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Introdução
Este guião surge no âmbito do atendimento dado por activistas nos centros de saúde em alguns
distritos de Maputo, atividades estas implementadas pela associação de jovens fazendo sorrir
Moçambique (AJFSM).
Sabemos que o vírus de imunodeficiência humana (HIV), pode causar a síndrome de
imunodeficiência humana (SIDA), caso os pacientes diagnosticados com o HIV, não adiram ao
tratamento. Não sendo possível prevenir o HIV, para alguém que já o possui no seu sangue, mas
a ciência e a medicina consideram que é possível prevenirmos a transmissão do HIV, da mãe
para filhos. As mulheres gestantes vivendo com o HIV, devem ser elucidadas acerca da possível
transmissão do vírus ao feto (bebê). E as mulheres gravidas devem ser informadas de que o seu
comportamento pode contribuir para que o bebê nasça com o HIV ou nasça sem o HIV.
Para tal conhecer elementos como gravidez de risco, nutrição (alimentação) de mulheres
gestantes com HIV, aconselhamento psicológico para pacientes com o diagnostico do HIV ,
instrumentos para o atendimento e acompanhamento e por fim a ética e deontologia profissional.
Objectivos deste guião:
Dotar o activista de conhecimentos teóricos e práticos acerca do atendimento a mulheres
gestantes com diagnostico do HIV;
Servir de consulta no âmbito da actuação no campo;
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1. Gravidez de risco
Entende-se por gravidez de risco aquela que existe a possibilidade ou probabilidade alta de
surgir complicações para o bebê ou para a mãe. Estas complicações podem surgir durante a
gravidez (aborto) , no parto (transmissão do HIV) ou depois do parto/pós parto ou puerpério
((transmissão do HIV).
Considerando que estamos falando de mulheres gestantes com o HIV, então podemos considerar
essas mulheres como tendo uma gravidez de risco, por elas poderem serem meios para a
transmissão do HIV para o bebê ou seja da mãe para o bebê.
Listas de doenças crônicas, situações ou condições que podem possibilitar uma gravidez de
risco:
Em primeiro lugar o próprio HIV, diabetes, anemias, hipertensão arterial, entre outras.
A idade materna menores de 18 anos (adolescentes) e maiores a 35 anos (idade extrema),
consumo de drogas ou álcool.
Então é da responsabilidade do activista procurar saber se a paciente possui outras condições
que possibilitem a gravidez de risco fora o diagnostico do HIV. E também explicar ou informar
ao paciente sobre o risco que a sua condição actual apresenta ao bebê.
Os alimentos são importantes para a nossa sobrevivência, muito mais para as mulheres que
carregam vidas dentro dos seus úteros. Para tal conhecer alguns alimentos recomendáveis e
outros não recomendáveis para mulheres gestantes é importantíssimo. Sabemos que existem
vários e vários tipos de alimentos os proteicos (ricos em proteínas) que incluem-se frango, ovos,
carne vermelha, castanha de caju, milho, soja, bananas, maçã, abacate, goiaba, cenoura,
abobrinha, beterraba, pimenta, entre outros, alimentos carboidratos (os mais energéticos) os
principais são, feijões, pães, inhame, arroz, mel, batata reno, batata doce e mandiocas e
alimentos gordurosos (ricos em gordura), abacate, ovos, amêndoas, castanhas, manteiga de
amendoim, salmão, atum, queixos brancos, chocolate escuro, óleo de coco, iogurte, batata frita.
Alimentos perigosos para mulheres gestantes (carnes cruas ou mal passadas, ovos crus,
alimentos industrializados, peixe espada, café, álcool, frutas e legumes não lavados, lulas,
lagostas, camarões, coca cola, energéticos).
Então é da responsabilidade do activista/nutricionista procurar informar e orientar a paciente
sobre os alimentos tendo em conta os alimentos mais frequentes da época e tendo em conta o
bairro (a realidade local). E também informar sobre os alimentos perigosos.
O psicólogo ou activista que estiver no centro deve saber que as pacientes diagnosticadas com
HIV, podem apresentar diversos comportamentos, apresentar pensamentos, sentimentos e
percepções sobre a sua condição actual.
E actuar para mudar (os comportamentos, os pensamentos, sentimentos e percepções) é a
grande e maior função do psicólogo ou activista.
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O processo de aconselhamento ira decorrer em três fases:
1ª fase exploração do problema;
2ª fase nova compreensão do problema;
3ª fase desenho do plano de acção.
Mas antes de iniciar essas fases do aconselhamento psicológico, o activista deve procurar
estabelecer a confiança com o paciente para tal, devera garantir e informar ao paciente que ele é
proibido de tirar, informar, espalhar, conversar acerca de tudo que será conversado entre a
paciente e o activista.
A decisão para aderir ou não alguma actividade ou tratamento é totalmente da paciente, o
activista deverá procurar actuar de maneira a possibilitar a mudança e tomada de decisão
favorável para a paciente, sem obrigar, sem impor essa tomada de decisão.
Então garantir o sigilo é a primeira coisa que o activista deve fazer, informando que as
informações fornecidas durante a entrevista serão tratadas de forma estritamente confidencial e
que a identidade da paciente não será divulgada e que as informações compartilhadas serão
utilizados apenas para o atendimento e acompanhamento da paciente durante o tempo que
durarem ou gestação ou puerpério.
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temos que saber se o casal sabe do estado serológico do outro, visto que se for o caso de a
mulher gestante esconder o seu estado serológico, será muito mais difícil seguir o tratamento, e
também se o casal sabe do estado do outro será mais fácil incluir o marido no apoio ao
tratamento.
Na primeira fase o activista ouve, escuta mais e fala menos em relação a paciente.
Nesta fase o activista ouve, escuta menos e fala mais em relação a paciente.
Aqui o activista devera informar, educar, conscientizar, mudar significados, sentimentos,
pensamento e percepções da paciente em relação a sua condição actual.
Aqui o activista devera colocar bem claro que o bebê poderá nascer com HIV ou nascer sem o
HIV, mas isso irá depender do comportamento da mulher gestante.
Informar o que é uma gravidez de risco e como lidar com ela.
Poderá informar a paciente sobre as causas do HIV, as consequências positivas (vantagens) se
for a aderir o tratamento, as consequências negativas (desvantagens) se não aderir ao tratamento,
informar sobre a alimentação e saúde da mulher e do bebe.
Informar que a presença de um vírus no corpo não significa não ter saúde.
NOTA: Esta fase devera terminar com o activista dizendo a paciente ir a casa e pensar, refletir e
tomar a decisão se irá aderir ou não ao tratamento.
NOTA: Esta fase somente irá iniciar se a paciente tiver tomado a decisão de aderir ao
tratamento. Caso contrario o activista devera retomar a segunda fase usando uma linguagem mais
convincente e terminando como a segunda fase deve terminar. Caso a paciente recuse duas vezes
somente restara ao activista arquivar o caso.
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mundo e a situação actual).
O activista social deve ser respeitoso e respeitado no âmbito da sua actuação para tal actitudes
como essas são necessárias.
Deveres do activista:
Receber e atender com maior humanismo os pacientes;
Respeitar e considerar a Vida Humana como um direito universal;
Não causar danos intencionalmente ao paciente;
Respeitar a vontade ou decisão do paciente ou do seu representante, bem como seus
valores morais, sentimentos, pensamentos, percepções e crenças;
Tratar os pacientes de formas iguais ou equitativas , no sentido de distribuir os benefícios
igualmente entre eles;
Tratar as pessoas de acordo com suas necessidades, suas capacidades ou tomando em
consideração tanto umas quanto outras;
Não explorar os pacientes;
Garantir a preservação do segredo das informações, o estrito dever de proteger a
confidencialidade de toda a informação a que tem acesso no exercício da sua
profissão;
Investigar sobre assuntos do dia a dia laboral.
Direitos do activista:
Ser informado e encaminhado mulheres gestantes com HIV;
Supervisionar os colegas; fazer denúncias de conduta imprópria;
prevenir práticas não autorizadas;
De não Envolvimento em actividades comunitárias não relacionadas
com a profissão;
De ser informado sobre a actividades que desenvolver;
De receber uma formação;
De receber material de trabalho;
De opinar e expor o seu pensamento.
6. Conclusão
Este guião foi pensado e elaborado para facilitar a actuação do activista no seu atendimento e
acompanhamento a mulheres gestantes com HIV. Neste guião consideramos como activistas
(nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, entre outros que trabalham na área social e que
estejam a lidar com as mulheres gestantes).