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Eleições no Rio: unidade das esquerdas

contra o Fascismo
Na História do PT carioca, o partido lançou candidaturas próprias em quase
todas as eleições. Na maioria dos processos, costurou alianças com outros
partidos. O PT, desde os anos 90, não é refratário a uma política de alianças de
maior amplitude - não só no Rio, mas em todo o Brasil.

Esse dado de ter a primazia na indicação do nome majoritário ocorria por razões
objetivas: ser o maior e mais consolidado partido de esquerda, com mais votos
na sociedade e candidaturas mais competitivas. O que tem de novo nesse 2020?

O aspecto mais importante é o giro do eleitorado à direita no país no último


período, em particular no Rio. A junção Bolsonaro, Witzel e Crivella é o que
tem de mais reacionário na história de nossa República. Uma soma de perda de
direitos dos trabalhadores aliado ao desprezo aos mais pobres e seu extermínio.
É o fascismo tentando triunfar frente a democracia que ainda tentava se
consolidar no país. Junto a esses Executivos, um Judiciário feroz contra as
aspirações populares e seus líderes, aliado ao atraso e reacionarismo. Essa
conjuntura impõe uma política de frente única, de unidade dos partidos de
esquerda e das forças populares em prol da sobrevivência do nosso povo. Nesta
situação, é necessário, além de unidade, demonstração de força com vitórias!

Derrotar a reeleição de Crivella será um grande avanço. Sinalizará que a


esquerda está viva e poderá, nessa onda neoliberal, demonstrar que uma
administração democrática, participativa, inclusiva, com valorização dos
servidores e políticas públicas voltadas à maioria do povo, é possível e muito
superior à mediocridade do desmonte das políticas públicas hoje em curso. Urge
uma esquerda unida com um programa radical de recuperação da cidade e da
autoestima do carioca. Mais ainda, animará um ambiente de enfrentamentos
para derrotar Bolsonaro e Witzel lá na frente.

Existem companheiros e companheiras que defendem o lançamento de um


nome do PT. Alertamos para o grande perigo dessa política nesse processo. O
quadro eleitoral será de grande disputa. O prefeito vem com a força da máquina
municipal e perversa manipulação das estruturas de instituições religiosas. É
possível outra candidatura apoiada pelo governador tentando atrair os votos
“bolsonaristas”, além de Eduardo Paes, que tem peso na classe média e boa
entrada no subúrbio e zona oeste da cidade.

Assim, teremos um processo eleitoral muito difícil pela frente. Freixo tem que
estar no segundo turno e não será fácil; pode ficar de fora por uma fração de
votos. A unidade da esquerda não é uma garantia de vitória, mas sua divisão
aumenta dramaticamente o risco de derrota.

Defendemos uma chapa que aglutine, desde o primeiro turno, o conjunto das
forças comprometidas com a oposição aos governos Bolsonaro, Witzel e
Crivella. Uma aliança que amplie sua capacidade de diálogo com a sociedade,
reunindo, além do PT e do PSOL, outras forças políticas, como o PCdoB, o
PSB, o PDT, o PCB, o PV, a Rede e a UP, em um grande bloco democrático em
defesa da nossa cidade.

Posto isso, a necessária a unidade já no primeiro turno só será possível com o


nome do Freixo na cabeça de chapa. É o nome mais competitivo e o PSOL hoje
tem maior densidade eleitoral na cidade.

Além disso, o eleitorado de esquerda e progressista, muito maior que a


militância orgânica do partido, não entenderá uma posição que rejeite o apoio à
candidatura mais competitiva. Não tenhamos dúvida, uma candidatura do PT
aponta para o isolamento - e o custo será o achatamento de nossa votação nos
candidatos proporcionais, além de maior desgaste junto aos setores progressistas
da sociedade.

O PT tem como contribuir com a chapa majoritária indicando quadros


consensuados internamente, mas julgamos que essa questão deve ser tratada no
fórum dos Partidos que comporão a Frente. Em nossa avaliação, o melhor nome
para compor essa frente e cumprir a importante tarefa na ampliação da votação
da chapa majoritária é da nossa companheira Benedita da Silva.
Por fim, a questão da eleição dos proporcionais do PT. Ter candidatura própria
não é garantia de boas bancadas, temos vários exemplos disso. Por outro lado,
candidaturas que não polarizam o pleito trazem como resultado bancadas
minúsculas. Se a candidatura do Freixo não é uma garantia de vitória, é certo
que protagoniza a disputa e terá uma expressiva votação. A bancada do PT será
favorecida por esse efeito, ao contrário de uma candidatura própria inexpressiva.
Caberá ao partido lançar uma nominata completa com foco, tática e
planejamento para aumentar sua representação na Câmara de Vereadores.

Assinam:

Reimont - Vereador
Jorge Bittar
Gilberto Palmares
Alípio Carmo - Núcleo Lao-Tsen
Artur Obino - Núcleo Resistência
Daniel Samam - Executiva municipal
Henio Costadella
Jefferson Pimentel - Núcleo Lao-Tsen
João Pedro Timóteo - Núcleo largo do Machado
Josemilton - Movimento sindical
Luisa Barreto - Diretório Municipal-Rio
Luiz Gonzaga - Núcleo Resistência
Nelma Tavares - Executiva municipal
Ney Barra - Diretório Municipal-Rio
Regina Toscano - Núcleo Resistência
Rodrigo Silveira - Diretório Estadual
Rosa Leal - Executiva estadual
Rui Roosevelt - Núcleo Resistência
Sergio Rosa - Núcleo Resistência

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