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Será ético-moralmente correto a interrupção voluntária da

gravidez?
Na atualidade, a interrupção voluntária da gravidez em Portugal tem sido um
assunto cada vez mais abordado pela comunidade em geral. Uma vez que, à medida
que ciência e a tecnologia vão evoluindo maioritariamente no âmbito da medicina,
estas acabam por despoletar novos métodos que permitem não sofrer tanto, mas sim,
com que o feto tem direito moral à vida. Constatamos que perante estas situações
surgem inúmeras questões e problemas, nomeadamente, a grávida não tem a
obrigação de sustentar a vida deste, havendo a hipótese de colocar em causa a sua
integridade, personalidade e ações durante o período de gestação, condicionando
assim os seus direitos enquanto ser humano. E ainda o “porquê” dos futuros pais
excluírem a adoção enquanto opção, uma vez que existem no mundo milhares de
crianças à espera de serem adotadas.

Desta forma, quando nos debruçamos sobre este assunto acabamos por nos
deparar com um problema de caracter bastante sensível e também de grande
importância, não só por se relacionar com a criação de um ser humano mas também
por incluir tanto casais constituídos por indivíduos de sexos diferentes como do
mesmo sexo, abrangendo assim um maior número de possíveis interessados neste
método.

Assim sendo, defendo que apesar de ser uma questão bastante controversa, estou
de acordo com a interrupção voluntária da gravidez em Portugal.

Existem alguns aspetos que julgo importantes de salientar para justificar a minha
decisão tais como, em primeira instância, acredito plenamente que não é ético-
moralmente correto remunerar alguém determinar que fetos não têm consciência
sabendo que fetos não possuem autoconsciência, muito menos capacidade de
reflexão ou memória. Portanto, não atendem a essas características definidoras de um
indivíduo. Mas, nesse caso, pacientes em coma ou estado vegetativo também não
teriam direito moral à vida, assim como crianças recém-nascidas, que não possuem
ainda noção da vida. Em segundo lugar, quando a mulher possui direitos sobre seu
corpo e, portanto, pode se decidir pela interrupção de uma gravidez indesejada ou de
risco. O aborto, dessa maneira, seria um exercício inviolável dos direitos da mulher.
Para além disso, deveria prevalecer a vontade da mulher como disse a filósofa Judith
Jarvis Thompson que segundo ela, “ainda que o feto tenha direito à vida, o aborto é
eticamente permissível, porque ele não permite que se utilize do corpo da mãe contra
a vontade dela”, e neste caso não podemos obrigar uma mulher a ter um filho contra
vontade, o que no futuro pode provocar falta de afeto entre mãe e filho . Por último,
penso que também devemos pensar no bem estar dessa criança, por exemplo um caso
muito discutido foi de uma menina de 12 anos ter sido violada e ,posteriormente, ter
ficado grávida e não poder fazer um aborto pois o seu país não permite, ora há muitas
perspetivas mas pensemos no futuro dessa menina e desse bebé que irão viver uma
vida infeliz por parte da menina pois tem de criar da criança em vez de brincar e por
parte do filho pois irá sempre ficar na memória que a sua mão o teve com 12 anos.

Contudo, estou perfeitamente ciente de que existem algumas objeções que podem
tentar refutar os argumentos que defendi anteriormente, como por exemplo, o facto
de essa criança tinha o direito de viver tal como os outros e que sua decisão ser viver,
tenho também plena consciência de que caso o aborto seja legal, estaremos a
autorizar uma série de homicídios em larga escala, mas se ás vezes é o melhor não
devemos condenar essa pessoa

Porém, a meu ver, se alguém quer muito criar uma criança mas não tem
possibilidades, hoje em dia á muitos centros de ajuda a grávidas como por exemplo, o
projeto “Apoia a Vida”. Imaginemos uma situação hipotética onde uma “recém-mãe”
não tem possibilidades, mas queria ter um filho, mas tem muitas dívidas, ora estes
centros ajudam a prepararem-se para serem futuras mães e a ajudar a ter uma vida
estável para cuidar do bebé em vez de tomar uma decisão radical (aborto).
Corroborando o meu ponto de vista quando afirmo que a ajuda destes centros de
apoios para estas mulheres é extremamente importante pois nem toda a comunidade
está preparada para ser mãe. Desta forma conseguimos concluir que o maior entrave à
resolução deste dilema ético-moral é a racionalidade do ser humano. Saliento ainda
que, estas mães abortarem, será sem margem para dúvida uma atitude a admirar e
respeitar visto que irá não só concretizar o desejo da mulher, mas também poupar
sofrimento a esse filho.

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