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FACULDADE DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ARAÇATUBA

PSICOLOGIA 1º SEMESTRE

PROF. Talita Barizon Poço

Kathlin Cristina França de Souza

Julio Cesar Moretti Correia RA: 7276

Redação com o tema: a descriminalização do aborto.

ARAÇATUBA

2024
Em 2022 a atriz Klara Castanho de 23 anos conhecida por seus papéis em
“Bom dia, Verônica”, “Amor Eterno”, “Confissões de Uma Garota Excluída” entre
outros, vem ao público esclarecer uma gravidez indesejada decorrente de um estupro,
durante a gravação do programa “Altas Horas”. Comentou sobre a violência que sofreu
e menciona que esteve afastada das redes sociais, que posteriormente decidiu
entregar o bebê a adoção. Divulgou ter procurado um advogado e decidido fazer uma
entrega direta, de forma protegida e sigilosa, tanto pra ela quanto para a criança,
afirmou também não ter condições emocionais de proporcionar o amor e o cuidado
necessário para criança, soube da gravidez somente no final da gestação. Estes
mesmos direitos de sigilo e confidência foram violados pelo próprio hospital
responsável pelo acompanhamento no fim da gestação. (Jornalístico, link)
Enquanto isso, dados de maio de 2020 revelam que mais de 34 mil crianças e
adolescentes estão vivendo em abrigos no país, enquanto em julho de 2021, quase o
dobro de outras crianças e adolescentes ficaram órfãs durante a pandemia. Dessas 34
mil crianças 83% eram maiores de 10 anos enquanto apenas 2,7% dos pretendentes
aceitam adotar acima dessa faixa. Diante desse cenário, surge a indagação: o Brasil é
um país que defende efetivamente o direito à vida ou é marcado por ideologias
conservadoras que priorizam a imposição de moralidades sobre as decisões
individuais e o bem-estar coletivo? (Estatístico, link)
Já em setembro de 2023, foi divulgado que o Brasil registra uma morte a cada
28 internações devido a complicações resultantes de abortos clandestinos. Estes
números chocantes refletem uma situação de extrema precariedade e risco para as
mulheres que recorrem a procedimentos ilegais e inseguros; a realidade brasileira é
marcada por estatísticas alarmantes que revelam as consequências devastadoras da
criminalização do aborto. (Estatístico, link)
Historicamente, o Brasil tem raízes profundas em valores conservadores,
muitas vezes influenciados por tradições religiosas, especialmente as cristãs e
evangélicas. Embora seja essencial garantir a liberdade religiosa e o Estado laico, é
fundamental reconhecer que essas tradições não sobreponham aos direitos
fundamentais dos cidadãos, incluindo a liberdade e autonomia reprodutiva das
mulheres. A descriminalização do aborto não é apenas uma questão de saúde pública,
mas também uma questão de liberdade individual. É o reconhecimento do direito das
mulheres de fazerem escolhas autônomas sobre seus corpos, suas vidas e seus
futuros. É a garantia de que essas decisões sejam baseadas em informação científica
e em considerações éticas, não em imposições morais externas. (Científico/histórico)
Ao reconhecer e respeitar o direito à autonomia reprodutiva, o Brasil estaria
promovendo uma sociedade mais justa, igualitária e compassiva, onde as mulheres
têm o poder de decidir sobre sua própria saúde e bem-estar. A descriminalização do
aborto não apenas salva vidas ao reduzir os riscos de procedimentos clandestinos,
mas também promove uma cultura de respeito aos direitos humanos e à dignidade de
todas as pessoas. Em solução, é contundente que o Brasil avance em direção à
descriminalização do aborto, garantindo assim a proteção dos direitos reprodutivos
das mulheres e o respeito à sua autonomia e liberdade de escolha oferecendo o
devido acompanhamento médico e psicológico antes e depois de sua decisão.
Somente através de políticas inclusivas e baseadas em evidências científicas
podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos os seus
cidadãos. (científico)

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