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ALESSANDRO TORREZANI - alessandrotorrezani@gmail.com - CPF: 116.393.

167-52
Sumário
I. ACENTUAÇÃO GRÁFICA ............................................................................................................... 3
II. ORTOGRAFIA: EXPRESSÕES E PALAVRAS QUE GERAM DÚVIDA EM RELAÇÃO AO
EMPREGO ................................................................................................................................................. 5
III. HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS .................................................................................................... 9
IV. REGRAS ESPECIAIS NO USO DO HÍFEN ................................................................................ 11
V. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ........................................................................ 12
MORFOLOGIA (CLASSES DE PALAVRAS) ........................................................................................... 18
VI. SUBSTANTIVO ............................................................................................................................ 18
VII. ADJETIVO .................................................................................................................................... 23
VIII. ARTIGO ..................................................................................................................................... 26
IX. NUMERAL .................................................................................................................................... 28
X. PREPOSIÇÃO ............................................................................................................................... 29
XI. PRONOMES .................................................................................................................................. 31
XII. ADVÉRBIO ................................................................................................................................... 40
XIII. PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS ....................................................................... 41
XIV. INTERJEIÇÃO .......................................................................................................................... 42
XV. VERBO .......................................................................................................................................... 43
1. CONJUGAÇÃO VERBAL: MODOS E TEMPOS .......................................................................... 43
1.1 – MODOS .................................................................................................................................. 43
1.2 – TEMPOS ................................................................................................................................. 43
2. FORMAS NOMINAIS ...................................................................................................................... 43
2.1 – Infinitivo .................................................................................................................................. 43
2.2 – Gerúndio .................................................................................................................................. 43
2.3 – Particípio ................................................................................................................................. 43
3. EMPREGO DOS MODOS................................................................................................................ 43
4. CLASSIFICAÇÃO DO VERBO ...................................................................................................... 44
4.1 – REGULAR .............................................................................................................................. 44
4.2 – IRREGULAR .......................................................................................................................... 44
4.3 – ANÔMALO ............................................................................................................................ 44
4.4 – DEFECTIVO ........................................................................................................................... 44
4.5 –ABUNDANTE ......................................................................................................................... 44
5. TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS ........................................................................................ 45
6. VERBOS PRIMITIVOS E DERIVADOS ........................................................................................ 46
7. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS .......................................................................... 47
8. VERBOS TERMINADOS EM “–ear” E “–iar”................................................................................ 47
9. MODELOS .................................................................................................................................... 47
10. CASOS IMPORTANTES .............................................................................................................. 48
11. VOZES VERBAIS......................................................................................................................... 48
12. CORRELAÇÃO ENTRE OS TEMPOS VERBAIS...................................................................... 50
SINTAXE ................................................................................................................................................... 51
XVI. SUJEITO .................................................................................................................................... 52
XVII. PREDICAÇÃO VERBAL ......................................................................................................... 55
XVIII. OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, AGENTE DA PASSIVA E COMPLEMENTO
NOMINAL ................................................................................................................................................ 57

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XIX. ADJUNTO ADNOMINAL, ADJUNTO ADVERBIAL, PREDICATIVO, APOSTO E
VOCATIVO .............................................................................................................................................. 60
PERÍODO COMPOSTO ......................................................................................................................... 65
XX. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO ....................................................................... 65
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO → SÍNTESE ........................................................... 67
XXI. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ..................................................................... 68
XXII. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS .......................................................................... 70
XXIII. FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS ................................................ 72
XXIV. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS .............................................................. 74
XXV. ORAÇÕES REDUZIDAS.......................................................................................................... 76
XXVI. PONTUAÇÃO........................................................................................................................ 78
XXVII. REGÊNCIA VERBAL ........................................................................................................... 83
XXVIII. CRASE ................................................................................................................................... 88
XXIX. CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................................................ 92
XXX. CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................... 96
XXXI. COLOCAÇÃO PRONOMINAL.......................................................................................... 102
XXXII. GABARITO.......................................................................................................................... 104
1. ACENTUAÇÃO .............................................................................................................................. 104
2. ORTOGRAFIA ............................................................................................................................... 104
3. HOMÔNIMOS / PARÔNIMOS ..................................................................................................... 104
4. REGRAS ESPECIAIS NO USO DO HÍFEN ................................................................................. 105
5. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS .......................................................................... 105
6. SUBSTANTIVO ............................................................................................................................. 105
7. ADJETIVO ...................................................................................................................................... 105
9. NUMERAL ..................................................................................................................................... 105
11. PRONOMES ................................................................................................................................ 105
13. PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS .......................................................................... 106
15. VERBO ........................................................................................................................................ 106
16. SUJEITO ...................................................................................................................................... 106
17. PREDICAÇÃO VERBAL ........................................................................................................... 106
18. OBJETO DIRETO, INDIRETO ... .............................................................................................. 107
19. ADJUNTO ADNOMINAL, ADJUNTO ADVERBIAL... .......................................................... 107
20. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO ..................................................................... 107
21. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ......................................................................... 107
22. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ............................................................................ 108
23. FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS .................................................... 108
24. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS.................................................................... 108
25. ORAÇÕES REDUZIDAS ........................................................................................................... 108
26. PONTUAÇÃO ............................................................................................................................. 108
27. REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................................ 108
28. CRASE ......................................................................................................................................... 109
29. CONCORDÂNCIA NOMINAL ................................................................................................. 109
30. CONCORDÂNCIA VERBAL .................................................................................................... 109
31. COLOCAÇÃO PRONOMINAL ............................................................................................... 1099

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I. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA:
Quanto à sílaba tônica, as palavras podem ser:
• Proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima. Ex.: pálido, linguística...
• Paroxítona: a sílaba tônica é a penúltima. Ex.: palito, repórter...
• Oxítona: sílaba tônica é a última. Ex.: paletó, caju...

1. Acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em A E O, seguidas ou não de s.


já pé pó
pás vês pós
Observação
Note que as monossílabas átonas (artigos, preposições, conjunções e pronomes oblíquos sem preposição) nunca
recebem acento gráfico.
Exemplo: Quando ele escreve, sempre dá notícias da família.
↑ ↑
monos. monos.
tônico átono
(com acento) (sem acento)
2. Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em A E O, seguidas ou não de s e as terminadas em EM e ENS.

Amapá cajás dendê jiló cafés compôs vinténs alguém café cipó

3. Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em L, I(s), N, X, U(s), R, ÃO(s), Ã(s), UM, UNS, PS, ON(s), ditongos (seguidos ou
não de s).
útil bônus repórter órfão fórum órgãos pônei
júri ônix lápis fórceps ímã
Observação
Você deve estar atento para o fato de que as palavras paroxítonas terminadas em -en (pólen, sêmen etc.) deixam de ter acento quando
colocadas no plural (polens, semens etc.), mas palavras paroxítonas terminadas em -on (próton, íon, nêutron etc.) continuam com acento
no plural (prótons, íons, nêutrons).

4. Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas.


próximo mágicos fôlego
âncora místico técnica

5. Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÓI, ÉU seguidos ou não de s das oxítonas e das monossílabas tônicas.
anéis chapéu corrói céus dói
Observação
Não se acentuam os ditongos abertos EI e OI das palavras paroxítonas. Ex.: ideia, joia, boia, europeia, jiboia, heroico, estreia. São
exceções: Méier e destróier pois seguem a regra das paroxítonas terminadas em R.

6. Acentuam-se os hiatos tônicos em I e U, acompanhados ou não de s. Se na mesma sílaba forem seguidos de outra letra diferente de s,
não recebem o acento gráfico.
viúva traída faísca baús juízes
Observações sobre os hiatos tônicos i e u:
 As palavras raiz e juiz não têm acento porque o i no hiato tônico vem seguido de z e não de s: ra-iz e ju-iz.
 Os hiatos em i seguidos de nh na sílaba seguinte não deverão ser acentuados: ra-i-nha, cam-pa-i-nha.
 Quando há hiato i-i e u-u, não se pode acentuar (exceto os proparoxítonos): xi-i-ta, su-cu-u-ba... (fri-ís-si-mo é proparoxítono).
 Depois de ditongos decrescentes, nas palavras oxítonas, o i e u são acentuados normalmente: Pi-au-í.
 Nas palavras paroxítonas, o i e u não recebem acento depois de ditongo decrescente: fei-u-ra, Sau-i-pe, bai-u-ca... Todavia, se
o ditongo for crescente, o acento é usado: Gua-í-ra, Gua-í-ba.

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7. Trema
O trema deixou de existir na língua portuguesa. Só permanecerá nas palavras estrangeiras e seus derivados, como Müller e mülleriano.
Frequente linguiça sagui

8. ACENTOS DIFERENCIAIS
Perderam o acento as palavras paroxítonas homógrafas (têm a mesma grafia)
para – verbo ≠ para – preposição;
pelo – substantivo ≠ pelo – contração da preposição per/por + o;
pera- substantivo ≠ pera – preposição arcaica;
polo – substantivo ≠ polo – por+o (arcaísmo).
 Assim, não serão acentuados: para-brisa, para-choque, para-lama, etc.
Exceções:
 Pôr (verbo) ≠ por (preposição)
 Pôde (pretérito perfeito) ≠ pode (presente do indicativo.
 Nas palavras fôrma e forma, o acento é facultativo o qual deve ser especialmente empregado com o intuito de facilitar a
compreensão do que se diz ou escreve.
A forma da fôrma do bolo é circular.

9. Hiatos “OO” e “EE”


 Perderam o acento.
Voo / enjoo / perdoo / creem / leem / veem / deem.
Observações
I. Os verbos ter e vir na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo, apesar de serem monossílabicos tônicos terminados em
em, recebem o acento circuflexo para diferir-se da 3ª pessoa do singular.

Ele vem – eles vêm ele tem – eles têm.


Os verbos derivados de ter e vir, como deter, manter, intervir, convir, etc, por não serem monossilábicos, obedecem à regra das
oxítonas. Na 3ª pessoa do plural, entretanto, usa-se o acento circunflexo para a diferenciação:
Ele intervém – eles intervêm Ele mantém – eles mantêm
II. Não se deve confundir os casos citados com os verbos ler – dar – crer - ver :
Ele lê – eles leem Ele vê – eles veem

III. As formas verbais oxítonas terminadas em A, E, O acompanhadas dos pronomes oblíquos átonos “lo”, “la”, “los”, “lás” devem
ser acentuadas. O mesmo ocorre com as formas verbais terminadas em “i”, formando hiato tônico com a vogal anterior:
O gerente irá contratá-lo.
O livro, vou repô-lo na estante.
A fera, os homens queriam atraí-la.
Mas: O problema, vamos discuti –lo. Observe que o i não forma hiato.

IV. GUE GUI / QUE/ QUI


Não há mais acento agudo nos grupos (gue, gui, que, qui) quando a letra u for pronunciada.

Averigue / apazigue / argui / obliquem

V. GUAR QUAR QUIR


Alguns verbos terminados em guar/quar/quir, como aguar, averiguar, delinquir, enxaguar, passam a aceitar dupla grafia, se forem
pronunciadas com a ou i mais fortes, essas formas devem ser acentuadas.
Enxáguo – delínquo
Se forem pronunciadas com o u mais forte, não são acentuadas, mas dever ser pronunciadas mais fortes.
Enxaguo – delinquo

PROSÓDIA

A prosódia trata da acentuação e da entoação adequadas dos fonemas, de acordo com o padrão culto da língua.

Há muitas palavras que oferecem dúvida quanto a posição da sílaba tônica. Veja:
• são oxítonas: Nobel, recém, ruim, mister, cateter, ureter, condor;

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• são paroxítonas: avaro, caracteres, edito (lei, decreto), erudito, filantropo, misantropo, fluido (ui é ditongo), gratuito (ui é ditongo), fortuito
(ui é ditongo), látex, maquinaria, meteorito, pudico, quiromancia, rubrica, recorde;
• são proparoxítonas: aeródromo, álcool, alcoólatra, antídoto, arquétipo, crisântemo, êxodo, ínterim, pântano, protótipo, ímprobo;
• admitem dupla prosódia: acróbata ou acrobata, hieróglifo ou hieroglifo, Oceânia ou Oceania, ortoépia ou ortoepia, projétil ou projetil,
réptil ou reptil, sóror ou soror, zângão ou zangão, xérox ou xerox, autópsia ou autopsia, biópsia ou biopsia, amnésia ou amnesia, biótipo
ou biótipo.

EXERCÍCIOS
1. Você tem, a seguir, algumas palavras corretamente acentuadas. Separe-as de acordo com a regra que determina o
acento de tais palavras.
tráfego, dobrável, destróis, Tambaú, acarajé, silêncio, caída, Mossoró, tórax, Goiânia, táxis, nômades, saíram, veículo.
· Regra das oxítonas: .................................................................................................................................................
· Regra das paroxítonas: ............................................................................................................................................
· Regra das proparoxítonas: .......................................................................................................................................
· Regra da 2ª vogal do hiato: .....................................................................................................................................
· Regra dos ditongos abertos éu, éi, ói: ......................................................................................................................

2. Siga o modelo, observando a acentuação gráfica.


Modelo:
Ele (manter) a calma, mas os outros não (manter).
Ele mantém a calma, mas os outros não mantêm.
a) Ele (prever) o erro, mas os outros não (prever). Ele .......................... o erro, mas os outros não........................................ .
b) Ele (reler) o documento, mas os outros não (reler). Ele ....................... o documento, mas os outros não................................. .
c) Ele (descrer) do fato, mas os outros não (descrer). Ele ......................... do fato, mas os outros não.......................................... .
d) Essa proposta (convir) para nós, mas as outras não(convir). Essa proposta ........................ para nos, mas as outras não..................... .
e) O jovem (reter) a informação, mas as crianças não (reter). O jovem ....................... a informação, mas as crianças não ......................... .

3. Observe a sílaba tônica nestas palavras:


manhã refém lêvedo
Indique a alternativa em que a sílaba tônica das palavras esteja na mesma posição das relacionadas acima:
a) Nobel — mister — protótipo
b) ureter — necropsia — fôlego
c) sutil — cânon — Niágara
d) recém — néctar — erudito

II. ORTOGRAFIA: EXPRESSÕES E PALAVRAS QUE GERAM DÚVIDA EM


RELAÇÃO AO EMPREGO

1. POR QUE / POR QUÊ / PORQUE / PORQUÊ

I. Por que

 É usado em frases interrogativas diretas ou indiretas.


- Por que você está aborrecida? (Pergunta direta)
- Nem eu mesma sei por que estou assim. (Pergunta indireta)
 Quando substituível por “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais”.
- Só eu sei as dificuldades por que passei. (Pelas quais)
- Desconheço a razão por que ela não veio. (Pela qual)
 Quando houver a palavra “motivo” antes, depois ou subentendida.
- Não sei por que motivo ele saiu. (Por qual)
- Não sei por que ele não veio. (Por que motivo)
- O motivo por que a viagem foi adiada será descoberto.

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II. Por quê

Quando em final de frases, interrogativas ou não, deve ser acentuado por tratar-se de palavra tônica. Sempre é seguido de
ponto, vírgula, interrogação.
— Você está aborrecida por quê? — Eu estou aborrecida, mas não sei por quê. — Não sei por quê, mas tudo deu errado.
III. Porque

É conjunção causal ou explicativa e equivale a uma vez que, pois.


Nando está contente, porque se saiu bem nas provas e pode viajar tranquilo. (porque = causal)
— Não saia, porque você ainda está febril. (porque = explicativa)

IV. Porquê

É substantivo e vem sempre antecedido por um determinante (artigo, pronome, numeral)


Você sabe o porquê de ela estar tão faceira? Errei esse porquê da prova.
Quando for conjunção em final de frase interrompida.
Ele faltou, porquê... / Cris está triste, porquê...

2. TAMPOUCO / TÃO POUCO

Tão pouco →muito pouco Tampouco → também não, nem (usa-se após oração declarativa negativa)
Não comeu, tampouco bebeu.
Possuía tão pouco amor próprio que não pagou seu débito ao banco, tampouco pagou-me o que me devia.

3. A PAR / AO PAR
A par →ciente Ao par →igual, equiparado
Estou a par do assunto. O real esteve ao par do dólar.

4. AFIM / A FIM DE

Afim →igual, parentesco, semelhante A fim de →para


Ele é meu afim. Temos estilos afins. Saiu a fim de divertir-se.

5. SENÃO / SE NÃO
Senão → “caso contrário”, “a não ser“ Se não → “caso não” (usado em orações condicionais)
Feche a porta, senão ele entra. (= caso contrário) Se não chover, irei. (= caso não)
Não sai de casa, senão para comer. (= a não ser)

6. AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A

Ao encontro de → “estar a favor de”, “ser favorável” De encontro a → “em sentido oposto a”, “ser contra”
Minha ideias vão ao encontro das suas, isso me anima. Minhas ideias vão de encontro às suas, mas isso não me anima.

7. DEMAIS / DE MAIS

{
Substantivo (= os outros) Uns entraram, os demais saíram

Advérbio (= muito). Vem Comi demais.


Demais Acompanhado de verbo, Ficamos indignados demais.
Adjetivo e advérbio Estou bem demais

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De mais → opõe-se a “de menos” (acompanha substantivo ou pronome). Observe que nesse caso de mais indica quantidade.
Há pessoas de mais aqui. Não há nada de mais nisto.

8. MAS / MAIS

Mas → porém (ação contrária) Mais → oposição a menos

Ele irá, mas nós ficaremos. Ela é mais inteligente do que eu.

9. MAIS BEM – MAIS MAL / MELHOR – PIOR

Diante de particípios é recomendável o uso de mais bem e mais mal, em substituição a melhor e pior.
Érica era a aluna mais bem preparada.

10. ONDE / AONDE / DONDE

Onde → usa-se com verbos estáticos, exigem a preposição em.


Aonde → usa-se com verbos dinâmicos (ir, vir, chegar, levar...)
Donde → ideia de afastamento

Onde você mora? / Aonde você vai? / Onde você trabalha? / Onde você vai morar?
Encerrou-se no quarto, donde só saiu ao amanhecer.
Aonde você chegará?

11. HÁ / A


→ Tempo passado (= faz). Há duas semanas não nos vemos.
→ Valor de Existir. Há crianças no pátio.
→ Valor de Tem. Há de colher bons frutos.

A (preposição)
→ Tempo futuro. As férias começarão daqui a alguns dias.
→Distância aproximada. A cidade fica a dois quilômetros daqui.
A (artigo)
→Acompanha substantivo. Comprar a enciclopédia.
A (pronome pessoal)
→ Valor de ela(s). Não a vejo faz tempo.
A (pronome demonstrativo)
→ Valor de esta(s), essa(s), aquela(a). Não comprei essa blusa mas a (aquela) que você não viu.

12. NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE

Na medida em que → exprime relação de causa e equivale a porque, já que, uma vez que.
À medida que → indica proporção, desenvolvimento simultâneo e gradual. Equivale a à proporção que.

O fornecimento de combustível foi interrompido na medida em que os pagamentos não vinham sendo efetuados. (=porque)
Na medida em que os projetos foram abandonados, a população carente ficou entregue à própria sorte. (=porque)
A ansiedade aumentava à medida que o prazo fixado ia chegando ao fim. (= à proporção que)
OBS.: Não se usa a forma à medida em que, resultante do cruzamento das duas locuções.

13. ACERCA DE / CERCA DE / A CERCA DE / HÁ CERCA DE


Acerca de: a respeito de / Sobre Falamos acerca de crase.
Cerca de: durante / aproximadamente Falamos cerca de dez minutos.
A cerca de: ideia de distância Fiquei a cerca de dois metros da porta.

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Há cerca de: existe aproximadamente / aproximadamente no passado Há cerca de mil pessoas no pátio.
Não o via há cerca de dois anos.
Cuidado com a grafia de algumas palavras

Beneficência / beneficente Torácica


Cabeleireiro Lagartixa
Manteigueira Jiló
Caranguejo Pajé
Chuchu Mendigo
Xampu Meritíssimo
Misto Mortadela
Disenteria Privilégio
Empecilho Salsicha
Exceção Sobrancelha
Excesso Obsessão
Êxito Obcecado
Hesitar Quis / quisesse
Jiboia Pus / Pusesse
Berinjela Herege
Maisena Catequese
Paralisação / paralisar Catequizar
Pretensão / pretensioso Monge
Ansiedade Tigela
Irrequieto Adivinhar

Formas variantes

Algumas palavras admitem, sem alteração de significado, formas variantes. Veja Algumas:
Abaixar / baixar Flecha / frecha
Abdômen / abdome Infarto / enfarte / enfarto
Afeminado / efeminado Laje / lajem
Aluguel / aluguer Leste / este
Aritmética / arimética Louça / loiça
Assobiar / assoviar Maquiagem / maquilagem
Aterrissar / aterrizar Maquiar / maquilar
Bêbado / bêbedo Mozarela / Muçarela
Bílis / bile Neblina / nebrina
Bilhão / bilião Nenê / neném
Biscoito / Biscouto Porcentagem / percentagem
Bravo / brabo Peroba / perova
Câimbra / cãibra Prancha / plancha
Catorze / quatorze Protocolar / protocolizar
Catucar / cutucar Rastro / rasto
Chipanzé / chimpanzé Ridiculizar / ridicularizar
Cociente / quociente Sobressalente / sobresselente
Quota / cota Taverna / taberna
Cousa / coisa Televisar / televisionar
Cotidiano / quotidiano Terraplenagem / Terraplanagem
Cotizar / quotizar Tesoura / tesoira
Covarde / cobarde Tesouro / tesoiro
Dourado / doirado Toucinho / toicinho
Entretenimento / entretimento Transladar / trasladar
Espuma / escuma Trilhão / trilião
Estalar / estrelar Vassoura / bassoura
Flauta / frauta Volibol / voleibol
Flocos / frocos Loura / Loira

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EXERCÍCIOS
1. Complete as frases seguintes utilizando a forma apropriada dentre as que são fornecidas entre parênteses.
a) Tenho muito o _______ fazer. (que/quê)
b) É preciso um _______ de louco para poder fazer isso. (que/quê)
c) Estamos rindo sem ter de _______. (que/quê)
d) Resta ainda descobrir o _______ dessas declarações. É difícil entender _______ ele teria dito tudo aquilo. (por
que – porque/por quê – porquê)
e) _______ está seu orgulho? (onde/aonde)
f) Irei _______ você quiser que eu vá. (onde/aonde)
g) Não gosto muito dela, _______ tenho de admitir que é _______ inteligente do que eu supunha. (mas – mais/mais
– mas)
h) Comportou-se _______ durante a reunião. Não creio que seja um _______ sujeito, porém. (mal – mau/mau –
mal)
i) _______ -humorados de todo o mundo, uni-vos! (mal/mau)
j) Deixe-me _______ de tudo o que estiver acontecendo. (a par/ao par)
k) Várias pessoas expuseram opiniões que vieram _______ minhas durante o debate, o que muito me animou. (ao
encontro de/de encontro a)
l) Muitas pessoas têm opiniões que vêm _______ minhas, o que não chega a me desanimar. (ao encontro de/de
encontro a)
m) _______ anos não nos vemos. E só poderei reencontrá-lo daqui _______ dois meses! (há – a/a – a)
n) Dali _______ três meses, eu mudaria de vida. (há/a)
o) Nada sei _______ das manifestações que ocorreram no país _______ de dois anos. (acerca/há cerca)
p) Já que temos ideias _______, deveríamos trabalhar juntos _______ de conseguir melhores resultados. (afins - a
fim/a fins – afim)
q) Ela gasta _______ porque compra roupa _______. (de mais – demais/demais – de mais)
r) _______ se fizer alguma coisa, o país escorregará para o caos. E ainda há quem não faça nada, _______
perseguir privilégios. (se não – senão/senão – se não)
s) _______ caminhávamos, podíamos perceber a mudança da paisagem. (à medida que/na medida em que)
t) Ele não estuda muito, você _______. (tão pouco/tampouco)
u) Ela demonstrava ser _______ cordial, que nos sentíamos constrangidos. (tão pouco/tampouco)

III. HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS


Em português, há palavras que se assemelham na forma (pronúncia ou grafia), que têm significados diferentes. São chamadas
de homônimas e entre elas distinguem-se as homógrafas das homófonas.
Homônimas homógrafas são as palavras que apresentam a mesma grafia e a mesma pronúncia. Também são chamadas de
homônimas perfeitas.

Homônimos
do grego homós = igual + ónymon = nome

Eis algumas delas:

caminho (substantivo) e caminho (verbo)


cedo (substantivo) e cedo (verbo)
livre (adjetivo) e livre (verbo)
são (adjetivo) e são (verbo)
serra (substantivo) e serra (verbo)

As palavras homógrafas que não são homônimas perfeitas têm mesma grafia, mas diferem na pronúncia. Veja:

colher (substantivo) e colher (verbo)


começo (substantivo) e começo (verbo)
gelo (substantivo) e gelo (verbo)
torre (substantivo) e torre (verbo)

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Homônimas homófonas são as palavras que têm grafias diferentes e mesma pronúncia. Veja:

acender (pôr fogo) ascender ( subir, elevar) acento (tonicidade de palavras) assento (lugar para sentar-se)

Há outras palavras, no entanto, que têm grafia e pronúncia parecidas e significados também diferentes. São chamadas de parônimas. Eis
alguns exemplos:

comprimento (extensão) cumprimento (saudação) deferir (conceder) diferir (adiar)

As principais palavras homônimas e parônimas são estas:


Absolver (inocentar) / absorver (sorver) Espiar (espreitar) / expiar (sofrer pena ou castigo)
Acender (pôr fogo) / ascender (subir, elevar-se) Estada (permanência de pessoas) / estadia (permanência de
Amoral (indiferente à moral) / imoral (indecente) veículos)
Arrear (pôr arreios) / arriar (abaixar) Estrato (camada sedimentar; tipo de nuvem) / extrato (o que foi
Assoar (limpar nariz) / assuar (vaiar) tirado de dentro)
Comprimento (extensão) / cumprimento (saudação, ato de Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)
cumprir) Florescente (florido) / fluorescente (luminoso)
Caçar (apanhar animais) / cassar (suspender) Infligir (aplicar pena, castigo) / infringir (transgredir)
Cavaleiro (homem a cavalo) / cavalheiro (homem gentil) Incerto (duvidoso) / inserto (inserido)
Cela (cubículo) / sela (arreio) Intenção ou tenção (propósito) / intensão ou tensão (intensidade)
Censo (contagem) / senso (juízo) Incipiente (principiante) / insipiente (ignorante)
Cerrar (fechar) / serrar (cortar) Intercessão (intervenção) / interse(c)ção (ponto onde se cruzam
Cessão (ceder) / se(c)ção (setor, corte) / sessão (reunião) linhas)
Cé(p)tico (quem duvida) / sé(p)tico (que causa a infecção) Indefeso (sem defesa) / indefesso (incansável)
Concertar (harmonizar, combinar) / consertar (reparar) Intimorato (destemido) / Intemerato (puro, íntegro)
Cozer (cozinhar) / coser (costurar) Mandato (período de missão) / mandado (ato de mandar)
Deferir (conceder) / diferir (adiar, divergir) Ótico (relativo à audição) / óptico (relativo à visão)
Delatar (denunciar) / dilatar (estender, prorrogar) Paço (palácio) / passo (marcha)
Degradar (rebaixar) / degredar (desterrar) Perfilar (alinhar) / perfilhar (adotar como filho)
Descriminar (inocentar) / Discriminar (distinguir) Prescrever (ficar sem efeito, receitar) / proscrever (condenar a
Descrição (descrever) / Discrição (reserva) degredo)
Discente (relativo a alunos) / Docente (relativo a professores) Prever (antever) / prover (abastecer)
Despensa (depósito) / dispensa (licença) Ratificar (validar) / retificar (corrigir)
Despercebido (não visto) / Desapercebido (desprevenido) Soar (dar ou produzir som, ecoar) / suar (transpirar)
Destratar (ofender) / distratar (desfazer trato) Sobrescritar (endereçar) / subscritar (assinar, subscrever)
Emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar) Tacha (prego) / taxa (juro)
Eminente (célebre) / Iminente (imediato) Tapar (fechar) / tampar (cobrir com tampa)
Emigrante (o que sai do próprio país) / imigrante (o que entra em Tráfego (trânsito) / tráfico (negócio ilícito)
país estranho) Vultoso (volumoso) / vultuoso (atacado de vultuosidade;
Espectador (assistente) / expectador (esperançoso) congestão da face)
Esperto (inteligente) / experto (perito)

EXERCICIOS
1. Use em cada frase a palavra adequada ao contexto.
a) O juiz poderá infligir/infringir pena severa àquele que infligir / infringir essa lei.
b) Os anjos são seres intimoratos / intemeratos; os heróis é que são seres intimoratos / intemeratos.
c) O advogado impetrou mandato/mandado de segurança e conseguiu do juiz a liminar.
d) O nadador desapareceu dentro d’água, isto é, imergiu / emergiu.
e) A vitória dos Aliados, naquela época, já era eminente / iminente.
f) Manuel veio confirmar, isto é, veio retificar / ratificar a proposta.
g) Os prisioneiros infringiram / infligiram o regimento interno.
h) O condenado foi recolhido à sela / cela.
i) Para acender / ascender a qualquer posto de responsabilidade, é necessário competência.
j) Minha estadia / estada nesse hotel foi desagradável.
k) Espero que você tenha uma ótima estada / estadia em nossa cidade.
l) Quanto cobrou o homem pela estada / estadia do seu automóvel?
m) A mãe infringe / inflige maus tratos aos filhos, por isso foi chamada ao fórum.

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n) As crianças arrearam / arriaram os quatro pneus do carro do vizinho.
o) Onde / Aonde você foi ontem à noite? Onde / Aonde você esteve até a uma da madrugada?
p) Não sei onde / aonde você quer chegar, mas não lhe digo onde/aonde eu estive.
q) Enquanto assoava / assuava o nariz, ele assoava / assuava o cantor.
r) Depois da sessão / cessão / secção das dez, ela se dirigiu a uma farmácia e, na sessão / seção / cessão de perfumaria, comprou uma
colônia e fez a sessão / seção / cessão a uma senhora pobre, que lhe pediu o perfume.

IV.REGRAS ESPECIAIS NO USO DO HÍFEN


1) H (Usa-se sempre o hífen com prefixos diante de palavras iniciadas por H)
anti-higiênico; mini-hotel; sobre-humano; super-homem; semi-hospital; geo-história e macro-história.
2) Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Super-resistente, sub-bibliotecário, sub-base, hiper-requintado.
3) O-A (Quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo elemento, não se usa o hífen).
aerospacial; antiaéreo; autoescola; semianalfabeto; infraestrutura.
4) I – I (Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal).
anti-inflacionário; auto-observação; contra-atacar; micro-ônibus; micro-ondas e semi-interno
5) E-P (não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de R ou S).
anteprojeto; antipedagógico; autopeça; microcomputador; ultramoderno; geopolítica; autoproteção e contracheque
6) A-S (quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento começa por R ou S, essas consoantes são duplicadas e não se
usa hífen)
antirrugas; contrarregra; biorritmo; minissaia; ultrassom; semirreta e microssistema)
7) R - A (Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal).
hiperativo; superamigo e interestadual.
8) Além, aquém, recém, sem, sota, soto, vice, ex (= anterioridade) pré – pós – pró.
Usa-se sempre o hífen: além-mar; recém-nomeado; sem-terra; ex-diretor; pré-datado; soto-almirante e pós-graduação.
OBS.: se a pronúncia do prefixo for átona, não há hífen. Ex.: Preconceito, pospor.
9) CO (Esse prefixo configura uma das exceções às regras de hífen do Acordo Ortográfico. De acordo com o novo Vocabulário
Ortográfico, o prefixo co aglutina-se com o segundo elemento qualquer que seja sua letra inicial, ou seja, mesmo que seja a
vogal o ou a letra h, não se emprega o hífen.)
Cooperação; coordenação; coautor; coabitar; coerdeiro
10) Com prefixo “sub” usa-se o hífen quando a palavra seguinte iniciar por B, H, R.
Sub-base, sub-reino, sub-humano.
Não se usa hífen nos demais casos como subsíndico, subtenente, subárea, subeditor, subsecretário.
11) Na formação de palavras com Ab, ad e sob, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r:
Ad-digital, ad-renal, ab-rogar, sob-rojar.
12) Circum e Pan: usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
Circum-navegação, Pan-americano
13) Mal: usa-se o hífen quando o segundo elemento começar por H, vogal ou L:
mal-estar; mal-educado; mal-humorado; mal-limpo
*malvisto – malfeito – malmequer – malcriado
Obs: Mal com o significado de doença grafa-se com hífen, desde que não haja elemento de ligação. Se houver, não se usa
hífen. Ex.: Mal de Alzheimer; Mal-caduco = Epilepsia; Mal-francês = Sífilis.
14) Bem: usa-se o hífen quando o segundo elemento começar por H, vogal e consoante.
Bem-humorado; Bem-educado; Bem-nascido; Bem-criado; Bem-visto; Bem-feito; Bem-me-quer
Observe que o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com palavras iniciadas por consoante.
Bem-criado / malcriado; Malmequer / bem-me-quer
Em poucos vocábulos, ocorre a aglutinação do Bem com o segundo elemento. Ex.: Benquisto; Benfeitor; Benquerença

PALAVRAS COMPOSTAS

Emprega-se o hífen nos compostos sem elemento de ligação quando o primeiro termo, por extenso ou reduzido, está representado por
uma forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal: decreto-lei; guarda-noturno; social-democracia; terça-feira; afro-brasileiro; sino-
francês

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Observações:
a) As formas empregadas adjetivamente do tipo afro-, anglo-, sino-, euro-, luso e assemelhados continuarão a ser grafados sem
hífen em emprego que só há uma etnia. Ex.: Afrodescendente; Eurocêntrico; Anglofalante; Sinologia
b) Com o passar do tempo, alguns compostos perderam a noção de composição e passaram a se escrever aglutinadamente,
como é o caso de: Girassol; Madressilva; Pontapé. Já se escrevem aglutinados: Paraquedas; Paraquedistas (e afins);
Mandachuva.
Os outros compostos com a forma verbal para seguirão sendo separados por hífen:
Para-brisa; Para-choque; Para-lama.
Os outros compostos com a forma verbal manda seguirão sendo separados por hífen conforme a tradição: Manda-tudo.
c) Usa-se hífen em compostos que designam espécies botânicas e zoológicas:
João-de-barro; Erva-doce; Andorinha-do-mar; Cobra-capelo; Couve-flor.
Quando os compostos acima tiverem aplicação diferente não se usará o hífen.
Bico-de-papagaio (Planta); Bico de papagaio (Nariz adunco); Não-me-toques (Planta); Não me toques (melindres)
d) Locuções
Não se emprega hífen nas locuções:
Substantivas: Fim de semana; cão de guarda; sala de jantar; mão de obra
Adjetivas: Cor de vinho; cor de café com leite; cor de café
Pronominais: Ele próprio; quem quer que seja
Adverbiais: Á vontade; depois de amanhã; à parte
Prepositivas: A fim de; à parte de
Conjuntivas: Visto que; logo que; ao passo que
Da mesma forma serão usadas sem hífen locuções como à toa (Adjetivo e advérbio), dia a dia (Substantivo e advérbio). Vive à toa. >
Advérbio / É um homem à toa. > Adjetivo
O dia a dia é cansativo. > Substantivo / Sofre dia a dia. > Advérbio

Obs: Mantém-se o hífen em expressões já consagradas pelo uso:


água-de-colônia; cor-de-rosa; pé-de-meia; à queima-roupa; mais-que-perfeito; arco-da-velha

EXERCÍCIOS
1) Una os elementos usando hífen, quando necessário:
Auto + aprovação = Anti + inflamatório= Bem + mandado=
Ultra + radical= Co + autor= Mal + nascido=
Super + atleta= Neo + socialista= Bem + nascido=
Mega + sistema= Auto + retrato= Sub + área=
Anti + caspa= Contra + regra= Sub + comandante=
Anti + higiênico= Auto + escola= Sub + raça=
Ante + sala= Semi + selvagem=
Semi + reta= Mal + mandado=

V. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS


1. ESTRUTURA DE PALAVRAS

Analisando a estrutura, isto é, a forma das palavras, é possível verificar que elas são constituídas por diferentes unidades
significativas mínimas. A palavra bonitas, por exemplo, compõe-se de três unidades significativas:
bonit + a + s.
Em grego, a palavra que significa forma é morphé e, por esse motivo, os elementos que dão forma às palavras recebem o nome
de morfemas ou elementos mórficos.
Cada elemento mórfico tem um nome e uma função na estrutura da palavra. Vamos ver cada um deles.

1.1 – RADICAL

É o principal elemento mórfico, porque é ele contém o sentido básico da palavra.


Exemplos: folha, desfolhar, folhagem, folhinha. Radical: FOLH
Note que ao radical juntam-se outros elementos mórficos, que serão estudados a seguir.

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OBS.:
1ª) Há palavras que são constituídas unicamente pelo radical. Exemplos: paz, mar, flor.
2ª) Duas ou mais palavras que apresentam um mesmo radical são denominadas palavras cognatas.

1.2 – AFIXOS

Afixos (= não-fixos, trocáveis) são elementos que se juntam a radicais para dar origem a novas palavras.
Dependendo de aparecer antes ou depois do radical, o afixo recebe o nome particular de:

• Prefixo: quando aparece antes do radical. • Sufixo: quando aparece depois do radical.

Exemplos:
leal dade des folh ar i moral
sufixo prefixo sufixo prefixo

OBS.: Os conceitos de radical, prefixo e sufixo são indispensáveis para que você compreenda bem os processos de formação de
palavras.

1.3 – DESINÊNCIAS
São elementos que se juntam à parte final das palavras e servem para caracterizar as flexões (= variações) que os nomes e os
verbos podem apresentar.

As desinências subdividem-se em:


Desinências nominais marcam o gênero (masc./fem.) e o número (sing./pl.) dos nomes.
Exemplo:
GAT INH O S : des. nominal de número (pl.)
Radical sufixo des. nominal de gênero (masc.)

As desinências nominais são, portanto:

• de gênero: masculino: o
feminino: a
• de número: singular : não tem desinência própria
plural : s

Desinências verbais: indicam, nas formas verbais, as seguintes variações:

• pessoa: (1ª, 2ª, 3ª)


• número: (singular/plural)
• tempo: (presente/passado/futuro)
• modo: (indicativo/subjuntivo/imperativo)

Exemplo: CHOR Á VA MOS


Radical ↓ desin. que indica - pessoa: 1ª
Simultaneamente - número: plural

desin. que indica - tempo: pret. imperfeito


Simultaneamente - modo: indicativo

E a vogal a que está entre o radical e as desinências?


Essa vogal é denominada vogal temática. A função dela é preparar o radical para receber as desinências e também indicar a conjugação
a que o verbo pertence.
As vogais temáticas são três:
• a caracteriza os verbos de 1ª conjugação (ex.: chorar)
• e caracteriza os verbos de 2ª conjugação (ex.: viver)
• i caracteriza os verbos de 3ª conjugação (ex.: partir)

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OBS.:
1ª) Não são todas as formas verbais que apresentam vogal temática. Ex.: choro (radical + desinência).
2ª) A reunião do radical + a vogal temática constitui o tema verbal.

Ex.: VEND + Ê + SSE -MOS


↓ ↓ desinências
Radical + vogal temática
tema
Além dos quatro tipos de elementos mórficos (radical, afixos, desinências e vogais temáticas) estudados até aqui, há outros que são
secundários e não têm função significativa na estrutura da palavra. São eles:

• Vogais de ligação:

Exemplos: gas ô metro cafe i cultura


↓ ↓
v. lig. v. lig.

• Consoantes de ligação:

Exemplos: cha l eira pau l ada bambu z al


↓ ↓ ↓
c. lig. c. lig. c. lig.
A função das vogais e consoantes de ligação é tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras, são conhecidas também com
o nome de interfixos.

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Vamos inicialmente fixar alguns conceitos:

PALAVRAS PRIMITIVAS E DERIVADAS

I. PRIMITIVAS
São palavras que não se formam a partir de outras palavras. Exemplos: cidade, luz, menino.

II. DERIVADAS
São palavras formadas a partir de outras anteriormente existentes. Exemplos: bondoso (derivada de bom), desfolhar (derivada de folha).

PALAVRAS SIMPLES E COMPOSTAS

I. SIMPLES
São palavras que apresentam apenas um radical. Exemplos: bondoso, maravilha, cidade.

II. COMPOSTAS
São palavras formadas por duas (ou mais) palavras (ou radicais). Exemplos: beija-flor, planalto.
Em Português existem dois processos principais de formação de novas palavras: derivação e composição.

1. DERIVAÇÃO

É o processo através do qual uma palavra nova (derivada) forma-se a partir de uma outra palavra já existente (primitiva).
Esse processo pode ocorrer de cinco maneiras. Vejamos a seguir.

I. DERIVAÇÃO PREFIXAL

Observe, por exemplo, a palavra desleal. Nela podemos facilmente identificar o prefixo des- e a palavra primitiva leal.
Concluímos, então, que desleal foi formada pelo acréscimo de um prefixo à palavra primitiva.
Esse processo é que se denomina derivação prefixal (ou simplesmente prefixação).

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prefixo + radical - palavra formada por derivação prefixal

Outros exemplos: refaz, infeliz, desigual.


Os prefixos que se juntam aos radicais para formar palavras por prefixação têm origem no latim ou no grego.

II. DERIVAÇÃO SUFIXAL

Considere a palavra chuveiro. Nela você identifica a palavra primitiva chuva e o sufixo -eiro. Ou seja, a palavra chuveiro formou-
se pelo acréscimo de um sufixo ao radical da palavra primitiva. Esse processo denomina-se derivação sufixal (ou sufixação).

radical + sufixo - palavra formada por derivação sufixal

Outros exemplos: novamente, faringite, artista.

III. DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA

Analisando a estrutura da palavra entardecer, que elementos podem ser identificados nela? Notamos aí o prefixo en-, o radical
tard e o sufixo -ecer. Ou seja, a palavra entardecer formou-se pelo acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo a um mesmo radical.
A esse tipo de formação de palavra dá-se o nome de derivação parassintética ou parassíntese.

Temos então: prefixo + radical + sufixo - palavra formada por derivação parassintética

Outros exemplos: avermelhar (a + vermelho + ar)


pernoitar (per + noite + ar)
emudecer (e + mudo + ecer)
desalmado (des+alma+ado)

IV. DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL

Analisando a palavra deslealdade que elementos observamos nela? Notamos aí um prefixo des, o radical leal e o sufixo dade.
Ou seja, ela é formada com prefixo e sufixo. Veja que existe a palavra desleal e lealdade.Ex.: Imoralidade; ilegalidade.

Cuidado!
Há palavras que, apesar de apresentarem prefixo e sufixo, não são formadas por parassíntese. Isso porque, para que ocorra
parassíntese, é necessário que o prefixo e o sufixo se juntem ao radical ao mesmo tempo. Para verificar se isso ocorre, ou não, você
pode usar o seguinte recurso prático: tire o prefixo (ou o sufixo) da palavra; se ela deixar de ter sentido, então ela se formou por
parassíntese. Se, ao tirar o prefixo (ou o sufixo), a palavra continuar tendo sentido, ela terá sido formada por derivação prefixal e sufixal.

Exemplificando:
• esfriar (es + frio + ar): eliminando-se o prefixo, não existe a palavra friar. Isso indica que esfriar formou-se por parassíntese.
• infelizmente ( in + feliz + mente): eliminando-se o prefixo, a palavra felizmente existe. Isso indica que a palavra infelizmente
não se formou por parassíntese e sim por derivação prefixal (in + feliz) e sufixal (infeliz + mente).

V. DERIVAÇÃO REGRESSIVA OU DEVERBAL

É um tipo de derivação que, principalmente, forma substantivos abstratos a partir de verbos. Esse processo se dá pelo acréscimo das
vogais a, e ou o ao radical do verbo.
O substantivo formado por derivação regressiva sempre indica uma ação.
Verbo substantivo abstrato
Dançar dança
Lutar luta
Trabalhar trabalho
Combater combate
Pescar pesca
Tombar tombo

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VI. DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA

Esse processo consiste em mudar uma palavra de uma classe gramatical para outra, mas sem alterar sua forma.
Exemplo: A palavra jantar é um verbo, mas na frase: “O jantar estava delicioso” essa mesma palavra é um substantivo e não verbo.
Dizemos, então, que ocorreu uma derivação imprópria (o verbo adquiriu função de substantivo).
Outro exemplo: A palavra dormitório é um substantivo, mas na frase: “Ele mora em uma cidade-dormitório” a palavra dormitório passou a
funcionar como adjetivo. Ocorreu, portanto, uma mudança da classe gramatical, ou seja, uma derivação imprópria.
Ex.: O falar em excesso é ruim. O não é péssima resposta.

2. COMPOSIÇÃO

A composição é um processo que forma novas palavras a partir da união de duas ou mais palavras ou radicais.
A composição pode ocorrer de duas maneiras diferentes:

I. COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO

As palavras que se unem não sofrem alteração e continuam a ser faladas (e escritas) exatamente como eram antes da composição.
Exemplos: Pontapé (ponta + pé) / girassol (gira + sol) / terça-feira (terça + feira) / passatempo (passa + tempo)
Observe, pelos exemplos, que na composição por justaposição as palavras podem se ligar com ou sem hífen.

II. COMPOSIÇÃO POR AGLUTINAÇÃO

Quando pelo menos uma das palavras sofre alteração em sua pronúncia (e em sua grafia).
Exemplos: Aguardente (água + ardente) / embora (em + boa + hora) / planalto (plano + alto) / vinagre (vinho + acre) / pernalta (perna +
alta) / fidalgo (filho de algo) / outrora (outra + hora) / lobisomem (lobo + homem).

PROCESSOS SECUNDÁRIOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Além dos tipos de derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria) e dos tipos de composição (por justaposição e por
aglutinação), Há ainda outros dois processos menos significativos de formação de palavras. São eles:

I. HIBRIDISMO

Consiste na reunião de palavras de idiomas diferentes.


Exemplos: automóvel = auto (grego) + móvel (latim)
burocracia = buro (francês) + cracia (grego)
televisão = tele (grego) + visão (latim)
sambódromo = samba (africano) + dromo (grego)

II. ONOMATOPEIA

Consiste em criar uma palavra através da tentativa de imitar sons da natureza. Exemplos: zunzum, chape-chape, cricri, tique-taque,
pingue-pongue.

III. SIGLAS

MEC, NGB, BB, FGTS.

IV. ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO VOCABULAR

Emprego de parte da palavra pelo todo: moto (motocicleta), cine (cinema), pneu (pneumático), quilo (quilograma),Zé (José).

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EXERCÍCIOS
1) O vocábulo “olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra formada por derivação:
a) Parassintética d) Imprópria
b) Prefixal e) Regressiva
c) Sufixal
2) No processo de formação da palavra “desfavoravelmente”, pode ser identificado o tipo de derivação:
a) Sufixal d) Regressiva
b) Prefixal e sufixal e) Prefixal
c) Parassintética

RADICAIS LATINOS E GREGOS


Você já sabe que, na composição, juntam-se, na maioria dos casos, duas palavras (ou radicais) para formar uma palavra nova. Esses
radicais provêm, em sua maioria, do grego ou do latim. A seguir, você tem, para consulta, alguns desses radicais apresentados em sua
forma simplificada.

RADICAIS LATINOS

RADICAL SIGNIFICADO EXEMPLO RADICAL SIGNIFICADO EXEMPLO


agri campo agrícola fero que contém aurífero
ango apertar angústia igni fogo ígneas
calori calor calorímetro lac leite lactente
cida que mata germicida pati sofrer paixão
colo cultivar agrícola pede pé bípede
duco dirigir educar pisci peixe piscicultura
equi igual equivalente vidi ver evidente
voro que come carnívoro

RADICAIS GREGOS

RADICAL SIGNIFICADO EXEMPLO RADICAL SIGNIFICADO EXEMPLO


Agon luta agonia fago comer antropófago
antropo homem antropologia fobia medo fotofobia
biblio livro bibliografia hidro água hidrofobia
cali belo caligrafia hipo cavalo hipódromo
crono tempo crônico ictio peixe ictiófago
demo povo demagogo logo discurso diálogo
derma pele epiderme miso que odeia misantropo
etno raça etnologia morfo forma morfologia
RADICAL SIGNIFICADO EXEMPLO RADICAL SIGNIFICADO EXEMPLO
necro morto necrotério quilo mil quilômetro
orto correto ortografia sema sinal semáforo
pato doença psicopata tele longe telégrafo
pluto riqueza plutocracia teo deus teologia
pole cidade Florianópolis trofia alimento atrofia
potamo rio Mesopotâmia zoo animal zoologia
psico alma psicose

EXERCÍCIOS

1. Entre os compostos de origem grega que seguem, existe um que não se ajusta à definição dada:
a) nevralgia: dor viva no trajeto de um nervo.
b) cosmopolita: cidadão de todo o mundo, o que não se fixa em país nenhum.
c) xenófobo: amigo dos estrangeiros.
d) topografia: descrição de lugares.

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e) misantropo: inimigo da humanidade; que foge ao convívio dos outros homens.

MORFOLOGIA (CLASSES DE PALAVRAS)


A análise morfológica nos dá a classe gramatical de determinada palavra. Normalmente, quando se fala em classe gramatical, pensa-se
na palavra isoladamente. Assim a palavra criança é classificada como um substantivo. Porém nós não encontramos as palavras por aí
isoladas, fora de textos. Daí a necessidade de serem feitas análises morfossintáticas, que levam em conta a posição que determinada
palavra ocupa num texto qualquer.
Se, por exemplo, numa conversa alguém diz que fulano teve uma atitude de criança, passamos a ter, agora, criança como adjetivo.
Estudar morfologia, na verdade, é levar em conta essas sutilezas que estão por trás da identificação das diversas classes de palavras.
Tradicionalmente, as classes gramaticais são as seguintes:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
1. Substantivo 7. Advérbio
2. Artigo 8. Preposição
3. Adjetivo 9. Conjunção
4. Pronome 10. Interjeição
5. Numeral
6. Verbo

VI. SUBSTANTIVO
Substantivo é a palavra com que damos nomes aos seres em geral, qualidades, ações, estados, sentimentos, sensações. Ex.: casa,
estudante, amor, calor, viagem, felicidade.

CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS

I. CONCRETOS E ABSTRATOS

Concretos: são aqueles que denominam os seres propriamente ditos. São os nomes de pessoas, animais (reais ou imaginários), lugares,
coisas e entidades. Exemplos: rua, luz, Brasília, alma, Deus, dragão, saci, bruxa.

Abstratos: são os substantivos que indicam:


• sentimentos: ódio, solidão, amor;
• qualidades/defeitos: beleza, falsidade, rapidez;
• sensações: calor, fome, dor;
• ações: vingança, crítica, choro;
• estados: vida, morte, viuvez.

II. COMUNS E PRÓPRIOS

• Comuns: aqueles que indicam, genericamente, todos os elementos de uma certa espécie. Exemplo: rua, luz, criança, livro.
• Próprios: aqueles que denominam um único ser de uma certa espécie. Exemplo: Brasília, Gustavo, Atlântico, Goiás, França.

III. COLETIVOS

Chama-se coletivo todo substantivo comum que, mesmo no singular, denomina um agrupamento, um conjunto de seres de uma mesma
espécie.
Exemplos: rebanho (agrupamento de bois, ovelhas, etc.), esquadra (agrupamento de navios de guerra), súcia (gente ordinária em geral).

FLEXÃO DE GÊNERO

Quanto ao gênero os substantivos podem ser classificados em:

BIFORMES: quando mudamos as desinências (terminações) para formar o feminino. Veja alguns:
Anfitrião / anfitriã / anfitrioa; bacharel / bacharela / a bacharel; cônsul / consulesa (esposa) / a cônsul (função); coronel / coronela; Deus /
deusa / diva / deia; elefante / elefanta; embaixador / embaixatriz (esposa) / embaixadora (função); frade / freira; músico / música; hortelão

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/ horteloa; marechal / marechala / a marechal; oficial / oficiala / a oficial; presidente / presidenta / a presidente; general / generala / a
general; sultão / sultana; perdigão / perdiz.
OBS.: Quando usamos palavras com radical totalmente diferente para formar o feminino, chamamos de heterônimos (desconexos): bode /
cabra; homem / mulher; cavaleiro / amazona; zangão / abelha.

UNIFORMES: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros:


a) Comuns-de-dois: Designam os indivíduos dos dois sexos, mantendo a mesma forma; o gênero é indicado pelo artigo ou
pelo adjetivo que a tais substantivos se referem.
Ex.: o acrobata, a acrobata / o agente, a agente / o mártir, a mártir / o artista, a artista / o consorte, a consorte / o herege, a herege.

b) Sobrecomuns: Têm a mesma forma genérica para o masculino ou feminino, não variando nem mesmo o artigo ou
adjetivo que os acompanham.
Ex.: o algoz, o apóstolo, o carrasco, o cônjuge, a criança, o indivíduo, o monstro, a pessoa, a testemunha, o ídolo, a vítima, etc.

c) Epicenos: Designam certos animais, conservando a mesma forma genérica para o macho e para a fêmea; quando se deseja
apontar o sexo a que pertencem, empregam-se as palavras macho ou fêmea: a girafa (indistintamente para o macho ou para a
fêmea); mas querendo especificar o sexo: a girafa macho e a girafa fêmea. Ex.: a andorinha, a águia, a avestruz ou o avestruz,
a barata, a cobra, o jacaré, a minhoca, a onça, o sabiá, a tainha, o tatu, o tigre, etc.

Há substantivos cujo sentido varia conforme a flexão masculina ou feminina.


Ex.: o águia: o espertalhão / a águia: a ave de rapina
o bolso: a algibeira / a bolsa: a carteira
o cabeça: o chefe / a cabeça: a parte do corpo
o capital: o dinheiro / a capital: a cidade principal
o casco: unha de ruminantes / a casca: o invólucro
o cisma: a separação / a cisma: a desconfiança
o crisma: o óleo santo / a crisma: a cerimônia religiosa
o cura: o pároco / a cura: o restabelecimento da saúde
o grama: a unidade de massa / a grama: a relva
o lente: o professor / a lente: o disco de vidro
o moral: a coragem / a moral: a ética
o tormento: a tortura / a tormenta: o temporal

Há substantivos para os quais a gramática não fixa um gênero. Ex.: o/a diabetes; o/a personagem; o/a pijama.
Gêneros que merecem destaque:
Masculinos: apêndice, clã, champanha, guaraná, dó, estratagema, gengibre, herpes, milhar etc.
Femininos: alface, apendicite, cal, libido, omoplata, comichão, aguardente, atenuante, musse etc.

FLEXÃO DE NÚMERO

A característica do plural, em português, é o -s final. Há, entretanto, diferentes flexões para o plural, de acordo com a terminação do
singular.
a) Substantivo que no singular terminam por vogal ou ditongo oral recebem um -s: cajá-cajás, céu-céus, deugrau-degraus,
troféu-troféus.

b) Substantivos que no singular terminam em -ão:


• mudam -ão em -ãos:
cristão – cristãos órgão – órgãos acórdão – acórdãos
demão – demãos órfão – órfãos bênção – bênçãos
desvão – desvãos sótão – sótãos chão - chãos
grão – grãos vão – vãos cidadão – cidadãos
mão – mãos coirmão – coirmãos
• mudam -ão em -ões:
balão – balões folião – foliões melão – melões
botão – botões formão – formões questão – questões
caixão – caixões grilhão – grilhões razão – razões
canção – canções lampião – lampiões sezão – sezões

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coração – corações limão – limões tubarão – tubarões
espião – espiões mamão – mamões
• mudam -ão em –ães:
cão – cães capitão – capitães pão – pães
capelão – capelães escrivão – escrivães tabelião – tabeliães
OBS.:
Não são poucos os substantivos terminados em -ão que admitem duas e mesmo três formas de plural.
Ex.:
aldeão: aldeões e aldeães
alazão: alazões e alazães
anão: anãos e anões
ancião: anciãos, anciões e anciães
castelão: castelãos e castelões
charlatão: charlatões e charlatães
cirurgião: cirurgiões e cirurgiães
corrimão: corrimãos e corrimões
verão: verões e verãos
guardião: guardiões e guardiães
sultão: sultões e sultães
ermitão: ermitãos, ermitões e ermitães
vulcão: vulcãos e vulcões
hortelão: hortelãos e hortelões
sacristão: sacristãos e sacristães
vilão: vilãos, vilões e vilães

c) Substantivos terminados em -al, -el, -ol, -ul, trocam o -l por -is:


canal – canais, papel – papéis, lençol – lençóis.
jogral – jograis, coronel – coronéis, paul – pauis
EXCEÇÕES:
mal – males; real (moeda antiga) – réis; cônsul – cônsules; mel – meles, méis

d) Substantivos terminados em -il trocam o -l por -eis (quando paroxítonos):


OXÍTONOS
barril – barris funil – funis projetil – projetis reptil – reptis
PAROXÍTONOS
fóssil – fósseis projétil – projéteis réptil – répteis

e) Substantivos terminados em -r ou -z recebem -es:


açúcar – açúcares juiz – juízes cateter – cateteres gravidez - gravidezes
cruz – cruzes arroz - arrozes estupidez – estupidezes zíper - zíperes
revólver – revólveres néctar – néctares
OBS.: caráter – caracteres / júnior – juniores / sênior - seniores

f) Substantivos terminados em -s (monossílabos ou oxítonos) recebem o acréscimo de -es; os terminados em -s (anoxítonos)


ficam invariáveis.
Ex.: MONOSSÍLABOS
as – ases deus – deuses gás – gases rês - reses
OXÍTONOS
adeus – adeuses freguês – fregueses obus – obuses revés – reveses
ANOXÍTONOS
cútis - as cútis lápis - os lápis pires - os pires ônibus - os ônibus etc.

SUBSTANTIVOS QUE SÓ SE USAM NO PLURAL: afazeres, brócolis, cãs, cócegas, custas, fezes, hemorroidas, núpcias, óculos,
olheiras, parabéns, pêsames, picles, suspensórios, trevas. Os substantivos calça, ceroula, cueca que se usavam até pouco tempo apenas
no plural (as calças, as ceroulas, as cuecas) admitem também o singular (a calça, a ceroula, a cueca).
 Atenção à concordância com os substantivos só usados no plural. Ex.: Meus óculos sumiram.

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g) Substantivos terminados em -m trocam o -m por -ns:
álbum – álbuns, nuvem – nuvens, armazém – armazéns
OBS.: Observem-se os substantivos a seguir, terminados por -n:
SINGULAR PLURAL
abdômen abdomens ou abdômenes
cânon cânones
gérmen germens ou gérmenes
hífen hifens ou hífenes
espécimen espécimens, especímenes.

NOTAS: As formas paralelas fazem o plural com o acréscimo de -s: abdome – abdomes; espécime – espécimes; germe – germes.

h) Substantivos terminados em -x ficam invariáveis:


a fênix – as fênix, o tórax – os tórax, o ônix – os ônix

Plural dos Nomes Compostos


a) Regra geral: só as palavras variáveis vão para o plural. Ex.:
Couve-flor → couves-flores
Subst. Subst..
Ar-refrigerado → ares-refrigerados
Subst. Adj.
Má-língua → más-línguas
Adj. Subst.
Contra-ataque → contra-ataques
Prefixo subst.
Guarda-chuva → guarda-chuvas
Verbo subst.

Terça-feira → terças-feiras
Num. Subst.
Abaixo-assinado → abaixo-assinados
Adv. Adj.
Beija-flor → beija-flores
Verbo subst.
Vice-presidente → vice-presidentes
Prefixo subst.
Guarda-civil → guardas-civis
Subst. adj.
b) Segundo elemento indica finalidade ou semelhança em relação ao primeiro → só varia o primeiro, preferencialmente. Ex.:
banana-maçã → bananas-maçã / peixe-boi → peixes-boi / salário- família → salários-família / decreto-lei → decretos-lei

c) Compostos com preposição → só varia o primeiro elemento. Ex.:


Pão de ló → pães de ló / estrela-do-mar → estrelas-do-mar / fogão a gás → fogões a gás / mula-sem-cabeça → mulas-sem-cabeça

d) Verbo + verbo repetidos → ambos variam ou só o segundo; antônimos → nenhum varia. Ex.:
corre-corre → corre(s)-corres / pega-pega → pega(s)-pegas / o ganha-perde → os ganha-perde / o leva-e-traz → os leva-e-traz

e) Compostos onomatopaicos (imitam som) → só varia o último elemento. Ex.:


reco-reco → reco-recos / tique-taque → tique-taques

f) Adjetivos compostos (só de adjetivos) → só varia o segundo elemento. Ex.:


blusa verde - clara → blusas verde-claras
adj. adj.
torcedor rubro - negro → torcedores rubro-negros
adj. adj.
líder político - religioso → líderes político-religiosos
adj. adj.
calça amarelo - escura → calças amarelo-escuras
adj. adj.

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acordo sino-francês → acordos sino-franceses
adj. adj.
 Exceção: surdo-mudo. Crianças surdas-mudas.
g) Se o último elemento do composto for um substantivo, nenhum elemento varia. Ex.:
camisas marrom-café
adj. subst.
blusas amarelo - limão
adj. subst.
saias verde – abacate
adj. subst.
OBS.: Azul-marinho e azul-celeste são invariáveis.

h) Substantivo empregado na indicação de cor fica invariável.


luvas pérola
blusas cinza
tons pastel
calças creme
meias rosa
substantivo

Plural dos Diminutivos

Reverter o substantivo a seu grau normal → florzinha à flor


Pluralizar o substantivo→ flor a flores
Eliminar o S final → flores a flore
Acrescentar zinhos(as) →flore a florezinhas
jornalzinho → jornaizinhos
azulzinho → azuizinhos
Quando o substantivo no singular terminar em S, acrescentar inhos(as).
lápis → lapisinhos
pires → piresinhos

FLEXÃO DE GRAU

Dois são os graus do substantivo: aumentativo e diminutivo.

a) Grau Aumentativo
O grau aumentativo exprime o aumento do tamanho normal do ser (livro, livrão; casa, casarão). O grau aumentativo pode ser expresso
analítica ou sinteticamente. Aumentativo Analítico é o que se forma com o auxílio de adjetivos tais como grande, enorme, imenso, etc.
Ex.: casa grande, pedra colossal, mar imenso, etc. Aumentativo sintético é o que se forma com o auxílio de sufixos: -ão, -aço, -ona, -ázio,
-zarrão, -arra, etc. Exemplos de aumentativos sintéticos:
-ão garrafão, figurão, livrão, papelão, paredão, tipão, festão, etc.
-aço ricaço, balaço, volumaço, vilanaço, etc.
-aça barbaça, barcaça, mulheraça, fumaça, vidraça, etc.
OBS.: Muitas vezes o substantivo no aumento expressa desprezo ou caçoada, sendo assim, um aumentativo pejorativo mulheraça,
gentalha, beiçorra, etc.

b) Grau Diminutivo
Exprime o tamanho diminuído do ser (livro/livrinho; casa/casinha). O grau diminutivo pode ser expresso analítica ou sinteticamente.
Diminutivo analítico é o que se forma com o auxílio de adjetivos: pequeno, minúsculo, insignificante, etc. Ex.: casa pequena, inseto
minúsculo, valor insignificante, etc. Diminutivo sintético é o que se forma com o auxilio de sufixos: -inho, -zinho, -ito, -zito, -culo, -ejo, -
ico, -ilho, -im, -ota, -ote, -ulo, etc. Exemplos de diminutivos sintéticos:
-inho menininho, bolsinho, dedinho, filhinho, etc.
-zinho florzinha, cãozinho, mulherzinha, colherzinha, pincelzinho, etc.
-ito mosquito, cabrito, casita, senhorita, etc.
-zito cãozito, florzita, mãezita, pezito, etc.
-culo animálculo, corpúsculo, febrícula, montículo, opúsculo, partícula, versículo, etc.

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-ejo animalejo, lugarejo, vilarejo, etc.
-eto coreto, folheto, poemeto, saleta, maleta, banqueta, cruzeta, historieta, etc.
-ico burrico, nanico, namorico, varanico, etc.
-ilho cartilha, cintilho, esquadrilha, vidrilho, etc.
-irri festim, selim, flautim, espadim, etc.
-ota ilhota, risota, velhota, galeota, etc.
-ote caixote, frangote, meninote, rapazote, saiote, velhote, baleote, etc.
-ulo glóbulo, fórmula, célula, etc.
OBS.: Muitas vezes o substantivo no diminutivo expressa carinho, ternura, afeto, piedade, ou então, desprezo, antipatia. Exemplo:
filhinho, irmãozinho, expressam carinho. Livreco, careta, têm sentido pejorativo ou depreciativo.

EXERCÍCIOS
1. Complete os espaços com os termos dos parênteses, fazendo a concordância com o substantivo:
a) Fique com __________ dó dela. (muito/muita)
b) __________ cal queima a pele. (O/A)
c) __________ alface está muito __________. (O/A; macio/macia)
d) Comprei __________ óculos __________ para mim. (um/uns; novo/novos)
e) Após o resultado das provas ficou com __________moral __________. (o/a; abalado/abalada)
f) Vá ao supermercado e compre __________ gramas de queijo. (duzentas/duzentos)
g) Dê-me__________ guaraná __________ . (um/uma; gelado/gelada)
h) Ele fraturou __________ omoplata. (o/a)
2. Faça a flexão das palavras que se encontram nos parênteses, conforme as regras estudadas.
a) Acordos ____________________. (luso-brasileiro)
b) Olhos ____________________. (verde-claro)
c) Camisas ____________________. (amarelo-escuro)
d) Camisas ____________________. (amarelo-ouro)
e) Sandálias ____________________. (pérola)
f) Calças ____________________. (cinza/vinho/rosa)
g) Movimentos . (histórico-cultural)

VII. ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que modifica o substantivo, atribuindo-lhe um estado, qualidade ou característica. Portanto, o adjetivo também se
refere aos seres; daí que a distinção feita entre o substantivo e o adjetivo não seja semântica (de significado), e sim funcional (de função).
Em outros termos: se tomarmos as palavras japonês e doente isoladamente, como classificá-las? Tanto podem ser substantivos como
adjetivos. Só podemos classificá-la partindo da função que exercem num determinado contexto. Por exemplo, em o japonês doente
temos japonês designando o ser (portanto, um substantivo) e doente modificando esse substantivo (portanto, um adjetivo). A situação se
inverte quando falamos o doente japonês; agora doente é um substantivo e japonês é um adjetivo.
O importante é observar que, em enunciados com os dos exemplos acima, o núcleo sempre será o substantivo.

LOCUÇÃO ADJETIVA
Em gramática, chama-se locução à reunião de duas ou mais palavras com valor de uma só. Locução adjetiva é, portanto, a reunião de
duas ou mais palavras equivalentes a um único adjetivo.
Geralmente, as locuções adjetivas são formadas por uma preposição e um substantivo, como nos exemplos:
dente de cão (= canino) água de chuva (= pluvial)
ou por uma preposição e um advérbio, como nos exemplos:
pneus de trás (= traseiros) jornal de ontem
É bom atentar para o fato de que nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, como em:
mulher sem graça herói sem nenhum caráter
As locuções destacadas são evidentemente adjetivas, apesar de não possuírem um adjetivo equivalente:
• sem graça NÃO é o mesmo que desgraçada!
• sem nenhum caráter NÃO é o mesmo que descaracterizado!
Apresentamos a seguir, uma relação das principais locuções adjetivas e seus adjetivos correspondentes:

de voz → vocal de adão → adâmico de aluno → discente


de abdômem → abdominal de águia → aquilino de anjo → angelical
de abelha → apícola de alma → anímico de ano → anual

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de audição → ótico de leão → leonino de peixe → písceo ou ictíaco
de baco → báquico de lebre → leporino de pele → epidérmico ou cutâneo
de baço → esplênico de leite → lácteo de pescoço → cervical
de bispo → episcopal de lua → lunar ou selênio de platão → platônico
de coelho → cunicular de macaco → simiesco de pombo → columbino
de coração → cardíaco ou cordial de mãe → maternal ou materno de porco → suíno ou porcino
de crânio → craniano de manhã → matinal de prata → argênteo
de criança → pueril ou infantil de marfim → ebúrneo ou ebóreo de professor → docente
de dedo → digital de margem → marginal de proteína → proteico
de Descartes → cartesiano de mármore → marmóreo de pulmão → pulmonar
de diamante → diamantino ou adamantino de mestre → magistral de rei → real
de dinheiro → pecuniário de monge → monacal de rim → renal
de esposos → esponsal de monstro → monstruoso de rio → fluvial
de estômago → estomacal ou gástrico de morte → mortal ou letal de rocha → rupestre
de estrela → estelar de nádegas → glúteo de rosa → róseo
de fábrica → fabril de boca → bucal ou oral de selo → filatélico
de face → facial de boi → bovino de selva → silvestre
de fantasma → espectral de bronze → brônzeo de sintaxe → sintático
de farinha → farináceo de cabeça → capital de Sócrates → socrático
de fêmur → femural de cabelo → capilar de sonho → onírico
de fera → ferino de cabra → caprino de tarde → vesperal, vespertino ou crede
de ferro → férreo de cão → canino de teatro → teatral
de fígado → figadal ou hepático de Carlos Magno → carolíngio de terra → telúrico, terreno ou terrestre
de filho → filial de cavalo → equínio, equídeo ou hípico de Terra → terráquio
de fogo → ígneo de chumbo → plúmbeo de touro → taurino
de frente → frontal de chuva → pluvial de trás → traseiro
de galinha → galináceo de cidade → citadino ou urbano de umbigo → umbilical
de garganta → gutural de cobre → cúprico de veias → venoso
de gato → felino de nariz → nasal de velho → senil
de gelo → glacial de neve → níveo ou nival de vento → eólio
de gesso → gípseo de noite → noturno de víbora → viperino
de guerra → bélico de olho → ocular de vida → vital
de homem → viril de orelha → auricular de vidro → vítreo
de idade → etário de osso → ósseo de virgem → virginal
de ilha → insular de ouro → áureo de visão → óptico ou ótico
de intestino → celíaco ou entérico de ovelha → ovino de campo → rural ou campestre
de inverno → hibernal de pai → paternal ou paterno de tórax → torácico
de irmão → fraternal de paixão → passional de quadris → ciático
de lado → lateral de palato → palatal
de lago → lacustre de pedra → pétreo

GRAU DOS ADJETIVOS


Grau é a flexão que expressa a intensidade com que o adjetivo caracteriza o substantivo. Existem dois graus: o comparativo e o
superlativo.
A respeito desse assunto, temos duas observações importantes:

1ª) Os adjetivos bom, mau, pequeno e grande possuem formas particulares para o comparativo de superioridade
e para o superlativo:
ADJETIVO Comparat. de Sup. Superlat. Abs. Sintético Superlat. Rel. de Sup.
Bom melhor que ótimo o melhor de
Mau pior que péssimo o pior de
Grande maior que máximo o maior de
Pequeno menor que mínimo o menor de

2ª) As formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor) desses adjetivos são usadas quando se compara uma qualidade em dois seres
diferentes. Exemplo: Este lugar é melhor (do) que um hotel de luxo.

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OBS.: Nas orações comparativas de superioridade ou inferioridade o do é facultativo antes do que, não alterando o sentido nem a
correção gramatical.

As formas analíticas (mais bom, mais mau, mais grande, mais pequeno) são usadas quando estão sendo comparadas duas qualidades
de um único ser. Exemplo: Esse lugar é mais grande (do) que confortável.
Além desses detalhes, os concursos ainda costumam explorar o uso dos chamados “Superlativos absolutos sintéticos eruditos”. Os
adjetivos assim denominados apresentam a primitiva forma latina e por isso a maioria dos falantes tem dificuldades em usá-los. Abaixo,
uma lista deles:

acre → acérrimo perspicaz → perpicacíssimo lindo → lindíssimo


ágil → agílimo pessoal → personalíssimo magnífico → magnificentíssimo
agradável → agradabilíssimo pio → pientíssimo magro → macérrimo ou magríssimo
agudo → acutíssimo pobre → paupérrimo ou pobríssimo maledicente → maledicentíssimo
alto → altíssimo possível → possibilíssimo maléfico → maleficentíssimo
amargo → amaríssimo preguiçoso → pigérrimo malévolo → malevolentíssimo
amável → amabilíssimo pródigo → prodigalíssimo manso → mansuentíssimo
amigo → amicíssimo próspero → prospérrimo mau → péssimo
antigo → antiqüíssimo provável → probabilíssimo miserável → miserabilíssimo
áspero → aspérrimo público publicíssimo miúdo → minutíssimo
atroz → atrocíssimo púdico → pudicíssimo móvel → mobilíssimo
audaz → audacíssimo pulcro → pulquérrimo salubre → salubérrimo
belo → belíssimo regular → regularíssimo semelhante → simílimo
benéfico → beneficentíssimo rústico → rusticíssimo senil → senílimo
benévolo → benevolentíssimo sábio → sapientíssimo sensível → sensibilíssimo
bom → boníssimo ou ótimo sagrado → sacratíssimo singular → singularíssimo
capaz → capacíssimo feliz → felicíssimo simpático → simpaticíssimo
célebre → celebérrimo feroz → ferocíssimo simples → simplicíssimo ou
claro → claríssimo fértil → fertilíssimo simplíssimo
comum → comuníssimo fiel → fidelíssimo soberbo → superbíssimo
cristão → cristianíssimo frágil → fragílimo tenaz → tenacíssimo
cru → cruíssimo frio → frigidíssimo tenro → teneríssimo
cruel → crudelíssimo geral → generalíssimo terrível → terribilíssimo
difícil → dificílimo grande → máximo tétrico → telérrimo
doce → dulcíssimo humilde → humílimo ou humildíssimo triste → tristíssimo
eficaz → eficacíssimo incrível → incredibilíssimo útil → utilíssimo
fácil → facílimo infame → infamérrimo veloz → velocíssimo
negro → nigérrimo inimigo → inimicíssimo volúvel → volubilíssimo
nobre → nobilíssimo íntegro → integérrimo visível → visibilíssimo
notável → notabilíssimo jovem → juveníssimo voraz → voracíssimo
original → originalíssimo livre → libérrimo vulnerável → vulnerabilíssimo
pequeno → mínimo legal → legalíssimo vulgar → vulgaríssimo

OBS.:
1. Quando o adjetivo terminar em io, o superlativo absoluto sintético se findará em iíssimo.
Cheio – cheiíssimo, cheiinho Necessário – necessariíssimo
Feinho – feiíssimo, feiinho Precário - precariíssimo
Frio – friíssimo, friinho Sério – seriíssimo, seriinho
Ainda que escritores usem a forma com um só i (cheíssimo, cheinho, feíssimo, seríssimo etc.), a língua padrão insiste no
atendimento à manutenção dos dois ii.
Exceção: sábio → sapientíssimo
Está consagrada na linguagem jurídica a expressão “sumaríssima” apesar de a gramática prever “sumariíssima”.

2. Quando o adjetivo terminar em -z faz o superlativo em -císsimo. Há uma explicação lógica; o c latino transformou-se em z em
português; os superlativos absolutos sintéticos retomam a forma latina, daí o retorno do z ao c. É o que ocorre em: atroz, do
latim atroce = atrocíssimo / veloz, do lati veloce = velocíssimo / feliz, do latim felice = felicíssimo.

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3. Quando o adjetivo terminar em VEL, o superlativo absoluto sintético se findará em BILÍSSIMO. Ex.: amável = amabilíssimo;
terrível = terribilíssimo; imóvel = imobilíssimo.

4. Quando o adjetivo terminar em som nasal, o superlativo absoluto sintético se findará em NÍSSIMO. Ex.: pagão = paganíssimo;
comum = comuníssimo; são = saníssimo.

5. Quando o adjetivo terminar em RE ou RO, o superlativo absoluto sintético se findará em ÉRRIMO. Ex.: pobre = paupérrimo;
magro = macérrimo; acre = acérrimo; negro = nigérrimo. Exceção: nobre = nobilíssimo.

EXERCÍCIOS

1. Aponte a alternativa INCORRETA quanto à correspondência entre a locução e o adjetivo:


a) glacial (de gelo); ósseo (de osso).
b) fraternal (de irmão); argênteo (de prata).
c) farináceo (de farinha); pétreo (de pedra).
d) viperino (de vespa); ocular (de olho).
e) ebúrneo (de marfim); insípida (sem sabor).

2. “Excelente nos esportes, é excelentíssimo no convívio com as meninas.”


Sábio nos esportes, é ____________ no convívio com as meninas.
Admirável nos esportes, é ____________ no convívio com as meninas.”
Mau nos esportes, é ____________ no convívio com as meninas.”
Cruel nos esportes, é ____________ no convívio com as meninas.”
Doce nos esportes, é ____________ no convívio com as meninas.”
Completam adequadamente as lacunas:
a) sabíssimo – admirabilíssimo – maléssimo –
crueléssimo – dulcíssimo.
b) sapientíssimo – admiradíssimo – maléssimo –
cruelíssimo – docíssimo.
c) sabiosíssimo – admirabilíssimo – péssimo -
crudelíssimo – docílimo.
d) sabidíssimo – admirabilíssimo – péssimo –
cruelíssimo – dulcíssimo.
e) sapientíssimo – admirabilíssimo – péssimo –
crudelíssimo – dulcíssimo.

3. Há três capitais brasileiras insulares: Vitória, São Luís, Florianópolis. Insular significa em ilha. A relação está INADEQUADA em:
a) de água – hídrica.
b) de fogo – ígnea.
c) de lagoa – lacustre.
d) de serra – serrana.
e) de rio – pluvial.

VIII. ARTIGO
Artigo é a palavra variável em gênero e número que precede o substantivo, determinando-o de modo
preciso ou vago, indicando-lhe o gênero e o número: o livro, as fábricas, uns livros, uma fábrica.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS

I. ARTIGO DEFINIDO
Determina o substantivo de modo preciso. Pode ser singular (o, a) ou plural (os, as).
O menino resolveu a questão.

II. ARTIGO INDEFINIDO


Determina o substantivo de modo vago, impreciso. Pode ser singular (um, uma) ou plural (uns, umas).
Um menino resolveu uma questão.

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EMPREGO DOS ARTIGOS

a) É OBRIGATÓRIO o emprego do artigo definido entre o numeral ambos e o substantivo a que se refere.
O juiz solicitou a presença de ambos os cônjuges.

b) NUNCA deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo (e flexões).
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Este é o autor cuja obra conheço.

c) NÃO se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que venham
especificadas.
Eles estavam em casa.
Eles estavam na casa dos amigos.
Os marinheiros permaneceram em terra.
Os marinheiros permaneceram na terra dos terroristas.

d) NÃO se emprega artigo diante da maioria dos nomes de lugar.


Passaram o carnaval em Salvador.
Florianópolis é a capital de Santa Catarina.
Nevou muito em Roma.
Brasília é a capital da República.

• Se o nome de lugar vier qualificado, o uso do artigo será obrigatório:


A bela Florianópolis é a capital de Santa Catarina.
Não conheciam a velha Salvador.
Estavam na Roma antiga.
A moderna Brasília é considerada um monumento arquitetônico.

• Alguns nomes de lugar vêm antecipados de artigo (em especial, os nomes de continentes e os derivados de nome comum).
o Rio de Janeiro
os Açores
a Bahia
as Américas

e) É FACULTATIVO o emprego do artigo definido diante dos pronomes possessivos.


Deixaram meu livro na sala. = Deixaram o meu livro na sala.
Não conheço sua namorada. = Não conheço a sua namorada.

f) Com nomes de pessoas, GERALMENTE NÃO se usa artigo, desde que haja intimidade.
Lígia não compareceu à cerimônia.
Capitu é personagem de um romance de Machado de Assis.
Napoleão mudou os rumos da Revolução Francesa.
A Joana, minha amiga, voltará a morar em Vitória.

g) NÃO se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
Vossa Excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria
Conheci Vossa Alteza no ano passado.
O que o senhor deseja?
A senhorita não vai à festa?

h) Emprega-se o artigo definido com o superlativo.


Não consegui resolver as questões mais difíceis.
Resolvi as mais difíceis questões.

• Considera-se errada, neste caso, a repetição do artigo.


Não consegui resolver as questões as mais difíceis.

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i) Depois do pronome indefinido todo, emprega-se artigo quando se quer dar IDEIA DE INTEIRO, TOTALIDADE. Quando se quer dar
IDEIA DE QUALQUER, omite-se o artigo.
Ele leu todo o livro. (o livro inteiro)
Todo homem é igual. (qualquer homem)
Todo o país comemorou a conquista. (o país inteiro)
Todo país tem seu governo. (qualquer país, cada país)

• No plural, todos, todas SEMPRE virão seguidos de artigo, exceto se houver palavra que o exclua, ou numeral não seguido de
substantivo.
Todas as alunas compareceram.
Todas estas alunas compareceram.
Todos cinco compareceram.
Todos os cinco alunos compareceram.

j) Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
A notícia foi publicada em O Globo.

IX. NUMERAL
CONCEITUANDO
Numeral é a palavra que indica a quantidade exata de seres, ou a determinada série: um, dois, cinco, mil, primeiro, décimo.

CLASSIFICAÇÃO DOS NUMERAIS

I. CARDINAIS
Indicam quantidade em si: zero, um, dois, três, quatro, cinco

II. ORDINAIS
Indicam ordem de sucessão: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto

III. MULTIPLICATIVOS
Indicam multiplicação. dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo

IV. FRACIONÁRIOS
Indicam divisão, fração: meio, metade, terço, quarto

EMPREGO DOS NUMERAIS

• Na indicação de reis, papas, séculos, partes de uma obra, usam-se os numerais ordinais até décimo. A partir daí, devem-se empregar
os cardinais.
século VII (sétimo) Henrique VIII (oitavo) século XX (vinte)
Luís XV (quinze) João Paulo II (segundo) capítulo II (segundo)
João XXIII (vinte e três) capítulo X (décimo)

OBS.:

 Se o numeral anteceder o substantivo, será obrigatório o uso do ordinal: décimo quinto século, vigésimo capítulo.
 Na enumeração de textos oficiais (leis, decretos, artigos, portarias, avisos etc.) empregam-se os ordinais de 1 a 9 e daí por
diante os cardinais. Ex.: decreto-lei X (dez); artigo IX (nono).
 Com a preposição EM , as palavras “página”, “folha”, e “capítulo” ficarão no singular e, consequentemente, o numeral será
invariável em razão de estar subentendida a palavra número.
Ex.: na página vinte e dois, na folha trinta e um.
Já com a preposição A, tanto se podem usar os vocábulos “página”, “folha”, “capítulo” no singular ou no plural. Usando-se no
singular, a consequência é a mesma da ocorrida com a preposição EM. No entanto, com o termo no plural, o numeral o
acompanha.
Ex.: à página dois, a páginas duas, à folha vinte e um, a folhas vinte e uma.

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 Os numerais fracionários acima de dez, que não sejam números redondos, são lidos com a palavra avo, que concorda com o
numerador.
Ex.: 1/11 (lê-se um onze avo) mas 2/20 (lê-se dois vigésimos).
2/12 (lê-se dois doze avos) 1/10 (lê-se um décimo)
Os fracionários ½ e 1/3 são lidos, respectivamente, como um meio e um terço.
 Para escrever as horas coloque o símbolo de cada unidade em letra minúscula imediatamente após o numeral, sem espaço
nem ponto.
Ex.: 8h10min5s.
 Os adjuntos de milhar, masculino, devem também ficar no masculino.
Ex.: Alguns milhares de pessoas farão o concurso. / Os milhares de pessoas farão a prova.
 Podem ser grafados com lh ou li: bilhão / bilião, trilhão / trilião, quintilhão / quintilião etc.
 Quando se quer fazer referência ao primeiro dia do mês, deve-se utilizar o numeral ordinal. Ex.: primeiro de maio.

EXERCÍCIOS
1. A preposição de combina-se com os artigos definidos: de + o = do + as = das ... Como justificar a grafia de os neste período: “Não há,
santo Deus, possibilidade de os homens se unirem?”

2. Assinale a alternativa gramaticalmente incorreta:


a) A notícia foi publicada em A Gazeta.
b) Está na hora de os alunos entrarem.
c) Todas as pessoas saíram.
d) Não conhecia nenhuma passagem dos Lusíadas. e) Avisei a Simone que não haveria a reunião.

X. PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas relações de sentido e de
dependência.
Observe, por exemplo, as frases:
Os livros de Flávia estão aqui.
Note como o de relaciona Flávia e livros, indicando uma ideia de posse: os livros pertencem a Flávia.
O rapaz falava com medo.
Nessa frase, a preposição com relaciona as palavras falava e medo, estabelecendo uma ideia de modo.
Todos concordam com você.
Nesse exemplo, a preposição com estabelece apenas uma relação de dependência entre as duas palavras, ou seja, a palavra você,
através do vínculo criado pela preposição com, complementa o verbo concordar.

CLASSIFICAÇÃO DA PREPOSIÇÃO

As preposições podem ser divididas em dois grupos:

I. ESSENCIAIS
Palavras que só funcionam como preposição: A, ANTE, APÓS, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR,
SEM, SOB, SOBRE, TRÁS.

II. ACIDENTAIS
Palavras de outras classes gramaticais que, em certas frases, funcionam como preposição. Por exemplo: COMO, CONFORME,
DURANTE, MEDIANTE, SEGUNDO, VISTO.

OBS.: Somente com as preposições essenciais, utilizam-se os pronomes oblíquos átonos. Ex.: Sem mim, não fariam isso.
Já com as preposições acidentais, utilizam-se os pronomes retos. Ex.: Todos foram à praia, exceto tu. / Afora eu, todos aqui passaram.

 Combinação e contração com outras palavras

Diz-se que há combinação quando a preposição, ligando-se à outra palavra, não sofre alteração fonética. Ao (=a+o) / aonde (=a+onde).
Diz-se que há contração quando, na ligação com outra palavra, a preposição sofre alteração fonética. Donde (=de+onde) / dum (=de+um)
/ do (=de+o) / daquele (=de+aquele) / àquele (=a+aquele) / desse (=de+esse) / à (=a+a) / no (=em+o) / daí (=de+aí) / numa (=em+uma) /
pelo (=per+o) / doutra (=de+outra) / dele (=de+ele).

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→ É importantíssimo ressaltar que, quando o termo posterior à preposição funcionar como sujeito, não poderá haver a combinação ou a
contração. Ex.: Não há a possibilidade de ele resolver o problema.
Observe que ele é o sujeito do verbo resolver, sendo assim não se pode unir a preposição de ao pronome pessoal ele.
Ex.: Está na hora de os brasileiros se unirem contra a corrupção.
Observe que o sujeito do verbo unir é “os brasileiros”, portanto não se pode unir a preposição de ao artigo os.
→Não gostamos de políticos corruptos.
“Dos políticos corruptos” é objeto indireto, logo a combinação da preposição com o artigo será obrigatória.
→ Serão facultativas contrações de preposição com artigos indefinidos (um, uma, uns, umas – quando não participarem do sujeito) e
pronomes indefinidos (outro (s), outra(s) – quando não participarem do sujeito), e da preposição de com o termo onde.
Ex.: Quem eles eram? Donde vinham? (Donde ou de onde)
Ex.: Vive em cima dum castelo imaginário. (Dum ou de um).
Ex.: Suspeita doutra coisa. (Doutra ou de outra).

 Ocorrência de duas preposições em sequência

A gramática admite a ocorrência de duas preposições em sequência em apenas dois casos: “para com” e “até a”.
Ex.: Ela é atenciosa para com todos os clientes. / Vou até ao jardim.

LOCUÇÃO PREPOSITIVA

Às vezes, a relação entre duas palavras é estabelecida por uma expressão e não por uma única palavra. Quando isso ocorre, a
expressão é denominada locução prepositiva. As locuções prepositivas mais usadas são:
abaixo de por causa de de acordo com ao encontro de (a favor de)
atrás de ao lado de até a de encontro a (contra)
acima de defronte a perto de

VALORES DAS PREPOSIÇÕES

As preposições, se consideradas sozinhas, isoladas de um contexto, não apresentam nenhum sentido lógico, mas, quando colocadas na
frase, podem indicar muitas relações diferentes.
Vamos ver alguns sentidos que as preposições podem assumir:

I. PREPOSIÇÃO a
Pode ser usada para indicar:
• Lugar → Os documentos foram enviados ao cartório. Domingo, iremos a Brasília.
• Modo → Ali as coisas eram ditas a meia voz.
• Distância → A cinco quilômetros daqui passa uma estrada.
• Tempo → À chegada do campeão, todos ficaram de pé.

II. PREPOSIÇÃO com


Exprime, entre outras, relações de:
• Causa → Com a seca, o gado começou a morrer.
• Companhia → Ele veio à cidade com o filho pequeno.
• Instrumento → Ele cortou a árvore com o machado.
• Modo → O professor olhava-nos com carinho.

III. PREPOSIÇÃO de
Pode ser usada para indicar:
• Lugar → O navio veio de Salvador.
• Causa → Nós já estávamos cansados de estudar.
• Tempo → De madrugada, começou o temporal.

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IV. PREPOSIÇÃO em
Estabelece, principalmente, relação de:
• Lugar → O velho marinheiro vivia em uma cabana humilde.
• Tempo → O trem estará aqui em duas horas.
• Modo → Os prisioneiros eram colocados em fila.

V. PREPOSIÇÃO para
Estabelece, entre outras, relações de:
• Finalidade → A praça foi enfeitada para a festa.
• Lugar → Poucas pessoas voltaram para a vila.

VI. PREPOSIÇÃO por


Indica, principalmente, as seguintes relações:
• Lugar (por onde) → Ele viajou por terras estranhas.
• Tempo → Por dois anos ele viveu aqui.

VII. PREPOSIÇÃO desde


• Afastamento de lugar → Estou correndo desde o início do calçadão.
• Início de um tempo → Desde a chegada dele, tivemos problemas.

XI. PRONOMES
CONCEITUANDO
É a classe de palavra que substitui ou modifica um substantivo.
Existem seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e interrogativos.

PRONOMES PESSOAIS
RETOS (sujeito ou predicativo) ÁTONOS (sem preposição) TÔNICOS (com preposição)
Eu Me Mim comigo
Tu Te Ti contigo
Ele(a) Lhe, o, a, se Ele(a) consigo
Nós Nos Nós conosco
Vós Vos Vós convosco
Eles(as) Lhes, os, as, se Eles(as), si consigo
Nas orações, os pronomes pessoais podem exercer a função de sujeito ou de complemento. Devido a essa dupla possibilidade de
função, esses pronomes subdividem-se em retos e oblíquos.

Sujeito e complemento

Sujeito é termo (palavra ou expressão) que indica o ser a respeito do qual estamos falando: é também o elemento da oração com o qual
o verbo concorda. Exemplos: O trem partiu cedo. / Os trens partiram cedo.

Complemento (definição simplificada) é o termo que, na oração, completa o sentido do verbo ou de um nome. Exemplo: O trem
transporta cereais.

PRONOMES PESSOAIS FUNÇÃO NA ORAÇÃO


Retos Sujeito
Oblíquos Complemento

Exemplos: Nós concordamos com ele.

Ele trouxe o livro para nós.

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Note, pelos exemplos, que a classificação de uma forma pronominal em pronome reto ou pronome oblíquo não é fixa; ela depende da
função que o pronome exerce na oração.
Em relação a esse quadro, é importante observar que:
Os pronomes eu e tu são sempre do caso reto, porque sempre exercem a função de sujeito da oração. Exemplo:
Eu nem reparei | que tu estavas lá.

Os pronomes ele(s), ela(s), nós e vós podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem em cada oração. Exemplos:
Elas viajarão no próximo domingo. O diretor se referiu a elas.

Os pronomes oblíquos átonos nunca são precedidos de preposição (de, com, em, para, sobre etc.); os tônicos sempre apresentam
preposição. Exemplos:
O professor me entregou o livro. O professor entregou o livro para mim.

Principais empregos dos pronomes pessoais

a. Eu → mim; tu → ti
Eu
e só exercem a função de sujeito (isto é, são sempre pronomes retos).
Tu

Mim
e só exercem a função de complemento(isto é, são sempre pronomes oblíquos).
Ti

Assim sendo, quando os pronomes de 1ª e 2ª pessoas do singular não exercerem a função de sujeito, as formas eu e tu devem ser
substituídas respectivamente por mim e ti. É necessário lembrar também que as formas mim e ti são tônicas, isto é, sempre precedidas
de preposição.
Levando em conta tais usos, observe o emprego das formas eu, tu, mim e ti nos seguintes exemplos:

1º) O advogado trouxe o documento para mim. (frase correta)


Sujeito do verbo trazer complemento do verbo trazer

2º)O advogado trouxe o documento para eu revisar. (frase correta)


Sujeito do verbo trazer sujeito do verbo revisar

3º) Para mim, revisar o documento foi fácil. (frase correta)


Nesse exemplo, o pronome mim não é sujeito de revisar. Na verdade, a frase está invertida; sua ordem normal seria: Revisar o
documento foi fácil para mim.

Outro exemplo: É importante para mim fazer o trabalho (frase correta).


Nesse caso, o pronome mim não é o sujeito de fazer. Na verdade, a frase está invertida, sua ordem normal seria: Fazer o trabalho é
importante para mim.

4º) Eles pediram para “mim” ajudar na festa. (frase incorreta)


Essa frase está incorreta porque o pronome mim é sempre oblíquo, não podendo, portanto, funcionar como sujeito. Para adequar a frase
à norma culta, basta substituir a forma mim pela forma eu: Eles pediram para eu ajudar na festa. → “eu” sujeito do verbo “ajudar”.

5º) Uma discussão aconteceu entre mim e ti. (frase correta)


Sujeito não funcionam como sujeito

6º) Tudo acabou entre eu e ela. (frase incorreta)


Sujeito só pode funcionar como sujeito
Adequando essa frase à norma culta: Tudo acabou entre mim e ela.

b. Ele(s), ela(s) → o(s); a(s)

No quadro dos pronomes pessoais, podemos verificar o seguinte a respeito dessas formas:

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1º) ele(s), ela(s), quando empregadas como pronomes oblíquos, são sempre precedidas de preposição. Exemplo: Você nunca concordou
com eles.
preposição

2º) Se não houver preposição, empregam-se as formas o(s), a(s). Exemplo: Sempre os critiquei muito. Assim sendo, frases como “Visitei
‘ele’ no domingo” são incorretas na norma culta. Corrigindo-a temos: Visitei-o no domingo.

Cuidado com o emprego de O A(S) E LHE(S)

Os pronomes o/a(s) e suas variáveis no, nas(s) / lo, la(s) são sempre objetos diretos (complemento SEM preposição).
Os pronomes lhe(s) são sempre objetos indiretos (complemento com preposição).
Exemplos: Eu o cumprimentei. → Cumprimentar alguém .
O.D V.T.D
Eu o convidei. → Convidar alguém.
O.D V.T.D

Eu lhe telefonei. → Telefonar para alguém.


O.I V.T.I

Portanto, nunca podemos dizer: eu lhe convidei, eu lhe cumprimentei etc...


Variações dos pronomes o / a(s) empregados após o verbo.
1. Quando o verbo terminar em vogal ou ditongo oral – não ocorrerá alteração.
Ex.: Dei o recado. → Dei-o. / Vi a cena. → Vi-a.
V.T.D O.D ditongo oral O.D

Ex.: Deram o recado. → Deram-no. / Põe a vasilha. → Põe-na.

2. Quando o verbo terminar em som nasal (m~)→alterará para no / na(s).


Ex.: Deram o recado. → Deram-no. / Põe a vasilha. → Põe-na.

3. Quando o verbo terminar em R, S ou Z → eliminam-se essas consoantes e transformam-se em lo / la(s).


Ex.: Comprar o livro. → Comprá-lo. / Encontramos o documento. → Encontramo-lo. / Fiz o exercício. →Fi-lo. / Quis o material. → Qui-lo.
OBS.: Quando o verbo estiver na primeira pessoa do plural (nós) e o pronome oblíquo também na primeira pessoa do plural (nós), o
verbo perde o S final. Ex.: Encontramos + nos → Encontramo-nos.

c. Uniformidade de tratamento

Para designar uma pessoa gramatical, os pronomes referentes a ela devem ser utilizados de maneira uniforme. Exemplos:
Quero falar contigo para te contar a verdade.
Tratamento tu
Quero falar com você para lhe contar a verdade.
Tratamento você
Usou o lhe por ser objeto indireto. Observe: Contou algo a alguém. Contou o quê? A verdade → O.D. Contou a quem? A você →O.I.

Atenção

 Podemos dizer: Chris, você nem imagina o quanto eu te amo?


NÃO. Procure observar a uniformidade de tratamento, ou seja, se começar uma frase com uma pessoa, vá com ela até o fim.
Veja: você começou a utilizar a 3ª pessoa (você) e depois mudou para a 2ª pessoa (te). Portanto, deve-se dizer: Chris, você
nem imagina o quanto eu a amo? ou: Chris, tu nem imaginas o quanto eu te amo?

 Podemos dizer: Eu gostaria de convidar-lhe para o meu aniversário. ?


NÃO. O verbo convidar é transitivo direto, ou seja, pede complemento sem auxílio de preposição (quem convida, convida
alguém). O pronome de 3ª pessoa que funciona como objeto direto é O ou A logo, deve-se dizer: Eu gostaria de convidá-lo para
o meu aniversário.

Conforme relatamos os pronomes oblíquos átonos o/a(s) e suas variações são sempre objetos diretos; lhes são sempre objetos indiretos.
Os pronomes oblíquos me, nos, vos, te, se podem ser diretos ou indiretos, dependem da transitividade verbal. Veja:

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me me
Ele nos ajudou Ele nos telefonou
vos V.T.D vos V.T.I
te te
O.D O.I
Contração dos pronomes oblíquos átonos em verbos transitivos diretos e indiretos

Ex.: Pediram ajuda a mim. → Pediram-ma. (me+a)


me + o, a, os, as = mo, ma, mos, mas

Ex.: Doei os livros a ti. → Doei-tos. (te + o)


O.D. O.I
te + o, a, os, as = to, ta, tos, tas

Ex.: Indico a saída a todos. → Indico-lha. (lhe + a)


O.D. O.I
lhe(s) + o, a, os, as = lho, lha, lhos, lhas

Ex.: Deram a notícia a nós. → Deram-no-la. (nos + a)


O.D. O.I
nos + o, a, os, as = no-lo, no-la, no-los, no-las.

Ex.: Explicarei a matéria a vós. → Explicar-vo-la-ei. (vos + a)


O.D. O.I
vos + o, a, os, as = vo-lo, vo-la, vo-los, vo-las.

d. Mandar, deixar, fazer, ver, ouvir ou sentir + infinitivo: o sujeito do infinitivo não será pronome reto, será pronome oblíquo.

Mandei ele sair. Mandei-o sair.


Deixou eu ficar. Deixou-me ficar.
Vi ele entrar. Vi-o entrar.

I. PRONOME REFLEXIVO
a) Os pronomes oblíquos me, nos, te, vos podem ser usados para indicar que a ação praticada pelo sujeito reflete-se no próprio sujeito.
Quando isso ocorre, esses pronomes são chamados de pronomes reflexivos. Exemplo:
Assim, tu te prejudicas.
pron. reflexivo (te a ti mesmo)
b) Se, si e consigo → só funcionam como reflexivos. Reflexivo é o pronome que faz referência ao próprio sujeito. Substituíveis por: ele
mesmo e variações.
Aquele garoto se considera um gênio.
pron. reflexivo (se a si mesmo)
Em geral, a criança quer tudo para si.
pron. reflexivo (si para ela mesma)
Como os três pronomes acima são sempre reflexivos, a norma culta considera incorretas frases como:
Eu gostaria de ir consigo.
erro
Eu gostaria de ir com você. (tratando a pessoa por você) ou;
Eu gostaria de ir contigo. (tratando a pessoa por tu).

Gostaria de falar com você. (Jamais consigo porque não é reflexivo).

II. PRONOME RECÍPROCO


Os pronomes nos, vos e se podem indicar que ocorre uma ação trocada entre os elementos do sujeito. Para constatar esse fato, basta
substituir o pronome pela expressão um ao outro, uns aos outros. Nos casos em que isso ocorre, esses pronomes (nos, vos, se) são
chamados reflexivos recíprocos.
Exemplo: Pai e filho se acusavam abertamente.
pron. refl. recíproco (se um ao outro)
→ Entre si (em vez de entre eles): reflexivo (entre si se refere sempre ao sujeito).

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Os direitos brigavam entre si. → É reflexivo.
Nós ouvimos uma discussão entre elas. → Não é reflexivo.

III. PRONOME PARTE INTEGRANTE DO VERBO


Existem alguns verbos que são denominados pronominais, só se conjugam acompanhados de um pronome pessoal. É o caso dos verbos
queixar-se, arrepender-se, orgulhar-se, suicidar-se etc. Esses pronomes são conhecidos como “parte integrante do verbo” e não
representam semanticamente um ser, portanto não possuem função sintática. Ex.: Ele se queixou da prova. / Nós nos orgulhamos de
você. / Ele se referiu ao trabalho.

e. Com nós e com vós: quando seguidos de aposto ou palavra de reforço (outros, todos, mesmos, próprios, dois, três,
pronome relativo)
Irá conosco. Ele brigou com nós que fugimos.
Irá com nós todos. Irei com vós mesmos.
Briga com nós, seus bons amigos. Irá com nós dois.

PRONOMES PESSOAIS DE TRATAMENTO

PRONOMES PESSOAIS DE TRATAMENTO


EXTENSO ABREVIATURAS (PLURAIS) DESTINATÁRIOS
Em correspondências oficiais e comerciais, se não
Vossa Senhoria V.S.a ou V.Sa. Plural: V.S.as ou V.Sas.
couber Vossa Excelência.

Presidente da República (sempre por extenso), oficial


V.Ex.a ou V.Exa. Plural: V.Ex.as ou acima de coronel, governador, ministro, senador,
Vossa Excelência
V.Exas. deputado, juiz de tribunal e outras altas autoridades
civis.

V.Em.a ou V.Ema. Plural: V.Em.as ou


Vossa Eminência Cardeal.
V.Emas.
Vossa Alteza V.A (VV.AA.) Príncipe, arquiduque e duque.
Vossa Majestade V.M. (VV.MM.) Rei e imperador.
V.Rev.ma ou V.Revma / V.Rev.mas ou
Vossa Reverendíssima Padre, pastor, sacerdote e religiosos em geral.
V.Revmas.

V. Maga ou V. Maga / V. Magas ou V.


Vossa Magnificência Reitor de universidade.
Magas
Vossa Meritíssima - Juiz de direito.
Vossa Santidade V.S. Papa.

→Vossa ou Sua (abreviatura: S.): Vossa – com quem se fala; Sua – de quem se fala.
Senhor Ministro, Vossa Excelência decidiu corretamente. / Meus amigos, Sua Excelência não virá à nossa reunião.

→Pronome de tratamento não admite artigo (e, consequentemente, crase), exceto Senhora e Senhorita.
Encaminho a carta a Vossa Senhoria. / Encaminho a carta à Senhora Diana.

→Pronome de tratamento exige verbo e pronomes na 3ª pessoa, bem como adjetivo e o particípio concordando com o sexo da pessoa.
 Comunico a V. Ex.ª que vossa determinação foi cumprida. ( sua)
 Sr. Ministro, V. Ex.ª está apreensivo?
 Vossa Excelência sabe que seus eleitores o apoiarão. (3ª pessoa)

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PRONOMES POSSESSIVOS

→Meu, teu, seu, nosso e vosso (e respectivas variações)


Vim com meus amigos; trouxeste os teus? O que é seu é nosso.

→ Seu (e variações) não pode ser empregado gerando duplo sentido.


 Pedro saiu com Maria no seu carro. no carro dele (ou dela)
 José, Ivo viajou com a sua mulher.  com a mulher dele (ou de você)

→ Há casos em que o pronome possessivo não dá ideia de posse.


Deve ter seus trinta anos. (aproximação) / Como vai nosso Sílvio? (intimidade) / Vossa Senhoria vai bem? (nos pronomes de tratamento)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

→ Isto, isso, aquilo, este, esse, aquele, o (= aquilo, aquele), a (= aquela), mesmo, próprio, semelhante e tal (e respectivas
variações).
Aquilo me feriu. / Sei o (= aquilo) que me feriu. / Em tal caso, reaja. / Os alunos mesmos fizeram o texto. / Ninguém aceitará
semelhante (= tal) proposta.

→ Tal e tal qual: concordam com o termo a que se referem.


Que tais os projetos apresentados? / Tal pai, tais filhos. / O filho era tal quais os pais. / Eles eram tais qual a mãe.

Emprego dos demonstrativos


Espaço

Este(s) / esta(s) / isto → indicam o que está próximo de quem fala/escreve. Ex.: Esta tatuagem que tenho no pé é recordação da
juventude.
Esse(s) / essa(s) / isso → indicam o que está próximo de quem ouve / lê. Ex.: Por favor, deixe-me olhar essa revista que está com você?
Aquele(s) / Aquela(s) / aquilo → indicam o que está longe de quem fala / escreve e de quem ouve / lê. Ex.: Aqui do avião, aquele rio lá
embaixo parece uma cicatriz na selva.

Tempo

Este(s) / esta(s) / isto → indicam tempo presente, atual (em relação ao momento da fala). Ex.: É ótima esta fase por que passo agora.
Esse(s) / essa(s) / isso → marcam um tempo anterior próximo ou posterior próximo. Ex.: Ontem falei com ela, essa foi a nossa última
conversa. / A meteorologia prevê que esse fim de semana terá tempo bom.
Aquele(s) / Aquela(s) / aquilo → indicam tempo distante, bem anterior ou posterior ao momento da fala. Ex: Mudei-me para cá ainda
jovem. Naquela época, aqui só havia mato.

Contexto

Este(s) / esta(s) / isto → referem-se a algo que será dito/escrito. Ex.: Esta sempre foi a sua motivação na vida: trabalhar muito.
Esse(s) / essa(s) / isso → referem-se a algo que já foi dito/escrito. Ex.: Trabalhar muito: essa foi a sua motivação na vida.
Aquele(s) / Aquela(s) / aquilo → indicam um elemento referido anteriormente a outro. Ex.: Marcos e Carla são irmãos. Esta é médica,
aquele é dentista.
OBS.: Havendo apenas dois seres, aquele(a)(s) se referirá ao mais longínquo e este (a)(s), ao mais próximo.
Havendo três termos já citados, usam-se os pronomes aquele(a)(s) referentes ao primeiro; esse(s) / essa(s) / isso, ao segundo; este(s) /
esta(s) / isto, ao último. Ex.: Marcos, Carla e Ana são irmãos. Esta é farmacêutica, essa é médica e aquele é dentista.

PRONOMES RELATIVOS

→ O(a) qual, os(as) quais, que, quem, onde, como, cujo e quanto.
Leia com atenção as orações abaixo:
Nós compraremos o carro. / Seu pai está vendendo o carro.

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Observe que a 2ª oração repete o nome (carro). Unindo as duas orações em um só período obtém-se:
Nós compraremos o carro que seu pai está vendendo.
1ª oração 2ª oração
O substantivo carro aparece explicitamente na 1ª oração, enquanto na 2ª ele passa a ser representado pela palavra que, a qual funciona
como pronome relativo. Podemos dizer, então:
Pronomes relativos são os que se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o na oração seguinte.

I. EMPREGOS DOS PRONOMES RELATIVOS


Em muitas orações, é necessário introduzir uma preposição antes dos pronomes relativos. Quem determina qual é a preposição a ser
usada é, normalmente, o verbo da oração iniciada com pronome relativo.
Ex.: Conheço as pessoas em quem você confia. (confia em)
prep. pron. Relativo

É este o lugar a que eles se referem. (refere-se a)

I.a) Relativo Que


Pode ser usado em relação a pessoas e coisas e é substituível por o qual, os quais, a qual, as quais. Pode ou não ser preposicionado.
Ex.: Conheço a cidade que você visitou; ou: Conheço a cidade a qual você visitou.

I.b) Relativo Qual / Quais


Pode ser usado em relação a pessoas e coisas . Vêm sempre precedidos de artigo o / a qual, os / as quais. Pode ou não ser
preposicionado.
Ex.: Ele é um homem o qual admiro. / Ela é uma pessoa da qual gosto.
Obs.: O pronome que é usado com preposição de uma única sílaba (a, de, com, por, em). Se a preposição tiver mais de uma sílaba
(perante, sobre etc...) é usado qual.
Ex.: Ali estão as pessoas sobre as quais falamos.

I.c) Relativo Quem


Só pode ser usado em relação a pessoas e sempre com preposição.
Ex.: Este é o homem de quem desconfio. / Este é o homem de que desconfio. / Este é o homem do qual desconfio.
Obs.: Quando não houver pedido de preposição, usa-se a antes do quem.
Ex.: Ela é a pessoa a quem amo. (amo alguém → verbo transitivo direto).

I.d) Relativo Onde


Usado para indicar lugar e é substituível por em que.
Veja: A cidade é bela. Eu moro na cidade. / A cidade em que moro é bela. / A cidade na qual moro é bela. (mora em) / A cidade onde
moro é bela.
OBS.: Como se pode observar, se a referência é a coisa pode-se usar que e qual; se a referência é pessoa pode ser que, qual, quem; se
a referência é lugar pode ser usado onde.
É importante também observar a regência verbal.
Veja alguns exemplos:
Eis a coisa que mais detesto fazer. (Fazer o quê?) → o verbo não pede auxílio de preposição.
Esta é a moça a que me referi. → (Quem se refere, refere-se a)
Esta é a moça à qual me referi.
Esta é a moça a quem me referi.
Eis a matéria de que lhe falei. → (Quem fala, fala de alguma coisa)
Eis a matéria da qual lhe falei.
A cidade a que chegamos era velha. → (Quem chega, chega a)
A cidade à qual chegamos era velha.
A cidade aonde chegamos era velha.
Eis a pessoa em que creio. → (Quem crê, crê em)
Eis a pessoa na qual creio.
Eis a pessoa em quem creio.

I.e) Relativo Cujo (cujos, cuja, cujas)


Só é usado numa relação de posse (a posse se dará sempre em relação a um substantivo). Pode ou não vir precedido de preposição.

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Veja: Conheço várias pessoas. As idades das pessoas variam.
Posse em relação ao substantivo idades. (= idade delas)
Logo: Conheço várias pessoas cujas idades variam.
Tenho amigas. Necessito da companhia das amigas.
Tenho amigas de cuja companhia necessito. (Necessita de)

I.f) Relativo Quanto (quanta, quantos, quantas)


Funciona como relativo quando está depois dos indefinidos tudo, todos(s), tanto(s), tanta(s)
Ex.: Ele comprou tudo quanto queria.
Pron. indef. Pron. relativo

I.f) Relativo Como


O relativo como tem sempre as palavras modo, maneira ou forma como antecedente e equivale a pelo qual (ou variações).
Ex.: Já acertamos o modo como (pelo qual) haverei de lhe pagar.
Contaram-me a maneira como (pela qual) você se portou.

INTERPRETANDO COM O PRONOME RELATIVO


INVARIÁVEIS
QUE (Relaciona-se a coisa ou pessoa)
QUEM (Só se relaciona com pessoa)
ONDE(Faz referência locativa apenas)

VARIÁVEIS
O QUAL / A QUAL (Variação de gênero e número)
CUJO / CUJA (Relação possessiva)
QUANTO/ QUANTA (Precedido de tudo ou tanto)

Os pronomes relativos são matéria de questão de todos os concursos públicos no Brasil. Poderíamos até arriscar que é o mais atuante
conteúdo de concursos.
Pois bem, o pronome relativo possibilita inúmeras semânticas e consequentes questões interpretativas.
Comecemos pelo pronome QUE.

AMBIGUIDADE

Observe a questão que segue:


Na passagem “As jogadoras dos times que chegaram concentraram-se no hotel mais próximo” fez uso de uma retomada através de um
pronome. Em tal passagem podemos encontrar:
a) Uma contradição aparente.
b) Uma estrutura caótica de ideias.
c) Uma estruturação linguística ambígua.
d) Uma visão extremada do esporte.
Resposta: Observe que o pronome relativo é também um termo anafórico, pois retoma o termo anterior. O termo anterior apresenta dois
supostos referentes (jogadoras e times), caracterizando, assim, uma ambiguidade. Você não sabe se na passagem a ação do verbo
chegar relaciona-se a “jogadoras” ou “times”.
→ Apesar de a questão delimitar uma linguagem interpretativa, o conhecimento na funcionalidade do pronome relativo torná-la-ia mais
fácil.
Obs.: Tal ambiguidade poderia ser facilmente corrigida utilizando-se o pronome relativo QUAL (possui gênero).
Ex. As jogadoras dos times as quais chegaram... (as jogadoras chegaram)
As jogadoras dos times os quais chegaram... (os times chegaram)
Se o nosso estudo é antes de tudo interpretativo, não podemos deixar de dar uma “passadinha” pelos pronomes CUJO E CUJA.

Questão – Dentre os períodos apresentados nas questões abaixo, apenas um reproduz vínculo possessivo entre as orações. Assinale-a.
a) A minha amiga é mais bela que a sua.
b) Esta é a pessoa com a qual nos relacionamos muito bem.
c) O professor, por cujos ideais lutei, sucumbiu ao intento do inimigo.
d) Esta é a mulher a quem dei o meu amor.
Resposta – Há que se observar que a pergunta está trabalhando com uma ideia possessiva entre orações.

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- Na opção A há uma relação semântica comparativa.
- Na opção B a ligação é feita através de uma anáfora ( o pronome “a qual”).
- Na opção C o pronome relativo CUJOS faz a ligação entre a primeira e a segunda orações reproduzindo a ideia de posse (ideais
pertencem ao professor). Resposta correta.
- Na opção D, encontramos o mesmo caso da opção B, porém com o pronome QUEM.

ANÁFORA, CATÁFORA, DÊIXIS


Os pronomes podem ter valor anafórico, catafórico ou dêitico.

Anafórico será o termo que fizer referência a termo(s) anterior(es).


Ex.: O aluno que se dedica passa.
O pronome relativo que é remissivo a “o aluno”, portanto o que é anafórico.
Ex.: O texto, não o analisei ontem.
O pronome oblíquo o refere-se a “o texto”, por isso o é anafórico.
Ex.: Ana e Carla são irmãs. Esta é médica e aquela é dentista.
Os pronomes “esta” (referindo-se a Carla) e “aquela” (referindo-se a Ana) são anafóricos, já que são alusivos a termos anteriores.

Catafórico será o termo que fizer referência ao que for dito.


Ex.: Só disse isto: “Estou infeliz.”
O pronome “isto” é catafórico, uma vez que se refere ao que será dito (estou infeliz).

Dêitico (dêixis: apontar para)


Será o elemento que tem por objetivo localizar o fato no tempo ou no espaço, mas não defini-lo. Enfim, é qualquer referência de lugar ou
de tempo. É essencial informar que o advérbio também poderá ter valor dêitico.
Serão dêiticas expressões como cá, lá, aqui, agora, ali, os pronomes demonstrativos quando localizam o bem em referência ao emissor,
receptor ou terceiros.
Ex.: Este material é bom.
O pronome este indica que o material está mais próximo do emissor ou é de sua posse.
Ex.: Esse material é bom.
O pronome esse indica que o material está mais próximo do receptor ou é de sua posse.
Na ficção, o autor pelo menos não está neutro, ali cabe decidir que dia é, se chove, se faz sol...
Ali → localiza no espaço (texto).

EXERCÍCIOS
1. Preencha as lacunas com um dos pronomes entre parênteses:
a) Três pessoas ficaram entre ela e _______________. (eu – mim)
b) Nunca houve desavenças entre ___________ e Cristina. (eu – mim)
c) Para __________ passar, tive que estudar muito. (eu – mim)
d) Para __________, voltar para lá será impossível. (eu – mim)
e) Não quero briga entre a professora e __________. (tu – ti)
f) Paulo, tu deves ir ao encontro de __________ destino. (teu – seu)
g) Vossa Senhoria conta somente com a __________ sorte? (sua – vossa)
h) Paulo, empreste-me __________ livros que você tem nas mãos. (esses – estes)
i) __________ que está na minha mão é um livro. (Isso – Isto)
j) “É mentira”: foi __________ que ele disse. (isso –isto)
k) Foi __________ que ele disse: “É mentira”. (isso –isto)
l) Posso deixar __________ este embrulho? (consigo– com você)
m) Marido e mulher tinham sérias desavenças entre__________. (eles – si)
n) Resolveu retornar __________ mesmos. (conosco– com nós)
o) Você trouxe __________ as apostilas? (com você– consigo)
p) Não __________ cumprimentei ainda? (lhe – o)
q) Tu trouxeste __________ as pastas? (contigo – com você)
r) E difícil para __________ estudar a língua portuguesa. (eu – mim)
s) A placa continha __________ dizeres: “Não ultrapasse”. (esses – estes)

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2. Reúna as frases abaixo em um único período, substituindo o termo destacado na segunda oração por um pronome relativo. Observe a
necessidade, ou não, de se colocar preposição antes do relativo.
a) Ela comprou as revistas. Eu precisava das revistas.
b) Gosto muito da cidade. Eu nasci na cidade.
c) O professor se chama Antônio. Refiro-me a esse professor.
d) Entrei na sala. As luzes da sala estavam apagadas.
e) Você confia em muitas pessoas. Eu não concordo com essas pessoas.
f) Aquela foi a cena. Eu assisti à cena.
g) O país não pode progredir. As autoridades do país são corruptas.
h) Muitas crianças não têm direito ao aprimoramento pessoal. A vida dessas crianças é feita de miséria.
i) Pude ver alguns filmes. Um amigo havia falado desses filmes.
j) O jantar será servido às 20h. Fui convidado para o jantar.
k) Aquela á a loja. Ouvem-se barulhos estranhos nessa loja.
l) O homem é assessor do prefeito. Eu cumprimentei o homem.

3. A opção em que o pronome oblíquo não está empregado de acordo com a norma culta é:
a) Entre eu e ela há um bom relacionamento, porque temos um nível mental idêntico.
b) É difícil para mim falar a língua portuguesa.
c) Para medir nosso nível mental, eles fizeram uma experiência com nós que estudávamos psicologia.
d) Não queremos conhecer nosso nível mental, portanto não queira fazer experiências conosco.
e) Não te ofendas se te perguntarem sobre o teu nível mental.

4. “Passa-me __________ livro que tens aí na mão para __________ consultar o índice.”
a) este – eu
b) esse – eu
c) esse – mim
d) este – mim
e) aquele – mim

5.“Meu amigo, decidiram que era para __________ resolver as questões do passaporte antes de __________ para conversar
__________ sobre a viagem.”
a) mim – encontrar-te – contigo
b) eu – encontrar-te – com você
c) mim – encontrá-lo – contigo
d) eu – encontrá-lo – com você
e) mim – encontrá-lo – consigo

6. “V. Sas. _______________ ter certeza de que __________ aviso será transmitido aos que ________devem obediência.”
a) podeis – vosso – vos
b) podem – vosso – lhes
c) podem – seu – vos
d) podem – seu – lhes
e) podeis – vosso – lhes

XII. ADVÉRBIO
Advérbio é uma palavra que tem por função modificar o sentido de verbos, adjetivos, outros advérbios. Exemplos:
O navio não chegou hoje.
Não e hoje são advérbios pois estão modificando um pouco o sentido do verbo “chegar”, acrescentando a esse verbo, respectivamente,
as ideias de “negação” e “tempo”.
A criança estava bastante triste.
bastante é advérbio pois está modificando o sentido do adjetivo “triste”, intensificando-o.
O avião chegou muito cedo.
cedo é advérbio, pois modifica o verbo “chegar”. muito é advérbio pois modifica o advérbio “cedo” .

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LOCUÇÃO ADVERBIAL
Conjunto de duas ou mais palavras que funciona como advérbio. Ex.: De manhã , ele irá à cidade .
loc. adv. loc. adv.

PRINCIPAIS CIRCUNSTÂNCIAS EXPRESSAS PELOS ADVÉRBIOS


AFIRMAÇÃO: sim, certamente, efetivamente, com certeza, por certo, realmente etc.
Ex.: Ele certamente sofreu.
LUGAR: aqui, ali, lá, acolá, defronte, atrás, acima, à direita, à esquerda, ao lado etc.
Ex.: Irei ao banco.
INSTRUMENTO
Ex.: Cortei o dedo com a faca. / Ex.: Feriu-se com o estilete.
MODO: devagar, depressa, mal, bem, às pressas, em silêncio, à toa, à vontade etc.
Ex.:Ele examinou com cuidado a questão. / Ex.: Saí apressadamente.
Ex.:Saí de mansinho.
NEGAÇÃO: não, absolutamente, de modo algum etc.
Ex.: Eles não apoiarão seu projeto.
DÚVIDA: talvez, quiçá, provavelmente, possivelmente, porventura etc.
Ex.: Talvez viajaremos! / Ex.: Quiçá chova!
INTENSIDADE: muito, pouco, bastante, mais, menos, demais, meio, demasiadamente etc.
Ex.: Você fala muito. / Ex.: Elas são bastante questionadoras.
TEMPO: amanhã, hoje, brevemente, jamais, agora, já, depois, de repente etc.
Ex.: Sempre vou ao cinema. / Ex.: Durante as férias, viajei. / Ex.: Ontem choveu.
CONFORMIDADE
Ex.: Tudo saiu conforme o combinado.
CONDIÇÃO
Ex.: Só sairão com a minha licença.
FIM
Ex.: Preparou-se para a festa.
ASSUNTO
Ex.: Discutíamos sobre globalização. / Ex.: Os mutuários falavam a respeito do aumento injusto.
CAUSA
Ex.: Tremia de frio. / Ex.: Choras de fome?
CONCESSÃO
Ex.: Apesar da chuva, sairemos.
COMPANHIA
Ex.: Dancei com Layla.
MATÉRIA
Ex.: A casa é feita de cimento.
MEIO
Ex.: Viajei de trem.
PREÇO
O livro custou vinte reais.
OBS.: 1ª.) Existem alguns advérbios que modificam uma frase inteira. Exemplo: Certamente as coisas não andam bem por lá.
2ª.) Quando dois advérbios com sufixo -mente aparecem juntos, pode-se colocar o sufixo apenas no último. Exemplo: O ladrão agiu
calma e silenciosamente.
3ª.) Lembre-se de que o advérbio é uma palavra invariável (não tem singular/plural nem masculino/feminino). Essa característica ajudará
você a diferenciá-lo de certos adjetivos que podem ser facilmente confundidos com advérbios.
Veja, por exemplo, a frase: O rapaz trabalhava preocupado.
preocupado: adjetivo ou advérbio?
Resposta: adjetivo. Veja como você pode comprovar isso facilmente: substitua rapaz por rapazes. Observe que preocupado vai para o
plural (preocupados), portanto não pode ser advérbio, uma vez que advérbio não tem plural.

XIII. PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS


De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, serão classificadas à parte algumas palavras e locuções – outrora consideradas
advérbios – que não se enquadram bem em nenhuma das dez classes gramaticais. Essas palavras e locuções denotam:

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AFETIVIDADE
Ex.: Felizmente você me encontrou. / Ex.: Infelizmente perdi a primeira aula.
DESIGNAÇÃO
Ex.: Eis a mulher que amo.
EXCLUSÃO
Ex.: Todos foram à festa, menos o Totó. / Ex.: Só não bateu em você porque eu não deixei.
Ex.: Não me incomodem, exceto se houver um caso de emergência.
INCLUSÃO
Ex.: Muita gente não gostou daquela sua atitude, inclusive eu. / Ex.: Ela fará nome até fora do país.
Ex.: Eu também quis beijar a noiva. / Ex.: Levei-a para casa e ainda lhe dei comida dinheiro e conforto.
LIMITAÇÃO
Ex.: Só Deus não erra nunca. / Ex.: Apenas um canivete foi encontrado em seu bolso.
Ex.: Somente minha mãe faz almôndegas gostosas.
REALCE
Ex.: Eu cá me importo com isso! / Ex.: Você lá conhece as mulheres? / Ex.: Veja só! Que bonito?
Ex.: Eu é que estudava naquela época. / Ex.: É isso mesmo!
RETIFICAÇÃO
Ex.: A reunião será às duas horas, isto é, às catorze horas. / Ex.: Telefonarei à noite, ou melhor, amanhã cedo.
Ex.: Você é linda, aliás, maravilhosa!
EXPLANAÇÃO
Ex.: Os antigos diziam que os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.
Ex.: Ele tem muitos vícios, por exemplo: mascar chicletes, beber coca-cola e ouvir os Beatles.
Ex.: O Sol, isto é, a mais próxima das estrelas, comanda a vida terrestre.

EXERCÍCIOS
1. Complete com A (para Advérbios) ou I (para Pronomes Indefinidos).
1. [ ] Apresentávamos mais segurança que eles.
2. [ ] Éramos mais seguros que eles.
3. [ ] Temos colegas mais inteligentes que vocês.
4. [ ] Temos mais inteligência que você.

XIV. INTERJEIÇÃO
Interjeição é palavra invariável usada para exprimir emoções e sentimentos. Portanto, de todas as classes de palavras, é a que mais
depende de entonação e contexto.

IMPORTANTE:
Em alguns casos, são usados grupos de palavras com valor de uma interjeição: são as locuções interjetivas, como: Puxa vida! Não diga!
Graças a Deus! Que horror! etc.
Como uma mesma interjeição pode expressar várias emoções, qualquer lista que se faça está sujeita a falhas. Entretanto, para termos
uma visão global, eis aqui uma relação das principais interjeições (e locuções interjetivas) e dos estados emocionais correspondentes:
Advertência → Cuidado! Calma! Atenção!
Afugentamento → Fora! Rua! Passa! Xô!
Alegria → Ah! Oba! Oh!
Animação → Avante! Eia! Vamos!
Aplauso → Bravo! Bis! Mais um!
Chamamento → Oi! Ô! Olá! Alô! Psit!
Desejo → Quem me dera! Se Deus quiser! Oxalá! Tomara!
Dor → Ui! Ai!
Espanto → Puxa! Oh! Xi! Uai! Ué!
Silêncio → Silêncio! Psiu! Quieto!
Terror, medo ou aversão → Cruz-credo! Valha-me Deus!
As interjeições são consideradas palavras-frase, não fazendo parte das estruturas oracionais sintaticamente analisáveis.

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XV. VERBO
1. CONJUGAÇÃO VERBAL: MODOS E TEMPOS
1.1 – MODOS
• Indicativo;
• Subjuntivo;
• Imperativo.
1.2 – TEMPOS
• simples;
• composto (conjugado com os auxiliares ter e haver).

2. FORMAS NOMINAIS
2.1 – Infinitivo
Caracteriza-se pela terminação R (falar, viver)
2.2 – Gerúndio
Terminação –ndo (falando, vivendo)
2.3 – Particípio
Essa forma possui duas terminações: → ADO: na 1ª conjugação (falado)
→ IDO: na 2ª e 3ª conjugações (vendido, partido)

3. EMPREGO DOS MODOS


Indicativo: fato certo, real. Ex. Ela fala. Helena refletiu.
Subjuntivo: fato duvidoso ou desejado. Ex. Talvez ele fale. Seria bom que ele falasse.
Imperativo: ordem, pedido ou conselho. Ex. Fale a verdade. Não discuta.

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MODO IMPERATIVO
Afirmativo → presente do subjuntivo, exceto tu e vós (= presente do indicativo menos s).
Negativo → presente do subjuntivo.

Exceções: sê (tu) e sede (vós), no verbo ser. → imperativo afirmativo

4. CLASSIFICAÇÃO DO VERBO
4.1 – REGULAR
Não muda o radical (infinitivo – ar, er ou ir). Ex.: cantar, vender, partir.
4.2 – IRREGULAR
Muda o radical. Ex.: fazer (fiz, farei).
4.3 – ANÔMALO
Tem vários radicais. Existem apenas dois verbos anômalos: SER e IR.
4.4 – DEFECTIVO
Tem conjugação incompleta. Ex.: chover, abolir.
4.5 –ABUNDANTE
São os verbos que apresentam mais de uma forma com mesmo valor: havemos ou hemos; entregado ou entregue.
A abundância dos verbos é notada com maior frequência no particípio. Alguns verbos apresentam, além do particípio regular (terminação
-ado, -ido), outra forma irregular (aceitado/aceito).

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Tinha aceitado ou tinha aceito?

Quando o verbo apresenta duplo particípio, deve-se usar:


 a forma regular (-ado, -ido) + os auxiliares ter ou haver na voz ativa.

O diretor havia / tinha aceitado a tarefa.

 A forma irregular + os auxiliares ser ou estar na voz passiva.

A tarefa foi aceita pelo diretor.


O pedido estava aceito.

ALGUNS EXEMPLOS DE VERBOS ABUNDANTES

Obs.: Os verbos ganhar gastar e pagar são considerados abundantes (ganhado/ganho; gastado/gasto; pagado/pago). Na atualidade, há a
preferência de usá-los somente nas formas irregulares (ganho, gasto, pago).
Exemplos:
Ele tem ganho / ganhado pouco dinheiro. (Voz ativa)
O dinheiro foi ganho com muito suor. (Voz passiva)
O vigário teria benzido a vela...
A vela será benta?
Talvez os piratas houvessem submergido o barco.
O barco já fora submerso pelos piratas quanto lá chegamos. Havia imprimido a capa.
A capa está impressa.

Exclusivamente irregulares: aberto, coberto, dito, escrito, feito, pago, posto, visto e vindo (e respectivos derivados).

5. TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS


São tempos primitivos (formas que dão origem a outras): o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal.
Todos os demais tempos verbais são derivados desses três.

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6. VERBOS PRIMITIVOS E DERIVADOS

ATENÇÃO! Para flexionar um verbo derivado, conjugue o verbo primitivo do qual ele provém e posteriormente anexe o prefixo.
O governo interviu ou interveio na empresa?
intervir → derivado de VIR → Eu vim, tu vieste, ele veio. Portanto → interveio.

PÔR
Presente do indicativo: eu ponho.
Presente do subjuntivo: eu ponha.
Pretérito perfeito do indicativo: eu pus / tu puseste – ste => puse
Pretérito mais-que-perfeito: pusera
Pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse
Futuro do subjuntivo: Puser
Infinitivo: Pôr
Futuro do presente: Porei
Futuro do pretérito: Poria

VER
Presente do indicativo: eu vejo.
Presente do subjuntivo: eu veja
Pretérito perfeito do indicativo: eu vi, tu viste – ste => vi
Pretérito mais-que-perfeito: vira
Pretérito imperfeito do subjuntivo: visse
Futuro do subjuntivo: Vir
Infinitivo: Ver
Futuro do presente: Verei
Futuro do pretérito: Veria
VIR
Presente do indicativo: eu venho.
Presente do subjuntivo: eu venha
Pretérito perfeito do indicativo: eu vim, tu vieste – ste => vie
Pretérito mais-que-perfeito: viera
Pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse
Futuro do subjuntivo: Vier
Infinitivo: Vir
Futuro do presente: Virei
Futuro do pretérito: Viria

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7. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS
7.1 – Rizotônicas → SÍLABA TÔNICA NO RADICAL: AMO, PENSA, PARTEM.
Só são rizotônicas: eu, tu, ele e eles dos presentes (indicativo e subjuntivo).

7.2 – Arrizotônicas → SÍLABA TÔNICA FORA DO RADICAL: AMARÁS PENSAMOS, PARTIRA.


Alguns verbos só possuem as formas arrizotônicas.
precaver → à pres. indicativo: precavemos, precaveis; pres. subjuntivo: não existe.

8. VERBOS TERMINADOS EM “–ear” E “–iar”

– EAR → I DEPOIS DO E NAS FORMAS RIZOTÔNICAS (eu, tu, ele, eles) nos presentes do indicativo e do subjuntivo
passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam
passeie, passeies, passeie, passeemos, passeeis, passeiem.
NOTA : Assim se conjugam todos os verbos terminados em EAR: frear, cear, pentear, recear, hastear, atear etc.

– IAR → REGULARES (COPIAR, ADIAR, MAQUIAR, ARRIAR ETC...)


copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam.
Maquio, maquias, maquia
– EXCEÇÕES DOS VERBOS TERMINADOS EM IAR: MAIOR → E ANTES DO I NAS FORMAS RIZOTÔNICAS (TU, ELE,
ELES)
Mediar
Ansiar
Incendiar
Odiar
Remediar
Ex.: Anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam. Medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam.
Atenção! O verbo “intermediar” por ser derivado do verbo “mediar”, segue esse mesmo modelo.
Ex.: Intermedeio, intermedeias, intermedeia, intermediamos...

9. MODELOS

Observações:
a) O verbo ferir e os que seguem o seu modelo mudam o E do infinitivo para I na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo e em todas as do presente do subjuntivo.
Ex.: Eu firo, adiro, divirjo etc... / Eu fira, adira, divirja etc...
b) Os verbos terminados em UAR são verbos regulares de 1ª conjugação. Como aguar, por exemplo, conjugam-se averiguar,
apaziguar, enxaguar, obliquar etc.
De acordo com o novo acordo ortográfico, não há mais trema nem o acento agudo nos grupos que, qui, gue, gui. As formas rizotônicas
eu, tu, ele, eles (presente do indicativo e do subjuntivo) admitem duas pronúncias:
• Com o u tônico (sem acento)
• Com o u átono
AGUAR
PRESENTE DO INDICATIVO Ele água (ou agua)
Eu águo (ou eu aguo) Nós aguamos
Tu águas (ou aguas) Vós aguais

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Eles águam (ou aguam) Ele águe (ou ague)
PRESENTE DO SUBJUNTIVO Nós aguemos
Eu águe (ou ague) Vós agueis
Tu águes (ou agues) Eles águem (aguem)

Logo, podemos falar ou escrever eu averíguo ou averiguo. / Eu apazíguo ou apaziguo. / Eu enxáguo ou eu enxaguo.

10. CASOS IMPORTANTES


i) Sem eu no presente do indicativo e sem todo o presente do subjuntivo. (Deve-se usar sinônimo):
abolir, banir, colorir, demolir, explodir, fundir e urgir.
Cale-se antes que ele exploda. ☺ estoure

ii) Sem as formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles) no presente do indicativo e sem presente do subjuntivo: adequar, falir, remir e ressarcir.
Empresas falem. ☺ vão à falência
Espero que ele nos ressarça. ☺ indenize
Eu não me adéquo a certas situações. ☺ adapto

iii) Distinguir e extinguir: sem u antes de o ou a; u nunca pronunciado.


☺ Não distingo as letras.
☺ Extingui todos os cargos.
☺ Não distinga as pessoas.

iv) Crer → pretérito perfeito do indicativo → cri, creste, creu...

Requerer → presente do indicativo → requeiro... / pretérito perfeito → requeri... / pretérito imperfeito do subjuntivo → requeresse.../
futuro do subjuntivo → quando eu requerer...

v) Polir → o vira u nas formas rizotônicas do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo. (eu, tu, ele, eles)
☺ Ele pule o carro todos os dias. / Tu pules o carro. / Eles pulem o carro.
Mas → nós polimos o carro. / vós polis o carro.

vi) Computar → não tem eu, tu, ele e eles no presente do indicativo nem todo o presente do subjuntivo.
Faça tudo antes que eles computem os prejuízos. ☺ calculem

vii) Reaver → segue haver, mas só existe onde haver tem a letra v. Será defectivo nas pessoas em que não houver v.
☺ Eu ainda não reouve* tudo.
Ele sempre reavê o que perde. ☺ recupera
* Não existe a forma reavi, pois reaver não segue ver.

viii) Precaver-se → Não possui formas rizotônicas e derivadas, que devem ser completadas por um dos sinônimos (acautelar-se,
prevenir-se). Embora incompleto, o verbo precaver-se é regular nas formas que possui, seguindo o modelo vender. Será oportuno lembrar
que precaver-se não é derivado nem de ver, nem de vir, sendo errôneas formas como precavejo, precavê, precaveja, precavenho,
precavenha, etc.
Ex.: presente do indicativo: nós nos precavemos, vós vos precaveis.

11. VOZES VERBAIS


Existem, fundamentalmente, três vozes verbais. Veremos a seguir.

ATIVA: SUJEITO PRATICA A AÇÃO


A aluna critica o professor.
suj. agente
PASSIVA: O SUJEITO RECEBE A AÇÃO
O professor é criticado pela aluna.
suj. Paciente

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REFLEXIVA: O SUJEITO PRATICA E RECEBE A AÇÃO
O caçador feriu - se.
suj. agente e paciente

FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA


A voz passiva pode ser: analítica, sintética ou pronominal.

VOZ PASSIVA ANALÍTICA


É aquela que apresenta a seguinte estrutura verbal:
verbo auxiliar (ser, estar, ficar) + particípio do verbo indicador da ação.

CONVERSÃO DA VOZ ATIVA EM PASSIVA


Voz ativa = A empreiteira constrói a ponte.
suj. agente V.T.D O.D.
Voz passiva analítica = A ponte é construída pela empreiteira.
suj. paciente V.auxiliar v.principal no particípio agente da passiva
A passagem da voz ativa para a passiva provoca as seguintes alterações:
• sujeito da voz ativa → passa a ser agente da passiva.
• objeto direto da ativa → passa a ser o sujeito da passiva.
• na voz passiva o verbo principal passa para o particípio (constrói / construída)
• na voz passiva, surge um verbo auxiliar do principal. Esse verbo auxiliar conserva o tempo e o modo do principal, podendo
ou não se dar a conservação da pessoa gramatical.
Assim: Nós fazemos o dever. / O dever é feito por nós.
Nós faremos o dever. / O dever será feito por nós.
Logo:
Agente da passiva → é o elemento que pratica a ação verbal quando a frase está na voz passiva.
Em geral, o agente da passiva apresenta a(s) preposições por/pelo e mais raramente de. Exemplos:
O armazém foi destruído por um incêndio.
agente da passiva
A terra era habitada de selvagens.
agente da passiva
NOTAS:
1. Na voz passiva não há objeto direto, mas pode haver objeto indireto.
Os livros foram entregues ao aluno pelo diretor.
O.I. agente da passiva

2. Se na voz ativa há uma locução verbal, na passagem para a voz passiva será acrescentado SER, SENDO ou SIDO, fazendo-se
devida concordância.
Joana acaba de interromper o meu raciocínio.
O meu raciocínio acaba de ser interrompido por Joana.
Joana estava escutando o programa.
O programa estava escutado sendo por Joana.

3. Lembre-se de que os verbos transitivos diretos possuem voz passiva, porque só eles têm objeto direto. É impossível passar verbo de
ligação, intransitivo, transitivo indireto para a voz passiva.
* Segundo alguns gramáticos, a voz passiva é permitida com os verbos (obedecer e desobedecer) que são transitivos indiretos. Ex.: O
sinal não foi obedecido pelo motorista.

4. Muita atenção, na passagem de ativa para passiva, com os pronomes pessoais:


Ela te chamou. Tu o chamaste.
Tu foste chamado por ela. Ele foi chamado por ti.

5. Se não for conhecido o agente da passiva, na conversão para a voz ativa haverá indeterminação do sujeito. Veja:
A casa foi demolida. (voz passiva analítica)
Demoliram a casa. (voz ativa)

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VOZ PASSIVA SINTÉTICA OU PRONOMINAL
Forma-se a voz passiva sintética da seguinte maneira:
Pronome apassivador SE associado a um verbo transitivo direto na 3ª pessoa.

Voz passiva pronominal Voz passiva analítica


Aluga-se uma casa → Uma casa é alugada.
V.T.D+pron.apassivador sujeito paciente sujeito loc. Verbal

Voz passiva pronominal Voz passiva analítica


Alugam-se casas → Casas são alugadas.
V.T.D+pron.apassivador sujeito paciente sujeito loc. Verbal

Observe pelos exemplos que:


• O sujeito é o mesmo, tanto na voz passiva pronominal como na passiva analítica.
• A voz passiva sintética equivale semanticamente à analítica. Sabe-se = É sabido. / Discutiram-se os problemas = os problemas
foram discutidos.

12. CORRELAÇÃO ENTRE OS TEMPOS VERBAIS


Quando se constrói uma determinada frase, os verbos que ela apresenta estabelecem entre si certas correlações, de tal forma que se
ajustem convenientemente no que se refere às variadas possibilidades de uso dos tempos e modos verbais. Observe, por exemplo, a
frase:
Se elas voltassem, eu ficaria feliz.
↑correlação ↑

O pretérito imperfeito do subjuntivo correlaciona-se ao futuro do pretérito do indicativo.


O uso da forma voltassem, que é uma hipótese, uma condição, implica o emprego da forma ficaria, que, no contexto da frase, expressa
uma possibilidade dependente da realização – ou não – do fato contido em voltassem.
A essa articulação temporal entre duas formas verbais dá-se o nome de correlação verbal.
Veja como, na frase acima, a correlação não estaria adequada se, em lugar de ficaria, usássemos, por exemplo, ficarei:
Se elas voltassem, eu ficarei feliz.
↑correlação inadequada↑

Observe que a forma ficarei estabelece correlação com outra forma do verbo voltar:
Se elas voltarem, eu ficarei feliz.
↑correlação adequada↑

O futuro do subjuntivo correlaciona-se ao futuro do presente do indicativo.

EXERCÍCIOS

1. Assinale as frases em que há erro na forma verbal:


a) ( ) Suas ideias não se adéquam à filosofia de nossa empresa
b) ( ) Eu averíguo todas as portas antes de dormir.
c) ( ) Logo que eu obter uma resposta, aviso-te.
d) ( ) As consequências teriam sido graves, se não intervíssemos.
e) ( ) Se eu rever o texto, encontrarei mais erros.
f) ( ) Se você manter acesas as luzes, gastaremos uma fortuna.
g) ( ) É preciso que você apazigue os ânimos dos dissidentes.
h) ( ) Ainda não reavi os meus documentos.
i) ( ) De onde provem essas ideias absurdas?
j) ( ) Assim que eu reaver o meu carro, vou ao Nordeste.
k) ( ) Se sobrevir um acidente, você será o culpado.
l) ( ) Lute pelos teus ideais.
m) ( ) Veja se ela te atende hoje.
n) ( ) Quando vieres a Vitória, venha à minha casa.
o) ( ) O governo interviu na empresa.

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SINTAXE
É a parte da gramática que estuda as relações que há entre as palavras no interior de uma oração e entre as orações de um período.

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO


FRASE
É qualquer enunciado provido de sentido completo.
Exemplos: Silêncio! (frase nominal) / Seguimos nosso caminho. (frase verbal)
* Observe que a presença de um verbo não é obrigatória na frase: desde que o enunciado possua sentido completo, ele será uma frase.

ORAÇÃO
É o enunciado construído em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Exemplo: As chuvas destruíram a plantação.
Sujeito predicado
LEMBRETE:
O elemento básico da oração é um verbo (ou locução verbal): não existe oração sem verbo. É importante perceber que a oração não
precisa ter sentido completo.
Em “O importante é que nossa emoção sobreviva”, temos duas orações:
1º) “O importante é”
2º) “que a nossa emoção sobreviva.”
Os enunciados acima são orações (porque possuem verbo), ainda que nenhum deles, quando isolado, possua sentido completo.
Portanto, tomadas isoladamente essas duas orações não constituem frases, já o conjunto formado por elas constitui uma frase, por ter
sentido completo.

PERÍODO
Conjunto de sentido completo, que englobe uma ou mais orações. Pode terminar por um ponto, um ponto de exclamação, um ponto de
interrogação ou reticências. O período pode ser:

a) Simples → quando formado por uma só oração. Nevou no sul. / Estou fazendo o trabalho.

b) Composto → quando formado por mais de uma oração. Todos saíram / quando deu o primeiro sinal. (1ª oração / 2ª oração)

SÍNTESE
O que caracteriza a oração é a presença de um verbo (ou de uma locução verbal). A frase é um enunciado com sentido completo,
independentemente da presença de um verbo. Portanto:
• nem toda frase é uma oração. (há frase sem verbo)
• nem toda oração é uma frase. (há oração sem sentido completo)

TERMOS DA ORAÇÃO
a) Essenciais → são as vigas-mestras da estrutura oracional.

b) Integrantes → completam o sentido da oração.

c) Acessórios → anexam dados secundários aos verbos e aos “nomes”( substantivos e adjetivos).

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XVI. SUJEITO
“É O ELEMENTO A RESPEITO DO QUAL SE DECLARA ALGUMA COISA”. Classifica-se em:

1. SIMPLES
É quando apresenta um único núcleo.
O dia está quente. / Lutar é preciso.
Os meus inimigos não me derrotarão. / Alguém pegou a minha apostila.

2. COMPOSTO
É quando apresenta mais de um núcleo.
As ruas e as praças estão vazias. / A inveja e a cobiça são próprias do ser humano.
OBS.: Quando o sujeito é expresso por mais de uma palavra, haverá sempre uma de maior importância semântica, em torno da qual
giram outras que com ela concordam ou a ela estão subordinadas. A essa palavra damos o nome de núcleo.
Sujeito
O mato crescia irregular.
Núcleo predicado

Aqueles simpáticos alunos do terceiro ano viajaram.


Núcleo predicado
sujeito

LEMBRETE:
Não é apenas o sujeito que apresenta núcleo. As demais funções sintáticas também apresentam núcleo, que será a palavra central da
função, em torno da qual poderá haver outras. Daí podermos falar em núcleo do predicado, núcleo do objeto, núcleo do complemento
nominal, núcleo do predicativo etc...

3. OCULTO OU ELÍPTICO
É o sujeito que pode ser facilmente identificado pela desinência verbal ou pelo contexto em que aparece.
Fizemos uma reflexão sobre o problema. (= nós)
Os convidados chegaram e saíram. (= os convidados) sujeito do verbo sair.

4. INDETERMINADO
É quando a informação contida no predicado refere-se a um elemento que não se pode (ou não se quer) determinar.
Falaram muito mal de você na reunião. (? Sujeito)
predicado
Acredita-se na existência de fenômenos sobrenaturais. (? Sujeito)
predicado

O sujeito será indeterminado se ocorrerem os seguintes casos:


I. O verbo está na terceira pessoa do plural e o sujeito não está expresso na oração nem pode ser determinado pelo contexto.
Ligaram para você.
predicado

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II. O verbo está na terceira pessoa do singular, seguido do índice de indeterminação do sujeito se, com os verbos transitivos
indiretos, intransitivos ou de ligação. Neste caso, as orações não admitem a passagem para a voz passiva analítica.
Precisa-se de digitadores. (VTInd.+se)
Acredita-se em horóscopo. (VTInd+se) Sujeito indeterminado (se=índice de indeterminação)=>3ª pessoa do singular
Mora-se bem aqui. (V.Intransitivo+se)
Era-se feliz. (V. ligação+se)

LEMBRETES:
A palavra se pode desempenhar várias funções na oração. É fundamental perceber que, quando ocorre a partícula apassivadora se, não
temos caso de sujeito indeterminado, e sim de sujeito expresso com o verbo na voz passiva. Para reconhecer quando a partícula se é
apassivadora, basta verificar se ocorrem duas condições:
• verbo transitivo direto + Se
• possibilidade de transformação da oração para a voz passiva analítica.
Analisou-se o processo. O processo foi analisado. / Analisou = verbo transitivo direto
se = partícula apassivadora / O processo = sujeito
Discutem-se os problemas. Os problemas são discutidos. / Discutem = verbo transitivo direto.
se = partícula apassivadora / O problema = sujeito

5. ORAÇÃO SEM SUJEITO (OU SUJEITO INEXISTENTE)


É quando a informação veiculada pelo predicado não se refere a sujeito algum, temos uma oração sem sujeito. Ocorre oração sem sujeito
com os verbos impessoais. Os principais são os seguintes.
I. Verbos que exprimem fenômenos naturais → chover, anoitecer, amanhecer, relampejar, trovejar, nevar etc.
Choveu muito no último verão. / Nevou muito na Europa no ano passado.
Se o verbo que exprime fenômeno natural for empregado em sentido figurado, então haverá sujeito:
Choveram reclamações sobre a prova. / Reclamações = sujeito
O dia amanheceu claro. / O dia = sujeito

II. Verbo Haver → no sentido de existir, realizar-se, acontecer e na indicação de tempo passado. Exemplos: Houve vários
acidentes aéreos neste ano. / Há meses que não o vejo.
Sabe-se que o sujeito faz o verbo concordar com ele. Observe, no exemplo, que houve não concorda com acidentes aéreos, porque esse
termo não é sujeito. O sujeito é inexistente, por isso que o verbo haver fica na 3ª pessoa do singular.
No exemplo anterior, a expressão acidentes aéreos exerce a função sintática de objeto direto, termo que será relembrado brevemente.

LEMBRETES:
a) O verbo haver, usado no sentido existir, deve ficar no singular porque não tem sujeito. No entanto, se você usar o próprio verbo
existir a oração terá sujeito e o verbo concordará com ele.
Exemplo: Haverá manifestações no centro. (sujeito inexistente)
Mas: Existirão manifestações no centro. (manifestações = sujeito).
b) Nas locuções verbais, o verbo haver, quando usado impessoalmente (sem sujeito), transfere a impessoalidade para o verbo
auxiliar. Exemplo:
Vai haver manifestações. / Deve haver manifestações.
Mas: Devem existir manifestações.
c) usado com sentido diferente dos citados (existir, realizar-se, acontecer e na indicação de tempo passado), o verbo haver possui
sujeito, com o qual concorda. Exemplo:
Os jogadores houveram-se bem no jogo. (= portaram-se)

III. Fazer (quando usado na indicação de tempo decorrido) → caso forme locução verbal, ele transfere a impessoalidade para o
verbo auxiliar. Exemplo:
Já fazia dois meses que eu não o via. (oração sem sujeito)
Já devia fazer dois meses que eu não o via. (oração sem sujeito)

IV. Verbo estar e ser na indicação de tempo. Exemplo: Ontem estava quente. / Era tarde lá fora.
V. Verbo ser na indicação de horas, datas e distâncias, o verbo ser é impessoal (sem sujeito) → apesar disso, ele concorda com o
número que indica a hora, a data ou a distância.
Exemplo: Daqui ao Rio são quinhentos quilômetros. / São quinze horas. / Hoje são 15 de agosto.
VI. Verbo ser na expressão narrativa. Exemplo: Era uma vez...
VII. Verbos bastar, chegar, passar em construções como as seguintes, em que aparecem seguidos da preposição de.

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Exemplos:
Basta de perguntas. / Chega de reclamações. / Passa das dez horas.

EXERCÍCIOS

1. Classifique o sujeito das orações abaixo:


a) Trata-se de um assunto sério. j) Espera-se um melhor resultado.
__________________________________________________ _________________________________________
b) Rapaz, reflita bastante. k) Não se confia em pessoas falsas.
__________________________________________________ _________________________________________
c) Pode haver dificuldades no trabalho. l) Havia mais conhecedores de Latim.
__________________________________________________ _________________________________________
d) Não se obedece aos sinais de trânsito. m) Existiam mais conhecedores de Latim.
__________________________________________________ _________________________________________
e) Não se respeitam os sinais de trânsito no Brasil. n) Podia haver mais investimento do governo na saúde.
__________________________________________________ _________________________________________
f) Mora-se mal no Brasil. o) Hoje fez muito frio.
__________________________________________________ _________________________________________
g) Foi-se mais feliz. p) Nada lhe direi sobre isso.
__________________________________________________ _________________________________________
h) Não se crê em horóscopo. q) São vinte horas.
__________________________________________________ _________________________________________
i) Comprou-se um carro
importado._________________________________________

2. Reescreva cada uma das orações seguintes, passando para o plural o termo destacado e fazendo as demais modificações
necessárias:
a. Adotou-se uma medida de emergência para com-
bater a meningite. g. Faz um mês que ele partiu.
_____________________________________________ _____________________________________________
_____________________________________________ _____________________________________________

b. Não se dispõe de meio eficiente para combater a h. Havia meio mais eficaz para ensinar.
doença. _____________________________________________
_____________________________________________ _____________________________________________
_____________________________________________
i. Devia existir meio mais eficaz para ensinar.
c. Não se obedece à lei no Brasil. _____________________________________________
_____________________________________________ _____________________________________________
_____________________________________________
j. Deve fazer um ano que não pratico esporte.
d. Localizou-se o foco do problema. _____________________________________________
_____________________________________________ _____________________________________________
_____________________________________________
k. Há de existir pessoa mais competente para o cargo.
e. Ocorreu uma ideia brilhante. _____________________________________________
_____________________________________________ _____________________________________________
_____________________________________________
l. Deve haver meio mais eficaz.
f. Faltou um aluno hoje. _____________________________________________
_____________________________________________ _____________________________________________
_____________________________________________

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XVII. PREDICAÇÃO VERBAL
Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo forma o predicado, isto é, se exige ou não complemento. Quanto à predicação, os
verbos podem ser:
VI – verbo intransitivo;
VTD – verbo transitivo direto;
VTI – verbo transitivo indireto;
VTDI – verbo transitivo direto e indireto;
VL – verbo de ligação.

1. VERBO INTRANSITIVO (VI)


São verbos de conteúdo significativo que, por terem sentido completo, não necessitam de um complemento. Exemplos: A briga acabou. /
A criança dorme.
LEMBRETES:
Muitas vezes o verbo intransitivo é acompanhado de um termo que exprime uma circunstância de tempo, modo, lugar, etc. (adjunto
adverbial), ou de um termo que exprime um atributo do sujeito (predicativo). Isso, no entanto, não tira seu caráter de verbo intransitivo.
Exemplos:
A briga acabou no estacionamento. / A criança dorme feliz.
V.I. adj.adv.de lugar V.I. pred. Do sujeito

2. VERBO TRANSITIVO DIRETO (VTD)


São verbos que exigem um complemento sem preposição obrigatória (objeto direto). Fazemos as perguntas: o que, quem após o verbo.
Obtivemos bons resultados. / Comprei alguns livros.

3. VERBO TRANSITIVO INDIRETO (VTI)


São verbos que exigem complemento com preposição obrigatória (objeto indireto).
Não gostei de sua postura. (de) / Creio em mudanças na educação. (na = em + a)

4. VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO (VTDI)


São os que requerem simultaneamente os dois complementos, um sem preposição (objeto direto) e outro com preposição obrigatória
(objeto indireto).
Não devia um tostão a ninguém. / Ofereceram propina ao deputado.
O.D. O.I. O.D. O.I.

5. VERBO DE LIGAÇÃO (VL)


São verbos que exprimem estado ou mudança de estado e servem como elemento de ligação entre o sujeito e seu atributo (predicativo
do sujeito).
Verbos de ligação: ser; estar; ficar; andar; continuar; permanecer; parecer; tornar-se; virar (= transformar-se)
é
parece
está
Nossa turma ficou agitada
Sujeito permanece predicativo do sujeito
anda
tornou-se
continua

* É importante notar que a classificação de um verbo quanto à predicação depende do contexto e do sentido que o verbo
apresenta na oração. Veja:
Estamos satisfeitos. (VL) / Estamos na sala. (VI) / O professor virou uma fera. (VL)
O aluno virou a mesa. (VTD) / Como fruta diariamente. (VTD) / Como pouco. (VI)
* Os pronomes oblíquos o, a, os , as e suas variações (no, nos, na, nas, lo, la, los, las) funcionam sempre como objetos diretos.
* O pronome lhe(s) sempre funcionam como objeto indireto.
* Os pronomes me, te, se, nos, vos podem exercer a função de objeto direto ou indireto, dependendo da transitividade do verbo.
Exemplos:
Amo a minha profissão. / Amo-a. (O.D.) / Cumprimentei as alunas. / Cumprimentei-as. (O.D.)
Obedeço aos deveres do cidadão. / Obedeço-lhes. (O.I.) / Convidou-me para a festa. (O.D.)
Tu não me obedeces. (O.I.) / Admiro-te. (O.D.) / Contaram-te a verdade. (O.I.)

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EXERCÍCIOS
1. Use o ou lhe:
a. O filho nunca obedeceu. e. Não visitarei.
b. Nós criticamos. f. Conheço muito bem.
c. Cumprimentaram pela vitória obtida. g. Cristina adoraria namorar .
d. Fiquei chocado, quando vi. h. Contaram a verdade.

2. Assinale a alternativa que NÃO pode ser usada para completar a frase abaixo: O governo não respeita.
a) nos d) lhe
b) te e) me
c) os

PREDICADO
Predicado é aquilo o que se informa a respeito do sujeito, quando ele existe. A seguir, estão os tipos de predicado:

1. VERBAL
É aquele cujo núcleo é o próprio verbo - transitivo ou intransitivo. Indica AÇÃO:
VI VTD
O homem aprende diariamente. Encontrei a solução.
Sujeito predicado verbal predicado verbal

VTI VTDI
Pense mais em você. Ofereci ajuda ao aluno.
predicado verbal predicado verbal

2. NOMINAL
É aquele constituído de verbo de ligação + predicativo do sujeito. Indica ESTADO ou QUALIDADE.
• Verbos de Ligação → ser, estar, ficar, andar, parecer, permanecer, tornar-se, continuar, virar (=transformar-se).
• Predicativo do Sujeito → termo da oração que se relaciona ao sujeito da oração atribuindo uma qualidade, estado ou
característica.

LEMBRETE:
Lembre-se de que a predicação não é fixa. Alguns dos verbos apresentados como de ligação podem vir a ser classificados como
intransitivos ou transitivos. Tudo dependerá do contexto.
Compare:

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3. VERBO NOMINAL
É um predicado misto, em que a informação se concentra em dois elementos: no verbo significativo (transitivo ou intransitivo) e no
predicativo (do sujeito ou do objeto). Desta forma, o predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo e o predicativo. Indica ação
+ estado ou ação + qualidade.
Apresenta as seguintes constituições:
a) VI + predicativo do sujeito

b) VTD + predicativo do sujeito ou do objeto

c) VTI + predicativo do sujeito

d) VTI + predicativo do objeto

LEMBRETES:
• O predicativo do objeto refere-se “quase sempre” ao objeto direto. O último caso apresentado (predicativo do objeto indireto -
com o verbo chamar) é uma exceção.
• O predicativo do sujeito pode aparecer repetido, representado por um pronome demonstrativo. Neste caso, será denominado de
predicativo do sujeito pleonástico.
Exemplo: Inteligente, nunca o fui.

XVIII. OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, AGENTE DA PASSIVA E


COMPLEMENTO NOMINAL
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo direto, sem auxílio da preposição. Fazemos as
perguntas: o que, quem depois do verbo.
Esperamos a vitória. Não preservamos a mata atlântica.
VTD O.D. VTD O.D.
Esperamos o quê? Preservamos o quê?
• Ocasionalmente, o objeto direto pode vir precedido de preposição, não exigida obrigatoriamente pelo verbo. A esse tipo
particular de objeto direto dá-se o nome de objeto direto preposicionado.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO


Ocorre nos seguintes casos:
I.a) Para evitar ambiguidade
Matou o leão o caçador.

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A frase não nos indica qual o praticante da ação verbal e qual o paciente. A preposição A é obrigatória, para que se evidenciem o sujeito
e o objeto direto.

Vence o mal ao bem.

I.b) Quando o objeto direto precede o verbo


Ao ingrato, não o sirvo. / Aos maus, não os temo. / A Abel matou Caim.

I.c) Quando a preposição dá ideia partitiva


Comerás do pão. / Dessa água não beberei.

I.d) Quando a preposição é elemento de realce


Sacou do revólver. / Pegou de uma faca. / Cumprir com o dever.

I.e) Quando o objeto direto é o pronome “quem”


A quem procuras? / É este a quem procuras convencer? / A quem amo?

I.f) Quando o objeto direto é um pronome de tratamento


Eu já tive a honra cumprimentar a V. Exª.
Deus guarde a Vossa Mercê por dilatados anos.

I.g) Quando o objeto direto é um pronome pessoal do caso oblíquo ou do caso reto
Vi a ti e tu não viste a mim. / Nem ele entende a nós, nem nós a ele.

I.h) Quando o verbo é transitivo direto empregado impessoalmente com a partícula SE


Admira-se a Vieira. / Adora-se a Deus.

I.i) Quando o objeto direto indicar pessoa


Judas vendeu a Cristo por 30 dinheiros. / Estimo a meus pais.

OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO

Um objeto direto pode vir repetido, por necessidade de ênfase. Essa reiteração recebe o nome de “pleonasmo”, e pode ocorrer com
outras funções sintáticas. Exemplos de objetos diretos pleonásticos:
Aos ministros, todos os adoram. As lembranças, guardo-as aqui.
O.D. O.D. Pleonástico O.D. O.D. Pleonástico

2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo indireto, sempre e obrigatoriamente com auxílio de
uma preposição.
Gosto de música. Eu me referi a seu irmão. Não confiamos em horóscopo.
V.T.I. O.I. V.T.I. O.I. V.T.I. O.I.

OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO


O objeto indireto, à semelhança do direto, também pode vir repetido na oração Exemplos: Devotei-TE, A TI, a máxima estima. / A MIM,
não ME obedecem mais.

PRONOMES OBLÍQUOS NA FUNÇÃO DE OBJETO


1. Os pronomes oblíquos o, a, os, as – e variantes lo(s), la(s), na(s), no(s) – são sempre objetos diretos. Exemplo:

Vi o acidente. → Vi-o.
V.T.I. O.D. O.D.

II.a) Variações de o, a

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a) Verbos terminados em som oral → usa-se o (s), a (s).
Encontrei a aluna. → Encontrei-a.
V.T.D. O.D. O.D.

b) Verbos terminados em som nasal → usa-se no(s), na(s).


Encontraram os documentos. → Encontraram-nos.
V.T.D. O.D. O.D.
Põe os livros sobre a mesa. → Põe-nos.
V.T.D. O.D. O.D.
Dão a notícia. → Dão-na.
V.T.D. O.D. O.D.

c) Verbos terminados em R, S, Z → elimina-os e usa-se lo(s), la(s).


Vou pegar as pastas. → Vou pegá-las.
V.T.D. O.D. O.D
Vimos a batida. → Vimo-la.
V.T.D. O.D. O.D
Fiz os exercícios. → Fi-los.
V.T.D. O.D. O.D

2. Os pronomes lhe, lhes funcionam como objetos indiretos.


Eu lhe entreguei os documentos. Eu lhe perdoo.
O.I. O.I.

3. Os outros pronomes oblíquos (me, te, se, nos, vos) podem ser objeto direto ou objeto indireto, dependendo do verbo ao qual
estão relacionados.
Para perceber com mais facilidade se, em determinada oração, um desses pronomes é objeto direto ou indireto, substitua o pronome por
um substantivo masculino (carro, João, lápis, livro, etc...). Se antes do substantivo não houver preposição, o pronome oblíquo estará
funcionando como objeto direto, se antes do substantivo houver preposição, então o pronome será objeto indireto. Exemplos:

O professor não me conhece. (me: objeto direto ou indireto?)


Trocando: O professor não conhece Carlos.
V.T.D. O.D.
Portanto, na oração dada, o me é objeto direto.
A proposta me interessa. (me: objeto direto ou indireto?)
Trocando: A proposta interessa a Carlos.
V.T.I. O.I.

Portanto, na oração dada, o me é objeto indireto.

3. AGENTE DA PASSIVA
Conforme aprendemos em vozes verbais, o agente da passiva é um termo que só existe em frases que se encontram na voz passiva, ou
seja, quando o sujeito sofre/recebe a ação verbal. Em geral, apresenta as preposições por/pelo e mais raramente de. O agente da
passiva é sempre o sujeito da voz ativa. Veja:
O armazém foi destruído pelo incêndio.
Agente da passiva

Voz passiva → o armazém (sujeito) recebe a ação verbal.


Voz ativa → O incêndio destruiu o armazém.
Sujeito
A terra era habitada de selvagens.
Agente da passiva
Voz passiva → a terra (sujeito) sofre a ação verbal.
Voz ativa → Selvagens povoavam a terra.
Sujeito

4. COMPLEMENTO NOMINAL
É o termo que completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) sempre regido por preposição. Veja:

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Temos crença em Deus. / Esse remédio é prejudicial ao organismo. / Estamos longe da cidade.
subst. C.N. Adjetivo C.N. adv. C.N.

O complemento nominal pode ainda ser representado por um pronome pessoal oblíquo. Neste caso, a preposição está implícita no
pronome. Veja:
Aquele remédio nos era prejudicial. = Aquele remédio era prejudicial a nós.
C.N. adjetivo C.N.
O complemento nominal tem algumas características que o torna inconfundível.

1º) É sempre preposicionado → liga-se a um substantivo, a um adjetivo, a um advérbio.


O quarto está cheio DE pernilongos.
Adjetivo C.N.
Agiu contrariamente ÀS normas.
Advérbio C.N.
O amor A Deus é necessário.
subst. C.N.

2º) A palavra que o exige JAMAIS é o verbo → nisso está, aliás, o que distingue o complemento nominal do objeto indireto. Objeto
indireto é complemento de verbo, complemento nominal é complemento de nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).
Temos crença em dias melhores. Confio em você.
Subst. C.N. V.T.I. O.I.
Creio em dias melhores. Tenho confiança em você.
V.T.I. O.I. Subst. C.N.

EXERCÍCIOS
1. Classifique os objetos em negrito, seguindo o código: [ 1 ] objeto direto [ 2 ] objeto indireto
a) Os nativos me [ ] estimavam. j) Não vos [ ] aconteceu nada?
b) Os nativos me [ ] perdoaram. k) Há muito tempo não o [ ] via.
c) Ela te [ ] ama. l) Ousa desobedecer-lhes [ ].
d) Ela te [ ] confessará os pecados. m) Caracteriza-te [ ] a lealdade.
e) Os namorados se [ ] beijavam. n) Estas malas pertencem-nos [ ].
f) Beatriz se [ ] dá muita importância. o) Não te [ ] convém esta proposta?
g) Deus nos [ ] livre de todo o mal. p) Você já me [ ] agradeceu?
h) Ainda não nos [ ] pagaram. q) Imploravam-nos [ ] perdão.
i) Convido-vos [ ] para a festa.

2. Passe a frase completa da voz ativa para a forma passiva analítica e destaque o agente da passiva.
a) Eu te adoro. ___________________________________________
b) Quem vos viu. ___________________________________________
c) Eu a amara. ___________________________________________
d) O juiz estava analisando o processo.___________________________________________

3. Passe a frase da voz passiva para a ativa.


a) Um bom programa estava sendo escutado por Cláudio.___________________________________________
b) Os livros seriam analisados por mim. ___________________________________________

4. Passe as frases abaixo da voz passiva analítica para a sintética. Exemplo:


O texto fora analisado. / Analisara-se o texto.
a) O livro era lido com dedicação.___________________________________________
b) Não foram admitidas todas as respostas.___________________________________________
c) Não são pesquisadas as doenças.___________________________________________

XIX. ADJUNTO ADNOMINAL, ADJUNTO ADVERBIAL, PREDICATIVO, APOSTO


E VOCATIVO
1. ADJUNTO ADNOMINAL
É o termo acessório da oração que restringe, qualificando ou determinando a significação de um substantivo. Pode ser expresso:

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a) Por um artigo (definido ou indefinido)
A confusão está formada. Uma análise é urgente.

b) Por um adjetivo
O aluno aplicado passa no concurso.

c) Por um pronome adjetivo


Teu carro foi roubado. (= possessivo)
Algumas fases são difíceis na vida. (= indefinido)
Aquele caso está encerrado. (= demonstrativo)
Qual carro você comprou? (= interrogativo)
Eis o aluno cujo livro desapareceu. (= relativo)

d) Por um numeral adjetivo


Li os dois livros rapidamente.

e) Por uma locução adjetiva (preposição + substantivo), indicando posse, origem, matéria, semelhança, qualidade.
O carro de Paulo foi encontrado. (= posse) Ele tem cara de porco. (= semelhança)
Ganhou um anel de brilhante. (= matéria) É um rapaz sem educação. (= qualidade)
A água da fonte é saudável. (= origem)

NOTA IMPORTANTE:
Os pronomes oblíquos me, te, lhe (s), nos e vos, quando na função de possessivos, são classificados como adjuntos adnominais.
Pisou-me o pé. (me = meu) / Quebrei-lhe a cara. (lhe = sua) / Tirou-nos a alegria. (nos = nossa)

COMO DISTINGUIR O ADJUNTO ADNOMINAL DO COMPLEMENTO NOMINAL?


Quando o adjunto adnominal vem introduzido por preposição (locução adjetiva), pode ser confundi- do com o complemento nominal. Veja
os exemplos.
Amor de mãe. / Amor à mãe .
adj. adn. C.N.
Para que não haja erros, observe o seguinte:
• Se o termo introduzido por preposição estiver ligado a adjetivo ou advérbio, será, sem dúvida alguma, complemento nominal.
Era favorável ao divórcio. / Depôs favoravelmente ao réu.
Adjetivo C.N. advérbio C.N.

• Se o termo introduzido por preposição estiver ligado a substantivo, será:


a) adjunto adnominal → quando tiver sentido ativo. Exemplos:
A resposta do aluno foi satisfatória. (o aluno deu a resposta : sentido ativo)
adj. adn.
A construção do engenheiro foi concluída. (o engenheiro construiu : sentido ativo)
adj. adn.

b) complemento nominal → quando tiver sentido passivo. Exemplos:


A resposta ao aluno foi satisfatória. (a resposta foi dada ao aluno : sentido passivo)
C.N.
A crítica do técnico aos jogadores tinha fundamento. (O técnico fez a crítica: sentido ativo – a crítica foi feita aos jogadores: sentido
passivo) adj. adn. C.N.

A construção da ponte foi elogiada. (a ponte foi construída: sentido passivo)


C.N.

2. ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica circunstância. O adjunto adverbial pode se referir ao verbo, ao adjetivo ou ao próprio advérbio.
Os principais adjuntos adverbiais expressam circunstâncias de:

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AFIRMAÇÃO
Sim, eles discutiram. / Ele certamente sofreu.

LUGAR
Onde moras? / Moro em Vitória. / Irei ao banco.

NEGAÇÃO
Eles não apoiarão seu projeto.

ASSUNTO
Discutíamos sobre globalização. / Os mutuários falavam a respeito do aumento injusto.

MODO
Ele examinou com cuidado a questão. / Saí apressadamente. / Saí de mansinho.

CAUSA
Tremia de frio. / Choras de fome?

DÚVIDA
Talvez viajaremos! / Quiçá chova!

CONCESSÃO
Apesar da chuva, sairemos.

INTENSIDADE
Você fala muito. / Saio pouco. / Elas são bastante questionadoras.

COMPANHIA
Dancei com Layla. / Você vagará conosco?

CONFORMIDADE
Tudo saiu conforme o combinado.

MATÉRIA
A casa é feita de cimento.

CONDIÇÃO
Só sairão com a minha licença.

MEIO
Viajei de trem.

FIM
Preparou-se para a festa.

PREÇO
O livro custou vinte reais.

TEMPO
Sempre vou ao cinema. / Durante as férias, viajei. / Ontem choveu.

INSTRUMENTO
Cortei o dedo com a faca. / Feriu-se com o estilete.

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NOTAS IMPORTANTES:
O adjunto adverbial é invariável, ou seja, não se flexiona em gênero ou número. A única exceção é TODO, usado como advérbio, no
sentido de “completamente”. Exemplo:
Ele molhou-se todo. Ela molhou-se toda.

• Compare os exemplos abaixo:


Havia bastantes dúvidas.
Comi muitos mamões.
Observe que bastantes e muitos referem-se a substantivos (dúvidas e mamões) quantificando-os.
Conclui-se que funcionam como adjuntos adnominais portanto, variáveis.
Mas: Elas estão bastante nervosas.
Observe que bastante refere-se a um adjetivo (nervosas) intensificando-o. Conclui-se que funciona como adjunto adverbial portanto,
invariável.

3. PREDICATIVO
Termo que, através de um verbo de ligação, relaciona-se ao sujeito ou ao objeto da oração, atribuindo- lhes uma qualidade ou estado.
Exemplo:
A viagem foi monótona.
Sujeito V.L. pred. do suj.
É conveniente notar o seguinte em relação ao predicativo:

1. Às vezes, o verbo de ligação pode estar oculto na oração. Exemplo:

Os alunos concluíram a prova exaustos.


Sujeito (estavam) pred. do suj.
2. Quando se trata de predicativo do objeto é necessário um pouco mais de cuidado, visto que a estrutura da oração não mostra
claramente o verbo de ligação. Exemplo:
A vitória tornou famoso o piloto.
Sujeito V.T.D pred.do obj. O.D.
Equivale a:
A vitória fez o piloto ficar famoso.
Sujeito V.T.D O.D. pred.do obj.

3. Cuidado para não confundir o adjunto adnominal com o predicativo. Se isso ocorrer, use o seguinte critério:
• Se o termo exprimir característica nova, casual do nome, ele será predicativo.
• Se o termo exprimir característica constante do nome, ele será adjunto adnominal. Compare:

a) O homem nervoso saiu.


Sujeito adjunto adnominal
b) O homem saiu nervoso.
Sujeito predicativo
Em a, entende-se que “nervoso” é uma característica constante. Já em b, “nervoso” é uma característica casual.

4. APOSTO
É a expressão que, referindo-se a outra, explica-a ou resume-a. Há diversos tipos de aposto:

I. APOSTO EXPLICATIVO
Jânio Quadros, Presidente da República, escreveu um livro de Português. (aposto do sujeito) Muito devemos a Gutenberg, o inventor da
imprensa. (aposto do objeto indireto)

II. APOSTO ENUMERATIVO


Apresento-lhe duas grandes amigas: Leila e Maria. Foram as duas, a loira e a morena.

III. APOSTO DISTRIBUTIVO


Gonçalves Dias e José de Alencar são grandes escritores, este na prosa e aquele na poesia. Comprou duas casas novas: uma na capital
e outra numa praia sossegada.

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IV. APOSTO RESUMIDOR
Reclamações, tristezas, dores nas costas, dificuldades, nada me impedirá de terminar este trabalho. Marieta, Marly, Augusta, ninguém
conseguiu convencê-lo do contrário.

V. APOSTO ESPECIFICATIVO (NOME PRÓPRIO ESPECIFICA NOME COMUM)


Comprei esta gravata na Loja Dez Irmãos. O poeta Castro Alves foi ferido. O professor Ricardo programou o curso de Português. A
cidade de Curitiba cresce assustadoramente.

OBS.:
1. A vírgula é o sinal de pontuação mais comum que separa o aposto do termo a que se refere: Iracema, a virgem dos lábios de
mel, tinha cabelos longos.
Mas também podem separar o aposto...
• o travessão: Uma palavra – dinheiro – fazia Patinhas cantar.
• os parênteses: Duas de minhas alunas (Gabriela e Viviane) visitaram, ontem, o Passeio Público.
• e os dois pontos: Comprou -lhe dois preciosos presentes: um elástico e uma bala de banana.

2. Há casos em que o aposto se antepõe à expressão a que se refere:


Grande jogador brasileiro, Pelé jamais será esquecido.
Mártir da Inconfidência, Tiradentes teve morte por enforcamento.

5. VOCATIVO
O vocativo é um termo isolado dentro da oração. Não faz parte do sujeito nem do predicado. E, por ser um termo isolado, o vocativo não
é classificado como termo essencial, integrante ou acessório.
Sua função é chamar ou interpelar o ouvinte. Deve ser sempre separado por vírgula(s) e pode vir antecedido da interjeição Ó.
Ó meu Deus, dai - me forças!
vocativo
“Pai, afasta de mim este cálice.”(Chico Buarque)
vocativo
“Gosto muito de você, leãozinho.” (Caetano Veloso)
vocativo
Alunos, dirijam - se à secretaria.
vocativo
EXERCÍCIOS

1. Classifique sintaticamente os termos em negrito e explique a diferença de sentido entre eles em cada módulo.

a) O guarda observava, da praça, todo o movimento.__________________________________________


b) O guarda da praça observava todo o movimento.___________________________________________
c) O guarda observava todo o movimento da praça.___________________________________________
d) O homem irritado chegou a casa._______________________________________________________
e) O homem chegou a casa irritado._______________________________________________________
f) O tenista saiu apressadamente da quadra.________________________________________________
g) O tenista saiu apressado da quadra._____________________________________________________

2. Classifique sintaticamente os termos em destaque:


a. Ele necessita de ajuda. m. A mulher do réu chorava.
b. Ele tem necessidade de ajuda. n. Ele foi morto pelo réu.
c. Conheço poucas cidades do Brasil. o. Ele era réu.
d. O relógio de ouro foi roubado. p. A porta de alumínio é fraca.
e. Fiz de ouro o relógio. q. Sou apaixonada por ameixa.
f. O relógio é de ouro. r. Motorista, dirija com cuidado.
g. Não há diamante nesta região. s. Sua atitude foi muito racional.
h. Não existe diamante neste região. t. Há muito corrupto no Brasil.
i. Viajarei a Paris. u. Pedro II, imperador do Brasil, morreu no exílio.
j. Farei uma viagem a Paris. v. Abriu a porta com chave.
k. Falava sobre Paris. w. O carro custou 20 mil reais.
l. Sou favorável à pena de Morte. x. As casas Bahia cresceram assustadoramente.

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3. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante e o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhou
no céu da Pátria nesse instante.
(Osório Duque Estrada)
Em relação ao fragmento do Hino Nacional Brasileiro, caracterize as alternativas em (V) Verdadeiro e (F) Falso e marque, abaixo, a opção
correta.
[ ] O brado retumbante de um povo heroico foi ouvido pelas margens do Ipiranga no instante em que, no céu da Pátria, o sol da liberdade
brilhava em raios fúlgidos.
[ ] Às margens plácidas do Ipiranga, um povo heroico ouviu o brado retumbante e no céu da Pátria, nesse instante, brilhou o sol da
liberdade em raios fúlgidos.
[ ] As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico, no instante em que o sol da liberdade, em raios
fúlgidos, brilhou no céu da Pátria.
[ ] Ouviram o brado retumbante de um povo heroico as margens plácidas do (Ipiranga, quando brilhou o céu da Pátria com os raios
fúlgidos do sol da liberdade.
[ ] No momento em que o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhou no céu da Pátria, as margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado
retumbante de um povo heroico.
a) V, V, F, F, V.
b) V, F, V, F, V.
c) V, F, V, F, F.
d) F, V, F, V, F.
e) F, F, V, F, V.

PERÍODO COMPOSTO
Como vimos, período é a frase organizada em uma ou mais orações. Dependendo do número de orações que o compõe, o período pode
ser simples ou composto.

• Simples → é o período de uma só oração, organizado em torno de um verbo ou de uma locução verbal. A
oração que forma um período simples recebe o nome de oração absoluta. “Minha vida era um palco iluminado,”
Amanhã poderá chover.

• Composto → é aquele formado por mais de uma oração. Exemplo: Quem semeia ventos colhe tempestade.
1ª = Quem semeia ventos
2ª = Colhe tempestade.

O período composto pode ser estruturado de dois modos, conforme a natureza das orações que o compõe: a) apenas com orações
independentes; b) com oração principal e oração (ões) subordinada(s). Daí a classificação de período composto.

a) por coordenação: (formado de orações independentes)


• Abro o livro / e começo a estudar.

b) por subordinação: (formado de oração principal mais oração(ões) dependente(s) Ela disse / que me amava.
Fique claro também que pode haver período misto, composto por coordenação e subordinação: Ela veio aqui e trouxe o livro que pedi.
Ela veio → oração coordenada assindética
E trouxe o livro → oração coordenada sindética aditiva
Que pedi → oração subordinada adjetiva restritiva.
OBS.: Observe que a segunda oração tem dupla função: é coordenada em relação a primeira e, ao mesmo tempo, principal da terceira.

XX. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO


É aquele constituído por duas ou mais orações independentes quanto às funções sintáticas. As orações independentes que formam o
período por coordenação são chamadas de orações coordenadas. Essas, por sua vez, podem ser assindéticas ou sindéticas.

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1. ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS:
São orações coordenadas por mera justaposição (sem conjunção), separadas por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos.
Matamos o tempo, / o tempo nos enterra. Não zombes dele: / está apaixonado.
OBS.: Numa série de coordenadas, a primeira se diz apenas COORDENADA (sindética ou assindética). A Nomenclatura Gramatical
Brasileira não lhe fixa nenhum nome especial.

2. 2. ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS


São aquelas que se introduzem por uma conjunção coordenativa. Subdividem-se em cinco tipos, dependendo da relação de sentido que
estabelecem no período.

a) ADITIVAS → quando expressam adição. Eis as principais:


E
NEM
QUE
(NÃO SÓ)...................MAS TAMBÉM Um termo em cada oração.
NÃO SOMENTE........MAS TAMBÉM
NÃO APENAS............MAS AINDA
TAMPOUCO
Exemplos:
Ele estuda / E trabalha.
Eu não chorava / Nem respondia nada. Ele não só trabalha / Mas também estuda. Fala / que fala.
OBS.:
1. A conjunção “E” pode ter valor adversativo: É rico, / E (= MAS) não paga as suas dívidas. Deitei-me, / E ( = MAS) não pude adormecer.
2. A conjunção “QUE” será aditiva quando estiver entre verbos repetidos: Estuda / QUE estuda.
Trabalha / QUE trabalha.

b) ADVERSATIVAS → quando ligam orações que estabelecem oposição, contraste, compensação, ressalva. Eis as principais:
MAS ENTRETANTO PORÉM NO ENTANTO
SENÃO TODAVIA CONTUDO NÃO OBSTANTE
Exemplos:
Dobramos, / CONTUDO não quebramos.
Não aprendemos para a escola, / SENÃO para a vida.

c) ALTERNATIVAS → quando ligam orações que estabelecem exclusão, alternância. Eis as principais:
OU OU...OU QUER ...QUER
ORA ....ORA JÁ....JÁ SEJA...SEJA.
Exemplos:
Vençamos / OU percamos com honra. ORA ri/, ORA chora.
NEM saiu /, NEM entrou.

d) EXPLICATIVAS → quando começam orações que explicam a razão de ser do que se diz na oração a que se ligam. Eis as principais:
PORQUE POIS (antes o verbo da oração em que se encontra)
PORQUANTO QUE (=porque)
OBS.: Que será conjunção explicativa quando o verbo da oração anterior estiver no modo imperativo.
Exemplo:
Venha imediatamente /, pois sua presença é indispensável.
Não mintas /, que é pior.

e) CONCLUSIVAS → quando ligam orações que encerram uma conclusão. Eis as principais: LOGO
POR ISSO PORTANTO
POR CONSEGUINTE POIS (após o verbo da oração em que se encontra)
Exemplos:
Ela estudou neste colégio, / POR ISSO passou em primeiro lugar.
Estudou, / PORTANTO aprendeu.
Os bandeirantes dilataram os horizontes da pátria, / rendamos glória, POIS, aos intrépidos desbravadores do sertão.

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EXERCÍCIOS

1. Nos itens abaixo, reúna cada par de orações em um único período, usando uma conjunção coordenativa adequada que torne mais
clara a relação de sentido que se estabelece entre elas. Indique qual é essa relação.
a) O Brasil é um país de grandes riquezas. O padrão de vida de seu povo é um dos mais baixos do mundo.
__________________________________________________________________________________________
Relação de: ______________________________

b)Vá em frente. Irei depois. ____________________________________________________________________


Relação de: ______________________________

c) O dia está agradável. Devemos aproveitá-lo. ___________________________________________________


Relação de: ______________________________

d)A caminhada é muito longa. Vamos partir bem cedo.______________________________________________


Relação de: ______________________________

e) As condições de trabalho eram adequadas. O salário era muito baixo.________________________________


Relação de: ______________________________

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO → SÍNTESE


É aquele constituído de orações que denotam entre si relação de dependência. Haverá sempre uma oração principal acompanhada de
outra ou outras ditas orações subordinadas.

ORAÇÃO PRINCIPAL
É aquela que se subordina a outra oração. “Principal” é termo relativo: uma oração é principal em relação a sua(s) subordinada(s).

ORAÇÃO SUBORDINADA
É a que depende de outra (dita principal) e lhe completa ou lhe amplia o sentido. Onde há oração subordinada há também uma principal.
Veja: Preciso / de que todos participem.
Temos duas orações:
1ª → Preciso (oração principal)
2ª → de que você participe. (oração subordinada).

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS


De acordo com a função sintática que exerça, a oração subordinada pode ser adverbial, adjetiva ou substantiva.

1ª) Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto adverbial da respectiva oração principal. Exemplo:
Chegamos à noitinha. Chegamos / quando anoitecia.
Adj. adver. Oração subordinada adverbial

2ª) Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas têm função de adjunto adnominal. Exemplo:
O aluno estudioso passa. O aluno / que estuda / passa.
Adj. adn. Oração subor. adjetiva

2ª) Substantivas
As orações subordinadas substantivas exercem as funções próprias do substantivo (sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, aposto). Exemplo:
Preciso de sua participação. Preciso de que você participe.
Objeto indireto Oração subordinada substantiva

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XXI. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função sintática de adjunto adverbial, função própria do advérbio.
Observe:
I. Saímos tarde. (Advérbio de tempo)
II. Saímos quando era tarde. (Oração subordinada adverbial temporal)
No exemplo I, o advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto adverbial. Já no exemplo II, a função sintática de adjunto adverbial
não é mais exercida por um advérbio, mas por uma oração equivalente: quando era tarde. A essa oração, que exerce a função sintática
de adjunto adverbial, dá-se o nome de oração subordinada adverbial.
As orações subordinadas adverbiais são introduzidas por conjunções subordinativas, exceto as integrantes, que, como vimos, iniciam as
orações subordinadas substantivas.
As orações adverbiais podem ser:
1. Causais 4. Conformativas 7. Temporais
2. Concessivas 5. Consecutivas 8. Finais
3. Condicionais 6. Comparativas 9. Proporcionais

1. CAUSAIS
Exprimem a causa, o motivo do fato expresso na oração principal. Exemplo: Não viajamos porque estava chovendo.
Visto que és capaz, serás promovido.
• Principais conjunções e locuções conjuntivas causais:

porque - porquanto - já que - uma vez que


que - como (iniciando período= porque) – desde que – visto que

2. CONCESSIVAS
Indicam que um obstáculo (real ou suposto) não impedirá ou modificará, de modo algum, a declaração da oração principal. Exemplos:
EMBORA chovesse, / foi ao teatro.
Continuou o trabalho, / AINDA QUE estivesse exausto.
• Principais conjunções e locuções conjuntivas concessivas:

Embora Não obstante Se bem que Apesar de que Malgrado


Que Ainda que Por mais que Mesmo que
Conquanto Posto que Por menos que A despeito de que

3. CONDICIONAIS
Exprimem condição ou hipótese. Exemplos:
SE eu pudesse, / iria à Espanha.
Irei, / CASO não chova.
Tivesse eu dinheiro, / conheceria o mundo.

• Principais conjunções e locuções conjuntivas condicionais:

Se Contando que A menos que A não ser que


Que Sem que Dado que Exceto se
Caso Uma vez que Desde que Salvo se

4. COMPARATIVAS
Servem para esclarecer um pensamento mostrando a semelhança, a igualdade (ou desigualdade). Exemplos:
Os indiferentes são piores / (DO) QUE os maus.
Trabalho / COMO um escravo.
A preguiça gasta a vida / COMO a ferrugem consome o ferro.
OBS.:

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1. Note que o verbo da oração comparativa frequentemente está elíptico:
O som é menos veloz / QUE a luz (é).
2. Nas comparativas de superioridade e inferioridade o termo “do” pode ser extraído sem prejuízo semântico ou gramatical.
Ela é mais simpática (do) que a irmã.
• Conjunções Comparativas:

Como (tal)...qual (mais)...do que


Que (tão)...como (menos)...do que

5. CONSECUTIVAS
Exprime circunstância de consequência (resultado ou efeito de uma ação qualquer).
Choveu tanto que o jogo foi suspenso.
or. Principal or. subor. adv. consecutiva

• Oração principal: Choveu tanto


• Oração subord. Adv. Consecutiva: que o jogo foi suspenso.
A principal conjunção consecutiva é que, precedido de um termo intensificador: tão, tal, tanto, tamanho.

• Conjunções consecutivas:

Tão que Tamanho que De modo que


Tal que Sem que De maneira que
Tanto que De forma que De sorte que

6. CONFORMATIVAS
Exprime circunstância de conformidade, isto é, de acordo, de adequação, de não-contradição.

Choveu conforme era previsto.


oração principal oração subor.adv. conformativa

As principais conjunções conformativas são: conforme, segundo, consoante, como.

7. FINAIS
Exprime circunstâncias de finalidade. Entende-se por finalidade o objetivo, destinação de um fato.
Os lavradores esperam a chuva a fim de que não perdessem a colheita.
or. Principal or. subor. adv. final
As principais conjunções finais são: a fim de que, para que, que.

8. PROPORCIONAIS
Exprime circunstância de proporção. Entenda-se por proporção a relação existente entre duas coisas, de modo que qualquer alteração
em uma delas implique alteração na outra.
À medida que a civilização progride , o romantismo se extingue.
oração subor. adv. proporcional oração principal

As principais conjunções proporcionais são: à proporção de, à medida que, quanto mais, quanto menos.

9. TEMPORAIS
Exprime circunstância de tempo.
Choveu quando eram dez horas.
oração principal oração subor. adv. temporal

As principais conjunções temporais são: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal.

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EXERCÍCIOS
1. Nos períodos abaixo, indique a relação estabelecida pelos conectivos destacados:
a) Se tudo correr bem, os resultados serão melhores. j) Eles poderão competir, desde que obedeçam aos
b) Os retirantes invadiram o supermercado porque estavam regulamentos.
famintos. k) Desde que ele está doente, é melhor interná-lo em um
c) O dia estava tão quente que poucas pessoas saíram às ruas. hospital.
d) Ainda era cedo, mesmo assim iniciamos os trabalhos. l) Ele sempre se portou como um rei.
e) Ficou lá para que não o enganassem. m) Como estava doente, faltou aula.
f) Já que tudo está resolvido, você pode ir. n) Tudo foi feito como pedimos.
g) Fomos chamados, assim que a situação piorou. o) Comportaram-se tão mal que foram expulsos.
h) Como se vê, a pesquisa dele é muito importante. p) Foram expulsos uma vez que portaram-se mal.
i) Desde que ele partiu, os filhos vivem com a avó. q) À medida que falava, ficava rouco.

XXII. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


No período simples abaixo, observe o termo destacado, sua classe gramatical e sua função sintática:
Admiramos os alunos estudiosos classe : adjetivo (característica do substantivo)
Substantivo função : adjunto adnomial (especificador do substantivo)

Trocando o termo estudiosos por uma oração de sentido equivalente, teremos um período composto. Veja:
Admiramos os alunos que estudam. equivalente a um adjetivo
Substantivo função : adjunto adnominal

Comparando o período composto com o período simples inicial, pode-se concluir que a oração que estudam exerce a mesma função da
palavra estudiosos. Portanto, essa oração:
– é um termo (adjunto adnominal) da outra oração. Toda oração que funciona como termo de outra chama-se subordinada;
– está caracterizando o substantivo alunos (alunos estudiosos = alunos que estudam), ou seja, ela é uma oração que está no lugar do
adjetivo, por isso recebe o nome de adjetiva.
O período composto desse exemplo tem a seguinte estrutura:
Admiramos os alunos que estudam.
Oração principal oração subordinada adjetiva
Logo:
As orações adjetivas exercem a função de adjunto adnominal de um substantivo ou pronome localizado na oração principal. São sempre
iniciadas por pronomes relativos:

Que (o qual, os quais, a qual, as quais) Cujo, cuja, cujos, cujas Quanto (antecedido de tudo)
Quem Onde, aonde, donde

Veja outros exemplos de orações adjetivas:


O homem que fuma vive menos. Da varanda, vê-se o vale onde corre um riacho cristalino. Vi o rapaz cujo pai foi assassinado
brutalmente.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


— Classificam-se em restritivas e explicativas.

1. SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA


É aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a que se refere. Só admite vírgula no final, jamais antes do pronome
relativo que as inicia. Exemplo:
O homem que fuma vive menos.
or. subord. adj. restritiva
Verifique que a qualidade expressa pela oração adjetiva que fuma não se aplica a todos os elementos da espécie homem. Dizemos,
então, que ela restringe a significação do nome a que se refere. Exemplos:
Todos os livros que li durante as férias são bons. O povo ama as coisas que o alegram.

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2. SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA
É aquela que, colocada após um nome, serve para esclarecer melhor o sentido dele, explicando mais detalhadamente uma
característica geral e própria desse nome. Na escrita, a adjetiva explicativa é sempre isolada por vírgulas. Exemplo:
O homem, que é um ser racional, vive pouco.
or. subord. adj. explicativa
Verifique que a qualidade que é um ser racional não restringe a significação do nome a que se refere, uma vez que se aplica a todos os
elementos da espécie. Tão somente acrescentando-lhe uma característica que lhe é própria, inerente. Dizemos então que ela explica o
significado do nome a que se refere. Exemplos:
O Sol, que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.
Capitu, que é uma personagem criada por Machado de Assis, tinha olhos de ressaca.

EMPREGO DE VÍRGULAS NAS ORAÇÕES ADJETIVAS


Relembrando:
Adjetivas restritivas → não há vírgula antes do pronome relativo. Sentido: refere-se a alguns e não a todo grupo.
Adjetivas explicativas → há vírgula antes do pronome relativo. Sentido: refere-se ao todo ou ao ser indivisível (não podemos restringir ou
limitar aquilo que só temos um).
Ex.: Os homens, que têm preço, são corrompíveis. Sentido: Todos os homens têm preço e se corrompem.
Adj. Explicativa
Ex.: Os homens que têm preço são corrompíveis. Sentido: Só alguns homens têm preço e se corrompem e não todo o grupo.
Adj. Restritiva
Ex.: João, que é presidente da empresa, pedirá licença.
o. explicativa
Sentido: Quantos presidentes uma instituição tem? A resposta é “um só”. Então, essa oração só pode ser explicativa uma vez que não
podemos restringir ou limitar o que só há um.
OBS.: É importante esclarecer que a oração adjetiva explicativa pode encontrar-se isolada por travessões ou parênteses. Ex.: Os homens
– que têm preço – são corrompíveis.

EXERCÍCIOS
1. (FGV–SP) Nota-se facilmente que nunca perceberam o papel secundário que exerciam naquele período.” A oração em destaque é:
a) substantiva objetiva direta
b) substantiva completiva nominal
c) substantiva predicativa
d) substantiva subjetiva
e) n.d.a.

2. (UNIRI0–RJ) Assinale o item em que há uma oração, quanto à classificação, idêntica à segunda do período “Pernoitamos depois junto
a um açude lamacento, onde patos nadavam”.
a) “As virilhas suadas ardiam-me, o chouto do animal sacolejava-me...”
b) “De onde vinham as figuras desconhecidas para encontrar-nos?”
c) “Fiz o resto da viagem com um moço alegre, que tentou explicar-me as chaminés dos banguês...”
d) “Os mais graúdos percebiam que a viagem era alegre.”
e) “Surgiam regatos, cresceram tanto que se transformaram em rios...”

3. (PUC–PR) Os dois períodos retratam situações diversas. Combine-os com as afirmativas que seguem.
1. Não soubemos dos filmes que não foram anunciados pelo jornal.
2. Não soubemos dos filmes, que não foram anunciados pelo jornal.
[ ] O jornal não anunciou todos os filmes.
[ ] Apenas alguns filmes foram anunciados pelo jornal.
[ ] Nenhum filme foi anunciado pelo jornal.
[ ]Tivemos conhecimento de alguns filmes, de outros não.
a)1–1–1–1
b)2–2–2– 2
c)1–2–1–1
d)1–1–2–1
e)2–1–2–1

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XXIII. FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS
Quando dizemos que uma palavra é pronome relativo, estamos indicando a sua classe gramatical.
• Os pronomes relativos são: que, quem, qual, quanto, onde, cujo.
• Os pronomes relativos sempre se referem a um termo anterior (chamado antecedente) e sempre iniciam uma oração adjetiva.
• Esses pronomes, como todas as outras palavras, exercem uma função sintática (sujeito, objeto, etc) na oração em que aparecem.
Como determinar a função sintática dos relativos:

1º. Separe as duas orações fazendo um traço vertical antes do relativo (se houver preposição, ela deve ficar junto ao relativo).
Exemplo: Eu já consertei a peça / que quebrou.
antecedente

2º. Coloque no lugar do relativo o antecedente dele e determine a função sintática desse termo (se necessário, coloque a oração na
ordem direta.). Exemplo: A peça quebrou.
sujeito
O pronome relativo terá a mesma função sintática desempenhada pelo termo que entrou no lugar dele na 2ª oração. Portanto:

Eu já consertei a peça / que quebrou.


sujeito
Usando esse procedimento prático, veja mais dois exemplos:
a) O escrivão trouxe o documento / que você pediu.
antecedente
→ trocando o relativo pelo antecedente: O documento você pediu.
→ colocando a oração na ordem direta: Você pediu o documento.
V. T. D. O. D.
→ que = o documento, portanto o relativo que é objeto direto.

b) Eu vi o filme/ do qual você gostou.


antecedente
→ trocando o relativo pelo antecedente: Do filme você gostou.
→ colocando na ordem direta: Você gostou do filme.
V. T. I. O. I.
→ do qual = do filme, portanto o relativo qual funciona como objeto indireto.

A SEGUIR, AS FUNÇÕES SINTÁTICAS QUE OS PRONOMES RELATIVOS PODEM EXERCER

 SUJEITO
Exemplo 1: O Sol | , que é uma estrela, | é o centro de nosso sistema planetário.
P.R.=sol
Desmembrando as orações:
• Oração principal: O Sol é o centro do nosso sistema planetário.
• Oração adjetiva: O Sol é uma estrela.

Exemplo 2: Nem tudo| que reluz | é ouro.


P.R.=nem tudo
• Oração principal: Nem tudo é ouro.
• Oração adjetiva: Nem tudo reluz.
sujeito

 OBJETO DIRETO
Exemplo 1: Os trabalhos | que faço | me dão prazer.
Oração principal: Os trabalhos me dão prazer.
Oração adjetiva: Faço os trabalhos.
objeto direto
Exemplo 2: O livro | o qual lemos | é instrutivo.
Oração principal: O livro é instrutivo.
Oração adjetiva: Lemos o livro.
objeto direto

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Exemplo 3: Apresento-lhe o amigo | a quem hospedei no inverno passado.
a quem — objeto direto preposicionado

 OBJETO INDIRETO
Exemplo 1: Não era bom o filme | a que assisti.
Oração adjetiva: assisti ao filme.
objeto indireto
Exemplo 2: O livro do qual preciso sumiu.
Oração adjetiva: do qual preciso.
Preciso do livro.
objeto indireto

 COMPLEMENTO NOMINAL
Exemplo 1: O filme | a que fiz referência | foi premiado.
Oração adjetiva: Fiz referência ao filme.
compl. nominal
Exemplo 2: Não imagina os sacrifícios | de que se tornou capaz.

Oração adjetiva: Ele se tornou capaz dos sacrifícios.


compl. nominal

 PREDICATIVO
Exemplo 1: A menina bonita | que ela era, | hoje é uma mulher sofrida.
Oração principal: A menina bonita hoje é uma mulher sofrida.
Oração adjetiva: ela era uma menina bonita.
predicativo
Exemplo 2: Somos o | que somos (o = aquilo).
Oração principal: Somos aquilo.
Oração adjetiva: Somos aquilo.
predicativo

 AGENTE DA PASSIVA
Exemplo 1: É este o escritor | por quem foi escrito o livro.
Oração principal: É este o escritor.
Oração adjetiva: O livro foi escrito pelo escritor.
Agente da passiva
Exemplo 2: O bandido | por quem fomos atacados | fugiu.
Oração principal: O bandido fugiu.
Oração adjetiva: Fomos atacados pelos bandidos.
Agente da passiva

 ADJUNTO ADNOMINAL
Exemplo 1: O filme | cujo artista foi premiado | não fez sucesso.
Oração principal: O filme não fez sucesso.
Oração adjetiva: O artista do filme foi premiado.
Adj adnominal
OBSERVAÇÃO:
O pronome cujo e suas flexões, por estabelecer uma relação de posse entre o substantivo da oração adjetiva e o antecedente, equivale
geralmente a uma locução adjetiva desempenhando a função de adjunto adnominal.
O filme cujo artista foi premiado . . . O artista do filme foi premiado.
Exemplo: Há palavras | cuja origem é duvidosa.
Oração principal: Há palavras.
Oração adjetiva: A origem da palavra é duvidosa.
Adj adnominal

 ADJUNTO ADVERBIAL
Exemplo 1: O rapaz | com quem você foi ao cinema | é casado.
Oração principal: O rapaz é casado.

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Oração adjetiva: Você foi ao cinema com o rapaz.
Adj. adv. de companhia
Exemplo 2: O colégio | onde estudas | é excelente.
Oração principal: O colégio é excelente
Oração adjetiva: Estudas no colégio.
Adj. adv. de lugar
Exemplo 3: Admiro a maneira | como ele estuda.
Oração principal: Admiro a maneira.
Oração adjetiva: Ele estuda daquela maneira.
Adj. adv. de modo
OBSERVAÇÕES:
1º.Como é sempre adjunto adverbial de modo.
2º. Onde é sempre adjunto adverbial de lugar.

EXERCÍCIOS

1. Siga o modelo:
O aluno QUE me irritou, era aplicado. QUE = O QUAL = O aluno
Logo, QUE = sujeito.
a) O homem, QUE é mortal, tem alma imortal. QUE = Logo, QUE =
b) Os livros QUE comprei ontem são excelentes. QUE = Logo, QUE =
c) São normas A QUE todos devem obedecer. A QUE = Logo, A QUE =
d) Estas são as cobras DE QUE tenho medo. DE QUE = Logo, DE QUE =
e) Somos aquilo QUE somos. QUE = Logo, QUE =
f) Eu vi a menina cujo namorado é bonito. CUJO = Logo, CUJO =

2. Reescreva as frases a seguir, substituindo as expressões destacadas por um adjetivo, conforme o modelo.
Formavam-se gotículas que não se podiam perceber. Formavam-se gotículas imperceptíveis.
a) O saber é um bem que não se pode destruir.
b) A caneta solta tinta que não se pode apagar.
c) Tem uma letra que não se consegue ler.
d) Foi uma cena que não se podia imaginar.
e) É uma grandeza que não pode ser medida.

XXIV. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


São, na maioria, as iniciadas pelas conjunções integrantes QUE e SE.
As orações substantivas podem ser substituídas pela palavra ISSO. Classificam-se em:

1. SUBJETIVA
Funciona como sujeito do verbo da oração principal:

ESTRUTURAS TÍPICAS DA ORAÇÃO PRINCIPAL

A → Verbo de ligação + predicado → é bom..., é preciso,..., é claro..., está certo..., ficou decidido..., etc...
V.L+predicativo
É bom / que você estude. É bom isso. Isso é bom.
Or. Princ. Or. Subor. Subs. subjetiva sujeito

V.L+predicativo
Parece certo / que você passará. Parece certo isso. Isso parece certo.
Or. Princ. Or. Subor. Subs. subjetiva sujeito

B → Verbo na voz passiva analítica ou sintética → sabe-se..., soube-se..., comenta-se..., foi anunciado..., etc...
Voz pass. analítica
Foi divulgado / que você retornaria. Foi divulgado isso. Isso foi divulgado.
Or. Princ. Or. Subor. Subs. subjetiva sujeito

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Voz pass. sintética
Sabe-se / que você retornará.
Or. Princ. Or. Subor. Subs. subjetiva

C → Verbos unipessoais (isto é, na 3ª pessoa) → convir, constar, parecer, ocorrer, importar, acontecer, suceder, urgir, suceder,
interessar, etc...
Convém / que você compareça à festa. Acontece / que todos desapareceram.
Or. Princ. Or. Subor. Subs. subjetiva Or. Princ. Or. Subor. Subs. subjetiva

NOTAS IMPORTANTES:
1ª - Veja, portanto, que existem três estruturas de oração principal que exigem oração subordinada substantiva subjetiva.
Verbo de ligação + predicativo
Verbos na voz passiva + Oração subordinada substantiva subjetiva
Verbos unipessoais

2ª - Como a oração subjetiva funciona como sujeito da oração principal, é claro que, dentro da oração principal, não poderá haver
sujeito.

3ª - Pelos exemplos dados até agora, pode-se notar que as orações subordinadas substantivas são, geral- mente, iniciadas por
conjunção integrante (que não tem nenhuma função sintática na estrutura da oração). Os pronomes e advérbios, entretanto,
introdutores da oração substantiva exercem uma função. Assim, em:
 “Não se sabe / como faleceu . “ (COMO é adjunto adverbial de modo.)
 “Sabe-se / onde estamos.” (ONDE é adjunto adverbial de lugar.)
 •“Sabe-se / quando nos deixará.” (QUANDO é adjunto adverbial de tempo.)

4ª – Quando se pede em concursos a substituição de uma oração por uma forma nominal correspondente, se a oração for substantiva,
torna-se necessário transformar o verbo em um substantivo.
É verdade que ele cedeu os bens. / É verdade a cessão dos bens.
Oração subordinada substantiva

2. PREDICATIVA

Funciona como predicativo do sujeito da oração principal. Exemplo: A verdade é que te amo.
O . S . S . Predicativa.
A oração subordinada substantiva predicativa vem, sempre, antecedida do verbo SER: A verdade É / que Tiradentes morreu pobre.
Meu desejo É / que venças esse obstáculo.
Não SOU / quem imaginas.
OBS: Faz-se mister não confundir a subjetiva com a predicativa. Observe atentamente os exemplos:
I) É verdade / que ele partiu. É verdade isso.
Subjetiva sujeito

I) A verdade é / que ele partiu. A verdade é isso.


Predicativa predicativo

3. OBJETIVA DIRETA
Funciona como objeto direto do verbo da oração principal:
Quero / que me beijes. Quero isso.
O . S . S. Objetiva Direta objeto direto
Exemplos:
Nunca saberemos / se estudamos o suficiente.

4. OBJETIVA INDIRETA
Funciona como objeto indireto do verbo da oração principal:
Ela não gosta / de que a critiquem. Ela não gosta disso.
. S .S. Objetiva Indireta Objeto indireto
Exemplos:
Convenceu-me (de) que a tarefa era muito fácil.
Creio (em) que tudo dará certo.

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OBS.: Segundo alguns gramáticos, é possível omitir a preposição quando o objeto indireto for oracional: Visa (a) crescer na vida. / Visa
(a) que se cresça.

5. COMPLETIVA NOMINAL
Funciona como complemento nominal de um dos termos da oração principal (substantivo, adjetivo ou advérbio):
Ele tinha necessidade / de que o auxiliassem. Ele tinha necessidade disso.
O. S . S . Completiva Nominal complemento nominal
Exemplos:
Estava convencido / de que era superior.
Também sou favorável / a que baixem o imposto.

6. APOSITIVA
Funciona como aposto (“explica”, esclarece”) um dos termos da oração principal:
Eu lhe desejo isto: seja feliz.
OSS Apositiva
A oração apositiva é geralmente justaposta (sem conectivo), mas às vezes aparece introduzida pela conjunção:
Aos alunos peço uma coisa: / não faltem às aulas.
Aos alunos peço uma coisa: / que não faltem às aulas.

EXERCÍCIOS
1. Associe:
[1] Subjetiva [2] Predicativa [3] Objetiva Direta [4] Objetiva Indireta [5] Completiva Nominal [6] Apositiva

a) [ ] Soube-se que ele roubou muito. h) [ ] Convém que você reflita.


b) [ ] Ficou provado que ele roubou. i) [ ] Só dê conselhos a quem os pede.
c) [ ] É bom que você estude. j) [ ] Havia dúvida de que não o encontrassem.
d) [ ] A verdade é que você não estuda. l) [ ] Havia apenas um meio de ajudá-la: contar-lhe a
e) [ ] É verdade que você é bom aluno. verdade.
f) [ ] Disseram que você é bom aluno. m)[ ] Seja grato a quem lhe estendeu a mão.
g) [ ] Não sei se ele virá.

XXV. ORAÇÕES REDUZIDAS


Muitas vezes, as orações subordinadas (substantivas, adjetivas, adverbiais) podem aparecer sob a forma de orações reduzidas. As
orações subordinadas reduzidas têm duas características:
• apresentam o verbo em uma das formas nominais: gerúndio, particípio ou infinitivo;
• não são introduzidas por conectivos (conjunções subordinativas ou pronomes relativos).
As orações subordinadas reduzidas classificam-se, de acordo com a forma verbal que possuem, em:
a) subordinada reduzida de gerúndio b) subordinada reduzida de particípio c) subordinada reduzida de infinitivo
Para analisar uma oração subordinada reduzida, basta fazer o seguinte.
1. desenvolvê-la, isto é, tirá-la da forma reduzida, fazendo aparecer o conectivo;
2. analisar a oração desenvolvida;
3. aplicar a análise da oração desenvolvida à reduzida, acrescentando as palavras reduzida de gerúndio, particípio, infinitivo, conforme o
caso.
Observe atentamente os exemplos abaixo:
• Exemplo 1: “Você concorre a prêmios, comprando no São José.”
Desenvolvendo:
Você concorre a prêmios se comprar no São José.
oração principal oração adverbial condicional

Analisando a oração desenvolvida, temos: oração adverbial condicional. Agora, basta aplicar a classificação à oração reduzida e
acrescentar as palavras reduzida de gerúndio (= comprando).
Logo: “ Você concorre a prêmios comprando no São José.”
oração adverbial condicional reduzida de gerúndio
• Exemplo 2: Penso estar doente.
Desenvolvendo:

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Penso que estou doente.
or. principal or. subor. subst. obj. direta
Analisando a oração desenvolvida, temos: oração subordinada substantiva objetiva direta. Agora, basta aplicar a classificação à oração
reduzida e acrescentar as palavras reduzida de infinitivo.
Assim: Penso estar doente.
or. principal or. subor. subst. obj. direta reduzida de infinitivo
• Exemplo 3: Havia muitas pessoas trabalhando no campo.
or. Principal or. subor. subst. adj. restritiva reduzida de gerúndio
Desenvolvendo:
Havia muitas pessoas que trabalhavam no campo.
or. Principal or. subor. subst. adj. restritiva
Aplicando a análise à oração reduzida, temos: oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio.

OBS.: O infinitivo que faz parte de locução verbal não constitui oração reduzida:

Começaram a cantar um sambinha.


Ninguém se atreveu a ir lá fora.
Não pode haver dúvidas.

EXEMPLOS DE ORAÇÕES REDUZIDAS

I. SUBSTANTIVAS
1. SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA:
Não é possível / descrever o acidente.

2. SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA:


Meu sonha era / ganhar na loteria esportiva.

3. SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA:


Ela prometeu / recuperar todos os pertences roubados.

4. SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA


Aconselho-o / a partir o mais cedo possível.

5. SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL


Ela estava certa / de ser amada.

6. SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA


Ela alimenta um sonho: / retornar à casa de seus avós.

II. ADJETIVAS

1. SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA:


O deputado, / a gesticular nervosamente, / protestava contra o aumento de preço de combustível.
O professor de Português, / também licenciado em Filosofia, / é muito esforçado, inteligente e amigo.

2. SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA:


Na cela, encontrei os presidiários / a brigar.
Vi uma estrela / caindo do céu.

III. ADVERBIAIS

1. SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL:


Não assistia ao jogo / por estar muito resfriado.
Estando muito resfriado, / não assistia ao jogo.

2. SUBORDINADA ADVERBIAL CONCESSIVA:


Apesar de ser muito inteligente, /não vai muito bem nos estudos.

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Mesmo oprimidos, / jamais cederemos.

3. SUBORDINADA ADVERBIAL CONDICIONAL :


Não cantarei / sem ensaiar.
Em se plantando, / tudo dá.
Realizada com amor, / qualquer ação educa.

4. SUBORDINADA ADVERBIAL CONSECUTIVA:


Chorou tanto Petronilda / a ponto de molhar o travesseiro.

5. SUBORDINADA ADVERBIAL TEMPORAL :


Antes de iniciar a redação / ,escolha as melhores ideias.
Entrando no quarto, / levou o maior susto de sua vida.

6. SUBORDINADA ADVERBIAL FINAL :


Fiz o que pude / para deixar os amigos em boa situação.
Voltamos aqui / a fim de te aconselhar mais uma vez.

EXERCÍCIOS

1. Classifique as orações em destaque.


a) Cessando o vento forte, sairemos. i) Tenho esperança de ser aprovado.
b) Aconselho-te a agir prontamente. j) Não me agrada lembrar o passado.
c) Vi crianças pedindo esmolas. l) Fingia prestar atenção.
d) Certa ocasião, atravessando a rua, foi atropelado por um m) Fora desrespeitada a recomendação de se preservar a
automóvel. pessoa do réu.
e) Todos viam crescer o montante das dívidas. n) Uma coisa me assombrava: terem eles mentido.
f) Aprontaram a terra para plantar o trigo. o) Mesmo afastado o perigo, ainda sentia medo.
g) É urgente ele vir. p) Vi pessoas andando na rua.
h) Recomendo-te seres paciente.

XXVI. PONTUAÇÃO
EMPREGOS DA VÍRGULA NO PERÍODO SIMPLES
Quando se trata de separar determinados termos de uma oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:

1. Para separar termos de mesma função (termos coordenados).


Exemplos:
As casas, as ruas, as praças e os bares estavam desertos.
sujeito
Nesse exemplo, as vírgulas estão separando os vários núcleos do sujeito composto.
Ele morou em Santos, em Brasília, em Porto Alegre.
adjunto adverbial
Nesse exemplo, as vírgulas separam os vários núcleos do adjunto adverbial.
Observação: Dois termos de mesma função ligados por e, ou e nem não admitem separação por vírgula. Exemplo: Ele morou em Santos
e em Porto Alegre.
Se, no entanto, essas conjunções vierem repetidas, você pode usar a vírgula, mas ela não é obrigatória. Exemplo: Ele teria que
abandonar alguma coisa: ou o trabalho, ou os amigos, ou o estudo.

2. Para isolar o aposto


Exemplos:
Natal, capital do Rio Grande do Norte, é uma linda cidade.
aposto
"As duas mulheres, Suzy e Eurídice, eram primas..." (Rubem Fonseca)
Aposto

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3. Para isolar o vocativo
Exemplos:
"Abandono - me a vós, constelações." (Carlos Drummond de Andrade)
vocativo
" Eles nos temem, Roque, essa é a verdade..." (Érico Veríssimo)
Vocativo

4. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados


Na frase abaixo, o adjunto adverbial está em sua posição normal (depois do verbo), por isso não se pode isolá-lo por vírgulas.
Ele lia o relatório com muita calma.
adjunto adverbial
Se o adjunto adverbial for deslocado para qualquer outra posição da frase, será necessário isolá-lo por vírgula (ou vírgulas).
Exemplo:
Ele, com muita calma, lia o relatório.
Adjunto adverbial deslocado
Com muita calma, ele lia o relatório.
adjunto adverbial deslocado
Observação: Os adjuntos adverbiais representados por uma só palavra não precisam ser isolados por vírgula. Exemplo:
Ele nos entrega hoje os documentos.
Mas também é correto:
Ele nos entrega, hoje, os documentos.
Compare as duas frases e observe como as vírgulas realçam a ideia contida no adjunto adverbial.
OBS.: Se você optar pelo emprego de vírgulas, lembre-se: o termo deve ficar entre vírgulas.

5. Para indicar a elipse do verbo

Dizemos que o verbo está em elipse quando ele, por ser facilmente identificável no texto, deixa de ser escrito.
Exemplos:
Eles partirão hoje; nós, amanhã. (A vírgula indica a elipse do verbo partir.)
Nas ruas, poucas pessoas. (A vírgula indica a elipse do verbo haver.)

6. Para separar, nas datas, o lugar


Exemplo:
Vitória, 28 de fevereiro de 2016.

7. Para isolar determinadas expressões explicativas


São expressões explicativas: isto é, a saber, ou melhor, quer dizer, digo, ou seja etc.
Exemplo:
A polícia prendeu todos, isto é, o pai e os filhos.
expressão explicativa
Observação: Para complementar as orientações expostas acima, veja os casos em que, no período simples, a vírgula é proibida:

 entre o sujeito e o predicado. Exemplo:


“A velha irmã de Quaresma não tinha grande interesse pelo violão.” (Lima Barreto)
Sujeito predicado

 entre o verbo e o objeto (direto ou indireto). Exemplo:


A velha irmã de Quaresma não tinha grande interesse pelo violão.
verbo Objeto

 entre o nome e seus adjuntos adnominais. Exemplo:


adjuntos adnominais adjunto adnominal

A velha irmã de Quaresma não tinha grande interesse pelo violão.


nome
 entre o nome e seu complemento nominal.
Exemplo:
A velha irmã de Quaresma não tinha grande interesse pelo violão.
Nome compl. nominal

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EMPREGOS DA VÍRGULA NO PERÍODO COMPOSTO

O uso da vírgula entre duas orações depende do tipo de período composto (por coordenação ou por subordinação) e também das
orações que o constituem. Assim sendo, você deve observar, principalmente, o seguinte:

No período composto por coordenação

1. Não se usa a vírgula para separar duas orações coordenadas ligadas pela conjunção aditiva e que possuam o mesmo
sujeito.
O rapaz levantou - se e insultou o jogador.
or. coord. assindética or. coord. sindética aditiva
Observações:

a) Você só pode usar a vírgula entre duas orações coordenadas ligadas por e em dois casos: quando os sujeitos forem
diferentes e quando o e aparecer repetido.
Exemplos:
Ela partirá amanhã, e nós ficaremos aqui. (sujeitos: ela e nós)
Ele gesticulava, e gritava, e tentava convencer-nos.
Em ambos os exemplos a vírgula pode ser usada, mas não é obrigatória.

b) Você deverá usar a vírgula antes do e, caso tenha valor adversativo.


Ex.: Trabalhou muito, e ganhou pouco.
Neste caso a vírgula é obrigatória pois possui valor adversativo.

2. Usa-se a vírgula para separar todas as demais orações coordenadas que não sejam iniciadas por e. Exemplos:
Ela pegou o livro, começou a ler.
or. coord. assindética or. coord. assindética
Tudo deu certo, portanto podemos ficar tranquilos.
or. coord. assindética or. coord. sindética conclusiva
Ventou muito, entretanto fui à praia.
or. coord. assindética or. coord. sindética adversativa
Volte logo, pois está tarde.
or. coord. assindética or. coord. sindética explicativa

OBS.: As conjunções adversativas e conclusivas, quando deslocadas, devem ficar entre vírgulas.
Ele sempre se dedicou ao teatro; nunca alcançou, porém, o sucesso.
Ele sempre se dedicou ao teatro; alcançará, portanto, o sucesso.

No período composto por subordinação

Não se usa a vírgula:


 entre uma oração subordinada substantiva e a oração principal. Exemplos:
O povo já sabe que esse plano não dará certo.
or. Principal or. subord. subst. (objetiva direta)
Era imprescindível que o resultado fosse publicado.
or. Principal or. subord. subst. (subjetiva)

OBS.: Se a substantiva vier anteposta, a vírgula poderá ser usada.


Ex.: Que o plano não dará certo, o povo já sabe.

 entre uma oração subordinada adjetiva restritiva e a oração principal.


Exemplos:
Eu conheço todos os livros que você citou.
or. Principal or. subord. adj. restritiva
Voltarei à cidade em que morei na infância.
or. Principal or. subord. adj. restritiva

Usa-se a vírgula:

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 para separar oração subordinada adverbial da oração principal.
Nesse caso, você terá que usar a vírgula somente se a oração adverbial vier antes da principal. Se a adverbial vier depois da principal, o
uso da vírgula é facultativo.
Exemplos:
Se ele estivesse aqui, tudo seria mais fácil. (vírg. obrigatória)
or. subord. adv. (condicional) or. principal
Invertendo a ordem do período acima, temos:
Tudo seria mais fácil, se ele estivesse aqui. (vírg. facultativa)
or. Principal or. subord. adv. (condicional)
Eles, desde que mudamos para cá, nunca nos visitaram.
No caso acima, as vírgulas são obrigatórias porque a oração adverbial está intercalada na principal.

 para separar oração subordinada adjetiva explicativa da oração principal. Exemplo:


A cidade, que ficava perto do rio, foi inundada.
or. subord. adj. explicativa
or. principal

As adjetivas explicativas também podem ser isoladas por travessões ou parênteses.

PONTO - E - VÍRGULA
Esse sinal de pontuação indica, na escrita, uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco mais breve que o ponto.
O emprego do ponto-e-vírgula depende, na maioria das vezes, do contexto em que ele aparece e das características de estilo da pessoa
que o utiliza.
Você pode seguir as seguintes orientações para empregar o ponto - e - vírgula:

1. Para separar duas orações coordenadas que já contenham vírgulas.


Exemplo:
“Começa a esboçar, com os pontos soltos de alguns sons, a curva de uma frase musical; mas logo se detém, e volta, e se perde numa
incoerência monótona.” (Rubem Braga)
Ele sempre se dedicou ao trabalho; alcançará, portanto, o sucesso.

2. Para separar duas orações coordenadas quando elas são longas.


Exemplo: “Esse último rasgo do Costa persuadiu a crédulos e incrédulos; ninguém mais pôs em dúvida os sentimentos cavalheirescos
daquele digno cidadão.” (Machado de Assis)

DOIS PONTOS
Você deve empregar esse sinal:

1. Para iniciar uma enumeração.


Exemplo: Tudo foi verificado: os freios, os faróis, os pneus, o motor.

2. Para introduzir a fala de uma pessoa.


Exemplo: Estava sentada na sala e ouviu alguém que passou na rua dizer:
— Estamos sendo explorados, não podemos admitir isso.

3. Para esclarecer ou concluir algo que já foi dito.


Exemplo: “O vereador Freitas propôs também a declaração de que, em nenhum caso, fossem os vereadores recolhidos ao asilo dos
alienados: cláusula que foi aceita, votada e incluída na postura...” (Machado de Assis)

4. Para substituir conjunções conclusivas, explicativas e consecutivas.


Exemplos: Sabe tudo de Filosofia: conhece os socráticos.
Conclusão (logo)
Estuda errado: não faz exercício.
Explicação (porque)
Chorou: os olhos ficaram vermelhos.
Consequência (tanto...que)

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RETICÊNCIAS

1. As reticências indicam uma interrupção na sequência normal da frase. São empregadas, principalmente:
Para indicar uma certa indecisão, surpresa ou dúvida na fala da pessoa.
Exemplos:
“Teodorico! Você... escreveu um livro?” (Carlos Drummond de Andrade)

2. Para indicar que, num diálogo, a fala de uma pessoa foi interrompida pela fala de outra.
Exemplo:
— Você morou muito tempo em São José do Rio Branco, não morou?
Estive lá quase dois anos. Trabalhava com meu tio. Um lugarzinho parado... (Rubem Braga)
Para sugerir ao leitor que complete o raciocínio contido na frase.
Exemplo:
Quem vencerá a partida? Ora, nosso time é melhor, o jogo será em nosso campo, os adversários estão sem o menor prestígio, portanto...
Para indicar, numa citação, que certos trechos do texto foram excluídos.
Exemplo:
No segundo parágrafo do texto, há o seguinte trecho:
“... jamais poderia imaginar, portanto, que aquelas decisões, tomadas sob o impacto da crise, trariam tantas transformações...”

ASPAS
Devem ser utilizadas:
1. Para indicar uma citação: Disse Millôr Fernandes: “É melhor ter mau hálito do que não ter hálito nenhum.”

2. Para indicar neologismos, estrangeirismos, gírias, conotação etc.


Ex.: Magri disse que a economia é “imexível”.
Ex.: Foi um grande “furo”.
Obs.: Tais expressões podem vir sublinhadas ou em itálico.

3. Para demonstrar uma ironia: É muito “assíduo”: no mês passado, só veio três vezes.

4. Para destacar títulos de obras: Jorge Amado escreveu “Tocaia Grande”.

PARÊNTESES

1. Para indicar informação acessória: Sua namorada (loira, alta, dos olhos azuis) chegará quando?

TRAVESSÃO

1. Para marcar o início e o fim de um diálogo:


- Quando será publicado o livro?
- Em janeiro, respondeu o editor.

EXERCÍCIOS
Nos exercícios de 1 a 7, são dadas, separadamente, duas orações que, reunidas, constituem um período composto. Reúna-as na
mesma ordem em que são apresentadas e use, se necessário, vírgula entre elas.
Modelo: Se eles propusessem um novo projeto
Todos aceitariam imediatamente.
Reunindo: Se eles propusessem um novo projeto, todos aceitariam imediatamente.

1. A situação estava mais calma


Porém as pessoas continuavam assustadas.
_________________________________________________________________________________________

2. Quando nossa situação ficou difícil


Eles nos abandonaram.
__________________________________________________________________________________________

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3. Eles abandonaram a própria mãe
Que sempre os ajudara.
__________________________________________________________________________________________

4. Todos estavam tentando provar


Que ele era o verdadeiro culpado.
__________________________________________________________________________________________

5. Conforme combinamos
A viagem será no segundo semestre.
__________________________________________________________________________________________

6. Ninguém ainda descobriu


Como ele conseguiu chegar lá.
__________________________________________________________________________________________

7. Ele convidou para a festa somente as pessoas


Que o apoiaram durante a campanha
__________________________________________________________________________________________

8. Considere a vírgula nas seguintes frases:


I - O vigia deu o aviso, e os homens começaram a avançar.
II - A fim de que tudo se esclareça, iremos lá amanhã.
III - Iremos lá amanhã, a fim de que tudo se esclareça.

Ela é:
a) facultativa em I e II e obrigatória em III. d) facultativa em I e obrigatória em II e III.
b) obrigatória em I e II e facultativa em III. e) obrigatória em I, II e III.
c) facultativa em I e III e obrigatória em II.

9. Leia atentamente a seguinte frase:


“O rapaz revoltado começou a agredir o advogado.”
Se, usarmos duas vírgulas, separarmos o termo revoltado, a frase continuará tendo o mesmo sentido? Explique.
_____________________________________________________________________________________________

10. (FGV-SP) Em cada um dos espaços abaixo, você poderá colocar ou não um sinal de pontuação. Sua decisão não deverá contrariar
as regras de pontuação vigentes. Quando decidir utilizar ponto, não é necessário corrigir com letra maiúscula. Não reescreva o texto.

Quem ensina ou orienta ( * ) precisa desenvolver ( * ) a habilidade de ser empático ( * ) a empatia ( * ) consiste ( * ) na capacidade de
colocar-se ( * ) no lugar do outro ( * ) de ver as coisas da perspectiva dele ( * ) por exemplo ( * ) uma professora ( * ) ao avaliar um novo
jogo de palavras cruzadas destinado a ampliar ( * ) o vocabulário de suas crianças ( * ) pode achá-lo fascinante ( * ) mas deve perguntar-
se ( * ) se as crianças lidarão bem com o novo jogo( * ) será que elas vão gostar ( * ) será que vão entender as regras de funcionamento (
* ) será que o vocabulário vai realmente ser ampliado ( * )

XXVII. REGÊNCIA VERBAL


A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).
Observe que nos exemplos I e II os verbos exigem complemento com auxílio da preposição, já nos casos III e IV os verbos exigem
complemento sem auxílio de preposição.

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REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS QUE APRESENTAM DIFICULDADES

1. ASSISTIR
Pode ser:
a) transitivo indireto (com preposição a) no sentido de “ver”, “presenciar”. Neste caso, o verbo assistir não admite a(s) forma(s) lhe(s).
Usa-se a ele, a ela.
Exemplo: Assistimos a um ótimo espetáculo. Por que você não assiste a ele?

b) no sentido de “ajudar”, “dar assistência”, é utilizado de preferência sem auxílio da preposição, ou seja, transitivo direto.
Exemplo: O governo não irá assistir os desempregados.
O médico assistiu o paciente.
Neste sentido, o verbo assistir pode ser empregado como transitivo indireto.
Exemplo: O governo não irá assistir aos desempregados.

c) no sentido de “pertencer”, “caber direito” é transitivo indireto com preposição a .


Exemplo: É um direito que não lhe assiste.

d) no sentido de “morar” exige a preposição em + adjunto adverbial de lugar.


Exemplo: Assistimos em Vitória.

2. ASPIRAR
a) no sentido de “tragar, “sorver”, “inspirar” é transitivo direto, ou seja, não pede auxílio de preposição.
Ex.: Aspiramos um ar muito poluído.

b) transitivo indireto (com preposição a) no sentido de “desejar”, “almejar”. Neste caso, o verbo aspirar não admite a substituição pelo
pronome lhe ou lhes. Usa-se a ele, a ela, a eles, a elas.
Ex.: Aspirava ao cargo de supervisor. Você aspirava a ele?

3. VISAR
a) no sentido de “dar visto”, “mirar” é transitivo direto. Ex.:
O cônsul visou o meu passaporte.
O caçador visou o alvo.

b) transitivo indireto (com preposição) no sentido de “pretender”, “ter em vista”. Neste caso, o verbo visar não admite a substituição pelo
pronome lhe (s). Usa-se a ele , a ela . EX.:
Visamos ao desenvolvimento do Brasil.
Você visa a ele?

4. OBEDECER E DESOBEDECER
São transitivos indiretos (com preposição a). Ex.: Muitos motoristas não obedecem aos sinais de trânsito.

5. PREFERIR
É transitivo direto e indireto e exige a preposição A.
Prefiro a leitura ao computador.
* Este verbo rejeita as expressões “que”, “do que”, como também expressões de reforço “mais que”, “menos que”, etc....
Errado: Prefiro mais estudar do que trabalhar.
Certo: Prefiro estudar a trabalhar.
* O acento grave pode modificar o sentido:
Prefiro a maçã à laranja.
Prefiro à maçã a laranja.
No 1º Caso “a maçã” é preferida, no 2º caso, a laranja.

6. PAGAR, PERDOAR E AGRADECER


a) São transitivos indiretos (exigem a preposição A) quando o objeto for pessoa.
Ex.: Pagamos ao médico.
Perdoou ao inimigo.

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b) São transitivos diretos quando o objeto for coisa.
Ex.: Pagamos o empréstimo.
Perdoei a dívida.
Esses verbos podem apresentar, ao mesmo tempo, objeto direto e indireto.
Ex.: Pagamos a conta ao médico.

7. ESQUECER E LEMBRAR

a) quando não pronominais, isto é, não acompanhados de pronome oblíquo (me, nos, te, se, etc...) são transitivo diretos.
Ex.:Eu esqueci a apostila.
Eu lembrei o fato.

b) Quando pronominais, são transitivos indiretos (exigem a preposição de).


Ex.: Eu me lembrei do fato.
Eu me esqueci da apostila.

c) há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito.
Ex: Esqueceu-me o fato. (= cair no esquecimento)
Sujeito
Lembrou-me o problema. (= vir à lembrança)
Sujeito
Esqueceram-nos os fatos.
Sujeito

8. INFORMAR, AVISAR, COMUNICAR, CERTIFICAR, NOTIFICAR, PREVENIR, ADVERTIR E CIENTIFICAR


Os verbos citados pedem dois complementos, um sem e outro com preposição. Observe as possíveis construções:
1ª) objeto direto de pessoa e objeto indireto de coisa;
2ª) objeto direto de coisa e objeto indireto de pessoa.
Informei-o do problema. Informei-lhe o problema.
Avisei-lhe a mudança. Avisei-o da mudança.

9. CHAMAR
a) transitivo direto no sentido de “convocar”, “pedir para vir”. Ex.: o professor chamou os alunos.
O objeto direto, neste caso, pode vir regido da preposição por Ex.: Chamei por você.
No sentido de “denominar”, “apelidar”, o verbo chamar exige sempre um objeto ( que pode ser direto ou indireto ) e um predicativo ( com
ou sem preposição) para esse objeto. Por isso, são corretas as construções exemplificadas abaixo:
Os torcedores chamaram o juiz de ladrão. / Os torcedores chamaram ao juiz de ladrão.
Os torcedores chamaram o juiz de ladrão. / Os torcedores chamaram ao juiz ladrão.
Ou:
Chamei-lhe bobo. / Chamei-lhe de bobo.
Chamei-o de bobo. / Chamei-o bobo.

10. CUSTAR
a) intransitivo, quando significa “ter o valor de”, “ter o preço de”. Nesse caso, o verbo é acompanhado de um adjunto adverbial de preço
ou de valor.
Ex: Um carro desses custa US$ 60 mil.

b) no sentido de “ser penoso”, “ser difícil”, o verbo custar deve ser usado sempre na 3ª pessoa do singular, tendo como sujeito a oração
infinitiva que o segue.
Ex.: Custa-me crer num absurdo desses.
Custou-nos aceitar o fato.
Custou ao aluno aceitar o fato.
Construções do tipo: Eu custei crer, nós custamos aceitar, etc... São rejeitadas pela norma culta.

11. IMPLICAR
É transitivo direto no sentido de “acarretar”.

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Sua incompetência implicará sua demissão.
E jamais: Sua incompetência implicará em sua demissão.

12. MORAR, RESIDIR, SITUAR → são intransitivos


Pedem a preposição “em” junto à expressão de lugar.
Ex.: Moramos em Vitória.
Residimos na capital.
* Os nomes: morador, residente, sito, situado exigem também a preposição EM.
Ex.: Cláudio é residente na Rua 15 de Maio.
Edifício situado na Rua 21 de Abril.
Prédio sito na Rua Rio Grande do Norte.

13. CHEGAR, IR, VOLTAR, RETORNAR → são intransitivos


a) junto à expressão de lugar, usa-se A.
Cheguei ao colégio atrasado.
Cheguei a casa tarde.
Irei ao banco.
Retornei ao carro rápido.
b) junto à expressão de “meio” ou “lugar de origem”, usa-se DE.
Cheguei de ônibus.
Vim de avião.

14. NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, pede complemento sem auxílio da preposição.
Ex: Eu namoro Lula. Layla namora Carlos.
E jamais: Eu namoro com Lula. Layla namora com Carlos.

15. QUERER
a) transitivo direto no sentido de “desejar”.
Quero um carro. Eu o quero.
b) transitivo indireto no sentido de “estimar”, “gostar” usa-se A.
Quero muito a meus amigos.
Quero-lhes muito.

16. PROCEDER
a) transitivo indireto (com preposição a) no sentido de “dar início a”, “fazer”.
Ex.: O júri procedeu ao julgamento.
b) intransitivo, no sentido de “originar-se”, usa-se de preposição de.
Ex.: Muitos males procedem da falta de caráter.
c) intransitivo, no sentido de “ter fundamento” e no sentido de “portar-se”, “agir”.
Ex.: Sempre procedi honestamente.
Aqueles boatos não procedem.

17. SER
O verbo ser rejeita a preposição em. Logo, não se diz:
Somos em oitenta na sala.
Éramos em dez em casa.
Deve-se dizer:
Somos oitenta na sala.
Éramos dez em casa.

18. RESPONDER
É sempre transitivo indireto quando vier com um só complemento ( coisa ou pessoa) .
Ele respondeu ao pai.
Ele respondeu ao formulário.
Pode ser transitivo direto e indireto:
Ele respondeu as perguntas ao professor.

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19. SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR
Exigem a preposição com. Esses verbos não são pronominais.
Você simpatizou com ele?
Nós simpatizamos com o professor.

20. AGRADAR
a) transitivo direto, no sentido de “fazer carinho”, “contentar”.
Ex.: Agradou o filho com doces.
b) transitivo indireto, regido por a, no sentido de “satisfazer”.
Ex.: O espetáculo não agradou ao público.

21. PISAR
Transitivo direto, ou seja, pede complemento sem auxílio da preposição.
Ex.: Pisou o pé dele.

ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES

1. Os verbos transitivos indiretos não admitem voz passiva. Portanto, estão erradas construções como:
O espetáculo foi assistido pela plateia.
O cargo era visado pelos funcionários.
Deve-se dizer: A plateia assistiu ao espetáculo.
Os funcionários visaram ao cargo.
Obs: Segundo alguns gramáticos, a voz passiva é permitida com os verbos obedecer/desobedecer: O sinal não foi obedecido pelo
motorista.

2. Não se deve dar um único complemento a verbos de regências diferentes. Portanto, estão erradas construções como:
Quero e preciso de paz.
Entrou e saiu da sala.
Vi e gostei do filme.
Deve-se dizer:
Quero a paz e dela preciso.
Entrou na sala e dela saiu.
Vi o filme e gostei dele.

3. Havendo pronome relativo, a preposição desloca-se para antes dele:


Aqui está o livro. Gostei do livro.
Aqui está o livro de que gostei.

4. Em situações de paralelismo sintático, quando dois ou mais elementos estão coordenados e o primeiro está introduzido por
preposição, há várias possibilidades corretas de construção:

→ Pode utilizar-se somente a primeira preposição.


Ex.: Estes materiais são destinados a alunos, professores e direção.

→ Pode utilizar-se somente a preposição antes de cada elemento.


Ex.: Estes materiais são destinados a alunos, a professores e a direção.

→Pode utilizar-se a preposição e o artigo antes apenas do primeiro elemento.


Ex.: Estes materiais são destinados aos alunos, professores e direção.

→Pode utilizar-se a preposição e o artigo antes de todos os elementos.


Ex.: Estes materiais são destinados aos alunos, aos professores e à direção.

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EXERCÍCIOS
1. Substitua o verbo em destaque por aquele que se encontra no parêntese, atentando para as possíveis alterações na regência verbal.
a) Não vi o jogo nem pretendia vê-lo. (assistir) ___________________________________________________
___________________________________________________ _______________________
______________________ h) Tenho de rubricar algumas declarações. (visar)
b) Gosto mais de praia do que de piscina. (preferir) ___________________________________________________
___________________________________________________ _______________________
_______________________ i) Queremos obter uma vida mais decente. (aspirar)
c) Nós desejamos a ascensão do nível de vida da população. ___________________________________________________
(aspirar e visar) _______________________
___________________________________________________ j) Respeite seus pais. (obedecer)
______________________ ___________________________________________________
d) O desempenho do ator não satisfez o público que viu o _______________________
espetáculo. (agradar/ assistir) k) Ele se lembrou da fórmula de Física. (esquecer)
___________________________________________________ ___________________________________________________
_______________________ ______________________
e) O incêndio acarretou uma catástrofe. (implicar) l) Onde você mora? (ir)
___________________________________________________ ___________________________________________________
_______________________ ______________________
f) Se o professor não desculpar o aluno, quem poderá m) Eu demorei fazer o dever. (custar)
desculpá-lo. (perdoar) ___________________________________________________
___________________________________________________ _______________________
______________________ n) Altos cargos são desejados por gente medíocre.
g) Remunero os funcionários de acordo com sua capacidade. (visar)
(pagar) ___________________________________________________
_________________
2. Complete, se necessário, com a preposição adequada
antes do pronome relativo.
a) O perfume____ que aspiramos era maravilhoso. g) A palestra____ que esqueci, era hoje.
b) O lugar _____ que me referi é longe. h) A palestra _____ que me esqueci, era hoje.
c) O vigia os informou _____ que tudo estava em ordem. i) Aquelas são as leis____ que deveremos obedecer.
d) O vigia lhes informou ______que tudo estava em ordem. j) O filme____ que assisti foi maravilhoso.
e) ___ que futuro aspiras? k) ____ que conta você pagou?
f) ____ que alvo o caçador visou? l) ___ que funcionário você pagou?

XXVIII. CRASE
A palavra crase provém do grego krasis, e significa “fusão”, “junção”. Em português, ocorre a crase com a fusão de A + A (s), sendo
indicada pelo acento grave ( ` ).
Observe atentamente os casos abaixo:
Encontrei a amiga. (o verbo não exige preposição).
Ele se referiu a todos. (preposição exigida pelo verbo referiu-se).
Ele se referiu a a aluna. Logo: Ele se referiu à aluna. (preposição exigida pelo verbo/ artigo pedido pelo substantivo).

DIVIDIMOS O ESTUDO DA CRASE EM TRÊS CASOS:


I. Preposição A + artigo A (s);
II. Crase com pronomes demonstrativos e relativos;
III. Crase facultativa.

PREPOSIÇÃO A + ARTIGO A (S) = À (S)


A crase só ocorrerá diante de palavra feminina que admita o artigo a ou as que dependa de outra palavra que exija a preposição A .
Irei a a praia ( preposição e artigo) → Irei à praia.
Alguns artifícios podem ajudá-lo a descobrir a ocorrência ou não da crase:

a) Substitua a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante da palavra masculina, ocorrerá a crase.
Exemplo:

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Irei à praia. → Irei ao clube.
Mas: Comprei a casa. → Comprei o carro.

b) Substitua o verbo ir pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, usa-se o acento grave. Exemplo:
Irei à Bahia → Voltei da Bahia.
Mas: Irei a Paris → Voltei de Paris.
Obs: Cheguei de = a .
Cheguei da = à.
Irei a Fortaleza. → Cheguei de Fortaleza.
Irei à Fortaleza das belas praias. → Cheguei da Fortaleza das belas praias.

CASOS EM QUE NUNCA OCORREM CRASE

1. Diante de palavras masculinas. Exemplo: Gosto de andar a pé.


Obs.: ocorrerá acento grave diante de palavra masculina, quando subentende-se à moda (de), à maneira ( de). Exemplo: Fez um gol à
Neymar.

2. Diante de verbos. Exemplo: Estava a percorrer as ruas.

3. Diante de pronomes de tratamento (com exceção de senhora e senhorita, pelo fato de admitirem artigo).
Exemplo:
O que direi a V. Ex.ª?
O que direi à senhorita?

4. Diante de pronomes pessoais.


Exemplo:
Eu me referi a ela.
Ele se referiu a mim.

5. Diante de pronomes indefinidos (com exceção de outra (s), pelo fato de admitir artigo). Exemplo:
Não vou a nenhuma festa.
Não me referi a ninguém.
Comunicarei a decisão às outras.

6. Diante dos relativos quem e cuja. Exemplo:


Esta é a pessoa a quem te referes?
Esta é a mulher a cuja mãe fiz referência.

7. Nas locuções formadas por expressões repetidas. Exemplo: Estamos frente a frente.

8. Diante de pronomes demonstrativos. Exemplo:


Irei a esta festa.
Fui a essa reunião.

9. Diante de palavra no plural, se o artigo a estiver no singular. Exemplo:


Não falo a pessoas desinteressadas

10. Diante do artigo indefinido uma. Exemplo:


Não se deve chegar a uma atitude tão drástica como esta.

11. Diante da palavra terra, quando esta designar “chão firme”. Exemplo:
Os tripulantes voltaram a terra.
OBS: se a palavra terra designar local, região, pátria ou planeta, ocorrerá o acento grave.
Exemplo:
Os astronautas voltaram à Terra.
Irei à terra de meus pais.
12. Diante da palavra casa, Quando não vier especificada.

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Exemplo:
Quando cheguei a casa, estava exausta.
OBS.: se a palavra casa vier especificada ocorrerá o acento grave. Exemplo:
Quando cheguei à casa de Layla, estava exausta.

CASOS EM QUE SEMPRE OCORRE CRASE

1. Quando forem satisfeitas as duas condições já expostas anteriormente, ou seja, palavra feminina que admita o artigo A e que dependa,
por sua vez, de outra palavra que exija a preposição A.
Exemplo: Ele obedece às leis de trânsito. [a (preposição) + as (artigo)]

2. Nas locuções adverbiais femininas que indicam:


Tempo → Ex.: Sairemos à tarde.
Voltamos à noite.
Modo → Ex.: Comprei o carro à vista.
Consertei a blusa às presssas.
Lugar → Ex.: Irei à cidade.
Vire à direita.

OBSERVAÇÕES:
a . Entre as locuções adverbiais de tempo estão incluídas as expressões que indicam horas.
Cheguei às 10h e sai às 12 h.
Mas: Estou te esperando desde as 12h.
Daqui a uma hora sairei.
Cuidado! Atenção ao paralelismo:
Abrimos de 10h a 20h. / Abrimos das 10h às 20h.

b. Segundo alguns autores, nas locuções adverbiais femininas de instrumento ( a faca, a chave, a mão, a unha, a navalha, a bala, etc.), o
acento grave é dispensável. Torna-se obrigatório, entretanto, quando a clareza da frase assim o exigir.
Veja:
O animal, matou-o a unha. (a unha foi a causadora da morte do animal)
O animal, matou-o à unha. (alguém matou o animal mesmo estando desarmado)
Mas cuidado: Fala a respeito de corrupção. → Não se usa acento grave antes de palavra masculina.

3. Nas locuções prepositivas femininas (A + palavra feminina + de)


Exemplo:
Estava à beira de um ataque de nervos.
Fiquei à espera de ajuda.
Estávamos à cata de informações.
Lembrete: nas expressões à moda de, à maneira de, a palavra central pode ficar oculta. Neste caso, o à poderá vir diante palavras
masculinas.
Exemplo: Fez um gol à Pelé. (à moda de)

4. Nas locuções conjuntivas terminadas por que: (à medida que, à proporção que,...)
À medida que corria, ficava mais cansado.
À proporção que chorava, ficava mais nervoso.

CRASE COM PRONOMES DEMONSTRATIVOS E RELATIVOS

1. Aquele (s), aquela (s), aquilo


Se o termo que anteceder um desses demonstrativos exigir a preposição A, vai ocorrer a crase.
Exemplo: Refiro-me àquele indivíduo. (a + aquele)
Prefiro isto àquilo. (a + aquilo)
Dirijo-me àquela classe. (a + aquela)
Mas:
Citei aquela obra.
2. Crase com o pronome demonstrativo A ou AS

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“A” e “AS” são demonstrativos quando equivalem a aquela e normalmente vêm precedidos do pronome relativo que.
Ex.: Lúcia é a (= aquela) que mais fala.
Diante do pronome relativo que normalmente não há crase, visto que esse pronome repele o artigo. No entanto, usaremos o acento grave
antes do citado relativo quando satisfizerem duas condições:
Quando “que” estiver precedido do pronome demonstrativo a ou as = aquela (s) e houver um termo anterior a ele que peça auxílio da
preposição A.
Para confirmar a existência do acento grave antes do “que”, troque o seu antecedente por palavra masculina, se ocorrer ao que,
empregaremos crase.
Exemplo:
Esta caneta é igual à que eu comprei. ( preposição / demonstrativo) - igual a
Esta estrada é paralela à que corta a cidade. ( preposição / demonstrativo ) - paralela a
Trocando por palavra masculina. Este livro é igual ao que eu comprei.
Este rio é paralelo ao que corta a cidade.

3. Crase antes dos pronomes relativos qual e quais


Haverá acento grave no A antes destes relativos quando, substituindo-se o antecedente feminino por um masculino, resultar ao qual e
aos quais.
Exemplo:
A cidade à qual iremos possui praias às quais chegaremos.
Trocando por palavra masculina:
O país ao qual iremos possui recantos aos quais chegaremos.
Mas:
Esta é a terra a qual trago na lembrança.
Trocando por palavra masculina:
Este é o país o qual trago na lembrança.

CRASE FACULTATIVA

Pode-se usar ou não o acento grave indicador da crase:


1. Diante de nome próprio feminino.
Exemplo:
Escrevi uma carta a Cristina.
Escrevi uma carta à Cristina.
OBS.:
a. Com acento ( presença do artigo), presume-se intimidade.
b. Será proibido o acento, se o nome repelir o artigo ( pessoas não íntimas, nomes de santas, pessoas célebres......)
. EX.: Fiz uma promessa a Santa Teresinha.

2. Diante de pronome possessivo adjetivo feminino ( pronome adjetivo é aquele que vem acompanhado de substantivo). Ex.: Dirija-se a
sua sala. Dirija-se à sua sala.
Obs.: O acento será obrigatório se houver preposição e o A anteceder pronome possessivo substantivo feminino. (pronome substantivo é
aquele que não vem acompanhado de substantivo).
Exemplo: Dirija-se a (ou à) sua sala e não à minha.
Obrigatório: não vem acompanhado de substantivo.
3. Diante da preposição até.
Exemplo: Foi até a (ou à) janela.

EMPREGO DE HÁ – A

1. Usa-se Há:
a . No sentido de existir. Exemplo: Há bons livros na biblioteca.
b. Na indicação de tempo passado. Exemplo: Há dois meses que ele não aparece.
c. Quando for substituível por “faz”. Exemplo: Há anos que não a vejo.

2. Usa-se A:
a. Na indicação de tempo futuro. Exemplo:
Viajarei daqui a dois meses.

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b. Na indicação de distância. Exemplo:
A casa fica a dois quilômetros daqui.
OBS:
Se houver a locução prepositiva feminina à distância de, empregaremos o acento grave. Exemplo: A casa fica à distância de dois
quilômetros.
EXERCICIOS

1. Reescreva as frases, fazendo as substituições indicadas e observando o uso ou não do acento grave.
a) Muitos discutiram o problema. Troque problema por questão: i) Paguei a conta telefônica. Troque conta telefônica por
___________________________________________________ costureira:
______________________ ___________________________________________________
b) Gosto de comprar à vista. Troque vista por prazo: _______________________
___________________________________________________ j) Não pertenço àquela turma. Troque àquela por essa:
______________________ ___________________________________________________
c) A aluna a quem me referi viajou. Troque quem por qual: ______________________
___________________________________________________ k) Sua casa é igual à casa de meu pai. Elimine a palavra casa:
______________________ ___________________________________________________
d) As pessoas preferem o futebol ao tênis. Troque tênis por ______________________
natação: l) Ela jura que não voltará a esta cidade. Troque esta por
___________________________________________________ aquela:
_______________________ ___________________________________________________
e) Vimos a partida de tênis. Troque vimos por assistimos: _______________________
___________________________________________________ m) Não obedeci à ordem. Coloque após à a palavra nenhuma.
______________________ ___________________________________________________
f) Ninguém respeita a sinalização. Troque respeitar por ______________________
obedecer: n) Ele almejava a ascensão profissional. Troque almejar
___________________________________________________ por visar:
_______________________ ___________________________________________________
g) Sempre desejou a carreira diplomática. Troque desejar por _______________
aspirar: o) Ele escreve à moda de Machado de Assis, isto é, com
___________________________________________________ elegância. Elimine a expressão em destaque:
______________________ ___________________________________________________
h) Fiz elogios a ela. Troque ela por aluna: _______________________
___________________________________________________
_______________________

2. Use há, a ( s) ou à (s):


a) Trago ______ vocês _____ últimas novidades.
b) ____ esperança jamais ____ de acabar, enquanto eu tiver forças para vencer ____ decepções.
c) Eles conversaram muito, _____ recordar ____ aventuras _____ quais haviam renunciado.
d) Avisei _____Vossa Senhoria que____vezes não gosto de falar ____ pessoas estranhas.
e) Ele viveu aqui_____ muitos anos e retornará daqui_____ dois meses.
f) O shopping fica______ dez quilômetros da minha casa.
g) Comprar _____ prestação, jamais!
h) Agradeci____ colegas o auxílio.
i) ____todo instante, surgem opiniões contrárias _____sua.
j) As verdadeiras mulheres obedecem mais______ voz do coração do que ____ voz da razão.
k) A vida _____ qual aspiramos é difícil.
l) Peço___ Virgem Maria que tal não aconteça ___cada pessoa presente.
m) De dez___ vinte de setembro serão aplicadas ____ provas.
n) Não visitei ainda______casa de Ângela.
o) Minha atitude foi idêntica_____que você teve ontem.

XXIX. CONCORDÂNCIA NOMINAL


Regra geral: O adjetivo (assim também o artigo, o pronome e o numeral) concorda com o substantivo que ele qualifica ou determina em
gênero e número.

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As minhas últimas esperanças foram por água abaixo.

Concordância do adjetivo referente a mais de um substantivo.

1 - Se o adjetivo estiver posposto aos substantivos, teremos duas opções:


a) Quando os substantivos forem de gêneros diferentes, pode-se concordar com o elemento mais próximo ou com o masculino plural:
Ex:
Comprou um carro e uma moto ....................................... ou .......................................... (importado)
Comprou uma moto e carro ......................................... ou ........................................ (importado)

b) Quando os substantivos forem de mesmo gênero, é óbvio que o adjetivo se flexionará nesse gênero.
Quanto ao número, ou ele ficará no plural ou concordará com o mais próximo:
Ex:
Comprei revista e apostila ............................... ou ................................ (ilustrado)
OBS:. É evidente que, quando o adjetivo exprime uma qualidade tal que só cabe ao último elemento, a concordância se efetuará
obrigatoriamente com este último.
Exemplo:
Alimentavam-se de pão e carne suína.

2. Se o adjetivo vier anteposto aos substantivos, a concordância será feita com o substantivo mais próximo.
Ex:
Durante a Copa vimos ............................ gols e jogadas. (belo)
Durante a Copa vimos ............................ jogadas e gols. (belo)
OBS:. Quando os substantivos são nomes próprios ou nomes de parentesco, o adjetivo vai sempre para o plural. Exemplo:
Os apóstolos Pedro e Paulo são muito estimados.

Mais de um Adjetivo referente a apenas um Substantivo


O substantivo irá para o plural ou ficará no singular, desde que haja a repetição do artigo.
Ex: Os setores público e privado formaram uma parceria.
O setor público e o privado formaram uma parceria.
OBS: Modernamente, entende-se que, na última frase, o último artigo pode ser retirado: “O setor público e privado formaram uma
parceria.” Quem defende isso é Evanildo Bechara. Isso já foi questão de prova na Esaf e no Cespe/UNB.

OUTROS CASOS

1. Expressões do tipo É PROIBIDO, É BOM, É NECESSÁRIO, É PRECISO, É NOCIVO, etc. ficam invariáveis quando o sujeito vier sem
determinante (artigo, pronome, adjetivo), tais expressões variam normalmente quando houver determinante.
– É PROIBIDO entrada (mas: É PROIBIDA a entrada.)
– Água de melissa É BOM. (mas: A água de melissa É BOA.)
– É NECESSÁRIO cautela. (mas: É NECESSÁRIA muita cautela.)
– Pimenta É NOCIVO para o estômago. (mas: Aquela pimenta É NOCIVA para o estômago.)

2. Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem nos referimos
(quando pode ocorrer silepse de gênero):
Sua alteza, o príncipe, ficou encantadO.
Sua Alteza, a princesa, ficou encantadA.
Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de nossa plena confiança.

3. PARTICÍPIOS
Concordam geralmente com os substantivos a que se referem, mormente nas orações reduzidas.
Ex: Dadas as circunstâncias, regressaremos.
Vistos os documentos, fomos dispensados.
* Os particípios na voz passiva variam normalmente.
Ex: Algumas pessoas tinham sido notificadas pela Receita Federal.
* Os particípios só não variam quando fizerem parte de tempo composto da voz ativa.
Nenhuma autoridade tinha visto os documentos.

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4. TAL QUAL
São palavras que devem concordar com o nome a que se referem, ou seja, tal concorda com o antecedente e qual, com o consequente.
Ex: João é tal quais os pais.

Os filhos são tais qual a mãe.

5. EMPREGO DOS NUMERAIS


A) Na designação de papas e soberanos, bem como na de séculos e de partes em que se divide uma obra, usam-se os ordinais até o
DÉCIMO; daí por diante o cardinal, sempre que o numeral vier depois do substantivo:
Paulo VI (sexto) Pio XII (doze)
Henrique VIII (oitavo) Leão XIII (treze)
Século V (quinto)
* Quando o numeral antecede o substantivo, emprega-se sempre o ordinal:
Décimo século.
Segundo ato.

B) Na enumeração de artigos, parágrafos e cláusulas de contratos, leis, decretos, portarias, etc., usa-se o ordinal até NOVE, e o cardinal
de DEZ em diante:
Artigo 1º (primeiro)
Artigo 9º (nono)
Artigo 10 (dez)

C) Na enumeração de páginas e de folhas empregam-se os cardinais.


Ex: Abra o livro na página cinco.
→ Se o numeral vier anteposto, usa-se o ordinal.
Ex: Abra o livro na quinta página.
OBS:. Na linguagem forense diz-se:
A citação se encontra a páginas vinte e duas (significa: a vinte e duas páginas do início do trabalho). Ou: A citação se encontra à página
vinte e dois.

6. POSSÍVEL
Não varia se fizer parte de uma expressão superlativa com o artigo o/a no singular (o/a mais, o/a menos, o/a pior, o/a melhor...) ou se
estiver acompanhado de quanto. Varia se o/a estiver no plural.
Alunos o mais possível inteligentes.
Alunas o menos possível feias.
Mulheres as mais belas possíveis.
Ele escolhia as tarefas menos penosas possíveis.
Bebidas tão geladas quanto possível.

7. ALGUMA COISA (DE) — QUALQUER COISA (DE) ALGO (DE)


→ O adjetivo precedido dessas expressões fica no masculino se intervém a preposição DE:
Flávia tem algo de sedutor.
A baleia tem qualquer coisa de assustador.
→ Vai para o feminino na ausência dessa preposição.
Alguma coisa extraordinária ocorreu aqui.
Qualquer coisa entristecedora naquele filme me estragou o dia.

Lembrete: Como é sabido, o advérbio é sempre invariável. Portanto, é necessário recordarmos que uma palavra só é
advérbio quando se refere a um verbo, a um adjetivo ou ao próprio advérbio. Veja:

Elas são muito nervosas.


Advérbio adjetivo
Elas comem muito.
Verbo advérbio
Joana canta muito bem.
Advérbio advérbio

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Palavras ou expressões que merecem estudo particular:
1. Mesmo, próprio, só, extra, junto, quite, leso, obrigado, anexo, apenso, incluso
Quando têm valor adjetivo variam normalmente.
Exemplos:
Ela mesma fez o relatório. Elas mesmas fizeram o relatório.
Obs.: Mesmo não varia quando equivale a realmente / de fato / inclusive.
Elas fizeram mesmo isso? Ela própria fará a entrega. Ela ficou só. Eles ficaram sós.
Obs.: A expressão a sós é invariável.
Ex.: Fiquei a sós em casa.
Terão aulas extras.
Obs.: Extra não é flexionado quando usado como prefixo.
Ex.: Os extracomandantes assumiram a missão.
Elas saíram juntas.
Obs.: Junto é invariável quando seguido das preposições A, DE, COM.
Elas moram junto à escola. Ela disse: “Muito obrigada.” Elas disseram: “Muito obrigadas.”
Saíram junto com o pai. Vai anexa dentro do envelope a cópia do contrato.
Eu estou quite. Nós estamos quites. Encaminho inclusa a carteira de motorista.
Cometeu crime de lesa-pátria.
Obs.: A expressão em anexo é invariável.

2. Meio, bastante, muito, pouco, caro, barato


Quando têm valor adjetivo são variáveis.
Exemplos:
Há bastantes reclamações. Usou muitos artifícios.
Não use meias palavras. Os alimentos estão caros.
Obs.: Se as palavras acima tiverem valor de advérbio, não variam.
Estão bastante irritados. Os alimentos custam caro.
Ela está meio decepcionada.

3. Menos, pseudo, alerta, em via de, em mão, haja vista


São invariáveis.
Exemplos:
Havia menos opções que o divulgado. Estamos alerta. Entreguei o convite em mão.
Ela era pseudomédica. Está em via de perder o emprego. Haja vista o problema, sairemos.

4. Fantasma, relâmpago, padrão, pirata, monstro, surpresa etc.


São invariáveis quando utilizados como adjetivos.
Exemplos:
Existem firmas fantasma. Conquistaram vitórias relâmpago.
Fizeram festas monstro. Visitas surpresa.

5. Melhor
• Quando for advérbio: invariável. Ex.: Os diretores avaliaram melhor os dados.
• Quando for adjetivo: variável. Ex.: Eles foram os melhores da Copa.
Obs.: Antes de particípio, deve-se evitar as palavras “melhor” e “pior” e substituí-las pelas expressões “mais bem”, “mais mal”.
Exemplos:
As questões foram mais bem esclarecidas. Ela é a funcionária mais mal remunerada.

6. Milhão e milhares
Milhão: concorda com a parte inteira do numeral cardinal a ele relacionado.
Exemplo: A empresa investiu 1,9 milhão de reais em equipamentos.
Obs.: O mesmo vale para bilhão, trilhão etc.

Milhares: substantivo sempre masculino.


Exemplo: Os milhares de pessoas fecharam a avenida.

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7. Nenhum: variável.
Exemplo: Não somos nenhuns idiotas; elas, nenhumas bobas.

8. Silepse de gênero e número


Concordância é feita não com a forma gramatical, mas com o seu sentido, com a ideia.
Exemplos: Vossa Excelência, deputado, está enganado!
A Brasil vive engarrafada. (Com referência à avenida)
Os brasileiros somos trabalhadores. (os brasileiros: usado na 3ª pessoa do plural e sonos: 1ª pessoa do plural).

EXERCÍCIOS

1. Nas frases a seguir, estabeleça a concordância com as expressões indicadas nos parênteses:
a) Essas meninas são ......................... a mãe. (tal qual)
b) Há sempre ....................... ocorrências, quando os bombeiros estão ............................. (menos, alerta)
c) Para quem a entrada é .........................? (proibido)
d) Os dois ficaram .............................. diante da fera. (só)
e) Ela .......................... escreveu a crônica. (mesmo)
f) Você já comprou duas blusas ....................... (amarelo- canário)
g) Água fresca é ...................... para matar a sede. (bom)
h) Já é tarde: passa de meio-dia e ..................... (meio)
i) Sua Santidade ficou ............................. com a visita ao Brasil. (satisfeito)
j) Estava tão atarefada que até andava ...................tonta. (meio)
k) ........................ ao requerimento vai a certidão e o recibo. (anexo)
l) Sambistas as mais brilhantes ............................(possível)
m) A janela ficara ....................... aberta, por isso o menino se resfriou. (meio)
n) É Joana ................................. que está falando. (mesmo)
o) Elas querem comprar ............................ vestidos. (bastante)
p) As casas custaram muito ............................. (caro)
q) Os alimentos estão ............................. (barato)
r) É ................................ compreensão (necessário)
s) As meninas disseram: muito .......................... (obrigado)
t) Elas saíram ............................. com a mãe. (junto)
u) ........................... as dificuldades, voltaremos. (dado)
v) A filha é ........................... os pais (tal qual)

2. Faça o que se indica logo após a frase:


a) No jogo não foi permitida a entrada de crianças. → Elimine o artigo destacado e refaça a concordância.
b) Todos os policiais estavam atentos, porque a torcida estava um pouco revoltada com o juiz. → Troque atentos, por alerta e um pouco
por meio, fazendo a concordância.

XXX. CONCORDÂNCIA VERBAL


PRINCÍPIO GERAL
O verbo concorda com o sujeito em número e em pessoa.
Regra 1: Sujeito Simples - o verbo concordará com ele em número e pessoa.
Surgiram vários problemas.

Regra 2: Sujeito Composto:


a) anteposto: o verbo fica no plural
Os passageiros e o motorista morreram naquele acidente.
b) posposto: o verbo fica no plural ou concorda com o núcleo mais próximo.
Veio / vieram à reunião o reitor e o diretor.
Se houver ideia de reciprocidade o verbo vai obrigatoriamente para o plural.
Esbofetearam-se o torcedor e o conselheiro.
Regra 3: Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes: o verbo ficará no plural da pessoa predominante:
Assim:
a) se houver entre os núcleos a primeira pessoa (eu) o verbo vai para a primeira pessoa do plural.

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b) se houver a segunda e a terceira, o verbo vai para a segunda pessoa do plural, ou usa-se a terceira pessoa do plural.
→ Eu + tu + ele = nós
Eu + tu = nós
Eu + ele = nós
Tu + ele = vós ou eles
Eu, tu e alguns amigos somos privilegiados.
Tu e ele devemos/deveis iniciar o trabalho.
Atenção ao núcleo do sujeito!
O empenho da Igreja Católica e de organizações não governamentais reunidas no Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral forçaram
a tramitação relativamente rápida do projeto.
Observe que o item está errado em relação à concordância porque o núcleo do sujeito (empenho) está no singular, portanto o verbo
deveria ficar no singular (forçou).

CASOS ESPECIAIS COM O SUJEITO SIMPLES


1. Os verbos dar, bater e soar
Esses verbos concordam com o numeral seguinte:
Deu uma hora
Deram duas horas
Soou uma hora no relógio da matriz
Soaram três horas no relógio da matriz
Ia dar uma hora no relógio da torre
Iam dar duas horas no relógio da torre
OBS:. Concordarão com o sujeito (relógio, sino, sineta, carrilhão, etc. ) se estiver expresso:
O relógio deu três horas
O sino bateu oito horas
Soou sete horas a sineta
O relógio acabar de dar três horas.
Mas:
No relógio deram cinco horas. → Cinco horas deram no relógio.
sujeito sujeito

2. O verbo fazer
O verbo fazer é impessoal, não possuirá sujeito e ficará na terceira pessoa do singular, em apenas dois casos:

a) No sentido de "tempo decorrido".


Faz uma semana que não o vejo / Faz duas semanas que não o vejo
Fará um milênio que nasceu / Fará milênios que nasceu

b) Indicando "fenômenos atmosféricos":


Faz dias ensolarados em Ponta Grossa.
Fez manhãs negras.
OBS:.O verbo fazer também transmite a sua impessoalidade para o verbo auxiliar.
Note:
Deve fazer dois anos que faleceu.
Deve fazer dois anos que faleceu (Deve - 3ª pes. sing./ fazer - impessoal)

3. O verbo Haver
O verbo haver quando possui sentido de existir ou acontecer, é um verbo impessoal, isto é, sem sujeito, por isso fica sempre na 3ª
pessoa do singular.
Quando usado em locução verbal, o verbo haver transmite a impessoalidade para o verbo auxiliar, que fica no singular.
Ex: Na sala, havia vinte lugares. (haver = existir)
Na sala, devia haver vinte lugares (devia = verbo auxiliar)
Amanhã, haverá duas festas. (haver = acontecer)
Amanhã, vai haver duas festas. (vai = verbo auxiliar)
OBS:. Diferentemente do verbo haver, os verbos, os verbos existir e acontecer possuem sujeito e, é claro, concordam com ele.
Na sala, existiam vinte lugares. (sujeito)
Na sala, deviam existir vinte lugares. (deviam = verbo auxiliar)

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verbo aux. plural
Amanhã, acontecerão duas festas. (sujeito)
Amanhã, deverão acontecer duas festas. (deverão = verbo auxiliar)
verbo aux.plural
O verbo haver, quando usado em sentido diferente de existir/acontecer, possui sujeito normalmente.
Ex: Se te maltratarem, eles se haverão conosco (haver = ajustar contas)
Todos os meninos haviam voltado cedo. (neste caso, haver é verbo auxiliar.)

4. PARTÍCULA "SE"
Verbo com pronome SE apassivador.
Quando o verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto aparece apassivado pelo pronome se, concorda com o sujeito paciente.
Ex:
a) Do lado de fora, ouvia-se o gemido do doente. = o gemido do doente era ouvido.
b) Do lado de fora, ouviam-se os gemidos do doente. = os gemidos do doente eram ouvidos.
Ex:
a) Entregou-se uma flor à mulher. = uma flor foi entregue à mulher.
b) Entregaram-se flores à mulher. = flores foram entregues à mulher.
Observe que nesses casos as frases se encontram na voz passiva e o se é classificado como pronome apassivador.
Verbo com pronome SE índice de indeterminação do sujeito.
O verbo fica na 3ª pessoa do singular quando a indeterminação do sujeito é marcada pelo pronome se com verbo transitivo indireto e
verbo intransitivo.
Ex: Precisa-se de homens e mulheres corajosos.
Assiste-se a ótimas palestras durante aquele seminário.
Não se obedece às leis do Brasil.
Vive-se mal no Brasil.
Observe que nesses casos o sujeito é indeterminado e o se é classificado como índice de indeterminação.

5. SUJEITO ORACIONAL
Quando o sujeito é formado por uma oração, a concordância se faz no singular.
Ainda falta resolver três pendências.
Sujeito oracional
Convém aos alunos fazer muitos exercícios.
Sujeito oracional

6. SUJEITO DE UM VERBO NO INFINITIVO

Mesmo não sendo explícito o sujeito, é possível a flexão no infinitivo (favorece muitas vezes a clareza).
Ex.: Está na hora de começarmos o serviço. (Se fosse “começar”, não haveria clareza de quem praticaria a ação; eu?, você?, ele?)
Se o sujeito implícito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a flexão do infinitivo não é necessária, mas não é
proibida.
Ex.: Vocês estão aptos para resolver / resolverem o problema.
Os professores foram escolhidos para integrar / integrarem o grupo de pesquisa.

7. O verbo parecer
Nas frases em que o verbo PARECER for seguido de um INFINITIVO, ocorrem dois tipos de construção paralelos: podemos flexionar o
verbo "parecer" ou o "infinitivo" que o acompanha (mas jamais os dois):
As estrelas pareciaM sorrir
As estrelas parecia sorrirEM

8. Coletivos
Verbo na terceira pessoa do singular.
Exemplo:
Um grupo saiu cedo.
Obs.: Se o coletivo vier especificado, é facultativa a pluralização do verbo.
Ex.: Um grupo de professores saiu às ruas. / Um grupo de professores saíram às ruas.

9. Expressões partitivas (a maioria de, a maior parte de, uma porção de, a metade de, entre outras)
Verbo pode ser usado na terceira pessoa do singular ou na terceira pessoa do plural.

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Exemplo:
A maioria das reclamações ficou sem resposta.
A maioria das reclamações ficaram sem resposta.

10. Número percentual


Verbo concorda com a percentagem.
Exemplo:
1% não fez o teste.
10% não fizeram o teste.
Obs.: Quando houver especificador, o verbo pode concordar com a percentagem ou com o especificador.
Exemplo:
1% dos estudantes não fez ou fizeram o teste.
10% da turma não fizeram ou fez o teste.
Obs.: Se a percentagem estiver determinada, o verbo concorda obrigatoriamente com a percentagem.
Exemplo:
Esses 10% da turma não fizeram o teste.
Meus 2% de prejuízo foram contabilizados.

11. Fração
Verbo concorda com o numerador.
Exemplo: Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe viver bem.

12. Sujeito formado por nomes próprios que só têm plural (Estados Unidos, Minas Gerais etc.)
• Se o nome não vier precedido de artigo, o verbo fica no singular.
Exemplos:
Estados Unidos controlou a crise financeira.
Férias faz bem à saúde.
• Se o nome vier precedido de artigo, o verbo vai para o plural.
Exemplos:
Os Estados Unidos controlaram a crise financeira.
As férias fazem bem à saúde.
• Se o sujeito for um nome de obra artística (livro, filme...), o verbo pode ficar no singular ou no plural, quando antecedido de
artigo no plural (Os Sertões, Os Maias etc.)
Exemplos:
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.

13. Pronomes de tratamento


Verbo na terceira pessoa e os pronomes que a ele se refiram também.
Exemplo: Vossa Senhoria pode assinar o seu pedido de desistência.

14. Mais de – menos de – perto de etc.


Verbo concorda com o numeral.
Exemplos:
Mais de um aluno não compareceu à aula.
Menos de dois alunos não compareceram.
Obs.: Mais de um: verbo no plural caso haja reciprocidade.
Exemplo: Mais de um jogador se agrediram.

15. Que – quem


Com o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente.
Exemplos:
Fui eu que fiz isso.
Fomos nós que fizemos o trabalho.
Com o pronome relativo quem, o verbo fica na terceira pessoa do singular ou concorda com o antecedente.
Exemplos:
Fui eu quem fiz / fez.
Fomos nós quem fez / fizemos.

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16. Um dos que / Uma das que
Verbo preferencialmente no plural.
Exemplo:
Ele é um dos que mais trabalham / trabalha.
Obs.: Se houver nitidez na seletividade do objeto a que se refere, o singular será obrigatório.
Exemplo: O sol é um dos astros que aquece a Terra.

17. Sujeito é pronome interrogativo ou indefinido no plural, seguido de nós e vós


Verbo fica na terceira pessoa do plural ou concorda com o pronome pessoal.
Exemplos:
Alguns de nós não tiveram / tivemos sorte.
Poucos de vós venceram / vencestes.
Obs.: Se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular, mesmo que o determinante esteja no plural, o verbo ficará na terceira
pessoa do singular.
Exemplos:
Algum de nós não teve sorte.
Nenhum dos homens chegou ao destino.

CASOS ESPECIAIS COM O SUJEITO COMPOSTO


1. Sujeito composto resumido por um termo (tudo, nada, ninguém, isso, nenhum)
Verbo fica no singular.
Exemplos:
Ministros, deputados, ninguém se entende.
A família, o trabalho, os amigos, tudo ficou para trás.

2. Sujeito composto ligado por OU


• Se indicar exclusão, o verbo fica no singular.
Exemplo:
O Flamengo ou o Corinthians ganhará o campeonato este ano. (exclusão)

• Se não houver ideia de exclusão (ou=e/ou), singular ou plural.


Exemplo:
A mãe ou a filha pode / podem dar a informação.

• Se ligar termos antônimos, o verbo fica no plural.


Exemplo: O amor ou o ódio exacerbados não fazem bem.

• Se ligar termos sinônimos, o verbo fica no singular.


Exemplo: A fonética ou a fonologia estuda os fonemas.

3. Sujeito composto constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro.


Verbo fica no singular ou no plural.
Exemplos:
Um e outro já veio / vieram aqui.
Nem um nem outro sabe / sabem a verdade.

4. Sujeito composto ligado pela preposição com


Verbo fica no plural, mas, se a expressão iniciada por com estiver entre vírgulas, o verbo concordará com o primeiro sujeito.
Exemplo:
O ministro com os seus assessores chegaram atrasados.
O ministro, com os seus assessores, chegou atrasado.
Obs.: A maioria dos gramáticos entende que a expressão (entre vírgulas) iniciada por com é um adjunto adverbial de companhia.

CONCORDÂNCIA VERBAL DO SER

• O verbo ser, em princípio, pode concordar com o sujeito ou com o predicativo.

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Exemplos: Aquilo é / são implicâncias.
O que me irrita é / são as más línguas.

• O verbo ser concorda com o pronome pessoal.


Exemplos: O responsável sou eu.
Eu sou o responsável.

• O verbo ser concorda com “pessoa”. Quando pessoa concorre com pronome reto, o verbo ser concorda com o pronome reto.
Exemplo: Luísa é os mimos da casa.
Os mimos da casa é Luísa.
Luísa sou eu.
Eu sou Luísa.

• O verbo ser concordará com a indicação de horas, datas, tempo, distância.


Exemplos: São dez horas.
Daqui lá são dez quilômetros.
É frio.
Devem ser 14h.
Hoje são 20.
Hoje é dia 20.
Obs.: em indicação de datas, alguns gramáticos aceitam duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.
Exemplo: Hoje são 12. Hoje é (dia) 12.

• O verbo ser fica no singular quando se segue de termos como muito, pouco, bastante etc. junto a especificações de preço,
peso, quantidade, distância.
Exemplo: Quinhentos reais é pouco.
Cinco quilos é necessário para o churrasco.
Dez milhões é bastante.

EXERCÍCIOS
1. Faça as modificações indicadas e altere, se necessário, a concordância verbal. Quando houver duas concordâncias possíveis, indique-
as:
a) Não faz parte da promoção o sapato da nova coleção.
Troque sapato por sapatos: .......................................................................................................
b) Mais de dez alunos criticaram a metodologia do professor.
Troque dez por um: ..................................................................................................................
c) Muitos postes caíram.
Troque muitos por a maioria dos:...............................................................................................
d) Estados Unidos exporta milho.
Coloque os antes de Estados Unidos: .......................................................................................
e) Quais de nós analisaríamos a questão?
Troque Quais por Qual: .............................................................................................................
f) Não serei eu que contarei a verdade.
Troque que por quem: ...............................................................................................................
g) Vós fizestes o acordo na vossa gestão.
Troque vós por Vossa Excelência: ............................................................................................
h) Existiam muitos problemas.
Troque exisitir por haver: .........................................................................................................
i) Não se vende carro usado nesta concessionária.
Troque carro por carros: ..........................................................................................................

2. Nas frases abaixo, use uma das formas entre parênteses, observando-se a concordância verbal adequada:
a) O velho sino ....................... doze horas (batia-batiam)
b) No velho sino ........................... doze horas (batia-batiam)
c) Quando ......................... quatro horas, chame-me (for-forem)
d) Tudo começou quando ....................... vinte e uma horas (deu - deram)
e) Quando ele chegou .......................... ser dez horas (devia-deviam)

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XXXI. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Os pronomes oblíquos átonos são: me, nos, te, vos, o, a, os, as, lhe, lhes, se.
Na frase, esses pronomes podem, dependendo de certos fatores, aparecer em três posições em relação ao verbo:
Próclise: quando o pronome está antes do verbo.
Exemplo: Não te contarei o fato.
Mesóclise: quando o pronome está no meio do verbo.
Exemplo: Contar-te-ei o fato.
Ênclise: quando o pronome está depois do verbo.
Exemplo: Contei-te o fato.

OBS1: De acordo com os padrões da norma culta, não se principia o período com pronome oblíquo. Também não se usa próclise após
pausa.
Ex.: Me ajude. → Ajude-me. Por favor, me ajude. → Por favor, ajude-me.

OBS2: Os futuros (do presente e do pretérito) e os particípios não admitem ênclise.


Ex.: Darei-te tudo. → Dar-te-ei tudo.
Tinha falado-me a verdade. → Tinha me falado a verdade.

PRÓCLISE
Existem palavras ou expressões que exigem a próclise.

Observe:
* Palavras ou expressões negativas: não, nunca, ninguém, de maneira alguma, etc.
Jamais se curva diante das dificuldades.
Nunca nos esqueceremos dela.

* Pronomes relativos: quem, qual, cujo, etc.


O discurso que me entusiasmou está gravado em vídeo.

* Pronomes indefinidos: alguém, quem, algum, cada qual, etc.


Alguém me informou da mudança ocorrida.
Quem quer que se sinta prejudicado deve recorrer à justiça.

* Pronomes demonstrativos: isso, aquilo, etc.


Isso me irritou.

* Conjunções subordinativas: se, porque, enquanto, embora, etc.


Embora se estranhassem, os dois viajavam lado a lado.
Enquanto o atendia, o médico tamborilava os dedos sobre a mesa.

* Advérbios: aqui, talvez, de repente, etc.


Talvez nos encontremos no meio da multidão.
Se houver pausa (vírgula) depois do advérbio, usa-se a ênclise e não a próclise.
Ex: Talvez, arrependo-me do que fiz.

* Frases interrogativas, exclamativas e optativas (frases que exprimem desejo).


Ex: Quem lhe entregou a carta?
Quanta mentira se disse?
Deus te ajude!

* Preposição "em" + verbo no gerúndio


Ex: EM se tratando de educação, ele é muito idealista.
* Preposição + infinitivo flexionado (isto é, conjugado)

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CASOS FACULTATIVOS DE PRÓCLISE
Pode-se usar tanto a próclise como a ênclise:
A - Com os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu etc.), com os substantivos (comuns ou próprios), desde que não precedidos de
palavra atrativa.
Ex: Eu lhe obedeço (próclise). / Eu obedeço-lhe (ênclise)
Espero que ele nos apoie. (só é possível a próclise) que - palavra atrativa (conj. subord.)
O país se deteriorou. / O país deteriorou-se.

B - Com infinitivo não flexionado precedido de preposição ou palavra negativa.


Ex: Vim para te apoiar (próclise)
Vim para apoiar-te (ênclise)
Espero não o encontrar (próclise)
Espero não encontrá-lo (ênclise)

MESÓCLISE
Essa colocação é obrigatória quando o verbo está no futuro (do presente ou do pretérito), desde que não haja uma palavra atrativa
exigindo a próclise.
Dar-te-ei nova chance. (Darei - Fut. do presente)
Dar-lhe-ia nova chance. (Daria - Fut. do pretérito)
A próclise, por ser em geral mais eufônica, prevalece sobre a mesóclise. Ou seja, se houver uma palavra atrativa antes do verbo no
futuro, a mesóclise será proibida.
Contar-lhe-ei a verdade (mesóclise)
Jamais lhe contarei a verdade (próclise)

ÊNCLISE
A ênclise é usada principalmente nos seguintes casos:

a) Quando o verbo inicia a oração.


Ex: Entregou-me os documentos e dirigiu-se à porta.
Entregou-me - verbo iniciando oração
dirigiu - verbo inciando oração

b) Com verbo no imperativo afirmativo


Ex: Por favor, diga-nos tudo
diga - imp. Afirmativo

c) Quando o verbo estiver no infinitivo ou no gerúndio


Ex: É necessário afastar-se daqui. (infinitivo)
Entrou apressado no carro, afastando-se de todos. (gerúndio)

COLOCAÇÃO PRONOMINAL DE UMA LOCUÇÃO VERBAL

a) Locução verbal com o verbo principal no particípio:


Nas locuções verbais com o verbo principal no particípio, o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa,
deverá ficar antes do verbo auxiliar.
Havia-lhe contado tudo.
Não lhe havia contado tudo.
OBS:. Se o auxiliar estiver no futuro do presente ou do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja atração.
Ex: Ter-me-iam falado tudo, se a soubessem.
Lembre que é sempre errada a colocação do pronome depois de um particípio.

b) Locução verbal com o verbo principal no infinitivo ou no gerúndio.


Quero lhe dizer tudo. Ou Quero dizer-lhe tudo.
Ia-lhe dizendo tudo. Ou Ia dizendo-lhe tudo.
Caso haja palavra atrativa, coloca-se o pronome antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Não lhe quero dizer tudo. Ou Não quero dizer-lhe dizer tudo.
Não ia dizendo-lhe tudo. Ou Não lhe ia dizendo tudo.

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EXERCÍCIOS

1 - Reescreva as frases abaixo, fazendo as alterações indicadas e observando a possível mudança da posição do pronome oblíquo.
a) Preocupem-se com os seus problemas.
Passe para a forma negativa: ...................................................................................................................................................................
b) Agora, falem-me tudo.
Elimine a vírgula: ......................................................................................................................................................................................
c) Enviei-lhe os documentos.
Troque enviei por enviarei: .......................................................................................................................................................................
d) Aquilo me assustou bastante.
Coloque "aquilo" no final da frase: ...........................................................................................................................................................
e) Dar-te-ei o livro.
Coloque a palavra "não" no início da frase:..............................................................................................................................................
f) Encontrarei com ele amanhã.
Use o pronome "me" na frase: .................................................................................................................................................................
g) Tenho certeza de que acusaram injustamente.
Use o pronome "nos" na frase: .................................................................................................................................................................

2 - Reescreva a frase abaixo, segundo os padrões da norma culta:


"Me perguntaram se ele não magoar-se-á quando derem-lhe a notícia e lhe disserem que não mais trabalhará aqui."
.............................................................................................................................................................................................................................

XXXII. GABARITO
1. ACENTUAÇÃO
1–
 Regra das oxítonas: acarajé,  Regra das proparoxítonas:  Regra dos ditongos abertos
Mossoró. tráfego, nômades, veículo. éu, éi, ói: destróis.
 Regra das paroxítonas:  Regra da 2ª vogal do hiato:
dobrável, silêncio, tórax, Tambaú, caída, saíram.
Goiânia, táxis.

2–
a) Ele prevê – preveem c) Ele descrê – descreem e) Retém - retêm
b) Ele relê – releem d) Convém – convêm

3–A

2. ORTOGRAFIA

1–
a) Que g) Mas – mais m) Há - a s) À medida que
b) Quê h) Mal – mau n) A t) Tampouco
c) Quê i) Mal o) Acerca – há cerca u) Tão pouco
d) Porquê – por que j) A par p) Afins – a fim
e) Onde k) Ao encontro das q) Demais – de mais
f) Aonde l) De encontro às r) Se não – senão

3. HOMÔNIMOS / PARÔNIMOS
a) Infligir – infringir e) Iminente j) Estada o) Aonde – onde
b) Intemeratos– f) Ratificar k) Estada p) Aonde – onde
intimoratos g) Infringiram l) Estadia q) Assoava – assuava
c) Mandado h) Cela m) Inflige r) Sessão – seção -
d) Imergiu i) Ascender n) Arriaram cessão

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4. REGRAS ESPECIAIS NO USO DO HÍFEN

1–
Autoaprovação Antessala Contrarregra Subárea
Ultrarradical Semirreta Autoescola Subcomandante
Superatleta Anti-inflamatório Semisselvagem Sub-raça
Megassistema Coautor Malmandado
Anticaspa Neossocialista Bem-mandado
Anti-higiênico Autorretrato Malnascido

5. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS


1- D 2- B
RADICAIS GREGOS E LATINOS
1- C

6. SUBSTANTIVO
1–
a) Muito c) A – macia e) O – abalado g) Um – gelado
b) A d) Uns – novos f) Duzentos h) A
2–
a) Luso-brasileiros c) Amarelo-escuras e) Pérola g) Histórico-
b) Verde-claros d) Amarelo-ouro f) Cinza-vinho-rosa culturais

7. ADJETIVO
1- D viperino (de víbora) 2- E 3- E

9. NUMERAL
1. Não se contrai preposição com artigo que introduza sujeito.
Quem irá se unir? Os homens. (Sujeito do verbo unir, logo não podemos contrair a preposição de com o artigo o).
2. D - de Os Lusíadas. Não se une o artigo que faz parte do nome de obras literárias.

11. PRONOMES
1–
a) Mim e) Ti i) Isto m) Si q) Contigo
b) Mim f) Teu j) Isso n) Com nós r) Mim
c) Eu g) Sua k) Isto o) Consigo s) Estes
d) Mim h) Esses l) Com você p) O
2–
a) Ela comprou as revistas de que / das quais eu precisava.
b) Gosto muito da cidade onde / em que / na qual nasci.
c) O professor a que / ao qual / a quem me refiro se chama Antônio.
d) Entrei na sala cujas luzes estavam apagadas.
e) Você confia em muitas pessoas com que / com quem / com as quais não concordo.
f) Aquela foi a cena a que / à qual assisti.
g) O país cujas autoridades são corruptas não pode progredir.
h) Muitas crianças cuja vida é feita de miséria não têm direito ao aprimoramento pessoal.
i) Pude ver alguns filmes de que / dos quais um amigo havia falado.
j) O jantar para o qual fui convidado será servido às 20h.
k) Aquela é a loja onde / em que / na qual se ouvem barulhos estranhos.
l) O homem que / o qual / a quem cumprimentei é assessor do prefeito.
3 –A
4 –B
5 –D

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6 –D

13. PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS


1 – Pronome indefinido (acompanha substantivo → segurança)
2 – Advérbio (refere-se a adjetivo → seguros)
3 – Advérbio (refere-se a adjetivo → inteligentes)
4 – Pronome indefinido (acompanha substantivo → inteligência)

15. VERBO
1–
a) E. Não existe a forma adéquam (use um sinônimo → adaptam)
b) C. Pode-se também usar averiguo ( tônico, mas sem acento). Veja observação à página 47, item b.
c) E. Obtiver.
d) E. Interviéssemos.
e) E. Revir.
f) E. Mantiver.
g) C. Pode-se também usar apazígue. Veja observação à página 47, item b.
h) E. Reouve. Veja à página 48, item VII.
i) E. Provêm. Provir → vir. Essas ideias provêm.
j) E. Reouver.
k) E. Sobrevier.
l) E. Lute pelos seus ideais. Luta pelos teus ideais.
m) E. Veja se ela o atende. Vê se ela te atende.
n) E. Quando vieres (tu) a Vitória, vem (tu) à minha casa.
o) E. Interveio.

16. SUJEITO
1–
a) Sujeito indeterminado. g) Sujeito indeterminado. l) Sujeito inexistente.
b) Sujeito oculto (você). h) Sujeito indeterminado. m) Sujeito simples → mais
c) Sujeito inexistente. i) Sujeito simples → um carro conhecedores de Latim.
d) Sujeito indeterminado. importado. n) Sujeito inexistente.
e) Sujeito simples – os sinais de j) Sujeito simples → um melhor o) Sujeito inexistente.
trânsito. resultado. p) Sujeito oculto (eu).
f) Sujeito indeterminado. k) Sujeito indeterminado. q) Sujeito inexistente.

2–
a) Adotaram-se medidas. f) Faltaram alunos. k) Hão de existir pessoas mais
b) Não se dispõe de meios g) Faz meses. competentes.
eficientes. h) Havia meios mais eficazes. l) Deve haver meios mais
c) Não se obedece às leis. i) Deviam existir meios mais eficazes.
d) Localizaram-se os focos. eficazes.
e) Ocorreram ideias brilhantes. j) Deve fazer anos.

17. PREDICAÇÃO VERBAL


1–
a) lhe d) o g) namorá-lo
b) o e) o h) contaram-lhe
c) cumprimentaram-no f) o

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18. OBJETO DIRETO, INDIRETO ...
1–
a) 1 d) 2 g) 1 j) 2 m) 1 p) 2
b) 2 e) 1 h) 2 k) 1 n) 2 q) 2.
c) 1 f) 2 i) 1 l) 2 o) 2
2–
a) Tu és adorado por mim. c) Ela fora amada por mim.
b) Vós fostes vistos por quem. d) O processo estava sendo analisado pelo juiz.
3–
a) Cláudio estava escutando um bom programa.
b) Eu analisaria os livros.
4–
a) Leia-se o livro.
b) Não se admitiriam todas as respostas.
c) Não se pesquisam as doenças.
19. ADJUNTO ADNOMINAL, ADJUNTO ADVERBIAL...
1–
a) Adjunto adverbial → local em que observava o movimento.
b) Adjunto adnominal de guarda → funcionário da praça.
c) Adjunto adnominal de movimento → movimento que ocorria na praça.
d) Adjunto adnominal de homem → característica.
e) Predicativo do sujeito de homem → estado em que se encontrava.
f) Adjunto adverbial de modo → circunstância de um verbo. (Observe que apressadamente é advérbio, logo invariável).
g) Predicativo do sujeito → estado em que se encontrava. (Observe que apressado é adjetivo, logo variável).
2–
a) Objeto indireto. i) Adjunto adverbial. q) Complemento nominal.
b) Complemento nominal. j) Complemento nominal. r) Vocativo.
c) Adjunto adnominal. k) Adjunto adverbial. s) Adjunto adverbial.
d) Adjunto adnominal. l) Complemento nominal. t) Adjunto adnominal.
e) Adjunto adverbial. m) Adjunto adnominal. u) Aposto.
f) Predicativo do sujeito. n) Agente da passiva. v) Adjunto adverbial.
g) Objeto direto. o) Predicativo do sujeito. w) Adjunto adverbial.
h) Sujeito. p) Adjunto adnominal. x) Aposto.
3 – E.
20. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
1–
a) O Brasil é um país de grande riqueza, mas o padrão de vida de seu povo é um dos mais baixos do mundo. → adversidade.
b) Vá em frente, pois irei depois. → Explicação.
c) O dia está agradável, portanto devemos aproveitá-lo. → Conclusão.
d) A caminhada é muito longa, por isso vamos partir bem cedo. → Conclusão.
e) As condições de trabalho eram adequadas, porém o salário era muito baixo. → Adversidade.
21. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
1–
a) Condição f) Causa k) Causa p) Causa
b) Causa g) Tempo l) Comparação q) Proporção
c) Consequência h) Conformidade m) Causa
d) Concessão i) Tempo n) Conformidade
e) Finalidade j) Condição o) Consequência

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22. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
1–E 2–C 3 –D
23. FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS
1–
a) O que = o qual → que = sujeito. (O homem é mortal).
b) Que = o qual → que = objeto direto. (Comprei livros).
c) A que = às quais → a que = objeto indireto. (Todos devemos obedecer às normas.)
d) De que = das quais → de que = complemento nominal. (Tenho medo das cobras).
e) Que = o qual → que = predicativo. (Somos o.) → o equivale a aquilo.
f) Cujo = da menina → cujo = adjunto adnominal. (O namorado da menina é bonito.)
2–
a) Indestrutível. c) Ilegível. e) Imensurável.
b) Indelével. d) Inimaginável.
24. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
1–
a) 1 d) 2 g) 3 j) 5
b) 1 e) 1 h) 1 k) 6
c) 1 f) 3 i) 4 l) 5
25. ORAÇÕES REDUZIDAS
OBS.: Ao lado da classificação da oração reduzida, colocou-se a oração na forma desenvolvida para melhor entendimento.
1–
a) Adverbial temporal ou adverbial condicional reduzidas de gerúndio. (Quando cessar / Se cessar).
b) Substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo. (Aconselho-te a que ajas).
c) Adjetiva restritiva reduzida de gerúndio. (Vi crianças que pediam esmolas.)
d) Adverbial temporal reduzida de gerúndio. (Quando atravessava.)
e) Substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. (Que o montante da dívida crescia.)
f) Adverbial final reduzida de infinitivo. (Para que se plantasse o trigo.)
g) Substantiva subjetiva reduzida de infinitivo (que ele venha).
h) Substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. (Que sejas paciente).
i) Substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo. (De que seja aprovado.)
j) Substantiva subjetiva reduzida de infinitivo (que lembre o passado).
k) Substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo (que prestava atenção).
l) Substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo (de que se preservasse a pessoa do réu).
m) Substantiva apositiva reduzida de infinitivo (que eles tenham mentido).
n) Adverbial concessiva reduzida de particípio (mesmo que se afastasse o perigo).
o) Adjetiva restritiva reduzida de gerúndio (que andavam na rua).
26. PONTUAÇÃO
1. A situação estava mais calma, porém as pessoas continuavam assustadas. → Vírgula obrigatória: separa a coordenada sindética da
assindética.
2. Quando nossa situação ficou difícil, eles nos abandonaram. → Vírgula obrigatória: adverbial anteposta à principal.
3. Eles abandonaram a própria mãe, que sempre os ajudava. → Vírgula obrigatória: oração adjetiva explicativa → só há uma mãe.
4. Todos estavam tentando provar que ele era o verdadeiro culpado. → Vírgula proibida entre a principal e a substantiva.
5. Conforme combinamos, a viagem será no segundo semestre. → Vírgula obrigatória: adverbial anteposta à principal.
6. Ninguém ainda descobriu como ele conseguiu chegar lá. → Vírgula proibida entre a principal e a subordinada substantiva.
7. Ele convidou para a festa somente as pessoas que o apoiaram durante a campanha. → Vírgula proibida: oração adjetiva restritiva →
só convidou algumas pessoas.
8. C
9. Não. Sem vírgulas o termo revoltado será adjunto adnominal (característica do rapaz). Com vírgulas, passará a ser um predicativo do
sujeito (estado do rapaz).
10. Quem ensina ou orienta precisa desenvolver a habilidade de ser empático. A empatia consiste na capacidade de colocar-se no lugar
do outro, de ver as coisas da perspectiva dele, por exemplo: uma professora, ao avaliar um novo jogo de palavras cruzadas destinado a ampliar
o vocabulário de suas crianças, pode achá-lo fascinante, mas deve perguntar-se se as crianças lidarão bem com o novo jogo. Será que elas vão
gostar, será que vão entender as regras de funcionamento, será que o vocabulário vai realmente ser ampliado?
27. REGÊNCIA VERBAL
1–
a) Não assisti ao jogo nem pretendia assistir a ele. e) Implicou uma catástrofe.
b) Prefiro praia a piscina ou prefiro a praia à piscina. f) Perdoar ao aluno / perdoar-lhe.
c) Aspiramos à ascensão / visamos à ascensão. g) Pago aos funcionários.
d) Não agradou ao público / assistiu ao espetáculo. h) Visar algumas declarações.

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i) Aspiramos a uma vida. l) Aonde você vai?
j) Obedeça a seus pais. m) Custou-me fazer o dever / custou a mim.
k) Ele esqueceu a fórmula. n) Gente medíocre visa a altos cargos.
2–
B – em que E – a que I – a que L – a que
C – de que H – de que J – a que
28. CRASE
1–
a) Discutiram a questão. i) Paguei à costureira.
b) Comprar a prazo. j) Pertenço a essa turma.
c) A aluna à qual me referi. k) Igual à de meu pai.
d) Preferem o futebol à natação. l) Voltará àquela cidade.
e) Assistimos à partida. m) Obedeci a nenhuma ordem.
f) Obedece à sinalização. n) Visava à ascensão profissional.
g) Aspirou à carreira diplomática. o) Escreve à Machado de Assis.
h) Elogios à aluna.
2–
a) A - as e) Há – a i) A–à m) A – as
b) A – há - as f) A j) À–à n) A
c) A – as - às g) À k) À qual o) À
d) A – às – às h) Às l) A–a
29. CONCORDÂNCIA NOMINAL
1–
a) Tais qual g) Bom m) Meio s) Obrigadas
b) Menos – alerta h) Meia n) Mesma t) Junto
c) Proibida i) Satisfeito o) Bastantes u) Dadas
d) Sós j) Meio p) Caro v) Tal quais
e) Mesma k) Anexa q) Baratos
f) Amarelo-canário l) Possíveis r) Necessário

2–
a) No jogo não foi permitido entrada.
b) Estavam alerta / meio revoltada.
30. CONCORDÂNCIA VERBAL
1–
a) Não fazem parte da promoção os sapatos.
b) Mais de um aluno criticou.
c) A maioria dos postes caiu / caíram.
d) Os Estados Unidos exportam.
e) Qual de nós analisará.
f) Eu quem contarei / contará.
g) Vossa Excelência fez o acordo na sua gestão.
h) Havia muitos problemas.
i) Não se vendem carros usados.
2–
a) Batia c) Forem e) Deviam
b) Batiam d) Deram

31. COLOCAÇÃO PRONOMINAL


1–
a) Não se preocupem. d) Assustou-me bastante aquilo. g) Tenho certeza de que nos
b) Agora me falem. e) Não te darei. acusaram.
c) Enviar-lhe-ei. f) Encontrar-me-ei.

2 – Perguntaram-me se ele não se magoará quando lhe derem a notícia e disserem-lhe que não mais trabalhará aqui.

PROF. SOLANGE STORCH 109

ALESSANDRO TORREZANI - alessandrotorrezani@gmail.com - CPF: 116.393.167-52

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