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Goiânia
2015
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Orientadora:
Professora Ma. Cecília Aires Pereira Lemes
Goiânia
2015
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BANCA EXAMINADORA:
Examinadora - UNIVERSO
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Dedico este trabalho a minha mãe Maria de Fátima, que confiou em mim e me
deu esta oportunidade de concretizar este sonho. Sei que ela não mediu esforços
pra que este sonho se realizasse, sem a compreensão, ajuda e confiança dela nada
disso seria possível hoje.
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Agradeço primeiramente a DEUS, por me dar forças para conquistar mais uma
etapa de minha vida.
Ao meu pai Aécio Medeiros, que apesar de estar ao lado de Deus, sinto sua
presença me guiando e incentivando a não desistir dos meus objetivos.
A minha mãe Maria de Fátima, que com amor, apoio e carinho não me deixou
desistir nas horas difíceis.
Aos meus irmãos, minha sobrinha Marina e a minha prima Fabíola que muitas
vezes compartilhei momentos de tristezas, alegrias, angústias e ansiedade, mas que
sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me ajudando.
A minha Orientadora, Cecília Aires Pereira Lemes, que teve um papel
fundamental durante a execução deste trabalho, me incentivando a continuar,
pesquisar e estudar com afinco a fim de alcançar um resultado exitoso.
A todos que, com boa intenção, colaboraram e possibilitaram a minha vitória.
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John Kennedy
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RESUMO
LISTA DE ABREVIATURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................
1. ASPECTOS HISTÓRICOS.......................................................................................
1.1 Evolução histórica dos direitos humanos...........................................................
1.2 Evolução dos direitos fundamentais das mulheres...........................................
1.3 Evolução histórica do aborto................................................................................
2. A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS REPRODUTIVOS DAS MULHERES....................
2.1 Evolução histórica dos direitos reprodutivos das mulheres.............................
2.1.1 Primeira conferência mundial da mulher...............................................................
2.1.2 Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a
mulher............................................................................................................................
2.1.3 Conferência mundial sobre direitos humanos de Viena........................................
2.1.4 Conferência internacional sobre população e desenvolvimento do Cairo............
2.1.5 Quarta conferência mundial sobre mulheres de Beijing........................................
2.2 Direitos reprodutivos das mulheres na legislação nacional..............................
2.2.1 Os direitos reprodutivos na constituição brasileira de 1988..................................
2.2.2 A liberdade de reprodução e o Código Civil..........................................................
2.2.3. A autonomia de reprodução feminina e o sistema criminal brasileiro..................
3. A DESCRIMINALIZAÇAO DO ABORTO COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL
DA MULHER.................................................................................................................
3.1 A legalização do aborto.........................................................................................
3.2 A dura realidade das mulheres processadas pelo aborto................................
3.3 Projetos de lei que tramitam a respeito do assunto...........................................
CONCLUSÃO................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................
BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
Na atualidade muito se discute sobre o aborto, uma vez que envolve várias
questões morais, éticas e religiosas, já que este tema confronta opiniões diversas,
principalmente o fato de quando se inicia a vida humana, e até quando o direito da
mulher sobre seu corpo pode interferir nesse processo.
Neste caso, busca-se apreciar e discutir sobre os dados principalmente
nacionais e internacionais a respeito do aborto, da sua descriminalização,
analisando dados de outros países, ressaltando o abortamento como um direito
fundamental da mulher, observando as estatísticas das numerosas mortes e
mutilações ocorridas pelo motivo da criminalização do aborto, buscando
principalmente, assegurar a mulher, o seu direito individual de decidir.
Sendo assim, o aborto inseguro ou o clandestino deveria ser considerado
um problema de saúde pública, já que leva milhares de mulheres à morte como
conseqüência de um procedimento abortivo mal sucedido e de um atendimento
médico precário na rede pública de saúde, durante a realização da curetagem.
Desta forma, este trabalho pretende mostrar argumentos presentes em
tratados internacionais de proteção aos Direitos Humanos das Mulheres, e os
princípios constitucionais relacionados com a autonomia reprodutiva da mulher,
obtendo dados referentes ao aborto em âmbito nacional e internacional,
apresentando ainda, idéias, fatos e reflexões sobre o direito de a mulher decidir em
consonância com o que lhe for conveniente.
A proibição de impedir que a mulher possa decidir livremente sobre a
manutenção ou interrupção da gravidez afronta as normas previstas no art. 5 o da
Constituição Federal, e também todos os documentos internacionais que têm os
direitos humanos como objetivo central, violando assim, o princípio da justiça e da
igualdade. Os direitos humanos da mulher são feridos a partir do momento em que
restringem o direito de estar em pé de igualdade com os homens, visto que tratando
o aborto como criminalização, a discrimina, não dando a opção de escolha, sendo
exercido um controle discriminatório e injustificado sobre o corpo feminino, posto que
caiba à mulher a melhor decisão a ser tomada, até porque será em seu corpo que o
processo gestacional se desenvolverá. Portanto não é o Estado que deve assumir o
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papel decisivo, mas sua obrigação está em garantir que está decisão, seja
executada com garantia de sobrevivência.
Analisar-se-á os novos pensamentos a respeito dos direitos reprodutivos da
mulher, e a reprodução como um direito de escolha, sendo este um direito
fundamental desta.
Como observado, o assunto tratado é polêmico, por conseguinte o presente
trabalho foi dividido em três capítulos, com o intuito de promover uma análise geral
sobre o tema, tanto em ordem nacional como internacional.
No primeiro capítulo, tem-se a análise dos aspectos históricos, dos direitos
humanos e como se deu o início dessa seqüência de fatos, e quando houve a
origem nas civilizações antigas. Analisa-se também, a evolução dos direitos
fundamentais da mulher, a forma como ela era vista e tratada historicamente pela
sociedade. Como tópico deste capítulo, ainda tem-se o desenvolvimento histórico do
aborto, bem como os motivos pelos quais era tão condenado. Evidencia-se a prática
em acontecimentos recentes em alguns países da América Latina e no Caribe.
No segundo capítulo discute-se sobre os direitos reprodutivos das mulheres,
e a forma como elas evoluíram de acordo com os anos. Expõem-se também,
documentos internacionais que debatem sobre o tema dos direitos humanos das
mulheres. Além das relevantes documentações internacionais, há uma análise da
legislação brasileira, buscando uma interpretação sistemática nos princípios que
deram origem à Constituição Brasileira de 1988, os princípios presentes no Código
Civil de 2002, um exame do sistema criminal brasileiro, as formas como o aborto é
criminalizado, e uma dissecação dos artigos que são apenados.
No terceiro e ultimo capítulo, tem-se o mote principal deste trabalho: a
legalização do aborto como uma necessidade à proteção dos direitos sexuais e
reprodutivos da mulher. Analisam-se exemplos de países que legalizaram o aborto e
como este processo ocorreu, a legalização do aborto e a sua necessidade de
realização, assim como uma avaliação de pesquisas feitas no Brasil sobre abortos
realizados no país. Mostra-se a dura realidade de mulheres que realizaram o aborto
ilegal, finalizando com a apresentação dos projetos de lei existentes relacionados à
temática.
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1. ASPECTOS HISTÓRICOS
Nesta época grande parte dos ideólogos ligados à Igreja Católica escrevia
sobre a inferiorização do feminino por meio de teorias de que a mulher seria um
“macho imperfeito”. No decorrer, a mulher passou de “Eva Pecadora” quando a
tornaram feiticeira, até o século XVII, quando se tornou “Maria Redentora”, ou seja, a
beleza profana diante da beleza sagrada.
Segundo Silvia Alexim Nunes (2000, p.32), Galeno, seguindo o pensamento
de Aristóteles dizia que “a mulher seria a representante inferior de um sexo cujo o
potencial máximo de realização só era elencado ao corpo masculino. A mulher seria,
portanto, um homem com algo “a menos”.
Já para Rousseau, a mulher não seria nem inferior, nem imperfeita, ela seria
perfeita para suas funções maternas e domésticas, enquanto os homens se
dedicariam à vida pública, ao trabalho e às atividades intelectuais.
Na Era Moderna, o corpo da mulher se torna objeto de estudo científico, de
intolerância coletiva e objeto de intervenção médica e judiciária, o que resultou em
teorias preconceituosas, que associavam as características da mulher com a moral
dos indivíduos. Nesta mesma época, a mulher se torna um ser inferior, perigoso,
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diabólico, sendo assim, deveria haver um domínio sobre o seu corpo e a sua
sexualidade e outros setores mais “perigosos”.
Segundo a autora Silvia Alexim Nunes (2000, p. 12):
Já no art. 3o, inciso IV, um dos objetivos fundamentais do Brasil é que não
haja preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação. A partir daí, temos evidências da relação entre a
Constituição Federal e os Direitos Reprodutivos, haja visto que eles também
se integram com o verdadeiro exercício de cidadania e de dignidade da
pessoa humana, pois opõem-se a qualquer tipo de preconceito ou
discriminações.
Porém, tem-se que levar em conta o fato de que apesar de haver a proibição
legal, anualmente milhares de mulheres no Brasil praticam o aborto ilegal, sendo
que muitas delas vêm a óbito ou acabam sobrevivendo com grandes seqüelas por
praticarem o aborto em condições inadequadas de higiene, sendo que a parte que
mais sofre com esse desamparo são mulheres pobres.
A interrupção da gravidez vem elencada no art. 128 do Código Penal, porém
de nada adiantará a concessão deste direito ás mulheres sem que o Estado esteja
preparado para possibilitar cessação da gravidez nas redes públicas,
proporcionando às mulheres de baixa renda o acesso a este procedimento médico.
Até hoje o Brasil criminaliza o aborto, pois o sistema penal não conseguiu
resolver este conflito. O que deveras ocorre é que o aborto não evita as mortes de
embriões ou fetos que tanto se fala em proteger, mas desampara as mulheres que
acabam buscando clandestinamente a realização de abortos, fazendo com que tais
práticas ocupem o primeiro lugar das causas de mortes maternas.
Segundo Mônica Bara Maia (2008, p. 33) , danos da Organização Mundial
da Saúde de 2003:
pelo abortamento seguro, que é menos que uma morte para cada 100.000
procedimentos.
No ano de 2010, o Senado Federal Espanhol aprovou uma nova lei no que
tange o aborto. Tal dispositivo passou a vigorar em 5 de junho de 2010, e seu texto
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passou a vigorar em Portugal a Lei no16, que determinava que a mulher poderia
escolher sobre a interrupção da gravidez até a décima semana de gestação.
As leis que proíbem o aborto, ou que o tornam mais difícil e caro para as
mulheres que desejam fazê-lo, privam as mulheres grávidas de uma
liberdade ou oportunidade que é crucial para muitas delas. Uma mulher
forçada a ter uma criança que não deseja porque não pode fazer um aborto
seguro pouco depois de ter engravidado não é dona de seu próprio corpo,
pois a lei lhe impõe uma espécie de escravidão. Além do mais, isso é só o
começo. Para muitas mulheres, ter filhos indesejados significa a destruição
de suas próprias vidas. (...) Decidir sobre um aborto não é um problema
isolado, independentemente de todas as outras decisões, mas sim um
exemplo expressivo e extremamente emblemático das escolhas que as
pessoas devem fazer ao longo de suas vidas, todas as quais expressam
convicções sobre o valor da vida e o significado morte.
Essa pesquisa nos mostra que muito já foi mudado, a população está vendo
que cabe a mulher a decisão sobre a continuação ou não da gestação, já que
independentemente do motivo, apenas ela saberá como a gravidez a afetará.
que foram processadas por terem cometido tal ação, bem como uma situação em
que o Código Penal Brasileiro autoriza o aborto, e a forma como a Igreja Católica
reagiu sobre o fato.
Segundo Rullian Emmerick (2008, p.162), afirma que, “os processos por
criminalização do aborto são do estado do Rio de Janeiro, e dizem respeito a
mulheres que decidiram interromper a gestação de forma insegura e clandestina”.
O primeiro caso é de N.M.G., negra, profissão não informada, com 24 anos,
já com dois filhos, moradora de Campo Grande, Zona Oeste da Cidade do Rio de
Janeiro. Praticou o aborto no ano de 2003, sendo denunciada pela tia de seu
companheiro.
Segundo Rullian Emmerick (2008, p.163-164), no depoimento da vítima ela
afirma:
[...] que vive maritalmente com A.C. há cinco anos, tendo com o mesmo dois
filhos, um com quatro e outra com um ano e seis meses; que há quatro
meses ficou grávida e não tem como criar as crianças; que também em
razão das agressões físicas realizadas pelo seu companheiro, que a agride
constantemente, resolveu tomar chá para abortar; que seu companheiro não
possui emprego e que trabalha em qualquer ocupação para manter os filhos
e a declarante; que tomando conhecimento de que a declarante tomava chá
para abortar dizia para ela tomar “chumbinho”; que no dia (data) por volta de
(hora) realmente veio a abortar; que tal fato ocorreu no interior do banheiro
da declarante, tendo após a expulsão do feto dado descarga, indo a feto
parar na fossa; que a tia de A.C., Sra. L., veio a abrir a fossa, encontrando
no seu interior o feto expulso, recolhendo-o e colocando no interior de uma
caixa de sapatos; que posteriormente a Sra. L. acionou a polícia; que a
declarante quer deixar bem claro que provocou o aborto por desespero, não
sendo em momento algum instigada ou obrigada por quem quer que fosse;
que tomou chá de raiz agoniada, chá de bruxinha do norte, chá de fava com
raiz, chá de erva de São João, amoxilina 500mg e uma cartela de
anticoncepcional, tendo inclusive dormido com um canudo de mamona no
útero por uma noite.; que após o aborto não procurou nenhum socorro
médico.
não cumpre com suas obrigações de pai e de marido, faltando tudo para a
declarante e seus dois filhos, não possuindo nem uma cama para dormir;
que devido à vida de sofrimento que levava em companhia de seu
companheiro fez com que tomasse a decisão de abortar o terceiro filho que
estava para nascer; (...) que após receber seu salário, resolveu procurar a
Sra. E., tendo pago a quantia de Cr$ 700.000,00, pelo ‘serviço’, tendo
utilizado o método de matar o feto com uma sonda; (...) que no domingo
passando muito mal a declarante abortou no banheiro de sua residência;
(...) que não quis seu marido socorrê-la, nada alegando para tal, podendo
esclarecer a declarante que não vive bem com ele.
pretendem incluir a prática do aborto na Lei nº 8.072, de 1990, que trata dos crimes
hediondos; o PL 4.917/01 prevê, além da inclusão do aborto nos crimes hediondos,
um aumento de pena nos arts. 124, 125 e 126 do Código Penal.
O Projeto de Lei n 5.364, de 2005, pretende revogar o inciso II do art. 128 do
Código Penal, a fim de eliminar a exceção existente nos casos de gravidez
resultante de estupro. O PL n 7.235, de 2002, propõe revogar todo o art. 128 do
Código Penal, sendo que seu efeito seria o de criminalizar o aborto que é realizado
para salvar a vida da gestante.
O Projeto de Lei n 478, de 2007, e seu apenso, o Projeto de Lei n 489, de
2007, pretendem estabelecer o Estatuto do Nascituro. Os projetos com textos
idênticos, além de aumentar as penas para prática do aborto, incluem o aborto na
Lei n 8.072, de 1990, que trata dos crimes hediondos e estabelecem penas para
entre outras ações: “causar culposamente a morte de nascituro”; “anunciar processo,
substância ou objeto destinado a provocar aborto”; “fazer publicamente apologia do
aborto ou de quem o praticou, ou incitar publicamente a sua prática”; “induzir mulher
grávida a praticar aborto ou oferecer-lhe ocasião para que o pratique”, sendo que a
mulher que for vítima de violência sexual não poderá abortar, e ainda receberá a
pensão alimentícia do agressor, porém se este não for identificado, o Estado pagará
a pensão.
A aprovação de qualquer um destes projetos resultaria em um total
retrocesso sobre os direitos da mulher, sua autonomia de decisão, infringindo todas
as leis de proteção à mulher, bem como a Constituição Federal Brasileira e os
tratados internacionais que defendem a sua autodeterminação da mulher, e o seu
direito de igualdade.
Contudo, ainda há projetos que reduzem as restrições estabelecidas
atualmente sobre o aborto. O PL n 4.834/05 propõe inclusão no art. 128 do Código
Penal de inciso contemplando casos comprovados de anencefalia. O PL n 1.174/91
e o PL n 660/07 também pretendem a inclusão de inciso naquele artigo, porém não
se restringe unicamente a anencéfalos. Os Projetos de Lei n 3.280/92, n 1.956/96 e
n 4.304/96 têm semelhante intento, de permitir a realização do aborto em casos de
enfermidades incuráveis. Estes projetos de lei buscam a inclusão da possível
realização do aborto em casos de anencefalia ou de doenças incuráveis ao feto,
visto que não há possibilidade de vida após o nascimento.
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CONCLUSÃO
Este tema causa uma grande discussão entre as pessoas, seja por motivos
religiosos, éticos, pessoais e jurídicos. Quando se discute o aborto vários pontos de
vistas sobre quem devemos proteger surgem.
Quando se trata sobre a interrupção da gravidez, versa-se também sobre os
direitos sexuais e de reprodução feminina, sendo que estes direitos já foram
classificados como parte dos direitos humanos. E assim, reconhecido como Direitos
Humanos, a Conferência do Cairo (1994) ratificou que era garantia da mulher
controlar sua própria fecundidade, e ainda erradicar todas as formas de
discriminação por razões do sexo. Neste sentido o Estado Brasileiro assumiu a
responsabilidade de garantir à mulher a autonomia reprodutiva e sexual, cabendo-
lhe a melhor decisão a respeito de sua reprodução, asseverando-lhe ainda, a
deferência a seus direitos.
Alguns países legalizaram o aborto sem reservas, dando á mulher este
poder de decidir, e outros ainda impõem ressalvas. No Brasil, o tema ainda eleva
fortemente as discussões, seja por razões históricas, religiosas, políticas, morais,
jurídicas deixando que milhares de mulheres morram por se submeter a um aborto
sem condições de segurança.
Assim como analisado anteriormente, os países da América Latina e Caribe,
ainda possuem em sua maioria, formas de criminalização do aborto e constata-se
que é um grave problema de saúde pública, sendo uma das primeiras causas de
morbidade e morte materna. Percebe-se que nestes países há uma tendência de
endurecimento na regulação penal do aborto fortemente influenciados por grupos
religiosos e grupos conservadores.
Observa-se que em alguns países, como Uruguai, evoluíram através da
mobilização, frutos principalmente da articulação do movimento de mulheres e de
outros grupos progressistas ligados à defesa dos Direitos Humanos.Sendo, portanto,
raras as mortes maternas relacionadas ao aborto, uma vez que o país oferece
estrutura para a realização do mesmo.
Percebe-se que a violação dos Direitos Humanos reconhecidos nos tratados
internacionais ainda é uma realidade, especialmente na implementação inadequada
das políticas públicas voltadas para o atendimento da saúde das mulheres, não as
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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promulgada em 11 de outubro de 1890. Disponível em: <http://www.legis.senado.
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2015.
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MAIA, Mônica Bara, Direito de decidir, múltiplos olhares sobre o aborto, Belo
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SARLET, A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos
fundamentais na perspectiva constitucional.