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MARÍLIA DA COSTA
Concórdia- SC
2023
MARÍLIA DA COSTA
Concórdia - SC
2023
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
2 TEMA
3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
4 HIPÓTESES
5 OBJETIVOS
Nessa ressalva, destaca-se que o aborto não seguro é uma das principais
causas de morte entre as mulheres em todo o mundo. Para Diniz (2019) no Brasil o
aborto não é considerado crime, quando a gravidez representa risco de vida para a
gestante, quando a gravidez é o resultado de um estupro, quando o feto for
anencefálico, ou seja, não possuir cérebro. Sendo assim, a gestante que apresentar
algum tipo de situação como as citadas por Diniz tem o apoio do Estado e tem o
direito a realizar de forma gratuita o aborto legal através do Sistema Único de Saúde
- SUS.
Quando se trata da mulher, muitas reflexões vem a toda em relação aos seus
corpos e em relação a posição social, para Perrot (2016) a diferença dos sexos que
marca os corpos ocupa uma posição central na história, haja vista que não é o
mesmo ser mulher na idade média e ser mulher no século XXI (PERROT, 2016, p.
41).
Muitas atribuições foram dadas para as mulheres como a de ser mãe, ficar
mais tempo dentro de casa que os homens, ser a pessoa responsável pelas tarefas
domesticas, cuidar dos filhos. Perrot (2016) cita que desde muito jovens seus
processos de aprendizado são dedicados ao “cuidar”. Por muitos longos anos a
mulher tinha que seguir os preceitos religiosos e negar seus desejos e sexualidade e
estar voltada somente para a fé.
Para Tiburi (2018, p. 50):
Abortar e não ser mãe não é apenas uma liberdade fundamental negativa,
mas, para Ferrajoli (2014) se trata de uma imunidade de construções e servidões
pessoais que é complementar a uma liberdade positiva fundamental: o direito-
poder de gerar, trazer pessoas ao mundo, que é um poder, por assim dizer, de
natureza pré ou meta-jurídica, pois é o reflexo de um poder natural inerente
exclusivamente à diferença feminina.
Portanto é preciso de obrigações públicas sobre o direito de liberdade,
bem como garantias voltadas a assistência e cuidados para o momento do
aborto e não somente da maternidade como visivelmente acontece. Mendes
(2017) destaca que homens e mulheres não são juridicamente iguais no quesito
de direitos reprodutivos, tal defesa de diversidade de tratamento em relação ao
sexo não contradiz o paradigma normativo da igualdade e é justamente através e
pela igualdade que deve ser reivindicado.
Ferrajoli (2014) descreve que o direito à maternidade voluntária como
autodeterminação das mulheres sobre o próprio corpo pertence exclusivamente
a ela, onde a decisão de trazer ou não trazer ao mundo através de um corpo
feminino também foi subordinada ao acordo com os potenciais pais, a decisão
dos mesmos seria sobre o corpo de outra pessoa e equivaleria ao exercício de
um poder do homem sobre a mulher que violaria ao mesmo tempo a liberdade
das mulheres e o igual valor das pessoas.
Se tratando da descriminalização do aborto a Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental nº 54 - ADPF 54, é a decisão final produzida em um
processo judicial que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu, no
Brasil, a interrupção terapêutica da gestação de feto anencéfalo, sendo
um precedente que contribuiu para a formação de uma jurisprudência sobre o tema
no Brasil. A decisão do STF não descriminaliza o aborto, bem como não cria
nenhuma exceção ao ato criminoso previsto no Código Penal Brasileiro, a ADPF 54
decidiu, porém, que não deve ser considerado como aborto a interrupção
terapêutica induzida da gravidez de um feto anencéfalo (BRASIL, 2023).
As discussões da ADPF 54 é considerada como uma decisão judicial
fundamental para o modo como o debate sobre o aborto é tratado no Brasil, torna-
se um divisor de águas se tratando da opinião pública brasileira. Para Friedan
(2019, p. 78-79):
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
10 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Pesquisa
bibliográfica
preliminar
Leituras e elaboração
de resumos
Elaboração do
projeto x x
Entrega do projeto de
x
pesquisa
Revisão bibliográfica
complementar
Coleta de dados
complementares
Redação do TCC
Revisão e entrega
oficial do trabalho
Apresentação do
trabalho em banca
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe (orgs.). Aborto e Democracia. São Paulo:
Alameda, 2016.
CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte especial. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
FERRAJOLI, Luigi. Derechos y Garantías: La Ley Del Más Débil. Madrid: Editorial
Trotta, 2014.
MONTANO, Pedro. In Dubio pro Vita. Martins, Ives Gandra da Silva (coordenação).
Direito Fundamental à Vida. São Paulo: Quartier Latin/Centro de Extensão
Universitária, 2015.
MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. 11. ed. São Paulo:
Gen/Atlas, 2017.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 10.ed. São Paulo: Revista
dos tribunais, 2010.
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. 2ª ed. São Paulo: Contexto,
2016.
TIBURI, Marcia. Aulas online, no curso Filosofia Feminista. Revista Cult: 2016.
WEIGERT, Mariana de Assis Brasil e. Aulas online, no curso Introdução à
Criminologia Feminista: Criminosas, Loucas e Vítimas. Escola Passagens. Rio
de Janeiro. 2017.
VARI, Massimo. O Direito de Nascer. Quartier Latin/Centro de Extensão
Universitária, São Paulo, 2015.