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ARTICULAÇÃO DE
ESQUERDA
RESOLUÇÕES
8o Congresso Nacional
TENDÊNCIA PETISTA
Tendência Petista
Articulação de Esquerda
Resoluções
8o Congresso Nacional (2023)
2023, Página 13
Organizador e editor
Valter Pomar
Projeto gráfico e diagramação
Emilio Font
Conselho editorial Página 13
Elisa Guaraná, Francisco Xarão, Giovane Zuanazzi, Jandyra Uehara, Luiz Momesso,
Marcos Piccin, Pamela Kenne, Paulo Denisar, Pedro Pomar, Pere Petit, Rodrigo César, Rosana
Ramos, Rosângela Alves de Oliveira, Sonia Fardin, Suelen Aires Gonçalves.
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Sobre o PT e a AE 54
Balanço da direção 86
Apresentação
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Sem luta não haverá transformação
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Popular, entre tantos outros”; “mais renda, mais consumo e mais empregos,
impulsionados pelo aumento real do salário mínimo, a redução dos preços de
alimentos e combustíveis e o aumento da taxa de isenção do imposto de ren-
da”; “o combate à fome voltou a ser uma política de Estado, com o aumento
de repasses do Bolsa Família, o novo Programa de Aquisição de Alimentos, o
Plano Safra Agricultura Familiar e o reajuste nos repasses da alimentação es-
colar para estados e municípios”; “foram criados os ministérios da Mulher, da
Igualdade Racial e dos Povos Indígenas e sancionada a lei da igualdade sala-
rial e remuneratória entre mulheres e homens, além do anúncio do pacote de
igualdade racial e a volta da demarcação e homologação de terras indígenas”;
“o presidente Lula se reuniu com líderes de mais de 40 países e organizações
internacionais e transnacionais dentro e fora do País”. Acrescentamos, entre
outras medidas: combate ao garimpo ilegal; recursos para ciência e tecnolo-
gia; investimento cultural via Lei Paulo Gustavo e Lei Aldir Blanc 2; combate
ao trabalho escravo; recomposição do orçamento das universidades federais;
ações para deter o genocídio contra o povo Yanomami; a retomada de várias
obras paradas; a interrupção de privatizações; a recomposição do salário do
funcionalismo público; e destacamos a política externa do presidente Lula.
Especificamente sobre a política externa, apontamos que nossa posição
em defesa da paz – as vezes criticada como sendo de apoio à Rússia – não é
algo trivial. No processo em curso, de transformação do cenário geopolítico
global, é fundamental que o Brasil marque um caminho próprio, que contri-
bua para derrotar o militarismo dos EUA e seus aliados, mas que preserve a
autonomia dos nossos interesses nacionais e regionais. É preciso lembrar que
esta política externa “altiva e ativa” nos coloca na alça de mira do imperia-
lismo. Aliás, o golpe de Estado de 2016, que instalou um governo usurpador,
ilegal e ilegítimo, tornando possível a fraude eleitoral ocorrida no pleito de
2018, teve o apoio direto e indireto dos Estados Unidos, numa ação coordena-
da pelo então vice-presidente de Obama, o senhor Joe Biden, atual presidente
dos EUA.
Entre os diversos pontos da política externa que merecem destaque, ci-
tamos a indicação de Dilma Rousseff para presidir o Banco dos BRICS. Inde-
pendente das divergências que tivemos no passado com a companheira pre-
sidenta Dilma Rousseff e sem prejuízo de divergências que possamos ter no
presente e no futuro, é imprescindível reconhecer sua imensa contribuição,
seja na resistência ao golpe, seja no debate nacional e partidário desde então.
Assim como o presidente Lula, a companheira Dilma Rousseff conquistou – na
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outro caso de militar da mais alta patente que não pode permanecer na ativa,
independentemente das ações que vierem a ser ajuizadas contra ele por par-
ticipação nos eventos golpistas.
Caso os generais Arruda e Dutra não sejam objeto de reforma, passando
à reserva, eles continuarão participando do Alto Comando do Exército, o que
é uma situação inaceitável, tais as evidências de seu envolvimento com os
golpistas.
Reformá-los imediatamente é uma prerrogativa do governo federal e deve
ser levada a cabo, sob pena de premiar quem conspirou contra a vontade po-
pular. Dutra, por exemplo, vem até o momento exercendo uma subchefia do
Estado-Maior do Exército.
Destaque-se como ação extremamente positiva a transferência da Agência
Brasileira de Informações (ABIN) para a Casa Civil, deixando assim de fazer
parte do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Mas o próprio GSI deve
ser extinto e o controle da Inteligência (assim como da proteção do presidente
da República) deve ficar sob controle de órgãos civis e não do Exército. Ade-
mais, precisamos ter um Ministério da Defesa que seja legítimo representante
do poder civil. Além de seguir pendente a necessidade de criar um Ministério
da Segurança Pública e de dar publicidade aos atos cometidos pelos ministros
da Justiça do governo cavernícola.
Segue necessária, também, uma reforma das Forças Armadas e das PMs,
que seja capaz de democratizar tanto os processos de recrutamento e de for-
mação de oficiais como suas estruturas internas (organização, regulamentos,
hierarquia). Os currículos atuais dos colégios militares são fortemente envie-
sados pelo conservadorismo mais reacionário, calcado nas antigas doutrinas
de “Segurança Nacional” e nas agendas expansionistas dos EUA, a ponto de as
Forças Armadas considerarem seriamente a possibilidade de uma invasão da
Amazônia pela França e de colocarem um oficial-general a serviço da 5ª Frota
dos Estados Unidos.
Os colégios não podem se furtar às orientações do Ministério da Educação,
nem escamotear uma vasta bibliografia de autores e escolas de pensamento
que os generais ainda hoje enxergam como “subversivos”. A resistência dos
militares a qualquer alteração no seu sistema escolar indica precisamente
quão crucial é esse sistema na reprodução da ideologia profundamente anti-
democrática, visceralmente oligárquica, que historicamente vem enquadran-
do a visão de mundo de gerações e gerações de oficiais. Lembrando que esta
visão de mundo inclui a subordinação das forças armadas brasileiras a uma
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os que pensam que, com a aprovação do NAF, será possível alterar pacifica-
mente a política do Banco Central [nota adicionada pela Dnae: logo depois do
Congresso da AE, reuniu-se o Copom e reduziu a taxa de juros em incríveis 0,50
pontos percentuais, ou seja, seguimos com uma das maiores taxas de juros do
mundo, mostrando que este método de “alteração pacífica” provoca, na melhor
das hipóteses, efeitos minimalistas]. E há, ainda, os que sinceramente acre-
ditam que, com o NAF, teremos um cenário de retomada dos investimentos
privados, grandes investimentos estrangeiros, êxitos no combate à sonegação
e redução nas isenções.
De fato, se este cenário de grandes investimentos se confirmasse, parte
das restrições da política monetária do BC e parte das restrições da política
fiscal terão sido superadas. Também neste cenário, mesmo que o crescimento
dos “gastos” seja sempre menor do que as receitas, mesmo que o marco fiscal
projete um futuro em que o peso do setor público no PIB seja menor do que é
hoje, mesmo assim seria possível alguma ampliação significativa dos investi-
mentos públicos e do bem-estar social.
A pergunta é: este cenário otimista é realista? E, mesmo que ele venha
a se materializar, seria na intensidade e no tempo político adequados, ou
seja, de forma a afetar positivamente nosso desempenho nas eleições de
2024 e 2026? E, finalmente, mas não menos importante, as mudanças con-
tidas neste cenário otimista seriam suficientes para o país sair da condição
primário-exportadora?
Em nossa opinião, sem mudança na política de juros, sem forte investi-
mento público e sem alteração na política tributária, o investimento priva-
do não crescerá, ao menos não crescerá na quantidade e na qualidade ne-
cessárias. Motivo, aliás, pelo qual defendemos uma modificação radical na
política de lucros/dividendos da área da energia, Petrobrás principalmente.
Defendemos também, pelos motivos já explicados, alterar a lei que concedeu
“autonomia” ao Banco Central assim como alterar as orientações do Conselho
Monetário Nacional sobre as metas de inflação.
Por outro lado, o cenário internacional é excessivamente turbulento, não
sendo prudente confiar em investimentos estrangeiros cujo volume e natu-
reza sejam de monta a permitir saltos de qualidade na economia de um país
imenso como o Brasil. Além disso, mesmo que haja crescimento nos inves-
timentos, privados e estrangeiros, nas condições atuais ele seria em grande
parte capturado pelo sistema financeiro. Sem falar que fazer depender nos-
so desenvolvimento de capitais estrangeiros é um equívoco em si mes-
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blicos, o que por outro lado demonstra que a “livre iniciativa” no Brasil segue
sustentada, em grande medida, pelos recursos do Estado. Além disso, grande
parte da bem vinda redução do desemprego, verificada nos últimos meses, se
fez com base em empregos de baixa remuneração, sem formalização.
Ainda na perspectiva de uma política de desenvolvimento que mereça o
nome, destacamos a necessidade de a Petrobrás adotar medidas que rompam
totalmente com a política adotada no governo anterior e a façam jogar papel
central, junto com a Eletrobrás, no processo de retomada do crescimento, do
desenvolvimento e da chamada neoindustrialização.
A mudança da política de preços – cuja redução poderia ter sido muito
maior – é um importante passo neste sentido, mas muito mais precisa ser feito.
Defendemos a criação de uma empresa pública de energia, como base impres-
cindível para um projeto de desenvolvimento coerente com nossos objetivos
de liberdade, bem-estar, soberania e integração. Uma empresa de energia que
tenha como objetivo central o abastecimento do mercado interno aos menores
custos, proporcionar competitividade para a economia brasileira, coordenar
todo o setor energético brasileiro – fóssil e renováveis, abundantes em nosso
território nacional – para enfrentarmos a transição energética com a garantia
de assegurar benefício social, econômico e ambiental para a imensa maioria
de nossa população.
Destacamos, por fim, que não haverá “neoindustrialização”, nem tampou-
co política ambiental com transição ecológica, se não houver mudanças ra-
dicais no agronegócio e na mineração. Estes dois setores não têm “conflitos
ideológicos” apenas com o PT e com o governo Lula; têm conflitos com o futuro
da maioria do povo brasileiro. No futuro que eles defendem, não haverá mu-
dança no lugar do Brasil no mundo, nem tampouco mudança na desigualdade
social existente em nosso país.
É importante que – ao mesmo tempo que adota medidas de grande escala
em favor da industrialização – o governo Lula implemente políticas de inclu-
são social, através do fortalecimento da economia solidária. Políticas públicas
deste tipo, de geração de emprego e renda, são fundamentais para estimular a
auto-organização em associações e cooperativas. É crucial que o governo insti-
tua políticas púbicas que financiem o processo produtivo da economia solidá-
ria e promovam ações de compras destes produtos.
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que devem buscar reunir em torno de si um leque mais amplo de forças, in-
clusive para além da esquerda.
A adoção desta tática de esquerda enfrentará, para sua aplicação, um con-
junto de dificuldades:
i/a primeira delas é a inexistência ou virtual desaparição dos diretórios
municipais do Partido, como instância organizada, em grande número de ci-
dades do país;
ii/a segunda deles é a pressão por submeter o partido a denominada “ge-
opolítica de alianças”, que na prática tem servido para sacrificar a existência
do Partido em grande número de cidades, tratadas como moeda de troca em
favor da política de alianças de governos estaduais ou federal ou até mesmo
em favor do interesse de parlamentares estaduais e federais;
iii/a terceira dificuldade é a existência da Federação, com regras que ti-
ram do PT sua autonomia local e mesmo nacional. Vale lembrar que o Partido
Verde, integrante da federação contra o nosso voto, é em muitos locais um
partido controlado por forças de direita;
iv/a quarta dificuldade virá da não realização do PED nos municípios, o
que não contribui para fortalecer e legitimar as direções locais.
Qualquer que seja a tática que o PT adote para disputar as eleições 2024,
devemos trabalhar para lançar candidaturas da esquerda petista em todas as
cidades.
Nossas candidaturas devem aproveitar o processo eleitoral para defender
o governo Lula, nossos governos estaduais e municipais petistas, a atuação de
nossas bancadas e de nosso Partido, bem como devemos defender a atuação
dos partidos de esquerda, dos sindicatos e movimentos sociais.
Nossas candidaturas devem se somar ao esforço para que nossos gover-
nos cumpram o programa e implementem políticas em defesa dos interesses e
necessidades do povo, inclusive em temas como o pagamento dos pisos.
No caso específico do governo Lula, nossas candidaturas devem colocar
em debate a necessidade de uma política econômica de industrialização de
novo tipo, alicerçada na ampliação dos investimentos públicos, a serem via-
bilizados através de uma reforma tributária que penalize os ricos, ao mesmo
tempo que isente os pobres e reduza a carga tributária sobre os chamados
setores médios.
Nossas candidaturas devem contribuir para a retomada da mobilização
social, dando especial atenção neste momento para temas como a revogação
da chamada reforma do ensino médio, a luta pelo cumprimento do piso (en-
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A política no comando
O PT foi fundado em 1980. Temos 43 anos. Em 1980 o povo brasileiro não
elegia pelo voto direto seu presidente da República. Este direito básico só foi
conquistado em 1989. Outra conquista em 1989 foi a ampliação do número
de pessoas habilitadas a votar. Desde 1989, a maior parte do povo brasileiro
tem direito a votar nas eleições. Não era assim antes. Pois bem: desde 1989
até hoje aconteceram 9 eleições presidenciais. O PT venceu cinco e ficou em
segundo lugar nas outras quatro eleições presidenciais.
Isso dá uma ideia da importância do PT na política brasileira e do apoio
eleitoral que temos no povo.
Entretanto, toda essa nossa força eleitoral não foi capaz de impedir o gol-
pe de 2016. E em 2022, nós ganhamos a eleição presidencial, com 60 milhões
de votos, mas nosso inimigo teve 58 milhões de votos. Além disso, as forças de
direita ganharam grande número de eleições estaduais e são majoritárias no
Congresso nacional.
Portanto, temos pela frente imensos desafios, se quisermos atingir nossos
grandes objetivos: ampliar o bem-estar social do povo, ampliar as liberdades
democráticas, impulsionar o desenvolvimento de novo tipo, garantir a sobe-
rania nacional, participar da integração regional, contribuir para a constru-
ção de uma nova ordem mundial, tudo isto tendo como objetivo histórico e
estratégico o socialismo.
Para dar conta desses objetivos de médio e longo prazo, precisamos nes-
te momento concentrar nossas energias em: 1/derrotar a extrema-direita; 2/
superar a influência do neoliberalismo; 3/disseminar, no povo brasileiro, uma
cultura democrática e popular; 4/ampliar a força das esquerdas nas institui-
ções de Estado, a começar pelas prefeituras que estaremos disputando em
2024 e pela reeleição de nosso projeto em 2026; 5/estimular a auto-organi-
zação da classe trabalhadora, em seus movimentos, sindicatos e partidos, a
começar pelo próprio PT.
Estas cinco tarefas estão intimamente ligadas ao sucesso do governo Lula,
sucesso que não se limita a “união e reconstrução”, mas que precisa se am-
pliar no sentido da reconstrução e transformação. Se o governo Lula tiver
sucesso neste trabalho de reconstrução e transformação, teremos sucesso na-
quelas cinco tarefas. E para o governo Lula ter sucesso no trabalho de recons-
trução e transformação, precisamos que o Partido e a esquerda partidária e
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Diretrizes estratégicas
A construção do socialismo supõe que a classe trabalhadora tenha poder
para reorganizar a sociedade. O tema do poder, no que consiste, como cons-
truí-lo, como conquistá-lo, é a questão chave em toda reflexão política.
Durante o século XIX, os socialistas enxergavam o tema do poder atra-
vés do prisma oferecido pela revolução francesa: 1789, 1848, 1871 eram os
paradigmas clássicos ao redor dos quais girava o imaginário de anarquistas,
sindicalistas revolucionários, socialistas, social-democratas, narodniks, co-
munistas etc.
As revoluções russas de 1905, fevereiro de 1917 e outubro de 1917 oferece-
ram um novo paradigma, ao redor do qual passou a girar, durante décadas, a
reflexão política, tática e estratégica de diferentes setores da esquerda mundial.
Os paradigmas “francês” e “russo” tinham semelhanças: o protagonismo
da plebe urbana, o papel contraditório das massas camponesas, a insurreição
seguida de guerra civil e contra inimigos externos, o caráter “permanente” da
revolução, o fantasma do “Termidor”.
O isolamento da Rússia soviética e a derrota das tentativas revolucioná-
rias na Alemanha, na Hungria e na Itália, entre outras, resultarão – nos anos
1920 e 1930 – numa reflexão acerca da estratégia a adotar, seja nos países
capitalistas desenvolvidos, seja nos países da chamada periferia colonizada
ou formalmente independente.
Tal reflexão correu simultânea a outros debates, acerca da construção
do socialismo na URSS, acerca de qual devia ser a política internacional de
um Estado socialista, acerca da evolução do capitalismo e do imperialismo
pós-Primeira Guerra Mundial, acerca de como se posicionar frente a, na épo-
ca, ascensão do nazifascismo e a cada vez mais provável (segunda) guerra
mundial.
Os escritos de Antonio Gramsci datam deste período, embora sua grande
influência (em variadas versões e contraditórias releituras) vá se estabelecer
após a Segunda Guerra, em uma situação mundial distinta daquela que serviu
de base para as reflexões do comunista italiano.
De toda forma, até o final da Segunda Guerra, quando se debatia os temas
do poder, predominava em grande parte da esquerda o paradigma da revo-
lução russa: o papel de vanguarda da direção partidária, o protagonismo das
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zonte estratégico. Para gente assim, não cabia mais diferenciar “luta pelo go-
verno” e “luta pelo poder”; para eles, ganhar uma eleição seria igual a ganhar
o poder. Na prática, a confusão entre governo e poder contribuía para nem
ao menos se pensar em tocar nos demais instrumentos de poder controlados
pela classe dominante. Não admira que muitos dos que confundiam governo
e poder, também acreditavam que golpes seriam coisa do passado: imagina-
vam que se não mexêssemos com os poderes fáticos, a classe dominante não
se sentiria pressionada e, portanto, faria “as pazes com a democracia”. Esta
crença equivocada acerca dos supostos compromissos democráticos da classe
dominante latino-americana e caribenha foi abalada por tudo o que ocorreu
depois de 2008; mas ainda assim, uma parte da esquerda regional saiu do
recente ciclo de golpes ainda mais recuada do que antes.
O revisitar da experiência da UP tampouco fazia sentido para quem acre-
ditava e/ou acredita que os governos progressistas e de esquerda eram e/ou
são, na verdade, uma aclimatação da experiência socialdemocrata europeia
ou uma “customização” da experiência populista latino-americana e caribe-
nha. Para quem pensava ou pensa desta maneira, os governos progressistas e
de esquerda não passam de experiências mais ou menos funcionais ao esque-
ma de dominação imperialista e capitalista, governos mais ou menos refor-
mistas que logo seriam ultrapassados pelos acontecimentos, após o que a luta
de classe voltaria a condições que exigiriam – da parte da esquerda – a adoção
de algum dos paradigmas revolucionários clássicos.
Esta crença equivocada acerca da tolerância da classe dominante frente a
governos social-liberais ou social-democratas foi, também, abalada por tudo
o que ocorreu depois de 2008; mesmo assim, há setores da ultra-esquerda que
não aprenderam nada com a história recente e, hoje, organizam sua política
em torno do combate aos governos progressistas e de esquerda.
Portanto, seja para o esquerdismo, seja para a esquerda “melhorista”, a
experiência da Unidade Popular chilena não era e segue não sendo vista como
tendo muito o que nos ensinar, do ângulo estratégico, salvo do ponto de vista
negativo.
Aliás, é curioso constatar essas e outras semelhanças entre melhoristas e
esquerdistas. Ambos foram surpreendidos pelo golpismo, uns porque acha-
vam que a classe dominante não faria golpe contra governos que suposta-
mente faziam o que a classe dominante desejava; outros porque achavam que
a classe dominante não golpearia quem havia renunciado a fazer mudanças
estruturais radicais e imediatas.
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A estratégia do PT
Na segunda metade dos anos 1980, o Partido dos Trabalhadores elaborou
e tentou implementar uma estratégia política que fazia referência explícita à
experiência chilena de 1970-1973. Entre 1990 e 2002, a experiência da Unida-
de Popular perdeu influência nas formulações petistas, mas seguiu presen-
te. Entre 2003 e 2016, os governos petistas enfrentaram várias situações que
teriam sido melhor equacionadas, se algumas lições do Chile tivessem sido
levadas em consideração.
Em 2016, um golpe de Estado derrubou o governo brasileiro, então enca-
beçado pela presidenta Dilma Rousseff, do PT. Veio então um governo golpis-
ta, sob o qual foram realizadas as eleições presidenciais de 2018, nas quais se
impediu a participação do então ex-presidente Lula. Lula assistiu da cadeia a
vitória e a posse de um cavernícola. Mas, pouco tempo depois, Lula foi liberta-
do, reconquistou o direito de disputar as eleições e venceu – por dois milhões
de votos de diferença – as eleições presidenciais de 2022.
O atual governo Lula (2023-2026) experimenta dilemas estratégicos se-
melhantes aos presentes em seus dois primeiros governos (2003-2006, 2007-
2010), mas hoje as condições são piores do que no passado. Algo parecido
ocorre com os demais governos encabeçados por partidos nacional-popula-
res, de esquerda e progressistas na América Latina e Caribe.
Guardadas as devidas proporções, a mudança de cenário e, em particular,
a mudança de ânimo de alguns dos protagonistas às vezes faz lembrar o que
ocorreu quando o Partido Socialista voltou à presidência do Chile, com Ricar-
do Lagos (2000-2006): o mundo era outro, o Chile era outro, o Partido Socialis-
ta era outro, os problemas eram maiores e menores os meios para resolvê-los.
Mas, acima de tudo, era diferente a estratégia predominante na esquerda chi-
lena. E diferente num sentido muito profundo: em 2000, para amplos setores
da esquerda chilena, o “horizonte”, o objetivo final deixara de ser o socialismo
e passara a ser, não a socialdemocracia europeia ou o desenvolvimentismo
latino-americano dos anos 1950-1970, mas sim o social-liberalismo, ou seja, a
tentativa de fazer coexistir certos compromissos democráticos e sociais, com
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O papel do PT e da AE
Levando em conta o conjunto da situação, cabe concluir que, assim como
nossa poesia deve ser extraída do futuro, a estratégia da esquerda brasi-
leira também está por ser construída. E, se quisermos construir vitórias no
tempo de nossas vidas, esta construção passa por nosso Partido, pelo Partido
dos Trabalhadores.
A maioria da classe trabalhadora com consciência de classe, especialmen-
te mulheres, jovens, negros e negras, se identifica com o PT. Desde os anos
1980 até hoje, as vitórias da classe trabalhadora brasileira dependeram, em
grande medida, das opções feitas pelo PT. Assim como pesa sobre nós parte
importante da responsabilidade pelas derrotas.
Hoje, nosso Partido – ao mesmo tempo que tem imensos méritos – vem
apresentando imensas debilidades. A principal destas debilidades não é or-
ganizativa, nem de comunicação; a principal debilidade é política: nosso Par-
tido até agora não construiu uma linha política e uma maneira de funcionar
adequadas aos tempos de guerra em que vivemos. E isto acontece em grande
medida porque não se pode construir uma linha adequada do ponto de
vista estratégico, quando se abre mão do principal objetivo estratégico,
o socialismo. Embora a palavra socialismo continue constando das resolu-
ções, para amplos setores do Partido isso é apenas uma menção ritual, pois
estes setores abriram mão de discutir como articular a tática com a estratégia,
como articular a luta imediata com a luta pelo socialismo.
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Sobre o PT e a AE
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cracia”. Para além disso, segue vigente um problema que já apontamos desde
1995: desde aquela época até hoje, uma única tendência controla a tesouraria
nacional do Partido. As vezes com mais democracia, as vezes com menos; as
vezes com mais transparência, as vezes com menos. Mas nunca se estabele-
ceu uma gestão coletiva das finanças. Reiteramos que isso é outro gravíssimo
erro, inclusive por amesquinhar o debate interno. Por último, mas não menos
importante, há tempos viemos criticando a postura – por parte do grupo atu-
almente majoritário no Diretório Nacional do PT – de agir como um “partido
dentro do Partido”. Esta postura é danosa por sim mesma; mas agora, como
este grupo está profundamente dividido, o resultado prático é o péssimo fun-
cionamento das instâncias e uma série de conflitos que poderiam ser melhor
resolvidos se tratados partidariamente, coletivamente, nas instâncias. E não
como parte de uma luta interna dentro da luta interna.
#
A direção nacional da tendência, eleita no 8º Congresso, vai dirigir a ten-
dência até 2025. Neste período, deve dar conta de pelo menos quatro grandes
tarefas: a retificação da tendência, a disputa pelos rumos do governo Lula, as
eleições de 2024 e o PED de 2025.
Em relação a primeira tarefa: no segundo semestre de 2023, a direção
deve acompanhar todos os congressos estaduais da tendência, contribuindo
na elaboração das diretrizes políticas e do plano de trabalho. E no caso dos
estados onde ainda não existimos organizadamente (caso por exemplo de RR,
AC, RO, GO, SC) e no caso dos estados onde temos grandes debilidades polí-
tico-organizativas (caso por exemplo de PR, MT, MG, BA, PB, PI), a direção
nacional deve propor um plano de trabalho conjunto para organização da
tendência. Em todos os casos, a questão central que vai ser apresentada à
militância é: o que fazer para reforçar e ampliar nossa presença nos locais
de trabalho, moradia, estudo, cultura e lazer, especialmente nos movimentos
sociais e no movimento sindical.
Em relação a segunda tarefa: devemos fortalecer o coletivo responsável
pelo acompanhamento das ações de governo e parlamentares, de forma a ela-
borar um diagnóstico contínuo da situação e das perspectivas, contribuindo
para elaborar políticas nos espaços onde temos militantes atuando (no go-
verno, no parlamento ou relacionando-se com eles); e também contribuindo
para elaborar diretrizes para aquelas questões que a resolução política do 8º
Congresso aponta como centrais.
Em relação a terceira tarefa: ainda este ano, devemos elaborar um mapa
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A Saúde como política pública
estratégica e de Estado
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te, que ao ser implementado fere e busca superar interesses de quem defende
e atua para que a Saúde seja mercadoria.
Na década de 1990, a onda neoliberal dificultou, distorceu, mas não impe-
diu o processo de inclusão social estimulado pelo SUS, que adquiriu capilari-
dade em todo território nacional.
Desde então até hoje, é evidente o impacto positivo nos indicadores de
saúde, tais como: redução da mortalidade infantil, da mortalidade materna,
da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, bem como o aumento
da esperança de vida ao nascer da população.
Esses avanços convivem, entretanto, com uma precária estabilização do
financiamento do SUS, sabidamente insuficiente para sistemas universais
como o nosso e bem menor que o desejável. Além disso, parte importante
do financiamento do sistema é desviado em direção ao setor privado, bem
como a um insustentável modelo de atenção que prioriza a atenção especiali-
zada e de alto custo em detrimento da atenção básica e das ações de preven-
ção das doenças e promoção da saúde. Além de existir evidente desequilíbrio
entre as instâncias federal e estadual frente a sobrecarga dos municípios.
Também não foram consolidados e integrados sistemas transparentes que
possibilitassem um gerenciamento adequado, marcado pela disseminação ge-
neralizada da entrega e terceirização da gestão dos serviços à iniciativa pri-
vada; nem conseguimos por fim aos desmandos e à lucratividade desenfreada
dos planos e seguros saúde, que impactam nos gastos de trabalhadores com
bens e serviços privados de saúde, especialmente de idosos.
Na pandemia, em que prevaleceu no nível federal o obscurantismo mili-
tarizado e grotesco, violento e agressivo, configurado no genocídio e no ne-
gacionismo da necropolítica, o SUS salvoumilhões de vidas. Na contramão do
discurso imposto pelos neoliberais, que tanto influencia a cultura política do
nosso povo, grande parte da população pode enxergar no SUS uma estrutura
estatal de confiança; inclusive os monopólios de mídia foram obrigados a re-
tratar o sistema como uma solução, ainda que isto tenha sido facilitado pelo
fato de que o elogio dizia respeito a vacinação e ao combate a uma pandemia.
Governo Lula
No contexto do governo de coalizão encabeçado por Lula, o Ministério
da Saúde (MS) nestes primeiros meses, com Nísia Trindade e equipe, vem
acertando em suas prioridades, embora haja um longo caminho para reverter
as muitas perdas dos últimos anos.
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deste ano, após vários adiamentos ocasionados pela falta de vontade política
de que ocorresse durante o governo anterior.
Mas a Saúde, nessa quadra histórica, na correlação de forças sociais em
disputa, acumula desafios muito espinhosos, que envolvem iniciativas que
transcendem a ação do MS, a começar por se manter a esquerda no comando
do Ministério, alvo central dos embates do governo Lula com o “Centrão” de
Arthur Lira, que reiteradamente chantageia o governo para se impor como
real governante do país. Foi um alívio de toda a militância do SUS quando, du-
rante sua fala na Conferência, Lula reafirmou que Nísia Trindade se man-
tém como ministra.
Para além desses gravíssimos enfrentamentos, estão colocados desafios
relevantes para nossas lutas em defesa do SUS 100% público, integral, equâ-
nime e democrático que dizem respeito ao desfinanciamento do SUS nos mar-
cos da implementação do novo marco fiscal, à avassaladora privatização da
gestão dos serviços e das ações assistências através da contratação maciça de
serviços privados de forma substitutiva aos serviços públicos estatais,desre-
gulamentação dos planos e seguros privados e insatisfatória ação gestora do
Estado brasileiro combinada com a precarização da força de trabalho da saú-
de e as ameaças renitentes ao cuidado em liberdade e antimanicomial para
viabilizar a reforma psiquiátrica no Brasil.
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Junto a isso, a versão enviada pelo Senado para a Câmara manteve o piso
da Enfermagem dentro dos limites colocados do NMF, o que não vai ser alte-
rado na Câmara, como todes sabemos. Tudo indicando que a execução finan-
ceira do piso bancada pelo governo federal certamente será bem complicada
em 2024 e seguintes.
Supondo que a Câmara aprove o texto tal como está (ou o piore) na vol-
ta do Senado, não haverá como negar que passamos a ter dois problemas:
uma política monetária e uma política fiscal que não contribuem para o de-
senvolvimento, agora agravada pela ameaça real de desconstitucionalização
do piso da Saúde. O que nos obrigará a travar uma batalha imensa por uma
reforma tributária progressiva, que faça os ricos pagarem a conta.
Neste sentido, ratificamos a Resolução nº 715(20/07/2023), que contém as
orientações estratégicas para o Plano Plurianual e o Plano Nacional de Saú-
deprovenientes da 17ª Conferência Nacional de Saúde(17ª CNS), resultan-
te das formulações das 27 Conferências Estaduais e do Distrito Federal e das
99 Conferências Livres Nacionais, após intensa discussão na dinâmica da Con-
ferência, cujasprioridades para as ações e serviços públicos de saúde aprova-
das pelo Conselho Nacional de Saúde,estabelecem a garantia do financiamen-
to estável, adequado, suficiente e permanente da saúde.
Para que seja superada “a lógica ultraneoliberal derrotada nas eleições de
2022, que legou freios, tanto à política macroeconômica, quanto aos instru-
mentos de Estado que induzem o desenvolvimento e a garantia de direitos, o
Direito àSaúde, principal dever do Estado inscrito na Constituição, deve ser
um dos principaisinstrumentos para garantir a retomada do papel e fortaleci-
mento do Estado.” (Resolução 715, p. 4).
Nessa medida, a referida Resolução define que “a revogação das regras
fiscais constitucionais e legaisque restringem o financiamento das políti-
cas sociais foi reiterada, especialmente as que estabelecem tetos de despe-
sas para o desenvolvimento de ações eserviços de saúde, na perspectiva de
que saúde não é gasto, mas sim investimento. Não há economia sem vida, e
não há vida sem garantia de saúde para toda a população como um direito
humano.” (idem).
“Nessa perspectiva, é preciso uma reforma tributária justa, social e saudá-
vel, que desonere a produção e o consumo, ampliando a taxação sobre renda,
patrimônio e riqueza de modo que respeite a capacidade contributiva basea-
da em tributar mais quem tiver mais patrimônio, renda, riqueza eampliando
a taxação de produtos nocivos à saúde. Isso será mais um fator decisivo para
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pelo controle social em todos os níveis para a garantia dos direitos, da vida e
da democracia.” (idem, p. 6)
• “Implementar o SUS através de serviços e servidores públicos, superan-
do todas as formas de privatização na saúde (OS, OSCIP, PP, FEDP,EBSERH),
com instituição de cronograma de ações para esse fim.” (idem, p. 8)
• “Valorizar e intensificar ações em defesa do SUS, do exercício pleno da
democracia, da vida, da diversidade de realidades e da livre determinaçãodas
pessoas usuárias, através da mobilização social, combatendo qualquer inicia-
tiva de privatização, terceirização e monetarização das ações e serviçospúbli-
cos de saúde.” (idem, p. 8)
• “Desenvolver a capacitação profissional e expansão das unidades pú-
blicas de saúde da administração direta com o fortalecimento das pactua-
ções regionais assegurando o financiamento do SUS de forma a alcançar
sua sustentabilidade e fortalecer os processos de transparência no uso dos
recursospúblicos.” (idem, p. 9)
• “Reorganizar o SUS com planejamento intersetorial e ações transparen-
tes, mapeando e qualificando a força de trabalho, promovendo aredução de
déficits profissionais, ampliando o acesso aos serviços de saúde com quali-
dade e com critérios técnicos, com financiamento adequado nas trêsesferas
de governo, promovendo acesso à assistência para todas as pessoas, com a
capacidade de absorção em todos os níveis de atenção.” (idem, p. 9)
• “Criar a Carreira Única Interfederativa, com financiamento triparti-
te, piso salarial nacional para todas as categorias profissionais, com contra-
tação exclusiva por concurso público, combate à terceirização, valorização
das pessoas trabalhadoras da saúde e priorização das que trabalham no ter-
ritório, ampliação das políticas de educação permanente, atendendo as re-
ais necessidades da população brasileira.” (idem, pp. 12-13)
• “Fomentar o trabalho decente e a desprecarização de vínculos trabalhis-
tas para profissionais do SUS, incluindo profissionais dos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEI’s), por meio do fortalecimento e integração ensi-
no-serviço-comunidade e o controle social no SUS, dialogando com a Política
Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) de acordo com
a Portaria GM/MS nº1.823/2012.” (idem, p. 13)
• “Garantir o financiamento adequado, transparente e suficiente para o
desenvolvimento democrático, bem como a sustentabilidade orçamentária
do SUS, respeitando as diferenças regionais, o planejamento, o perfil epide-
miológico, o demográfico e o socioeconômico, a partir do fortalecimento daA-
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Desafios da educação no terceiro
governo Lula
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A frente de batalha da comunicação
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mídia comercial.
Há que desenvolver uma política de comunicação capaz de estimular e
disseminar o debate, unificar a ação, promover a troca de informações entre
as instâncias partidárias e dar as diretrizes gerais para a disputa de projetos
na sociedade.
Para que o PT seja realmente um partido democrático e militante, é preci-
so criar um jornal nacional semanal voltado para a militância petista e para a
militância da esquerda política e social. Além disso, é necessário potencializar
ao máximo o Portal do PT na internet e criar o canal de TV do PT.
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Balanço da direção
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tou a rotina das jornadas anuais de formação (embora a atual direção tenha
realizado, houve uma interrupção no período mais recente).
Vale ressaltar que não há nenhum militante da AE profissionalizado para
cuidar das tarefas da tendência em âmbito nacional. Ou seja: todos os traba-
lhos citados anteriormente – das tarefas práticas até as tarefas políticas - são
feitos de forma militante, por dirigentes que têm outras tarefas políticas e
profissionais e que, em alguns casos, estavam ou estão sem trabalho e remu-
neração regular.
Por fim, além daquilo que já consta no projeto de resolução, sugerimos
ao congresso:
1/aprovar uma resolução sobre a Federação, resgatando a crítica que fize-
mos, confirmada amplamente pelos fatos;
2/aprovar uma resolução sobre tática nas eleições 2024;
3/aprovar o regimento dos congressos estaduais e municipais da AE, que
devem realizar-se na segunda metade de 2023.
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