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O tema em questão tem marcado a história, pois gravita em seu torno questões tanto
sociais quanto políticas. O debate em torno da criminalização do aborto arrasta com ele
opiniões divergentes, sejam elas de natureza culturais, religiosas, emocionais, científicas ou
até mesmo costumeiras. Destarte, autores, como Santos (2020), apontam a criminalização do
aborto como parte integrante da história penal de diversos países ao redor do mundo.
Neste sentido é necessário realçar que Angola como estado democrático de direito,
considera a vida o bem fundamental mais precioso. Tendo consagração constitucional. De
acordo a constituição no seu artigo 30º a vida é inviolável. Concernentemente ao aborto, o
Código penal de 1886, não mais em uso, penalizava toda e qualquer conduta que por meio de
1
violência, bebida, fármacos, com ou sem consentimento da mulher, fosse abreviar a vida do
nascituro. Sem excepções nenhuma (artigo 358º).
No entanto, a Lei n.º 38/20 que revoga o código Penal de 1886 apresenta um código
penal, que corresponde a uma reforma profunda no ordenamento jurídico-penal Angolano.
Uma das alterações trazidas pelo Código penal vigente fora o abandono do termo “Aborto”.
Lê-se no artigo 154º “Interrupção de gravidez”. Entretanto a mudança não se cingiu somente
na alteração nominal; a previsão da extinção da responsabilidade e atenuação especial da
pena, nos casos em que a Interrupção da gravidez seja o único meio de remover qualquer tipo
de perigo para a gestante; que o feto, provado por laudo médico, seja inviável ou resultar de
crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, são outras alterações relativas a norma
que criminaliza o aborto.
É crucial ressaltar que o que se pretende com o presente estudo não é classificar ou
categorizar como boa ou má a norma que criminaliza o aborto, mas entender como a
sociedade angolana encara a criminalização do aborto.
Objectivos do estudo
GERAL
2
ESPECÍFICOS
JUSTIFICATIVA
3
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Teoria Concepcionista
Teoria da Nidação:
Teoria do Sistema nervoso central:
Teoria da Pessoa humana em potencial ou pessoa humana tout court:
Teoria Natalista
1
Cfr. Almeida, Aborto induzido como problema de saúde no Huambo e uma estratégia para a sua
redução, p.21; Cohen, Questões éticas sobre do aborto e incesto, p. 1
2
Vd. Novelino, Direito Constitucional, p.388-389, apud Santos, Direito à vida: Considerações acerca do
aborto e da eutanásia, p. 29-30
4
Segundo a teoria da concepção, o início da vida começa com a fecundação do óvulo
pelo espermatozoide. A segunda teoria, referente a Nidação, estipula que a vida começa a
partir do momento da fixação do zigoto do útero materno. A terceira teoria, busca seu apoio
ao funcionamento do Sistema nervoso central, esta, declara que a vida do feto inicia-se
somente com o desenvolvimento neurológico. A teoria da Pessoa humana em potencial ou
pessoa humana Tour court, adotada pelo comité de ética da França, afirma que o início da
vida começa-se a contar a partir da 24ª a 26ª semanas, sendo este o período em que o bebê
tem maior possibilidade de vida extrauterina, permitindo até antes do tempo referido a
gestante abortar. Para a teoria Natalista, a vida começa a partir do nascimento e desta feita,
sua protecção só justifica-se depois de ocorrer seu nascimento.3
Para quem defende a descriminalização do aborto, existe uma diferença entre o feto e
a pessoa já nascida. Explicam estes, que a segunda é titular de direitos, estando protegida pelo
art.º 30º da Constituição da República de Angola (doravante, CRA) e o primeiro, ainda não o
é. Para estes, o direito que é garantido pelo artigo referido não se estende aos fetos. Algumas
das opiniões feministas giram em torno da liberdade de escolha da mulher. Sustentando seus
argumentos em como a constituição assegura à mulher, liberdade. Concluindo que, se a
mulher é livre então ela pode fazer o que quiser com seu corpo, sendo assim, tendo em conta
que o feto é parte integrante da mesma, por lógica, a mulher devia ter a liberdade de decidir o
que fazer.4 Alega-se que com a descriminalização do aborto haverá uma clara redução nos
números referentes a práctica do aborto clandestino, e consequentemente uma redução nos
riscos inerentes a mesma.
Do lado oposto da moeda, existe aqueles para quem a criminalização do aborto deve
permanecer. Para estes últimos, a criminalização do aborto encontra sua justificativa no facto
de que logo de início a pessoa é criada com a fusão do óvulo com o espermatozoide. Para
estes, é aí que se forma a pessoa uma vez que é nesse momento que os genes irrepetíveis de
cada pessoa estão reunidos. A conclusão a que se chega é que o desenvolvimento do embrião
inicia-se logo desde a fertilização. E consequentemente, o bem jurídico assegurado e
protegido pela norma do art.º 30º da CRA, se estende ao feto.5
3
Vd. Fernandes. Curso de Direito Constitucional, p. 362, Novelino, Direito Constitucional, p.388-389,
apud Santos, Ob. Cit. P. 29-30
4
Vd. Reis, Lopes, Franco e Vilela, Direito, Religião, Direito à vida e o Aborto, p.14
5
Idem, p.14
5
Segundo Reis et. al. (2015), para quem defende a criminalização do aborto “o feto é
um ser separado da mãe, apesar de depender dela não se pode confundir com ela, tal como
acontece com os recém-nascidos, que são inteiramente dependentes de terceiros mas não é por
isso que se confundem com eles”.
Segundo um estudo realizado pela Dra. Almeida (2020), a taxa de mortalidade nos
países desenvolvidos na sequência do aborto é de 1 por 100 000 nados-vivos, muito inferior à
taxa de 680 por 100 000 observada na Africa subsariana. A autora, ressalta o facto de que em
2008, a gravidez não planeada no mundo menos desenvolvido foi um terço mais alta que no
mundo desenvolvido. Sendo que metade dessas “gravidezes” não planeadas acabaram em
abortos.
6
Almeida, Aborto induzido como problema de saúde no Huambo e uma estratégia para a sua redução,
p.22;
6
Para Almeida (2020), os dados dos países em desenvolvimento são tidos apenas como
a ponta do iceberg. Estima-se que o número deve ser bem mais elevado do que os registos
apontam. Isto, porque acredita-se que embora as instituições públicas registem, existe um
número elevado de abortos pertencentes as cifras negras, ou seja, não registados.
Sobre a temática abordada neste estudo, um relatório feito em 2019 pela Comissão
Intersectorial para a Elaboração dos Relatórios Nacionais de Direitos Humanos, em Angola,
revelou estar preocupado com a criminalização do aborto no recém-adoptado código penal.
Declarando que os procedimentos necessários para se ter acesso ao aborto legal, mostram-se
demasiados complexos, induzindo assim as mulheres a procurarem abortos clandestinos
inseguros que ponham em riscos as suas vidas e saúde. O comité mostrou-se também
preocupado com o estigma social associado às pessoas que procuram informações sobre
serviços de aborto seguro, e sobre a alta taxa de gravidez na adolescência e o acesso limitado
a serviços de saúde sexual e reprodutiva.7
7
Vd. Comissão Intersectorial para a Elaboração dos Relatórios Nacionais de Direitos Humanos, Angola
na Implementação dos Direitos Civis e Políticos, p.29-30
7
De uma outra forma, olha-se para a religião como a crença na existência de forças
sobre-humanas, criadoras do universo. Sendo que cada um dos sistemas organizados que se
baseiam nessa crença possuem rituais e doutrinas próprias.8
Vale ressaltar, nas palavras de Santos (2012), que a religião, de forma geral, não
comanda o que o Direito vai decidir a respeito, mas acaba influenciando, já que quem faz o
Direito são as pessoas, e cada uma possui um posicionamento pessoal que acaba interferindo.
1.1.2.1. CATOLICISMO
Para Ribeiro (2007), a doutrina da igreja católica não se manteve durante a história
constante. Por sinal, segundo a autora supracitada, foi por volta do século IV que São Basílio
trouxe a teoria que a igreja adoptou até agora, denominando-a de “Animação imediata”.
8
Cfr. Ximenes, Minidicionário de Língua Portuguesa, Apud Ribeiro, A posição de algumas Religiões e
Questões Polêmicas acerca do Aborto, p.8
9
Vd. Santos, Direito à vida: Considerações acerca do aborto e da Eutanásia, p, 40
8
A autora referida faz menção de que esse entendimento não se manteve durante muito
tempo, sendo que durante o século VI o código Justiniano trouxe o entendimento de que o
feto somente adquiria alma a partir do momento em que tomasse forma humana, permitindo o
aborto antes que essa fase ocorresse; no século XVI o concilio de Trento entendeu,
doutrinariamente, que o feto passava a ter alma quando apresentasse seus primeiros
movimentos ainda no interior do útero, chamando de a “A teoria do movimento”. Mais tarde o
Pio IX reestabeleceu a teoria da animação imediata.
Em Angola os bispos católicos decidiram mostrar o seu ponto de vista através de uma
carta que dirigiram à sociedade angolana dado o retomar da discussão sobre a despenalização
do aborto. Nesta carta, e em cinco alíneas, defendem a vida. Explicam que “o aborto é contra
a Lei Divina”, ninguém pode suprir a vida de outrem e defendem que realizá-lo é ir contra a
identidade cultural, revelando “desprezo pelos valores fundamentais da sociedade angolana”.
Defendem ainda que não faz sentido a constituição angolana ter abolido a pena de morte e
agora atentarem para a “morte de inocentes”.10
1.1.2.2. PROTESTANTISMO
Os islâmicos, de forma geral não são a favor do aborto. A diferença reside na questão
de se saber quando o feto ou embrião é considerado ser humano. Segundo Santos (2012), o
nascituro passa por diversos estágios até que se torne humano. E enquanto não possuir alma,
enquanto não estiver revestido em carne e osso, não é humano, portanto, pode ser abortado.
A maioria dos estudiosos islâmicos considera que a alma é adquirida aos 4 meses (120
dias). Após este momento o aborto apenas pode ser realizado em situações muito excecionais,
nomeadamente quando existe perigo de vida para a mãe, em virtude do princípio da shariah
de escolha do “menor de dois males”. A morte da mãe é mais prejudicial do que a do feto,
porque possui responsabilidades e constitui um pilar da família., durante os quais o embrião
ou feto ainda não é um ser humano.12
Se o aborto ocorrer antes de o feto se tornar “humano”, então a indenização a ser paga
é leve. Mas se ocorrer após o feto se tornar um ser animado, o aborto é punido com o
assassinato do que o causou. O Corão condena qualquer acto de matar, mas em caso de risco à
vida da mãe, ela é a detentora da vida principal, e deve ser mantida.13
1.1.2.4. JUDAÍSMO
Para o judaísmo, o aborto em caso de risco para a saúde da mãe, este é permitido, e
não é posto em comparação com o crime de homicídio. Esta religião considera o feto que
oferece risco à sua genitora, um “rodef” (agressor).14 Para esta religião, o feto faz parte do
corpo da mãe e que prevalece é a saúde da mulher, dentro do seu equilíbrio psíquico e físico e
assegura-se ainda que com relação a encarnação, se o feto não chegar a nascer, seu espírito
retorna à Deus.15 Relativamente ao momento do início da vida, O judaísmo considera que o
feto só pode ser considerado como ser humano, um mês logo após o seu nascimento.
A lei judaica é mais permissiva no que respeita a abortos nos primeiros 40 dias de
gravidez, já que considera o feto como sendo de relativo pouco valor durante este período.
Abortos devido a defeitos do feto ou para proteger a saúde mental da mãe são proibidos por
certas escolas do judaísmo e permitidos por outras em circunstâncias diversas.16
12
Reis, et al. Direito, Religião, Direito à vida e Aborto, p.9
13
Santos, Ob. Cit. p. 41
14
Santos, Ob. Cit. p. 42
15
Ribeiro, Ob. cit. p. 47
16
Reis, et al. Ob. cit, p.10
10
1.2. POSSÍVEIS CAUSAS DO ABORTO
Muitos estudos, de acordo a autora referida, revelam que os principais motivos que
levam a mulher a praticar o aborto consubstanciam-se na ausência de condições financeiras,
falta de apoio do pai e relacionamentos instáveis. 18 Na mesma esteira, Cavalcante e Xavier
(citado em Etapechusk & Costa, 2016, p.4) acrescem aos motivos para abortar, priorização da
vida profissional e o facto das mulheres em causa serem muito jovens.
Diniz (citado em Etapechusk & Costa, 2016, p.4) “acrescenta que a gestação não
planejada e os abortos induzidos são atribuídos em grande parte, ao uso inadequado de
métodos anticoncepcionais, a falta de educação sexual, ao problema da gravidez na
adolescência, ao atraso cultural, e a paternidade irresponsável.”
17
Borsari, Aborto provocado: Vivência e significado: Um estudo fundamentado na fenomenologia, p.21
18
Vd. Borsari, Ob. cit., p.25
19
Silva e Silva, As consequências jurídicas e psicológicas diante do aborto induzido no Brasil, p.256
11
instinto maternal, mágoa e sentimentos ruins em relação as pessoas ligadas a
situação, assim como desejo de terminar o relacionamento com o parceiro,
perda da libido, frigidez, incapacidade de se auto perdoar, irritabilidade,
pesadelos, tonturas, tremores e sentimento de estar sendo explorada.
Figura 1- Aborto e
Legislações.
20
Ibidem, p.257
21
Sarmento, Legalização do aborto e constituição, 46
12
Fonte: Center for reproductiveRights, New York EUA, 2009
No entanto, Diniz (citado em Rosendo & Gonçalves, 2015, p.309) afirma que “se as
normas o protegem é porque tem personalidade jurídica”. Neste ponto, tal como explicam as
autoras Rosendo e Gonçalves (2015) Diniz, justifica o direito do nascituro como algo
absoluto, todavia, o Dr. Bobbio (citado em por Rosendo & Gonçalves, 2015, p.310)
22
Cfr. Sarnento, Legalização do aborto e constituição, p.46
23
Rosa, et al. Aborto e Direito à vida: (Não) recepção do aborto em caso do estupro, p.1347.
13
esclarecera que os direitos não são absolutos, mas construídos historicamente formando uma
classe variável. Acresce, o autor, de que é inconcebível atribuir fundamento absoluto a
direitos historicamente relativos.
Para Tiburi (citada em Rosendo & Gonçalves, 2015, p.310), o argumento de Diniz,
reflete um posicionamento machista, cujo discurso revela outro tipo de aborto: não mais do
feto, mas o das próprias mulheres.
ESTADOS UNIDOS
FRANÇA
28
Idem, p.143
29
Cfr. Dworkin, Domínio da Vida: Aborto, eutanásia e liberdades individuais, p. 145; Sarnento,
Legalização do aborto e constituição, p.47; Santos, Criminalização do aborto: Propósitos legais e
repercussões fáticas, p. 48
30
A lei de 17 de janeiro de 1975 conhecida como a lei do Véu, uma lei que regia a descriminalização do
aborto na França. Elaborada por Simone Veil Ministra da saúde sob presidência de Valery Giscard
d’Estaing
15
Depois de os parlamentares tentarem declarar a inconstitucionalidade da lei, de acordo
com Louis Favoreau e Laic Philip o Conselho de Estado, na referida decisão, partiu do
princípio de que “a vida e a pessoa existem antes do nascimento, mas que o direito
correlactivo que o garante não deve ser considerado como absoluto”31
As normas da lei francesa de 1975 foram tornadas definitivas; em 1982 foi editada
uma lei prevendo a obrigação da seguridade social francesa de arcar com 70% dos gastos
médicos e hospitalares decorrentes da interrupção voluntária da gravidez; o conselho
constitucional reafirmou a constitucionalidade da norma na sua decisão n. 2001- 446.
RÚSSIA
Segundo Félix (2018), a Rússia, estado sucessor da URSS, fora o primeiro país do
mundo a legalizar o aborto, em 1920, após revolução russa. Como forma gratuita nos
hospitais. No entanto, no governo de Stalin, o aborto tornou a ser um acto proibido, de 1936 a
1935, salvo nos casos de risco de vida ou sinais de grave problemas genéticos.
A Rússia mesmo tendo uma história voltada para extrema liberalização da práctica,
nos últimos anos, o governo tem adoptado políticas mais conservadoras e a legislação acerca
31
Vd. Decisão reproduzida em FAVOREAU, Louis (…) Les Grandes Décisions du conseil
Constituttionnel, pp. 317-318, Apud, Aguiar, Os direitos da personalidade da mulher e do nascituro, p.
61
16
do aborto se tem tornado mais rigorosa. Em 2011, mudanças legislativas passaram a exigir
explicações detalhadas sobre os riscos do aborto à saúde da mulher.32
MOÇAMBIQUE
ANGOLA
É necessário realçar que Angola como estado democrático de direito considera a vida
o bem fundamental mais precioso. Tendo consagração constitucional. De acordo a
constituição no seu artigo 30º a vida é inviolável. 36 Concernentemente ao aborto, o Código
penal de 1886, não mais em uso, penalizava toda e qualquer conduta que por meio de
violência, bebida, fármacos, com ou sem consentimento da mulher, fosse abreviar a vida do
nascituro. Sem excepções nenhuma (artigo 358º).
32
Félix, O debate sobre a (des) criminalização do aborto e suas implicações para a saúde pública no
Brasil, p.118
33
Reis, et. al. Direito, religião, Direito a vida e aborto, p. 18.
34
Idem, p. 18
35
Reis, et, al. Ob. cit. p. 18
36
Cfr. Constituição da República de Angola.
17
No entanto, a Lei n.º 38/20 que revoga o código Penal de 1886 apresenta um código
penal, que corresponde a uma reforma profunda no ordenamento jurídico-penal Angolano.
Uma das alterações trazidas pelo Código penal vigente fora o abandono do termo “Aborto”.
Lê-se no artigo 154º “Interrupção de gravidez”. Entretanto a mudança não prendera-se
somente na alteração nominal. Outrossim, é a previsão da extinção da responsabilidade e
atenuação especial da pena, nos casos em que a interrupção da gravidez seja o único meio de
remover qualquer tipo de perigo para a gestante; que o feto, provado por laudo médico, seja
inviável ou resultar de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual.
CAPÍTULO II - METODOLOGIA
Miaoulis e Michener (conforme citado por Ribeiro, 2010, p.41) chamam de população
ou universo “a totalidade das observações pertinentes que podem ser feitas num dado
problema”, Norusis (conforme citado por Ribeiro, 2010, p.41) entende como população: o
conjunto de pessoas ou objectos com que se pretendem originar resultados.
Critérios de exclusão: Viver no estrangeiro, ser menor de idade, não responder de forma
completa e devida as questões.
2.1.1.TÉCNICA E INSTRUMENTO
Para Jacobsen (2016), nos casos de múltipla escolha, os respondentes optarão por uma
das alternativas, ou por determinado número permitido de opções. Ao elaborar perguntas de
respostas múltiplas, o pesquisador se depara com dois aspectos essenciais: o número de
alternativas oferecidas e os vieses de posição.
O questionário foi dividido em duas versões: uma versão para homens e outra versão
para mulheres. Para a versão do género masculino elaborou-se 11 assim como para o género
feminino, elaborou-se. Os questionários foram criados em 22 de Dezembro de 2021. A
19
colecta de dados terminara em 22 de Outubro de 2022. Foram feitas perguntas comuns para
ambos géneros da nossa amostragem. Essas perguntas visaram a colecta de dados
sociodemográficos (tais como nome, idade, sexo, província onde vive, grau académico,
orientação religiosa). Também se elaborou questões cuja pretensão se prendia em analisar o
conhecimento dos participantes relativamente ao tema e todas as questões que gravitam em
torno dele. Não obstante, também foram elaboradas questões cujo intuito fora analisar os
factores que poderiam estar subjacentes a prática da interrupção voluntária da gravidez, tanto
como da sua criminalização e sua aceitação por parte do nosso objecto de estudo. Ambos
questionários tiveram como tempo de resposta 10 min e 9 s.
Quanto aos objectivos, o estudo presente enquadra-se à pesquisa descritiva. Este tipo
de pesquisa cinge-se na especificação de propriedades, características e rasgos importantes de
qualquer fenómeno que se análise. Descreve tendências de um grupo ou população; focam-se
no estudo do nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de
habitação de seus moradores, o índice de criminalidade; têm por objectivo levantar opiniões,
atitudes, crenças de uma população, etc. uma das características mais significativas das
pesquisas descritivas é a utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados, tais como o
questionário.
2.1.3. PROCEDIMENTOS
Para a colecta dos dados: inicialmente se redigiu um e-mail, pedindo autorização para
uso de modelo do questionário. O e-mail fora enviado ao 20 de Dezembro de 2021 e recebeu-
se a resposta ao 22 de Dezembro de 2021. Para o processamento de dados e criação do
questionário fora usado duas plataformas distintas: Surveymonkey e Drag´n Survey.
20
O Drag'n Survey é um software de questionário online gratuito. Fácil e simples de
usar, uma solução que garante um manuseio rápido e intuitivo. O software não exige
experiência prévia e é acessível a todos. A funcionalidade de arrastar e soltar minimiza a
quantidade de cliques necessários. Se tem acesso a uma ampla gama de perguntas para cada
tipo de resposta.
a) Limitação
b) Delimitação
A delimitação faz alusão a divisão de dois (2) critérios fundamentais, que são: Critério
espacial e temporal, o primeiro refere ao “locus”, ou seja, o lugar onde se irá desenvolver o
presente estudo, neste contexto a pesquisa será realizada em Angola, num período
compreendido entre de 2021 a 2022, por ser um período actual.
21
dos povos Ambundo, fixados no médio-kwanza. É limitada a norte pela República do Congo,
a leste, pela República da Zâmbia; a sul pela República da Namíbia e a oeste pelo Oceano
Atlântico. Angola representa uma costa marítima de 1650 km e as suas fronteiras terrestres
correspondem a um total de 4.873 km.37
É um país marcado por duas estações climáticas distintas: a das chuvas – húmida e
quente, que decorre de Setembro a Abril, pronunciando-se com alguma antecedência ou mais
tardiamente em algumas regiões – e a do cacimbo – seca e fria, que vai normalmente de maio
a Setembro. D um país pertencente ao continente africano, localizado na região austral deste,
banhado pelo oceano Atlântico e possui diversas formações vegetais, como florestas, savanas
e desertos. Marcada pela colonização portuguesa, em 11 de Novembro de 1975, proclamar-se
a independência em Angola. Tendo como forma de governo “Presidencialismo”.
Actualmente, de segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, estima-se que haja 33 097 672
habitantes vivendo em Angola. Sendo que sua capital (Luanda) tem a maior concentração da
população.
GÉNERO Nº PERCENTAGENS
HOMENS 40 22%
MULHERES 136 77%
TOTAL 176 100%
Fonte: Dados da Pesquisa
Gráfico 1- Distribuição da
amostra por género.
37
Vd. Zau, Angola: Trilhos Homens:
para o desenvolvimento,
22% p. 32
22
Mulheres: 77%
Mulheres Homens
Concernentemente a distribuição da nossa amostra por idade, a amostra contou com um total
de 86 (48%) participantes na faixa etária dos 21 a 25 anos. Sendo a maioria da amostra
pertencentes ao género feminino 70 (51,47%) em correspondência aos do sexo masculino 16
(40%). A amostra contou com 39 (26,6%) participantes na faixa etária dos 26 a 30 anos.
Também aqui, houve uma predominância do género feminino em relação ao género
masculino. Sendo que houve 20 participantes do sexo feminino e somente 19 participantes
com as idades compreendidas entre os 26 aos 30 anos. Todavia, analisando de forma isolada,
comparando com o número total de participantes do género feminino depreende-se que é um
número relativamente baixo, em relação ao género masculino, cuja percentagem (47%) não é
baixa. A amostra contou com 22 participantes na faixa etária dos 18 a 20 anos. Sendo que a
maioria representada por 26,47% pertencem ao género feminino e uma minoria representada
23
por 7,5% pertencem ao género masculino. A amostra teve participantes com 31 anos ou mais.
De um lado, uma maioria representada por 7,35% pertencentes ao género feminino, e uma
minoria representada por 5%. Os números revelam uma predominância do sexo feminino,
neste estudo.
25
Tabela 5 – Relação dos Participantes por Província
Homem Mulher
Fo
nt e:
Malanje1
Huíla0 37
0
Huambo1
Benguela1
1
Luanda 39
96
0 20 40 60 80 100 120
Dados da Pesquisa.
Gráfico 4 - Amostra masculina (Sexo como tema de conversa entre pais e filhos)
45.00% 42.50%
40.00%
35.00% 0.325
30.00%
25.00% 0.2205
20.00%
15.00%
10.00%
5.00% 0.025
0
0.00% 26
SIM NÃO NUNCA ALGUMAS VEZES NUNCA TIVERAM
TEMPO
Gráfico 5 – Referente a Amostra Feminina (Sexo como tema de Conversa entre pais e filhos)
45.00%
41.17%
40.00%
35.00%
30.00%
25.00% 0.2205
0.1911
20.00%
0.147
15.00%
10.00%
5.00% 0.0294
0.00%
SIM NÃO NUNCA ALGUMAS VEZES NUNCA TIVERAM
TEMPO
Série 1 Série 2 Série 3 Série 4 série 5
Em relação a amostra feminina, uma maioria representada por 41,17% (56) respondera que
não falavam com seus pais sobre sexo, outrossim 19,11% (26) responderam que nunca
haviam falado com seus pais sobre sexo; 14, 70% (20) afirmara que a conversa surgia
algumas vezes, e a minoria representada por 2,94% (4) respondera que os pais nunca tiveram
tempo para abordar sobre o assunto. E somente 22,05% (30) responderam que falavam com
seus pais sobre sexo
27
adulta, mais concretamente para a vida sexual adulta, tem como consequência na sociedade o
crescimento da taxa de gravidez em adolescentes, jovens e adultos; o crescimento da taxa de
doenças sexualmente transmissíveis entre adolescente, jovens e adultos. Assim como também
tudo isso acaba influenciando o número elevado de abortos clandestinos, visto que maior
parte dos jovens não estão preparados para a vinda de um filho. Como se pode notar, em
Cavalcante e Xavier (citados em Etapechusk & Costa, 2016, p.4) “os motivos para abortar,
devem-se muitas vezes a priorização da vida profissional e o facto das mulheres em causa
serem muito jovens.”
Diniz (citado em Etapechusk & Costa, 2016, p.4) “acrescenta que a gestação não
planejada e os abortos induzidos são atribuídos em grande parte, ao uso inadequado de
métodos anticoncepcionais, a falta de educação sexual, ao problema da gravidez na
adolescência, ao atraso cultural, e a paternidade irresponsável.”
Para o nosso estudo constatou-se de forma geral, que dos 176 participantes somente 39
representado por 22, 15% têm conversado com seus pais sobre a vida sexual, o que é
relativamente um número baixo. Sendo que 73 representados por uma percentagem de 41,
47% não abordam esse tema com seus pais, 39 dos participantes, que representam 22, 15%
afirmaram que nunca haviam falado com seus pais sobre este assunto, 21 pessoas, que
representam 11,93% dos participantes afirmaram que somente algumas vezes “tocavam” neste
assunto com seus pais e 4 dos participantes que representam 2,27% afirmaram que seus pais
estiveram sempre ocupados para falar sobre isso.
53.00% 0.525
52.00%
51.00%
50.00%
49.00%
48.00% 47.50%
47.00%
46.00%
45.00%
44.00%
SIM NÃO
Série 1 Série 2
28
Quando questionados sobre já terem engravidado alguém, uma maioria da amostra
masculina, representada por 52,50% (21) respondera que sim e a minoria, representada por
47,50% (19) respondera que não.
80.00%
72.50%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00% 0.275
20.00%
10.00%
0.00%
SIM NÃO
Série 1 Série 2
Série 1 Série 2
Quando questionados se o aborto ou IVG era uma práctica frequente dentro do contexto
sociocultural em sua cidade, a maioria, representada por 80% respondera que sim e a minoria,
representada por 20%, respondera que não. Indicando mais uma vez que o aborto clandestino
é uma realidade embora de grande risco para quem o faz.
100.00%
0.8824
90.00%
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00% 11.76%
10.00%
0.00%
SIM NÃO
Série 1 Série 2
30
90.00% 0.8455
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00% 15.44%
10.00%
0.00%
SIM NÃO
Série 1 Série 2
Quando questionadas sobre o aborto como prática frequente, a maioria, representada
por 84,55% respondera que sim e a minoria, representada por 15, 44% respondera que não.
Dando, de certa forma sustentabilidade ao gráfico anterior; o que não se torna uma surpresa,
se em 136 pessoas, 120 conhecem alguém que interrompera voluntariamente a gravidez,
significando de forma lógica que existem 120 pessoas, que mesmo com o risco de morrer, ou
de cumprir uma pena preferiram interromper a gravidez, fora das excepções permitidas por
lei.
40.00%
35.00% 33.82%
30.00%
20.00%
15.00% 0.125
10.00% 0.0735
5.00%
0.00%
SIM NÃO TALVEZ NÃO SEI Provavelmente Não
31
(7,35) e “Provavelmente Não” (12,50%). Revelando que a maioria não ficaria com a criança.
Deixando claro que para a amostra a excepção de interromper a gravidez quando ela é fruto
de um crime de natureza sexual, se justifica.
45.00% 0.425
40.00%
35.00%
0.3
30.00% 27.50%
25.00%
20.00%
15.00%
10.00%
5.00%
0.00%
SIM NÃO TENHO UMA VAGA
IDEIA
10.00% 5.88% 32
0.00%
SIM NÃO TENHO UMA VAGA IDEIA
33
Vala (citado em Nunes, 2009), com o objectivo de melhor elucidar este método, refere
que se trata da desmontagem de um discurso e da produção de um novo discurso através de
um processo de localização-atribuição de traços de significação, resultado de uma relação
dinâmica entre as condições de produção do discurso e as condições de produção da análise.
Segundo Bardin (1977), a análise de conteúdo pode ser uma análise dos significados,
como é o caso do estudo: Análise temática. Para o referido autor, o papel do analista é duplo,
a leitura que o analista faz dos dados colectados, não é, ou não é unicamente uma leitura à
letra, mas antes o realçar de um sentido que se encontra em um segundo plano.
Com os passos acima descritos, foi construída duas categorias através do qual,
respeitando os critérios de fidelidade e de validade, foram codificadas as unidades de
registo38. A codificação ou melhor os códigos, são sempre organizados numa categoria
quando eles estão descrevendo diferentes aspectos, similaridades ou diferenças de conteúdo
do texto que devam permanecer juntos (Erlingsson; Brysiewicz, 2017, citados em Sampaio &
Lycarião, 2021, p.46). Codificar significa organizar e agrupar dados em categorias ou famílias
pelo compartilhamento de suas características (Saldaña, 2012, citados em Sampaio &
Lycarião, 2021, p.46).É necessário ressaltar que as unidades de registo foram agrupadas de
acordo a expressividade, ou seja, tendo em conta o que o emissor quis dizer com sua resposta.
38
Unidade de registo são elementos concretos que se categorizam. Para selecionarmos estas unidades
determina-se as palavras, ou temas, Vd. Reis Metodologia de Investigação, p 205
34
Finalmente, realizamos a análise dos resultados, tendo em conta o número de ocorrências
registadas em cada categoria.
CATEGORIAS TOTAL
A DIREITO DE ESCOLHA 46
B PROTECÇÃO DOS DIREITOS 52
FUNDAMENTAIS
TOTAL 98
DIREITO DE ESCOLHA
Representada pela categoria A (46 u.r) codifica todas as informações relacionadas ao aborto
como um direito de escolha da mulher, dentro da esfera de liberdades que a lei garante. Como
também as possíveis razões do aborto ser feito como a ausência de educação sexual. Nas
respostas de cada participante, no tema Direito de escolha, outros assuntos emergiram, uns
mais expressivos que outros, caracterizando a norma penal que criminaliza o aborto como
errada ou patriarcal. Para os participantes, a criminalização do aborto não só afecta uma das
grandes liberdades da mulher (a autonomia sobre o seu corpo) como muitas vezes a obriga a
correr riscos de vida ou nos casos em que a mesma não consiga abortar, ter o bebê e a
abandoná-lo. Nas palavras de uma das participantes:
Para os participantes, assim como se encontra em Reis et. al (2015) “se a mulher é
livre então ela pode fazer o que quiser com seu corpo, sendo assim, tendo em conta que o feto
é parte integrante da mesma, por lógica, a mulher devia ter a liberdade de decidir o que fazer.”
Segundo Pattis (conforme citado por Borsari, 2012, p.21), o aborto é considerado
como tabu, na medida que se afasta da esfera cotidiana apresentando significado
extraordinário e mostrando-se como uma fronteira entre a vida e a morte; na verdade, um
lugar de transcendência.
Corroborando com esse argumento, Diniz (conforme citado por Etapechusk & Costa,
2016) acrescenta que a gestação não planejada e os abortos induzidos são atribuídos em
grande parte, ao uso inadequado de métodos anticoncepcionais, a falta de educação sexual…”
Muitos dos participantes, em suas respostas deixaram claro, que a vida é um bem
divino e que ninguém por vontade própria a devia tirar. Apontando uma falta de
responsabilidade a interrupção voluntária da gravidez. Isto porque, de acordo a uma das
participantes:
“… ninguém tem o direito de tirar a vida de outrem, ainda mais de um ser inocente e
inofensivo”
Dentro deste tema defendeu-se também que o aborto deve ser sim criminalizado no
entanto, obedecendo fases, como também deixando algumas excepções tais como nos casos
em que a gravidez resulte de um crime de natureza sexual.
CONCLUSÃO
Embora não fosse o intuito desse estudo responder tais questões, o presente trabalho,
permitiu percorrer entre os aspetos e fundamentos tanto sociais quanto jurídicos que giram em
torno do tema. Ademais, foi possível verificar as perspetivas religiosas em relação ao aborto.
Relativamente aos aspectos sociais e históricos do aborto registos revelam não se tratar
de uma práctica recente. Apontando para prácticas desde a antiga, china, passando para
egípcio e Grécia. Como aclarou-se durante o trabalho, a criminalização do aborto divide a
sociedade em duas partes: a social compreendendo as consequências da práctica; o aborto
como problema de saúde pública, possíveis causas do aborto. E o aborto sob o prisma
religioso. E por outro lado, a jurídica. S
37
interrupção voluntária da gravidez, feitas de forma clandestina; sendo que para Dworkin
(2003) uma mulher forçada a ter uma criança que não deseja porque não pode fazer um aborto
seguro pouco depois de ter engravidado não é dona do seu corpo,”
39
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
2. Almeida, S.P. N. (2020). Aborto induzido como problema de saúde no Huambo e uma
estratégia para a sua redução. (Dissertação de Doutoramento);
40
11. Diário da Notícia (23/02/2017). Aprovada em angola nova lei que penaliza o aborto com
prisão https://www.dn.pt;
12. Dworkin, R. (2003). Domínio da vida: Aborto, eutanásia e liberdades individuais. Martins
Fontes;
17. Morais, A. M. e Neves, I. P. (2007). Fazer investigação usando uma abordagem metodológica
mista. Revista Portuguesa de Educação, 20 (2), 75-104;
19. Quivy, R., & Campenhoudt, L. (2008). Manual de investigação em ciências sociais (5.ª ed).
Gradiva;
20. Reis, B., Lopes, D., Franco, P. e Vilela, R. (julho de 2015). Direito, Estado e Religião;
22. Ribeiro, K. C. (2007). A posição de algumas religiões e questões polêmicas acerca do aborto
(Trabalho para obtenção do título de Bacharel, Universidade do vale do ITAJAÍ -UNIVALI);
41
25. Santos, J. M. G. (2020). Criminalização do Aborto: Propósitos Legais e Repercussões Fáticas
(Trabalho para a obtenção do título de Bacharel, Universidade Federal Fluminense, Macaé -
RJ);
26. Santo, P. E. (2010). Introdução à metodologia das ciências sociais: Génese, fundamentos e
problemas. Lisboa: Sílabo;
27. Santos, J. A. (2017). De crime a Direito Humano: Uma crítica à criminalização do aborto
(Trabalho para obtenção do título de Bacharel, Universidade Federal da Paraíba, Santa Rita);
33. Universidade Aberta. (2020). Diretrizes para a realização de citações em texto e referências
bibliográficas: Publication Manual of the American Psychological Association (7th. ed.);
LEGISLAÇÕES
CONSTITUIÇÃO
CÓDIGO PENAL
BIBLIOGRÁFIA
42
2. Carvalho, T. N. A Criminalização do Aborto e o direito de escolha: Uma Análise jurídica da
Prática do Aborto conforme o Art. 124 Do Código Penal. (Trabalho do final de curso
apresentado com o objectivo de obtenção do grau de Bacharel);
10. Universidade Aberta. (2020). Diretrizes para a realização de citações em texto e referências
bibliográficas: Publication Manual of the American Psychological Association (7th. ed.).
11. Vara, I. A. (2015). O aborto e a criação de uma Lei Internacional, (Dissertação de Mestrado).
43
ANEXOS
44
ANEXO A
MODELO DE QUESTIONÁRIO
45
DIREÇÃO PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO
Para que este estudo tenha valor e utilidade precisa-se da sua maior
sinceridade e veracidade na informação oferecida.
46
DADOS GERAIS: Sexo: MASCULINO Data de nascimento: Dia _
Mês__Ano__
Filiação:
Escolaridade:
Pai: ____ não tem. ____ primária. ____ secundário. ____ ensino médio.
____ universidade.
47
____ pós-graduação.
Mãe: ____ não tem. ____ primária. ____ secundário. ____ ensino médio.
____
APÊNDICES
48
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIOS
49
QUESTIONÁRIO – V. MASCULINA
18 a 20 anos ()
21 a 25 anos ()
26 a 30 anos ()
31 anos ou mais ()
Católica ( )
Metodista universal ( )
Protestante ( )
Universal ( )
Outra ( )
50
3- Qual é o seu grau académico?
Lenciado ( )
Frequência universitária ( )
Mestrado ( )
Ensino secundário ( )
Outro ( )
R:
6- Já engravidou alguém?
Sim ( ) não ( )
Sim ( ) não ()
Sim ( ) Não ()
R:
51
11- Sabe o que é ou do que se trata o aborto?
R:
QUESTIONÁRIO V. FEMENINA
18 a 20 anos ()
21 a25 anos ()
26 a 30 anos ()
31 nos ou mais ()
2- Qual é a sua orientação Religiosa?
Católica ( )
Metodista universal ( )
Protestante ( )
Universal ( )
Outra ( )
Frequência universitária ( )
Mestrado ( )
Ensino secundário ( )
Outro ( )
R:
Sim () Não ()
Sim ( ) não ()
R:
Sim () Não ()
11- Caso fosse vítima de uma violação, e desse acto acabasse grávida, ficaria coma criança?
53
54