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º 6/84, de 11 de maio
Artigo 140.º
(Exclusão da ilicitude do aborto)
1 - Não é punível o aborto efectuado por médico, ou sob a sua direcção, em
estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da
mulher grávida quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da
medicina:
a) Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para
o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostre indicado para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o
corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e seja realizado nas primeiras
12 semanas de gravidez;
c) Haja seguros motivos para prever que o nascituro venha a sofrer, de forma incurável, de
grave doença ou malformação, e seja realizado nas primeiras 16 semanas de gravidez;
d) Haja sérios indícios de que a gravidez resultou de violação da mulher, e seja realizado
nas primeiras 12 semanas de gravidez.
2 - A verificação das circunstâncias que excluem a ilicitude do aborto deve ser certificada
em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele
por quem, ou sob cuja direção, o aborto é realizado.
3 - A verificação da circunstância referida na alínea d) do n.º 1 depende ainda da
existência de participação criminal da violação.
Argumentos:
- Quem sou eu, Matilde, para me julgar no direito de dizer o quê que uma pessoa vai fazer
que não interfere nada com a minha vida, é legal e não prejudica terceiros
- Não estamos a matar ninguém, porque não tem personalidade jurídica, isto é, tem
personalidade jurídica a partir do momento em que nasce, só é um ser humano a partir do
momento em que nasce.
- O que acontece na realidade, sendo o aborto proibido, é que quem tem dinheiro vai a
clínicas a Espanha, ou qualquer outro país onde seja legalizado, faze-lo com toda a
segurança, quem não tem dinheiro, faz o aborto sem ser seguro num local talvez pouco
higiénico, isto é, não estamos a discutir ‘Aborto Sim’ ou ‘Aborto Não’, mas ‘Aborto Legal’
ou ‘Aborto Clandestino’
- A mulher tem direito de tomar decisões num assunto que diz respeito à sua vida
-A legalização do aborto NÃO aumenta a percentagem de pessoas que abortam e
DIMINUI as taxas de mortalidade materna.
-Há no ventre materno apenas protoplasma, que é uma substância indefinida contendo os
processos vitais contidos no interior das células. Não pode haver homicídio onde não há
vida humana, figurando-se aí um crime impossível
Exemplos
- Raquel abortou em casa, na clandestinidade. Inês interrompeu uma gravidez indesejada no SNS.
Margarida não escapou ao estigma e sentiu-se julgada pelos clínicos que acompanharam o
procedimento. Quarenta anos separam a primeira e a última destas intervenções. Em quatro décadas,
Portugal assistiu a julgamentos e mortes devido a abortos clandestinos, feitos “com pé de salsa” e
“cruzetas”. Um direito que marcou o debate público, dividiu forças partidárias e esteve na origem do
primeiro referendo no país. Há 15 anos, o aborto por opção da mulher deixou de ser crime.
https://www.publico.pt/multimedia/interactivo/15-anos-aborto-portugal
https://www.publico.pt/2022/05/06/sociedade/entrevista/direito-aborto-provas-paises-
vivem-saudavel-democracia-2005155
Argumentos contra:
Direito à vida:
Este tema pode ser visto com vários olhos, já que biologicamente não se sabe quando a
vida começa, isto pode trazer várias opiniões como a vida começar após as 12 semanas
ou antes disso, na minha opinião a vida começa no momento que acontece a
fecundação, isso faz com que o aborto seja um assassinato, impedindo uma vida de
acontecer.
Mesmo que a família não tenha condições, uma mãe seja solteira ou por exemplo os
métodos contracetivos falhem, o governo tem como ajudar como subsídios e abonos e
assim ajudar a família.
Pode causar um risco maior à vida da gestante. O aborto, por ser um procedimento
contra a natureza, poderá acarretar danos irreversíveis para a mulher. Por exemplo, a
mulher pode nunca mais conseguir ter um filho. Caso aconteça uma gravidez a partir
do fruto de violência sexual perpetrada contra a mãe não repara o mal causado, assim
o aborto seria um erro para corrigir outro. Cabe ao estado proporcionar assistência
psicossocial à mulher que poderá encaminhar a criança para doação, se assim o
desejar.
Imaginemos que é identificada uma deficiência física ou mental que acometerá o ser
vindouro;
Não podemos esquecer que o feto é parte do organismo materno e a mulher tem livre
disposição do seu corpo, ou seja, na minha opinião considero que neste tipo de
situações eu sou totalmente a favor do aborto;
Também considero que sou a favor do aborto, sempre que se trata das questões
físicas ou psicológicas que advêm, por exemplo, de incesto ou estupro, e, lembramos
aqui que nestes casos a atual lei penal não pune o aborto;
Uns para defender a sua perspetiva debruçaram-se mais na lei e no direito a decisão
própria, outros mais dedicados à ética e um meio termo. (Otero)
O que acontece na realidade, sendo o aborto proibido, é que quem tem dinheiro vai a clínicas a Espanha,
ou qualquer outro país onde seja legalizado, fazê-lo com toda a segurança; quem não tem dinheiro, faz o
aborto sem ser seguro num local talvez pouco higiénico, isto é