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Silvia Hunold Lara, Palmares & Cucaú. O aprendizado da dominação.

Tese de
Titularidade, Campinas, UNICAMP, 2008.

Resumo:
O texto é composto por uma introdução, quatro capítulos e uma conclusão, além
de um anexo documental e do elenco de fontes e bibliografia utilizadas.
A Introdução oferece ao leitor um panorama da historiografia sobre Palmares,
destacando a ausência de estudos sobre o acordo de paz de 1678 entre Gangazumba e os
governadores de Pernambuco e a novidade de documentos até agora não analisados sobre
ele. Em seguida, o primeiro capítulo mostra a diferença entre as autoridades
pernambucanas e reinóis no tratamento das fugas e mocambos existentes na capitania de
Pernambuco no século XVII, comparando a presença de acordos de paz com escravos
fugitivos e rebeldes em S. Tomé, na Bahia e em diferentes momentos da história
palmarina, antes de 1678. Focalizando os acontecimentos que contextualizam o acordo
de 1678, o texto explora ainda os significados do ajuste realizado (cláusulas, termos,
etc.). A análise minuciosa de uma Relação anônima que documentou o fato permite
desvendar as condições políticas que levaram as autoridades coloniais a considerar
Palmares uma entidade política similar às existentes na África Centro-Ocidental. Essa
hipótese analítica é explorada no segundo capítulo, que discute tanto a bibliografia sobre
as relações entre África e América no contexto colonial quanto explora
comparativamente outras situações em que fugitivos firmaram tratados com autoridades
coloniais nas Américas. A análise caminha para fundamentar a necessidade de um
enfoque político do tema, que leve em conta não apenas os interesses coloniais mas
também a sintaxe política africana nessas negociações. O terceiro capítulo explora as
relações entre Pernambuco e a região Congo-Angola, tratando especialmente dos
aspectos políticos e militares da escravização e transporte de africanos pelo tráfico
negreiro, com a finalidade de demonstrar os elos que ligavam as experiências africanas
nas duas margens do Atlântico. O último capítulo retoma o acordo de 1678, para analisar
a implantação da aldeia de Cucaú, seu fracasso e destruição, bem como as tentativas
posteriores de negociação de paz entre autoridades e fugitivos. Mais uma vez, a
perspectiva analítica leva em conta as diferenças entre autoridades metropolitanas e
coloniais na abordagem da questão, a fim de dimensionar os significados políticos da
escolha entre guerra e paz. A conclusão retoma os temas principais para constatar o
descompasso entre o reconhecimento da força política da linhagem governante dos
Palmares e de seus mocambos pelas autoridades coloniais no século XVII e seu
esquecimento pela historiografia. Entre os anexos, inclui-se a transcrição em grafia atual
de quatro documentos, tabelas com dados diversos e quatro mapas.
II

Índice

Introdução 1

Capítulo 1 - Ajustes 14
1. Lá e cá 14
2. A voz da experiência 33
3. Homens de palavra 47
4. Com fé, lei e rei 64

Capítulo 2 - Diálogos 83
1. A força de uma tradição 83
2. Pelas Américas 100
3. Além da cultura 112

Capítulo 3 - Conjunções 125


1. Os negros do Palmar 126
2. Escravos para Pernambuco 136
3. Guerras em Angola 148
4. Sobas, vassalos e kijikos 162

Capítulo 4 - Alternativas 179


1. A aldeia de Cucaú 179
2. Problemas 195
3. Debates em Lisboa 209
4. Guerra e paz 219

Palavras Finais 228

Anexos 237

Lista de abreviaturas utilizadas nas notas 246


Fontes e Bibliografia 247

Mapas e Tabelas
Mapa 1 - As fronteiras da escravização na África Central 145
Mapa 2 - As principais rotas comerciais na África Central no século XVII 147
Mapa 3 - A África Central Ocidental no século XVII 150
Mapa 4 - Os mocambos de Palmares e Cucaú 192
Tabela 1 - Estimativa do número de africanos desembarcados no Brasil 139
Tabela 2 - Escravos desembarcados no Brasil 142

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