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Nas eleições de 2010 , um tema foi ressuscitado no debate , o aborto . Vale salientar , que o debate , surgiu
através da imprensa , de uma declaração dada por parte de uma liderança evangélica , que havia declarado o seu
voto a outro candidato , e após a manifestação da mesma sobre o assunto ,esse líder retirou o apoio, migrando
seu voto para outra candidatura..
O aborto , tem sido nos últimos oito anos um debate acirrado por diversos segmentos da sociedade , incluindo ;
religiosos , movimentos feministas , partidos políticos, e parte de um setor da classe médica . Uns defendem à
descriminalização do aborto , outros defendem à prática do aborto como questão de saúde.Há várias correntes em
relação ao tema . O que diz a ciência ?. O segmento , está divido.
A verdade é que , por ano morrem milhares de mulheres no Brasil vitima da prática do aborto clandestino e vidas
inocentes que não pediram para serem concebidas.
O aborto , é um crime contra a vida , passivo de punição severa , um ato que deve ser intolerável , porque não há
justificativa palatável, e não é uma saída para solução da saúde da mulher. Em vez de propor o aborto , porque
não inserir na pauta da discussão , o planejamento familiar , informações de como funciona o corpo da mulher ,
orientação a adolescência sobre a prática do sexo responsável , o momento ideal para a prática do sexo.
Por que as instituições , a imprensa não fala o que está por trás do aborto , sabemos que , a prática ao aborto
envolve várias questões e situações . São jovens que engravidam de maneira irresponsáveis , são mulheres
casadas que tem relação extra-conjugais , são homens casados que se envolvem com outras mulheres que
engravidam e forçam essas mulheres a prática do aborto.
Não podemos tomar decisões sem nos aprofundar na realidade dos fatos . É preciso discutir o assunto com mais
responsabilidades e com dados concretos.
A própria imprensa , a mídia , já veiculou reportagens em que mulheres que injetaram remédios abortivos e não
obtiveram sucesso, voltaram atrás , deram continuidade a gravidez , tiveram seus filhos , e hoje , declaram felizes
por terem dado continuidade a gestação .
A sociedade vive num processo de degeneração total , a vida não vale mais nada , os verdadeiros valores foram
esquecidos por essa geração , os bons atos e costumes foram deixados na lata do lixo.
E voltando ao assunto da questão de saúde , algumas pesquisas que foram realizadas , comprovam que mulheres
que praticaram o aborto , tiveram certos problemas de saúde , afetaram várias partes do corpo . Muitos médicos já
declaram , que , a mulher que pratica o aborto , não serão mais as mesmas.
A mídia , que muitas vezes ocupam o espaço para muitas vezes estimular a prática do aborto, porque , essa
mesma mídia , não ocupa o espaço para orientar as mulheres , as jovens e adolescentes sobre o sexo , as
práticas mais saudáveis para evitar a gravidez indesejada. Se existem várias maneiras de evitar a gravidez , se
existem vários métodos para evitar a gravidez?
Mas , me parece , que não interessa a mídia falar de métodos contraceptivos , o mais interessante é falar do
assunto que mais dar audiência.
E por que, as instituições públicas , ongs , não fazem campanhas educativas ? E por que nos postos , centros de
saúde e hospitais , não fazem campanhas educativas e distribuem preservativos . E por que , o governo através
do ministério da saúde , não estimula ao homem fazer a vasectomia ?
A solução para evitar a prática do aborto , está na prevenção , na informação , na orientação .
TEXTO II
Como abordar o tema aborto em sala de aula?
Muitos professores não sabem como abordar o tema aborto em sala de aula e acabam emitindo sua opinião.
O aborto é uma realidade para várias mulheres brasileiras
É muito comum que os alunos questionem a posição do professor a respeito de alguns pontos polêmicos, como é
o caso do aborto. É importante que o professor informe o aluno, mas sem emitir opinião com base nos seus
pensamentos religiosos e/ou políticos. Mas como podemos abordar o tema de forma isenta de julgamentos e
opiniões pessoais?
Primeiramente devemos entender que, muitas vezes, nossos alunos estão perguntando sobre o assunto porque
estão passando pelo problema ou conhecem alguém que está sofrendo com isso. A gravidez na adolescência,
infelizmente, é uma realidade, não cabendo a nós julgar, e sim informar.
Para abordar o aborto, comece falando sobre reprodução e os diversos métodos existentes para prevenir uma
gravidez. Explique também como um bebê afeta a vida dos pais, independentemente da idade, e a
responsabilidade de se criar uma criança.
É importante informar que o aborto, apesar de proibido em alguns casos, ainda acontece e é feito no Brasil com
relativa frequência. Por ser feito em clínicas clandestinas, muitas mulheres acabam morrendo em situação
precária. Nesse ponto, é importante questionar se o aborto realmente é a solução mais fácil diante de uma
gravidez indesejada.
Os alunos também devem conhecer os casos em que o aborto no nosso país é permitido. No Brasil, o aborto pode
ser feito em vítimas de violência sexual, quando a gestação causa riscos para mulher e quando o feto é
anencéfalo, ou seja, não desenvolveu grande parte do encéfalo. Apesar de permitido, a decisão é exclusiva da
mulher.
A partir dessas informações, o professor pode promover um debate, separando a sala em dois grupos: um grupo
será responsável por procurar pontos pró-aborto e outros deverão buscar argumentos contra. O papel do
professor será apenas orientar a busca e verificar se os argumentos estão de acordo com a proposta da aula.
Após a coleta de informações, a sala deverá ser organizada e o professor deverá orientar a apresentação dos
argumentos. É importante que cada argumento seja defendido pelo grupo e, quando possível, refutado pelo outro.
Cabe ao professor, nesse ponto, apenas guiar a discussão de modo saudável, nunca expondo sua opinião.
Ao promover o debate, o professor faz com que os alunos desenvolvam sua consciência crítica e aprendam a
argumentar sobre determinado tema. Isso é importante porque, quando o professor emite suas opiniões e valores,
muitos alunos ficam receosos de demonstrar a sua verdadeira opinião e passam a aceitar o que foi dito pelo
professor como verdade.
O aborto é uma questão cada vez mais discutida pela sociedade e, infelizmente, uma dúvida vivida por muitas
meninas, sendo fundamental, portanto, a abordagem do tema em sala de aula. Se discutido de maneira correta, o
debate contribuirá para a formação de cidadãos cada vez mais críticos e informados.
Por Ma. Vanessa dos Santos
TEXTO III
Aborto no Brasil
Lana Magalhães - Professora de Biologia
Aborto é a interrupção da gravidez, que pode ser espontâneo ou induzido. No Brasil a legislação permite que o
aborto seja realizado apenas em casos de estupro, risco à vida da mãe ou anencefalia.
No entanto, é grande o número de mulheres que não se encontram nessas situações e realizam abortos
inseguros. Isso traz sérias complicações, sendo por isso, um grave problema de saúde pública.
Aspectos Jurídicos e Sociais do Aborto
O aborto envolve questões morais, éticas, religiosas e outras que tornam o assunto muito complexo e polêmico.
É muito importante saber dos riscos que representa para a saúde da mulher e das consequências que isso pode
trazer para o resto da sua vida.
A gravidez pode ser interrompida involuntariamente (aborto espontâneo) quando não se desenvolve naturalmente
ou por problemas da mulher. Também pode ser provocado pela própria gestante ou com seu consentimento,
através de ingestão de substâncias abortivas ou por cirurgia.
O aborto não é um método contraceptivo.
É fundamental que mulheres e homens recebam informação de qualidade para: saber usar adequadamente
métodos anticoncepcionais e realizar o planejamento familiar. Desse modo, podem decidir o melhor momento de
ter filhos ou ainda por não ter filhos.
Lei do Aborto
Aborto é crime no Brasil, sendo previsto nos artigos 124 a 127 do Código Penal. As penalidades são relativas:
à gestante que decide abortar (1 a 3 anos),
a quem realiza o aborto (3 a 10 anos),
ou a quem leva uma gestante, considerada incapaz, a abortar (3 a 10 anos).
O artigo 128 apresenta as exceções que são aceites. Em caso de estupro, quando a mulher denuncia na polícia e
faz exame de corpo delito; e nos casos de indicação médica, quando a gravidez traz risco de vida para a mulher
(aborto terapêutico).
Há possibilidade de interromper a gravidez também quando o feto não tem condições de sobreviver, ou seja, se o
cérebro não se desenvolve, condição chamada anencefalia.
Gravidez Indesejada
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2013 acontecem todo ano cerca de 3,2 milhões de
abortos inseguros de adolescentes entre 15 e 19 anos nos países mais pobres. Estima-se que 70 mil adolescentes
morrem a cada ano por complicações durante a gravidez ou o parto.
No Brasil foi publicado em 2010 a Pesquisa Nacional do Aborto. Foi realizada por pesquisadores da Universidade
de Brasília (UNB), com mulheres entre 18 e 39 anos, alfabetizadas e residentes nas áreas urbanas. É possível
que os números sejam ainda maiores se considerar mulheres não alfabetizadas e de áreas rurais.
Sintomas
Os sinais e sintomas de depressão na adolescência incluem uma mudança da atitude e comportamento prévios do
adolescente que pode causar sofrimento e problemas significativos na escola ou em casa, nas atividades sociais
ou em outras áreas da vida e variam em sua gravidade. Os sintomas mais comuns são:
– Tristeza, que pode incluir choro sem razão aparente;
– Desesperança ou sensação de vazio;
– Humor irritado;
– Frustração ou sentimentos de raiva, mesmo em questões pequenas;
– Perda de interesse ou prazer em atividades antes consideradas prazerosas;
– Perda de interesse ou conflito com familiares e amigos;
– Baixa autoestima;
– Sentimentos de inutilidade ou culpa;
– Fixação em falhas passadas ou culpa exagerada;
– Autocrítica exacerbada;
– Extrema sensibilidade a rejeição ou a falha, necessidade de excessiva reafirmação;
– Problemas para pensar, concentrar-se, tomar decisões, queixas de memória;
– Sentido contínuo de que a vida e o futuro são sombrios;
– Pensamentos frequentes de morte ou suicídio.
Mudanças no comportamento:
Se os sintomas da depressão continuarem ou começarem a interferir na vida do adolescente, fale com um médico
para tratar o adolescente. O médico de família ou pediatra de um adolescente é um bom lugar para começar. A
escola de seu filho pode recomendar alguém.
Os sintomas de depressão não vão melhorar por conta própria – e eles podem piorar ou levar a outros problemas
se não tratados. Adolescentes deprimidos podem estar com risco de suicídio, mesmo se os sinais e sintomas não
pareçam ser graves.
Se você é um adolescente e você acha que pode estar deprimido – ou você tem um amigo que pode estar
deprimido – não espere para obter ajuda. Converse com um médico, ou o psicólogo da escola. Compartilhe suas
preocupações com seus pais, um amigo íntimo, um líder espiritual, um professor ou alguém em quem você confia.
O diagnóstico de depressão é basicamente clínico, ou seja, um Psiquiatra qualificado, especialista em psiquiatria
da Infância e Adolescência, examinará o adolescente, ouvindo suas queixas, seus sintomas, a descrição de seu
comportamento atual, rendimento escolar, relacionamentos interpessoais, etc.
A participação da família para o diagnóstico é fundamental, complementando as observações, o histórico de vida
pessoal, desenvolvimento desde nascimento, infância até os dias atuais, vida acadêmico, comportamentos,
histórico genético de doenças da família, dentre outras informações.
O Psiquiatra poderá realizar exame físico do paciente, solicitar alguns exames laboratoriais (sangue, urina, etc.),
de imagem (tomografia, ressonância) e avaliação neuropsicológica (testes realizados por psicóloga especialista)
para complementar o diagnóstico, ou elucidar dúvidas.
A indicação do tratamento depende do tipo e gravidade dos sintomas do adolescente. Na maioria dos casos, o
tratamento ambulatorial, incluindo consultas médicas regulares com o Psiquiatra, associado a psicoterapia,
realizada por um psicólogo(a) capacitado, serão eficazes. Se seu filho adolescente tiver depressão grave, ele ou
ela pode precisar de uma internação hospitalar.
Psicoterapia
A psicoterapia, também chamada de aconselhamento psicológico, é fundamental para o tratamento da depressão.
Diferentes tipos de psicoterapia podem ser eficazes para a depressão.
A psicoterapia pode ser feita individualmente, com membros da família ou em grupo. Através de sessões
regulares, o adolescente pode:
– Entender fatores desencadeantes da depressão;
– Aprender como identificar e fazer mudanças em comportamentos ou pensamentos distorcidos ou
negativos;
– Explorar relacionamentos e experiências;
– Encontrar maneiras melhores de lidar e resolver problemas;
– Aprender a definir metas realistas;
– Recuperar uma sensação de bem-estar e controle;
– Aprender a lidar com sentimentos como frustração e raiva.
O suicídio é frequentemente associado à depressão. Se você acha que seu filho ou você pode se machucar ou
tentar o suicídio, procure um serviço de emergência local imediatamente.
Considere também estas opções se você está tendo pensamentos relacionados a morte:
– Ligue para o seu especialista em saúde mental;
– Procure ajuda do seu médico de cuidados primários ou de outro profissional de saúde;
– Procure um amigo próximo ou amado;
– Entre em contato com um líder espiritual ou alguém em sua comunidade de fé;
– Se um ente querido ou amigo está em perigo de tentar suicídio ou fez uma tentativa;
– Certifique-se de que alguém fique com essa pessoa;
– Ligue para o número de emergência local 190 ou imediatamente;
– Ou, se você puder fazê-lo com segurança, leve a pessoa para a sala de emergência do hospital mais
próximo.
Nunca ignore comentários ou preocupações sobre suicídio. É fundamental sempre tomar medidas para
obter ajuda.
Em algumas situações uma hospitalização torna-se necessária, especialmente em quadros depressivos graves,
onde há risco de suicídio, automutilação, pensamentos de culpa intensos, ou pensamentos irreais. Ou ainda
associação ao uso de álcool e/ou e drogas. Perda de peso significativa e insônia persistente também são
indicações que devem ser consideradas.
A internação hospitalar é um tratamento realizado por uma equipe multiprofissional. Além dos cuidados médicos e
de enfermagem especializada 24 horas, fazem parte da equipe psicólogos, terapeuta ocupacional, educador físico,
assistente social, nutricionista, dentre outros. Todos os profissionais estão empenhados em garantir a segurança e
o bem estar do adolescente e de sua família. Além disso, garante uma melhora mais rápida e um planejamento
terapêutico pós-alta.
Certifique-se de que você e seu adolescente compreendam os riscos, bem como possíveis benefícios se o seu
adolescente adotar a terapia alternativa ou complementar. Não substitua o tratamento médico convencional ou a
psicoterapia pela medicina alternativa. Quando se trata de depressão, tratamentos alternativos não são um
substituto para os cuidados médicos.
O primeiro contato com as drogas acontece principalmente na juventude. Isso porque esse é um momento em que
ocorrem diversas mudanças relacionadas com o psicológico do adolescente, que se torna mais vulnerável e, por
isso, pode ser considerado um grupo de risco.
O consumo de drogas lícitas e ilícitas se dá por diversos fatores, entre eles o sentimento de indestrutibilidade,
relações com amigos e família e falta de autoconhecimento. Além desses fatores, é importante compreender de
onde vem o interesse em consumir drogas, pois muitas vezes os jovens têm seus próprios motivos para as
usarem ou utilizam pela primeira vez dentro de casa, com o apoio dos pais. Conheça melhor os principais fatores
de risco!
Cultura
Socialização, tédio, rebeldia, comportamento, estímulos externos e internos têm relações diretas com a cultura. A
mídia, televisão e a Internet apresentam o consumo de drogas de uma forma romantizada e normal. Muitos
adolescentes também já são incentivados a consumir substâncias, principalmente o álcool, em festas de
aniversário, algo que é cada vez mais comum.
Geralmente a droga utilizada pela primeira vez na vida de um jovem é o álcool, por conta da facilidade de acesso
e da cultura ao redor da bebida. Músicas que estimulam o consumo e relacionam a substância como algo
descolado ou para se desinibir, também dão espaço para uma pessoa se comportar de forma agressiva.
Ainda, o tédio e a rebeldia são riscos suficientes para uma pessoa fazer uso de drogas. Aqueles que não
encontram algo para se ocupar, que não conseguem ficar sozinhos ou procuram por algo mais interessante em
suas vidas, acabam por decidir gastar do tempo com essas substâncias.
Prazer instantâneo
Todos os fatores acima relacionados à cultura levam ao prazer instantâneo que as drogas e o álcool
proporcionam. Os seus efeitos iniciais fazem os adolescentes se sentirem bem consigo mesmos, que acabam
associando a droga com o sentimento de felicidade. Ou seja, eles sabem que a cada uso poderão se sentir mais
felizes ou até com uma falsa ideia de maturidade.
Os amigos também acabam por influenciar o consumo para animar uns aos outros quando se sentem tristes ou
porque não estão indo bem na escola. Então, a solução que encontram para amenizar os sentimentos é a
ingestão de bebida alcoólica em locais públicos ou na casa uns dos outros.
Falta de confiança
Jovens que são mais tímidos e têm dificuldades de se socializar tendem a usar drogas ou ingerir bebidas para se
tornarem mais sociáveis, interessantes e fazer algo que eles não fariam se estivessem sóbrios. Por ser um
período marcado por diversas transformações e mudanças internas e externas, a adolescência acaba por gerar
um sentimento de baixa autoconfiança.
Pelo fato de ainda não se conhecer totalmente, o adolescente se torna mais vulnerável à situações de risco. Para
conseguir aprovação social, ele acaba por se sujeitar ao consumo da maconha, cigarro ou álcool, drogas mais
comuns e de fácil acesso.
No Brasil
Em uma pesquisa realizada pelo IBGE no segundo semestre de 2016, constatou-se que mais da metade dos
jovens (55%, ou 1,44 milhão de alunos) relataram já ter tomado ao menos uma dose de bebida alcoólica.
Outros estudos também relataram um início precoce na experimentação de bebidas alcoólicas. Esse dado é
bastante preocupante se considerarmos que o consumo de bebidas alcoólicas só está legalmente autorizado no
Brasil para indivíduos maiores de 18 anos. Porém, não é difícil adquiri-las em bares, supermercados e lojas de
conveniência, visto que a fiscalização nesses locais é baixa.
A cultura do consumo de álcool no Brasil também é um problema, e é vista como aceitável, pois a substância não
é considerada uma droga. Programas de controle e taxação de bebidas no país também são fracos. O fácil acesso
à outras drogas, como ecstasy, LSD e a maconha, acaba por estimular o uso, que está também relacionado ao
tráfico de drogas, principalmente em periferias das cidades.
No mundo
De acordo com o Estudo de Acompanhamento de Atitude, realizado em 2012, no mundo, 40% dos jovens
concordam que filmes e séries de TV exibem o consumo de drogas como algo totalmente aceitável. Portanto, as
mídias podem ser influenciadoras. É importante que pais conversem abertamente com seus filhos sobre o
assunto.
Em um relatório realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), verificou-se que a ingestão de
substâncias químicas gera 500 mil mortes por ano. Um número alarmante que demanda maior atenção por parte
da saúde pública e não deve ser somente tratado como uma questão criminal.
Muitos países ainda veem o consumo de drogas como algo que está mais sujeito à penas de prisão ou até de
morte em alguns países, em vez de uma doença que merece atenção e um tratamento terapêutico e
multidisciplinar. A dependência química é um transtorno mental e somente duras penas não resolvem o problema.
Por isso, listamos algumas maneiras como jovens têm acesso às drogas. Confira!
Com amigos
A adolescência e a juventude são fase de descobertas. Nessa etapa da vida, a maioria dos indivíduos estão em
busca de novos amigos, diversões e de tudo o que pode aumentar a adrenalina e tornar essa fase mais divertida e
alegre.
Porém, o envolvimento com novos amigos pode facilitar o primeiro contato com as drogas. Grande parte dos
jovens que enfrentam problemas com tóxicos foram viciados por amigos. Por isso, os pais e responsáveis devem
ficar de olho no comportamento dos filhos e orientá-los sobre a escolha das amizades.
Dentro de casa
Com o acesso fácil aos meios de comunicação e à internet, atualmente, é possível aprender a fabricar drogas
caseiras. Infelizmente, há diversos sites na rede que ensinam essas coisas. Diante disso, é necessário controlar o
acesso dos jovens a certos medicamentos e até mesmo aos produtos de limpeza, já que é possível fabricar
entorpecentes a partir dessas substâncias.
Pela internet
Principalmente nas grandes cidades, a venda de drogas pela internet é bastante difundida e, os responsáveis por
esses serviços nem sempre são punidos por esse tipo de crime. Eles oferecem os produtos, livremente, nas redes
sociais e combinam entrega em shoppings, estações de metrô ou mesmo nas imediações das escolas.
Em festas
Muitos jovens que, hoje, se encontram no submundo das drogas admitiram que o primeiro consumo aconteceu em
festas e em grupo de amigos. Festas, shows e eventos com aglomerações de jovens são o ambiente ideal para
oferta dessas substâncias, principalmente a de drogas recreativas.
No colégio e na faculdade
O colégio e a faculdade também são pontos estratégicos que os traficantes utilizam para vender seus produtos
ilícitos. Nesses ambientes, não só ocorre a difusão livre do uso de drogas comuns entre os jovens como há
também a prática do aliciamento dos novos alunos para o vício.
Mediante isso, os pais precisam redobrar a atenção quanto às eventuais mudanças no comportamento dos filhos.
Esse cuidado é essencial, principalmente nos primeiros anos do curso, já que a aprovação no vestibular pode
gerar, às vezes, um tom de conquista e de liberdade.
TEXTO II
Afinal, como ter uma eficiente segurança nas escolas?
A segurança nas escolas é um tema muito relevante a ser discutido na contemporaneidade. Uma vez que os
indivíduos estão se sentindo cada vez mais vulneráveis e inseguros, tomar atitudes preventivas que garantam a
segurança de todos é imprescindível para gerar um ambiente mais tranquilo e harmonioso.
Vale a pena ressaltar também que, para haver uma segurança eficiente, é preciso prestar atenção tanto no
ambiente interno quanto no perímetro de localização da escola e criar medidas que atendam a todas as demandas
de segurança, indo além da vigilância por meio dos equipamentos eletrônicos.
Neste artigo, vamos expor outros aspectos que devem ser levados em consideração para que o ambiente escolar
se torne de fato seguro. Ficou curioso?.
Contratar uma equipe de primeiros socorros
Para que haja segurança nas escolas, é muito importante investir em uma equipe de primeiros socorros. Como o
número de pessoas é grande e muitas das atividades que ocorrem no ambiente escolar estão relacionadas ao
contato físico, é provável que pequenos imprevistos aconteçam.
Além disso, podem ocorrer acidentes nas estruturas da instituição e, para evitá-los, é muito válido que as devidas
precauções sejam tomadas. Por isso, ter uma equipe de primeiros socorros à disposição é indispensável para que
o atendimento seja feito de forma rápida e eficiente, evitando o risco de complicações futuras à saúde dos
indivíduos.
Investir em notificações de perigo, neste caso, também é bastante relevante para que seja possível alertar as
pessoas de forma mais rápida. Além disso, as ações a serem tomadas, caso ocorra uma notificação, devem estar
bem alinhadas com todos para que o procedimento seja feito com agilidade, sem alarmar as pessoas de forma
excessiva.
Quando analisamos os indicadores de escolaridade da população com recorte de raça, os dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2018) apontam uma evidente desvantagem da população negra
ou parda.
Já na Educação Infantil, o acesso a esse direito apresenta índices diferentes, conforme o grupo racial: 53%
das crianças pretas ou pardas de 0 a 5 anos de idade frequentavam a creche ou escola em 2018, contra
55,8% das crianças brancas.
Entre a população preta ou parda, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais é de 9,1%,
enquanto o mesmo indicador é de 3,9% na população branca. Entre a população negra ou parda, a proporção
de pessoas de 25 anos ou mais com pelo menos o Ensino Médio completo é de 40,3%. Já entre os brancos,
o índice é de 55,8%.
A proporção da população preta ou parda entre 18 e 24 anos com menos de 11 anos de estudo e que não
frequentavam a escola em 2018 era de 28,8%, frente 17,4% de brancos na mesma situação.
Essa profunda desigualdade escolar tem reflexos graves, como na renda e na expectativa de vida dessas
populações.
De acordo com os dados trazidos pelo Relatório Reprovação, Distorção Idade-série e abandono escolar, do
Fundo das Nações Unidas para a Infância UNICEF, metade dos mais de 910 mil estudantes que deixaram as
escolas municipais e estaduais de todo o país em 2018 eram pretos e pardos (453 mil). Além disso, as
populações preta, parda e indígena têm entre 9% e 13% de estudantes reprovados, enquanto entre brancos
esse percentual é de 6,5%.
Também vale notar que, de acordo com o documento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) Perfil do Educador da Educação Básica, realizado com dados do Censo
Escolar 2017, 42% de docentes da educação básica eram brancos, contra 4,1% de pretos e 25,2% de
pardos.
Portal CENPEC Educação: Como a gente pode perceber o racismo estrutural no universo escolar?
Iracema Santos do Nascimento: A percepção do racismo estrutural na escola, assim como em outras
instâncias, é algo que por vezes se torna difícil porque, sendo estrutural, o racismo muitas vezes se manifesta
nas sutilezas. É mais óbvio quando se trata de uma discriminação, uma injúria racial, em que um sujeito
comete um ato contra o outro. Mas como estamos falando de racismo estrutural, isso significa que não está
no sujeito, mas nas estruturas, ou seja, naquilo que dá base às relações.
Mesmo afrodescendentes ou sujeitos não-brancos têm dificuldades de perceber ou denominar essas
situações ou atos, e isso demanda um tempo de elaboração – do sujeito e dos sujeitos envolvidos.
Uma manifestação do racismo estrutural é o silenciamento da instituição diante de situações racistas.
Parece até contraditório falar que o silêncio é uma manifestação. Mas nesse caso é sim.”
Então, quando uma criança negra é chamada pelo colega de “macaco”, “pretinho”, ou ouve que “o cabelo
dela é feio, é ruim” e as pessoas adultas responsáveis pelo processo educativo não fazem nada – ou seja,
silenciam -, temos uma manifestação do racismo estrutural. Ainda que elas tenham se sentido incomodadas e
não tenham agido por não se sentirem preparadas para lidar com o fato, se elas não levam isso adiante e não
procuram ajuda, essas pessoas estão compactuando com o racismo estrutural.
Não ter a representatividade de afrobrasileiros e afrobrasileiras – vale destacar, em situações positivas –, seja
nas imagens que fazem parte da decoração do espaço escolar, seja no material didático, nos materiais de
pintura ou entre os brinquedos na Educação Infantil (como bonecos e bonecas negras), também é um
indicativo de racismo estrutural na escola. Ou, por exemplo, quando vemos pessoas negras apenas no
quadro de apoio (responsáveis pela limpeza e pela comida), e não em cargos de direção ou coordenação.
Portal CENPEC Educação: Como a educação antirracista está ancorada nas leis?
Iracema Santos do Nascimento: Podemos percebê-la em três grandes leis estruturantes e estruturais do
sistema de educação: a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei
9.394/1996), e o Plano Nacional de Educação (PNE – Lei n° 13.005/2014).
Na Constituição Federal, existem vários artigos que remetem ao tema. O art. 3º estabelece os objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, e tem quatro incisos:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do
fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb.
Estratégia 7.25: Garantir, nos currículos escolares, conteúdos sobre a história e as culturas afro-brasileira e
indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e
11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes curriculares
nacionais, por meio de ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial,
conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil.
Fonte: (PNE – Lei 13.005/2014)
Portal CENPEC Educação: Você mencionou a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de
“História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” no currículo da educação básica. Qual foi a importância
dessa lei e como você analisa a sua implementação?
Iracema Santos do Nascimento: Indubitavelmente, esta lei – e depois a Lei 11.645/2008 –, teve uma
importância enorme ao pautar o debate da educação antirracista em todos os âmbitos educacionais. Mesmo
que seja um debate de negação, no sentido de educadores(as), gestores(as) quererem negar a existência do
racismo na escola e a necessidade desse debate. Ainda que ele ocorra dessa forma, o debate é importante,
porque significa que há tensionamento.
A lei impôs uma agenda que teve um efeito dominó. Nos estados e municípios, muitas decisões foram
tomadas nos últimos 17 anos, com relação a formação de docentes, produção de material (didáticos e
paradidáticos) para uso em sala de aula, etc. Já tínhamos experiências antirracistas antes da lei, mas ela
deflagrou esse processo nas escolas e secretarias.
Aliás, é muito importante destacar e valorizar essas iniciativas. Há muitas escolas e professores(as)
realizando experiências de educação antirracista em todo o Brasil, da Creche ao Ensino Superior. Isso
sem contar as iniciativas comunitárias, como cursinhos populares. Esses grupos lutam pela inclusão,
não apenas reivindicando, mas desenvolvendo e criando propostas antirracistas.”
Há também uma avaliação não tão positiva da Lei, quando nos referimos às expectativas criadas e ao papel
do Estado brasileiro nesse processo. Nós nos ressentimos com relação à falta de apoio aos estados e
municípios, e aos(às) gestores(as) dessas esferas, para a implementação da Lei, e à falta de investimento
para o desenvolvimento de projetos permanentes.
Confira aqui 5 dicas para a escola trabalhar a Lei 10.639/03
Portal CENPEC Educação: Qual é o papel das redes de ensino na efetivação de uma educação
antirracista que vá além de projetos pontuais?
Iracema Santos do Nascimento: No âmbito do sistema educacional, instaurar instâncias que sejam núcleos
ou coordenadorias de educação antirracista dentro da Secretaria de Educação – assim como foi, por
exemplo, a Secretaria de Políticas de Promoção para a Igualdade Racial (Seppir), quando instituída em 2003.
Quando você tem uma coordenadoria que cuida das relações raciais, você está sinalizando a importância que
dá ao tema e o seu peso político.
Além de instalar essa instância, é preciso destinar recursos e equipe, para que ela exista de fato e possa
realizar um diagnóstico da rede e elaborar um plano de ação, de forma democrática.
Esse trabalho certamente resultará em formações e outras ações, como concursos que incentivem as escolas
a desenvolverem projetos de educação antirracista – o que seria bem interessante para fortalecer quem já
está fazendo isso e para incentivar quem ainda não começou.
As secretarias também podiam realizar mostras pedagógicas com o tema da educação antirracista, para
incentivar os docentes a apresentarem suas ações e trocar experiências, e incentivar a elaboração de
materiais.
Outro ponto fundamental é o incentivo à pesquisa, que pode e deve ser feito pelos(as) gestores(as)
educacionais em parceria com a universidade e seus órgãos de pesquisa. A partir delas, serão criados
conhecimentos sobre a questão do racismo e o seu enfrentamento na escola, mantendo o assunto em pauta
permanentemente e extrapolando as fronteiras acadêmicas para circular no espaço e na comunidade escolar.
Portal CENPEC Educação: Como a relação da escola com o território do entorno pode ajudar a
combater o racismo?
Iracema Santos do Nascimento: A questão da escola enraizada em sua comunidade, e olhando para o
território, é fundamental na educação brasileira. É, na verdade, um princípio pedagógico defendido pelo norte-
americano John Dewey (1859-1952) e que Anísio Teixeira (1900-1971) incorpora na suas proposições
político-pedagógicas. Ele defende o enraizamento da escola no território, inclusive por meio do currículo, que
abarque os anseios e os saberes da comunidade.
No caso do Brasil, onde o mito da democracia racial é parte componente desse país estruturalmente
racista, esse enraizamento da escola no território tem um efeito especial, principalmente em territórios
periféricos, onde estão a maior parte da população negra e indígena.”
Pensemos uma escola localizada na periferia da capital paulista, onde muitos jovens negros são
assassinados pela polícia ou uma criança negra precisa levantar a blusa ao entrar em uma loja para mostrar
que não está roubando. Se esta instituição está em parceria com o território, olha o que está acontecendo ao
seu redor e reconhece os sujeitos e a realidade local, ela precisa colocar essa questão no seu currículo. O
racismo deverá ser necessariamente discutido dentro da sala de aula, em vários componentes curriculares, e
a escola vai desenvolver ações para enfrentar esse estado das coisas.
Portal CENPEC Educação: Que políticas públicas precisam ser priorizadas para que a educação
antirracista ocorra de fato?
Iracema Santos do Nascimento: No que diz respeito à gestão geral das políticas educacionais, um primeiro
ponto é rever quais são as prioridades, de forma a fazer com que as questões relativas às diferenças e as
diversidades ganhem centralidade. Isso significa que ela vai disputar espaço com outros temas – por
exemplo, a política de avaliação externa, com base em testes de aprendizagem.
Já ouvi muitas vezes depoimento de professoras que pararam de realizar certa atividade, como leitura literária
com as crianças, porque precisavam prepará-las para a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb) ou, no caso do estado, do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
(Saresp).
Para escolas implementarem projetos político pedagógicos comprometidos com uma educação antirracista, é
preciso tempo de estudo e dedicação, para a elaboração, implementação e avaliação dessas atividades. Mas
esse tempo é a todo momento disputado por demandas de toda ordem que recaem sobre a escola e isso
interfere na prática pedagógica.