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Resumo por: escrevinhamentos

O mundo sem nós

"O mundo sem nós”, de Alan Weisman, compõem um cenário aterrorizador sobre toda a
influência que o homem exerce sobre o planeta Terra. Nesse sentido, é possível notar que o
ser humano tem contribuído para o envenenamento de sua moradia e extinto. Portanto, esse
processo apenas seria interrompido se a natureza, aos poucos, voltasse a ocupar os locais da
qual foi expulsa.

Podemos perceber que o texto se empenha em explicar o que ocorreria com o mundo, caso
os seres humanos fossem extintos. Fazendo com que o autor demonstrasse que poucas coisas
resistiram à ação da natureza e do tempo, além de dizer que o “lixo tecnológico” que tanto
usamos iria continuar envenenando a natureza nos milhares de anos que ainda viriam.

Alan Weisman também demonstra que a enorme infraestrutura construída iria entrar em
colapso e desapareceria junto com os vestígios da presença do ser humano no planeta. O
autor também relata que os nossos objetos do cotidiano serão transformados em fósseis; que
os canos e fios de cobre que irão ser transformados em veios minerais; que as construções
serão os últimos vestígios de arquitetura, assim como as esculturas de bronze, os plásticos, as
ondas de rádios e algumas das moléculas criadas pelos homens, as quais irão ser os últimos
sinais da presença humana em todo o universo.

Ao decorrer do texto, entendemos que as selvas de asfalto irão ser transformadas em selvas
verdes, em meio a todas as cidades em ruínas. As fazendas químicas e orgânicas serão áreas
selvagens. As baratas sucumbirão, e bilhões de pássaros existirão. As áreas que antes eram
devastadas (como a zona desmilitarizada entre as Coréias e Chernobyl) poderão ter a
capacidade de se recuperar.

Portanto, sem a presença humana, em apenas dois dias os metrôs de Nova York seriam
inundados pela paralisação dos bombeamentos de água. Sete dias depois, a reserva
emergencial de geradores a diesel (que resfriam usinas nucleares) acabariam. Após um ano,
um bilhão de pássaros iriam deixar de serem abatidos quando todas as luzes de sinalização
das torres de comunicação apagassem e parassem de interferir em seu sistema de orientação.
Passados dez anos, o teto de um celeiro com um buraco de meio metro quadrado, que já
estava vazando na década anterior, já teria desaparecido há muito tempo. Depois de cem
anos, as populações dos pequenos predadores, como as doninhas, raposas e guaxinins iriam
diminuir, por conta da competição com o legado humano. Passados mais de duzentos anos,
grandes pontes e barragens já teriam desabado. Até mesmo as cidades que estavam
localizadas na foz de rios já estariam destroçadas. Após milhares de anos, qualquer parede de
pedra que ainda tivesse sido mantida em pé no hemisfério norte finalmente cederia ao clima
frio.
De modo que seriam necessários 35 mil anos para que o chumbo depositado durante a “era
das chaminés” finalmente fosse removido do solo (e para o cadmium seriam necessários 75
mil anos). Ou seja, em pelo menos 100 mil anos depois da terra estar desabitada pelos
humanos, o gás carbônico já teria voltado a níveis iniciais, isto é, pré-humanos. Os plásticos,
que ostentamos nas embalagens e nos produtos, também precisariam de pelo menos 100 mil
anos para serem devorados pelos micróbios. E ainda sim, as esculturas de bronze ainda
seriam reconhecíveis em 10,2 milhões de anos. Logo, a vida na Terra continuaria nas formas
que nunca pudemos sonhar pelos próximos bilhões de anos, até que o nosso planeta seja
totalmente queimado pelo sol agonizante, que se expandirá e “devorará” os planetas que o
circundam (o que pode ocorrer a cerca de cinco bilhões de anos). Por outro lado, o legado da
humanidade permaneceria para sempre em programas de rádio e TV, pois as ondas,
fragmentadas, estariam viajando por todo universo.

Tópicos

1° dia: o combustível fóssil continuará alimentando usinas (em sua maior parte,
automatizadas) por algumas horas. Também em algumas horas, a energia elétrica começará a
entrar em colapso. Praticamente todas as usinas dependentes de combustível fóssil irão
desligar.

2° dia: após 48 horas, os reatores de usinas nucleares entrarão em modo de segurança


automaticamente. Turbinas de todos os tipos começarão a falhas devido a falta de
lubrificação. Apenas áreas dotadas de energia provida por hidrelétricas ou energia solar
contarão com eletricidade.

3° dia: metrôs que precisam operar com sistemas de bombeamento de água estariam
inundados em menos de 36 horas.

10° dia: a comida começaria a apodrecer nas prateleiras de supermercados e nos


refrigeradores. Enquanto houver água derretida proveniente de refrigeradores e comida
deixada à vista, os animais de estimação permanecerão nas proximidades de suas casas.
Logo, no entanto, eles terão de procurar alimento em outros lugares. Àqueles que
conseguirem sair de casa irão competir pela sobrevivência. Cães e gatos criados por meio de
manipulação genética não encontrarão um nicho neste competitivo ambiente e estarão entre
os primeiros a perecer. Por exemplo, as pernas curtas e boca pequena de bulldogs e terriers
serão problemas para estas raças. Animais aprisionados em zoológicos morrerão de fome e
sede.

6 meses: pequenas formas de vida selvagem não vistas com frequência em meio à civilização
– coiotes, gatos selvagens, lobos, veados etc – começarão a habitar os subúrbios das cidades.
Os ratos já terão consumido nossos suprimentos estocados e começarão a deixar as áreas
urbanas rumo às áreas selvagens.
1° ano: as plantas começarão a brotar em meio a rachaduras no asfalto de estradas, ruas e
construções. As últimas áreas com eletricidade cederão espaço a escuridão.
Barragens começarão a transbordar e se romper. Incêndios causados por raios terão destruído
grandes áreas urbanas e selvagens. Várias espécies de animais terão avançado sobre as
cidades.

5 anos: a flora terá coberto a maioria das áreas urbanas com grama e árvores. Estradas serão
cobertas por vegetação e, devido a falta de manutenção, desaparecerão.

20 anos: As ruínas de Pripyat, na Ucrânia, abandonadas em 1986 após o desastre de


Chernobyl, têm sido usadas como exemplo para demonstrar a decadência de áreas urbanas
abandonadas após 20 anos sem a presença humana. Apesar dos altos níveis de radiação,
muitas populações de animais, além de uma vasta flora, terão florescido nestas áreas.

25 anos: o mar terá avançado sobre algumas áreas urbanas como Londres e Amsterdã, que
são mantidas secas graças à engenharia. Janelas em prédios altos terão sido destruídas devido
ao ciclo de frio e calor e devido à falta de manutenção nos seladores. Devido à falta de
ajustes, satélites começarão a cair de volta à Terra.

40 anos: muitas construções de madeira terão se incendiado, apodrecido, ou consumidas por


cupins. Árvores e vinhas terão se infiltrado e crescido em meio ao que restasse das
construções de alvenaria, já bastante enfraquecidas pela ação dos elementos.

50 anos: estruturas de metal começarão a mostrar sinais de negligência. A pintura, que


normalmente protege estas estruturas, já não existirá, expondo o metal aos elementos e
permitindo a corrosão.

75 anos: muitos dos 600 milhões de automóveis que se espalham pelo globo terão sido
reduzidos a escombros irreconhecíveis. Alguns veículos localizados em áreas de clima mais
seco não terão sofrido o efeito da corrosão de forma tão flagrante e ainda serão reconhecíveis.

100 anos: grandes pontes terão desabado devido à corrosão dos cabos de suporte. Muitas
estruturas construídas pelo homem terão desabado em um período de 100 a 10 mil anos.

150 anos: muitas estradas e metrôs começarão a desabar sobre túneis inundados. Edifícios
terão sido totalmente tomados por plantas, criando uma paisagem selvagem em um
ecossistema vertical. Descendentes dos cães domésticos terão cruzado com lobos.

200 anos: grandes estruturas como o Empire State Building e a Torre Eiffel terão desabado
devido à ação da corrosão, das plantas e da água que terá desestabilizado suas fundações.
Todos os livros e vídeos terão desaparecido sob a força do mofo.

500 anos: itens feitos com concreto começarão a ruir devido à expansão das barras de ferro
que os reforçam.
1000 anos: a maioria das cidades modernas terão sido destruídas e/ou cobertas pelas
florestas. Os amontoados de escombros se transformarão em montanhas e colinas. Rios
voltarão às suas margens originais. Haverá poucas evidências de que uma civilização humana
tenha existido na Terra. Certas estruturas feitas de tijolos de pedra ou concreto, como as
Pirâmides do Egito, ainda estarão de pé com danos mínimos.

10.000 anos: as construções de concreto cederão devido à erosão e aos efeitos cumulativos
da ação sísmica.
Neste período, qualquer evidência substancial da humanidade terá desaparecido. Apenas
algumas coisas ainda permanecerão, como os pedestais de granito ou concreto sólidos da
Estátua da Liberdade. As Pirâmides de Gizé ainda estarão de pé, embora bastante enterradas
na areia do deserto. Porções do Grande Muro da China também permanecerão visíveis. As
faces do Monte Rushmore ainda serão reconhecíveis por centenas de milhares de anos.
Nossos ossos, escombros, plástico e poliestireno (isopores) poderão ser os últimos sinais da
humanidade.

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