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UFPE - CCSA

ABORTO: DIREITO REPRODUTIVO E O SERVIÇO SOCIAL

RECIFE
2022
ATIVIDADE AVALIATIVA - UNIDADE II

INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL

RECIFE
2022
SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................4
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 4
ABORTO E O SERVIÇO SOCIAL.............................................................5
QUEM ABORTA?........................................................................................6
CONCLUSÃO............................................................................................ 6
REFERÊNCIAS..........................................................................................7
RESUMO

Este estudo tem o propósito de levantar questões sobre o aborto no Brasil. O aborto
é um dos direitos reprodutivos e também uma questão de saúde pública, é uma
prática antiga, mas que ainda é considerada um tabu por muitos, seja por questões
religiosas, morais e etc. A falta de acesso ao aborto é um problema de saúde
pública e envolve os direitos humanos das mulheres.

Palavras chave: aborto, saúde, direito.

INTRODUÇÃO

É estimado que 8 em cada 10 brasileiros acreditam que o aborto é uma questão de


direito e de saúde e não de polícia. O aborto é um dos maiores problemas de saúde
pública de mulher no Brasil. Pode dizer isso, pois, segundo a Pesquisa Nacional do
Aborto (PNA), cerca de 50 mil mulheres morrem em decorrência de abortos
clandestinos.
É de conhecimento da maioria que a prática do aborto é recorrente desde os povos
mais antigos da humanidade, seja para interromper uma gravidez ou para fins
anticoncepcionais. Prado (2007) afirma que a prática do aborto é tão antiga quanto
o homem e, mesmo com legislações e controles, as mulheres nunca deixaram de
realizar.
No artigo 128 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 está claro que o
aborto é considerado legal quando a gravidez é resultado de abuso sexual ou põe
em risco a saúde da mulher. Além disso, em 2012, um julgamento do Supremo
Tribunal Federal (STF) estabeleceu que é permitido interromper a gestação quando
se nota que o feto é anencéfalo, ou seja, não possui cérebro. E a mulher grávida
que estiver em um desses ter casos tem direito de realizar gratuitamente o aborto
legal por meio do SUS.
Não sendo nenhum desses três casos, interromper a gravidez é considerado crime
no Brasil e pode levar de um a três anos de prisão para a mulher. A pessoa que
realiza o aborto também pode ser presa de um a 4 ano de prisão.
ABORTO E O SERVIÇO SOCIAL

O serviço social pode sim se inserir quando o assunto é o aborto, já que os


assistentes sociais fazem o atendimento as pessoas que realizam o aborto. O
assistente social vai atuar diretamente com essa demanda, principalmente aqueles
profissionais da saúde pública. Por isso o tema aborto se torna um assunto
essencial para o debate dos assistentes sociais, mas sendo sem preconceitos e
julgamentos morais ou pessoais.
“Discutir a temática do aborto é antes de tudo, discutir direitos humanos de gênero,
da mulher, é discutir a liberdade sendo o valor ético central do Código de Ética
profissional. É falar ainda de uma perspectiva de classe, onde realizar um aborto
seguro deve ser um direito de todas as mulheres, se assim escolherem, deve ser
um dever do Estado em garantir as mulheres um serviço público com procedimentos
seguros. Assim, discutir o aborto é também uma discussão de políticas públicas”.
(CRESS, 2014, p.2).
Defender a legalização do aborto, na perspectiva do Projeto ético- -político do
Serviço Social, é reconhecer que a lei brasileira que criminaliza as mulheres vem
impedindo uma vida digna a uma parcela importante da população com quem a
profissão tem seu compromisso, visto que a criminalização do aborto pode contribuir
para a manutenção das desigualdades sociais e de gênero (CRESS/MG, 2011).
Os conselhos regionais e federais mostram uma posição favorável a legalização e
descriminalização do aborto, eles reconhecem que há várias questões ligadas ao
aborto e manifestaram apoio as lutas feministas.

O enfrentamento político dos assistentes sociais é essencial para a garantia dos


direitos já conquistados, inclusive no que se refere ao aborto. Se visto enquanto um
direito humano das mulheres, a negação dos direitos reprodutivos dessas mulheres
é considerada uma violação séria e de interesse do assistente social.
QUEM ABORTA?

O aborto não é uma realidade distante das mulheres brasileiras. Desde


antigamente, já eram registrados abortos por filhos que não eram legítimos e mães
solo. E esses fatos levaram as legislações iniciais a punirem o aborto. Atualmente,
de acordo com a OMS, 3 em cada 10 grávidas abortam no Brasil e conhecer quem
são e como são essas mulheres é muito importante.

A Pesquisa Nacional sobre Aborto no Brasil traz que aproximadamente 20% das
mulheres de até 40 anos já abortou. Esses resultados do levantamento mostram
que o procedimento atinge todas as idades, tendo principal relevância na faixa etária
dos 20 a 29 anos, e um estudo da Fiocruz trouxe que as adolescentes são as
maiores vítimas do abortamento, pois são as que mais morrem devido ao
procedimento.

Já na questão racial, os estudos revelam que mulheres negras, pardas e indígenas


13% a 25% são as que mais efetuam o aborto em relação a brancas, mais ou menos
9%. E quanto ao estado civil dessas mulheres, as que são separadas ou viúvas
fazem mais aborto do que as mulheres que estão em uma união estável, e os
abortos ocorrem mais nas mulheres que já são mães do que entre as que nunca
tiveram um filho.

Há também a questão da região, a taxa é maior entre as que moram nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste (15% a 18%) e possuem menor escolaridade, o
percentual daquelas que estudaram até a quarta série (26%) é de pouco mais que o
dobro de quem concluiu o ensino médio e/ou o superior (11%). Quanto a religião,
56% professam a fé católica e 25% são evangélicas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão do aborto no Brasil, considerada polêmica e complexa, ainda carrega


preconceitos e tabus que trazem consigo questões que pode vir da ética, da moral,
da religião, dos direitos sexuais da mulher e etc. Esse tema ainda precisa de muita
visibilidade, entendendo que as mulheres são pessoas livres, donas de seus corpos
e que possuem o direito de decidirem ou não pela gravidez. No Serviço Social, as
diretrizes que nortearão a prática profissional devem estar de acordo com os onze
princípios do Código de Ética do assistente social. As lutas por igualdade de gênero
devem conferir um significado ao aborto enquanto uma questão de direitos sexuais
e reprodutivos e de saúde pública das mulheres.
Além disso, a invisibilidade do tema na formação dos assistentes sociais poderá ser
reduzida quando incluírem mais debates sobre o assunto e sobre estudos de gênero
e direitos reprodutivos das mulheres em revistas e congressos da área.

REFERÊNCIAS

DINIZ, D.; MEDEIROS, M.; MADEIRO, A. Pesquisa Nacional de Aborto 2016. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 22, n. 2, p. 653–660, fev. 2017.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro,
trabalho e questão social. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2015.
Aborto é assunto de assistente social também. 2016. (CRESS/ MG).
https://www.brasildefato.com.br/2020/08/17/saiba-em-quais-casos-o-aborto-e-um-
direito-garantido-no-brasil

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