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MANIFESTO COLETIVO – SOBRE A NOSSA RUPTURA COM A UP/PCR

Nós, que assinamos essa carta, tomamos a difícil decisão de sair da


organização PCR/UJR/UP, decisão há muito tempo gestada individualmente e há
pouco tempo tomada coletivamente.

Existem diversos fatores e acontecimentos que nos levaram a tomar essa


decisão, mas os pontos em comum entre todos os indivíduos são:

1. Incapacidade de desenvolvimento político do Partido no Estado de Goiás;

2. Discordância quanto às análises conjunturais nacionais e,


consequentemente, a atuação da organização;

3. O constante adoecimento sofrido pelos militantes da organização. A


perseguição às vítimas e proteção aos agressores que os dirigentes do Estado de
Goiás promovem; e

4. Divergências teóricas, em especial quanto à ideia de centralismo teórico, à


distorcida implementação do centralismo democrático e discordâncias
programáticas em geral.

Importante colocar que todos nós, por muito tempo, acreditamos na ideia de
partido que nos foi apresentada. Alguns de nós entramos muito jovens na
organização e construímos nossos ideais ao longo dos dias de militância, outros já
possuíam bases ideológicas bem estruturadas e se encontraram no Partido por um
tempo.

Mas todos, inegavelmente, de forma intensa e duradoura, amamos e nos


dedicamos (dedicamos nossos finais de semana, nossas manhãs, tardes e noites,
nossos períodos de aula, de trabalho, de lazer etc.) ao Partido. É por isso que a
decisão de ruptura é tão difícil, porém necessária, como demonstraremos ao longo
da carta.

Afinal, tornou-se uma prática incoerente estarmos vinculados ao Partido


tendo críticas tão profundas aos seus métodos de organização e funcionamento,
principalmente porque percebemos que não há possibilidade concreta de melhora e,
a cada crítica feita, somos apenas isolados e criticados de volta.
1. INCAPACIDADE DE DESENVOLVIMENTO POLÍTICO DA ORGANIZAÇÃO
NO ESTADO DE GOIÁS

Todos nós avaliamos como um acerto estratégico a legalização da Unidade


Popular, um partido que seria uma verdadeira alternativa ao povo pobre e oprimido
nesse país, presidido por um homem negro e morador de ocupação. Alguns de nós
dedicamos vários meses na colheita de assinaturas para legalização da Unidade
Popular e fizemos parte das gestões dos Diretórios no Estado.

Contudo, com o desenvolvimento do trabalho, percebemos ser impossível que


a Unidade Popular se torne o que ela se propõe a ser, um partido de milhões. Se por
uma lado é preciso reconhecer que a legalização da Unidade Popular apenas foi
possível devido a existência do PCR, por outro, é inegável que o que existe hoje não
é um partido de massas, mas apenas uma pequena extensão do mesmo. A Unidade
Popular ecoa integralmente a linha do PCR, não existe distinção entre os
documentos, as análises, as notas do PCR e da UP. É o PCR quem decide quem vão
ser os membros da direção, quem vão ser os candidatos, quais serão as pautas
defendidas durante um processo eleitoral, quais serão as alianças firmadas.

Tal situação ocorre nacionalmente, mas um exemplo disso é que aqui no


Estado de Goiás o assistente do partido faz questão de frisar com frequência que “se
for preciso o PCR vai intervir no diretório da UP”. Por mais antidemocrático que
pareça o fato de que uma direção eleita não possui autonomia de funcionamento e
que trabalhe sob ameaças de ser dissolvida, é assim que as coisas acontecem, ao
menos no Estado de Goiás.

O 2º Congresso Estadual da UP elegeu uma direção estadual de 11 pessoas,


sendo que 5 delas eram do comitê estadual do PCR e algumas outras militantes de
base. Os membros do diretório que militavam apenas UP e até mesmo os que eram
militantes da base do PCR eram muito participativos, propositivos e eficientes na
resolução de tarefas, mas ainda assim eram constantemente isolados em seus
posicionamentos nas reuniões. Isso porque naquela altura do campeonato as
reuniões do diretório funcionavam como um teatro, pois tudo que era discutido ali já
havia sido discutido e decidido antes na direção do PCR.

Assim, diante de discordâncias ou da incapacidade de convencer todo o


coletivo sobre as estratégias, escolhas e posicionamentos que seriam adotados pela
UP (que eram orientações do PCR), um mesmo modus operandi era posto em prática,
estender o debate de forma infinita, tudo isso sob o argumento de que é necessário
realizar luta política. No entanto, na prática as 5 pessoas que eram da direção do
PCR não estavam dispostas a ouvir e quem sabe serem convencidas, antes a
disposição era de vencer no cansaço se preciso fosse. De modo que aos demais
restava apenas duas opções: 1. se resignar com a divergência; 2. sair da Unidade
Popular. Em pouco tempo o diretório eleito ruiu.

Antes disso, participamos do processo eleitoral municipal em 2020, no qual


construímos 4 candidaturas, uma para a Prefeitura e três para vereança, sendo que
entre todos os candidatos temos um que mudou de Estado, outro que mudou de
partido, uma terceira que atingiu um estado de exaustão absoluto durante o
processo eleitoral e que pouco tempo depois saiu do partido pedindo para que
ninguém conversasse com ela, restando apenas um pessoa que segue dando
continuidade a sua imagem pública na Unidade Popular.

No 3º Congresso Estadual, a estratégia de controle foi ainda mais ousada,


apesar de existir pela frente o desafio de participar da eleição estadual, foram eleitas
apenas 6 pessoas para o diretório, sendo que todas elas são do PCR. Como previsto,
ano passado participamos do primeiro processo eleitoral estadual e começamos a
discutir tardiamente o que fazer, como fazer e quem faria. Acabamos decidindo
várias questões em cima da hora, poucas semanas antes do prazo de inscrição de
candidaturas se encerrar não havíamos sequer decidido quem seriam os candidatos.

Em um ato de desespero e sectarismo, visando convencer uma militante a se


tornar candidata, a direção do PCR fez promessas que envolviam suporte
psicológico e financeiro, visto que a mesma abriu mão de iniciar sua carreira
profissional para cumprir a tarefa. No entanto, a nossa avaliação é que as promessas
não foram cumpridas. Por vezes nem mesmo as dores físicas dessa
militante/candidata foram respeitadas, ocorrendo situações que era
“obrigada/convencida” a continuar fazendo campanha mesmo sentindo fortes dores.

É público que em 2022 a Unidade Popular recebeu R$3.100.949,86 (três


milhões cem mil novecentos e quarenta e nove reais e oitenta e seis centavos) a título
de fundo eleitoral, o que daria cerca de R$119.000,00 por estado, caso o valor fosse
dividido igualmente entre todos os entes federativos. No entanto, não temos UP em
todos os estados da federação e na prática o valor destinado ao Estado de Goiás foi
muito menor do que este.

Os candidatos não receberam salário e mal receberam ajuda de custo durante


o processo eleitoral. As coordenações das campanhas (coordenação de comunicação,
financeira, jurídica, política) também foram realizadas de forma voluntária por
militantes. Não somos contra a doação voluntária de trabalho, pelo contrário,
fizemos e pretendemos continuar fazendo isso. O ponto é que mesmo quando se tem
recurso a prioridade não é proporcionar as condições mínimas (alimentação,
deslocamento e etc.) necessárias para que o trabalho se desenvolva.

Dessa forma, apesar do esforço hercúleo das candidatas, do candidato e de


parte da militância que se envolveu no processo eleitoral, os nossos resultados foram
muito abaixo do que poderiam ter sido. Não batemos nenhuma das metas de votos
estipuladas pelo diretório da UP e pelo comitê do PCR. Não conseguimos filiar a
maior parte das pessoas que entraram em contato com o diretório durante o
processo eleitoral. Acrescentamos ainda que foi vergonhosa a demora de duas
semanas para anunciar apoio a candidatura do Lula no 2º turno e que mesmo depois
de o apoio ter sido declarado, a nossa participação no processo foi decepcionante.

Ademais, um dos motes da Unidade Popular, especialmente no Estado de


Goiás, é a luta contra a LGBTIA+fobia e defesa dos direitos dos LGBTIA+. Discurso
que não se traduz em trabalho prático.

Nesse sentido, tratando especificamente sobre a vivência de pessoas trans,


podemos apontar sérias problemáticas. Em 2022, durante o primeiro ato pela vida
das pessoas trans e travestis do estado de Goiás, a agenda de campanha dos
candidatos priorizou outras atividades de panfletagem. Um único militante
compareceu ao ato e não conseguiu pegar panfletos por falta de organização da
coordenação.

Outra situação a ser pontuada sobre o assunto é a ausência de autocrítica


sincera em relação ao fétido texto que continua disponível para leitura no site do
jornal A Verdade de Sued Carvalho - e aqui não cabe fazer qualquer juízo em relação
a pessoa Sued Carvalho e sim sobre esse texto apenas - demonstra o
descompromisso que a Unidade Popular tem tido com nossas pautas, uma vez que
nele pessoas trans são entendidas como doentes que precisam resolver sua condição
e o fato da autora ser uma mulher trans não diminui o tamanho do absurdo escrito.

O descompromisso da Unidade Popular com a vida das pessoas trans e


travestis é expresso na ausência das questões LGBTIA+ na versão atual disponível no
site do programa do Partido Comunista Revolucionário, é expresso na ausência de
mobilizações no estado de Goiás para medidas que sejam de interesse específico
dessa população e é expresso no inexistente Coletivo LGBTIA+ que não passa de
uma eterna conversa de corredor.
Também gostaríamos de alertar pra quantidade tímida de pessoas trans e
travestis no partido em nosso estado que atribuo tanto a falta de interesse do Partido
Comunista Revolucionário em relação as nossas pautas quanto a forma moralista
que a prostituição é entendida por muitos militantes, visto que parte considerável
das pessoas trans e travestis sobrevive por esse meio. Essas pessoas são as que
devem estar mais próximas de nós, não distantes e estigmatizadas.

Trazemos o "Tenho medo toureiro", um romance argentino que o que tem de


beleza em termos de fotografia tem de problemas em relação a visão que passa de
nós, comunistas. Entretanto, em certa cena a protagonista, uma travesti no contexto
da ditadura de Pinochet, afirma que "se um dia fizerem uma revolução que inclua as
bichas loucas, me avise e estarei na primeira fila". Esta definitivamente não seria a
revolução que temos construído cotidianamente na Unidade Popular.

Outra demonstração de incapacidade do desenvolvimento do trabalho, é que


no mês de março de 2023, a Unidade Popular convocou uma plenária e tirou várias
atividades para o mês da mulher, na ocasião os presentes demonstraram estarem
dispostos e empolgados com as tarefas que seriam realizadas, no entanto, a direção
não foi capaz de dar prosseguimento ao planejamento estabelecido.

Ainda no mês de março houve uma audiência pública acerca da instalação de


câmeras nas fardas da Polícia Militar, na ocasião todos os partidos de esquerda
estavam presentes, menos o Unidade Popular. Há algumas semanas atrás o
governador, Ronaldo Caiado, fez um pronunciamento dizendo que não toleraria
nenhuma “invasão” e que iria despender toda a força policial para realizar as
desocupações necessárias, ainda que fosse preciso usar de violência, não houve
nenhuma nota em resposta a essa declaração por parte da Unidade Popular e nem
do MLB.

Na sequência, a direção nacional da Unidade Popular orientou que os Estados


deveriam fazer um ato em memória aos mortos e desaparecidos durante a ditadura
militar. Em Goiás, a atividade realizada foi muito aquém do desejado, não
conseguimos articular nem mesmo com o PCB ou com o PSOL, realizamos uma
atividade da qual participaram quase que exclusivamente às pessoas do PCR/UJR,
demonstrando incapacidade de articulação e mobilização, até mesmo dos filiados a
Unidade Popular.

E mesmo tendo o carro de som cedido pelo Fórum Goiano em Defesa da


Democracia, o discurso reproduzido é de que “somos boicotados pelo Fórum”,
“somos isolados”, “nenhum outro partido revolucionário é tão revolucionário como
nós”, “nenhum outro partido se preocupa com a classe trabalhadora”, quando a
verdade é que o partido e parte de seus militantes possui um enorme sentimento de
superioridade e sectarismo que os torna incapazes de construir as coisas
coletivamente ou estabelecer boas relações com outros partidos, movimentos,
coletivos ou entidades sindicais.

A situação do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas não é diferente,


na verdade, avaliamos ser ainda mais frustrado do que o da Unidade Popular.

Em 2019, éramos parte da Coordenação da Ocupação Alto da Boa Vista e


participamos ativamente do processo de construção da Creche Assembleia das
Crianças. No ano de 2020, mesmo durante as primeiras ondas da Covid-19, alguns
militantes (que ou já saíram ou estão saindo neste momento), foram para a Ocupação
São Marcos após a violenta desocupação. No processo de auxílio às famílias,
conseguimos excelente capital político e reconhecimento do trabalho, que - por
alguns meses - existia nas duas Ocupações.

Os militantes se revezaram por mais de duas semanas para ficarem na


ocupação São Marcos, sendo que três pessoas que assinam essa carta foram as que
mais passaram noites no local. Em uma destas muitas noites, os três militantes em
questão e o conjunto de moradores foram cercados por 17 viaturas durante 6 horas,
sofrendo ameaças, intimidações e etc. Mesmo diante dessa situação, nenhum outro
militante e/ou dirigente do partido se dirigiu ao local para auxiliar aqueles que ali
estavam. Dois dias depois, a orientação foi que tirássemos as famílias da rua e
ocupássemos outro terreno. Novamente, os dirigentes do PCR não foram para o local
e não somaram na atividade, e no dia seguinte, os mesmos três militantes foram
cercados e ameaçados pela GCM.

Mesmo que muitos militantes tenham corrido verdadeiro risco de vida para
construção do MLB, hoje não possuímos nenhum trabalho ou núcleo, e
verdadeiramente abandonamos as famílias da Ocupação São Marcos.

Também nunca conseguimos estruturar o Movimento Luta de Classes em


Goiás. O Movimento de Mulheres Olga Benário não se desenvolve por um período
superior a três meses. Existe uma orientação nacional para não estruturarmos o
Movimento Negro Perifa Zumbi fora do Rio de Janeiro.
De forma que não temos trabalho de massa para além do movimento
estudantil, que essa segue sendo a principal frente de atuação do partido desde a
fundação da UJR no Estado.

O Movimento Correnteza é, sem sombra de dúvidas, uma forma de


oxigenação da organização, mas que não consegue se desenvolver para além da
UFG.

O trabalho com secundaristas sempre foi negligenciado, e por consequência,


mal conduzido, deixado a cargo de um ou dois militantes que não conseguem
realizar uma sucessão depois de se formarem. Assim, ou são incentivados a não
concluírem o ensino médio, ou o trabalho morre e ressurge quando conseguimos
recrutar outro militante. Mesmo quando conseguimos disputar e ganhar eleições de
grêmios, organizar caravanas com estudantes, o trabalho acontecia de maneira
artesanal e espontaneísta.

Além disso, temos a tendência de paralisar todos os outros trabalhos para


aderirmos a agenda do movimento estudantil, como ocorreu no CONUBES em 2022
(com a meta irreal de 30 delegados, que acabou gerando exaustão e frustração nos
militantes).

Mesmo no Movimento Correnteza que apresenta mais êxito que as outras


frentes, perdemos a entidade mais relevante do Estado que é o DCE-UFG, e hoje, a
maior parte dos Centros Acadêmicos com os quais temos relação estão inertes, não
organizam atividades de massas, não possuem uma ligação potente com os
estudantes do curso, não possuem uma figura que seja referência para o movimento
estudantil.

Tudo isso acontece não por incapacidade ou falta de convencimento político


dos militantes de base (como a direção coloca), pelo contrário, muitas pessoas que
passaram pelo partido e se adoeceram possuem um talento incrível e uma
capacidade política notável. Acontece porque os dirigentes do PCR não estão
dispostos a abrir mão do controle pessoal e individual de toda a militância e
trabalho, são incapazes de debater temas atuais e emergentes como a luta contra o
racismo ou a guerra às drogas (pontos que abordaremos a seguir).

Sempre que a base tenta minimamente desenvolver um novo trabalho, os


dirigentes do PCR submetem os mais mínimos detalhes à estrutura burocrática,
reuniões e mais reuniões, e acabamos perdendo o timing das pautas emergentes, ou
simplesmente não executando a atividade. O nível de reunionismo é assustador. No
geral, as reuniões das direções não duram menos de dez horas corridas e a mesma
decisão que é tomada em um coletivo é, por vezes, replicada/encenada nos demais
coletivos de maior ou menor instância durante semanas e até meses. Avaliamos que
esse extremo controle é limitante a todos os movimentos mas, em especial, à
Unidade Popular, que já demonstrou ter uma capacidade de mobilização das massas
muito boa, mas incapaz de se desenvolver.

2. DISCORDÂNCIA QUANTO ÀS ANÁLISES CONJUNTURAIS NACIONAIS E,


CONSEQUENTEMENTE, QUANTO À ATUAÇÃO DO PARTIDO

No último mês, a Unidade Popular divulgou para sua militância a Resolução


de Conjuntura Política Nacional e Internacional, com 4 pontos principais: avaliação
internacional, avaliação acerca das manifestações populares e das eleições,
necessidade de continuarmos ocupando as ruas e necessidade de construção da
Unidade Popular.

A avaliação de conjuntura internacional se limita a comentar o conflito


armado entre Rússia e Ucrânia sem, de fato, realizar uma análise: qual a avaliação da
Unidade Popular acerca dos desdobramentos vindouros da Guerra? Como isso
impacta nas ações da nossa organização? Como isso influencia a política brasileira? E
a América Latina?

A análise de conjuntura limita-se ao nominalismo e discurso, sem discorrer


acerca das implicações da guerra no contexto brasileiro ou na forma de atuação da
UP.

Todas essas questões são essenciais a uma análise de conjuntura, mas o fato
de não terem sido abordadas não é pior do que a Resolução não citar um país
latinoamericano sequer. Tantas coisas importantes rumo à redemocratização
aconteceram nos últimos anos nos nossos países vizinhos, que também impactam a
conjuntura do nosso país, para simplesmente serem ignorados pela Unidade
Popular.

Não basta dizer que a guerra é interimperialista, temos que compreender o


Brasil como influente e influenciável pelas ondas políticas da América Latina.

No segundo ponto da Resolução há um verdadeiro descolamento da


realidade brasileira, pois a Unidade Popular avalia que tivemos uma expressiva
derrota do fascismo nas urnas. Quando, na realidade, o Lula venceu com 50,9%
contra 49,1%, mesmo depois de o governo fascista de Bolsonaro promover
verdadeiro genocídio.

Nem a “esquerda moderada” ou a social-democracia possuem uma análise


tão otimista do resultado das urnas, na verdade, a maioria das avaliações é no
sentido de que a extrema-direita se fortaleceu, se fortalece e está em plena ascensão.

Além disso, como foi nos apresentado, a principal pauta da Unidade Popular
para o ano de 2023 é a punição de Bolsonaro.

A punição de Bolsonaro e seus cúmplices é de fato importantíssima e talvez


essencial para que não sucumbamos a outro governo facista em 2027. Mas,
considerando que lutamos pela vida da classe trabalhadora e dos povos oprimidos
deste país, existem outras pautas que impactam muito mais a vida do povo
trabalhador e, verdadeiramente, pressiona o Governo Lula à esquerda, como, por
exemplo, uma reforma tributária que preveja taxação de grandes fortunas, ou a
revogação da reforma da previdência, ou a revogação da reforma trabalhista.

Claro que uma reivindicação não exclui a outra, mas não vemos sentido de
que a principal reivindicação seja para que o Poder Judiciário puna o ex-presidente
(essa deve ser sim uma bandeira, mas não a principal), considerando que temos um
presidente de esquerda que possui uma base política empobrecida e carente de
políticas públicas.

A resolução de conjuntura chama o principal programa de transferência de


renda do MUNDO de “medidas paliativas insuficientes”. É inegável que o bolsa
família e o programa minha casa minha vida são políticas paliativas, mas qual a
intenção em deslegitimar os programas? Como se já não fossem suficientemente
deslegitimados pela extrema direita. Aliás, qual a proposta da Unidade Popular para
superação de tais programas?

Percebemos, na verdade, é que o PCR não possui um programa político para o


nosso país, pois a direção do Partido é ultrapassada, masculinizada e não se atualiza.
Não possuímos um programa do ponto de vista econômico, um programa para
segurança-pública, ou mesmo um programa voltado à educação. O PCR tem apenas
avaliações históricas, críticas e o discurso vazio de necessidade de construção do
socialismo, sem apontar qual seria a estratégia, dentro dos próximos anos, rumo à
revolução.
O projeto da UP é abstrato e genérico, e não apresenta caminhos de acúmulo
estratégico para solução das mazelas vividas pela classe trabalhadora, apesar de
criticar os programas de transferência de renda, não demonstra qual caminho para
superação destes ou propõe outros projetos. Não há propostas minimamente
factíveis ou de que apresentem um horizonte de tensionamento em prol da esquerda
que leve em conta a correlação de forças.

Aqui, é importante frisar que a Unidade Popular teve uma participação


vergonhosa no segundo turno, os militantes - movidos por sectarismo - estão
dispostos a criticar cada passo do governo Lula, num sentimento de antipetismo que
beira ao reacionarismo, e acreditam veementemente que esse discurso serve de
mobilização à necessidade de construção do socialismo.

Defendemos um maior diálogo com o governo progressista que está no poder,


não se colocando apenas como oposição à esquerda, mas como verdadeiros aliados,
que pensam políticas públicas de forma conjunta, acerca da geração de emprego e
renda, acerca das diretrizes básicas de ensino, acerca da moradia digna, acerca da
recuperação econômica do nosso país.

Não estamos demandando da UP uma construção da linha política que fique


à revelia de negociações políticas, mas sim, uma análise que apresente um caminho
de lutas e tensionamentos, para que saia do isolamento evidente.

3. O CONSTANTE ADOECIMENTO SOFRIDO PELOS MILITANTES. A


PERSEGUIÇÃO ÀS VÍTIMAS E PROTEÇÃO AOS AGRESSÕES QUE OS
DIRIGENTES DO ESTADO DE GOIÁS PROMOVEM

No que diz respeito ao trabalho orgânico (PCR e UJR), os números revelam


que o nosso tamanho diminui, os motivos para as saídas variam, mas inegavelmente
a maioria delas possui algum nível de preservação da saúde mental que ficou
adoecida por conta da atuação no partido e das cobranças realizadas pela direção.
Contudo, a nossa avaliação é que o retrocesso não é apenas no sentido quantitativo,
como também no aspecto qualitativo. Mesmo com a entrada de novas pessoas o
trabalho não se reoxigena ou se reorganiza, isso porque não oferecemos aos nossos
militantes uma boa assistência quando eles são da base e para quem é da direção não
há paz ou descanso.
Assim, identificamos que existe um ciclo vicioso dentro do Partido: o militante
é recrutado e começa a participar das reuniões e atividades > ele cria uma
identidade, se apaixona e se dedica ao máximo > os dirigentes o incentivam a pegar
mais e mais tarefas, assumir mais e mais responsabilidades > o militante deixa de
lado sua vida pessoal, seus estudos/trabalho e prioriza sempre o partido > até que ele
não aguenta o ritmo de vida (quando não é vítima de algum crime, como falaremos a
seguir) e se adoece > então, ou ele sai do partido ou começa a se esquivar das
reuniões e atividades até parar de militar.

Se por lado, os militantes são constantemente estimulados a deixarem de se


dedicar às responsabilidades obrigatórias (trabalho, estudo, tempo com a família,
autocuidado), por outro lado, a política sobre saúde mental dentro do partido
limita-se a apontar que o capitalismo adoece as pessoas devido a superexploração.
No entanto, essa é justamente a prática do partido para com seus militantes, a
superexploração das capacidades. De modo que, não são raros os casos de pessoas
que no meio de atividades tiveram crises de ansiedade/pânico, devido a estresse,
sobrecarga extrema, cansaço, má alimentação e outros problemas que ocorrem
dentro dos espaços de militância.

Vale frisar que, caso a pessoa sucumba a todo esse mal e decida por sair, quem
permanece inicia uma campanha de difamação interna e pública contra o
ex-militante, ignorando toda a contribuição feita durante o tempo que permaneceu
militando. As críticas comumente colocadas são: “não possuía convencimento
político suficiente”; “decidiu viver sua vidinha pequeno-burguesa”; “não estava
disposto a dedicar sua vida ao processo revolucionário”; “tinha práticas liberais".

Assim, não é raro identificar pessoas dentro do partido e de suas diferentes


frentes que compram o discurso de que é necessário realizar uma dedicação
exclusiva ao partido e a militância, muitas dessas pessoas então passam a abandonar
outras responsabilidades e relações que não envolvam a organização. Isso muitas
vezes reflete nas relações familiares, em relacionamentos amorosos e até mesmo em
amizades, isso porque não é raro que os militantes sejam incentivados a faltarem
aniversários, formaturas, festas e almoços familiares e outros compromissos pessoais
para participarem de reuniões e atividades, e mais, algumas vezes são incentivados
inclusive a cortarem laços de afeto, sobretudo, se esses são de outra organização,
tudo isso sob o discurso de combate ao individualismo.

Fato é que o adoecimento mental vivenciado pelos militantes, para além das
contradições de se viver na periferia do capitalismo e numa conjuntura de ascensão
do fascimo, está atrelado ao comportamento da direção de sobrecarregar os
militantes e os incentivarem a negligenciar todas as outras áreas da vida.

É lógico que os dirigentes percebem que não é saudável, por exemplo, alguém
que tenha menos de 20 anos e entrou no partido há menos de 6 meses dedicar todas
as horas da sua vida ao movimento estudantil. Ou que a pessoa peça demissão para
se candidatar, mesmo sendo filha da classe trabalhadora e não sendo custeada pelo
Partido. Ou que o militante reprove em várias matérias na faculdade pois dedicou
seu semestre a formar comissão de 10 e disputar entidades.

Mas, mesmo percebendo, eles não se preocupam. Até porque, parece difícil
para que o militante profissional (aquele que é pago para militar, com a contribuição
dos que não recebem nem o dinheiro da passagem), entender as contradições das
relações profissionais e dificuldade de inserção dos jovens no mercado de trabalho,
ou entenderem o anseio individual dos outros de ajudarem suas famílias e pagarem
todas as suas contas.

Existe um discurso interno de que precisamos abdicar do individualismo e


prezar sempre pelo coletivo. No entanto, há uma diferença enorme entre
individualismo e individualidade, o que o partido faz é anular a individualidade dos
militantes, a ponto de que não reflitam sobre o que estão passando ou sentindo,
vivam anestesiados até o momento da estafa.

Aqui é importante estabelecer o perfil da militância do PCR/UJR: filhos da


classe trabalhadora, em sua maioria estudantes de universidades e também
trabalhadores, grande parte de mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+. Ao longo
desse ciclo vicioso, não é raro que militantes, especialmente, as mulheres, as pessoas
negras e LGBTQIA+, sejam vítimas de assédio, LGBTQIA+, racismo e outros crimes.

Aqui no Estado de Goiás, desde que o trabalho foi estruturado, existia entre os
dirigentes/fundadores homens que eram constantemente denunciados por assédio,
estupro ou abuso psicológico. Quando a vítima não era organizada na UJR, ela sofria
com os ataques públicos, enquanto a imagem do agressor era preservada e limpa.
Nos casos em que a vítima era militante, ela precisava passar por várias e várias
reuniões (por vezes, fazer a crítica na frente do agressor e passar por verdadeiro
confronto de “versões”), contar a história várias e várias vezes, reviver seu trauma
incontáveis vezes para, no fim: nada acontece, feijoada.

Recentemente, descobrimos que um dos fundadores da organização no


Estado possuía a prática de se catapultar politicamente utilizando-se de suas
namoradas, colocando-as para assumir suas brigas e deixando as mulheres que mais
se destacavam ao reboque de sua imagem. Ele se relacionava com militantes que se
destacavam e possuía o mesmo modus operandi de abuso psicológico, regado a
gaslighting. O mais grave é que esse dirigente invadiu a privacidade de, no mínimo,
duas militantes com quem se relacionou e de outros camaradas que atuavam no
mesmo coletivo que ele.

A direção do Partido tinha ciência dessa prática, que é criminosa e ainda


assim, não fez nada a respeito. Até que uma das vítimas descobriu por conta própria
o que aconteceu, ao cobrar uma posição do ex-companheiro e da direção do Partido
que até então estava inerte, a mesma passou a sofrer isolamento e perseguição.
Mesmo após o agressor sair do partido difamando a tudo e todos, o informe nas
reuniões do coletivo foi de que “o casal possuía práticas liberais” e o texto lido foi
sobre liberalismo nas relações, a orientação foi que preservássemos a imagem dele e
quem falava sobre isso nas redes sociais levava bronca. Inclusive, a companheira que
denunciou levou broncas da direção por desabafar sobre a relação com seus amigos.
E mesmo após ter vivenciado uma situação de abuso psicológico, foi proibida de
conversar com seus melhores amigos acerca de sua relação para preservar o partido.

Ainda recentemente, algumas mulheres que se interessaram pelo Partido


apresentaram receio em militar pois um dos ex-coordenadores do DCE da UFG, uma
das principais figuras públicas do Movimento Correnteza à época, teria as
violentado física e emocionalmente. Isso nunca foi exposto e o agressor sequer fez
uma autocrítica, falando que elas eram mentirosas e imaturas. Esse mesmo militante,
pouco tempo depois, violentou sexualmente outro militante e, mesmo submetido ao
“processo de reeducação", não chegou a sequer pedir desculpas à vítima, que, por
sua vez, continua sendo obrigada a dividir todos os espaços com seu estuprador e
ainda é taxada por membros da direção como
grosso/agressivo/indelicado/impaciente/incompreensivo.

Existe, ainda, um caso em que uma militante foi contar ao seu assistente que
havia sido violentada sexualmente e, no final da conversa, ao invés de oferecer
acolhimento, ele pediu para ficar com ela. Essa mesma militante anos depois teve sua
vida exposta e discutida nos espaços organizativos sem a presença dela, na ocasião a
direção tomou uma decisão sobre o que deveria ser feito em relação ao abusador e
repassou um informe sobre tudo a todos os coletivos da organização sem ao menos
perguntar se a vítima estava confortável com decisão tomada ou com o fato de que
sua história seria contada a vários desconhecidos.
Além disso, uma das principais militantes do Estado tem sido perseguida pelo
seu ex-companheiro, não pode sair de casa que ele vai para onde ela está e a
perturba, não pode flertar com outra pessoa que o perseguidor vai até a pessoa e diz
que eles se amam e vão voltar. Mesmo após recorrentes casos de perseguição (dos
quais o partido sempre teve ciência da situação), a direção a desincentiva a militante
a solicitar uma medida protetiva e diz que “está resolvendo a situação”, no entanto,
o perseguidor sequer foi proibido de se aproximar dela.

A verdade é que a organização é incapaz de lidar com vítimas de crimes, é um


espaço extremamente violento para mulheres, negros e negras e LGBTs. Afinal, as
mulheres sempre são taxadas de inconstantes, manipuladoras, sensíveis ou
histéricas. A direção não reconhece violência sexual praticada em uma relação
homoafetiva ou contra um homem, e limita-se a esquentar o assunto em banho
maria até que a poeira abaixe, quando não faz um esforço hercúleo para isolar
politicamente a vítima e limpar a imagem do agressor.

4. DIVERGÊNCIAS TEÓRICAS E ORGANIZACIONAIS, EM ESPECIAL


QUANTO À IDEIA DE CENTRALISMO TEÓRICO, A DISTORCIDA
IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRALISMO DEMOCRÁTICO

Achamos que uma das várias razões de fragilidades teóricas, organizativas e


programáticas da atuação do PCR/UP se concentra na concepção do Centralismo
teórico e como isso condiciona a atividade política cotidiana do partido e a quase
totalidade de seus organismos a uma repetição de agitação política para os seus
próprios militantes. Tanto faz se é direção ou base; massa ou vanguarda.

Tudo é sempre uma questão de convencimento ideológico a ser suprida por


mais e mais espaços de formação ou uma conversa individual, independentemente
da natureza do problema que a organização esteja passando. E que fique claro, o
convencimento é fundamental. Mas tão importante quanto o convencimento
ideológico é projeto, é uma intencionalidade política amparada em um projeto
tático-estratégico e, portanto, programático consistente.

Não basta querer ser revolucionário e não ter projeto. Claro, projetos são
insuficientes, não abarcam a opinião de todas as pessoas e mesmo com um projeto
bem consistente as organizações erram, mas maturidade política de uma
organização está atrelada à sua postura perante os seus erros e os erros da sua
corrente política - é isso o centralismo teórico não permite ou pelo menos atrasa
muito.

Isso porque os espaços de “formação” não formam, eles são apenas a direção
tentando convencer a base de algum ponto. Por meio da agitação ou discurso de
moralista, apenas fazem um exercício de fixação de uma retórica útil que já
aprenderam ao longo da sua militância.

Oficialmente, o Centralismo teórico é uma decorrência direta do Centralismo


democrático que faz com que nós possamos divergir em determinados espaços, mas
para fora deles, é apenas uma linha que se apresenta.

O Partido deturpa a ideia de centralismo democrático, repetindo apenas o


bordão de “diversidade no debate e igualdade de ação”, quando não existe
diversidade no debate. Enquanto o caminho deveria ser discutir primeiro a questão
em vários organismos para depois a direção tomar a decisão, o caminho feito é o
inverso: a direção toma a decisão e os dirigentes fazem um teatro em cada espaço
para fingir que aquela decisão foi tomada de forma coletiva.

O problema real é que não é incentivada a formulação, a crítica, a atualização


de referências, o que faz com que grande parte da base confie na Direção a que está
submetida na formulação (pois fica receosa de que está indo contra a linha do
Partido) e os Dirigentes, em sua maioria, não formulam bem.

Essa dinâmica organizacional emburrece nossa militância, que - com um


número sufocante de tarefas - é incentivada a não debater sobre temas centrais para
a construção do socialismo, apenas aceitando a linha política ou, a ausência de linha
política, adotadas pela direção e enfiadas goela abaixo.

Para não nos alongarmos ainda mais, apresentamos uma principal


divergência programática (que consideramos uma das mais graves), que é quanto a
questão das drogas. Existe, no seio organizacional, uma proibição genérica de que os
militantes usem drogas, pois as drogas serviriam para alienar os jovens da realidade
e, portanto, causa desmobilização. Há apenas um moralismo de que “álcool faz
mal”, “drogas fazem mal”, mas sem desenvolver uma LINHA POLÍTICA sobre o
tema, limitando-se a dizer obviedades que reforçam o senso comum.

O que o partido defende no âmbito do SUS e do SUAS acerca da questão das


drogas? O que o partido defende sobre a política criminal em relação ao porte e
tráfico de drogas? Diminuição de penas? Descriminalização de algumas condutas?
Não sabemos. Só sabemos que fomos proibidos de discutir a legalização da maconha
em congressos e conferências do Partido.

É a guerra às drogas a principal responsável pelo genocídio da juventude


negra, pelo superencarceramento, pelo populismo penal e pelo sentimento de
insegurança que a mídia transmite à população. É a guerra às drogas que
fundamenta as UPPs, as “balas perdidas” que encontram sempre corpos de jovens e
crianças negros e negras, e o discurso de que “bandido bom é bandido morto”.

A cannabis é legalizada no Brasil para quem tem dinheiro, usuários com acesso
à informação e condição econômica, conseguem facilmente uma autorização para
cultivarem de forma lícita. Enquanto jovens pobres ficam mais de dois anos presos
por portarem poucas gramas da mesma substância. Ter critérios de controle e
qualidade da maconha é, inclusive, uma questão de saúde pública.

Mas o Partido quase difunde a linha do Proerd de que a maconha é a porta de


entrada para outras drogas.

É esse, também, um dos motivos de que somos proibidos de desenvolver o


Movimento Negro Perifa Zumbi em outros Estados pois, inevitavelmente,
esbarraríamos na discussão acerca da guerra às drogas e do genocídio da juventude
negra.

CONCLUSÃO:

No decorrer deste documento apresentamos inúmeras críticas as práticas


políticas, ao modo de condução e funcionamento do partido, a cultura organizativa
do mesmo, as compreensões a respeito dos trabalhos de massa, as avaliações de
conjuntura, contudo, nossa decisão de nos desligarmos do PCR, da Unidade Popular
e de seus movimentos, decorre sobretudo da ausência de autocrítica, da falta de
perspectiva de mudança.

Notamos, com o tempo, que o Partido é incapaz de fazer autocrítica, sobre


qualquer um dos temas aqui citados, limitando-se a tentar convencer a pessoa que
fez a crítica de que ela está errada. Não vislumbramos que quaisquer desses temas
apontados possam ser sanados a curto, médio ou longo prazo. Não buscamos atacar
pessoalmente quaisquer pessoas (para além dos agressores), mas fazer com que a
militância reflita e para que saibam o porquê da saída coletiva.

Um abraço respeitoso e fraterno,


Luciana Oliveira: ex-presidente da Unidade Popular em Goiânia, ex-integrante da
Coordenação Nacional da UJR e do Comitê Estadual do PCR;

João Pedro Mascarechas: ex-coordenador estadual da União da Juventude Rebelião e


do Movimento Correnteza;

Antônio Miller: ex-tesoureiro da Unidade Popular Goiás e ex-coordenador estadual


da União da Juventude Rebelião;

Rafaela Félix dos Santos: ex-presidente do Diretório Estadual da Unidade Popular


em Goiás;

Lucas Cardoso: ex-coordenador estadual do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e


Favelas, ex-integrante da Coordenação Estadual da UJR e do Comitê Estadual do
PCR;

Sarah Cavalcante: ex-coordenadora estadual da União da Juventude Rebelião e do


Movimento de Mulheres Olga Benário Goiás;

Isis Rodrigues: ex-coordenadora estadual da União da Juventude Rebelião;

Victor Hugo: ex-militante da Unidade Popular e do Movimento Correnteza;

Isadora Martins: ex-militante da Unidade Popular e do Movimento Correnteza;

Luiz Guilherme de Carvalho, ex-filiado da Unidade Popular;

Cauan Santana: ex-integrante da coordenação zonal da UJR e coordenação estadual


do movimento correnteza.

Levi Nascente: ex- militante da União da Juventude Rebelião e Unidade Popular.

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