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Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
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SUMÁRIO
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Licitação. Modalidades tradicionais de Licitação. Pregão (Presencial e Eletrônico).
Privilégios à Microempresas em processos licitatórios. Estatuto das Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista. RDC – Regime Diferenciado de Contratações Públicas.
Concessões. PPPs – Parcerias Público-Privadas. Contratação de Serviços de Publicidade.
Contratos Administrativos e seu gerenciamento. Fato do Príncipe. Teoria da Imprevisão.
Reajuste, revisão e repactuação.
1.3 Objetivos
Aprofundar o estudo das Licitações e Contratos Administrativos tomando por base a
legislação atual, bem como, doutrina e jurisprudência correlata do Superior Tribunal de
Justiça – STJ e do Tribunal de Contas da União - TCU.
1.5 Metodologia
Aulas expositivas.
2. LICITAÇÕES E CONTRATOS
2.1 Introdução
Ao falarmos de licitações e contratos administrativos uma das primeiras imagens que
temos é a de um processo burocrático e moroso e com resultados muitas vezes
questionáveis.
Nossa ideia nesse curso é mostrar que não estamos diante de burocracia, mas sim, de
procedimentos necessários a assegurar que o emprego de dinheiro público e, por
consequência, do dinheiro de cada um de nós, seja feito respeitando uma série de
princípios legais e constitucionais que existem, justamente, para assegurar as melhores
práticas por parte da Administração Pública.
Aliado aos conceitos teóricos e doutrinários acerca das legislações acima mencionadas
buscaremos demonstrar, também, casos práticos e o entendimento atualizado do
Tribunal de Contas da União e do Superior Tribunal de Justiça acerca dos instigantes
temas a serem debatidos.
Em tempos de Operação Lava-Jato, também será abordada a nova Lei das Estatais – Lei
13.303/16.
Além disso, a Constituição estabelece à União competência exclusiva para legislar sobre
normas gerais de licitações cabendo aos Estados legislar sobre questões específicas,
conforme se verifica em seu art. 22, XXVII.
Pela leitura do inciso XXVII a rigor deveriam existir dois diplomas legais sobre o tema,
quais sejam, uma inerente a normas gerais em todas as modalidades para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais obedecido o disposto no art.
37, XXI, e outra específica para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
nos termos do art. 173, §1º, III1
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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
O primeiro diploma legal é a Lei 8.666/93 podendo, também, ser enquadrada nesse
conceito a Lei 10.520/02, que instituiu o Pregão, e a Lei 12.462/11, que instituiu o RDC
entre outras.
O segundo diploma legal em questão é a Lei 13.303/16 que será abordada em tópico
específico.
2.2.2 Legalidade
A legalidade é um dos princípios mais fortes do Direito Administrativo e, nos certames
licitatórios, não poderia ser diferente.
Desse modo, nova modalidade de licitação não poderia ser criada pelo livre arbítrio de
uma determinada Comissão de Licitação, mas somente através de nova lei, o que
ocorreu com a Lei 10.520/02 ao criar a modalidade do Pregão e com a Lei 12.462/11 ao
criar o RDC.
Da mesma forma os critérios a serem utilizados no julgamento das propostas são aqueles
estabelecidos na lei não podendo a Administração Pública estabelecer outros.
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...) III - licitação e contratação de
obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública (...); (n.g.)
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Art. 4º (...) Parágrafo Único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal,
seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública
2.2.3 Impessoalidade
Nas licitações podemos dizer que a principal aplicação do princípio da impessoalidade
reside no dever de isonomia, pela Administração Pública em face dos licitantes
assegurando a todos, sem exceção, tratamento igualitário sem qualquer discriminação ou
favorecimento. O princípio da impessoalidade está positivado tanto na Constituição
Federal3 quanto na Lei 8.666/934.
2.2.4 Moralidade
A moralidade deve ser observada não só pelo órgão que realiza a licitação como,
também, pelo particular que dela participa.
2.2.5 Motivação
O administrador, ao exercer suas funções e praticar seus atos, o faz sempre em prol do
interesse público que, como já vimos, se sobrepõe em relação ao interesse privado.
2.2.6 Publicidade
A publicidade dos atos administrativos é condição essencial de sua eficácia, além de
servir também para materializar e tornar transparentes informações em linha com o
cumprimento do princípio da moralidade e isonomia.
Na lei de licitações a publicidade como condição de eficácia dos atos daí decorrentes está
prevista no parágrafo único do art. 61 da Lei 8.666/93.
Outro aspecto importante acerca do princípio da publicidade nas licitações está nos
Convites.
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Art. 37. (...) XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure a igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...) (n.g.)
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Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar
a proposta mais vantajosa para a Administração.
§1º É vedado aos agentes públicos:
I- admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam,
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato;
II- estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer
outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de
pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais. (...) (.n.g.)
Ainda que a Administração tenha liberdade para escolher quem ela deseja convidar, o
instrumento convocatório deve ser afixado no quadro de aviso da repartição de modo a
permitir que outros interessados possam, caso tenham interesse, participar.
Por fim, não podemos nos esquecer da regra geral de que todos os atos inerentes à
licitação são públicos, conforme preconiza o § 3º do art. 3º:
Importante destacar que tal Princípio não deve ser entendido como algo que torna o teor
do Edital algo imutável.
Em sendo necessário alterar o Edital a Administração pode fazê-lo devendo, nesse caso,
proceder com nova publicação e reabrir prazo para apresentação de novas propostas.
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“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (...)” (n.g.)
Nesse sentido o Acórdão 868/06 da Segunda Câmara do TCU é claro ao estabelecer que
“o fato de o objeto de um dado certame ter sido adjudicado a uma empresa não implica
em direito subjetivo da mesma em obter a contratação. O direito do adjudicatário é o de
ser convocado em primeiro lugar caso a Administração decida celebrá-lo, conforme
vastamente pacificado pela jurisprudência e pela doutrina.”
Contudo, não havendo mais interesse na celebração do contrato, não caberá ao licitante
vencedor qualquer direito a respeito.
Nas contratações públicas não fazia sentido ser diferente e, nessa linha, foi editada a
Medida Provisória 495/10, posteriormente convertida na lei 12.349/10, que alterou o
caput do artigo 3º da lei 8.666/93 para incluir tal princípio.
Além disso, o aludido Decreto estabelece as seguintes regras que afetam diretamente as
licitações públicas:
ESTUDO DE CASO 1:
Um Hospital decide realizar certame licitatório visando a aquisição de material para uso
administrativo. Realizada a licitação de forma regular é declarada vencedora a empresa
que, de forma comprovada, não só atendia a todos os requisitos de habilitação
estabelecidos no Edital como, também, apresentou a melhor proposta, seja no quesito
preço seja nas demais características da proposta.
Ocorre que a empresa vencedora tem como dono o pai de um dos membros da Comissão
Permanente de Licitação do Hospital.
A razão dessa preocupação do legislador reside no fato de que tais empresas, por
exercerem atividade econômica e, portanto, competirem em seus mercados de atuação
com empresas privadas, ficariam prejudicadas em suas operações se a cada contratação
tivessem que se submeter a um regular processo de licitação gastando mais tempo que
seus concorrentes privados para realizar contratações necessárias ao seguimento de seus
negócios.
Por outro lado, não podemos esquecer que tais empresas lidam com recursos públicos e,
portanto, é necessário um controle e rigor em seus gastos para que não haja prejuízos
ao Erário e, por consequência, a toda sociedade.
Por esses motivos a Constituição fala sobre a necessidade em existir uma legislação
específica a tais entes, que não abra mão da necessidade de licitação, mas que crie um
processo específico a tal realidade fazendo com que haja sempre a busca da melhor
proposta, mas de forma mais ágil.
Contudo, somente em 01/07/2016 foi publicada a Lei 13.303/16. Agora, como a situação
foi tratada durante todos esses anos? Aplicou-se Lei 8.666/93, até pelo disposto em seu
art. 1º, parágrafo único.
É natural que nos questionemos: a inércia do legislativo em criar a mencionada lei deixou
as empresas públicas e sociedades de economia mista que desempenhem atividade de
caráter econômico em desvantagem perante seus concorrentes privados?
“ (...) responder ao consulente que enquanto não for editado o estatuto a que
se refere o art. 173, § 1º da Constituição Federal, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços devem observar os ditames da Lei nº 8.666/93 e de seus
regulamentos próprios, podendo prescindir da licitação para a contratação
de bens e serviços que constituam sua atividade-fim, nas hipóteses em que
o referido Diploma Legal constitua óbice intransponível à sua atividade negocial,
sem olvidarem, contudo, da observância dos princípios aplicáveis à
Administração Pública, bem como, daqueles insertos no referido Estatuto
Licitatório.” (n.g.)
Ou seja, tais entes, no que tange à aquisição de bens e serviços inerentes às suas
atividades-fim, foram dispensados da licitação, justamente para que não perdessem
competitividade perante os entes privados, contudo, não podem deixar de observar em
tais contratações, ainda que não haja procedimento licitatório, os princípios aplicáveis à
Administração Pública e aqueles inseridos na própria Lei 8.666/93.
• outras hipóteses elencadas no art. 29 em linha com o que já prega a Lei 8.666/93
Outro ponto polêmico do RDC que foi reproduzido diz respeito à Pré-Qualificação
Permanente, o qual é destacado mais detalhadamente adiante no tópico específico sobre
RDC.
A fase interna será concluída tão logo seja dada publicidade ao ato convocatório e está,
basicamente, definida no art. 38 da lei 8.666/93.
Uma importante questão que surge sobre o tema diz respeito à responsabilidade do
Parecerista.
Nesse caso específico o TCU se equivocou na medida em que, obviamente, não cabe à
Assessoria Jurídica do órgão averiguar se existem um ou vários fornecedores apto ao
fornecimento a ser contratado. A responsabilidade dos advogados, evidentemente,
limita-se a analisar a legalidade das medidas adotadas pelos órgãos que assessoram.
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Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, pág. 187.
Por tal decisão o TCU teria competência para julgar as contas e responsabilizar todos que
derem causa a prejuízo ao Erário não podendo, contudo, responsabilizar advogados que
somente poderiam ser avaliados pela OAB.
O TCU entendia, até meados de 2006, que todas as minutas de edital de licitação
deveriam ser submetidas, individualmente, à aprovação da assessoria jurídica do órgão,
vedando-se, por consequência, a utilização de minutas-padrão, conforme parágrafo único
do já mencionado art. 38 da lei 8.666/93.
Desse modo, a partir do Acórdão 392/06, Plenário, o TCU passou a admitir a utilização de
minuta padrão:
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Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
2.4.2 Edital
O art. 40 da lei 8.666/93 estabelece as condições e informações que deverão constar do
Edital.
Um aspecto importante diz respeito à definição do objeto da licitação que deverá ter
discrição sucinta e clara.
A impugnação ao Edital está prevista no art. 41, §1º e § 2º da lei 8.666/93 sendo forma
de defesa assegurada contra eventuais ilegalidades constantes no Edital ou no processo
administrativo que originou a licitação.
A grande diferença entre a impugnação feita por qualquer cidadão daquela feita por
qualquer licitante está no prazo. Enquanto o cidadão comum tem prazo de até 5 (cinco)
dias úteis antes da realização da licitação, o prazo do licitante para a mesma impugnação
é de até 2 (dois) dias úteis antes.
Por fim, importante lembrar também o disposto no art. 113, § 1º da lei 8.666/93 que
permite a qualquer licitante, cidadão ou contratado representar junto ao Tribunal de
Contas.
2.4.3 Habilitação
O objetivo primordial da habilitação é o de permitir à Administração averiguar se o
licitante interessado em lhe fornecer bens ou prestar serviços está apto para tal.
2.4.3.1 SICAF
O SICAF constitui o registro cadastral do Poder Executivo Federal tendo como função o
cadastramento e habilitação parcial de todos os que pretendem contratar com órgãos ou
entidades federais.
De modo a evitar que os licitantes fiquem vinculados às suas propostas eternamente a lei
8.666/93 estabelece, em seu art. 64, § 3º, o prazo de validade de 60 (sessenta) dias
para cada proposta.
É certo que a Administração pode convocar licitantes após esse prazo, contudo, caso isso
aconteça, o licitante não está obrigado a cumprir os termos da proposta não podendo,
portanto, sofrer qualquer punição a respeito.
É verdade que tem se tornado cada vez mais comum as Comissões de Licitação
solicitarem ao licitante a prorrogação da validade das propostas.
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Art. 7º (...) XXXIII - XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. (...)
Nesse sentido o art. 55, XIII da lei 8.666/93 estabelece, como cláusula obrigatória dos
contratos, a imposição de obrigação do contratado em manter, durante toda a execução
do contrato, toda as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
Tal dispositivo deve existir, pois, eventual permissão para que o inadimplente perante a
seguridade social participe de licitações ou recebe valores, ferirá o princípio da isonomia
na medida em que, não cumprindo com suas obrigações fiscais, certamente aquele
licitante poderá praticar preços mais baixos do que aquelas empresas que cumprem com
suas obrigações de modo correto.
Introduzida pela Lei 12.440/11, que alterou a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho e
a Lei 8.666/93, tem por objetivo comprovar a inexistência de débitos inadimplidos pela
Justiça do Trabalho, sendo expedida diretamente no site do TST – Tribunal Superior do
Trabalho tendo validade de 180 (cento e oitenta) dias.
Tal certidão pode ter apontamentos lançados pelo próprio magistrado, através de
sistemas do TST o que, muitas vezes, representa lançamentos quando a ação ainda está
em fase de execução.
Uma grande polêmica gerada diz respeito à validade da certidão versus a dinâmica para
inserção de novos apontamentos.
Não é pouco comum nos depararmos, na prática, com situações em que, dentro da
validade dos 180 (cento e oitenta) dias da certidão emitida, surjam novos apontamentos.
Nesse momento, o que deve valer? A certidão emitida e que está dentro do prazo de
validade ou a certidão emitida no momento da licitação em que constam apontamentos
que a tornam positiva?
A polêmica está longe de ter uma solução sendo comum, em diversos casos, a
impetração de mandados de segurança para que pregoeiros e comissões de licitação
aceitem a certidão válida que anexada ao envelope de habilitação em época própria em
detrimento da certidão verificada no dia da licitação.
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Justen Filho, Marçal – Comentários à lei de Licitações e contratos administrativos – 14ª edição – São Paulo:
Dialética, 2010, págs.923 à 931.
A representação, também cabível no prazo de até cinco dias úteis da intimação, é cabível
com relação a decisão relacionada ao objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba
recurso hierárquico.
Por fim, o pedido de reconsideração, que deve ser interposto no prazo de até dez dias
úteis da intimação do ato, é cabível em face de decisão de Ministro de Estado, ou
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art. 87 da lei
8.666/93.10
O recurso será dirigido à autoridade superior por intermédio da que praticou o ato
recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão no prazo de até cinco dias úteis.
Uma vez interposto um recurso, os demais licitantes serão comunicados para, caso
queiram, apresentar impugnação ao recurso no prazo de até cinco dias úteis.
2.5 Sistema S
Por terceiro setor podemos entender o setor que compreende entidades privadas sem
fins lucrativos ou econômicos que exploram atividades de interesse coletivo.
(iii) Serviços Sociais Autônomos – pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, criadas por lei para o desempenho de atividades assistenciais ou de
ensino a determinada categoria profissional. Em regra tais entidades são
mantidas através de contribuições parafiscais. Importante destacar que, em
que pese terem sido criadas pelo Estado, não integram a Administração
Pública. O maior exemplo são as entidades integrantes do Sistema “S”.
É certo que a Administração Pública não precisa licitar para firmar convênios, termos de
parceria ou contratos de gestão com as entidades do terceiro setor.
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Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa,
aplicar ao contratado as seguintes sanções: (...) § 4º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo (Declaração
de Inidoneidade) é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal,
conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura
de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação
Contudo a dúvida maior que sempre existiu foi se tais entidades, por receberem recursos
públicos, devem ou não licitar.
Ou seja, o ente público ou privado que receba recursos da União deve, nas contratações
de bens e serviços comuns, utilizar-se do pregão de preferência em sua forma eletrônica.
Importante notar que tal obrigação, para os entes privados, não decorre diretamente de
lei, mas sim, do fato dos gestores públicos (esses sim em decorrência de texto legal)
serem obrigados a inserir, nos contratos com tais entidades, cláusula que as obrigue a
utilizar o pregão em suas contratações.
Importante frisar que tais regulamentos próprios devem ser compatíveis com os
princípios da Administração Pública.
2.6 Microempresas
A Constituição Federal estabelece que a ordem econômica deve ter por princípio o
tratamento favorecido às empresas de pequeno porte brasileiras.11
Nesse sentido foi editada a Lei Complementar 123/06, posteriormente alterada pela Lei
Complementar 147/14 e, mais recentemente, alterada pela Lei Complementar 155/16
que, ao cuidar do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, procedeu
significativas mudanças na participação dessas empresas em licitações.
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Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...) IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País. (...)
Além disso, ocorrendo o empate entre propostas, é assegurado, na forma do art. 45, I,
que a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada apresente
proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que
será adjudicado em seu favor o objeto licitado.
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Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e
empresas e pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. (Redação dada pela Lei
Complementar 155/16)
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Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, a preferência de contratação para as
microempresas e empresas de pequeno porte.
Tal obrigação é referendada por inúmeras decisões emanadas do TCU e confirmadas por
jurisprudência do STF (MS nº 21.797-RJ. Rel. Min. Carlos Velloso. DJU, 9 de março de
2000).
No caso da OAB, a existência de decisão do antigo Tribunal Federal de Recursos tem sido
utilizada como fundamento para impedir a fiscalização do TCU.
Tomando por base a linha de que os Conselhos Profissionais não estão obrigadas a seguir
os parâmetros de licitação previstos na lei 8.666/93 temos no âmbito do STJ CC nº
21.923/MG, Segunda Seção. Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha. DJU, 2 de maio de 2000.
Uma primeira distinção a ser feita diz respeito às licitações dispensada e dispensável e à
licitação inexigível.
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, pucidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.(...) (n.g.)
passo que, na licitação inexigível, não seria possível existir competição entre
interessados.
Importante destacar que tanto a contratação direta através de dispensa quanto através
de inexigibilidade são situações excepcionais e, portanto, mais do que nunca há a
necessidade em serem justificadas conforme previsto no art. 26 da Lei 8.666/93.15
Com relação aos bens imóveis a lei requer, ainda, autorização legislativa para órgãos da
Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais e, para todos, inclusive
15
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações
de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do
parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
Lucas Rocha Furtado, citando Maria Sylvia Zanella Di Pietro16 divide as hipóteses de
licitação dispensável em quatro:
a) em razão do valor;
c) em razão do objeto;
d) em razão da pessoa.
Tomando por base tal classificação passemos a discorrer sobre cada uma dessas
categorias.
16Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, pág. 65
Contudo, importante destacar que, ainda que dispensada a licitação, a lei 8.666/93
estipula como dever da Administração Pública a realização de pesquisa de preços de
modo a justificar que o preço obtido com aquele fornecedor é compatível com os
praticados pelo mercado de forma geral.17
Por fim, importante destacar que a lei estabelece nesse particular tratamento diferente
para consórcios públicos, fundações ou autarquias qualificadas como Agências
Executivas.
Em relação a tais entidades os valores para contratação por dispensa de licitação são o
dobro dos valores permitidos para os demais órgãos da Administração Pública.
Assim, enquanto para as demais entidades fica dispensável a licitação para contratação
de obras e serviços de engenharia no valor de até R$ 33.000,00 (trinta e três mil reais),
para os entes privilegiados acima mencionados tal valor sobe para R$ 66.000,00
(sessenta e seis mil reais) da mesma forma que a dispensa para contratação de outros
bens e serviços que não os de engenharia é permitida, para os demais entes, até o valor
de R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais), para os entes privilegiados que
mencionamos tal valor sobe para R$ 35.200,00 (trinta e cinco mil e duzentos reais).
O art. 24 da lei 8.666/93 estabelece, em seus incisos III e IV, a possibilidade de dispensa
de licitação quando a Administração estiver diante de casos de emergência, calamidade
pública, guerra ou grave perturbação da ordem.18
17
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação
e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (n.g.)
18
Art. 24. É dispensável a licitação: (...)
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
O antigo entendimento do TCU era de que tais situações não poderiam ser utilizadas para
caracterizar a emergência necessária à contratação direta.19
Importante destacar que, nesse caso, a contratação deve ser feita seguindo os exatos
termos do Edital da licitação deserta.
Assim, não sendo apresentados novos documentos ou propostas, aplica-se o inciso VII
do art. 24 que assim prevê:
Alguns exemplos de outras hipóteses previstas no art. 24 são, sem prejuízo dos demais
incisos constantes do mesmo artigo:
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Art. 48 (...) § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a
administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou
de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste
prazo para três dias úteis
em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado.”(n.g.)
Pela leitura do dispositivo temos que a dispensa ocorre somente quando o contratante for
pessoa jurídica de direito público interno, ou seja, apenas a Administração Pública direta
e respectivas autarquias e fundações públicas na medida em que os demais órgãos da
Administração Pública indireta, a rigor, possuem personalidade jurídica de direito
privado.
Outra hipótese a ser destacada diz respeito à segunda parte do inciso XVI do art. 24:
Outra hipótese de dispensa em razão da pessoa está prevista no inciso XX e diz respeito
à contratação associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de
comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a
prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado.
Além disso, o inciso XIII estabelece outra hipótese de dispensa em razão da pessoa no
que tange à contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de
instituição dedicada à recuperação social do preso.
Nessa hipótese é importante destacar que tal contratação direta somente pode ocorrer
se, de forma simultânea, forem preenchidos os seguintes pressupostos:
Por fim, o art. 24 da lei 8.666/93 estabelece ainda outras hipóteses de dispensa em
razão da pessoa, quais sejam:
21
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial (...)” (n.g.)
22
Art. 25. (...) I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local
em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
ainda, pelas entidades equivalentes (...) (n.g.)
Nesse aspecto importante destacar que deve ser bem fundamentada a necessidade em
se contratar algo que, a rigor, só um determinado fornecedor pode oferecer, bem como,
deve ser amplamente demonstrado que, de fato, tal exclusividade existe.
O ponto de grande polêmica acerca dessa hipótese de inexigibilidade diz respeito ao fato
da exigência da reunião simultânea de três requisitos diferentes:
23
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos
relativos a:
Tal entendimento foi compartilhado pelo TCU conforme se verifica do teor do Acórdão nº
826/06, Plenário:
24
Importante mencionar que o TCU, nos autos do TC nº 700.499/95-7, entendeu que a contratação de artistas
para elaborar pintura óleo de ex-presidentes de determinado TER não justificava o enquadramento no permissivo
legal.
A lei de licitações define quando cada uma dessas modalidades deverá ser utilizada,
inclusive quando cada uma delas será utilizada de forma alternativa, além dos critérios
distintivos para a utilização de cada uma, lembrando que os valores limite para a
aplicação das modalidades foram, recentemente, atualizados pelo Decreto Federal nº
9.412/18.
2.9.1 Concorrência
Na definição do § 1º do art. 22, concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
É aplicável a:
2.9.3 Convite
O convite consiste em modalidade de licitação simplificada onde a Administração escolhe
pelo menos três possíveis interessados e dirige-lhes carta-convite convocando-os a
apresentarem suas propostas.
O convite deverá estipular prazo para apresentação de propostas de, no mínimo, cinco
dias.
25
Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, pág. 167.
O convite deve ser publicado com antecedência mínima e 5 dias úteis da data de
apresentação das propostas sendo aplicável a:
2.9.4 Leilão
O leilão é a modalidade de licitação indicada para a alienação de bens conforme § 5º do
art. 22 da lei 8.666/93:
“ Art. 22 (...)
Importante esclarecer que bens inservíveis não significam aqueles bens quebrados ou
destruídos, mas sim, aqueles bens que não terão utilidade para a Administração Pública
ainda que em perfeito estado de conservação.
A realização do leilão não possui imposições legais rígidas quanto a sua forma sendo
dispensada, inclusive, a habilitação o que, evidentemente, não impede a Administração
Pública de se certificar da capacidade de pagamento do interessado.
2.9.5 Concurso
O § 4º do art. 22 da lei 8.666/93 assim define concurso:
Nas demais modalidades o serviço é prestado após a seleção e o preço a ser pago pela
Administração é indicado pelo próprio licitante em sua proposta.
2.9.6 Pregão
Como já exposto anteriormente os procedimentos licitatórios, embora estritamente
necessários, são revestidos de diversas formalidades que, muitas vezes, tornam sua
conclusão demorada fazendo com que a Administração Pública empregue o mesmo
tempo para licitações complexas como, por exemplo, a construção de uma hidrelétrica e
para licitações simples como, por exemplo, aquisição de mobiliário para escritório (mesa,
cadeira, etc.).
A primeira experiência legislativa acerca do Pregão decorre da Lei 9.472/97 que criou, no
âmbito da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, o pregão como modalidade
de licitação.
Em virtude do inegável sucesso dessa nova modalidade foi instituído, inicialmente pela
Medida Provisória 2.026/00, posteriormente convertida na Lei 10.520/02, o pregão como
mais uma modalidade de licitação.
Desse modo, uma importante distinção a ser feita é a que o Pregão não se aplica a obras
e serviços de engenharia conforme previsto no art. 5º do Anexo I do Decreto 3.555/00
que regulamenta a Lei 10.520/02.
26
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de
pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado.
Contudo, ao passo que nas demais modalidades parte-se inicialmente para a abertura
dos envelopes de habilitação e, somente após a verificação da habilitação de todos os
licitantes, pela Comissão e pelos demais licitantes, é que partimos para a abertura dos
envelopes de preço, no Pregão a dinâmica é outra.
O Pregão admite duas formas, quais sejam, presencial (Lei 10.520/02 e Decreto
3.555/00) e eletrônico (Lei 10.520/02 e Decreto 10.024/19).
O art. 4º do Decreto 10.024/19 estabelece que o Pregão eletrônico não se aplica a (i)
contratações de obras; (ii) locações imobiliárias e alienações e (iii) bens e serviços
especiais, incluindo os serviços de engenharia.
Vale a pena mencionar que os documentos solicitados, quando remetidos via fax,
deverão ser apresentados em original ou através de cópia autenticada nos prazos
estabelecidos no Edital.
ESTUDO DE CASO 2:
Uma determinada empresa pública da Administração deseja contratar serviços de
auditoria independente e, para tal, realiza certamente licitatório na modalidade Pregão.
Uma vez formado o cadastro, os órgãos e entidades poderão se valer das propostas
constantes da Ata para a celebração de futuros contratos sem a necessidade de licitação
específica.
27
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (...)
II – ser processadas através de sistema de registro de preços (...)
§ 1º O registro de preço será precedido de ampla pesquisa de mercado; (...)
§3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais,
observadas as seguintes condições (...):
“Art, 2º (...) Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato
todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for
a denominação utilizada.” (n.g.).
28
Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, págs. 366 e 367.
29
Aragão, Alexandre Santos de – Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012, pag. 334
30
Justen Filho, Marçal – Comentários à lei de Licitações e contratos administrativos – 14ª edição – São Paulo:
Dialética, 2010, pág. 701.
A leitura do dispositivo legal nos causa a nítida impressão de que todas essas cláusulas
devem ser inseridas em todos os contratos administrativos.
Trata-se de uma das principais cláusulas do contrato. O objeto deve ser definido de
forma clara e precisa até para permitir a fiscalização qualitativa de sua execução por
parte da Administração Pública.
Importante destacar que o objeto do contrato deve estar em linha com o objeto da
licitação.
31
Art. 40. (...)
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
(...)
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;
(...)”
32
Justen Filho, Marçal – Comentários à lei de Licitações e contratos administrativos – 14ª edição – São Paulo:
Dialética, 2010, págs. 717 e 718.
Na empreitada por preço global o terceiro executará a prestação com o dever de fornecer
os materiais necessários e arcar com as despesas necessárias ao cumprimento da
obrigação.
33
Justen Filho, Marçal – Comentários à lei de Licitações e contratos administrativos – 14ª edição – São Paulo:
Dialética, 2010, pág. 129.
Obviamente não se pode achar que, por ser a empreitada integral, caberá ao contratado
todos os riscos do empreendimento. Na verdade os riscos a serem assumidos serão
unicamente aqueles previstos no edital.
De todo modo, importante destacar que, ainda que a contratação se dê por empreitada
global ou integral, tal fato não exime o contratado de apresentar planilha de preços
unitários, cabendo ao Edital estabelecer os critérios de aceitabilidade.
Com relação ao reajuste contratual sua previsão é obrigatória sempre que o prazo
contratual superar 12 (doze) meses.
Não por acaso o já mencionado inciso V do art. 55 estabelece como outra cláusula
obrigatória dos contratos administrativos a fixação do crédito pelo qual correrá a
despesa.
Conforme já exposto acima, a Administração não pode contrair despesa sem ter a devida
alocação financeira para tal.
2.10.1.6 Garantias
Sobre o tema falaremos de forma mais detalhada adiante quando tratarmos das
cláusulas exorbitantes.
Sobre penalidades e multas falaremos mais adiante quando tratarmos das cláusulas
exorbitantes.
34
Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional (...)
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto. (...)
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente
designada pela autoridade máxima do órgão. (...)
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes (...)
Importante destacar que as hipóteses de rescisão previstas em contrato não podem ser
outras senão aquelas previstas em lei e, a esse respeito, dedicaremos um tópico quando
falarmos das cláusulas exorbitantes.
Nos casos em que a contratação envolver importações deverão ser indicadas questões
relativas a câmbio, entrega, prazos, entre outros.
O inciso XIII do art. 55 estabelece ser obrigação do licitante não só comprovar que está
apto perante as condições do Edital e de que não possui dívidas perante o fisco
unicamente em sua participação na Licitação, mas sim, durante toda a execução do
contrato.
Por muito tempo se questionou sobre a possibilidade ou não em adotar a arbitragem nos
contratos administrativos.
O TCU - Tribunal de Contas da União tem entendimento no sentido de não ser possível a
aplicação de arbitragem na medida em que esta é aplicável, somente, para hipóteses que
envolvam direitos disponíveis, o que não ocorre quando há interesses da Administração
Pública em discussão.
Para embasar a tese de Marçal Justen Filho trazemos alguns entendimentos do STJ
reconhecendo a validade de cláusula de arbitragem, contudo, somente nos contratos
envolvendo questões eminentemente patrimoniais, as quais transcrevemos abaixo:
35
Justen Filho, Marçal – Comentários à lei de Licitações e contratos administrativos – 14ª edição – São Paulo:
Dialética, 2010, pág. 563 e 564
bens ou de prestação de serviços (CF, art. 173, § 1º) que estipulem cláusula
compromissória submetendo à arbitragem eventuais litígios decorrentes do ajuste.
4. Recurso especial parcialmente provido.”
Nesse sentido o art. 32 da mencionada Lei 13.140/15 estabelece que União, Estados,
Distrito Federal e Municípios poderão criar Câmaras de Prevenção e resolução
administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde
houver, sendo certo que:
Em segundo lugar, a própria lei já estabelece os limites em que tais mudanças podem ser
operadas, senão vejamos o art. 65 da lei 8.666/93.
De todo modo, importante destacar que tais mudanças não podem representar alteração
do objeto contratado.
Nas modificações quantitativas os limites para tais modificações são de 25% do valor
inicial atualizado do contrato para obras, serviços ou compras, e 50 % para reforma de
edifício ou de equipamento.
Entendemos que sim, sendo esse também o entendimento do TCU conforme se verifica:
“O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, Decide: 8.1. com
fundamento no art. 1º, inciso XVII, § 2º da Lei nº 8.443/92, e no art. 216, inciso
II, do Regimento Interno deste Tribunal, responder à Consulta formulada pelo ex-
Ministro de Estado do Meio Ambiente (...), nos seguintes termos: a) tanto as
alterações contratuais quantitativas – que modificam a dimensão do objeto –
quanto as unilaterais qualitativas – que mantém intangível o objeto, em natureza,
em natureza e em dimensão estão sujeitas aos limites preestabelecidos nos §§ 1º
e 2º do art. 65 da Lei nº 8.666/933, em face do respeito aos direitos do
contratado (...)
Mais uma vez importante destacar que a rescisão unilateral deve ser fundamentada e
deve obedecer alguma das hipóteses legais previstas.
As hipóteses legais de rescisão unilateral estão previstas no já mencionado art. 58, II, no
art. 78, incisos I a XII, XVII e XVIII, e no art. 79, inciso I.
d) decorrente de caso fortuito ou força maior -> inciso XVII do art. 78.
Importante destacar que, ocorrendo a rescisão com base nos incisos XII a XVII do art. 78
sem que haja culpa do contratado, este será ressarcido dos prejuízos comprovados tendo
direito ainda à (i) devolução da garantia; (ii) pagamentos devidos pela execução do
contrato até a data de rescisão.
No campo das relações privadas é comum que as partes estabeleçam seus direitos de
verificar uma a outra a execução de suas obrigações.
O já mencionado art. 58 da lei 8.666/93, em seu inciso IV, estabelece que o regime
jurídico dos contratos administrativos confere à Administração a prerrogativa de aplicar
sanções decorrentes da inexecução total ou parcial do ajuste.
36
Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, págs. 395 e 396.
Importante destacar que a lei apenas indica as modalidades de sanção não determinado
quando cada uma delas deve ser aplicada, cabendo ao Edital ou ao Convite, conforme o
caso, tais especificações.
2.10.2.4.1 Advertência
Corresponde a uma sanção de menor gravidade podendo, inclusive, ser cumulada com a
multa.
Por ser a primeira modalidade de sanção, quando aplicada geralmente indica que, na
hipótese de reincidência, será aplicada penalidade mais gravosa.
2.10.2.4.2 Multa
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda
unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
Importante destacar que, tanto no art. 86 quanto no art. 87 há a clara menção de que a
multa deve ser especificada no instrumento convocatório e no contrato sob pena de,
inexistindo tal aplicação, não poder ser aplicada.
Se nos atermos ao prazo de duração, temos que a Suspensão Temporária não pode
ultrapassar dois anos ao passo que a Declaração de Inidoneidade é válida enquanto
perdurarem os motivos da punição, contudo, decorridos dois anos o contratado pode
pedir a reabilitação e, por conseqüência, a revogação da Declaração.
Contudo, a principal diferença está pautada em um ponto que gera interpretações face a
ausência de clareza: a abrangência de cada uma dessas punições.
contratar com os demais entes não abarcados pelos efeitos da suspensão) ao passo que,
ao mencionar Administração Pública, o legislador teve a intenção de se referir à
Administração Pública como um todo, em todas as suas esferas sendo, portanto, a
Declaração de Inidoneidade sanção mais grave que a Suspensão Temporária.
Tal interpretação toma por base o art. 6º, incisos XI e XII da lei 8.666/93 que assim
prevê:
Contudo, aceitar a interpretação acima significa concordar com o fato de que, alguém
inapto a contratar com determinado Município estaria apto a contratar não só com outros
Municípios, mas com Estados e com a própria União. Haveria, então, eficácia na punição
dessa maneira?
Ou seja, podemos constatar que a questão ainda está longe de ter uma definição.
Desse modo, atualmente tal dispositivo perdeu a eficácia para os contratos regidos
exclusivamente pela lei 8.666/93.
Não se discute que o contratado pode, durante a execução do contrato, causar prejuízos
à Administração Pública.
Como já vimos, a aplicação de multa serve também para sanar tais prejuízos, contudo, a
Administração pode se deparar com situações em que o valor da multa não é suficiente
para sanar o prejuízo.
Contudo, se ainda assim todo o prejuízo não for ressarcido, a Administração pode, por
fim, reter os créditos futuros ao contratado sem que sofra qualquer sanção a respeito.
Sobre as garantias importante destacar que, uma vez exigida pela Administração, cabe
ao contratado escolher a modalidade que lhe for mais conveniente dentre aquelas que a
lei permite, quais sejam, (i) caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo
estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado
de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central; (ii) seguro garantia e (iii)
fiança bancária.
Contudo, no Direito Administrativo, tal exceção não pode ser oposta em face da
Administração Pública da mesma maneira que se aplica nas relações privadas.
Tais mecanismos já podem ser previstos no próprio contrato como, por exemplo, o
reajuste, ou podem ser invocados quando da ocorrência de fato superveniente e
imprevisto no momento da contratação.
37
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o
implemento da do outro.
Até porque, os contratos, salvo nas contratações diretas, são celebrados com a empresa
vencedora de um processo de licitação que apresentou a proposta mais vantajosa.
A lei 9069/95, que instituiu o Plano REAL, estabelece que os contratos não poderão ser
reajustados em período inferior a 12 (doze) meses de modo que, havendo previsão em
contrato para reajuste, este só poderá ocorrer a partir do 13º mês de vigência e a partir
daí a cada novo período de 12 (doze) meses.
38
Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, pág. 532.
39
Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, pág. 536.
40
Aragão, Alexandre Santos de – Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012, págs. 344 e
345.
2.12.1 Convênios
O art, 48 do Decreto 93.872/86 conceitua convênio como instrumento pelo qual os
serviços de interesses recíprocos dos órgãos e entidades da Administração Federal e de
outras entidades públicas ou organizações particulares poderão ser executadas sob o
regime de mútua cooperação.
Um aspecto relevante é que os convênios, em que pesem serem regidos pela lei
8.666/93, não exigem prévia celebração de licitação.
41
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella – Contratos de Gestão. Contratualização do Controle Administrativo Sobre a
Administração Indireta e Sobre as Organizações Sociais. Disponível em
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista2/artigo9.htm. Acesso em 10/09/2011.
Como exemplo podemos citar acordo celebrado pela União, através do Ministério das
Telecomunicações, com a ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações para a
definição de metas de atuação.
No Brasil, em geral, tais contratos estão sendo celebrados entre órgãos estatais mas,
também, entre a Administração Pública e Organizações Sociais.
A principal diferença entre eles reside no fato de que o contrato de gestão alcança toda a
atividade da OS, ou seja, todas as atividades rotineiras da Organização Social serão
disciplinadas no contrato de gestão, ao passo que o termo de parceria disciplina apenas
determinado auxílio da Administração Pública ao desenvolvimento da atividade de
interesse comum desempenhada pela OSCIP sem que haja qualquer vedação à OSCIP
em buscar recursos perante entes privados.
Em linhas gerais podemos utilizar as palavras de Lucas Rocha Furtado42 para melhor
caracterizar a distinção entre contrato de gestão e termo de parceria:
Nesse sentido vejamos Acórdão 1.777/05, Plenário do TCU no sentido da não submissão:
42
Furtado, Lucas Rocha – Curso de Licitações e contratos administrativos – 3ª edição revista e ampliada. Belo
Horizonte: Fórum, 2010, pág. 375.
Merece destaque a recente publicação da Lei 13.019/14, que trata sobre a normas gerais
para as parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros,
estabelecidas pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público, e suas subsidiárias, com organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para
a política de fomento e de colaboração com as organizações da sociedade civil; e institui
o termo de colaboração e o termo de fomento.
Cumpre ressaltar que igual obrigação deve ser cumprida pela organização da sociedade
civil.
Vale a pena destacar a criação de duas figuras contratuais, quais sejam, (i) o termo de
colaboração e o (ii) termo de fomento.
Por chamamento público deve ser entendido o procedimento público que se destina a
selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.
I - advertência;
Por outro lado, em que pese a ausência de precariedade, a concessão impõe uma série
de obrigações adicionais ao concessionário, bem como, prerrogativas à Administração
Pública, as quais podemos encontrar no art. 23 da lei 8.987/95.
Pelo fim do prazo contratual temos o decurso natural da vigência da concessão de modo
que, ao final, o serviço retorna ao Poder Concedente inclusive com a reversibilidade de
bens ao Poder Concedente, ou seja, os bens, equipamentos, utilizados pela
concessionária para a execução da concessão tornam-se de propriedade do Poder
Concedente. Vale destacar que a reversibilidade de bens não existe nas Permissões
Públicas.
Nesse sentido trazemos a definição de Alexandre Aragão43 que cita Carlos Ari Sundfeld
sobre concessões administrativas:
43
Aragão, Alexandre Santos de – Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012, pág. 428.
Contudo, há uma certa contradição quando o art. 13 da lei 11.079/04 permite ao Edital
prever a inversão de fases, típica da licitação na modalidade Pregão.
Considerando o objetivo primordial do modelo de PPP ser utilizado somente para obras
de infra-estrutura necessárias ao desenvolvimento do país, a lei 11.079/04 estipulou
uma série de restrições para evitar o uso indiscriminado de tal modalidade de
contratação, quais sejam:
A contraprestação da Administração Pública nos contratos das PPP’s poderá ser feita por:
a) ordem bancária;
44
Conforme artigo 99, III do Código Civil, bens dominicais são aqueles que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Sobre as obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública estas poderão ser
garantidas mediante:
a) vinculação de receitas;
e) garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa
finalidade;
É vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades
de propósito específico.
A lei 11.079/04 estabelece que será instituído, mediante decreto, órgão gestor de
parcerias público-privadas federais que terá competência para definir os serviços
prioritários para execução no regime de parceria público-privada além de disciplinar os
procedimentos para celebração desses contratos.
Nesse sentido foi publicado o Decreto 5.385/05 criando o Comitê Gestor de Parceria
Público-Privada Federal.
Tal órgão deverá diagnosticar se determinado projeto será conduzido na forma de PPP
analisando:
45
O Conselho de Defesa Nacional é definido no art. 91 da Constituição Federal como responsável por (I) opinar
nas hipóteses de declaração de guerra e da celebração da paz; (II) opinar sobre a decretação do estado de defesa,
do estado de sítio e da intervenção federal; (III) propor critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis
à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente nas faixas de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; (IV) estudar, propor e
acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do
Estado democrático. É composto pelo Vice-Presidente da República, pelo Presidente da Câmara dos Deputados,
pelo Presidente do Senado Federal, pelo Ministro da Justiça, pelo Ministro da Defesa, pelo Ministro das
Relações Exteriores, pelo Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e pelos Comandantes da Marinha,
Exército e Aeronáutica.
O decreto mencionado acima é o Decreto 2.295/97 que assim estabelece em seus artigos
1º e 2º:
• PED -> todo o PRODE que, pelo conteúdo tecnológico, pela dificuldade de
obtenção ou imprescindibilidade, seja de interesse estratégico para a defesa
nacional, tais como recursos bélicos navais, terrestres e aeroespaciais; serviços
técnicos especializados na área de projetos, pesquisas e desenvolvimento
científico e tecnológico; equipamentos e serviços técnicos especializados para as
áreas de informação e de inteligência;
• EED -> toda pessoa jurídica credenciada junto ao Ministério da Defesa que,
cumulativamente, atenda as seguintes condições:
46
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (n.g.)
Além disso, referida lei estabelece que poderá ser contratado, de forma complementar
aos serviços de publicidade os seguintes serviços:
E, por fim, estabelece, expressamente que não poderão ser contratados, com base nessa
modalidade de licitação devendo, caso haja interesse da Administração Pública em
contratá-los, ser objeto de licitação com base na Lei 8.666/93, os seguintes serviços:
• assessoria de imprensa;
Obviamente se o legislador decide tratar em lei específica assunto que já era tratado em
lei geral, o faz pois deseja implementar algumas inovações à ordem até então vigente.
Nesse sentido destacamos o §3º do art. 2º que possibilita, desde que devidamente
justificado no Edital de licitação, a adjudicação do objeto a mais de uma agência de
publicidade, ou seja, a licitação teria mais de um “vencedor”.
Além disso, a agência contratada com base nessa lei somente poderá reservar e
contratar espaço ou tempo publicitário de veículos de divulgação, por conta e por ordem
dos seus clientes, se previamente os identificar e tiver sido por eles expressamente
autorizada.
Importante destacar que as licitações regidas por essa lei seguirão as modalidades
previstas na Lei 8.666/93 sendo sempre do tipo melhor técnica e melhor técnica e preço.
Uma das inovações implementadas por essa legislação diz respeito à criação de
comissões para o julgamento das propostas e do próprio processo licitatório.
A licitação como um todo será julgada por Comissão Permanente ou Comissão Especial
criada no âmbito do órgão em questão para tal que, como atribuição, terá que julgar as
licitações dessa natureza exceto no que diz respeito às propostas técnicas.
A Subcomissão Técnica será formada por, no mínimo, 3 membros que sejam formados
em comunicação, publicidade ou marketing, ou que atuem em uma dessas áreas, sendo
que 1/3 dos membros dessa subcomissão não poderá ter qualquer vínculo com o órgão
responsável pela licitação.
A Subcomissão Técnica será escolhida por sorteio, em lista que conste, no mínimo, o
triplo da quantidade de nomes necessária à sua composição ou, caso a contratação seja
de até R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), no mínimo o dobro.
Sobre o princípio da publicidade inerente a toda e qualquer licitação pública, nesse caso é
permitido a qualquer interessado impugnar a lista de pessoas a serem sorteadas em até
48 horas antes da realização do sorteio.
Nesse sentido foi editada a Medida Provisória 527/11, posteriormente convertida na Lei
12.462/11, regulamentada pelo Decreto 7.581/11, que instituiu o RDC - Regime
Diferenciado de Contratações Públicas para obras relacionadas à Copa do Mundo e às
Olimpíadas.
Contudo, em 19 de julho de 2012, foi publicada a lei 12.688/12 que incluiu o inciso IV ao
supramencionado art. 1º da Lei 12.462/11 com a seguinte redação:
Além disso, em 20 de dezembro de 2012, foi publicada a Lei 12.745/12 que incluiu o
inciso V ao supramencionado art. 1º da lei 12.462/11 com a seguinte redação:
Ainda foi incluído, inicialmente pela Medida Provisória 630/13, convertida na Lei
12.980/14, o inciso VI que assim dispõe:
Ou seja, o RDC agora abrange as contratações inerentes à (i) Copa das Confederações
de 2013; (ii) Copa do Mundo de 2014; (iii) Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016; (iv)
obras que componham o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC; (v) obras e
serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS e (vi) obras e
serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais
e unidades de atendimento socioeducativo; (vii) obras e serviços inerentes à ações no
âmbito da Segurança Pública; (viii) obras e serviços de engenharia relacionadas a
melhorias na mobilidade urbana ou ampliação da infraestrutura logística; (ix) contratos
de locação de bens móveis e imóveis, nos quais o locador realiza prévia aquisição,
construção ou reforma substancial, com ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo
ou por terceiros, do bem especificado pela administração; e (x) ações em órgãos e
entidades dedicados à ciência, tecnologia e à inovação.
• utilização, sempre que possível, nas planilhas de custos constantes das propostas
oferecidas pelos licitantes, de mão de obra, materiais, tecnologias e matérias
primas existentes no local da execução, conservação e operação do bem, serviço
ou obra;
Conforme art. 110 do Decreto 7.581/11 é estabelecido que o catálogo conterá (I) a
especificação de bens, serviços ou obras; (II) a descrição de requisitos de habilitação de
licitantes, conforme o objeto da licitação; (III) modelos de instrumentos convocatórios,
minutas de contratos, termos de referência e (IV) outros documentos que possam ser
padronizáveis.
Assemelha-se, mas não iguala-se ao previsto no art. 3º da lei 8.666/93 onde apenas é
dito que deve-se buscar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública mas
sem as especificações do RDC.
2.15.5. Publicidade
Os Editais no RDC, a exemplo das demais modalidades de licitação, devem ser publicados
em Diário Oficial e, também, no site do órgão obedecendo os seguintes prazos no que se
refere à aquisição de bens:
Um aspecto questionável diz respeito ao fato de que, para licitações cujo valor não
ultrapasse R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para obras ou R$ 80.000,00
(oitenta mil reais) para bens e serviços, inclusive de engenharia, fica dispensada a
publicação em Diário Oficial mantida somente a obrigatoriedade da publicação no site.
As licitações regidas pela lei do RDC podem adotar os seguintes critérios: (I) menor
preço ou maior desconto; (II) técnica e preço; (III) melhor técnica ou conteúdo artístico;
(IV) maior oferta de preço; (V) maior retorno econômico.
O fator de ponderação mais relevante sob o ponto de vista técnico terá, no máximo, peso
de 70% podendo ser utilizado parâmetros de sustentabilidade como critério de
desempate.
A Comissão de Licitação será auxiliada por Comissão Especial integrada por no mínimo 3
pessoas de reputação ilibada e notório conhecimento da matéria em exame que podem
ser servidores públicos.
Tal critério poderá ser adotado em contratos que resultem receita para a Administração
Pública podendo ser exigida garantia em valor igual a 5% do valor do bem a ser alienado
Somente será utilizada nas licitações cujo objeto seja a celebração de contrato de
eficiência, ou seja, contrato que tenha por objeto a prestação de serviços que inclua a
realização de obras e o fornecimento de bens, cujo objetivo seja proporcionar economia à
Administração Pública na forma de redução de despesas recorrentes.
Nas licitações que adotem esse critério de julgamento os licitantes deverão apresentar:
Seguindo a tendência inaugurada pelo Pregão, pode ocorrer, no RDC, a inversão de fases
resultando na abertura do envelope de habilitação apenas da empresa vencedora e
somente ao final da licitação.
A crítica que se faz, e que inclusive é objeto de ADIN, diz respeito ao fato da lei permitir
que sejam realizadas licitações restritas a empresas pré-qualificadas contrariando, assim,
o princípio de isonomia entre os licitantes.
2.15.9. Sanções
Um primeiro aspecto a se destacar diz respeito à clareza de abrangência das sanções nas
licitações regidas pela lei do RDC. Vejamos o art. 47:
“Art. 47. Ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das
multas previstas no instrumento convocatório e no contrato, bem como das
demais cominações legais, o licitante que: