Você está na página 1de 7

 

A metalinguagem machadiana em Dom Casmurro:

A metalinguagem é um recurso do como fazer algo. De maneira mais simples, quando um


escritor falar de seu próprio texto, um poema falando de como fazer um poema, por exemplo.
Ou seja, pela voz do narrador, quando este, tem consciência de que o fato que narra é um livro.
O livro, por sua vez, tem um publico leitor.
Na obra Dom Casmurro, Machado consegue utilizar no narrador, que é Bento Santiago, a
metalinguagem, ora se direcionando ao leitor com o intuito de quebrar o espírito de emoção,
tentando distanciar o leitor do fato narrado. No primeiro capítulo o narrador conversa com o
leitor indicando de onde surgiu seu apelido e, consequentemente, o título da obra.

Não consultes os dicionários […] também não achei melhor título para minha
narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo […] Há
livros que apenas terão isso dos seus autores […]. Agora que expliquei o título,
passo a escrever o livro.
“A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te
com um piparote, e adeus.”

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte.”

“Se não conto os mimos, os beijos, as admirações, as bênçãos, é porque, se os contasse, não
acabaria mais o capítulo, e é preciso acabá-lo.

“este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo.”

“Teria de escrever um diário de viagem e não umas memórias, como estas são, nas quais só entra a
substância da vida.”

“Vim... Mas não; não alonguemos este capítulo. Às vezes, esqueço-me a escrever, e a pena vai
comendo papel, com grave prejuízo meu, que sou autor. Capítulos compridos quadram melhor a
leitores pesadões; e nós não somos um público in-folio, mas in-12, pouco texto, larga margem, tipo
elegante, corte dourado e vinhetas... Não, não alonguemos o capítulo.”
Intertextualidade machadiana em Dom Casmurro

OBRA: “OTELO” (WILLIAN SHAKESPEARE)

ENREDO: Otelo, o Mouro de Veneza, é obra ficcional de William Shakespeare a qual narra a
trajetória do herói que nomina a obra, desde sua ascensão ao posto de General e espécie
de Governador do Chipre, terra a qual protegera de invasão turca, até o trágico assassinato
de Desdêmona, sua esposa.
Observa-se uma relação explícita de Otelo em Dom Casmurro, pois há na obra machadiana
três capítulos que fazem referência direta à obra de Shakespeare. Essa relação pode ser
explicada pela teoria da intertextualidade, a partir da qual se observa que todo texto é um
duplo de escritura/leitura, uma rede de conexões.
ruptura da narrativa machadiana em Dom Casmurro

Ruptura com a narrativa linear:


A história é narrada na 1ª pessoa do singular, por um narrador-personagem (Bento Santiago
– Dom Casmurro), que se coloca como o escritor que, já velho, conta sua própria história.
(ver slide nº 02)
arquétipo machadiano em Dom Casmurro

Os Arquétipos são consciências, que tem energia e informação, assim como tudo o que
existe. Cada arquétipo carrega em si uma energia de altíssima vibração e um tipo de
informação, e se expressa no nosso mundo e em nós, de diferentes maneiras.
A mente humana não consegue conceber um Arquétipo na sua totalidade. Mas procure
pensar nele como um programa ou software, aquele conjunto de instruções que são dadas
a um computador, para que ele execute uma tarefa, e chegue num determinado resultado.
Os Arquétipos são como programas, aplicativos, só que vivos e conscientes.
Segundo Jung, o arquétipo —informações inconscientes — exerce grande influência sobre
o comportamento e as crenças do ser humano. Todas as mulheres carregam
consigo arquétipos das deusas da mitologia greco-romana. Conhecê-los auxilia a
harmonizar-se com eles
1 – A Donzela · 2 – A Amante · 3 – A Soberana · 4 – A Caçadora · 5 – A Sábia · 6 – A Mística.
repertório para arquétipos femininos em Dom Casmurro

ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 2018;

FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. Trad. de Sérgio Duarte e Prefácio de Otto Maria
Carpeaux. Rio de Janeiro: Nova Fronteira Participações, 2014.

Você também pode gostar