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FORMANDO OBREIROS
APROVADOS
2Tm. 2. 15
Da Teoria à Prática
SUMÁRIO
MÓDULO 1 - O OBREIRO..............................................................................................................05
1. O-OBREIRO....................................................................................................................05
2. O PRIMEIRO CORPO DE OBREIRO NEOTESTAMENTÁRIO..............................................08
3. AS QUALIFICAÇÕES DOS OBREIROS APROVADOS..........................................................10
A) A BOA REPUTAÇÃO....................................................................................................11
B) CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO......................................................................................13
C) CHEIOS DE SABEDORIA...............................................................................................15
D) OUTROS REQUISITOS.................................................................................................16
4. O CARÁTER CRISTÃO DO CORPO DE OBREIRO...............................................................23
5. EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS A SEREM EVITADOS..............................................24
6. A APROVAÇÃO DOS CHAMADOS...................................................................................25
7. DIRETRIZES PARA A APROVAÇÃO..................................................................................26
8. AS ESPOSAS DOS OBREIROS..........................................................................................27
9. OBREIROS COMO ESPOSOS..........................................................................................28
10. OS OBREIROS COMO PAIS............................................................................................29
11. OS OBREIROS COMO FILHOS........................................................................................31
12. SERVINDO BEM COMO OBREIROS...............................................................................33
1. A ÉTICA CRISTÃ................................................................................................................102
2. PRINCÍPIOS BASILARES DA ÉTICA DO OBREIRO...............................................................105
3. CONDUTA PESSOAL DO OBREIRO....................................................................................106
4. ÉTICA DO OBREIRO PARA COM A IGREJA (INSTITUIÇÃO JURÍDICA).................................108
5. CONDUTA DO OBREIRO EM RELAÇÃO AO ESTATUTO CONGREGACIONAL......................109
6. A HIERÁRQUICA ECLESIÁSTICA........................................................................................110
7. A DIVERSIDADE MINISTERIAL...........................................................................................111
8. A VISÃO DO
REINO...............................................................................................................................112
9. DICAS PRÁTICAS................................................................................................................115
10. DIRETRIZES ÉTICO/COMPORTAMENTAIS.........................................................................117
11. A ÉTICA DO OBREIRO PARA A IGREJA (MEMBROS)..........................................................118
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................131
INTRODUÇÃO
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu pregue a vocês um evangelho
diferente daquele que temos pregado, que esse seja anátema. Gálatas 1:8
A intenção desse curso não é trazer outro fundamento que não seja exclusivamente Cristo
porque não existe outro modelo base primordial a ser seguido.
Um obreiro aprovado tem que ter como base o maior obreiro que já existiu e existe Cristo.
Jesus é nosso maior modelo de servir.
Hoje vimos muitos obreiros que esqueceram a essência do ministério de obreiro que é
servir sem esperar recompensas de homens, obreiros que querem ser servidos usando
seus títulos para se engrandecerem ao invés de usa-lo para se tornar o menor de todos e
assim ser o maior no reino de Cristo.
Formando obreiros aprovados trás a luz da bíblia a importância do "melhor servir do que
ser servido" quando o obreiro entende essa essência que Cristo nos ensina na prática e
teoria o servir fica suave e com amor.
Formando obreiros é um convite para voltamos à essência do servir como Cristo, o que
desejamos é que juntos possamos desenvolver esse obreiro segundo a bíblia.
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MÓDULO 1
1
O OBREIRO
Douleuo: escravo;
Contudo, a bíblia nos revela desde o antigo testamento, uma visão totalmente oposta, aos
costumes gregos trazendo o serviço ao próximo em mais alta estima conforme veremos a
seguir:
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Pois nunca deixará de haver pobres na terra. Por isso, eu ordeno a vocês que,
livremente, abram a mão para o seu compatriota, para o necessitado, para o pobre
que vive na terra de vocês. Deuteronômio 15:11;
Será que não é este o jejum que escolhi: que vocês quebrem as correntes da
injustiça, desfaçam as ataduras da servidão, deixem livres os oprimidos e acabem
com todo tipo de servidão?
Será que não é também que vocês repartam o seu pão com os famintos, recolham em
casa os pobres desabrigados, vistam os que encontrarem nus e não voltem as costas
ao seu semelhante?" Isaías 58:6,7
Mas vocês não são assim; pelo contrário, o maior entre vocês seja como o menor; e
aquele que dirige seja como o que serve. Lucas 22:26,
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos. Marcos 10:45
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Façam tudo sem murmurações nem discussões, para que sejam irrepreensíveis e
puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta,
na qual vocês brilham como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida.
Assim, no Dia de Cristo, poderei me gloriar de que não corri em vão, nem me
esforcei inutilmente. Filipenses 2:14-16
Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as
pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o
Senhor, que vocês estão servindo. Colossenses 3:23,24
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O PRIMEIRO CORPO DE OBREIRO NEOTESTAMENTÁRIO
A igreja apostólica apresentava dois grupos distintos de cristãos conforme vemos no livro
de Atos dos Apóstolos: um grupo de fala aramaica, ligados ao Templo e a Jerusalém, e um
grupo de fala grega os helenistas.
As tensões que surgiram entre estes dois grupos em razão de supostas falhas na
administração da igreja, principalmente na distribuição de alimentos, foram solucionadas
de maneira orientada por Deus. Este fato é facilmente confirmado pelo resultado que
apresentou:
Apresentaram estes homens aos apóstolos, que, orando, lhes impuseram as mãos.
Atos 6:5,6
Assim que tais problemas chegaram aos apóstolos, estes decidiram separar pessoas
qualificadas para ficarem responsáveis por outros departamentos que, ao lado da
ministração e ensino da palavra, exigiam uma atenção especial da igreja para que sua
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missão fosse desempenhada dentro dos padrões estabelecidos por Jesus, atendendo a
todos em todos os aspectos. Estava assim instituído o primeiro corpo diaconal da igreja,
com características que de fato somente poderiam ser encontradas em verdadeiros
cristãos, cheios do Espírito Santo.
Pouca coisa se sabe a respeito destes homens designados para tão honrosa função, no
entanto um detalhe chama a atenção para lealdade destes aos ensinamentos de Cristo.
Segundo R. N. Champlin, o nome “Estevão”, bem como suas associações, leva a crer que
ele era um helenista. Judeus helenistas eram pessoas que embora fossem judeus de
nascimento, foram criados dentro da cultura grega, a tal ponto de terem o grego como
seu idioma pátrio (CHAMPLIN, 1995).
De igual modo também eram os demais, como é o caso de “Timão”, cujo nome é também
conhecidamente de origem grega, significando precioso, honroso.
Estes homens faziam parte daquela congregação já algum tempo, e por isto gozavam de
certa confiança por parte dos seguidores dos apóstolos, bem como de reputação e bom
nome diante da sociedade.
Isto fez com que eles estivessem qualificados para assumirem o ministério que acabara de
ser criado pelos apóstolos.
Sua função doravante, embora não esteja totalmente explícita no texto, seria suprir
completamente as necessidades que viessem a surgir dentro da obra, a fim de que os
apóstolos pudessem continuar se dedicando com exclusividade a oração e ao ministério
da palavra conforme vemos no texto:
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AS QUALIFICAÇÕES DOS OBREIROS APROVADOS
Em Atos 6:3-4, estão explícitas algumas características que os obreiros (diáconos/servos)
deveriam possuir:
→ Boa Reputação;
→ Cheios de Sabedoria.
As qualificações dos obreiros foram preconizadas pelos apóstolos para que estes
pudessem se certificar de que as pessoas escolhidas estariam aptas a desenvolver um
relacionamento de amor para com a igreja, expressando este amor no socorro aos
necessitados e no auxílio aos santos.
Do mesmo modo, quanto a mulheres, é necessário que elas sejam respeitáveis, não
maldizentes, moderadas e fiéis em tudo.
O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem os seus filhos e a própria
casa.
Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançarão para si mesmos uma posição
de honra e muita ousadia na fé em Cristo Jesus. 1 Timóteo 3:8-13
Estes itens listados por Paulo a Timóteo abrangem toda a vivência do “edital do obreiro
aprovado”. Por esta razão podemos afirmar que as qualificações para o serviço do obreiro
no reino são de caráter:
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→ MORAL;
→ ESPIRITUAL;
→ FAMILIAR.
CARÁTER FAMILIAR – O caráter familiar aponta para o “serviço” do diácono à sua família.
Este comportamento revelará como ele servirá a igreja.
A BOA REPUTAÇÃO
A primeira característica mencionada foi a “boa reputação”. Qualquer pessoa que queira
ser digno de confiança precisa antes apresentar uma boa reputação diante da sociedade.
Isto indica que, quem está investido do ministério de obreiros precisa ser uma pessoa
confiável, alguém em quem se encontre caráter, honestidade e sinceridade, que não de
lugar a falsidade, pois a falsidade é própria dos ímpios.
Um obreiro que apresente um caráter não confiável é desastroso para a obra de Deus.
Em 3João 1:9-11 encontramos advertências sobre Diótrefes que demonstrava não ser
uma pessoa de confiança. De igual modo, Paulo na segunda epístola a Timóteo, adverte
acerca do comportamento de Alexandre e dos males que lhe havia causado (2Tm 4.14).
Não é por menos que Paulo já havia alertado acerca da língua dobre na primeira epístola a
Timóteo.
Aquele que traz sobre os ombros a função de servo precisa ser uma pessoa de
altíssima confiança e ciente da relevância de sua função para o ministério no
Reino de Deus.
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No grego, o termo que designa reputação é marturouménous. No entanto, este
termo não se restringe apenas a reputação da forma como conhecemos, ou seja,
apenas a boa fama. Este termo grego remete a uma condição muito mais profunda; fala a
respeito de um atestado público de boa conduta, de um testemunho idôneo e
experiências em boas obras no ceio da sociedade, experiências estas que possam ser
atestadas por qualquer que o conhecendo, for inquirido a este respeito.
Como pessoas escolhidas e atuantes no Reino de Deus, todos que fazem parte do corpo
de obreiros da igreja devem ter um zelo especial pela reputação, sabendo que são alvos
de maiores observações por parte daqueles que o tem como um exemplo a ser seguido
Ser alvo de observações e julgamento não é agradável, e a bíblia orienta que a ninguém
devemos julgar.
No entanto sabemos que diariamente somo observados por muitos à nossa volta, por isto
mesmo é tão importante apresentarmos uma boa reputação.
A boa reputação é resultado de uma firmeza interior de caráter; e na vida daqueles que se
ocupam da obra de Deus é resultado de algo mais: é resultado da dependência do
Espírito Santo, e de uma vida santificada e alicerçada em Cristo. A bíblia nos ensina em
Provérbios o valor da reputação:
Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; ser estimado é melhor do que a
prata e o ouro. Provérbios 22:1
Além do valor inestimável da boa reputação, a bíblia descreve as recompensas que podem
advir deste comportamento exemplar. O livro de Provérbios ensina que, aquele que
obtém uma boa reputação em seus trabalhos será recompensado:
Boa reputação é algo desejado por todos, seja no meio profissional, ou outro qualquer.
Aquele que a possui é visto como uma pessoa confiável, em cujo caráter não há sombra
de variação. Este é um dos motivos pelo qual esta qualidade aparece entre aquelas
especialmente listadas pelo apóstolo Paulo em sua primeira epístola a Timóteo.
Neste mesmo texto mais uma vez podemos ver que, aquele que adquire uma boa
reputação pelos méritos dos trabalhos desempenhados no âmbito de sua função diaconal
é recompensado. Paulo ensina a Timóteo:
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Você está vendo alguém que é habilidoso naquilo que faz? Ele será posto
diante de reis; não estará a serviço da plebe. Provérbios 22:29
Boa reputação é algo desejado por todos, seja no meio profissional, ou outro qualquer.
Aquele que a possui é visto como uma pessoa confiável, em cujo caráter não há sombra
de variação. Este é um dos motivos pelo qual está qualidade aparece entre aquelas
especialmente listadas pelo apóstolo Paulo em sua primeira epístola a Timóteo.
Neste mesmo texto mais uma vez podemos ver que, aquele que adquire uma boa
reputação pelos méritos dos trabalhos desempenhados no âmbito de sua função diaconal
é recompensado. Paulo ensina a Timóteo:
Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançarão para si mesmos uma posição
de honra e muita ousadia na fé em Cristo Jesus. 1 Timóteo 3:13.
Assim é a vida daquele que é cheio do Espírito Santo; suas boas ações são orientadas por
Deus e servem a seu propósito, resultando em grandes frutos no tempo próprio.
Uma das características do homem cheio do Espírito Santo é andar nos caminhos do
Senhor.
O livro de Salmos, já no início nos apresenta as características do homem que anda nos
caminhos do Senhor, e estas mesmas características podem ser encontradas também
naqueles que são cheios do Espírito Santo, a saber:
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Bem-aventurado é aquele que não anda no conselho dos ímpios, não se detém
no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Salmos 1:1
É de fundamental importância entender que, ser cheio do Espírito Santo é primordial para
vencermos este mundo e nos encontrarmos aptos para o ministério.
Por esta a razão requer-se do candidato ao ministério de obreiro que seja batizados e
conduzidos pelo Espírito Santo, sem o qual será mais difícil cultivar estas virtudes.
O ministério de obreiro que está em uma posição de contato direto com as pessoas, na
assistência social, no evangelismo, nas entradas dos templos, no servir das mesas, nos
estacionamentos etc...
As situações que serão encontradas por estes são completamente ignoradas quando saem
de suas casas para exercerem mais diretamente suas funções durante dos trabalhos da
igreja em que servem.
É possível que em algum momento, aqueles que servirem a Deus como obreiro, sejam
perseguidos, sejam alvos de zombaria, críticas etc... Por tudo isto é fundamental que
estejam preparados, cheios da graça de Deus, estando sempre prontos para serem usados
no tempo em que Deus requerer suas ações como meio de glorificação de seu nome.
Estevão, logo após ser separado ao ministério de obreiro, achou-se ainda mais cheio do
poder de Deus, de maneira que, não podendo resistir a autoridade e poder com que ele
falava, buscaram tirar-lhe a vida. Contudo, estando ele cheio do Espírito Santo,
testemunhava daquilo que Deus lhe mostrara mesmo diante da morte:
Grande é este exemplo deixado a nós por Estevão que foi um dos componentes do
primeiro corpo de diáconos da igreja apostólica.
Por tudo isto, devemos entender que, aquele que almeja servir, deve antes buscar receber
a sabedoria do alto por meio do estudo da palavra, e revestir-se com o poder do Espírito
Santo através de uma vida de santificação e oração. Aquele que tem prazer no estudo da
palavra de Deus, e se mantém vigilante em santificação, alcançará estas bênçãos, e de
posse destas, no tempo de Deus, Ele o usará em benefício de sua obra.
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Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e
de noite.
Ele é como árvore plantada junto a uma corrente de águas, que, no devido tempo,
dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo o que ele faz será bem-
sucedido. Salmos 1:2,3
CHEIOS DE SABEDORIA
Mas a sabedoria lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, gentil, amigável, cheia
de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Tiago 3:17
15
divina e do poder do Espírito Santo, não haverá dificuldade para o bom
desempenho ministerial.
OUTROS REQUISITOS
Do mesmo modo, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só
palavra, não inclinados a muito vinho, não gananciosos. 1 Timóteo 3:8
1. HONESTIDADE = HONRADEZ
O texto de provérbios 15:33 nos indica como alcançar dois dos pré- requisitos necessários
para o exercício do diaconato:
Através deste texto podemos entender que a sabedoria tem seu princípio no temor do Senhor, e
isto é confirmado também no capítulo 9:10:
Aquele que deseja ser sábio deve primeiramente temer a Deus e andar em seus
caminhos. Por outro lado, aquele que deseja ser honrado deve primeiramente ser
humilde, pois a humildade vai adiante da honra. Sendo, pois a honradez própria de
quem é honesto, e sendo a honestidade uma exigência imposta para aquele que
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exerce o ministerio de obreiro, logo a humildade é mais uma característica implícita no
texto de Paulo a Timóteo, pois sem humildade não haverá a verdadeira honra.
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lealdade e retidão (FERREIRA, 1999). Logo o sinônimo “digno de confiança”
atribuído a honestidade diz respeito também a seriedade.
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1.6 HONESTIDADE = ESCRÚPULO
Uma pessoa escrupulosa é uma pessoa cuidadosa, que prepara tudo meticulosamente,
analisando tudo detalhadamente, cuidando para que o seu trabalho saia da melhor
maneira possível, isso é uma qualidade de quem é honesto, sendo uma das maiores
virtudes esperadas do corpo de obreiro.
Seis coisas o Senhor Deus odeia, e uma sétima a sua alma detesta:
olhos cheios de orgulho, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
coração que faz planos perversos, pés que se apressam a fazer o mal,
testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia discórdia entre irmãos.
Provérbios 6:16-19
A palavra daquele que teme a Deus deve ser pautada na verdade, em um linguajar claro:
Basta que digas 'sim', quando for sim, e 'não', quando for não. Tudo o que passa disso é
obra do Diabo. O próprio Jesus adverte:
Que a palavra de vocês seja: Sim, sim; não, não. O que passar disto vem do
Maligno. Mateus 5:37
19
Também é considerado de língua dobre, aquele que semeia contenda entre irmãos. Quão
terrível e desastroso para o ministério e para a igreja, alguém que se ocupa em ouvir e
retransmitir aquilo que não lhe diz respeito, ocasionando na maioria das vezes inúmeros
aborrecimentos desnecessários. Isto é abominável aos olhos do Senhor conforme informa
o versículo 19 do capítulo 6 de provérbios.
Aquele que é chamado para o ministério deve ter em mente que, em síntese, dele se
espera um comportamento discreto, ético e acima de tudo, verdadeiro e leal. Exercer o
ministério de obreiro é ocupar uma função de elevada confiança, estando muitas vezes
envolvido em questões administrativas. A esta função também incumbe receber em
primeira mão, todos os valores que fielmente são entregues para o sustento da obra de
Deus, de maneira que não se admite a estes um caráter duvidoso, ou palavra que não
inspira total confiança.
É também de suma importância que aquele que desenvolve as funções diaconais saiba
como proceder no âmbito do ministério a que pertence.
Embora dentro da denominação Assembleia de Deus, desde a resolução da convenção
geral em 1936, com base em Atos 6:1-4, convencionou-se designar os obreiros e
presbíteros em conjunto pela palavra genérica “ministério”, considerou-se ainda na
ocasião que, cada uma destas ordens deve conhecer bem a sua função na igreja
(DANIEL, 2004 p.115). Dentro deste conceito, a bíblia apresenta a função do
presbitério de maneira distinta das funções dos obreiros. Neste sentido, o obreiro deve
ser cuidadoso ao expressar suas opiniões a respeito de assuntos administrativos e/ou
doutrinários aos quais tenha acesso em razão de suas funções, não sendo esta sua
função típica.
Manter-se isento de assumir uma posição favorável ou contrária quando esta não lhe
for exigida pela liderança, bem como abster-se de levar e trazer informações que não
lhe dizem respeito ou a sua função, é um comportamento sábio e honesto.
Observemos que o ministério diaconal foi criado exatamente para manter a ordem das
demais coisas, enquanto os apóstolos se encarregavam de manter a pureza doutrinária
e a administração eclesiástica da igreja.
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3. HONESTIDADE = VERACIDADE
Por fim vemos honestidade como: sinônimo de veracidade. Não admissível a alguém
investido das funções ao ministerio de obreiro, faltar com a verdade. O
comportamento imparcial do obreiro coloca-o em uma situação em que, sendo-lhe
exigido pela liderança competente, o testemunho a respeito de qualquer assunto, o
mesmo deve fazê-lo não considerando suas preferências particulares e sim,
considerando a verdade que realmente conheça a respeito dos fatos. Logo, sendo a
sua palavra confiável e presumidamente uma expressão de veracidade, deve-se ter o
máximo cuidado, procurando sempre responder de maneira a evitar ambiguidades
típicas da língua dobre conforme vemos em 1Timóteo 3:8ª, característica esta não
compatível com esta função.
Do mesmo modo, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só
palavra, não inclinados a muito vinho, não gananciosos, 1 Timóteo 3:8
No entanto, na parte “b” do mesmo versículo, ele nos deixa um ensinamento que deve
nortear a vida do cristão e em especial do obreiro:
"Todas as coisas me são lícitas", mas nem todas convêm. "Todas as coisas me são
lícitas", mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. 1 Coríntios 6:12
Como trabalhar estes conceitos? O obreiro deve considerar-se como o exemplo que
é aos olhos de todos da sociedade e, portanto, abrir mão da licitude em prol da
conveniência. Nem todas as coisas nos convêm, e o obreiro não deve portar-se de
maneira inconveniente, pelo contrário, como já foi dito; a honestidade é também
sinônimo de conveniência.
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Para o contexto em que o texto citado foi escrito, o uso do vinho era algo natural.
Entre os gregos e hebreus, a ausência do vinho poderia até mesmo ser considerada
um desrespeito para com os convidados. Todavia, sabemos que isto não se aplica a
nossa sociedade. E mesmo naquele contexto, o apostolo advertiu sobre este
costume que não deveria ser habitual na vida daqueles chamados para tão grande
obra.
A temperança é a marca do povo de Deus nesta terra, e a sobriedade em todo o
tempo é o que se espera do obreiro para que este esteja apto a exercer sua função
em qualquer dia e hora. Temos um exemplo de Noé narrado em Genesis 9, que
embora fosse um homem que andava segundo os caminhos de Deus, em dado
momento se deixou levar pela alegria frívola da bebida e foi surpreendido por este
deslize, que resultou em maldição sobre a descendência de Cam, seu próprio filho.
Também na vida profissional, aqueles que exercem a função diaconal, devem cuidar
para obter a sua renda de forma lícita, limpa e pura, não por meios duvidosos e/ou
ilícitos, pois tal conduta poderá impedi-los de exercer o seu ofício em razão de seu
envolvimento com os negócios. Por outro lado, no exercício de suas funções, devem
cuidar em demonstrar dedicação voluntária não esperando obter lucro como retorno.
Por ter o corpo de obreiro contato com as finanças da igreja, o mesmo precisa manter-
se isento de desconfianças, mantendo-se limpo e em hipótese alguma procurando
usufruir ou desviar verbas destinadas ao sustento da obra de Deus, a exemplo do que
fazia Judas Iscariotes.
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Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que estava para trair Jesus, disse:
Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários e o valor não foi
dado aos pobres?
Ele disse isso não porque se preocupava com os pobres, mas porque era ladrão e,
tendo a bolsa do dinheiro, tirava o que era colocado nela. João 12:4-6
Terrível foi o destino deste que fora ganancioso recebendo em si mesmo a recompensa
após haver traído a Jesus, entregado-o para morte em troca de 30 moedas de prata.
Que jamais se ache tal costume entre aqueles que são chamados para tão nobre
missão.
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O CARÁTER CRISTÃO DO OBREIRO
conservando o mistério da fé com a consciência limpa. 1 Timóteo 3:9
É importante lembrar que pode alguém estar em Cristo, contudo Nele não
permanecer. Por isto, além de estar em Cristo, é necessário guardar o ministério da
fé numa consciência pura. Eis que para aquele que está em Cristo tudo se fez novo
no entanto, é necessário assumir doravante o estilo de vida do Mestre. Aquele não
guardar este preceito verá sua vida enveredar pelo caminho da destruição.
Como pois poderemos obter uma consciência pura? Somente por meio do sangue de
Cristo. João nos ensina que:
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Se andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e
o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 1 João 1:7
5
EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS A SEREM EVITADOS
Paulo preocupava-se com a pureza de consciência daqueles que estavam imbuídos da
obra de Deus. Mais do que qualquer outro, ele sabia que, independente do que havia
feito antes de conhecer a verdade, o estado de pureza atual de sua consciência
contribuía para o sucesso de seu ministério. Logo no início da epístola a Timóteo, Paulo
o alertou acerca de conservar a consciência pura, citando Himeneu e Alexandre:
Esta é a admoestação que faço a você, meu filho Timóteo, segundo as profecias
que anteriormente foram feitas a seu respeito: que, firmado nelas, você
combata o bom combate,
mantendo a fé e a boa consciência, porque alguns, tendo rejeitado a boa
consciência, vieram a naufragar na fé.
Entre esses estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás para serem
castigados, a fim de que aprendam a não blasfemar. 1 Timóteo 1:18-20
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Por sua vez, Himeneu que já havia sido citado com Alexandre em (1Tm 1:20a), também
foi novamente citado em 1Timóteo 2, agora junto ao outro nome: Fileto, a respeito do
qual pouco se sabe.
Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
Além disso, a linguagem deles corrói como câncer. Entre esses estão Himeneu e
Fileto, 2 Timóteo 2:15-17
Nada pode substituir uma consciência sensível, vigilante e pronta a discernir o que é
desagradável a Deus, resistindo ao erro, buscando diariamente a santificação e
prezando pela Verdade.
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. João 17:17
6
A APROVAÇÃO DOS CHAMADOS
Também estes devem ser primeiramente experimentados; e, caso se mostrem
irrepreensíveis, que exerçam o diaconato. 1 Timóteo 3:10
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DIRETRIZES PARA APROVAÇÃO
Embora não existam menções claras sobre como deve se dar a prova dos obreiros, o
edital do obreiro aprovado em 1Timóteo 3:10 é bem claro: se os candidatos a diáconos
se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.
Também estes devem ser primeiramente experimentados; e, caso se mostrem
irrepreensíveis, que exerçam o diaconato. 1 Timóteo 3:10
Irrepreensível é algo que por ser correto e justo, não necessita nenhum reparo,
justificativa, explicação, ou repreensão. Logo, havendo em um candidato ao ministério
de obreiro qualquer comportamento que precise ser reparado, justificado, explicado
ou até mesmo repreendido antes que este assuma o cargo, isto é um indicativo claro
de que o mesmo não está qualificado para tal função.
O candidato ao ministério de obreiros precisa ser portador de uma postura
absolutamente correta, não sendo alvo de comentário, censura ou observações
desairosas, apresentando um trato correto com os irmãos em Cristo, bem como
cordialidade e respeito para com todos indistintamente .
Por ocuparem uma posição de facilitador do acesso ao Reino de Deus, qualquer
postura que venha a embaraçar, atrapalhar ou prejudicar o bom testemunho e
crescimento do Reino, coloca-o em condição desfavorável para assumir tal função.
Por isto mesmo há que se preocupar em proferir palavras corretas, promover ações
justas, e cercar-se de pensamentos bem intencionados, pois ainda que
inconscientemente suas ações resultarão em benefício ou perda para a causa do
Senhor, podendo ou não glorificar o seu nome.
A vida daqueles que estão em eminência é como um livro aberto. A conscientização do
obreiro sobre como deve ser seu proceder, além de capacitá-lo à ser aprovado para o
exercício do ministério, contribui para o bom andamento da missão da igreja na terra.
O bom testemunho é algo esperado de todos os cristãos porém aqueles que ocupam
uma posição de evidência, devem ter a consciência de que se encontram também em
uma posição de muito maior responsabilidade.
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AS ESPOSAS DOS OBREIROS
Do mesmo modo, quanto a mulheres, é necessário que elas sejam respeitáveis, não
maldizentes, moderadas e fiéis em tudo. 1 Timóteo 3:11
Para as esposas dos diáconos também foram designados alguns pré- requisitos,
visto que na condição de esposas, são elas também verdadeiras obreiras, uma vez
que não deve haver dissensão entre as ideias das esposas e seus maridos obreiros,
sendo que ambos devem partilhar de um mesmo sentimento com relação ao
ministério.
As qualificações das esposas se assemelham aquelas exigidas de seus maridos, já
que elas também estão envolvidas em algumas atividades tais como: visitação,
atendimento aos necessitados, aconselhamento, oração, etc. atividades
estas nas quais, muitas se destacaram e tiveram seus nomes citados como o caso
de Febe citada em (Rm 16.1-2).
Embora o termo “obreira/diaconisa” ainda seja controverso dentro das igrejas pelo
fato de que uma possível ordenação destas ainda é um ponto obscuro, R. N.
Champlin descreve sobre isto com muita propriedade:
(...) As diaconisas precisavam exibir as mesmas qualificações que
os anciãos e os diáconos, a saber, piedade, discrição e boa
reputação. Podemos estar certos de que os requisitos de uma
mulher piedosa aparecem em I Tim. 3:11, (onde a palavra
“obreira/diaconisa” não é usada), caso ela almejasse tonar-se
uma diaconisa. Elas precisavam ser sérias (não dadas a qualquer
tipo de frivolidade), não podiam ser caluniadoras, tinham que ser
temperadas (praticando a moderação em todos os seus hábitos,
livres de vícios), e fiéis. É provável que as primeiras
obreiras/diaconisas tenham sido esposas dos ministros das
igrejas (...). (...) Alguns intérpretes, entretanto, supõem que as
esposas dos ministros, em I Timóteo 3:11, não eram diaconisas
oficiais. (CHAMPLIN, 1995)
27
apenas pela condição de esposas de diáconos; a elas também se estendem pré-
requisitos os quais elas deverão seguir para que sejam achadas dignas de sua
posição.
9
OBREIROS COMO ESPOSOS
O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem os seus filhos e a própria
casa. 1 Timóteo 3:12
Embora seja costume entre as igrejas dar preferência ao ministério de obreiro para
homens casados, visto que estes poderão atuar com maior resistência diante de certas
tentações, não há forte evidência de que o obreiro deva ser casado. Ao contrário, o
mesmo apóstolo descreve em sua primeira carta aos coríntios (1Co 7:32-33) que o
casado cuida das coisas do mundo enquanto o solteiro cuida das coisas do Senhor.
No entanto, vivendo em uma cultura onde a bigamia e até poligamia era praticada com
certa freqüência, o apostolo Paulo fez questão de deixar claro para os obreiros casados
que estes deveriam ser maridos de “uma só mulher”, e da mesma forma cobrou
lealdade por parte da esposa.
É evidente que um segundo casamento em razão de viuvez não é fator de
impedimento para o exercício do cargo conforme vemos em Romanos 7:2-3, contudo
há que se ter certa cautela em relação à separação para o diaconato de homens
divorciados e que entraram numa segunda relação conjugal. Cada caso deve ser
analisado cuidadosamente para que não seja cometida nenhuma injustiça, impedindo
de chegar ao ministério homens que seriam grandes ajudantes da obra de Deus.
Porém, é necessário observar que uma das condições para o ministério de obreiro é o
bom governo da própria casa. Não é possível considerar um governo do lar como bem
sucedido se o matrimônio resultou em uma separação que levou a uma segunda
relação conjugal.
Tudo isso apenas atesta mais uma vez a seriedade do ministério e a importância da
função diaconal para a igreja, ressaltando a necessidade de analisar cada caso
separadamente. O obreiro será uma pessoa que estará na linha de frente no combate
28
contra o inimigo e portanto, deve estar pronto para em nenhum aspecto ser
surpreendido.
10
OBREIROS COMO PAIS
E Deus disse: — Façamos o ser humano à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.
Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os animais que rastejam pela
terra.
Assim Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou.
29
ser humano refletisse sua semelhança, ou seja, nos parecêssemos com ele, pensássemos
com ele, carregássemos em nós as suas peculiaridades. De igual modo, os pais devem
sentir o desejo de que seus filhos(a) lhes sejam semelhantes, apresentando os mesmos
valores e atitudes oriundas de um mesmo tipo de conduta e caráter.
Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o
passar dos anos não se desviará deles. Provérbios 22:6
Vivemos dias difíceis, tempos em que governar bem a própria casa requer grande
habilidade. Comportamentos que não devem ser seguidos são apresentados como
alternativas para os jovens nas escolas, e ensiná-los o contrário, em alguns, casos é
visto como afronta as leis.
Em meio a tudo isto estão filhos, cujos pais são obreiros da casa do Senhor. Sendo pois
sabedores deste fato, o obreiro deve procurar a direção de Deus para educar seus
filhos de maneira a conseguir imprimir nestes o próprio caráter para que o mundo não
os alcance.
Nisto observa-se a importância dos pré-requisitos esperados dos obreiros. Um obreiro
que apresente falha de caráter não poderá governar bem a seus filhos pois poderá vir a
imprimir nestes, além de suas qualidades, as falhas de seu caráter. Não imprimir em
seus filhos um caráter adequado poderá lhe causar profundos aborrecimentos em seu
ministério.
A bíblia nos ensina que devemos ensinar a criança no caminho em que deve andar; e
até quando envelhecer não se desviará dele (Pv 22:6); contudo, para isto é necessário
conhecer bem o caminho, e acima de tudo caminhar por ele. Como poderá alguém
30
ensinar aquilo que não vive? Realmente é de grande sabedoria a frase atribuída a
Confúcio: “A palavra convence, o exemplo arrasta (Confúcio)”.
Também em nossos dias estamos cercados por incertezas econômicas em
praticamente todos os países, e esta incerteza alcança desde os menos abastados
financeiramente até aos que acreditam possuir certa estabilidade. Estas variações da
economia podem colocar lares em situações financeiras difíceis, caso não estejam sob
a direção de Deus.
A má administração financeira do lar está entre as coisas que mais desgastam um
ministério. Por isto mesmo, um dos pré-requisitos para a ascensão ao ministério é o
governo bem sucedido da própria casa. Ofertar primeiramente a Deus tudo o que
possui deve fazer parte da conduta do diácono, com uma forma de confiar a Ele
também a administração financeira de sua casa. Também isto faz parte do requisito:
“governem bem as suas próprias casas”.
11
OBREIROS COMO FILHOS
Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu
Deus te dá. Êxodo 20:12
2 "Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois
não lavam as mãos antes de comer! "
3 Respondeu Jesus: "E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da
tradição de vocês?
4 Pois Deus disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’ e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua
mãe terá que ser executado’.
5 Mas vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda
que vocês poderiam receber de mim é uma oferta dedicada a Deus’,
6 ele não é obrigado a ‘honrar seu pai’ dessa forma. Assim vocês anulam a
palavra de Deus por causa da tradição de vocês.
31
7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo:
8 ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
A idéia subjacente aos preceitos de prestar honra e reverência aos pais, geralmente é
considerada como racional e auto-evidente. É razoável esperar que um filho reconheça
aqueles que o trouxeram ao mundo, cuidaram dele enquanto era indefeso e dependente,
se preocuparam com suas necessidades e desejos proporcionando alimento, vestuário,
abrigo e educação, ajudando-o a se tornar auto-suficiente.
Portanto, espera-se que um filho reconheça os frequentes sacrifícios dos pais no decorrer
da sua criação, um período que com frequência significa trabalho, angústia mental e
gastos.
Assim, mesmo que estas normas de comportamento não tivessem sido prescritas por
pronunciamentos Divinos, é de se presumir que a razão humana e a ética natural
inventariam um código semelhante para o relacionamento de um filho para com seus
pais.
32
Por este motivo Deus credita a honra aos pais como se fossem mostradas a Ele próprio; e
de modo contrário, a negligência em honrar os pais é considerada como um insulto a Deus
[Mechilta sobre Shemot 20:12; Sifra sobre Vayicrá 19:3].
Mas se uma viúva tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiramente a colocar
a sua religião em prática, cuidando de sua própria família e retribuindo o bem
recebido de seus pais e avós, pois isso agrada a Deus. 1 Timóteo 5:4
Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família,
negou a fé e é pior que um descrente. 1 Timóteo 5:8
Se alguém amaldiçoar seu pai ou sua mãe, a luz de sua vida se extinguirá na mais
profunda escuridão. Provérbios 20:20
12
Ainda hoje, Deus usa homens simples, porém com um caráter qualificado, para atuar
em sua igreja, na propagação de seu reino, na evangelização de novos conversos,
dentro e fora de seu país natal.
Tão somente precisamos estar preparados para nos encontrarmos em condições de
responder ao chamado quando formos convocados para compor as fileiras, sendo
contados entre os grandes nomes que gastaram suas vidas em prol da obra de Deus
dentro e fora de seu país.
37 Então disse aos seus discípulos: "A seara é grande, mas os trabalhadores são
poucos.
33
38 Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara".
Mateus 9:35-38
34
MÓDULO 2
O OBREIRO E SUA MISSÃO
1
A MISSÃO DO OBREIRO DA IGREJA PENTECOSTAL
Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa?
Mas eu estou entre vocês como quem serve. Lucas 22:27
Temos estudado a história do movimento pentecostal desde as suas origens até seu
desenvolvimento nos tempos atuais.
Uma análise cuidadosa do estudo já realizado permite visualizarmos desde o início,
grandes homens preocupados em servir ao Senhor da melhor maneira possível. Para
isto, todos eles se dedicaram em expandir a obra de Deus em lugares onde a ausência
de perspectiva fazia morrer a esperança de dias melhores.
Em meio a preconceitos raciais, condições sociais degradantes, doenças e humilhações,
o movimento pentecostal cresceu de tal maneira que alcançou as terras mais
longínquas.
Freston (1994) descreve que; no Brasil, o movimento pentecostal que originou a
Assembléia de Deus, instalou-se na região nordeste, de onde se expandiu por todo o
país, uma vez que o contexto de sua chegada foi propício para o início dos trabalhos.
Vemos que realmente é assim, pois Ivar Vingren (2000), bem como David Berg (1995)
descrevem a situação que os pioneiros encontram ao chegar no Brasil: uma região em
desenvolvimento, envolvida em extrema pobreza, com toda a sorte de necessidades e
doenças.
Em certo tempo, o fim do ciclo da borracha, e o consequente retorno dos migrantes
seringueiros para suas regiões de origem, permitiu que a igreja se espalhasse por
novos estados da federação (ALENCAR, 2000).
De fato, a migração para o interior do país, dos trabalhadores que ali se encontravam,
se encarregou de levar a semente que já estava plantada nos corações. Contudo, o
trabalho árduo de Daniel Berg e Gunnar Vingren merece destaque.
35
A expansão do pentecostalismo para outros estados através dos conversos que em
sua maioria eram pessoas simples, foi resultado primeiramente de uma intensa
ação evangelizadora e diaconal dos pioneiros, que se tornou ainda mais evidente
em meio às dificuldades encontradas. Desde o início dos trabalhos, nota-se a
dedicação da igreja em favor dos mais atingidos pela marginalidade em razão da
pobreza e desigualdade social da região.
A missão do obreirato da igreja era inteiramente cumprida na vida destes pioneiros
que iniciaram o trabalho no Brasil pois, ao seguirem uma orientação divina,
abstendo-se de sua própria vida em detrimento ao chamado e ao propósito de
Deus, avançaram enfrentando as dificuldades e levando a mensagem de esperança
com o lema: Jesus Salva, Cura, Batiza com Espírito Santo e Em Breve Voltará.
A aceitação do pentecostalismo entre as camadas mais pobres no Brasil,
principalmente dentro da Assembléia de Deus, foi objeto de estudo de Mariano
(1999) que ao fazer uma análise sociológica sobre o fato, o descreve da seguinte
forma:
Com o propósito de superar precárias condições de existência,
organizar a vida, encontrar sentido, alento e esperança diante de
situação tão desesperadora, os estratos mais pobres, mais
sofridos, mais escuros e menos escolarizados da população, isto
é, os mais marginalizados – distantes do catolicismo oficial,
alheios a sindicatos, desconfiados de partidos e abandonados à
própria sorte pelos poderes públicos –, tem optado voluntária e
preferencialmente pelas igrejas pentecostais. Nelas encontram
receptividade, apoio terapêutico-espiritual e, em alguns casos,
solidariedade material. (MARIANO, 1999: pg12).
Neste comentário é possível reconhecer a missão do obreirato a serviço das
pessoas que confiaram suas vidas a Deus, buscando alento para as suas almas
dentro da igreja.
Por ter sua membresia inicial composta por um público mais humilde, a igreja foi
alvo de preconceitos e estigmas, sendo rotulada como “igreja de pobres”,
“povinho”, que ironicamente eram chamados de “crentes” ou “pentecostes”.
Contudo, em tudo Deus foi glorificado.
36
2
O PRINCÍPIO DA MISSÃO DO OBREIRO
25 Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que os governantes das nações as
dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas.
26 Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante
entre vocês deverá ser servo,
28 e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; Mateus 20:25-27
Como já vimos no capítulo anterior, o termo grego diakonia, denota um serviço
escravo e portanto, considerado desprezível dentro da cultura grega, apresentando
uma conotação pejorativa ou de inferioridade, posto que se refere a atividades
para as quais, homens em condições servis, colocavam-se a serviço de outros sem
receber nada em troca. Por tudo isto, esta atividade era considerada indigna para
homens livres.
Dentro do cristianismo, em contraposição a cultura grega, a implantação do termo
diakonia nos escritos neotestamentários de Lucas, apresenta a Cristo como “aquele
que serve” (Lc 22:27) e partindo deste exemplo serviu de Cristo que inaugura uma
nova ordem relacional com o próximo, encontramos a fonte para todo o serviço
ministerial e também a real missão da Igreja.
A chamada para o exercício diaconal expresso no domínio e cuidado do homem
para com a terra, foi impressa no caráter do homem ainda no Éden quando Deus o
criou a sua própria imagem e semelhança, porém por ocasião da queda o homem
se afastou de Deus e logo ocorreu o primeiro homicídio. Em Cristo, vê-se uma nova
oportunidade de reconciliação para com Deus, e por meio desta, a reconciliação
também para com o próximo através da comunhão e do amor fraternal expresso
no exercício diaconal. O exercício diaconal é missão de toda a igreja. Todo ser nasce
com uma vocação natural expressa sob forma de tendência, inclinação ou talento
natural para fazer determinada coisa com aptidão, prazer e habilidade. É por meio
da vocação que as pessoas exprimem suas habilidades e serviços na sociedade, e
isto pode e deve ser usado no exercício Do obreirato da igreja.
Contudo, alguns destacam-se dentre muitos pela devoção voluntária na obra de
Deus e são chamados ao exercício específico deste ministério.
37
3
VOCAÇÃO E CHAMADA
Ninguém toma esta honra para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de
fato o foi Arão. Hebreus 5:4
38
24 Poderá alguém esconder-se sem que eu o veja? ", pergunta o Senhor.
"Não sou eu aquele que enche os céus e a terra? ", pergunta o Senhor.
27 Eles imaginam que os sonhos que contam uns aos outros farão o povo
esquecer o meu nome, assim como os seus antepassados esqueceram o meu
nome por causa de Baal.
Jeremias 23:21-32 ensina que a autonomeação é uma prática condenada por Deus.
Assim entendemos que: O Diaconato, Presbiterato e Episcopado não possuem origem
própria no ser humano. O chamado para o ministério é originado em Deus, e Dele vem
a capacitação para o seu exercício.
4
O CHAMADO PARA SER OBREIRO
Ser chamado para exercer a missão de obreiro não significa apenas encontrar-
se entre aqueles que irão desenvolver trabalhos específicos, é algo mais
profundo, tem a ver com entender e atender ao chamado de Deus para um
ministério que poderá evoluir para posições ainda mais elevadas.
39
6 Então um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia
tirado do altar com uma tenaz.
7 Com ela tocou a minha boca e disse: "Veja, isto tocou os seus lábios;
por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado".
8 Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: "Quem enviarei? Quem irá por
nós? " E eu respondi: "Eis-me aqui. Envia-me! ". Isaías 6:6-8
40
5
A ORIGEM DA MISSÃO DO OBREIRO
Ao atender a chamada e abraçar o ministério, é importante entender que o serviço do
corpo de obreiro é uma missão recebida de Deus; portanto Dele advém à origem da
vocação, a orientação do chamado, e é Ele que em última instância quem avaliará a
integridade do serviço prestado.
Todo ser humano traz em si um chamado. Somos chamados por Deus para viver,
conviver, servir, crescer espiritualmente procurando sempre atingirmos a estatura de
varão perfeito, definida como santidade.
A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até à plena
claridade do dia. Provérbios 4:18
Porém a alguns, aprouve a Deus escolher para servir-lhe fielmente dando bom
testemunho em tudo, apresentando características de um obreiro que não tem de que
se envergonhar, e que representa bem a igreja perante Ele e a liderança perante a
igreja; estes são os obreiros, que podem e devem ser contados entre outros nobres
ministérios designados por Deus para o perfeito funcionamento do corpo de Cristo.
11 E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas, e outros para pastores e mestres,
12 com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo
de Cristo seja edificado,
41
6
EDIFICANDO EM AMOR
John R. W. Stott em seu livro “A Mensagem de Atos”, considera que não existe
diferença entre ministérios, pois todos visam o bom desenvolvimento da
igreja:
A obra dos 12 e a obra dos 7 são igualmente chamadas de
diakonia (vs. 1,4) “ministério” ou “serviço”; e isso certamente é
deliberado. A primeira é o “ministério da palavra” (v.4) ou o
trabalho pastoral; a segunda, o “ministério junto às mesas” (v.2)
ou o trabalho social. Nenhum ministério é superior ao outro. Pelo
contrário, ambos são ministérios cristãos, ou seja, meios de servir
a Deus e ao povo de Deus. Ambos exigem pessoas espirituais,
“cheias do Espírito”, para exercê-los. E ambos podem ser
ministérios cristãos de tempo integral. A única diferença está na
forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados
diferentes.” (STOOT, 1994).
Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade;
o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. Romanos
12:8
Este pensamento de Calvino traz luz sobre a clara divisão entre a missão do obreiro
e as funções inerentes ao ministério do obreiro.
Em nenhuma hipótese a misericórdia a ser desempenhada pela função diaconal
pode ser ofuscada pela ordem do templo. Embora ambos estejam entre as
atividades a serem desempenhadas pelos obreiros visando o aperfeiçoamento do
corpo de Cristo, a misericórdia é inerente à missão do diácono e portanto deve
estar acima de qualquer outra de suas atividades. A manutenção da ordem do
42
templo diz respeito às funções diaconais e, portanto embora sejam igualmente
importantes representam outra peculiaridade deste ministério.
7
CUIDANDO DOS NECESSITADOS
O Obreiro certamente há de ser um cristão comprometido, pois a sua ascensão ao
ministério foi precedida da análise de pré-requisitos que nele foram encontrados,
requisitos estes tipicamente encontrados em pessoas cuja visão é misericordiosa. Por
isto mesmo espera-se que o exercício de ajuda aos necessitados, aos pobres, aos
órfãos, as viúvas, aos debilitados sejam por ele naturalmente exercido.
Neste contexto, as particularidades de nossos dias impõem aos obreiros muitos
afazeres. Por anos o sistema capitalista apregoou o desprezo por aqueles que não
possuíam condições físicas, mentais ou mesmo emocionais que se enquadrasse no rol
daqueles considerados “produtivos”. Tal discriminação ocorrera de maneira tão
gritante que a própria sociedade em tempos pós-moderno tem se mobilizado fazendo
surgir pareceres, leis e tratados internacionais que buscam tratar-lhes com a dignidade
que lhes é devida.
A igreja na qualidade de agência de Deus na terra, não pode furtar-se ao dever de fazer
o mesmo, e o obreirato é o ministério que atuará diretamente por meio de ações que
expressem o cuidado da igreja neste sentido. Como pois se fará tal coisa?
43
oferecer. Muitas são as pessoas que procuram por meio da igreja, encontrar alívio para
as suas almas. Há porém aqueles que encontram a Cristo enquanto buscam um lugar
onde não sofram discriminações pelas suas condições físicas, financeiras e/ou
espirituais.
Em linhas gerais a missão do obreiro consiste em: acolher em amor, a todos que
procuram a igreja, apresentando-lhes a Cristo, demonstrando-lhes um amor não
fingido impresso por Deus no caráter de cada cristão. A missão do obreiro deve ter
como norte:
1. Atender de forma holística aos necessitados em todas as suas
necessidades, não apenas as espirituais.
O verdadeiro obreiro deve estar sempre atento aos problemas que as pessoas à
sua volta estão enfrentando.
Dentro das igrejas inevitavelmente se formam grupos de pessoas que possuem algo
em comum entre si, no entanto, estas panelinhas fechadas impedem o acesso de
pessoas de fora. Às vezes a igreja propaga a mensagem de ser um ambiente
acolhedor, caloroso, aberto à convivência para com os que estão chegando, no
entanto o dia a dia apresenta outra realidade.
Por vezes seus membros se comunicam entre si, e ainda que involuntariamente e
de forma não verbal, transmitem uma mensagem estarrecedora aos de fora:
“Vocês não pertencem ao nosso grupo”.
A dissolução destas situações também faz parte da missão do obreiro, uma vez que
a permanência deste comportamento dificulta a prática de seu ministério.
Como o corpo de obreiro pode agir em tais casos?
O corpo de obreiro pode cumprir sua missão neste caso, desestimulando esta
tendência por meio da promoção de relacionamentos marcados pelo amor ao
próximo.
Para tanto, é necessário sabedoria no agir, afim de jamais estimular ainda mais o
preconceito existente para com aqueles que estão chegando em razão de uma
dissuasão coercitiva dos grupos que se formam de maneira natural no seio da
igreja.
44
O corpo de obreiro deve trabalhar no sentido de dissolver o comportamento
exclusivista, não necessariamente os grupos de afinidades.
O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Romanos 12:9
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos
santos. 1 Coríntios 14:33
Irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, peço-lhes que todos estejam de
acordo naquilo que falam e que não haja divisões entre vocês; pelo contrário, que
vocês sejam unidos no mesmo modo de pensar e num mesmo propósito. 1 Coríntios
1:10
8
DA TEORIA À PRÁTICA
O ser humano foi criado por Deus para viver em sociedade, por isto mesmo é natural
que procure se relacionar com aqueles com quem possuem mais afinidade, e isto de
certa forma é benéfico às igrejas. Por sua vez, a discriminação para com aqueles que
estão chegando, bem como o tratamento preconceituoso para com aqueles que não
partilham das mesmas características do grupo precisa ser desestimulado.
Grupos de pessoas que possuem afinidades entre si, ajudam as grandes igrejas, por
exemplo, na identificação pessoas com o mesmo perfil profissional, de maneira que,
havendo campo para atuação destes profissionais em prol da obra de Deus, estes
poderão ser facilmente encontrados. Estimular o tratamento isonômico, onde de
maneira natural, não preconceituosa, os iguais são tratados como iguais e os desiguais
como desiguais pelos grupos já existentes também é missão dos obreiros. Este
princípio embora pareça complexo, é um tanto simples; vejamos o exemplo a seguir:
45
Não é possível em nome do tratamento igualitário, conceder às pessoas que não
possuem qualquer deficiência física, os mesmos privilégios concedidos àqueles que
passam temporariamente por esta dificuldade ou mesmo de forma permanente.
Por sua vez, havendo na igreja, profissionais da área de saúde que em razão de sua
afinidade estão sempre interagindo, facilmente pode-se formar grupos integrados nas
ações do corpo diaconal, desenvolvendo campanhas de atendimento voluntário
gratuito, o que demonstraria ação clara de preocupação para com o bem estar de seus
irmãos. Grupos de profissionais da área de construção civil podem propor à direção da
igreja, melhorias em suas instalações, visando a facilitação do acesso aos locais do
templo. Tudo isto são exemplos de como desenvolver a missão diaconal na igreja em
favor do próximo, envolvendo ainda um grande número de membros, fazendo bom
uso dos grupos que, quando não são aproveitados, resultam em panelinhas de
exclusão daqueles que não possuem a mesma afinidade.
9
OBJETIVOS DA MISSÃO DO OBREIRO
Os exemplos citados anteriormente são meramente ilustrativos sobre como um
grupo que nasça naturalmente na igreja devido as afinidades que apresentem entre
si, pode manifestar um acolhimento fraterno a todos os demais, estreitando ainda
mais os laços em Cristo para com aqueles que poderão assim usufruir de seus
conhecimentos profissionais e ainda mais, de sua amizade e companheirismo. No
mais, sempre haverá uma troca conforme mencionado na celebre frase da
conhecida oração de São Francisco de Assis: “É dando que se recebe”.
Todavia, ações como esta não surgirão se não houver uma iniciativa coordenada da
igreja, e embora este tipo de ação em geral parta de outros ministérios, o
ministério diretamente responsável por esta iniciativa é o obreirato. Considerando
o alvo final de todas as ações da igreja, o corpo de obreiro deve planejar suas ações
vislumbrando o seguinte desafio:
1. Abrir caminho para a propagação do Evangelho de Jesus Cristo;
46
4. Participar do testemunho do Evangelho partindo do bairro onde
está localizada a igreja, se estendendo pela cidade, estado, país
até confins da terra.
Faz parte da missão do diácono, o esforço em executar ações de promoção da
evangelização, da comunhão cristã, da celebração do amor de Deus e do serviço a
todas as pessoas ainda não alcançadas. Todas estas ações devem ter como alvo a
libertação integral do homem, logo a missão diaconal não deve ser parcial ou
meramente espiritual.
Talvez este se constitua o maior desafio da diaconia do século XXI: Criar
mecanismos de ação evangelizadora, para que a igreja avance proporcionando à
sociedade decadente; opções reais de integração social, cultural e espiritual,
trabalhando no exercício da filantropia e do ensino da palavra de Deus que traz a
verdadeira liberdade e plenitude ao ser humano.
10
MUDANÇAS HISTÓRICAS
A maior dificuldade encontrada entre os obreiros de hoje é a transição entre as
peculiaridades das funções exercidas no decorrer dos tempos. Os primeiros os obreiros
possuíam obrigações mais definidas, consequentemente eram muito mais ativos.
Exclusivamente sobre eles, recaiam todas as obrigações sociais da igreja. Logo, era sua
responsabilidade o levantamento dos recursos, a contabilização destes, a logística de
distribuição, o recenseamento do povo a fim de conhecer a demanda etc... Enquanto
isto, os demais ministérios trabalhavam incansavelmente para a edificação e
crescimento da igreja, e com o crescimento da igreja ocorria também o aumento da
demanda.
Com a declaração de paz do imperador Constantino em favor dos cristãos no ano de
313 d.C. por meio do famoso Edito de Milão, onde o Imperador reconheceu total
liberdade do culto a todos os cidadãos do Império, ao mesmo tempo em que
converteu a religião cristã na religião oficial do Império Romano, a igreja passou da
condição de perseguida à “protegida”. Com isto, uma mudança radical operou-se no
seio da igreja afetando principalmente o ministério de obreiro. Aqueles que até então
viviam a caridade e o serviço voltado aos pobres como uma missão herdada dos
47
tempos apostólicos, viram mudar radicalmente seu modo de ser e de agir. Pouco a
pouco o ministério restringiu-se a decisões administrativas, voltando-se para o luxo
dos palácios do Imperador, encantando-se com as indumentárias e cerimônias
pomposas, desenvolvendo toda a sorte de heresias como descreve Ione Buyst em seu
livro, O Mistério Celebrado:
Também neste período (e sobre tudo neste), a liturgia cristã
recebe elementos próprios da cultura. Assim, dentro do novo
contexto político, social e eclesial, as celebrações da liturgia se
revestem dos esplendores característicos da corte imperial. As
liturgias se transformam em suntuosos “cerimoniais pontificais”
adaptados dos cerimoniais usados na corte. Os ministros
ordenados, no serviço do altar, são revestidos de uma dignidade,
de honra e indumentárias próprias dos mais altos dignitários do
império romano. (BUYST, 2004 pág 32)
48
Voltar à prática do cuidado dos órfãos, das viúvas e dos necessitados, hoje é uma
preocupação até mesmo da própria igreja católica que traz temas pertinentes em
suas campanhas de fraternidade.
A igreja reformada não pode ficar indiferente a esta missão, ainda mais em tempos
em que estes cuidados se revelam de tantas formas que dificilmente não haja
meios de desenvolvê-lo. Este é o motivo pelo qual é de suma importância
reconhecer a verdadeira missão do obreiro.
Reconhecer a missão do obreiro, implica diferenciar aquilo que é sua função dentro
das quatro paredes no cuidado para com o templo, na assistência durante os cultos
e celebrações, para ir além, no dia a dia; na assistência social, na visitação, na
prestação de serviços voluntários, na formação de grupos para o exercício destas
tarefas, no recrutamento de voluntários interessados. Grande é a missão do
obreiro de nossos dias porém Deus nos dá graça cumpri-la.
11
A MISSÃO DO OBREIRO NO SÉCULO XXI
Parece algo distante da realidade de nossas igrejas? Uma observação criteriosa pode
demonstrar que não estamos tão longe assim. Esteja atento e responda para si mesmo
as seguintes indagações e poderá tirar suas próprias conclusões:
1. Você já visitou alguém enfermo?
49
7. Você já participou de alguma campanha de serviços voluntários
gratuitos prestados à comunidade?
12
DISCIPULADO PARA DISCIPULAR
Vivemos hoje a era dos dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets, reprodutores
de mp3, e digamos da vida autocentrada. No entanto, existe algum espaço na vida
autocentrada para a vida comunitária do cristianismo?
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No cerne do Cristianismo encontra-se o desejo de Deus de ter um povo que demonstre
seu caráter e o faça por meio da obediência à sua Palavra, no relacionamento com ele e
uns com os outros. Portanto, ele enviou seu Filho a fim de chamar um povo para segui-lo.
E parte do ato de seguir o Filho é chamar mais pessoas para seguirem o Filho. Assim, na
vida em conjunto, as pessoas demonstram a vida comunitária de Pai, Filho e do Espírito
Santo. Juntas elas demonstram o amor, a santidade e a unidade do próprio Deus.
Portanto, Jesus deu a seguinte ordem antes de subir ao céu: vão e façam discípulos (Mt.
28.19). Assim sendo, podemos dizer que nossa vida como verdadeiros cristãos e obreiros,
consiste em dedicarmos a ajudar outras pessoas a seguir Jesus.
Porém para que possamos auxiliar outros, na caminhada com Cristo, precisamos aprender
com Cristo. Visto que, só posso ajudar alguém se antes ter permitido ser ajudado, ou seja,
só poderei discipular alguém se antes ter sido discipulado. Aqui cabe um ditado tão
falado: "Quem não se dispõe a aprender, não tem autoridade para estar de pé para
ensinar”.
Como a ordem de Jesus neste caso foi fazer discípulos. Quero me ater a definição que
Marke Denver dar a palavra discipular- ele diz o seguinte: Discipular é ajudar outras
pessoas a seguir Jesus. Outra definição possível seria: discipular é exercer uma boa
influência espiritual sobre alguém, de modo deliberado, de forma que a pessoas se torne
mais parecida com Cristo. Neste caso discipulado é o termo que quero usar para designar
o ato de seguirmos a Cristo.
A vida cristã é uma vida discipulada e uma vida que discípula. O cristianismo não é para
solitários ou individualistas. É para pessoas que viajam juntas pelo caminho estreito que
conduz à vida. É preciso seguir e guiar. É preciso amar e ser amado. E amamos mais
quando ajudamos outras pessoas a seguirem Jesus ao longo da vereda da vida. Se alguém
quer ser obreiro aprovado precisa dispor destas ordenanças, para que assim o obreiro
evidencie Cristo através de sua vida.
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O QUE É UM DISCÍPULO
Ser discípulo de Cristo, não tem início em algo que nós fazemos. O processo começa com
algo que Cristo fez.
Ele ofereceu a si mesmo como substituto e sacrifício para todo o que se arrepender de
seus pecados e confiar apenas nele. Deus é bom e nos criou bons. Todavia, cada um de
nós pecou e ao se afastar dele e de sua boa lei. E porque Deus é bom, ele punirá nosso
pecado. As boas-novas do cristianismo, entretanto, anunciam que Jesus viveu a vida
perfeita que deveríamos ter vivido e depois morreu a morte que nos cabia.
Assim, o discípulo cristão começa com a aceitação deste dom gratuito: graça,
misericórdia, relacionamento com Deus e promessa de vida eterna.
Nosso discipulado com Cristo começa quando ouvimos essa ordem e obedecemos a ela:
“Siga-me”.
Jesus afirma que ser cristão envolve se negar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-lo. A
resposta fundamental ao amor radical de Deus por nós é que nós o amemos de forma
radical.
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A vida cristã é uma vida discipulada. Ela tem início quando alguém se torna discípulo de
Cristo.
Ser discípulo é tornar-se imagem do seu mestre é fazer, agir, pensar, analisar como seu
mestre faria.
Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus. Filipenses 2:5
Quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou. 1 João
2:6
PORQUE DISCIPULAR?
O ato de discipular é fundamental para o cristianismo. Como isso poderia ser mais claro?
Se não trabalharmos para fazer discípulos, é possível que não sejamos discípulos dele.
Quem discípula demonstra amar a Cristo e seus mandamentos.
Você já ouviu ou falou a seguinte frase “Olhe para Cristo não olhe para mim, porque sou
humano e não consigo ser perfeito”?
“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço, porque o que eu falo é certo e o que eu
faço é errado”.
Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem,
pois não praticam o que pregam. Mateus 23:3
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Todo cristão tem que ser a teoria vivida. Isso implica em viver não somente pela prática
do evangelho. Se nos dispomos a seguir a Cristo, então temos que representa-lo em tudo
e em todas nossas ações por onde quer que andamos, a começar por nossas casas.
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SERVINDO PARA TRANSFORMAR VIDAS
De tudo o que se pode dizer a respeito da missão do obreiro, algo exprime a
realidade dos fatos: a sociedade precisa de pessoas que estejam atentas as suas
carências, pessoas que defendam a vida manifestando um amor voluntário ao
próximo; e diante das muitas preocupações das lideranças das igrejas, isto não tem
sido possível, o que não quer dizer que deixa de ser obrigação da igreja.
Neste ponto é que entra a missão do obreiro. O ministério de obreiro foi criado
pelos apóstolos especificamente para este fim, atender as obrigações do serviço, da
assistência e da ação social, e precisa assumir a sua missão.
Quando isto acontecer, as congregações não mais verão a função do diácono
reduzida às tarefas litúrgicas e de manutenção do templo, o que enfraquece a
riqueza do seu ministério; antes, reconhecerão a importância de suas ações para a
edificação do corpo de Cristo e a expansão do Reino de Deus. Por sua vez, o
reconhecimento da igreja diante das ações do corpo de obreiro é um atestado claro
de sua vocação e do desempenho eficiente de sua missão.
Sobre a grandeza do ministério de obreiros expressa em 1Tm 3:13 em suas
pastorais Calvino comenta:
Diante da prática de se escolherem presbítero dentre os
diáconos, a qual foi introduzida no primeiro e segundo século
depois da era apostólica, esta passagem passou ser considerada
como a referir-se à transição de um status a outro mais elevado,
como se o apóstolo estivesse vocacionado aqueles que haviam
sido diáconos fiéis para o exercício do ofício de presbíteros. A
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meu ver, sem negar que o diaconato passa às vezes ser o berçário
donde os presbíteros são escolhidos, todavia, prefiro uma
explicação mais simples das palavras de Paulo, ou seja, que
aqueles que se desincumbiam bem deste ministério eram dignos
de não pouca honra, pois não é uma tarefa servil, e sim, um ofício
de muita preeminência. Ao expressar-se assim, ele realça quão
proveitoso é para a Igreja que esse ofício seja desempenhado por
homens criteriosamente escolhidos, pois o santo desempenho
desses deveres granjeia estima e reverência. (CALVINO, 2009,
p.94, 95)
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MÓDULO 3
O OBREIRO COMO LÍDER
1
ASPECTOS DA LIDERANÇA DO OBREIRO
A figura do obreiro como líder não é muito comum, dado o fato de que outros
ministérios hierarquicamente superiores ocupam legitimamente tais funções.
Contudo, em alguns momentos, o conhecimento sobre os princípios de liderança se faz
necessário ao obreiro, visto que em algumas igrejas, o obreiro mais experiente é
colocado como líder do corpo de obreiro, e ainda em outras situações, como na
implantação e desenvolvimento de projetos sociais, os obreiros por vezes ocupam a
liderança de grupos.
Logo, nestas situações, é comum vermos diáconos como líderes de equipes de limpeza,
segurança, logística, e outras mais que existirem conforme a demanda da ocasião.
Nestes casos, sendo o obreiro alguém a quem se confie tal função de liderança, o
mesmo não poderá esquecer-se da essência de seu ministério, que no próprio nome
traz a profunda significação do caráter servil para o qual foi instituído.
Sendo assim, considerações tanto de ordem prática quanto espiritual são necessárias,
a fim de que, estando o obreiro na condição de líder, o mesmo desempenhe bem a sua
função de maneira a corresponder com as necessidades impostas pela ocasião, e
estando este na condição de liderado, de igual modo desempenhe com entusiasmo e
alegria a tarefa que lhe for proposta de modo que, em sua dedicação a sua função, o
nome do Senhor seja exaltado.
O obreiro possui uma função de grande importância dentro do ministério da igreja, e
por isto mesmo deve estar preparado para o exercício de qualquer atividade que lhe
for designada.
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42 Mas Jesus, chamando todos para junto de si, disse: — Vocês sabem que os que
são considerados governadores dos povos os dominam e que os seus maiorais exercem
autoridade sobre eles.
43 Mas entre vocês não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande
entre vocês, que se coloque a serviço dos outros;
44 e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que seja servo de todos.
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar
a sua vida em resgate por muitos. Marcos 10:42-45
2
O OBREIRO NA CONDIÇÃO DE ADMINISTRADOR
35 Estejam preparados, com o corpo cingido e as lamparinas acesas.
36 Façam como os homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de
casamento; para que logo abram a porta, quando vier e bater.
40 Estejam também vocês preparados, porque o Filho do Homem virá à hora em que
vocês menos esperam.
41 Então Pedro perguntou: — Senhor, esta parábola é só para nós ou também para
todos?
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43 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo
assim.
45 Mas o que acontecerá se aquele servo disser consigo mesmo: "Meu senhor demora
para vir", e começar a espancar os empregados e as empregadas, a comer, a beber e
a embriagar-se?
46 Virá o senhor daquele servo, em dia em que não o espera e em hora que não
sabe, e irá aplicar-lhe um castigo severo, condenando-o com os infiéis.
47 — Aquele servo que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez
segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites.
48 Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de
reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe
será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão. Lucas
12:35-48
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4. A administração de si mesmo deve vir antes de qualquer
outra coisa. Administrar bem a si mesmo é pré-requisito
para assumir a liderança de qualquer coisa, e em se
tratando da obra de Deus, isto é fundamental;
3
O SUCESSO NO DESEMPENHO DA LIDERANÇA DO OBREIRO
Além destas peculiaridades que o obreiro precisa se inteirar para atuar bem como
líder, é preciso considerar ainda que, uma boa liderança depende da aplicação dos
princípios bíblicos de liderança contidos na palavra de Deus. A observação destes
princípios assegura uma direção vitoriosa no desempenho da liderança, por outro lado,
a maioria dos fracassos de liderança decorre da inobservância ou violação destes
princípios.
Tão somente seja forte e muito corajoso para que você tenha o cuidado de fazer
segundo toda a Lei que o meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem
para a direita nem para a esquerda, para que seja bem-sucedido por onde quer que
você andar. Josué 1:7
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desenvolvidas devido às necessidades práticas da igreja, entre as quais ser encontra a
liderança do corpo de obreiro.
No meio secular, o sucesso é atribuído a vários fatores como: educação, posição,
ambição, talento, poder e dinheiro. Contudo, no Reino de Deus, a visão de sucesso é
diferenciada da visão do mundo. O sucesso do Reino de Deus pode ser entendido
como: O uso máximo dos dons e habilidades de alguém dentro do âmbito de
responsabilidades dadas por Deus, para o benefício do corpo.
1 Portanto, se existe alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor,
alguma comunhão do Espírito, se há profundo afeto e sentimento de compaixão,
2 então completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo
amor e sendo unidos de alma e mente.
3 Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um
considerando os outros superiores a si mesmo,
4 não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos
outros. Filipenses 2:1-4
Alguns paralelos podem ser traçados entre as duas visões de sucesso em liderança,
segundo os critérios de liderança no Reino de Deus critérios de liderança de sucesso no
mundo:
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4
17 Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de
vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e
não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês. Hebreus
13:17
61
5
AS BASES DA AUTORIDADE DO LÍDER
1.2- Jesus deixou claro a Pilatos que não há autoridade de origem humana, e que
a autoridade que este possuía, tinha origem em Deus:
Jesus respondeu: — O senhor não teria nenhuma autoridade sobre mim se de cima.
João 19:11
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1.3- Salomão também reconheceu, apesar de sua pouca idade, que não teria
autoridade alguma se não a recebesse de Deus e assim, pediu graça e sabedoria para
governar bem o povo:
A base para a obtenção de toda a autoridade está em Deus. Logo, alguns aspectos devem
ser considerados:
Mas o espírito maligno lhes respondeu: — Conheço Jesus e sei quem é Paulo; mas
vocês, quem são? Atos 19:15
Se você não se submete a autoridade de Deus, não espere que alguém se submeta a
sua autoridade. Observemos a seriedade que existe em submeter-se a autoridade
divina. Nem mesmo os espíritos malignos reconhecem autoridade que não venham de
Deus, como pois, poderá um líder de coisas espirituais, trabalhar não reconhecendo a
fonte de sua autoridade?
O livro de Provérbios está repleto de conselhos sobre qual deve ser o procedimento do
homem que está em iminência, para que este não venha a cair de sua posição. Um
exemplo claro encontramos em:
Um líder jamais deve permitir que a honra adquirida em razão de sua posição, faça com
que seu coração venha a se ensoberbecer.
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2. AUTORIDADE BASEADA EM TÍTULOS
Um líder diaconal precisa compreender que o título que ostenta não lhe confere
autoridade alguma. Este é um engano comum entre líderes de diversos ministérios,
acreditar que um título irá conferir-lhe autoridade diante dos demais e/ou diante
de situações.
Ter um título ou um cargo, significa apenas ser servo, e nada mais do que isso. Este
servo porém, tem ainda mais responsabilidade a ser cumprida. Suas
responsabilidades são tão grandes que é impossível cumpri-las sozinho, de maneira
que o mesmo precisa dividir as tarefas entre seus liderados, e receber destes a
contrapartida representada no esforço voluntário ou remunerado, a fim de que o
objetivo seja alcançado.
Um título em nada difere o líder dos demais, exceto em duas situações:
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Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de
reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe
será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão. Lucas
12:48.
65
desconsiderar a ideia dos demais em prol da sua e assim provocar a instabilidade
dentro do grupo.
Por tudo isto, algumas considerações devem ser feitas para aqueles que
possivelmente um dia chegarão a uma posição de liderança:
5. O líder não deve fazer apenas o que o grupo aceita, antes deve
ser sábio e habilidoso para ensinar o grupo aceitar a sua decisão.
Quando sua ideia não é bem aceita, o líder deve buscar a direção
de Deus, para Deus o dirija às decisões certas a tomar;
66
necessário aceitar a incumbência da liderança como parte do chamado para o
obreirato, e responder prontamente como Isaías - “eis me aqui envia me a mim”, e
seguir na direção de Deus.
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MÓDULO 4
O SERVIÇO DO OBREIRO
1
AS MUITAS FACES DO TRABALHO DIACONAL
Até agora temos estudado o trabalho do obreiro e suas muitas faces que estão além
das que vemos. O que temos visto na maioria das igrejas é o corpo de obreiro sendo
pouco usado. Em muitos casos, a distinta e honrosa função do obreiro é vista apenas
como mais um degrau na busca pelo pastorado. Por outro lado, presbíteros,
evangelistas e pastores se debatem sobre as inúmeras atividades que a igreja precisa
desenvolver para alcançar sua missão de maneira integral, enquanto o oficio de
obreiro é resumido aos poucos cuidados que o templo e suas celebrações requerem.
Isto é perceptível quando vemos cursos de formação de obreiro se resumindo em
pequenas apostilas com poucas páginas, enquanto outros ministérios se perdem em
tantos estudos e atividades por desenvolver. O que se vê dentro de algumas
denominações são pastores sobrecarregados pelos muitos afazeres, de maneira que se
veem impedidos de avançar ministerialmente, e o pior, compromete a finalidade de
seu ministério ao dedicar-se exaustivamente na elaboração de programas estratégicos
para a igreja, o que lhes tira um tempo que poderia se dedicado ao estudo, oração e
ministração da palavra (At 6:4).
Contudo não se pode lançar sobre os ombros do ministério de obreiro a
responsabilidade pelo desenvolvimento e/ou implementação de programas sociais
estratégicos que levem o amor da igreja também aos menos favorecidos, sem que
antes, estes adquiram o conhecimento e tenham um treinamento mínimo sobre o
assunto.
Neste capítulo aprofundaremos um pouco mais, direcionando o corpo de obreiro para
o desenvolvimento de vínculos com as comunidades e bairros carentes e/ou mais
afastados das ações das igrejas. Um corpo de obreiros que conjuntamente com os
demais ministérios se apropria desta função com sabedoria e esmero, é visto como um
alívio ao pastor e demais líderes da igreja por tirar-lhes de sobre os ombros, um
encargo que lhes pesa tomando-lhes o tempo e fazendo com que estes desenvolvam
funções atípicas em seus ministérios, enquanto esta que é uma função tipicamente
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diaconal pela peculiaridade assistencial que possui, não tem praticamente nenhuma
participação dos obreiros.
2
ARMADILHAS DO EVANGELHO SOCIAL
Considerando o que já temos aprendido acerca da igreja e sua missão diaconal, bem
como a sobre o ministério diaconal propriamente dito e sua missão no âmbito da
igreja; passamos agora a estudar as peculiaridades do trabalho que pode ser
desenvolvido pela igreja por intermédio do corpo de obreiro, no ceio da sociedade.
Como já foi dito, o objetivo do serviço social desenvolvido pela igreja por meio de
seu obrerato, é atender a todos em suas necessidades, principalmente em suas
necessidades espirituais. No âmbito social, o obreiro é chamado tanto para
testemunhar como para servir. Ambos os aspectos fazem parte de seu ministério e
missão.
Este tema vem sendo repetido, pois é preciso compreender que existe uma grande
diferença entre usar as ações de amor ao próximo, como isca que o atraia ao
evangelho, e amar verdadeiramente ao próximo. A filantropia exclusivamente
estratégica não possui base bíblica e é veementemente condenada por vários
teólogos que conservam verdadeira aversão ao chamado “Evangelho Social” de
nossos dias. Observemos as considerações de Stoot em seu livro “A Missão Cristã
no Mundo Moderno”. Neste livro, o autor apresenta este tipo de trabalho sob três
pontos de vista diferentes. Sua primeira consideração apresenta a ação social como
um meio de evangelização:
Nesse caso, evangelização e a conquista de convertidos são os
objetivos principais em vista, mas a ação social uma útil
preparação, um meio efetivo para que se alcancem esses fins. Em
sua forma mais ostensiva, isso faz do trabalho social (seja através
da doação de alimentos, de remédios ou da educação) o açucar
da pílula, a isca do anzol, enquanto, em sua melhor forma, isso
dá ao evangelho a credibilidade que ele não teria, caso a prática
não fosse realizada. Em ambos os casos, o cheiro da hipocrisia
ronda nossa filantropia. Um real motivo oculto impele-nos a nos
engajarmos nessa linha (STOOT, 2008 p.26).
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1. CONTEXTUALIZANDO
Não se pode conceber a ideia de um serviço de obreiro eivado de vícios desta natureza.
O diácono, bem como a igreja deve nutrir um amor verdadeiro pelas almas que estão
perdidas. Este amor precisa ser demonstrando por meio de um comportamento
enraizado nas práticas das primeiras comunidades cristãs, cujos líderes proclamavam o
evangelho com o testemunho da própria vida, promovendo a libertação por meio da
verdade divina, desempenhando seu ministério diaconal através do cuidado voluntário
estendido aos pobres por meio das obras de misericórdia. A ajuda ao necessitado
visando proveito é biblicamente condenada.
Quando, pois, você der esmola, não fique tocando trombeta nas sinagogas e nas
ruas, como fazem os hipócritas, para serem elogiados pelos outros. Em verdade
lhes digo que eles já receberam a sua recompensa. Mateus 6:2
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3
A AÇÃO SOCIAL COMO MANIFESTAÇÃO DA EVANGELIZAÇÃO
Embora este conceito ainda não retrate a pureza da ação do obreiro para com a
sociedade, todavia quando vista por este ângulo, a ação social pode ser
considerada a materialização da evangelização. Stoot considera que em
determinadas situações, as necessidades das pessoas são tão prementes que a
impedirão de ouvir o evangelho até que sejam sanadas.
Tal pensamento fundamenta-se na ação sócio/evangelística do samaritano,
encontrada na narração de Lucas 10:30-36. Para aquela situação, meras palavras ou
leituras bíblicas ou ainda convites para ir à sinagoga não lhe traria qualquer
benefício. Contudo, uma ação social direta do samaritano, destituída de interesses
secundários, tornou-se um exemplo a ser seguido. Vejamos a orientação bíblica a
este respeito:
17 Ora, se alguém possui recursos deste mundo e vê seu irmão passar necessidade,
mas fecha o coração para essa pessoa, como pode permanecer nele o amor de Deus?
18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem da boca para fora, mas de fato e de
verdade. 1 João 3:17,18
Temos nesta parábola de Jesus narrada por Lucas, um claro ensino de que a Grande
Comissão não nos exime de cumprir o Grande mandamento, pelo contrário, ela
adiciona à exigência do amor que já é devido (Rm 13:8), o serviço ao próximo como
outro aspecto a ser observado. Logo duas linhas distintas são apresentadas:
71
1. Não há amor verdadeiro sem o compartilhar das boas novas de
Jesus por meio da evangelização.
2. Não há verdadeiro amor, se nos limitarmos a evangelização
daqueles que possuem outras oportunidades.
4
SERVINDO COM EMPATIA
O ser humano é um ser social dotado da tricotomia: corpo/alma/espírito. Não há como
imaginar um cuidado holístico sem que se perceba o homem em toda as suas
dimensões. O nosso próximo, objeto de nosso amor, afeição e cuidado, não pode ser
visto como uma alma sem um corpo, com a qual devamos nos preocupar, tampouco
como um corpo sem alma para que nos preocupemos apenas com as suas
necessidades físicas.
Todos fomos feitos corpo, alma e espírito, e em nós foi implantado o desejo de viver
em comunidade. Logo, a preocupação da igreja para com o ser humano, deve incluir o
bem estar de sua alma, de seu corpo e da comunidade na qual está inserido e,
considerando o caráter psicossomático do homem, entendemos ainda que é
necessário esta preocupação também à dimensão política que afeta ao homem
diretamente em todos os sentidos.
Enquanto as associações seculares preocupam-se com as mazelas de uma sociedade
doente afundada em vícios, imoralidades e doenças físicas de toda sorte; é papel da
igreja como agência do Reino de Deus, preocupar-se com a prevenção da saúde
comunitária, o que implica na busca por uma melhor estrutura social, na qual a paz, a
dignidade, a liberdade e a justiça sejam garantidas à todos os homens.
Como obreiros, somos enviados ao mundo para servir, e a exemplo de Jesus, devemos
ver neste serviço, a expressão natural do nosso amor pelo próximo. Como
manifestação deste amor, nossas ações devem ser destituídas de interesses
secundários ocultos.
Jesus chama a todos os seus discípulos para ministrar, isto é, para o serviço. De igual
modo, a igreja como um todo é chamada à exercer a diaconia seguindo o exemplo de
Cristo, o servo por excelência. Por sua vez, todo obreiro é chamado à gastar sua vida a
serviço de Deus e dos homens, independente do lugar onde se encontrar, no contexto
72
da profissão que exerça. Faz parte do ministério diaconal, manter os padrões de
justiça, integridade, honestidade e dignidade humana, apresentando ainda o amor de
Deus à uma sociedade que não aceita mais estes valores.
5
ATENDENDO AS NECESSIDADE DA COMUNIDADE
Uma vez que compreendemos as diferenças conceituais entre o evangelismo e a
ação social, podemos concluir que, embora o modelo de evangelho social não se
aplique a nossa realidade, a ação social caminha lado a lado como a evangelização.
Não podemos nos concentrar na evangelização, excluindo a preocupação com o
social, muito menos fazermos do ativismo social um substituto da evangelização.
É preciso estabelecer uma relação entre os dois, envolvendo-nos profundamente
com a vida em sociedade, imaginando-nos em sua cultura e seus problemas,
colocando-nos em lugar daqueles que sofrem, nos solidarizando com suas dores a
exemplo do que fez Jesus. Agindo desta maneira, atenderemos a nossa missão já há
muito reconhecida e declarada no pacto de Lausanne:
Afirmamos que Cristo envia seu povo redimido para o mundo,
assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de
igual modo profunda e sacrificial” (Pacto de Lausanne - parágrafo
6).
Assim como a proclamação do evangelho não pode ser vista de maneira isolada,
não podemos manter-nos isolados da sociedade, antes devemos nos aproximar
estrategicamente a fim de nos estabelecermos como igreja de Cristo presente
no mundo.
Entre as características que precedem e outras que sucedem o trabalho do
obreiro no ceio da sociedade, podemos destacar a presença. Não é possível se
colocar no lugar daqueles que estão passando por situações difíceis se nos
mantivermos na abstração da teoria. É preciso uma aproximação física para que
o serviço do obreiro seja colocado em prática. Uma vez presente na sociedade, a
característica que se segue a ação evangelística é a persuasão.
73
________________________________
12 O Pacto de Lausanne foi um grande congresso mundial de
evangélicos que ocorreu em 1974 em Lausanne, Suíça, onde foi criado um
comitê mundial das igrejas evangélicas.
6
ESTRATÉGIAS DE APROXIMAÇÃO
C. Peter Wagner, em seu livro Frontiers in Missionary Strategy (Fronteiras em
Estratégia Missionária), transmitiu de maneira didática clara três etapas da
evangelização às quais ele deu o nome de “evangelização 3-P” “presença, proclamação
e persuasão” (WAGNER, 1971 p. 154).
O obreiro no exercício de seu ministério, é uma extensão da igreja onde quer que se
encontre, e portanto portador das verdades que Deus quer apresentar ao homem.
Logo sua presença física entre os membros da comunidade com a qual se pretende
trabalhar é de fundamental importância.
Contudo a prática de uma abordagem social, requer alguns cuidados até que se chegue
a proclamação destas verdades. Disto depende o sucesso do serviço de obreiro:
1. Em nenhuma iniciativa, quer seja de evangelismo, quer seja de mera
ajuda ao próximo, o obreiro deve se apresentar como dono da
verdade, antes com humildade deve adotar uma postura de troca de
conhecimentos e experiências, de maneira a ganhar gradativamente
a confiança daqueles que são alvo de seus reis cuidados e
preocupações fraternas;
74
implantação, bem como nas primeiras decisões, execução e
acompanhamento dos resultados e avaliação;
7
ATUANDO NAS DIVERSAS FRENTES
Na implantação de um projeto comunitário, após a primeira aproximação, a
ação do ministério de obreiro deve se concentrar em pontos específicos dos
problemas levantados:
A ação social requer uma real ação do obreiro direcionada à remoção da origem
das necessidades. Quando isto ocorre, há transformação de estruturas e luta por
justiça, renasce a esperança. Na prática, a atuação diaconal deverá ter os seguintes
propósitos:
1. Despertar o desejo de comprometimento com a causa;
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3. Incentivar os moradores a conhecer as propostas e práticas dos
candidatos representantes da comunidade se houver;
10. Fortalecer a fraternidade e a vida nos moldes dos laços cristãos de amor
a simplicidade.
O envolvimento do corpo de obreiro nas ações de cunho social é visto por parte da
comunidade envolvida como prova de piedade, amor, compaixão, empatia e também é
uma forma de adoração a Deus.
A estas ações voltadas para o próximo, Manfred Grellert denomina verticalismo e
horizontalismo. Segundo Grellert, o verticalismo desemboca em compromissos
horizontais para com o próximo, o que também revela um verdadeiro compromisso
com Deus:
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O verticalismo, via de regra individualista, vê a missão da igreja
restrita a salvação de almas dos indivíduos que devem ser
encaminhados ao céu. Sua postura é mais contemplativa e
pietista. Sua preocupação é com os pecados pessoais, ganhar
almas para Cristo e fugir das máculas do mundo que jaz no
maligno. É um cristianismo sem compromisso com o mundo de
Deus. O horizontalizmo, por outro lado, via de regra praxístico,
considera que o evangelho deve se aplicar aos problemas
socioeconômicos e políticos do mundo, que o maior pecado é o
pecado social, matriz dos pecados pessoais, e que ser cristão é
lutar para que neste mundo surjam sinais evidentes do Reino de
Deus. Alguns sonham em trazer o Reino de Deus a este mundo. É
muitas vezes um cristianismo sem compromisso com a revelação
divina, a igreja de Cristo e a conversão cristã (GRELLERT, 1987
p.64)
77
8
COMPREENDENDO A ESTRUTURA DO TRABALHO DE AÇÃO
SOCIAL
Em particular aos que pareciam de maior influência para não correr ou ter corrido
em. Gálatas 2:2
9 E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido.
10 Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos
domésticos da fé. Gálatas 6:9,10
Passemos então a propostas mais práticas que podem ser iniciadas dentro da
própria igreja e/ou congregação para estender-se posteriormente a toda a
comunidade.
1. A primeira consideração deve ser baseada no ensinamento bíblico
contido na epístola do apostolo Paulo aos Gálatas: Nenhum
trabalho ou projeto, seja um simples evangelismo, estudo em
grupo ou grandes ações de assistência social, deve ser levado a
campo sem um prévio planejamento, coordenação e execução
primeiramente entre as famílias da igreja. A igreja funcionará
como um termômetro do projeto e nos dará um feedback
apresentando as possíveis falhas de execução;
78
4. Posteriormente, deve ser realizado um levantamento dos pedidos
que sejam referentes a famílias não pertencentes à igreja, com
vistas a estender o projeto para a comunidade;
79
principal do obreiro, visto que este não é o ministério da palavra e sim assistencialista.
A igreja precisa viver a missão integral que consiste em mais do que evangelismo e
assistencialismo.
Missão integral para a igreja é saber como utilizar o assistencialismo e o evangelismo
simultaneamente para alcançar os propósitos de Jesus para sua igreja.
9
AVALIANDO AS MOTIVAÇÕES
Para que o corpo de obreiro exerça um trabalho em consonância com a visão
missionária da igreja, dois aspectos devem ser observados englobando a
evangelização e a ação social e vice-versa:
1. MOTIVAÇÕES ERRADAS:
1. Ausência real de motivações;
2. Competitividade;
80
3. Empreguismo dentro do projeto;
4. Ativismo sem causa;
5. Modismo;
6. Disponibilidade de verbas ociosas;
7. Isca para evangelização;
8. Manipulação política, ocupação de
espaços e autopromoção.
2. MOTIVAÇÕES CORRETAS:
10
CONTEMPORANEIDADE DAS AÇÕES COMUNITÁRIAS
Uma correta aplicação do ministério da palavra e do obreirato, terá como resultado
uma igreja contemporânea ativa.
O funcionamento sincronizado entre os ministérios da igreja faz com que a atenção se
desvie de temas há muito discutidos exaustivamente por grandes teólogos, levando a
igreja a discutir questões atuais e pertinentes a sua missão neste mundo. É sair da
teoria para a prática, é viver o aqui e o agora.
Os sermões que tem como base a vivência encontrada nas ações de diaconia da igreja,
realizada por meio de seus programas e projetos em geral versam sobre a violência, a
arbitrariedade, exploração do trabalho e outras questões que estão nas manchetes dos
jornais, ocasião em que poderá ser lançados desafios, bem como apresentadas
soluções a luz da palavra de Deus, e ainda levantado um clamor em prol da nação e de
outros países que enfrentam problemas sociais semelhantes. Estes temas poderão
81
ainda aparecer em palestras e estudos. Isto é contemporaneidade e vivência do
evangelho.
11
ATENUANDO AS DESIGUALDADES SOCIAIS
Falar em atenuar as desigualdades sociais com ações diaconais pode parecer
utopia, no entanto, uma observação criteriosa de alguns estudiosos verificou-se
que os projetos sociais desenvolvidos por iniciativas das igrejas podem abranger no
mínimo três aspectos diferentes. Para Manfred Grellert estes aspectos são:
1. Projetos de Filantropia,
2. Projetos de Desenvolvimento e
3. Projetos de Ação Política (Cavalcanti; 1987 p.43)
Ronald J. Sider, concorda com esta visão de intervenção da igreja a fim de atenuar
as desigualdades sociais existentes ao afirmar que Deus se identifica com os
pobres. A identificação de Jesus com os pobres e miseráveis foi, segundo ele, um
sinal de que realmente era o Messias. Quando a igreja reproduz os passos do
Mestre, é identificada como a verdadeira igreja de Cristo.
O texto de Mateus 25.40, deixa claro a responsabilidade que temos em um mundo
onde milhões de nossos semelhantes morrem de fome a cada ano, enquanto
cristãos abastados, permanecem indiferentes. A igreja precisa intervir nesta
82
realidade e a forma como fará isto é por meio das ações diaconais nas
comunidades.
O ministério da palavra precisa trabalhar em conjunto com a diaconia para que não
se ofereça apenas o pão espiritual às pessoas que padecem de fome física.
83
MÓDULO 5
AS ORDENANÇAS DA IGREJA CRISTÃ
1
O OBREIRO E AS ORDENANÇAS DA IGREJA CRISTÃ
As ordenanças deixadas por Cristo à igreja, na qual os diáconos obreiros tem sua
participação direta e ativa, devem ser objeto de estudo a parte, dadas as inúmeras
discussões que geraram no decorrer da história, em razão de suas inúmeras
interpretações e falta de consenso.
Segundo Berkhof (1992, p. 217-218), Peter Lombard nomeou sete sacramentos
adotados pela igreja católica a partir de 1439, no Concílio de Florença a saber:
ordenação, confirmação, matrimônio, extrema unção, penitencia, batismo e eucaristia
(comunhão, Ceia).
No entanto, a discussão em torno dos sacramentos se intensificou no período da
Reforma do século XVI, e a maior parte dos reformadores aceitou apenas dois
cerimoniais dos sete reconhecidos pela igreja católica por considerar que estes
realmente foram ordenanças deixadas por Cristo à igreja, a saber: o batismo e a Ceia
do Senhor.
Embora a igreja católica romana tenha aceito a ideia de que sete sacramentos devem
ser observados, contudo, as igrejas reformadas em sua maioria discordam deste ponto
de vista.
Existe uma unanimidade entre as igrejas cristãs reformadas a respeito das ordenanças
deixadas por Jesus para ser realizadas pela sua igreja e aceitas pelos reformadores.
Calvino apresenta a seguinte concepção a respeito das ordenanças denominadas por ele
como sacramentos:
84
salvação. Logo, não podem, eles mesmos, ordenar nem planejar
nenhum sacramento. Por isso a igreja cristã se satisfaz com estes
dois [Batismo e Santa Ceia]. E não somente não admite nem
aprova nem reconhece no presente, mas também não deseja
nem espera jamais um terceiro, até a consumação do século.
(CALVINO 2006, p. 141)
O Batismo e a Ceia do Senhor não são meramente rituais realizados com base na
tradição. A prática destes dois atos pela igreja, constitui-se o cumprimento de uma
ordem claramente expressa por Jesus, deixada à igreja.
19 Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
20 ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei
sempre com vocês, até o fim dos tempos". Mateus 28:19,20
24 e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado
em favor de vocês; façam isto em memória de mim".
25 Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: "Este cálice
é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em
memória de mim".
26 Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês
anunciam a morte do Senhor até que ele venha. 1 Coríntios 11:24-26
85
Necessitamos da prática destas ordenanças para evitarmos o enfraquecimento da
nossa fé. Estas ordenanças quando praticadas, remetem-nos às coisas espirituais as
quais representam, e que não vemos fisicamente; e lembram-nos que devemos crer
sem tê-las visto (Jo 20:29; 2Co. 5:7).
A ordenança do batismo é como uma aliança matrimonial, representada pelo anel
usado na mão esquerda, que embora não faça da pessoa que o usa, uma pessoa
casada; contudo, simboliza um casamento que já aconteceu indicando que a pessoa
que o usa pertence a outro. Assim também o batismo é proposto como símbolo de um
relacionamento firmado com o Senhor Jesus Cristo, um testemunho público da
salvação, não um meio ou condição para a salvação. É uma representação física da
mudança interior que já aconteceu na vida do crente.
De igual modo, a Ceia do Senhor não possui poder salvífico em si, todavia, todas as
vezes em que dela participamos, cumprimos esta ordenança anunciando por meio da
simbologia do corpo e do sangue de Cristo, a sua morte, até que este venha
novamente para levar-nos para junto de Si. É importante saber que, os primeiros pais
da igreja reconheciam o batismo e a ceia do Senhor como os principais ritos antes que,
Peter Lombard (1100-1164) no século XII, em seu Book of Sentences (Livro de
Sentenças), definisse como sete o número de sacramentos. No entanto, mais de mil
anos depois de Cristo, nenhum autor cristão reconhecido afirmara que eram sete as
ordenanças. Por tudo isto a igreja reformada reconhece apenas as duas ordenanças já
citadas. Para estas igrejas, o cristianismo bíblico não é ritualista nem sacramental pois;
o sacramento crê que uma graça divina especial é concedida aos pacientes de certos
rituais prescritos, contudo é consenso entre os teólogos cristãos reformados que o
batismo em águas e a ceia do Senhor devem ser compreendidas como ocasiões
memoriais. Não há poder salvífico na realização mecânica desses atos. O recebimento
da bênção depende do estado do coração (Eclesiologia e Missiologia – IBADEP, 2014 p.
46).
2
O BATISMO
Como já vimos, as ordenanças da igreja são ritos simbólicos que exteriorizam
situações vividas e compromissos assumidos; estabelecendo assim mais uma vez as
verdades sobre as quais está fundado o cristianismo.
86
Enquanto o batismo nas águas é o rito de ingresso na igreja cristã, simbolizando o
começo da vida espiritual, realizado apenas uma vez; a Ceia do Senhor é o rito de
comunhão que indica a continuidade da vida espiritual, por isto mesmo deve ser
celebrada periodicamente. O batismo sugere a fé em Cristo, e a ceia, a comunhão
com Ele. O método batismal adotado pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus é a
imersão, simbolizando a morte, o sepultamento e ressurreição com Cristo (Rm 6.1-
4).
Sendo o batismo em águas, o rito de ingresso da pessoa à igreja visível, terrena e
local; o mesmo substitui qualquer outro meio de profissão de fé pública, como os
usados por denominações que adotam o batismo infantil; ocasião em que a criança
não pode professar sua fé publicamente e portanto, precisa fazê-lo posteriormente
já em idade adulta por outros meios. O batismo é um testemunho público do
crente, e sua simbologia se dispõe da seguinte forma:
A imersão nas águas figura o sepultamento com Cristo do velho homem, a velha
criatura.
Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de
que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do
Pai, também nós vivamos uma vida nova. Romanos 6:4
O emergir das águas representa sua ressurreição com Cristo em novidade de vida.
Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o
seremos também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6:5
87
3
ASPECTOS DO OBREIRO NO BATISMO
O batismo é uma das ordenanças do Senhor à igreja, e o corpo de obreiro também
deve atuar em apoio ao ministério pastoral nesta situação. Os obreiros podem auxiliar
de diversas maneiras aos que vão passar pelo batismo.
Este auxílio prestado pelos obreiros nesta ocasião é de grande colaboração, pois, na
qualidade de crentes experientes em Cristo Jesus, poderão ajudar de muitas formas
aos que irão se batizar e também após haverem se batizado, a exemplo de Felipe que
atuou tanto na evangelização de outras pessoas, como na instrução para o batismo
ministrado ao importante funcionário da rainha de Candace.
Claramente observa-se então três situações em que o obreiro deverá atuar em sua
missão de ajudar aqueles que estão se alistando definitivamente nas fileiras do
exército do Reino de Deus por meio do batismo: Antes, durante e após o ato batismal.
No exercício desta ordenança, o obreiro possui um papel fundamental, visto que existe
toda uma logística por trás de um ato batismal, e é responsabilidade do corpo de
obreiro o preparo logístico para tal ato.
Duas situações devem ser consideradas: Os batismos em lugares fechados e batismos
em lugares abertos. Os batismos em lugares fechados são realizados em tanques
batismais próprios, existentes no interior de algumas igrejas, também conhecidos
como batistérios. Estes tanques tornam mais prático o ato do batismo, e embora retire
parte de sua beleza por retirar deste o caráter público, restringindo-o aos presentes na
cerimônia, para a diaconia, representa menor trabalho a ser desempenhado. A
segunda situação diz respeito ao batismo realizado em lugares abertos como: rios ou
lagoas ou mares. Estes necessitam de uma atuação mais dinâmica por parte da
diaconia por acontecer ao ar livre.
88
1. Escalar previamente aqueles que deverão assistir aos oficiantes
do batismo em suas necessidades;
2. Verificar se existem roupões suficientes para todos os que irão se
batizar;
3. Verificar antecipadamente o nível de água do batistério;
4. Preparar um local adequado para que os candidatos ao batismo
troquem de roupa antes e após haverem se batizado, escalando
mulheres para auxiliar as mulheres e homens para auxiliar aos
homens em lugares separados;
5. Segurar o microfone para o pastor, nunca permitindo que este o
faça em razão de estar em contato com a água e correr riscos
desnecessários.
As funções dos obreiros em batismos desta natureza não vão muito além das que
aqui foram citadas, contudo certamente o batismo ocorrerá no decorrer de um
culto, e portanto, outras atividades comumente exercidas pelos obreiros em dias
normais de culto precisarão acontecer naturalmente.
Para tanto se faz necessário uma escala de trabalho normal, advertindo aqueles
que estiverem escalados sobre qualquer procedimento anormal a ser desenvolvido
nesta ocasião.
Obs. Estas escalas de trabalho deverão ser fixada no quadro mural da igreja, em
lugar visível, por meio digital de maneira que todos tenham acesso e saibam
antecipadamente seus compromissos.
89
1. Escalar uma equipe composta por homens e mulheres que assistiram
aos batizados em suas necessidades.
2. Providenciar sanitários sépticos, guaritas fechadas ou veículos
apropriados ou ainda outro lugar onde as pessoas possam trocar suas
roupas com privacidade e segurança.
3. Verificar junto aos responsáveis pelos equipamentos sonoros da
igreja, a possibilidade de deslocá-los até o local do batismo, e/ou
comunicar a necessidade de locação de equipamentos adequados
para a ocasião. Deve se ter em conta que o batismo em um lugar
aberto, é um culto público, com características ainda mais especiais.
4. Verificar as necessidades de locação de veículos para deslocamento
daqueles que serão batizados.
5. Antes do batismo, explorar devidamente o local evitando assim
surpresas desagradáveis como animais, poluição, desníveis no solo
etc...
O auxílio de caráter espiritual que pode ser prestado pelos obreiros tanto antes,
quanto durante e após o batismo, já foram mencionados e independente de onde o
batismo aconteça, o diácono deverá estar pronto para auxiliar o candidato e/ou recém
batizado com a mesma presteza.
5
A CEIA
A Ceia do Senhor, também conhecida como comunhão, é assim como o batismo,
outra ordenança deixada pelo Senhor Jesus em um período já avançado de seu
ministério, mais precisamente na noite em que foi traído (Mt 26.26-30).
Historicamente, os obreiros são responsáveis pela distribuição equitativa dos
elementos da ceia entre aqueles que dela irão participar. Por isto mesmo é
importante conhecer com segurança seus fundamentos e a razão pela qual é
realizada regularmente.
A ceia é celebrada em memória de Jesus Cristo conforme sua ordenança:
E, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor
de vocês; façam isto em memória de mim". 1 Coríntios 11:24
90
A prática desta ordenança constitui um momento solene, de grande renovo espiritual
a todos os que dela participam. É um momento em que os pensamentos devem estar
voltados para Deus, e portanto, nenhuma anormalidade deverá prejudicar a
comunhão daqueles que estão participando, e precaver-se de todas as formas para
que incidentes não venham a acontecer é também função dos obreiros.
A celebração da ceia é, por excelência, um ato de fé. A fé da Igreja em Cristo Jesus,
é celebrada na Santa Ceia e realimentada, de modo particular, à mesa da comunhão.
O reavivamento da fé na vida do povo de Deus, torna ainda mais profunda a
participação da igreja na vida eclesial por meio de uma adesão convicta à missão que
Cristo confiou aos seus discípulos. Por isto mesmo, a Ceia é um ato primordial na
vida da igreja Cristã.
Os elementos da ceia (Pão e vinho), quando recebidos pela fé, conferem ao cristão
os benefícios espirituais da morte de Cristo, gerando uma verdadeira comunhão
com o Senhor como escreveu o apóstolo Paulo:
E que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado
como manto.
6
DOUTRINAS SOBRE A CEIA DO SENHOR
Durante anos diversas interpretações doutrinais foram atribuídas à ceia, sendo
admitidas por umas e outras denominações, dado o fato de que cada uma apresenta
um parecer diferenciado sobre os elementos da ceia embora todas tenham como
ponto comum a identificação dos elementos com o corpo de Cristo.
91
7
O OBREIRO NO CERIMONIAL DA CEIA
De posse das informações acerca deste lindo cerimonial repleto de simbolismos
que nos trazem a memória a salvação a nós concedida pelo sacrifício de Cristo; que
nos leva a comunhão com Jesus Cristo e com membros de sua igreja por meio da
participação coletiva no seu corpo e sangue, e ainda; memorial que lembra de suas
palavras nos garantindo mais uma vez seu retorno a fim de levar-nos ao seu reino
onde cearemos outra vez com Ele, deve do obreiro cercar-se agora dos cuidados
administrativos para a participação na realização deste ato tão importante na vida
da igreja.
Vejamos alguns cuidados que os obreiros deverá tomar antes de servir a ceia:
92
estejam perfumadas, visto que o perfume poderá passar para os
elementos da Ceia, e/ou vasilhas utilizadas;
93
Logo entendemos que a participação do obreiro ocorre antes, durante e após o cerimonial
da Ceia. Sendo assim, é responsabilidade do obreiro:
94
uma regularidade na hora de enchê-los. É importante também o
cuidado para com a quantidade de cálices cheios, para que não
venha a faltar ou sobejar em excesso;
13. Uma vez constatado que a mesa está preparada, com uma toalha
reservada para este fim, cubra a mesa que apenas será
descoberta outra vez no momento da celebração e distribuição
da Ceia.
95
8
SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE DA CEIA
96
protestantes que consideram o fato de que Jesus celebrou a ceia
exclusivamente para os doze e não para a multidão.
2. CEIA LIVRE
A Ceia livre embora tenha este nome, não é totalmente livre, uma vez que
se restringe àqueles que reconhecidamente são membros de qualquer
denominação evangélica reformada. As igrejas que adotam este critério e
o defendem, alegam que todos os evangélicos foram transformados pelo
poder do Senhor Jesus e, com isso, não deve haver restrição a qualquer
crente. Apenas não participaria da ceia aqueles que ainda não estão
salvos.
3. CEIA RESTRITA
Por este critério, a ceia deverá ser servida apenas para crentes que sejam
membros da mesma fé e ordem doutrinária, ou seja, para aqueles que
além de professar a mesma fé em Cristo, faça parte da mesma
denominação que está celebrando a ceia, ainda que o participante seja
visitante, membro de outra igreja co-irmã por residir em outra cidade,
estado ou país. É portanto uma ceia restrita aos membros da
denominação, independente de seu local de residência.
4. ULTRA RESTRITA
Conhecida como Ceia Fechada (closed), é exclusiva para membros da
igreja local onde estiver acontecendo o cerimonial, e que não esteja sob
disciplina. Mesmo que participante seja membro da mesma denominação e
portanto, professe a mesma fé e siga a mesma ordem doutrinária, contudo,
se for de outra localidade (campo eclesiástico), não poderá participar da
ceia, visto que há a possibilidade de o mesmo não estar em comunhão com
sua igreja e portanto sem condições para tal. As igrejas que adotam este
critério realizam a ceia em cultos com horário especial, e a este culto
somente os membros da igreja local (e em plena comunhão com ela) têm
acesso. A adoção deste critério traz situações difíceis quando o culto é
realizado em um dia de culto normal como domingo à noite. Nestas
situações, o pastor gentilmente pede às demais pessoas, porventura
97
presentes, que se retirarem. Embora esta constitua-se uma situação
embaraçosa para os diáconos, contudo, deve o diácono seguir a orientação
do pastor com relação ao critério adotado.
9
CUIDADOS POSTERIORES
1. Após a celebração, cabe ao obreiro, à responsabilidade de retirar a
mesa, recolhendo e entregando as toalhas de mesa ao encarregado
(a) das mesmas. Em algumas igrejas incumbe-lhe ainda, providenciar
a limpeza dos cálices e material usado na Santa Ceia.
2. Também é sua obrigação separar a ceia para levar aos enfermos que
não puderam estar no templo. Em geral, é solicitado pelos familiares
que a ceia seja servida para estes irmãos em suas casas e/ou
hospitais, e deve haver diáconos escalados para tal.
98
regra para a igreja. Contudo alguns aspectos devem ser levados em conta para
evitar o surgimento de erros doutrinários já estudados, ao atribuir aos elementos
algum poder místico, ou valor que exceda ao simbolismo que representam
exclusivamente durante a celebração.
A já citada Confissão de Fé de Westminster em seu capítulo XXIX“Da Ceia do Senhor” traz
a seguinte declaração em seu parágrafo V:
Diante desta manifestação aceita pela maioria das igrejas, vejamos algumas situações:
99
que tal procedimento pode alimentar doutrinas errôneas originas no
catolicismo romano, gerando dúvidas dando lugar ao misticismo.
3. Por outro lado, dar um destino que não seja visto como
desrespeitoso aos elementos que sobrarem, não se constitui um
100
problema, visto que, terminado o cerimonial, deve-se considerar
que os mesmos não passaram por nenhuma mudança física, logo
terminada a ceia, perdem até mesmo a significação que haviam
adquirido, limitando-se ao que eram antes, o simples pão e vinho,
sem significado e eficácia espiritual como meio de graça.
O fim a ser dado aos elementos usados na ceia, deverá ser o mais discreto possível,
evitando atitudes irreverentes, bem como o desleixo e relaxamento com tais
sobras. A escolha do fim a ser dado aos elementos que sobejarem da ceia, fica a
critério daqueles que se acharem encarregados de seu preparo, contudo, deve-se
considerar o protocolo previamente instituído pela liderança da igreja para este
fim. Não havendo um protocolo instituído, ou orientação a ser seguida, considere o
responsável, as colocações que aqui foram feitas e resolva a situação da melhor
maneira possível no temor do Senhor, com vista a não escandalizar qualquer irmão
que tomar conhecimento do fato.
101
MÓDULO 6
ÉTICA DO OBREIRO
1
A ÉTICA CRISTÃ
O termo “Ética” deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é
um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na
sociedade. Sua função é manter um equilíbrio visando o bom funcionamento social,
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não deva
ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça.
A conduta ética é construída por uma sociedade ou grupo, com base nos valores
históricos e culturais deste. Do ponto de vista filosófico, a ética é uma ciência que
estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos, sendo a ciência
normativa que serve de base à filosofia prática.
Os códigos de ética existem porque as normas podem sofrer variações de uma cultura
para outra, dependendo da fonte de autoridade que lhes serve de fundamento.
Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente muda também a lei. Hebreus
7:12
Em se tratando de ética cristã, esta possui elementos peculiares que lhe distingue de
outros sistemas éticos, isto porque a ética cristã tem como fundamento a conduta
exemplar de Cristo, bem como os princípios ditados por Deus no Antigo Testamento.
Sabiamente o teólogo Emil Brunner declarou que: “A ética cristã é a ciência da conduta
humana que se determina pela conduta divina” (BRUNNER, 1947).
Embora vivamos o tempo da graça e Jesus tenha apresentado valores éticos muito
além dos que até então eram conhecidos, os fundamentos da ética cristã encontram-
se também nas escrituras do Antigo Testamento, uma vez que a bíblia contém regras
que devem ser entendidas como uma revelação especial de Deus aos seres humanos.
No exercício do ministério, conhecer as particularidades de um comportamento
eticamente aceitável é de grande importância, pois em todo momento precisamos
tomar importantes decisões que afetam a nós mesmos e aos outros.
102
Entende-se por ética cristã o conjunto de regras morais, que tem por finalidade
estudar de maneira sistemática os deveres e costumes da moral humana, e sua
relação para com Deus e a sociedade.
Os fundamentos da ética cristã encontrados nos exemplos deixados e princípios
ensinados pelo Senhor Jesus Cristo, podem e devem ser diariamente aplicados,
com a ajuda do Espírito Santo, na vivencia do cristão.
Sabiamente Calvino afirma que: “em vão será o esforço para demonstrar aos
homens o cuidado que devem observar na direção de seu caminho, se antes não
lhes é ensinado a conhecer o manancial de toda justiça que está em Deus”
(CALVINO, 1977).
A ética cristã serve para ajudar as pessoas a visualizarem seus valores bem como
seus deveres segundo a perspectiva divina, permitindo ao ser humano mensurar a
distância que este se encontra dos alvos propostos por Deus para a sua vida,
norteando-o e ajudando-o a progredir em direção esse ideal.
É consenso que pode se definir em apenas um texto a síntese de todo o dever
social e moral do ser humano por meio das sábias palavras de Jesus:
37 Jesus respondeu: — "Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a
sua alma e de todo o seu entendimento."
103
a lealdade, o decoro, o zelo, a responsabilidade, a justiça, a isenção, a solidariedade e a
equidade, entre outros valores reconhecidos pelo grupo.
Logo, em se tratando de ministérios eclesiásticos não poderia ser diferente. Cada
ministério possui sua própria ética que orienta o comportamento de seus integrantes,
de maneira a evitar atuações em desacordo com o que lhes é devido.
Contudo, a resposta ao anseio por uma atuação digna daqueles que estão investidos
no ministério, embora seja orientada por valores éticos, não se esgota na aprovação de
regras mais rigorosas, até porque a igreja já dispõe de regimento interno que descreve
abundantemente sobre a conduta de seus membros e ministros.
Com base em todos os conceitos acerca da ética, temos então que: a ética de um
ministério é, essencialmente, reflexo da conduta de seus membros, que devem seguir
um conjunto de princípios e normas, consubstanciando um padrão de comportamento
irrepreensível. Assim, espera-se que cada pessoa investida do ministério, oriente suas
ações no sentido das direções básicas prescritas pelas regras da conduta ética,
refletindo-as nas suas atitudes e comportamentos, para que a sociedade e os
diferentes públicos com os quais interage possam aferir e assimilar a integridade e a
lisura com que desempenha suas funções ministeriais.
Para balizar a conduta ética do corpo diaconal, além das qualificações que cada
diácono precisa apresentar para se achar digno de seu ministério, o mesmo deve
observar uma conduta de acordo com regras pré-estabelecidas, ao que chamamos de
ética diaconal. Cada igreja pode produzir seu próprio código de ética para nortear o
corpo diaconal, de acordo com a bíblia sagrada, os costumes da igreja e seu estatuto e
regimento interno.
104
2
PRINCÍPIOS BASILARES DA ÉTICA DIACONAL
A ética do obreiro consiste em um conjunto de normas que visam reger a conduta
que o diácono deve observar no desempenho de seu ministério.
A origem da ética do obreiro se encontra na Bíblia e nos regulamentos da igreja na
qual o obreiro exerce seu ministério, e em última instância tem origem também na
consciência do próprio obreiro.
Todavia, um regramento geral prescrito deve nortear o comportamento do corpo
diaconal em todo o seu proceder, bem como no exercício de seu ministério, para o
qual é importante que haja também além do código de ética, protocolos escritos
sobre cada procedimento de sua função, visto que a ética do obreiro é comum à
toda as igrejas, contudo os procedimentos variam de igreja para igreja até mesmo
dentro de uma mesma denominação.
Os procedimentos éticos e comportamentais do diácono como já foi dito, são
comuns em todas as igrejas, sendo mais especificamente ampliados em umas ou
mais sintetizado em outras. A regularidade destes comportamentos éticos, advém
do fato de que a ética do obreiro é uma vertente da ética cristã e portanto também
tem embasamento bíblico, principalmente o encontrado nos textos de 1 Timóteo 3;
1 Timóteo 5.17-25; Tito 1.5-9.
A observação destes textos leva a produção de regramentos específicos que,
analisados em conjunto com o regimento interno da igreja e os protocolos
existentes, norteia o proceder do obreiro em todos os seus aspectos, e
principalmente no exercício de seu ministério. Apresentamos a seguir algumas
diretivas de conduta como exemplo a ser seguido pelos obreiros, visando a
adequada manutenção do caráter diaconal afim de que este venha a alcançar a
excelência ministerial no exercício de suas funções.
105
3
CONDUTA PESSOAL DO OBREIRO
1. Ordenar com justiça a sua própria casa, dedicando-se aos cuidados
da família, todo o tempo possível demonstrando-lhe a merecida
consideração;
106
8. Por sua vez, deve o obreiro ser exemplo em tudo, sobre tudo em
suas conversas e atitudes diante da sociedade e da igreja;
107
indissociáveis, e faltas éticas na área do ensino refletirão
necessariamente no respeito ao seu mistério diaconal.
4
ÉTICA DO OBREIRO PARA COM A IGREJA
(INSTITUIÇÃO JURÍDICA)
A conduta ética do obreiro em sua relação para com a igreja como pessoa jurídica,
onde exerce seu ministério, deve ser pautada no compromisso para com a instituição e
para com a excelência no desenvolvimento de suas funções com vista a fortalecer a
legitimidade do ministério no qual atua.
Ao obreiro impõe-se primar pelo respeito ao estatuto e regimento interno da igreja,
buscando o fortalecimento de seus departamentos com vistas à plena realização dos
valores cristãos.
O ministério diaconal deve ser exercido de modo a garantir e fomentar condições para
que a igreja desenvolva seu papel na pregação das boas novas, na promoção da
solidariedade e justiça centrada nos princípios do Reino de Deus.
Com base nestes objetivos, conclui-se faz parte da ética do obreiro para com a
instituição eclesiástica onde o diácono presta seus serviços:
1. O obreiro não deve assumir nenhuma espécie de compromisso
financeiro em nome da igreja sem a devida autorização para tal;
108
2. Jamais fazer uso do dinheiro da igreja para fins pessoais, ainda que
intente efetuar a reposição do valor retirado em curto período de
tempo;
3. Não deve o obreiro usar para fins privados, sem autorização prévia,
os bens ou os meios disponibilizados pela igreja para o exercício de
suas funções;
5
CONDUTA DO OBREIRO EM RELAÇÃO
AO ESTATUTO CONGREGACIONAL
A ética do obreiro inclui seus relacionamentos além da igreja local a que pertença.
A conduta ética do obreiro deve ser preservada também no que diz respeito à
denominação da qual faz parte, em qualquer lugar em que este se encontrar.
1. O obreiro deve portar-se com um porta-voz fiel das doutrinas
bíblicas da denominação a que pertença;
109
erradicação do pecado e santificação do homem mediante a
pregação do evangelho e à ministração do ensino bíblico;
4. Colaborar da melhor maneira possível em prol da obra
desenvolvida pela sua denominação em qualquer lugar que se
encontrar;
6
A HIERARQUIA ECLESIÁSTICA
O ministério de obreiro subordina-se ao pastor ao qual estiver diretamente ligado
em caso de assistir em uma congregação; e indiretamente ao ministério do pastor
presidente do campo, ou a quem este designar. Caso o diácono atue na sede
administrativa do campo, este está sob supervisão direta do pastor presidente do
campo, ou da pessoa a quem este designar para este fim.
110
Em sua relação para com o pastor, requer-se também um comportamento ético da
parte do diácono.
Dado por Deus como guia espiritual da igreja, o pastor é a pessoa que, mediante a
direção do Espírito Santo, foi acolhido pelos irmãos e colocado a frente da igreja de
Cristo a fim de pastoreá-la conduzindo-a segundo orientação recebida de Deus.
Por tudo isto é salutar para a igreja que o obreiro entenda a importância do
ministério pastoral. O ministério pastoral é indispensável para o bom andamento
da igreja, pois é ele o responsável direto pelo doutrinamento dos crentes bem
como pela pregação do evangelho aos que ainda não conhecem a Cristo como
Salvador. Dentro do sistema pentecostal, é ele também a pessoa a quem por meio
de procuração, foi outorgado o dever de responder juridicamente pela igreja ao
assumi-la na condição de seu presidente.
³ Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do
Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço. Atos 6:2,3
7
A DIVERSIDADE MINISTERIAL
Como já foi estudado, entre as tarefas dos obreiros está a assistência ao pastor para que
este possa se dedicar com maior exclusividade a oração e ao estudo e ensino da palavra. É
portanto de bom alvitre que, em nome da ética do obreiro,não seja levado ao pastor
111
presidente, pequenos detalhes facilmente solucionáveis, preocupando-o com coisas para
as quais o corpo diaconal foi designado para resolver.
Para melhor desempenho de sua tarefa, o pastor precisa contar com a colaboração do
corpo de obreiro, a fim de solucionar os problemas ligados a manutenção do templo, a
alguns trâmites litúrgicos do culto como a anotação dos nomes daqueles que visitam a
igreja para que posteriormente seja possível sua apresentação entre outros diversos
detalhes. Todas estas tarefas simples estão a encargo dos obreiros, bem como as mais
complexas que dizem respeito aos trabalhos sociais a serem desenvolvidos fora dos
dias de culto, sendo esta a missão primordial do obreiro, apresentando um vasto
campo para sua atuação. Estas atribuições, quando desenvolvidas pelo corpo diaconal,
permitem ao pastor, trabalhar com maior facilidade o seu ministério proporcionando o
bom andamento do culto e da igreja.
Pode-se obter uma noção mais específica sobre a diversidade ministerial, bem como o
cuidado que cada um deve ter no desempenho de sua função, ao compreendermos
que; não se pode conceber o ministério diaconal e o ministério da palavra como dois
órgãos paralelos, ou conflitantes. Ambos os ministérios têm ações complementares e
objetivos únicos que é o crescimento do Reino de Deus. É interessante observar que
mesmo entre os apóstolos, nenhum reivindicava para si a obra de Deus, antes
reconheciam a importância complementar do ministério de cada um, com vista ao
crescimento e expansão da obra:
5 Quem é Apolo? E quem é Paulo? São servos por meio de quem vocês creram, e isto
conforme o Senhor concedeu a cada um.
8
A VISÃO DO REINO
Podemos concluir então que a primeira característica a ser observada pelo obreiro
que busca um comportamento ético adequado trata-se do trabalho com uma visão
de Reino. Aquele que busca a própria grandeza, não é digno do ministério a que foi
112
chamado. A obra é de Cristo e importa que ele cresça e nós diminuamos (Jo 3:30). É
próprio da ética que não haja disputas ministeriais, tampouco superposição em
ministérios hierarquicamente superiores em relação a subordinados. O bom
desenvolvimento da obra que foi confiada à igreja requer que todos os ministérios
que lhe foi dado estejam relacionando-se de modo perfeito, como aconteceu na
igreja apostólica.
Em se tratando da relação entre obreiro e pastor, quando ambos caminham juntos é
notório o crescimento da obra do Senhor:
3 Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do
Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço.
6 Apresentaram estes homens aos apóstolos, que, orando, lhes impuseram as mãos.
9 Então alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos
alexandrinos e dos da Cilícia e da província da Ásia se levantaram e discutiam
com Estêvão.
10 Mas eles não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.
113
11 Então subornaram alguns homens para que dissessem: — Ouvimos este homem
proferir blasfêmias contra Moisés e contra Deus.
13 Apresentaram testemunhas falsas, que disseram: — Este homem não para de falar
contra o lugar santo e contra a lei.
14 Nós o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará
os costumes que Moisés nos deu.
O ministério de obreiro foi criado pelos apóstolos para ajudar a igreja no que diz
respeito a obra a eles proposta. Quando isto acontece de maneira sadia e
completa, o pastor fica livre para dedicar-se exclusivamente ao ministério da
palavra.
Um pastor que conte em seu ministério com um corpo de obreiro competente,
sabe que os problemas atinentes à parte social e outros que por acaso surjam serão
confiados ao corpo de obreiro, e entregue à obreiros dedicados, escolhidos por
Deus para esta missão.
Portanto segue-se o entendimento de que o obreiro e o pastor devem em todo o
tempo trabalhar unidos visando o crescimento do Reino de Deus. Deste bom
relacionamento advirão muitas bênção e o Reino do Senhor Jesus Cristo será
engrandecido. Em suma, a ética entre o obreiro e o pastor resume-se em um
relacionamento de trabalho sério e respeitoso, consciente de que cada um destes
ministérios não traz em si superioridade em relação ao outro, antes cada um possui
sua função específica dentro do propósito para o qual Deus os alistou afim de
serem agentes do seu Reino.
114
9
DICAS PRÁTICAS
Considerando tudo o que até então foi visto, passamos a exemplificar alguns
comportamentos que, quando colocados em prática, serão de bom tom e promoverão
a ordem e decência. “Um mau tom” no templo pode tornar-se um obstáculo para uma
pessoa pouco religiosa no seu caminho à Deus. A conquista de uma boa imagem
pessoal e ministerial não se dá sem cultivarmos seus mais valiosos atributos: as boas
práticas.
1. Pelo fato do ministério de obreiro estar ligado diretamente ao
ministério pastoral, é natural que o obreiro, na prática de seu ofício,
presencie casos graves, ou escute assuntos que muitas vezes exigem
alta discrição. Nestas situações, requer-se do diácono extrema
sabedoria e prudência.
115
6. É importante que o obreiro conheça bem aos seus líderes, mantendo
sempre contato com os mesmos, conhecendo seus planos de
atualização de trabalho.
A proximidade para com a liderança renderá ao obreiro maior
conhecimento e consequentemente maior segurança e desejo estar
em comunhão, orando, apoiando e mantendo-se sempre à
disposição.
7. Evite interpelar o pastor presidente em uma reunião de obreiros
ou assembléia geral. Se for preciso, é importante aproximar-se do
secretário ou chefe da chancelaria, se apresentando e
informando a razão do pedido da audiência;
116
11. Em um culto, uma intervenção depois de iniciada a exposição da
mensagem somente deverá ser feita em casos extremos.
10
DIRETRIZES ÉTICO/COMPORTAMENTAIS
Dentro das diretrizes ético/comportamentais que em geral regem as relações entre
integrantes do ministério de obreiro, podemos exemplificar as seguintes:
1. Qualquer membro do corpo de obreiro deve sempre procurar
enfatizar o trabalho em grupo, na busca dos objetivos da igreja;
117
5. Em hipótese alguma o obreiro poderá prejudicar manipular ou
depreciar, deliberadamente, a reputação e dignidade pessoal ou
ministerial de seus colegas de ministério;
11
A ÉTICA DO OBREIRO PARA A IGREJA (MEMBROS)
É de fundamental importância que os obreiros mantenham uma boa comunhão
para com todos, e em especial para com os membros da igreja na qual atua, pois
uma das funções que as vezes lhe incumbe desempenhar é de acompanhar seus
superiores em casos de conciliação. Como pois poderá o diácono atuar como
conciliador se não estiver em comunhão com todos?
A comunhão com todos coloca o obreiro em condição imparcial diante de qualquer
situação que o mesmo seja incumbido de resolver e portanto é indispensável ao
exercício de seu ministério.
Deve o obreiro gozar de aceitabilidade por parte da membresia da igreja, a fim de
que em nenhuma situação encontre impedimento para exercer sua função,
cumprindo assim as suas tarefas sempre com êxito.
118
Sendo contado como parte do ministério que visa o aperfeiçoamento dos santos no
corpo de Cristo conforme Efésios 4:12, deve o corpo diaconal zelar, ao lado do
pastor, pela manutenção de uma perfeita harmonia entre os membros, a fim de
que todos cresçam em perfeita unidade.
A posição de destaque que o obreiro ocupa na igreja faz dele uma pessoa muito
visada. Ele é visto como um exemplo ser seguido, tanto na área doutrinária como
em sua atuação na qualidade de servo do Senhor, ao dar testemunho de vida de
um servo digno e fiel. Ocupando ele um espaço entre aqueles que são designados
como líderes da igreja, todos os membros procuram enxergar nele um obreiro
exemplar, vendo-o como um irmão mais experiente que sempre se dispõe em
ajudar aos que necessitam.
O relacionamento entre o obreiro e os membros da igreja onde atua, muito mais
do que ser um mero ideal, precisa ser uma realidade autêntica para a qual o
mesmo empreenda o máximo de esforço visando a sua concretização.
O comportamento dos obreiros da casa do Senhor, tanto para com os que são
membros quanto para com os que são visitantes deve ser o mesmo, sendo este
pautado no amor ao próximo conforme orientação encontrada em Romanos
Não fiquem devendo nada a ninguém, exceto o amor de uns para com os outros. Pois
quem ama o próximo cumpre a lei. Romanos 13:8
119
3. Visando demonstrar a mesma atenção a todos, deve o obreiro evitar
formar grupinhos que resultem em divisão dentro da igreja. O caráter
de seu ministério requer que este seja afeito a todos, não
demonstrando afinidades ou preferências;
120
caso ao conselho sem que antes proceda conforme a orientação
bíblica encontrada em Mt 18:15-20.
121
MÓDULO 7
ATUAÇÃO DO OBREIRO EM CULTO E EVENTOS
1
O OBREIRO EM CULTOS E EVENTOS
A principal celebração da igreja é o culto. Cultuar a Deus é uma das razões existenciais
da igreja. Dos cultos realizados pelos pequenos grupos de estudos iniciados nas casas
daqueles que aceitavam a fé formando as primeiras igrejas, vieram as grandes igrejas
que hoje conhecemos. Estas igrejas, e já em seu início de crescimento, apresentaram
características que demandaram deliberações para a criação de uma ordem ministerial
até então inexistente oficialmente, para que tratasse exclusivamente das questões
sociais.
Logo percebeu-se que; caso os apóstolos continuassem a suprir as necessidades dos
órfãos e das viúvas, haveriam de comprometer de forma irremediável as principais
funções de seu ministério (At 6.2-4). Assim sendo, foram escolhidas 7 homens que
passaram a assistir estas necessidades, liberando os apóstolos de tais obrigações. A
igreja avançou, a obra cresceu ainda mais, alcançou as mais diversas nações, e
surgiram novas dificuldades no desenvolvimento do culto.
Hoje, as necessidades da igreja são outras, diferentes daquelas que se apresentavam na
igreja primitiva. Sendo assim, em meio a facilidade que temos em nos aperfeiçoar
atualmente, é de suma importância fazê-lo para melhor servir a Deus e a Seu Reino em
cumprimento a Efésios
Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo, Efésios 4:12
A partir deste pensamento, uma pergunta pode surgir: Até quando será desenvolvido o
nosso trabalho diaconal? No mesmo texto de Efésios encontramos a resposta:
122
O corpo de obreiro da igreja atua desde o início do culto até após o seu término. São os
diáconos que atuam nos bastidores do templo enquanto as pessoas ouvem, aprendem,
prestam seu culto a Deus.
Temos aí a primeira peculiaridade do culto prestado pelo ministério diaconal: o
diácono prestar seu culto por meio de seu serviço no templo.
É importante que o obreiro tenha consciência de que, enquanto trabalha na
manutenção da ordem, presta seu culto a Deus por meio de suas ações, devoção e
esmero com que desenvolve suas atividades. Assim sendo, é preciso reverência e
temor enquanto trabalha, trabalhando sempre em um espírito de adoração, com
alegria e júbilo em seu coração por saber que Deus o assiste em seu culto prestado.
É importante também que o obreiro tenha a consciência de que possui a função de
servir a igreja em todos os sentidos, sendo por isto necessário que seja o primeiro a
chegar na igreja, com pelo menos trinta minutos de antecedência. Neste período, o
obreiro deve preparar o templo para receber os membros e visitantes. Este preparo
inclui, se necessário, passar um pano para tirar a poeira dos bancos e cadeiras do
púlpito, verificar bebedor de água, copo descartável, cesto de lixo dos copos
descartáveis etc.
Inúmeras são as atividades que podem e devem ser desenvolvidas ou coordenadas
pelos obreiros, para o bom andamento do culto. Em eventos ou cultos, sejam estes
de grande ou pequeno porte, pelo menos duas equipes devem ser montadas
visando atender todas as necessidades: Deve se dividir a equipe de trabalho em
equipe externa e equipe interna.
1. EQUIPE EXTERNA
A equipe externa, em situações normais ou eventos menores irá atuar no
estacionamento, na segurança, na manutenção higiênica e nos imprevistos em
redes elétricas e hidráulicas. Em dias de culto normal, não é necessário um grande
número de pessoas em cada uma das equipes, visto que, os mesmos que atuarem
no estacionamento poderão também exercer a segurança do evento, e talvez até
providenciar o necessário para os imprevistos elétricos e hidráulicos. Contudo, para
estes últimos, é importante que seja alguém qualificado.
123
2. EQUIPE INTERNA
A equipe interna, em situações normais, atuará junto a programação do culto
auxiliando na coleta de dados, ministração de ofertas, encaminhamento de visitantes
até o púlpito, cuidados com as crianças etc. Deverá também ser o contato com o meio
externo, repassando informações advindas do estacionamento ou outra qualquer que
deva ser anunciada durante o culto. É interessante que esta equipe seja composta por
homens e mulheres, cada um desempenhando a função que lhe for mais adequada.
Em geral, o corpo de obreiro pode contar com o círculo de oração que lhes presta
grande auxílio na organização do templo e serviços durante o culto, como cuidados
com as crianças.
2
FUNÇÕES LITÚRGICA DO OBREIRO
O obreiro guarda uma profunda e direta relação entre suas atividades e o culto
cristão. Karl Barth em certa ocasião mencionou que o culto cristão é o ato mais
importante, relevante e mais glorioso na vida do homem. Vemos a prática diaconal
das primeiras comunidades cristãs, visivelmente integrada em seu culto a Deus, e
estas mesmas práticas perduram até os dias de hoje. Ainda hoje, o culto por
simples e singelo não prescinde de liturgia em suas celebrações, e algumas destas
tem partes especificamente diaconais. Estas funções a quais denominaremos
“Liturgico/Diaconais” são funções que possuem significações e resultados
profundos na vida da igreja.
O mal desempenho destas funções pode comprometer o culto prestado,
ocasionando deformações no comportamento igreja. Cultos em que a dimensão do
obreirato é ignorada podem ocasionar sensações desigualdade, opressão,
individualismo, e os estigmas sociais impostos sobre pessoas resultarão facilmente
em situações como as que foram encontradas pelos apóstolos na ocasião em que
houve murmurações dos gregos contra os hebreus por acreditarem que suas viúvas
estavam sendo desprezadas no ministério cotidiano (At 6:1). Quando o culto
contempla as peculiaridades litúrgico/diaconais de maneira integral, a igreja
124
promove avanços concretos em direção ao tratamento fraterno dispensado ao
próximo, quer seja ele batizado ou não.
Certas particularidades e costumes e até ordenanças a serem realizados durante
um culto cristão, por vezes podem colocar visitantes não membros e/ou não
batizados em situação constrangedora. Nestes casos, um adequado desempenho
da função diaconal poderá fazer toda a diferença. Estas funções litúrgico/diaconais
vão muito além da manutenção da ordem no templo, compreendendo aspectos
cultuais desenvolvidos desde os primeiros passos da igreja. A seguir veremos como
se dará a atuação diaconal no desempenho destas funções.
3
MINISTRAÇÃO DOS DÍZIMOS E OFERTAS
Uma importante função litúrgico/diaconal é a ministração dos dízimos e das ofertas. A
entrega voluntária dos dízimos e ofertas faz parte da liturgia do culto.
Sendo pois esta uma ordem de Deus ao homem, e havendo pessoas que com o coração
alegre ofertam ao Senhor, os responsáveis por receber estas ofertas, devem fazê-lo com
reverencia e temor, sempre procurando facilitar para que estes irmãos tenham
condições de, também neste ato do culto, adorarem a Deus conforme desejam. Em
certas igrejas existe um gazofilácio, ou seja, um recipiente onde são depositadas as
ofertas. Em outras, obreiros passam recolhendo as ofertas das mãos daqueles que
desejarem ofertar. Para isto, obreiros previamente designados deverão atuar neste
momento específico do culto.
125
Os obreiros que irão atuar no momento da oferta também precisam estar listados
entre os escalados para a equipe interna, sabendo antecipadamente que serão os
responsáveis por este momento específico do culto. A ministração das ofertas é uma
das funções mais delicadas do corpo diaconal. Ofertar é orientação bíblica, contudo
fazê- lo é voluntário e jamais poderá haver constrangimento dos visitantes a que o
façam. Os obreiros que se ocuparão da ministração dos dízimos e ofertas precisam
saber primeiramente que: a contribuição deve ser uma extensão do compromisso que
se tem com o louvor a Deus e com a propagação do Reino de Deus. O obreiro é
responsável por auxiliar aos ofertantes neste particular, visto que o ato de ofertar é
uma extensão do culto racional, culto este que compreende a entrega da vida no altar
de Deus como resposta humana as misericórdias divinas (Rm 12.1-3).
4
A POSTURA DO OBREIRO NA MINISTRAÇÃO DAS OFERTAS
No momento da ministração das ofertas, é importante que o obreiro tenha a
consciência de que desempenha uma nobre função. Sendo este o momento em
que ele receberá os valores consagrados ao Senhor, é importante que mantenha
uma postura reverente e santa.
Brincadeiras inconvenientes no momento em que estiver recebendo as ofertas é
totalmente anti-ético, é um comportamento completamente inadequado para com
este sagrado momento do culto. O espírito com que devem ser recebidos os
dízimos e as ofertas é um espírito de oração e agradecimento a Deus pelo privilégio
de participar de tão nobre momento. O recebimento de ofertas deve ser visto
como um ato de adoração.
No momento em que lhe for entregue as ofertas, os diáconos deverão abençoar
aos ofertantes pois possuem autoridade de Deus para tal, dado o fato de haverem
sido separados para este fim, provados e achados dignos da função que exercem. É
portanto de bom alvitre que digam aos ofertantes: “Que Deus o abençoe!” “Que
Deus multiplique seus bens!”
126
Além dos cuidados espirituais, alguns cuidados administrativos no momento da
oferta também precisam ser tomados, a saber:
1. Em geral é feita uma oração por aqueles que irão ofertar, e
também por aqueles que gostariam mas não se encontram em
condições no momento.
127
4. Após a contagem dos obreiros a equipe da tesouraria ou tesoureiro
deve conferir os valores na presença deles.
5
ASSEMBLÉIAS E REUNIÕES SOLENES
Uma Assembléia é um tempo em que todo o serviço cotidiano normal é colocado de
lado, é uma ocasião em que os obreiros precisam se organizar previamente para
atender a situação.
Sendo toda a igreja convocada para se fazer presente na reunião, ou não, é preciso
considerar que o serviço de segurança, estacionamento, recepção do templo e outros
serviços rotineiros precisarão funcionar bem. Logo, mesmo nestas ocasiões, é preciso
que sejam escalados aqueles que atenderão estes serviços visto que os demais
também participarão da assembléia. É importante que os escalados para trabalhar
nestes eventos não sejam sempre os mesmos, caso contrário, alguns nunca estarão
presentes em reuniões importantes da igreja por se encontrarem desempenhando
128
atividades externas sempre que estes eventos acontecerem. Dentro do local da
reunião também são necessários atendimentos diaconais. Os cuidados dentro do lugar
onde acontecem as reuniões consistem em:
1. Providenciar o necessário para que a reunião aconteça sem
transtornos,
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para que estas também sejam atendidas em suas necessidades. O atendimento da
recepção no local onde acontece a reunião das senhoras deve ser cuidadoso, pois caso
algum meliante pense em adentrar o local por ser um lugar onde se encontre apenas
mulheres, havendo uma figura masculina na entrada, poderá fazer com que este venha
a desistir de seu intento.
A atuação dos obreiros em dias de assembléia geral da igreja, ou reunião restrita ao
corpo de obreiros, é de suma importância e os cuidados específicos a serem
tomados nestas ocasiões somam-se a alguns dos cuidados usuais dos cultos
normais e/ou grandes eventos. Portanto, é importante que o corpo de obreiro
esteja atento a todos os tipos de evento e reuniões previstos para serem realizados
pela igreja, e se antecipe procurando o pastor presidente e/ou responsável pelo
corpo diaconal, se colocando à disposição para o trabalho.
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BIBLIOGRAFIA
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