em que se procura
Efeito dominó (CETESB) medir, interpretar e minimizar os efeitos ambien-
Evento decorrente da sucessão de outros eventos tais durante a construção e após a finalização do
parciais indesejáveis, cuja magnitude global é o empreendimento. O EIA conduz a uma estimativa
somatório dos eventos individuais. do impacto ambiental.
20
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
21
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
22
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
23
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Risco (CETESB)
Probabilidade (CETESB)
Medida de danos à vida humana, resultante da
Chance de um evento específico ocorrer ou de
combinação entre a frequência de ocorrência e a
uma condição especial existir. A probabilidade é
magnitude das perdas ou danos (consequências).
expressa numericamente na forma de fração ou
de percentagem.
Risco individual (CETESB)
24
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Rugosidade (CETESB)
Medida da altura média dos obstáculos que cau- Substâncias combustíveis e inflamáveis
sam turbulência na atmosfera, devido à ação do (FEPAM)
vento, influenciando na dispersão de uma nuvem Substâncias combustíveis são aquelas que po-
de gás ou vapor. dem reagir exotermicamente e de modo autos-
sustentado com um agente oxidante, usualmen-
te o oxigênio do ar, com emissão de luz e calor.
Sistema (CETESB)
São classificadas como substâncias inflamáveis as
Arranjo ordenado de componentes que estão substâncias combustíveis cujo ponto de fulgor é
inter-relacionados e que atuam e interatuam com inferior a 55 ºC.
outros sistemas, para cumprir uma tarefa ou fun-
ção num determinado ambiente.
Substâncias explosivas (FEPAM)
Substâncias explosivas são aquelas capazes de
Substância (CETESB)
causar uma súbita liberação de gases e calor, ge-
Espécie da matéria que tem composição definida. rando rápido aumento de pressão, quando sub-
metidas a choque, pressão ou alta temperatura.
Substâncias tóxicas (FEPAM)
São consideradas substâncias de ação tóxica, isto Substância perigosa (FEPAM)
é, com risco grave para a saúde, após exposição, Substância que se enquadre em qualquer uma
as substâncias que tenham um dos itens abaixo: das definições de substância tóxica e/ou combus-
tível e inflamável e/ou explosiva.
LC50 # 2000 mg/m3, para um tempo de
exposição # 4 horas, (LC50 = concen-
Unidade (CETESB)
tração da substância, no ar, para a qual
50% dos mamíferos mais sensíveis mor- Conjunto de equipamentos com finalidade de
rem em testes de inalação); armazenar (unidade de armazenamento) ou de
provocar uma transformação física e/ou química
LD50 – Cutânea # 400 mg/kg de massa
nas substâncias envolvidas (unidade de proces-
corpórea (LD50 – Cutânea = dose para a
so).
qual 50% dos mamíferos mais sensíveis
morrem em testes de absorção cutâ-
nea);
25
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Uma das formas de classificar os riscos é Os Riscos Ambientais podem ser classifica-
considerar situações potenciais de perdas e da- dos como Riscos Naturais e Riscos Antrópicos, e
nos ao homem e ao meio ambiente, dividindo-os estes são subdivididos em Riscos Tecnológicos e
em algumas classes e subclasses e tendo como Riscos Sociais.
ponto de partida os Riscos Ambientais (CERRI; Outras subdivisões para a classificação dos
AMARAL, 1998). riscos seguirão adiante.
26
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Saiba mais
Os EUA são referência mundial quando se quer pesquisar algo sobre EAR. Eles desenvolveram uma complexa estru-
tura para tratar desse tema. Por meio de seu órgão principal, US Environmental Protection Agency, o EPA, desenvol-
veram metodologias para a avaliação, gerenciamento e redução dos riscos, que são aplicadas em diversas áreas e
não somente na área industrial.
No site desse órgão, você pode encontrar manuais, metodologias e instruções sobre o EAR.
Mas não desanime no meio dessa leitura, caso não domine a língua inglesa. Faça uma simples busca no Google pelo
Saiba mais
termo US Environmental Protection Agency e clique no link “traduzir esta página”. A tradução fica muito bem feita
para o português, o que nos possibilita acessar a todas as informações. O tradutor efetua, inclusive, a tradução de
alguns guias e manuais. Não deixe de acessar esse site e aprender um pouco mais sobre esse tema tão rico.
O endereço do site é: www.epa.gov
27
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Os Riscos Biológicos são divididos em ris- riscos associados à flora estão relacionados a
cos associados à fauna e riscos associados à flora. doenças provocadas por fungos, pragas (ervas
Os riscos associados à fauna estão relacionados daninhas), ervas tóxicas e venenosas etc.
à atuação de agentes vivos, como organismos Já os Riscos Físicos são associados aos pro-
patogênicos. Como exemplos, podemos citar a cessos do meio físico, sendo divididos em 3 gru-
dengue, febre amarela, picadas de animais, doen- pos: riscos atmosféricos (ar), geológicos (solo e
ças provocadas por vírus e bactérias, pragas (roe- rocha) e hidrológicos (água).
dores, gafanhotos etc.) e epidemias de gripe. Os
28
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
29
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
30
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Caro(a) aluno(a), neste capítulo apresentamos importantes conceitos e definições, que serão muito
úteis em nossa disciplina. Voltamos a destacar, que neste momento deve estar muito claro para você, as
diferenças entre Perigo, Risco e Dano. Também é importante reconhecer a diferença entre Identificação
de Perigos, Análise de Riscos e Avaliação de Riscos.
Além da definição de uma série de outros conceitos, verificamos também como os riscos são clas-
sificados.
1. Escreva com suas palavras a definição de Perigo. Após responder a esta pergunta, procure a
definição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu correta-
mente.
2. Escreva com suas palavras a definição de Risco. Após responder a esta pergunta, procure a defi-
nição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu corretamente.
3. Escreva com suas palavras a definição de Dano. Após responder a esta pergunta, procure a defi-
nição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu corretamente.
4. Escreva com suas palavras a definição de Análise de Risco. Após responder a esta pergunta,
procure a definição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu
corretamente.
5. Escreva com suas palavras a definição de Avaliação de Risco. Após responder a esta pergunta,
procure a definição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu
corretamente.
31
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE
3 PERIGOS
Caro(a) aluno(a), neste capítulo vamos apre- Assim, as técnicas para a identificação de
sentar algumas técnicas de Identificação de Peri- perigos e estimativa dos efeitos no homem e no
gos. Entre as mais utilizadas, destacamos a Análise meio ambiente, decorrentes de incêndios, explo-
Preliminar de Perigos (APP) ou Análise Preliminar sões e liberações de substâncias tóxicas, já am-
de Riscos (APR) e o HazOp – Estudo de Perigos e plamente utilizadas nas áreas aeronáutica, mili-
Operabilidade (em inglês, Hazard and Operability tar e espacial, foram gradativamente adaptadas
Study). e aperfeiçoadas e passaram a ser incorporadas
Iremos apresentar, no total, 10 técnicas. como “ferramentas” para o gerenciamento de ris-
Existem, ainda, outras técnicas além das apresen- cos em atividades industriais, em particular nas
tadas aqui. Vamos nos ater às mais comuns e utili- indústrias química e petroquímica.
zadas na área ambiental.
Já vimos nos capítulos anteriores que os Atenção
grandes acidentes de origem tecnológica envol-
vendo substâncias químicas, ocorridos nas déca- Não confunda Identificação de Perigos com
Análise de Riscos e Avaliação de Riscos.
das de 1970 e 1980, motivaram os órgãos gover- Entre as técnicas que iremos estudar, as mais
namentais a promover diversos programas para o utilizadas são:
gerenciamento de riscos impostos por atividades APP – Análise Preliminar de Perigos.
HazOp – Estudo de Perigos e Operabilidade
industriais.
(Hazard and Operability Study).
33
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
fazer é combinar aquelas que resultem melhor Nos próximos tópicos, você poderá apren-
avaliação, tanto qualitativa, quanto quantitativa der os fundamentos e metodologias dessas técni-
dos riscos, ou seja, das ameaças de perdas even- cas e como utilizá-las.
tuais.
A Análise Preliminar de Riscos (APP), tam- A APP deve focalizar todos os eventos pe-
bém denominada Análise Preliminar de Riscos rigosos cujas falhas tenham origem na instala-
(APR), é uma técnica que foi desenvolvida espe- ção em análise, contemplando tanto as falhas
cificamente para aplicação nas etapas de plane- intrínsecas de equipamentos, de instrumentos e
jamento de projetos, visando a uma identificação de materiais, quanto os erros humanos. Também
precoce de situações indesejadas, o que possibili- deve examinar maneiras pelas quais a energia ou
ta a adequação do projeto antes que recursos de material do processo pode ser liberado de forma
grande monta tenham sido comprometidos. descontrolada.
Trata-se, portanto, de uma técnica de po- Na APP devem ser identificados os perigos,
tencial emprego em EIA, pois não exige o deta- as causas e os efeitos (consequências) sobre pes-
lhamento da instalação industrial a ser analisada. soas e meio ambiente e as categorias de severida-
Essa técnica está descrita como a técnica a de correspondentes, bem como as observações e
ser utilizada nos manuais da CETESB e da FEPAM. recomendações pertinentes aos perigos identifi-
Preparam-se planilhas nas quais, para cada cados, devendo os resultados ser apresentados
perigo identificado, são levantadas suas possíveis em planilha padronizada. Assim, concluímos que
causas, efeitos potenciais e medidas básicas de a APP é uma avaliação qualitativa dos riscos. É
controle aplicáveis (preventivas ou corretivas). precursora de outras análises.
34
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
35
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
36
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
2ª coluna: Causa
6ª coluna: Categoria de Severidade
As causas de cada perigo são discriminadas
nesta coluna. Essas causas podem envolver tanto Também de acordo com a metodologia de
falhas intrínsecas de equipamentos (vazamentos, APP adotada, os cenários de acidentes foram clas-
rupturas, falhas de instrumentação etc.) quanto sificados em categorias de severidade, as quais
erros humanos de operação e manutenção. fornecem uma indicação qualitativa do grau de
severidade das consequências de cada um dos ce-
nários identificados. As categorias de severidade
3ª coluna: Modo de Detecção
utilizadas no presente trabalho estão descritos a
Os modos disponíveis na instalação para a seguir, na Tabela 2.
detecção do perigo identificado na primeira co-
luna foram relacionados nesta coluna. A detecção 7ª coluna: Categoria de Risco
da ocorrência do perigo tanto pode ser realizada
através de instrumentação (alarmes de pressão, Combinando-se as categorias de frequên-
de temperatura etc.) quanto através de percep- cia com as de severidade obtém-se a Matriz de
ção humana (visual, odor etc.). Riscos, conforme descrito no Quadro 4, o qual
fornece uma indicação qualitativa do nível de ris-
co de cada cenário identificado na análise.
4ª coluna: Efeito
Os possíveis efeitos danosos de cada perigo
8ª coluna: Medidas/Observações
identificado são listados nesta coluna.
Os principais efeitos dos acidentes envol- Esta coluna contém as medidas que devem
vendo substâncias inflamáveis e tóxicas incluem: ser tomadas para diminuir a frequência ou seve-
ridade do acidente ou quaisquer observações
pertinentes ao cenário de acidente em estudo. A
incêndio em nuvem;
letra E (Existente) nesta coluna indica que as me-
explosão de nuvem; didas já foram tomadas.
formação de nuvem tóxica.
9ª coluna: Identificador do Cenário
5ª coluna: Categoria de Frequência de Acidente
do Cenário Esta coluna contém um número de iden-
No âmbito da APP, um cenário de acidente tificação do cenário de acidente. Foi preenchida
é definido como o conjunto formado pelo perigo sequencialmente para facilitar a consulta a qual-
identificado, suas causas e cada um dos seus efei- quer cenário de interesse.
tos.
37
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
38
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
39
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Conforme descrito na Norma P4.261 da (APR) descritas no Manual de Análise de Riscos (nº
CETESB, o relatório final de apresentação da APP 01/2001) da FEPAM.
deve conter a seguinte estrutura: Esse documento apresenta os tópicos que
deverão ser contemplados em trabalhos de APR
descrição dos objetivos e escopo da de plantas industriais a serem apresentados à DI-
análise; COPI/FEPAM.
descrição do sistema, contemplando A APR, também conhecida como Análise
aspecto de operação, manutenção e Preliminar de Perigos (APP), é uma técnica quali-
possíveis modificações; tativa para identificação de possíveis cenários de
descrição da metodologia e critérios acidentes em uma dada instalação.
adotados na análise; Deve ser elaborada obedecendo à seguinte
apresentação da Análise Preliminar de estrutura:
Riscos, contendo:
1. modelos de análise; 1. objetivo da aplicação da APR e abran-
2. planilhas da APP; gência de análise;
40
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Por ser uma atividade que envolve conhe- De acordo com a metodologia da APR, os
cimento em diversas áreas, a equipe responsável cenários de acidentes devem ser classificados em
pela elaboração da APR deve ser formada por categorias de frequência, as quais fornecem uma
uma equipe multidisciplinar. indicação qualitativa da frequência esperada de
Deverá constar do trabalho, a relação de to- ocorrência de cada cenário identificado, confor-
dos os participantes da equipe, bem como suas me exemplificado na Tabela 3.
funções no grupo e na empresa. Preferencialmen-
te, a equipe que realizará a APR deverá ser com-
posta de:
41
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Ainda de acordo com a metodologia da APR, das consequências de cada cenário identificado.
os cenários de acidentes devem ser classificados Na Tabela 4 são exemplificadas as categorias de
em categorias de severidade, as quais fornecem severidade que poderão ser utilizadas.
uma indicação qualitativa do grau de severidade
Obs.: Para classificação de um cenário em uma dada categoria de severidade não é necessário que todos
os aspectos previstos na categoria estejam incluídos nos possíveis efeitos deste acidente.
Fonte: FEPAM (2001).
42
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Obs.: onde, nAI corresponde ao número de cenários que foram classificados como sendo de
categoria de frequência A (muito improvável) e de severidade I (desprezível). As demais en-
tradas na tabela têm significado semelhante.
Fonte: FEPAM (2001).
Esta técnica também é uma das mais utiliza- da instalação, além de perdas na produção em ra-
das no processo de Identificação dos Riscos. zão de descontinuidade operacional.
Em 1963, a Divisão de Química Orgânica Também é objetivo da técnica identificar
Pesada da ICI estava projetando uma planta para problemas que possam contribuir para a redução
produção de fenol. Devido a problemas de cus- da qualidade operacional da instalação (operabi-
tos, o projeto foi cortado em muitos pontos, per- lidade da mesma). Cabe lembrar que num HazOp
dendo algumas de suas características originais, a operabilidade é tão importante quanto a iden-
gerando assim algumas críticas. tificação dos perigos, sendo que, na maioria dos
Em 1964, foi estabelecida uma equipe para trabalhos, encontram-se mais problemas de ope-
aplicação de um exame crítico no projeto da plan- rabilidade quando comparados aos perigos.
ta, a fim de detectar deficiências e investir da me- Tem se tornado extremamente claro que,
lhor forma possível. Durante quatro meses, três embora os códigos de práticas sejam de grande
especialistas trabalharam no projeto, examinan- valia, é particularmente importante suplementá-
do detalhadamente todos os diagramas de linha -los com uma técnica imaginativa, que antecipe
da planta, encontrando muitos perigos potenciais os perigos quando novos projetos envolverem
e problemas operacionais que não haviam sido novas tecnologias.
previstos no projeto. Portanto, o princípio da téc- A necessidade de identificar erros ou omis-
nica que se baseava em “encontrar alternativas” sões de projeto tem sido reconhecida há muito
foi modificado para “identificar desvios”, surgindo tempo, mas vem sendo realizada tradicionalmen-
assim a técnica HazOp. te com base em conhecimentos individuais de
O termo HazOp origina-se do inglês Hazard especialistas.
and Operability Study. Também conhecido como Exemplo: O engenheiro de instrumentação
Estudo de Perigos e Operabilidade, o HazOp é verifica os sistemas de controle e, se está satisfei-
uma técnica projetada para identificar perigos to, aprova o projeto e o passa para o próximo es-
que possam gerar acidentes nas diferentes áreas
43
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
pecialista. Esse tipo de verificação individualizada Nessa altura, o projeto já está bem definido,
melhora o projeto, mas tem pouca chance de de- a ponto de permitir a formulação de respostas ex-
tectar perigos relacionados com a interação das pressivas às perguntas do estudo.
diversas funções ou especialidades. Além disso, nesse ponto ainda é possível al-
O HazOp é efetivo na identificação de inci- terar o projeto sem grandes despesas.
dentes previsíveis, mas também é capaz de iden- Do ponto de vista de custos, o HazOp é óti-
tificar as mais sutis combinações que levam a mo quando aplicado a novas plantas, no momen-
eventos pouco esperados. to em que o projeto está estável e documentado,
A Análise de Perigos e Operabilidade é uma ou para plantas existentes ao ser planejado um
técnica para identificação de perigos projetada remodelamento.
para estudar possíveis desvios (anomalias) de Os principais resultados obtidos do HazOp
projeto ou na operação de uma instalação. são:
Consiste no trabalho integrado de uma
equipe de especialistas que realiza um exame identificação de desvios que conduzem
crítico sistemático, a fim de avaliar o potencial de a eventos indesejáveis;
riscos decorrentes da má operação ou mau fun- identificação das causas que podem
cionamento de itens individuais dos equipamen- ocasionar desvios do processo;
tos e os efeitos na instalação, seguindo uma es-
avaliação das possíveis consequências
trutura dada por determinadas palavras-guia que
geradas por desvios operacionais;
permitam identificar desvios ou afastamentos da
normalidade. recomendações para a prevenção de
eventos perigosos ou minimização de
A equipe procura identificar as causas de
possíveis consequências.
cada desvio e, caso sejam constatadas conse-
quências consideradas relevantes, ou seja, as de
elevada probabilidade ou magnitude, são avalia- A Tabela 6 apresenta um exemplo de pla-
dos os sistemas de proteção para determinar se nilha utilizada para o desenvolvimento da análise
estes são suficientes para controlar essas situa- de perigos e operabilidade.
ções. Se a equipe considerar que outras medidas
ou dispositivos de segurança são necessários,
então são feitas as respectivas recomendações.
A técnica é então repetida até que cada seção
do processo ou equipamento de interesse tenha
sido revisado.
A principal vantagem dessa discussão é que
ela estimula a criatividade e gera ideias. Essa cria-
tividade resulta da interação da equipe com dife-
rentes formações.
A melhor ocasião para a realização de um
estudo de riscos e operabilidade é a fase em que
o projeto se encontra razoavelmente consolida-
do, pois o método requer consultas a desenhos, P
& IDs e plantas de disposição física da instalação,
entre outros documentos.
44
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
45
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
46
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
47
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Para a análise de uma planta em operação, a mentos existentes contêm, via de regra, informa-
equipe pode ser composta por: ções suficientes para o estudo. É importante não
deixar que faltem cópias dos desenhos.
Chefe de fábrica; No caso de plantas descontínuas, os pre-
Supervisor de operação; parativos são em geral mais extensos, sobretudo
Engenheiro de manutenção; pela necessidade maior de operações manuais;
assim, as sequências de operação constituem a
Engenheiro de instrumentação;
maior parte do HazOp. Esses dados operacionais
Engenheiro eletricista; podem ser obtidos nas instruções operacionais,
Químico; diagramas lógicos ou diagramas sequenciais de
Líder da equipe. instrumentos.
Havendo operadores fisicamente envolvi-
dos no processo, como, por exemplo, alimentando
Alguns projetos necessitarão da inclusão de
vasos, suas atividades deverão ser representadas
diferentes disciplinas, como, por exemplo, enge-
pelas instruções (ou protocolos) de fabricação.
nheiro elétrico, engenheiro civil e farmacêutico-
-bioquímico, entre outros. O primeiro requisito consiste na avaliação
das horas necessárias à realização do estudo.
A equipe deve ter um líder que tenha expe-
riência na condução de estudos de HazOp e que Como regra geral, deverá ser estudada cada
tenha em mente fatores importantes para asse- parte isoladamente. Por exemplo, cada tubulação
gurar o sucesso das reuniões, como: não competir principal alimentando um vaso utilizará em média
com os membros da equipe, ter o cuidado de ou- 15 min do tempo da equipe. Um vaso com duas
vir a todos, não permitir que ninguém seja colo- entradas, duas saídas e um alívio deverá utilizar
cado na defensiva, manter o alto nível de energia, cerca de 1 hora e meia. Nessas condições, torna-
fazendo pausas quando necessário. -se possível efetuar uma estimativa com base no
número de tubulações e de vasos a serem anali-
Para que o estudo possa ser realizado, é im-
sados.
portante que esteja disponível toda a documen-
tação necessária, tais como: O HazOp requer a divisão da planta em
nodos (nós) de estudo (pontos estabelecidos
nos desenhos de tubulação, instrumentação e
P & IDs (diagramas de tubulação e ins-
procedimentos, entre os quais encontram-se os
trumentação);
componentes da planta como bombas, vasos,
Fluxogramas de processo e balanço de
trocadores de calor etc.) e que o processo, em tais
materiais;
pontos, seja analisado com auxílio das palavras-
Plantas de disposição física da instala- -guia.
ção;
A equipe de estudo começa pelo início do
Desenhos isométricos; processo, progredindo no sentido do seu fluxo
Memorial descritivo do projeto; natural, aplicando palavras-guia em cada nodo
Folha com os dados dos equipamentos; de estudo, identificando os problemas potenciais
Diagrama lógico de intertravamentos nesses pontos. Como exemplo, a palavra-guia
juntamente com a descrição completa. alta combinada com o parâmetro pressão resulta
num desvio de alta pressão.
A equipe analisa os efeitos desse desvio no
O volume de trabalho exigido nesse estágio ponto em questão e determina suas possíveis
depende do tipo da planta. Em plantas contínuas, causas, bem como suas consequências.
os preparativos são mínimos. Os fluxogramas
atualizados e desenhos de tubulações e instru-
48
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
49
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
50
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
51
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
52
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
53
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
54
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Saiba mais
ARAquá
O software ARAquá foi desenvolvido para auxiliar as avaliações de riscos ambientais de agrotóxicos, considerando as
possíveis contaminações de corpos d’água superficiais e subterrâneos, através da comparação de suas concentra-
ções estimadas, em cenário de uso agrícola, com parâmetros de qualidade de água.
A interface do ARAquá com o usuário foi planejada para ser amigável e os dados de entrada necessários são de fácil
obtenção, quando comparado com outros softwares para o mesmo fim.
O cadastramento pelo usuário de condições do clima e de propriedades do solo e do agrotóxico permite os cálcu-
los para situações específicas, além daquelas pré-cadastradas que seguem com o software. Dessa forma, o ARAquá
mostra-se adaptado às condições brasileiras de clima e solo e de pouca disponibilidade de dados.
Requisitos mínimos:
Processador: Pentium III 500 MHz ou posterior
Memória: 256 MB
Sistema Operacional: Windows XP/Vista Saiba mais
Adobe Reader 7.0 ou posterior
Resolução de Tela: 1024 X 768 pixels (Melhor Visualização)
Fonte: http://www.sgte.embrapa.br/produtos/araqua.php
Uma das ferramentas mais utilizadas é o O Checklist simplificado que se segue foi de-
Checklist, conhecido também como questionário. rivado de questões What-If e cobre importantes
Baseia-se na elaboração e aplicação de uma aspectos de uma operação de produção. As pala-
sequência lógica de questões para a avaliação das vras ou frases da listagem devem servir para esti-
condições de segurança de uma instalação, por mular questões relativas a cada assunto.
meio de suas condições físicas, dos equipamen-
tos utilizados e das operações praticadas.
A lista de verificação aplica-se às etapas de
elaboração de projeto, de construção, de opera-
ção e durante as paradas para manutenção.
55
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
56
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
57
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
sistemas complexos, o número de analistas é, nor- O formato da tabela a ser utilizado está tam-
malmente, incrementado, de acordo com a com- bém associado ao tipo de análise e nível de deta-
plexidade e especificidades das instalações. lhamento desejado; na sequência estão apresen-
De forma geral, para se garantir a efetivida- tados dois tipos de tabelas, sendo o segundo um
de na aplicação da técnica, deve-se dispor de: exemplo de tabela para a aplicação da AMFEC.
A definição do problema e das condições
Lista dos equipamentos e sistemas; de contorno deve contemplar a determinação
Conhecimento das funções dos equipa- prévia do que efetivamente será analisado; assim,
mentos, sistemas e planta industrial; de forma geral, como elementos mínimos devem
ser considerados:
Fluxogramas de processo e instrumen-
tação (P & IDs);
A identificação da planta e/ou dos siste-
Diagramas elétricos, entre outros docu-
mas a serem analisados;
mentos e informações, de acordo com a
instalação ou processo a ser analisado. O estabelecimento dos limites físicos
dos sistemas, o que implica normal-
mente a utilização de fluxogramas de
Na aplicação da AMFE, devem ser contem- engenharia;
pladas as seguintes etapas: O reconhecimento das informações ne-
cessárias para a identificação dos equi-
Determinar o nível de detalhamento da pamentos e suas relações como os de-
análise a ser realizada; mais sistemas da planta a ser analisada.
Definir o formato da tabela e informa-
ções a serem apontadas;
Definir o problema e as condições de
contorno;
Preencher a tabela da AMFE;
Apontar as informações e recomenda-
ções.
58
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
59
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
O preenchimento da tabela deve ser reali- tuações que possam provocar conse-
zado de forma sistemática, propiciando assim as quências relevantes;
condições para a redução de eventuais omissões Para cada modo de falha identificado,
nessa atividade; para tanto, em geral, utiliza-se deve-se procurar avaliar os efeitos em
como referência um fluxograma de engenharia outros componentes ou no sistema; por
ou outros documentos adicionais, de acordo com exemplo, uma falha que possa gerar o
a complexidade da instalação em análise. vazamento de um líquido por um selo
Inicia-se o preenchimento da tabela, a par- de uma bomba tem um efeito imediato
tir do primeiro componente (equipamento) con- ao redor desse equipamento e, caso o
siderado de interesse para os objetivos da análise produto seja inflamável, poderá ocasio-
a ser realizada, seguindo o fluxo (sequência) nor- nar um incêndio afetando outros equi-
mal do processo até a sua etapa final, devendo-se pamentos situados nas imediações.
considerar as seguintes recomendações:
60
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
61
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
,
Fonte: Amorim (2013).
62
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
63
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
A Análise de Árvore de Falhas (AAF) (Failu- A AAF é um método excelente para o estu-
re Tree Analysis – FTA) foi desenvolvida por H. A. do dos fatores que poderiam causar um evento
Watson, nos anos 1960, para os Laboratórios Bell indesejável (falha) e encontra sua melhor aplica-
Telephone, no âmbito do projeto do míssil Minu- ção no estudo de situações complexas.
teman, sendo posteriormente aperfeiçoada e uti- A Análise de Árvores de Falhas é uma téc-
lizada em outros projetos aeronáuticos da Boeing. nica dedutiva que tem por objetivo identificar as
64
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
causas potenciais de acidentes e de falhas (even- Pode-se também determinar caminhos crí-
tos indesejáveis – topo) num determinado siste- ticos, sequências de eventos com maior probabili-
ma, a partir da combinação lógica das falhas dos dade de levar ao evento indesejado (denominado
diversos componentes do sistema, além de per- evento-topo, por situar-se no topo, ou no tronco
mitir a estimativa da probabilidade ou frequência de uma árvore invertida, cujas bifurcações são as
de ocorrência de uma determinada falha ou aci- raízes).
dente (obtenção da probabilidade de ocorrência Observações: pode ser realizada em dife-
do evento indesejado). rentes níveis de complexidade. Ótimos resulta-
Portanto, é um método que possibilita uma dos podem ser conseguidos apenas com a forma
Análise Quantitativa e Qualitativa. qualitativa de análise. Completa-se excelente-
A AAF consiste na construção de um pro- mente com a Análise de Modos de Falhas e Efei-
cesso lógico dedutivo que, partindo de um even- tos (AMFE).
to indesejado predefinido (hipótese acidental), Alguns significados básicos:
busca as suas possíveis causas. O processo segue
investigando as sucessivas falhas dos componen- Evento: desvio, indesejado ou espera-
tes até atingir as chamadas falhas (causas) bási- do, do estado normal de um compo-
cas, que não podem ser desenvolvidas, e para as nente do sistema;
quais existem dados quantitativos disponíveis. Evento-Topo: evento indesejado ou hi-
O evento indesejado é comumente chamado de pótese acidental. Localizado no topo da
“Evento-Topo”. árvore de falhas, é desenvolvido até que
A construção do processo lógico dedutivo as falhas mais básicas do sistema sejam
é efetuada com o auxílio da Álgebra Booleana. identificadas, por meio de relações lógi-
cas que estabelecem as relações entre
as falhas;
Dicionário
Evento Intermediário: evento que
Álgebra Booleana: ramo da matemática que des- propaga ou mitiga um evento iniciador
creve o comportamento de funções lineares ou
(básico) durante a sequência do aciden-
variáveis binárias: on/off; aberto/fechado; verda-
deiro/falso. Todas as árvores de falhas coerentes te;
podem ser convertidas numa série equivalente Evento Básico: um evento é considera-
de equações “booleanas”. Para proceder ao estudo
quantitativo da AAF, é necessário conhecer e re- do básico, quando nenhum desenvolvi-
lembrar algumas definições da Álgebra de Boole. mento a mais é julgado necessário;
A Álgebra Booleana foi desenvolvida pelo mate-
mático George Boole para o estudo da lógica. Evento Não Desenvolvido: evento
que não pode ser desenvolvido porque
não há informações disponíveis.
Para a construção da árvore de falhas, a Porta Lógica (Comporta Lógica): for-
partir de um determinado “evento-topo”, três ma de relacionamento lógico entre os
perguntas são consideradas fundamentais para eventos de entrada (input-lower) e o
a identificação dos eventos intermediários e bási- evento de saída (output-higher). Esses
cos e de suas relações lógicas; são elas: relacionamentos lógicos são normal-
mente representados como portas E
(AND) ou OU (OR).
Que falhas podem ocorrer?
Como essas falhas podem ocorrer?
Quais são as causas dessas falhas? A diagramação lógica da árvore de falhas
com bifurcações sucessivas é feita utilizando-se
símbolos e comportas lógicas, indicando o rela-
65
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
De forma geral, a sequência para o desen- ções, eventos particulares ou falhas que
volvimento de uma árvore de falhas contempla as possam vir a contribuir para ocorrência
seguintes etapas: do evento-topo selecionado;
Construção da árvore de falhas, deter-
Seleção do evento indesejável ou falha, minando os eventos que contribuem
cuja probabilidade de ocorrência deve para a ocorrência do evento-topo, esta-
ser determinada. Seleção do “Evento-To- belecendo as relações lógicas entre os
po” (na aplicação em estudos de análise mesmos;
de riscos, normalmente o evento-topo Montagem, através da diagramação
é definido a partir de uma hipótese aci- sistemática, dos eventos contribuintes
dental, identificada anteriormente, pela e falhas levantadas na etapa anterior,
aplicação de técnicas específicas, como mostrando o inter-relacionamento en-
Análise Preliminar de Perigos, HazOp, tre esses eventos e falhas, em relação
Análise de Modos de Falhas e Efeitos e ao evento-topo. O processo inicia com
What-If, entre outras; os eventos que poderiam, diretamente,
Revisão dos fatores intervenientes: am- causar tal fato, formando o primeiro ní-
biente, dados do projeto, exigências do vel – o nível básico.
sistema etc., determinando as condi-
66
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Seguir esse procedimento para os even- Entre os principais benefícios do uso da AAF,
tos intermediários até a identificação em estudos de análise de riscos pode-se destacar:
dos eventos básicos em cada um dos
“ramos” da árvore; Conhecimento detalhado de uma insta-
À medida que se retrocede, passo a pas- lação ou sistema;
so, até o evento topo, são adicionadas Estimativa da confiabilidade de um de-
as combinações de eventos e falhas terminado sistema;
contribuintes. Desenhada a árvore de Cálculo da frequência de ocorrência de
falhas, o relacionamento entre os even- uma determinada hipótese acidental;
tos é feito através das comportas lógi-
Identificação das causas básicas de um
cas;
evento acidental e das falhas mais pro-
Realizar uma avaliação qualitativa da ár- váveis que contribuem para a ocorrên-
vore elaborada, dando especial atenção cia de um acidente maior;
para a ocorrência de eventos repetidos;
Detecção de falhas potenciais, difíceis
Através de Álgebra Booleana são de- de ser reconhecidas;
senvolvidas as expressões matemáticas
Tomada de decisão quanto ao controle
adequadas, que representam as entra-
dos riscos associados à ocorrência de
das da árvore de falhas. Cada comporta
um determinado acidente, com base
lógica tem implícita uma operação ma-
na frequência de ocorrência calculada e
temática, podendo ser traduzidas, em
nas falhas contribuintes de maior signi-
última análise, por ações de adição ou
ficância.
multiplicação;
Aplicação das probabilidades ou fre-
quências nos eventos básicos;
Cálculo das frequências dos eventos
intermediários, de acordo com as rela-
ções lógicas estabelecidas, ou seja, de-
terminação da probabilidade de falha
de cada componente;
A probabilidade de ocorrência do even-
to-topo será investigada pela combina-
ção das probabilidades de ocorrência
dos eventos que lhe deram origem.
67
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
68
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Figura 16 – Esquema para elaboração da árvore de falhas para falha de uma luminária.
69
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Exemplo 2
Figura 18 – Árvore de falhas para um congressista que não consegue chegar a tempo à conferência.
Exemplo 3
70
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
71
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Exemplo fictício para proceder a análise O descarrilamento pode ser causado por
quantitativa qualquer uma das três falhas assinaladas.
72
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Caro(a) aluno(a), neste capítulo, estudamos as principais técnicas para a identificação de perigos
num empreendimento, que foram:
1
Obs.: Exercícios 3 e 4 foram retirados do material de Estudos de Riscos, do professor A. Castellar (2008).
73
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCO
4 AMBIENTAL (EAR)
75
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Saiba mais
76
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Entre as finalidades desta etapa, destaca- nais (tipo e nº de habitantes), áreas urbanas, áreas
mos a identificação de aspectos comuns que pos- de expansão urbana, áreas rurais.
sam interferir, tanto no empreendimento quanto Os aspectos referentes aos sistemas viários
no meio ambiente, assim como a identificação também são importantes, devendo-se observar
na região de atividades que possam interferir no as informações referentes às vias urbanas, consi-
empreendimento sob o enfoque operacional e derando fluxo e tipo de tráfego, rodovias, ferro-
de segurança, e, por fim, estabelecer uma relação vias, hidrovias e aeroportos.
direta entre o empreendimento e a região sob in- Também devem ser levados em conside-
fluência. ração os dados referentes a cruzamentos e/ou
Como produto final dessa etapa, espera-se interferências, como adutoras, galerias, eletrodu-
obter um diagnóstico das interfaces existentes tos, gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão
entre o empreendimento em análise e o local de de energia elétrica, áreas geotecnicamente instá-
sua instalação e a caracterização dos aspectos re- veis, regiões sujeitas a inundações, áreas de pre-
levantes que subsidiarão os estudos de análise de servação ou de proteção ambiental, áreas ecolo-
risco, definindo os métodos, diretrizes ou necessi- gicamente sensíveis.
dades específicas, além de propiciar o auxílio na Como vimos nos relatos dos grandes aci-
determinação do nível de abrangência do estudo. dentes ambientais descritos no Capítulo 1, as
Assim, essa etapa inicial do trabalho deve características meteorológicas também represen-
contemplar os seguintes aspectos: tam fatores importantes, devendo-se observar os
dados referentes à temperatura, categoria de es-
Realização de levantamento fisiográfico tabilidade atmosférica, umidade relativa do ar e
da região sob influência do empreendi- velocidade e direção de ventos.
mento; Em relação à caracterização das atividades e
Caracterização das atividades e dos as- dos aspectos operacionais do empreendimento,
pectos operacionais; devemos obter os dados referentes à planta geral
Cruzamento das informações e inter- da instalação, do arranjo físico (layout), especifica-
pretação dos resultados. ção dos equipamentos, descrição das operações
e procedimentos de segurança, identificação e
caracterização de fontes de ignição.
Para efetuar um completo e eficaz levan-
Em relação aos aspectos operacionais, de-
tamento de dados para a caracterização do em-
vemos obter os dados referentes às substâncias
preendimento e da região, devemos obter os da-
envolvidas, como inventários, formas de armaze-
dos referentes à localização do empreendimento
namento, características físico-químicas, caracte-
que englobam: planta planialtimétrica do entor-
rísticas toxicológicas, fluxogramas de engenharia
no da instalação, corpos d´água, consumo huma-
e de processo, instrumentação, dados opera-
no, abastecimento industrial, utilização agrope-
cionais que englobam informações referentes à
cuária, geração de energia e piscicultura.
pressão e vazão e sobre os sistemas de segurança.
Quando o empreendimento objeto do EAR
localizar-se em áreas litorâneas, devemos ma-
Distribuição populacional da região;
pear e obter os dados referentes aos manguezais,
praias (abertas ou protegidas), costões, estuários, Descrição física e layout da instalação
portos e áreas de navegação, núcleos habitacio- em escala;
77
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Esta etapa tem por objetivo identificar os 1. Análise Preliminar de Perigos (APP);
possíveis eventos indesejáveis que podem levar 2. Estudo de perigos e operabilidade (Ha-
à materialização de um perigo, para que possam zOp – Hazard and Operability Study).
ser definidas as hipóteses acidentais que poderão 3. Análise “E se...” (What if...?);
acarretar consequências significativas.
4. Lista de verificação (Checklist);
Para tanto, devem ser empregadas técnicas
5. Análise de Modos de Falhas e Efeitos
específicas para a identificação dos perigos, entre
(AMFE).
as quais cabe mencionar:
78
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
79
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
80
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Dicionário
81
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
des de 1% e 50% de fatalidade, para o tempo de Já, para os cenários envolvendo a dispersão
passagem da nuvem. de nuvens tóxicas na atmosfera, a distância apre-
sentada deverá ser aquela correspondente à con-
Distâncias a serem consideradas centração utilizada como referência, conforme
apresentado no item Substâncias Tóxicas.
82
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
83
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
84
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
diversos fatores influenciam nesse processo, tais Um fator que deve ser levado em conside-
como: ração na análise do erro humano durante a reali-
zação de uma determinada operação diz respeito
tipos de falha; aos erros de manutenção, os quais são responsá-
condições ambientais; veis por cerca de 60 a 80% das causas de acidentes
maiores envolvendo erro humano (AICHE, 2000).
características dos sistemas envolvidos;
tipos de atividade ou operações realiza-
das;
capacitação das pessoas envolvidas;
motivação;
disponibilidade e qualidade de normas
e procedimentos operacionais;
tempo disponível para execução de ta-
refas.
85
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
possam ser levadas em consideração sociadas aos efeitos físicos e em função das pes-
eventuais proteções. soas expostas nas direções de vento adotadas,
considerando-se em cada uma dessas direções
as duas velocidades médias de vento, correspon-
Diferentes distribuições ou características
dentes aos períodos diurno e noturno.
das pessoas expostas podem ser consideradas
na estimativa dos riscos por intermédio de sim- A estimativa do número de vítimas fatais
plificações, como, por exemplo, através do uso de poderá ser realizada considerando as probabili-
dados médios de distribuição populacional; no dades médias de morte, conforme segue:
entanto, deve-se estar atento quanto ao emprego
dessas generalizações, que pode induzir a erros aplicar a probabilidade de 75% para as
significativos na estimativa dos riscos, razão pela pessoas expostas entre a fonte do va-
qual esses procedimentos devem ser tratados zamento e a curva de probabilidade de
com a devida cautela. Ressalta-se que os dados fatalidade de 50%;
oriundos de censos de densidade demográfica aplicar a probabilidade de 25% para as
em áreas urbanas não devem ser utilizados para pessoas expostas entre as curvas com
a estimativa da população exposta numa deter- probabilidades de fatalidade de 50% e
minada área. 1%.
Para cada tipologia acidental, deverá ser
estimado o número provável de vítimas fatais, de A Figura 23 mostra de forma mais clara a es-
acordo com as probabilidades de fatalidades as- timativa do número de ritmos.
86
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Onde:
Nik = número de fatalidades resultante do evento final;
Nek1 = número de pessoas presentes e expostas no quadrante k até a distância delimitada pela cur-
va correspondente à probabilidade de fatalidade de 50%;
Nek2 = número de pessoas presentes e expostas no quadrante k até a distância delimitada pela cur-
va correspondente à probabilidade de fatalidade de 1%.
Para o caso de flashfire, o número de pessoas expostas é o correspondente a 100% do número das
pessoas presentes dentro da nuvem, até o limite da curva correspondente ao Limite Inferior de Inflama-
bilidade (LII); assim tem-se:
Onde:
Nik = número de fatalidades resultante do evento final i;
Nek = número de pessoas presentes no quadrante k até a distância delimitada pela curva correspon-
dente ao LII.
Para cada um dos eventos considerados no estudo, deve ser estimada a frequência final de ocor-
rência, considerando-se as probabilidades correspondentes a cada caso, como, por exemplo, a incidên-
cia do vento no quadrante e a probabilidade de ignição, entre outras; assim, tomando como exemplo a
liberação de uma substância inflamável, a frequência de ocorrência do evento final i poderá ser calculada
da seguinte forma:
Onde:
Fi = frequência de ocorrência do evento final i;
fi = frequência de ocorrência do evento final i;
pk = probabilidade do vento soprar no quadrante k;
pi= probabilidade de ignição.
O número de pessoas afetadas por todos os eventos finais deve ser determinado, resultando numa
lista do número de fatalidades, com as respectivas frequências de ocorrência. Esses dados devem então
87
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
ser trabalhados em termos de frequência acumulada, possibilitando assim que a curva F-N seja construí-
da; assim, tem-se:
Onde:
FN = frequência de ocorrência de todos os eventos finais que afetam N ou mais pessoas;
Fi = frequência de ocorrência do evento final i;
Ni= número de pessoas afetadas pelos efeitos decorrentes do evento final i.
Onde:
RIx,y = risco individual total de fatalidade no ponto x,y;
(chance de fatalidade por ano (ano-1))
RIx,y,i= risco de fatalidade no ponto x,y devido ao evento i;
(chance de fatalidade por ano (ano-1))
n = número total de eventos considerados na análise.
88
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Onde:
RIx,y,i = risco de fatalidade no ponto x,y devido ao evento i;
(chance de fatalidade por ano (ano-1))
Fi = frequência de ocorrência do evento final i;
pfi = probabilidade que o evento i resulte em fatalidade no ponto x,y, de acordo com os efeitos
resultantes das consequências esperadas.
Saiba mais
Saiba mais
Você pode complementar este tema (EAR), observando e analisando um EAR completo. Um bom exemplo é o EAR
feito para a Usina Termelétrica de Tefé, situada no Amazonas. Não deixe de conferir!
Disponível em: http://www.ipaam.am.gov.br/arquivos/download/arqeditor/RIMA/ANEXO%20XII%20-%20EAR.pdf
A avaliação dos riscos impostos ao ser hu- na medida em que há a necessidade de se avaliar
mano por um empreendimento depende de os empreendimentos com potencial para causar
uma série de variáveis, cujo resultado pode apre- danos à população, decorrentes de acidentes en-
sentar um nível razoável de incerteza, decorrente volvendo produtos perigosos.
principalmente da escassez de informações nes- Assim, independentemente das limitações
se campo. existentes, foi realizado um amplo levantamen-
A análise comparativa de riscos requer o to dos critérios internacionais atualmente vigen-
estabelecimento de níveis de riscos (limites), a tes (Reino Unido, Holanda, Hong Kong, Austrália,
serem utilizados como referências que permitam Estados Unidos e Suíça), a partir dos quais foram
comparar situações muitas vezes diferenciadas. estabelecidos os critérios de tolerabilidade para
O estabelecimento desses níveis envolve os riscos social e individual, assumindo-se valores
a discussão da tolerabilidade dos riscos, que de- médios entre os critérios pesquisados.
pende de um julgamento por vezes subjetivo e A Figura 24 apresenta a curva F-N adotada
pessoal, envolvendo temas complexos, como, por como critério para a avaliação do risco social.
exemplo, a percepção dos riscos, que varia consi-
deravelmente de indivíduo para indivíduo.
Apesar dessas dificuldades, a definição de
critérios de tolerabilidade de riscos é importante
89
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Os riscos situados na região entre as curvas empreendimento aprovado, uma vez que o enfo-
limites dos riscos intoleráveis e negligenciáveis, que principal na avaliação dos riscos está voltado
denominada ALARP (As Low As Reasonably Prac- aos impactos decorrentes de acidentes maiores,
ticable), embora situados abaixo da região de in- afetando agrupamentos de pessoas, sendo, por-
tolerabilidade, devem ser reduzidos tanto quanto tanto, o risco social o índice prioritário nessa ava-
praticável. liação.
Para o risco individual, foram estabelecidos Nos estudos de análise de riscos em dutos,
os seguintes limites: os riscos deverão ser avaliados somente a partir
do risco individual, de acordo com os seguintes
Risco máximo tolerável: 1 x 10-5 ano-1; critérios:
Risco negligenciável: < 1 x 10-6ano-1.
Risco máximo tolerável: 1 x 10-4 ano-1;
Risco negligenciável: < 1 x 10-5ano-1.
Para a aprovação do empreendimento, de-
verão ser atendidos os critérios de risco social e
individual conjuntamente, ou seja, as curvas de O conceito da região denominada ALARP
riscos social e individual deverão estar situadas na (As Low As Reasonably Practicable) também se
região negligenciável ou na região ALARP. aplica na avaliação do risco individual; assim, os
Entretanto, nos casos em que o risco social valores de riscos situados na região entre os limi-
for considerado atendido, mas o risco individual tes tolerável e negligenciável, também, deverão
for maior que o risco máximo tolerável, a CETESB, ser reduzidos tanto quanto praticável.
após avaliação específica, poderá considerar o
90
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Embora as ações previstas no PGR devam desenvolvam atividades nas instalações envolvi-
contemplar todas as operações e equipamentos, das nesse processo.
o programa deve considerar os aspectos críticos Toda a documentação de registro das ativi-
identificados no estudo de análise de riscos, de dades realizadas no PGR, como, por exemplo, os
forma que sejam priorizadas as ações de geren- resultados de auditorias, serviços de manutenção
ciamento dos riscos, a partir de critérios estabele- e treinamentos, devem estar disponíveis para ve-
cidos com base nos cenários acidentais de maior rificação sempre que necessária pelos órgãos res-
relevância. ponsáveis, razão pela qual devem ser mantidos
O objetivo do PGR é prover uma sistemáti- em arquivo por, pelo menos, seis anos.
ca voltada para o estabelecimento de requisitos
contendo orientações gerais de gestão, com vis- Informações de segurança de processo
tas à prevenção de acidentes.
91
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
92
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
93
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Treinamento inicial: todo o pessoal das e divulgadas na empresa, de modo que situa-
envolvido nas operações da empre- ções futuras e similares sejam evitadas.
sa deve ser treinado antes do início A documentação do processo de investiga-
de qualquer atividade, de acordo com ção deve contemplar os seguintes aspectos:
critérios preestabelecidos de qualifica-
ção profissional. Os procedimentos de Natureza do incidente;
treinamento devem ser definidos de
Causas básicas e demais fatores contri-
modo a assegurar que as pessoas que
buintes;
operem as instalações possuam os co-
nhecimentos e habilidades requeridos Ações corretivas e recomendações
para o desempenho de suas funções, identificadas, resultantes da investiga-
incluindo as ações relacionadas com a ção.
pré-operação e paradas, emergenciais
ou não. Plano de Ação de Emergência (PAE)
Treinamento periódico: o programa
de capacitação deve prever ações para
Independentemente das ações preventivas
a reciclagem periódica dos funcioná-
previstas no PGR, um Plano de Ação de Emergên-
rios, considerando a periculosidade e
cia (PAE) deve ser elaborado e considerado como
complexidade das instalações e as fun-
parte integrante do processo de gerenciamento
ções; no entanto, em nenhuma situação
de riscos.
a periodicidade de reciclagem deve ser
O PAE deve se basear nos resultados obti-
inferior a três anos. Tal procedimento
dos no estudo de análise e avaliação de riscos,
visa a garantir que as pessoas estejam
quando realizado, e na legislação vigente, deven-
permanentemente atualizadas com os
do também contemplar os seguintes aspectos:
procedimentos operacionais.
Treinamento após modificações:
introdução;
quando houver modificações nos pro-
cedimentos ou nas instalações, os estrutura do plano;
funcionários envolvidos deverão, obri- descrição das instalações envolvidas;
gatoriamente, ser treinados sobre as cenários acidentais considerados;
alterações implementadas antes do re- área de abrangência e limitações do
torno às suas atividades. plano;
estrutura organizacional, contemplan-
do as atribuições e responsabilidades
Investigação de incidentes
dos envolvidos;
fluxograma de acionamento;
Todo e qualquer incidente de processo ou
ações de resposta às situações emer-
desvio operacional que resulte ou possa resultar
genciais compatíveis com os cenários
em ocorrências de maior gravidade, envolvendo
acidentais considerados, de acordo com
lesões pessoais ou impactos ambientais, deve ser
os impactos esperados e avaliados no
investigado. Assim, o PGR deve contemplar as di-
estudo de análise de riscos, consideran-
retrizes e critérios para a realização dessas inves-
do procedimentos de avaliação, contro-
tigações, que devem ser devidamente analisadas,
le emergencial (combate a incêndios,
avaliadas e documentadas.
isolamento, evacuação, controle de va-
Todas as recomendações resultantes do
zamentos etc.) e ações de recuperação;
processo de investigação devem ser implementa-
recursos humanos e materiais;
94
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
A comunicação de risco surgiu para infor- A comunicação de risco pode ser elaborada
mar sobre os riscos para a segurança e a saúde visando a diversos objetivos, como, por exemplo:
que as pessoas estão expostas. O crescente inte-
resse público pelas questões ambientais, em par- Alertar o público para um risco especí-
ticular os riscos de impactos ambientais negativos fico;
provocados por resíduos industriais – inclusive os Acalmar o público para um risco espe-
gerados em acidentes –, vem impondo às empre- cífico;
sas uma revisão de sua estratégia da gestão am-
Informar sobre a revisão de estimativas
biental, com a comunicação de risco tornando-se
de risco;
um dos elementos decisivos no gerenciamento
dessa atividade. Mudar o comportamento;
Auxiliar ou buscar auxílio;
95
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo final, você estudou todas as etapas que contemplam um EAR,
estando entre elas, algumas destacadas nos capítulos iniciais, como a Identificação dos Perigos. Obser-
vou também que o EAR deve ser apresentado numa estrutura preestabelecida. Nesta apostila, desta-
camos apenas as instruções e procedimentos descritos na norma P4.261 da CETESB. Como afirmado
anteriormente, outras normas como a norma da FEPAM apresentam pequenas diferenças, mas podemos
dizer que estruturalmente são equivalentes.
Caso tenha a necessidade de trabalhar com outro padrão não mencionado aqui, bastará você
efetuar os pequenos ajustes necessários.
2. Quais são as três principais questões que devem ser levantadas para um bom planejamento no
campo da comunicação de risco?
3. Quais são as cinco práticas essenciais que influenciam a efetividade da comunicação de risco?
96
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS
CAPÍTULO 1
1. Entre as diversas aplicações em outras áreas do Estudo de Análise de Riscos podemos citar a
aplicação na área de Segurança no Trabalho, que com o auxílio de diversas técnicas e elabora-
ção de mapas de riscos procura-se detalhar e reduzir ao mínimo os riscos de acidentes sofridos
pelos empregados no ambiente de trabalho. Podemos citar também a aplicação na área das
Ciências Atuariais (Seguros), cujo estudo de forma mais ampla e complexa busca quantificar o
risco de um determinado evento ocorrer e, assim, servir de base para a determinação do custo
a ser pago pelo contratante. Também é utilizado na Administração, na área de Gerenciamento
de Projetos. Outra aplicação ocorre na área de TI e Informática, onde são aplicados os conceitos
de EAR avaliando-se questões como tempo de downtime de operações e abrangendo diversas
áreas que vão desde a parte lógica – softwares específicos que não podem ficar sem acesso
(como banco de dados) – até a parte estrutural (como rede/internet, servidores, armazenamen-
to de dados etc.), além das questões de custos-benefícios em nível de investimento financeiro.
Em Economia, análise de risco é a verificação dos pontos críticos que possam vir a apresentar
não conformidade durante a execução de um determinado objetivo. Já no Mercado Financeiro
pode ser aplicado para tomada de decisões sobre investimentos ou ainda sobre a liberação de
crédito. Outra área que merece destaque é a utilização do Estudo de Análise de Risco Ambien-
tal pelas instituições financeiras. Uma adequada avaliação dos riscos ambientais vem sendo
crescentemente demandada por diversos interessados: as empresas, em função dos custos fi-
nanceiros e da imagem pública; a comunidade de negócios, para melhor instrumentalizar a
precificação de suas transações; as instituições financeiras públicas, pelo seu papel estratégico
no desenvolvimento sustentável e na proteção ambiental; e a sociedade organizada, para de-
monstrar seu esforço na defesa do bem comum. A comunidade de negócios vem desenvol-
vendo sistemas de avaliação de risco ambiental ao estilo de classificação de risco de crédito
(rating), os quais têm o objetivo de avaliar duas questões-chave da empresa: mensurar o mon-
tante de seus custos e passivos ambientais; e qualificar sua capacitação efetiva em administrar
esses custos e passivos. Tais sistemas estão em fase embrionária, considerando situações em
diversos níveis de complexidade, e sua utilização no ambiente nacional provavelmente se dará
no longo prazo. Na ausência desses sistemas de rating, a comunidade de negócios baseia-se
em avaliações sistemáticas realizadas por empresas de auditoria ambiental e consultores espe-
cializados.
97
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
2.
Entre os grandes acidentes ambientais ocorridos, além dos já citados no Capítulo 1, pode-
mos mencionar:
Baia de Minamata (Japão – 1958), lançamento de mercúrio usado como catalisador usado
no processo de produção do cloreto de vinila, matéria-prima do PVC. 143 mortes, 899 reco-
nhecidas como afetadas pela doença de Minamata.
Oppau, na Alemanha, em setembro de 1921, com explosão de um silo estocando uma mis-
tura de sulfato de amônia e nitrato de amônia, com a morte de 561 pessoas, ferimentos em
2.000 pessoas e destruição de 700 residências.
Texas City, nos Estados Unidos, em 1947, explosão em navio com nitrato de Amônio, cau-
sando 552 mortes e 3.000 feridos.
Feyzin, na França, em janeiro de 1966, com fogo em esferas de propano, que matou 18
pessoas e feriu 81 pessoas. Destruiu 5 esferas de armazenamento de propano. Perdas de
68 milhões de dólares.
Rio de Janeiro, no Brasil, em setembro de 1972, ocorreu BLEVE em estocagem de GLP, com
37 mortes e 53 feridos.
Potchefstroom, na África do Sul, em 1973, com vazamento de amônia e 18 mortes e 65
intoxicados.
Rio de Janeiro, no Brasil, em março de 1975, vazamento de 6.000 toneladas de petróleo de
navio.
São Sebastião, no Brasil, com vazamento de 6.000 toneladas de petróleo de navio.
Portstall, no Reino Unido, em março de 1978, com vazamento de 230.000 toneladas de
petróleo de um navio encalhado e perdas de US$ 85,2 milhões.
Los Afaques, na Espanha, em julho de 1978, com explosão tipo BLEVE de um caminhão
tanque com 45 m3 de propileno e com 216 mortos e 200 feridos.
Piper Alpha, no Mar do Norte, em julho de 1988, vazamento de gás em plataforma de pe-
tróleo, com 167 mortos e perdas de US$ 3,4 bilhões.
Quebec no Canadá, em agosto de 1988, com incêndio em armazém com 8.000 peças com
resíduos de bifenilapolicloradas, que culminou com a evacuação de 4.000 pessoas em 17
dias.
Alasca, nos Estados Unidos, em março de 1989, com vazamento de 40.000 toneladas de
petróleo de navio encalhado e morte de 100.000 aves.
Ufa, na Rússia, em junho de 1989, com VCE em duto de gás natural, com 645 mortes e 500
feridos.
Catzacoala, em março de 1991, explosão em planta de processo e vazamento de cloro, com
perdas de US$ 150 milhões.
Guadalajara, no México, em abril de 1991, com explosão em duto de gasolina, causando
300 mortes.
Mill Bay, no Reino Unido, em fevereiro de 1996, com vazamento de 70.000 toneladas de
petróleo de um navio, com 2.300 pássaros mortos.
Araras, no Brasil, em 1998, explosão de caminhão tanque com gasolina e óleo diesel, pro-
vocando 54 mortes.
98
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
Todos esses eventos tiveram em comum, como consequência de suas ocorrências, ou o alto
número de fatalidades ou danos ao meio ambiente, com contaminação da fauna, da flora,
águas e ar, além de altos prejuízos materiais.
3. Temos o risco de contaminação do meio ambiente pelos resíduos radioativos que demandam
um forte esquema de segurança para deixá-los isolados. Em um ano, um reator nuclear de 1200
MW (como p. ex. o de Angra 2) produz 265 kg de resíduo de Plutônio-239, que tem uma meia-
-vida de 24.000 anos. Isso já produz material de sobra para se produzirem danos consideráveis
às populações humanas e ao meio ambiente em geral.
Podemos destacar também os riscos de acidentes nucleares com as usinas em funcionamento,
como os exemplos de Chernobyl, na Rússia, em abril de 1986 e Fukushima I, Japão, ocorrido
após um terremoto e um tsunami em 11 de março de 2011. Esses riscos podem servir de base
para os argumentos para as pessoas que se posicionam contra a utilização da Energia Nuclear.
Em contrapartida, como argumentos a favor da utilização da Energia Nuclear, podemos citar
o fato de a Energia Nuclear poder ser utilizada em substituição aos combustíveis fósseis e não
gerar gases de Efeito Estufa.
Comparando-se com a energia hidrelétrica, apresenta a vantagem de não necessitar o alaga-
mento de grandes áreas para a formação dos lagos de reservatórios, evitando assim a perda
de áreas de reservas naturais ou de terras produtivas, bem como a remoção de comunidades
inteiras das áreas que são alagadas. Outra vantagem da energia nuclear em relação à geração
hidrelétrica é o fato de que a energia nuclear é imune a alterações climáticas futuras que por-
ventura possam trazer alterações no regime de chuvas.
Já que a maior parte (cerca de 96%) do combustível nuclear queimado é constituída de Urânio
natural, uma grande parte do combustível utilizado nos reatores nucleares é reprocessada em
plantas de reprocessamento como a Urenco no Novo México. Cerca de 60% do combustível
nuclear é mandado diretamente para o reprocessamento. O reprocessamento visa a enrique-
cer novamente o urânio exaurido, tornando possível que ele seja novamente utilizado como
combustível.
A parte do combustível que não é reprocessada imediatamente é armazenada para reproces-
samento futuro, ou é armazenada definitivamente em depósito próprio.
Cerca de 4% do total do combustível queimado é constituído dos chamados produtos de fissão
e da série dos actinídeos, que são originados a partir da fissão do combustível nuclear. Estes
podem incluir elementos altamente radioativos como o Plutônio, Amerício e Césio. Atualmen-
te esses elementos são separados do urânio que será reprocessado e são armazenados em
99
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
100
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
3.
4.
A é transferido numa vazão especificada (ou seja, o parâmetro é o “fluxo de A” ou “vazão de A”).
O primeiro desvio é obtido aplicando-se a palavra-guia “NENHUM” à intenção. Isso é combina-
do com a intenção para fornecer:
“NENHUM” + “FLUXO DE A” = “NENHUM FLUXO DE A”
O fluxograma é então examinado para estabelecer as causas que podem produzir uma parada
completa do fluxo de A.
Algumas destas são causas claramente possíveis e, portanto, pode-se dizer que este é um des-
vio importante. Outras, não.
Em seguida, para as causas possíveis deve-se passar para a próxima etapa e avaliar as conse-
quências.
101
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
5.
1. Selecionar roupa;
2. Ligar a máquina;
3. Encher de água;
4. Adicionar sabão;
5. Adicionar roupa;
6. Programar lavagem;
7. Desligar a máquina;
8. Retirar roupa;
9. Estender para secagem.
CAPÍTULO 4
1. Informar e conscientizar acerca dos riscos de segurança e saúde aos quais as pessoas estão
expostas e ser capaz de explicar os fatores de risco associados às endemias, aos acidentes am-
bientais e à atividade humana são algumas das principais atribuições da comunicação de risco,
que, ao mesmo tempo que tem de evitar alarde e preocupação indevida à população, deve
romper com a barreira da linguagem inerente ao vocabulário técnico-científico. A comunica-
ção de risco busca, antes de tudo, sensibilizar a população e a comunidade científica sobre os
desafios envolvidos em uma grande crise na área de saúde pública ou em quaisquer outras
áreas correlatas.
2. Para comunicar ao público e aos meios de comunicação de forma adequada, é necessário inda-
gar-se sobre: (1) quais informações são cruciais em mensagens iniciais a fim de promover rea-
ções apropriadas durante uma situação de crise? (2) quais são as mensagens a serem emitidas
antes, durante e após um incidente? (3) quais são os obstáculos à comunicação eficaz e como
eles podem ser minimizados?
102
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
3. As cinco práticas são: (1) construção, manutenção ou restauração da confiança do público na-
queles responsáveis por gerenciar a crise e prover informações sobre o tema; (2) comunicados
rápidos, de forma a contribuir para o controle eficaz de uma situação de crise; (3) transparência,
que pode ser definida como a comunicação que é aberta, franca, facilmente entendida, com-
pleta e precisa; (4) respeito à preocupação do público, que deve ser vista como legítima, bem
como pesquisada e respeitada como uma força que irá influenciar no impacto da emergência
sanitária; (5) planejamento antecipado, vital para a efetiva comunicação em uma crise. O pla-
nejamento da comunicação da crise deve ser uma parte do planejamento da administração da
própria crise desde o começo.
103
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
REFERÊNCIAS
AMERICAN INSTITUTE FOR CHEMICALS ENGINEERS (AICHE). Center for Chemical Process Safety (CCPS).
Guidelines for chemical process quantitative risk analysis. New York: AICHE/CCPS, 2000.
AMORIM, E. L. C. Curso completo de análise de risco. Notas de Aula. Maceió, 2013. Disponível em:
<www.ctec.ufal.br/professor/elca>. Acesso em: 30 maio 2013.
CAMACHO, E. N. Uma proposta de metodologia para análise quantitativa de riscos ambientais. Rio
de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE), 2004.
CAMPOS, J. C. Técnicas de análise de risco – Cap. IV - 4.2 V2. Notas de Aula. Lins, 2012.
Disponível em: <ftp://ftp.unilins.edu.br/jccampos/Curso%20Gradua%C3%A7%C3%A3o%20
Automa%C3%A7%C3%A3o%20-%20Eng.%C2%AA%20de%20Seguran%C3%A7a/Aulas/>. Acesso em:
30 maio 2013.
DET NORSKE VERITAS LTDA. (DNV). Apostila do curso sobre estudo de análise de riscos e programa
de gerenciamento de riscos. Módulo. O Ministério do Meio Ambiente. 2006. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/_2.pdf>. Acesso em: 30 maio 2013.
105
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Antonio Fernando Silveira Alves
FLEMING, P. V., GARCIA, C. B. Avaliação de riscos industriais e ambientais com a análise preliminar de
perigos (APP) e lógica fuzzy. Rio de Janeiro: ENEGEP, 1999. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/
biblioteca/ENEGEP1999_A0521.PDF>. Acesso em: 31 maio 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA). Manual
de procedimentos para o licenciamento ambiental federal, documento de referência. Brasília, DF:
IBAMA, 2002. Disponível em: <http://www.em.ufop.br/ceamb/petamb/cariboost_files/manual_20de_20
licenciamento_20ibama.pdf>. Acesso em: 31 maio 2013.
106
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Avaliação de Riscos Ambientais
______. Termo de referência – estudos de análise de riscos em gasodutos. Brasília, DF: IBAMA, 2007.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo, Oficina de Textos,
2006.
SEVÁ FILHO, A. O. No limite dos riscos e da dominação: a politização dos investimentos industriais
de grande porte. 1988. Tese (Livre-Docência) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 1988.
107
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br