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Maputo
2023
II
Maputo
2023
III
Índice
Agradecimentos ........................................................................................................................ IX
Resumo ...................................................................................................................................... X
Abstract .....................................................................................................................................XI
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12
Justificativa ........................................................................................................................... 14
Geral ................................................................................................................................. 16
Específicos ........................................................................................................................ 16
3.4. Testes de diferenças entre o QPE, suas dimensões e a variável sexo ............................ 36
3.5. Teste de diferenças entre o QPE, suas dimensões e variável repetência ....................... 37
3.6. Estatísticas descritivas para grupos de idade em função do QPE, suas dimensões e
teste de diferenças ................................................................................................................. 38
3.7. Estatísticas descritivas para variável tempo dedicado ao estudo em função do QPE,
suas dimensões e testes de diferenças................................................................................... 39
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 44
SUGESTÕES ........................................................................................................................... 46
Tabela IX: Estatísticas descritivas para variável tempo dedicado ao estudo em função do QPE
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que esta monografia científica com o título Estratégias de Mitigação da
Procrastinação Académica em Alunos do Ensino Secundário é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações dos meus supervisores. O seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
____________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em primeiro lugar a minha mãe Florentina Uachane Nhavoto, o segundo
motor da vida depois do meu coração, dedico de igual modo ao meu pai Carlos Queifaz pelo
investimento feito nos meus estudos, aos meus irmãos Hermínios Carlos Queifaz e ao Hélder
Florentina Queifaz também dedico este trabalho em diversos momentos tiveram que sacrificar
muitas coisas em prol da minha formação acadêmica e para a concretização deste objectivo.
IX
Agradecimentos
Primeiro agradeço a Deus por me conceder vida, determinação e energia para o alcance dos
meus objectivos na vida.
Agradeço imensamente aos meus supervisores Ângelo Artur Ferreira e Mauricio Vasco
Nhachengo, sem as instruções, incentivações e ensinamentos dos mesmos não seriam possível
construir os pensamentos presentes nesta pesquisa.
Estendo os meus agradecimentos aos meus pais e irmãos que dia e noite acompanhavam a
minha trajetória acadêmica e pessoal.
Agradeço aos membros do primeiro grupo que dia e noite juntávamos esforços para realização
de vários trabalhos, falo da; Cristina Impula, Eduarda Caetano, Gisela de Lurdes, Gracinda
Chau e Lucieta Matola. Agradeço também a alguns colegas da turma que juntos trocamos
risadas e conhecimentos falo da Nelma Jacinto, Agnes Antonio, Rossina Macatamela, Teresa
Filipe e a toda turma que pacientemente ouvia as minhas contribuições na sala de aula.
Em último endereçar meus agradecimentos aos meus irmãos que fiz na faculdade e juntos
desenvolvemos um projecto que veio a merecer certificado de mérito no âmbito das jornadas
cientificas edição 2022, esses irmãos da MAPIMO e do JPUEME. Nesses irmãos
biopsicossociais e que juntamente de mim são extremamentes apaixonados pela ciência
psicológica falo dos mazzas Armando Silvestre, Júlio Sitoe e do Idálecio Lázaro.
X
Resumo
A presente monografia científica tem por objectivo conhecer as estratégias de mitigação da
procrastinação académica em alunos do ensino secundário. Para o alcance deste objectivo recorreu-se
a uma abordagem quantitativa e nela participaram duas turmas (121 alunos) da 11ª classe da escola
secundária do Nkobe. Os instrumentos usados para a coleta de dados foram dois questionários, um
para a coleta dos dados sociodemográficos (sexo, idade, tempo dedicado ao estudo e repetência) e
outro designado questionário de procrastinação no estudo contendo 10 itens fechados. Na parte teórica
realizou-se uma revisão bibliográfica com a intenção de buscar a manifestação, as causas, as
consequências e estratégias de intervenção para a procrastinação acadêmica. Os resultados da pesquisa
apontam que a manifestação da procrastinação acadêmica é homogênea entre as variáveis (idade, sexo
e repetência) na escola secundária do Nkobe e quanto maior for a procrastinação acadêmica menor
será o tempo dedicado ao estudo pelos alunos. A revisão bibliográfica indicou que há uma relação
negativa entre a procrastinação acadêmica, a autorregulação e autoeficácia na aprendizagem. Com
estes dados pode-se concluir que aumentar o tempo dedicado ao estudo em casa, treinar os alunos em
estratégias de autorregulação e de autoeficácia são estratégias para mitigação da procrastinação
acadêmica sobretudo nas idades mais tenras, de maneira a evitar comportamentos procrastinatórios
dos alunos ao longo da sua educação e desenvolvimento.
Abstract
The present scientific monograph aims to know the strategies for mitigating academic procrastination
in secondary school students. In order to achieve this objective, a quantitative approach was used,
involving two classes (121 students) from the 11th grade of Nkobe Secondary School. The
instruments used for data collection were two questionnaires, one for the collection of
sociodemographic data (sex, age, time devoted to study and grade repetition) and another designated
study procrastination questionnaire containing 10 closed items. In the theoretical part, a bibliographic
review was carried out with the intention of seeking the manifestation, causes, consequences and
intervention strategies for academic procrastination. The results of the research indicate that the
manifestation of academic procrastination is homogeneous between the variables (age, sex and grade
repetition) in the secondary school of Nkobe and the greater the academic procrastination, the less
time dedicated to studying by the students. The literature review indicated that there is a negative
relationship between academic procrastination, self-regulation and self-efficacy in learning. With
these data, it can be concluded that increasing the time dedicated to studying at home, training students
in self-regulation and self-efficacy strategies are strategies for mitigating academic procrastination,
especially at younger ages, in order to avoid procrastinating behavior by students throughout of their
education and development.
INTRODUÇÃO
A presente monografia científica intitulada Estratégias de Mitigação da Procrastinação
Académica em Alunos do Ensino Secundário.
A educação geral é o eixo central do SNE (sistema nacional da educação) que confere a
formação integral base para o ingresso em cada nível subsequente dos diferentes subsistemas
de educação em Moçambique. O Subsistema educação geral compreende (o ensino primário e
o ensino secundário) e tem como um dos objectivos garantir a formação integral ao cidadão
para que adquira e desenvolva conhecimentos e capacidades intelectuais, físicas e uma
educação estética e ética (SNE, 2018).
A educação ela se realiza de forma contínua duma geração para a outra, e a velha geração
deve ser capaz de receber e apoiar a nova geração no seu percurso escolar. Neste percurso
escolar os alunos estão sujeitos a passar por vários problemas de aprendizagem, em caso
particular a procrastinação académica.
De acordo com Santos e Nunes (2006, as cited in Alves, 2014, p.14), referem que a origem
dos problemas de comportamentos pode estar em diversos fatores: uns ligados ao professor,
principalmente na sala de aula; outros centrados nas famílias; outros relacionados com os
alunos; outros originados no processo pedagógico escolar e outros ainda alheios ao contexto
escolar.
A procrastinação académica esta relacionado directamente com o aluno, visto que é o aluno
que mesmo consciente das consequências de não início ou término das actividades escolares
deixa-as para depois.
Conforme estudos realizados por Ferrari, Johnson e Mccow (1995 as cited in Costa 2007, p.2)
a procrastinação é um problema bastante frequente. E conforme Schouwemburg (2004, as
cited in Costa 2007, p.2) cerca de 20% das pessoas adultas relatam comportamentos
procrastinatórios em tarefas rotineiras como pagar contas, pagar impostos, marcar exames
médicos. Quase todos os estudantes procrastinam e que este comportamento pode até certo
ponto ser considerado normal (Schouwemburg, 2004, as cited in Costa 2007, p.8).
13
Poucos estudos foram realizados para examinar procrastinação acadêmica durante a segunda
infância, grande parte dos estudos foram realizados em estudantes do ensino médio e do
ensino superior. Essa falta de estudos provavelmente se deve à crença de que, durante a
segunda infância, a carga acadêmica e o estresse não é alto o suficiente para exibir um
comportamento de atraso. Ao contrário dessa crença, as crianças na infância, especialmente
durante o período de transição para o ensino médio, experimentam uma quantidade massiva
de tarefas acadêmicas, tanto quanto a dos alunos do ensino médio. De fato, a procrastinação
acadêmica é prevalente na segunda infância (Ahn & Kim, 2020 as cited in Lee & Shin, 2021).
Problema de Pesquisa
A questão do interrompimento, da realização tardia e da não realização de actividades ou
tarefas que exigem ao sujeito atribuir um pouco do seu tempo pode acontecer com qualquer
um e em qualquer área da vida, não ficando de fora o contexto escolar. Os alunos são
atribuídos tarefas na escola e mesmo sabendo que devem atribuir um pouco do seu tempo
diário para realizar a mesma actividade acabam por não realizar ou por não concluir a mesma,
esse comportamento tem a designação de procrastinação. Grande parte dos estudos ressaltam
que a procrastinação acadêmica influi negativamente no processo de aprendizagem e no
desempenho acadêmico do estudante (Ackerman & Gross, 2005 as cited in Bariani &
Sampaio, 2011).
O estudo desenvolvido por Klassen, Krawchuk e Rajani (2008 as cited in Bariani & Sampaio,
2011), os resultados apontaram, ainda, que estudantes com altos índices de procrastinação
perceberam que essa tem impacto negativo na qualidade de trabalhos, diminui as chances de
atingirem objetivos acadêmicos e favorece um desempenho acadêmico global menor que o
esperado.
Um outro estudo de Balkis (2013 as cited in D. Ferreira 2021, p.3), indicou que a
procrastinação no ambiente acadêmico pode levar o estudante a sentir desconforto, culpa,
raiva, e desenvolver problemas como ansiedade, depressão, entre outros. O autor salienta que
provavelmente a trajetória do estudante procrastinador invés de ser uma experiência
14
Tal como os pesquisadores Jang e Lee (2013 as cited in Lee & Shin, 2021, p.478) que,
ressaltam que o comportamento de retardar, evidenciado entre os alunos da quinta e sexta
séries do ensino fundamental, pode se tornar um hábito se for continuamente acumulado, e o
negativo efeito de retardar o comportamento pode ser maior se começar na escola primária
(Choi & Kim, 2008 as cited in Lee & Shin, 2021, p.478).
Justificativa
Decerto conhecer as estratégias para a mitigação da Procrastinação acadêmica será de grande
utilidade para a comunidade acadêmica e não só. A Procrastinação pode manifestar-se em
diversos ambientes, principalmente em casa. Segundo resultados do estudo de Lee e Shin
(2021, p.483) indicam que quanto mais às crianças percebiam que suas mães lhes davam
apoio para a autonomia, quanto menos procrastinaram em suas tarefas acadêmicas. Esses
resultados estão em linha com os de Won e Shirley (2018 as cited in Lee & Shin 2021, p.483)
constatando que as crianças do ensino fundamental que perceberam que tinham apoio dos pais
para a sua autonomia eram menos propensos a adiar suas tarefas.
Um outro estudo realizado por Zakeri et all. (2013 as cited in Lee & Shin 2021, p.483)
indicou que o apoio à autonomia das mães levou as crianças a apresentarem menos
procrastinação acadêmica. Esses resultados sugerem que quando as mães reconhecem as
emoções das crianças e as encorajam a tomar suas próprias decisões apresentando explicações
15
racionais para qualquer situação, as crianças são mais propensas a iniciar ou concluir suas
tarefas acadêmicas a tempo. Debaixo de mesmas circunstâncias, as crianças também
suprimem quaisquer pensamentos inapropriados ao longo de sua vida.
O que evidencia que a comunidade acadêmica deve dar atenção a Procrastinação acadêmica
ainda na sua fase inicial, visto que muitos estudos foram realizados no ensino secundário ou
superior e nenhum no ensino primário local. Conhecer as estratégias para mitigar este
fenômeno será útil para minimizar os custos de se realizar intervenções nas fases mais
avançadas ou antes mesmo da procrastinação ser dominante entre os estudantes do ensino
secundário ou superior.
Será relevante a nível pessoal pelo simples facto dela poder possibilitar o conhecimento das
estratégias de mitigação da procrastinação académica em alunos do ensino secundário. A
nível social a pesquisa permitirá a sociedade em geral conhecer as formas de lidar, os
comportamentos, as acções a tomar diante de comportamentos procrastinatórios dos seus
educandos ou filhos, ou seja, o conhecimento e a implementação dos hábitos e
comportamentos saudáveis para que se evite ou superem-se os comportamentos
procrastinatórios ainda na idade tenra.
16
Objectivos da pesquisa
Geral
Conhecer as estratégias de mitigação da Procrastinação académica em alunos do
ensino secundário.
Específicos
Expor as formas de manifestação da Procrastinação académica em alunos do ensino
secundário;
Apontar as causas da Procrastinação académica em alunos do ensino secundário;
Indicar as consequências da Procrastinação académica em alunos do ensino
secundário; e
Explicar as estratégias de intervenção para a Procrastinação em alunos do ensino
secundário.
Hipóteses de pesquisa
Hipótese de investigação: Há manifestação da Procrastinação Acadêmica em alunos
do ensino secundário;
Hipótese nula: Não há diferença na manifestação da Procrastinação Acadêmica entre
os alunos e as alunas da escola secundária do Nkobe;
Hipótese alternativa 1: Os alunos repetentes têm médias mais altas da procrastinação
do que os alunos não repetentes na escola secundária do Nkobe;
Hipótese alternativa 2: A Procrastinação Acadêmica é inferior a medida que as
idades aumentam na escola secundária do Nkobe;
Hipótese alternativa 3: Quanto menor for o tempo dedicado ao estudo por dia dos
alunos mais procrastinadores serão na escola secundária do Nkobe.
17
Segundo Burka e Yuen (1991, as cited in Bariani & Sampaio, 2011, p.243), a palavra
procrastinar tem origem latina, sendo que “pro" significa para diante, adiante, ou em favor de,
e “crastinus", quer dizer do amanhã.
E segundo o Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa (2001 as cited in Costa, 2007, p.09),
o termo procrastinar deriva do latim procrastinare e literalmente significa deixar para o dia de
amanhã, adiar, protelar, demorar, espaçar, deferir, delonga.
Pessoas ou alunos com comportamentos procrastinatórios mesmo sabendo que devem realizar
uma actividade facilmente a deixam de a executar, ou adiam a sua execução ou param durante
a execução, mesmo tendo completo conhecimento das consequências de não realização da
mesma actividade. São facilmente desviados das actividades por estímulos sejam eles
subjetivos ou exteriores.
A procrastinação acadêmica será explicada tendo como base a teoria social cognitiva de
Albert Bandura. A Teoria Social Cognitiva foi criada por Albert Bandura em 1986, e
contempla o estudo de diversas microteorias como a da autoeficácia, teoria da autorregulação,
teoria do desengajamento moral, entre outras (Azzi, 2014 as cited in Costa, Ramos, Pereira,
Silva, Estumano & Santos, 2022, p.3).
18
Na Teoria Social Cognitiva as ações dos indivíduos e os seus pensamentos são fruto de uma
interação recíproca entre eventos ambientais, fatores pessoais e o comportamento, um
depende do outro para sua ocorrência e este conceito tem-se por nome: reciprocidade triádica
ou determinismo recíproco (Costa, Ramos, Pereira, Silva, Estumano & Santos, 2022, p.3)
A explicação dos três fatores que compõem a reciprocidade triádica se apresenta da seguinte
forma: os fatores pessoais são compostos por elementos da cognição humana além de afetos e
eventos biológicos; os fatores ambientais são os componentes exteriores ao indivíduo
podendo também ser outro indivíduo; já o comportamento pode ser caracterizado como as
ações efetivadas pelas pessoas (Costa, Ramos, Pereira, Silva, Estumano & Santos, 2022, p.4).
Nesse sentido, Vestervelt (2000 as cited in Lee & Shin, 2021, p.478) classificou a
procrastinação acadêmica em três dimensões: comportamental, cognitiva e emocional. A
componente comportamental refere-se à tendência de retardar a iniciação, execução, ou
conclusão de tarefas até os prazos. O componente cognitivo refere-se a discrepância
experimentada entre ter metas relacionadas a prioridades ou tarefas e a intenção de realizá-los,
mas não realizá-los. O fator afetivo refere-se a dor experimentada por um indivíduo devido à
tendência dos indivíduos de não iniciar, realizar ou concluir as tarefas dentro dos prazos.
Para Schouwenburg (2004 as cited in Pereira, 2017, p.13) a procrastinação pode ser o
resultado de influências ambientais adversas, ou seja, seria um tipo de resposta
comportamental que se manifesta face a atividades consideradas desagradáveis, entediantes
ou difíceis, e não dependente de um traço que predispusesse à procrastinação.
Não ter uma atitude positiva e não encarar uma tarefa como oportunidade também está
relacionado com procrastinação (Peled & Sarid, 2010 as cited in Correia & Junior, 2017,
p.120).
19
Os procrastinadores passivos são os que não têm a intenção de procrastinar, mas acabam
frequentemente por adiar as tarefas pela sua incapacidade de tomar decisões rápidas. Pelo
contrário, os procrastinadores ativos são capazes de agir sobre suas decisões atempadamente,
são persistentes e capazes de completar uma tarefa até ao último momento, sendo que
preferem trabalhar sob pressão e as suas decisões de procrastinar são propositadas. Tendem a
apresentar altos níveis de utilização eficaz do tempo, gerem o seu tempo e apresentam
autoeficácia, tal como os indivíduos não procrastinadores. Os procrastinadores passivos, por
outro lado, são mais propensos a desistir e a não completar as tarefas. Assim sendo,
procrastinadores passivos diferem dos procrastinadores ativos nas dimensões cognitivas,
afetivas e comportamentais (Chu & Choi, 2005 as cited in Pereira, 2017, p.14).
Para Chu e Choi (2005 as cited in Baptista, 2013, p.17) sugerem que a procrastinação ativa é
um fenómeno multifacetado que inclui componentes cognitivos (decisão de adiar), afetivos
(preferência pela pressão do tempo) e comportamentais (conclusão de uma tarefa dentro do
prazo) bem como os resultados físicos e satisfação com eles. Devido a estas diferenças
fundamentais (cognitivas, afetivas e comportamentais), espera-se que os procrastinadores
ativos e passivos tenham diferentes características psicológicas e alcancem resultados
diferentes.
Sendo assim a presente pesquisa científica dá maior atenção a procrastinação passiva, visto
que esta pode desencadear danos psicológicos aos alunos e consequentemente estes não
executam as suas tarefas escolares.
20
De acordo com Klassen et al., (2009 as cited in Lee & Shin, 2021, p.479) a autoeficácia para
a aprendizagem autorregulada permaneceu mais intimamente relacionado à procrastinação
acadêmica. Wolter (2003 as cited in Lee & Shin, 2021, p.479) também indicou que entre as
crenças motivacionais e estratégias de aprendizagem, a procrastinação foi a mais claramente
relacionada com as crenças dos alunos sobre a sua capacidade de terminar as tarefas
acadêmicas com sucesso. Na verdade, alunos com baixa autoeficácia para a aprendizagem
autorregulada relataram que adiariam iniciando seu trabalho com mais frequência do que
aqueles que tinham mais certeza sobre sua capacidade. Esses achados indicam que alunos
com alta autoeficácia para a aprendizagem autorregulada podem usar uma variedade de
estratégias de aprendizagem autorreguladas para realizar tarefas acadêmicas com sucesso e
em tempo hábil.
No que diz respeito aos construtos motivacionais, tem vindo a ser demonstrado
que a procrastinação académica está associada com a falta de motivação
autodeterminada, baixa incidência no estado de fluxo (Lee, 2005), baixa proficiência de
orientação, baixa orientação para o desempenho, baixa persistência, falta de esforço
próprio (Sadler & Buley, 1999) e baixo uso de estratégias de aprendizagem cognitivas e
21
Os pais tem um papel muito importante no apoio educativo realizado em casa. O que significa
que não só o envolvimento directo dos pais no ensino de algumas matérias, como acontece
por exemplo com o ensino da leitura e da escrita, mas também a fixação de rotinas de estudo,
22
No entanto, a aprendizagem autorregulada sem um senso de eficácia pode não ser bem
sucedido porque mesmo que os alunos tenham estratégias de autorregulação, eles podem não
ser capazes de dominar a habilidade em questão se eles não tiverem confiança em sua
habilidade. Com a eficácia adequada, os alunos usam flexibilidade estratégica adequada, tem
mais motivação, buscam melhores soluções para seus desafios, alcançam maior desempenho
intelectual e avaliam o seu desempenho mais com precisão (Zimmerman & Bandura, 1994 as
cited in Lee & Shin, 2021, p.479).
Utilizando corte transversal (Klassen & Kuzucu, 2009; Tan et al., 2008 as cited in Lee &
Shin, 2021, p.479), longitudinal (Yerdelen et al., 2016 as cited in Lee & Shin, 2021, p.479) e
transcultural (Klassen et al., 2009 as cited in Lee & Shin, 2021, p.479) em pesquisas, Klassen
e colegas mostraram que estudantes com alto nível de auto confiança e aqueles que acreditam
que podem regular sua aprendizagem por si mesmos são menos propensos para exibir a
procrastinação acadêmica. Com base nesses resultados, melhorar o senso de a eficácia na
aprendizagem autorregulada é claramente importante na redução da procrastinação
acadêmica.
Alivernini e Lucidi (2011 as cited in Lee & Shin, 2021, p.480) relataram que a autoeficácia na
aprendizagem autorregulada se desenvolve em um ambiente onde a autonomia é apoiada. Na
verdade, as crianças que percebem altos níveis de o apoio à autonomia de seus pais são mais
propensos a demonstrar aprendizagem autorregulada e eficácia (Won & Shirley, 2018 as cited
in Lee & Shin, 2021, p.480).
23
Considerando que a literatura indica que os alunos que procrastinam são menos
autorregulados ou tem baixa autoeficácia, iremos buscar as estratégias de desenvolvimento da
autorregulação ou da autoeficácia na aprendizagem. Assumindo-se que o meio exerce
influencia sobre o individuo, estando os pais ou encarregados de educação, os professores
elementos do ambiente poderão influenciar a cognição e o comportamento dos seus
educandos, levando-os ao melhor desempenho escolar e consequentemente a baixa
procrastinação.
4.1.Autoeficácia acadêmica
A autoeficácia acadêmica e a autorregulação da aprendizagem envolvem importantes aspectos
cognitivos e são fundamentais no processo de estabelecimento de objetivos e conclusão dos
mesmos. No contexto educacional, estes aspectos são considerados como promissores na
análise e solução dos problemas de aprendizagem que se apresentam em todos os segmentos
da escolarização (Schunk, 2012 as cited in Zivich, 2022, p.15).
Para Bandura (1986; 1989; 1998; 2000; 2008 as cited in Costa, et all,2022, p.4), a
autoeficácia refere-se às crenças pessoais do ser humano sobre sua capacidade para realizar
ações.
As relações entre procrastinação e autoeficácia num processo de aprendizagem determinam
que esses dois conceitos são circulares. A procrastinação tende a se reforçar como um círculo
vicioso. Já a autoeficácia resulta num círculo virtuoso que ajuda estudantes a superar a
tendência a procrastinar. Estudantes continuam ou reforçam a procrastinação ao
estabelecerem baixas metas de realização. Por outro lado, quanto maior autoeficácia for
experimentada, menor a tendência a procrastinar (Wäschle et al., 2014a as cited in Correia &
Junior , 2017, p.117).
Fontes de autoeficácia
As crenças de autoficácia podem ser mais ou menos robustas. O seu desenvolvimento,
segundo Bandura (1986, 1994; 1997 as cited in Francisco, Francisco & Lopes, 2020, p.168),
decorre de quatro importantes variáveis, respectivamente:
Conseguir alterar as crenças de autoeficácia dos alunos, bem como o comportamento deles,
não é uma tarefa fácil de ser realizada e muito menos rápida de se conseguir concretizar e este
é um aspeto fundamental que todos os educadores devem ter bem presentes porque, como
Silva (2004 as cited in Patricio, 2011/2012) refere, apesar dos atos praticados pelos alunos
serem considerados negativos, a realidade é que muitos dos esforços existentes de
autorregulação acabam por falhar. Uma boa opção para se conseguir implementar esta
mudança é promover a autoavaliação junto dos alunos, mas para que eles o possam fazer da
forma mais adequada é necessário ter em conta alguns passos, tais como:
4.2.Autorregulação da aprendizagem
O conceito de autorregulação pode ser definido como um processo ativo em que as pessoas
direcionam, sistematicamente, suas ações para atingir metas estabelecidas. Um aluno
considerado autorregulado apresenta: autonomia, responsabilidade pelo seu próprio processo
de aprendizagem; é capaz de escolher, conscientemente, estratégias especificas para a
realização de actividades; consegue identificar seus pontos positivos e negativos, reconhece
25
Segundo Winne e Perry (2000 as cited in A. Ferreira, 2010, p.14), os alunos apenas podem
autorregular o seu comportamento escolar se realizarem escolhas eficazes para a sua
aprendizagem e conseguirem controlar as dimensões principais da mesma. Esta capacidade de
compreender e escolher de entre as diversas alternativas de acção que o contexto faculta ao
aluno a que melhor se adapta ao seu padrão de aprendizagem, é um dos aspectos cruciais do
processo auto-regulatório. Assim sendo, a percepção de escolha é um dos critérios que mais
contribui para seleccionar os alunos auto-reguladores eficazes da sua aprendizagem dos que
não o são. Sendo a educação um processo que ocorre no dia-a-dia, os pais, encarregados de
educação e professores podem e devem, ajudar os alunos a desenvolver a auto-regulação da
aprendizagem com o saber e na certeza de que o trabalho educativo envolve um processo
desenvolvimental no qual estes dois pilares da auto-regulação – escolha e controlo –
desempenham um papel decisivo (Rosário et al., 2006 as cited in A. Ferreira, 2010, p.14).
Estes agentes educativos (pais, encarregados de educação e professores),quando confrontados
com alunos com procedimentos auto-regulatórios disfuncionais, têm como função orientá-los
26
Etapas da autorregulação
O autor Zimmerman (1989, 1999, 2000a as cited in Castro, 2007, p.17) define e caracteriza
as diversas fases do processo da auto-regulação: Prévia (é fase de preparação e seleção e
definição dos objectivos ou tarefas), Controlo Volitivo (é a fase da execução da tarefa) e
27
Segundo Zimmerman e Schunk (1994 as cited in Castro, 2007, p.24) a auto-regulação emerge
de duas fontes essenciais: a social e a das experiências directas.
A primeira é composta pela ajuda dos adultos (pais, mães, professores e professoras) e a ajuda
dos pares (colegas, amigos e amigas). As influências sociais podem apresentar-se de um modo
mais formal através da exposição de técnicas específicas da auto-regulação ou mais
informalmente através da transmissão das expectativas parentais sobre a responsabilidade das
filhas e filhos para serem bons alunos, fazerem os trabalhos de casa e estudarem (Steinberg,
Brown & Dornbush, 1996 as cited in Castro, 2007, p.24). No entanto, e de acordo com as
investigações, para que a auto-regulação se desenvolva verdadeiramente é importante que as
influências de cariz formal e informal se façam sentir, na medida em que os resultados
encontrados indicam que é pouco provável que a capacidade de auto-regulação surja somente
através da instrução formal (Zimmerman & Risemberg, 1997 as cited in Castro, 2007, p.24).
Quanto à outra fonte referida, a das experiências directas, será importante salientar-se que
uma das condições essenciais para o exercício da auto-regulação, como anteriormente se
evidenciou, é a possibilidade de avaliação e controlo sobre a escolha por parte do aluno ou
aluna (Zimmerman, 1994 as cited in Castro, 2007, p.25), na medida em que estes só a
desenvolvem se vivenciarem oportunidades de a exibir autonomamente. Daqui se depreende
que a promoção da auto-regulação académica ideal está associada a ambientes sociais que
suportam e promovem numerosas actividades para a sua prática (Rosário et al., 2001 as cited
in Castro, 2007, p.25), não se restringido, portanto, ao contexto de sala de aula.
28
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 183), a pesquisas bibliográficas abrangem toda a
bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. Com a finalidade de colocar o
pesquisador em contacto directo com tudo que a foi escrito, dito ou filmado sobre
determinado assunto. Desta forma permitirá uma compreensão geral da procrastinação
29
O questionário de dados sociodemográficos contem quatro variáveis que são o sexo, a idade,
repetência (sim ou não) e tempo dedicado ao estudo que vai de nenhum até 60 minutos.
O Questionário de Procrastinação no Estudo (QPE; Rosário & Costa, 2007 as cited in Pereira,
2017, p.20) é um instrumento de autopreenchimento, que avalia os níveis de procrastinação
no estudo por parte dos alunos. O QPE é constituído por 10 itens, distribuídos em duas
dimensões: “Procrastinação no estudo diário”, que avalia o adiamento da realização das
tarefas na sala de aula, de trabalhos escolares e o estudo contínuo, e “Procrastinação no estudo
para os testes”, que engloba comportamentos que interferem com o estudo para os testes
através do adiamento deste estudo ou da realização de tarefas competitivas.
Para o uso do instrumento QPE neste estudo, foi necessário recorrer a uma adaptação
para o nível do superior moçambicano intitulada “questionário de Procrastinação no estudo”
(Nhachengo, 2013). A amostra do estudo de validação moçambicana foi constituída na
totalidade por alunos do ensino superior (Nhachengo, 2013).
A reflexão falada foi realizada nos dias 17, 26 e 27 de Abril de 2023, numa amostra de nove
alunos da sexta classe (5 masculinos) e com base nos resultados desta procedemos a alteração
do vocabulário em seis dos dez itens, assim como na escala de resposta, onde por exemplo
trocamos o termo frequentemente por muitas vezes de maneira a facilitar na compreensão
destes por parte da população alvo (apêndice VI).
De seguida realizamos um estudo piloto na escola básica do Trevo, no dia 3 de Maio de 2023
com o objectivo de antever os resultados, de verificar o tempo de aplicação e de familiarizar-
se com o ambiente de pesquisa trouxe resultados animadores, considerando que 13 dos 17
alunos (9 femininos) preencheram cada item do questionário, alguns colocaram cruz em duas
alternativas no mesmo item, mas com base nos procedimentos de retificação fizeram um
circulo no item que não constituía a resposta. O tempo de aplicação do questionário foi de
vinte e um minutos.
Matola A, na avenida União Africana, edifício defronte a casa branca, na paragem com o
mesmo nome via estrada velha. A mesma leciona de 1ª a 6ª classes e possui 13 salas de aulas.
Nesta escola colectou-se dados em alunos da sexta (6ª) classe da escola primária do Lingamo,
que para o presente ano tem um total de 374 alunos dos quais (197 são do sexo feminino),
subdivididos em 8 turmas e com uma media de 46 alunos por turma, desses 75 (38 sexo
masculino) responderam ao QPE (apêndice V). Os dados colectados ao nível do ensino
primário não foram utilizados para a análise de dados, visto que apresentaram resultados de
fiabilidade (tabela II) que não nos deixaram satisfeitos. Desta maneira procedemos a colecta
de dados num segundo momento numa escola do ensino secundário.
2.5.3. Amostra
Que segundo Gil (2008, p.90) Subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se
estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população.
Para a efectivação da coleta de dados, usamos para tal uma forma de amostragem não
probabilística que é a intencional. Que segundo Gil (2008) a amostragem por tipicidade ou
intencional consiste em selecionar um subgrupo da população que, com base nas informações
disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população. A principal vantagem
da amostragem por tipicidade está nos baixos custos de sua seleção.
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A amostra é constituída por alunos da 11ª classe da escola secundária de Nkobe. E para o
segundo ano a classe conta com um número de 1067 (647 do sexo feminino) subdivididos em
14 turmas e com uma média de 60 alunos por turma.
E destas 14 turmas apenas participaram na pesquisa duas usando uma amostragem por
tipicidade ou intencional com um número de 121 questionários aplicados a igual número de
alunos da 11ª classe. Desses 91 são do sexo masculino e 29 do sexo feminino. Os critérios de
inclusão foram, ser uma turma da 11ª classe, ter alunos repentindo a mesma ou pela primeira
vez e que saibam ler, tendo garantia do anonimato no seu preenchimento, não há respostas
certas ou erradas, o importante é responder com sinceridade, as respostas assinaladas com
uma cruz e em caso de engano devem riscar a cruz ou o escrever um círculo na alternativa não
verdadeira e assinalar a alternativa que considerem mais verdadeira. A tabela I abaixo mostra
de forma detalhada a caracterização da amostra dos alunos da 11ª classe da escola secundária
de Nkobe.
N 121
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Para a aplicação das análises estatísticas usamos o Programa SPSS (Statistical Package for
the Social Sciences) versão 22.
No presente estudo o QPE apresentou os seguintes resultados para amostra dos alunos da 11ª
classe da ES do Nkobe:
Pelo facto de ter se registrado um aumento do alfa em relação aos dados dos alunos da 6ª
classe, ainda que desejássemos valores superior a a=.69 do QPE, decidimos usar os dados da
amostra dos alunos da 11ª classe da ES do Nkobe para as análises descritivas e inferenciais.
Para Marôco (2014 as cited in M.P.V. Costa, 2021) valores iguais ou superiores a α 0,70 são
indicadores de fiabilidade adequada. Hiton, Mcmurray e Brownlow (2014 as cited in M. P. V.
Costa, 2021) consideram aceitáveis valores de α entre 0,50 e 0,70.
No entanto para Ribeiro (2008 as cited Nunes, 2009, p.116), para que se considere a
existência duma boa consistência interna o alfa de Cronbach deverá ser superior a 0.80, no
entanto, aceitam-se valores de alfa superiores a 0.60, sendo que valores de alfa baixos (como
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entre 0.60 e 0.80) são justificados quando os instrumentos são constituídos por um número de
itens muito baixo.
O QPE conforme descrito na metodologia é composto por 10 itens, 5 para cada dimensão,
podendo ser considerado um número reduzidos dos mesmos.
Estes resultados não corroboram com os resultados do Costa (2007) que sugerem que as
alunas são menos procrastinadoras que os alunos. Assim como os resultados dos estudos de
Van Eerde (2003 as cited Costa, 2007), Prohaska, et all (2000 as cited Costa, 2007) indicam
que as mulheres procrastinam menos do que os homens.
De igual maneira não corroboram com os resultados do estudo do Fulano (2017) que refere-se
à procrastinação académica das raparigas. O estudo de Fulano revelou que o envolvimento
escolar das raparigas parece estar mais dificultado do que o dos rapazes, devido à expectativa
de elevada participação na realização de tarefas domésticas, facto que pode estar ligado a
questões culturais que remetem as raparigas para a preparação para o casamento, mais do que
para o investimento na sua educação (Taímo, 2015 as cited Fulano, 2017).
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Estes resultados não confirmam a hipótese formulada no nosso estudo de que os alunos
repetentes têm médias mais altas da procrastinação do que os alunos não repetentes da ES do
Nkobe. Estes resultados sugerem que a repetência não esta ligada a maior procrastinação
acadêmica. Estes resultados não corroboram com os resultados do estudo do Costa (2007) que
sugeriram que alunos e alunas com menor número de reprovações são menos
procrastinadores/as em relação ao estudo.
3.6. Estatísticas descritivas para grupos de idade em função do QPE, suas dimensões e
teste de diferenças
As estatísticas descritivas indicam que dos 14 a 15 anos as médias são ligeiramente superiores
no QPE e suas dimensões em relação aos 16, 17 e 18 anos. Estas médias indicam que as
médias de procrastinação vão decaindo a medida que as idade aumentam, mas os resultados
da anova indicam que não existem diferenças estatisticamente significativas para a variável
idade em relação a procrastinação total F(2)=1.130, p=.32, ao nível da procrastinação no
estudo diário F(2)=.841, p=.43 e para a procrastinação no estudo para testes F(2)=.978, p=37.
(Tabelas VII e VIII)
3.7. Estatísticas descritivas para variável tempo dedicado ao estudo em função do QPE,
suas dimensões e testes de diferenças
A médias da procrastinação total indicam que quanto menos tempo de estudo for despendido
em casa pelos alunos, mais altas ás médias de procrastinação total são apresentadas pelos
mesmos que aos que nenhum tempo dedicam ao estudo com (M=34.2500) e aos que dedicam
de 40 a 60 minutos de estudo as (M=25.2286). E as dimensões procrastinação no estudo
diário e a dimensão procrastinação no estudo para testes seguem a mesma lógica da
procrastinação total, para a primeira aos alunos que nenhum tempo dedicam aos estudos
(M=18.2308) e para os que dedicam de 40-60 minutos (M=12.7143) e para a segunda
dimensão para os alunos que nenhum tempo dedicam aos estudos (M=15.6667) e para os que
dedicam de 40-60 minutos (M=12.5143).(tabela IX)
Para o teste da hipótese de que quanto menor for o tempo dedicado ao estudo por dia dos
alunos mais procrastinadores serão na ES do Nkobe, recorremos a uma ANOVA. Os
resultados da ANOVA indicam que há diferenças significativas da procrastinação total em
função do tempo dedicado ao estudo, F(3)=8.495, p=.000. O post hoc (comparações
múltiplas) revelou que os alunos que não dedicam nenhum tempo de estudo relataram maior
procrastinação total do que os alunos que dedicam de 10-20 minutos, 20-40 minutos e 40-60
minutos, enquanto que aos alunos que dedicam de 10-20 minutos, 20-40 minutos e 40-60
minutos não relataram diferenças estatisticamente significativas entre si.
Estes resultados confirmam a hipótese formulada no nosso estudo de que quanto menor for o
tempo dedicado ao estudo por dia dos alunos mais procrastinadores serão na ES do Nkobe.
Estes resultados sugerem que treinar ou aumentar o tempo dedicado ao estudo diário pelos
alunos pode ser uma estratégia para diminuir a manifestação da procrastinação acadêmica.
Tabela IX: Estatísticas descritivas para variável tempo dedicado ao estudo em função do
QPE
N M DP Mínimo Máximo
Tabela XI: Post hoc ou comparações múltiplas para variável tempo dedicado ao
estudo em função do QPE
Variável dependente (I) tempo de (J) tempo de Sig.
estudo estudo
Proctotal Nenhum 10-20 minutos .002
20-40 minutos .000
40-60 minutos .000
10-20 minutos Nenhum .002
20-40 minutos .528
40-60 minutos .232
20-40 minutos Nenhum .000
10-20 minutos .528
40-60 minutos .974
40-60 minutos Nenhum .000
10-20 minutos .232
20-40 minutos .974
Procestudo Nenhum 10-20 minutos .004
20-40 minutos .001
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As dimensões do QPE estão positivamente relacionadas com r=.455 e não possuem relação
com a idade, sexo e repetência. As dimensões do QPE estão negativamente correlacionadas
com a variável tempo dedicado ao estudo, com a dimensão procrastinação nos estudos r=-.372
e dimensão procrastinação no estudo para testes com r=-.227, ou seja, menor tempo dedicado
aos estudos esta relacionada a maior procrastinação nas dimensões do QPE.A variável idade
esta negativamente associada a repetência com r=-.382, ou seja, maior idade esta relacionada
com menor repetência na amostra em causa. A tabela XII a seguir é mais ilustrativa.
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CONCLUSÕES
Este trabalho foi iniciado e motivado em busca de conhecer as estratégias de mitigação da
procrastinação acadêmica em alunos do ensino secundário. Ao terminá-lo, depois de longos
meses de muita leitura, reflexão e escrita, não é possível terminá-lo sem um sentimento de
contentamento. Para o alcance do nosso objectivo geral buscamos estudar as formas de
manifestação, as causas, as consequências a procrastinação acadêmica, assim como as
estratégias de intervenção.
Os resultados da pesquisa fazem nos concluir que o tempo dedicado ao estudo é explicativo
de altos índices da procrastinação acadêmica, possuindo assim uma correlação negativa. A
teoria social cognitiva trás explicações para as causas da procrastinação, considerando
factores ambientais, pessoais e o comportamentais. A procrastinação acadêmica não é apenas
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um problema de hábitos de estudo ou gestão do tempo, mas sim um fenômeno complexo que
consisti em fatores comportamentais, cognitivos e emocionais (Rothblum et al., 1986 as cited
in Lee & Shin, 2021).
Concluímos que aumentar o tempo de estudo dos alunos em casa pode ser uma estratégia para
mitigar a manifestação da procrastinação acadêmica, visto que quanto mais tempo de estudo o
aluno se expor menor será a manifestação da procrastinação acadêmica. Com isso deve-se
procurar treinar e estimular os alunos desde cedo a terem um tempo mínimo de estudo diário
em casa, considerando a homogeneidade da procrastinação entre os grupos de idade.
SUGESTÕES
Com base nos resultados da pesquisa propomos as seguintes sugestões:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Costa, G. M. da., Ramos, M. F. H., Pereira, E. C. de C. S., Silva, E. P., Estumano, E. A. F., &
Santos, F. C. dos. (2022). A procrastinação e autorregulação da aprendizagem em estudantes
universitários:um ensaio temático.Research, Society and Development, v. 11, (n. 12).
Couto, R. N., Fonsêca, P. N. da., Machado, M. de O. S., Oliveira, L. B. S. d., & Silva, P. G.
N. da. (2020). Motivação para leitura e variáveis sociodemográficas como preditoras da
procrastinação acadêmica. Psicología, Conocimiento y Sociedad.
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Gil, A. C.(2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. (6ª ed.) São Paulo: Atlas.
Lee, B. e Shin, N.(2021). Mothers’ and Teachers’ Autonomy Support in Relation to
Children’s Academic Procrastination: Self-Efficacy for Self-Regulated Learning as a
Mediator. Fam. Environ. Res. Vol.59, (Nº. 4).
Marconi, M. de A., & Lakatos, E. M.(2003). Fundamentos da Metodologia cientifica. (5ª ed.)
São Paulo: Atlas.
Nunes, Ana Rita Aires (2009). A depressão aa prova no BDI-II: Estudo das características
psicométricas do instrumento numa amostra de estudantes universitários. (mestrado em
Psicologia Clinica [Instituto Superior de Psicologia aplicada]).
APÊNDICES E ANEXOS
APÊNDICE I: Pedido de autorização para mencionar o nome da escola Básica do Trevo
APÊNDICE II: Pedido de autorização para mencionar o nome da escola EPC do Lingamo
ANEXO II: Credencial da faculdade de educação e psicologia (FEP) para a escola EPC do
Lingamo