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JURÍDICA – AULA 01 –
CASOS PRÁTICOS
PROFA. CAMILA MENEZES
1 – ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
• 1º - Você está em um trem que tem pela frente cinco pessoas... mas tem um desvio que pode ser feito, onde está um gordinho... O
que você faz? Salva as cinco pessoas, matando o gordinho?
• 2º - E se você está em uma plataforma do trem e este matará cinco pessoas... Mas você pode salvá-las, derrubando um gordinho
sobre os trilhos, parando, assim, a trajetória do trem.
• No primeiro, as pessoas dizem que matariam o gordinho; na segunda, não, porque teriam que empurrá-lo?... Ou não. O que isso tem a
ver (diretamente) com o direito? Serve, sim, para discutir filosofia moral e correlatas; mas, para o direito, interessa você não
escolher aleatoriamente, mas decidir conforme os princípios jurídicos.
• 3º - Em uma cidade do interior cinco pessoas importantes e queridas correm risco de vida e aguardam por um transplante de
órgãos. Um andarilho da cidade se for morto, poderá salvar estas 5 vidas. Se você fosse o médico da cidade, você mataria o andarilho?
• 4º - Caso do 11 de setembro. Você acha que um avião das forças aéreas americanas poderia atingir o segundo avião do atentado,
matando a tripulação que era composta por 200 pessoas e salvando as 5 mil pessoas que se encontravam na segunda torre do world
trade center?
2 - ABORTO
• ARGENTINA – uma lei aprovada passou a permitir a realização do procedimento até a 14.ª semana de
gestação em qualquer caso e ainda estabelece que, se a gestante for menor de 16 anos, ele deverá ser feito
com o consentimento dela. Na Argentina, o aborto era proibido por uma lei de 1921 e punido com pena de
prisão.
• Na América Latina, o aborto sem restrições é legal no Uruguai e em Cuba. Também é permitido na
Cidade do México.
• Em quase todos os demais países da América Latina é permitido apenas no caso de risco para a mulher,
quando não há chance de sobrevivência do feto ou se a gravidez for resultado de um estupro.
• legislação brasileira: o aborto só é permitido em caso de estupro, de feto anencéfalo e em casos em que a
vida da mãe está em risco
2 – ABORTO – STF - HABEAS CORPUS 124.306 RIO
DE JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
• Para parte dos ministros do STF são inconstitucionais os artigos do Código Penal que
criminalizam o aborto, conforme decisão de 2016.:
• “A criminalização é incompatível com os seguintes direitos fundamentais: os direitos
sexuais e reprodutivos da mulher, que não pode ser obrigada pelo Estado a manter
uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve conservar o direito de fazer
suas escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da gestante, que é quem sofre,
no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a igualdade da mulher, já que
homens não engravidam e, portanto, a equiparação plena de gênero depende de se respeitar
a vontade da mulher nessa matéria.
2– STF - HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE
JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
• A tudo isto se acrescenta o impacto da criminalização sobre as mulheres pobres. É que
o tratamento como crime, dado pela lei penal brasileira, impede que estas mulheres, que
não têm acesso a médicos e clínicas privadas, recorram ao sistema público de saúde
para se submeterem aos procedimentos cabíveis. Como consequência, multiplicam-se os
casos de automutilação, lesões graves e óbitos.
2– STF - HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE
JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
• A tipificação penal viola, também, o princípio da proporcionalidade por motivos que
se cumulam: (i) ela constitui medida de duvidosa adequação para proteger o bem jurídico
que pretende tutelar (vida do nascituro), por não produzir impacto relevante sobre o
número de abortos praticados no país, apenas impedindo que sejam feitos de modo
seguro; (ii) é possível que o Estado evite a ocorrência de abortos por meios mais eficazes
e menos lesivos do que a criminalização, tais como educação sexual, distribuição de
contraceptivos e amparo à mulher que deseja ter o filho, mas se encontra em condições
adversas; (iii) a medida é desproporcional em sentido estrito, por gerar custos sociais
(problemas de saúde pública e mortes) superiores aos seus benefícios.
2– STF - HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE
JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
• Anote-se, por derradeiro, que praticamente nenhum país democrático e desenvolvido
do mundo trata a interrupção da gestação durante o primeiro trimestre como crime,
aí incluídos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha,
Portugal, Holanda e Austrália
2 – STF - HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE
JANEIRO RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
• Deferimento da ordem de ofício, para afastar a prisão preventiva dos pacientes,
estendendo-se a decisão aos corréus.”
2 - ABORTO
• De acordo com o Código Penal brasileiro, a pena para quem causa a morte de um doente
podem variar de dois a seis anos, quando comprovado motivo de piedade, a até 20 anos de
prisão.
• quando o paciente tem sua medicação ou tratamentos suspensos (por já não serem
efetivos ou até prejudicarem o paciente), ele opta pela ortotanásia, uma prática não prevista
por lei, mas permitida no Brasil por uma resolução do Conselho Federal de Medicina.
• Holanda, Suíça, Canadá, Colômbia e Estados Unidos, por exemplo, permitem a morte
dependendo do caso. Na Bélgica, a eutanásia é permitida desde 2002.
3 - EUTANÁSIA
• A PRIMEIRA QUESTÃO É: UMA PESSOA TEM DIREITO DE PEDIR PARA MORRER E ABREVIAR
SEU SOFRIMENTO DIANTE DE DOENÇA INCURÁVEL?
• Para alguns especialistas, sim. Isto seria um argumento suficientemente forte para diferenciar a eutanásia de um
assassinato e evitar a caracterização de um crime.
• Um juiz ao decidir sobre a eutanásia deve julgar não com base em ideologias religiosas ou moral, nem
ética, nem pragmática, mas sim com base em direitos fundamentais: autonomia da vontade; direito ou não à
vida; dignidade da pessoa humana; direito fundamental à liberdade; direito social ao bem-estar; direito à
existência digna, livre e igual x direito à vida é inviolável e intransponível, tipificação do crime de homicídio.
• diante da escassa regulamentação acerca do tema no ordenamento pátrio, é preciso buscar um equilíbrio jurídico
e doutrinário.
3 - EUTANÁSIA
• O art. 122 do referido anteprojeto faz menção expressa a eutanásia de maneira que no
caput, é tipificada a conduta imputando pena de prisão de dois a quatro anos para o
agente e no parágrafo primeiro, consigna-se que o juiz deixará de aplicar a pena
avaliando as circunstâncias do caso e ainda a relação de parentesco ou estreitos laços
de afeição do agente com a vítima. A reforma em análise ainda elenca como causa
excludente de ilicitude a prática da eutanásia passiva, ou ortotanásia.
2 - EUTANÁSIA
• Contrários à Eutanásia - para aqueles que não defendem a eutanásia, o seu ato é
considerado abominável e tipificado como um crime e afronta o direito à vida, conforme
prescrição em lei.
3- EUTANÁSIA
CONTRÁRIOS FAVORÁVEIS
= ARGUMENTOS JURÍDICOS
1V – DIREITO AO VOTO
• Constituição de 1946 - Art. 131. São eleitores os brasileiros maiores de dezoito anos
que se alistarem na forma da lei.
• Art. 133. O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de ambos os
sexos, salvo as exceções previstas em lei.”
1V - VOTO
• Constituição de 1988 - Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante: (...)